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GIARDÍASE CONCEITO Parasitose intestinal de importância médica causada pelo protozoário Giardia lamblia (Giardia duodenalis, Giardia intestinalis) Parasito cosmopolita – atinge ambos os sexos Mais comum em menores de 10 anos OMS - Zoonose MORFOLOGIA 1- Trofozoíto * Formato de pêra * Simetria bilateral * Tamanho - 2,1 a 9,5m comprimento/5 a 15m largura * Face dorsal – lisa e convexa * Face ventral – côncava (estrutura semelhante a ventosa – disco ventral, adesivo ou suctorial) * 2 núcleos * 4 pares de flagelos MORFOLOGIA 2- Cisto Oval ou elipsóide (8 a 12m comprimento/7 a 9m largura) – 4 núcleos Quando corado, pode mostrar uma delicada membrana destacada do citoplasma (parede cística). BIOLOGIA * Forma infectante - cisto * Viáveis no ambiente – 2 meses * Resistentes à cloração da água e aquecimento até 60°C * Fervura 5 minutos – inativação dos cistos * Eliminação nas fezes não é contínua * Habitat – Duodeno e início do jejuno * 300 milhões a 14 bilhões cistos/dia TRANSMISSÃO Sexo anal-oral Monoxênico CICLO DE VIDA PATOGENIA * Período de incubação – 1 a 3 semanas (até 6 semanas) *Atapetamento do duodeno – reduz absorção nutrientes Esteatorreia * Disco suctorial irrita as vilosidades intestinais * Múltiplas infecções podem retardar o crescimento SINTOMATOLOGIA * 50% resolve espontaneamente; * 5 a 15% assintomáticos – Eliminação de cistos por até 6 meses; * Crianças – fezes líquidas ou pastosa, insônia, irritabilidade, náuseas, vômitos, perda de apetite (c/ ou s/ emagrecimento), dor abdominal, diarreia com esteatorreia; * Forma aguda (primo infecção/ingestão de vários cistos) - diarreia aquosa, explosiva, com odor fétido, gases, distensão e dor abdominal; * Forma crônica – episódios de diarreia, má absorção de gorduras e nutrientes; emagrecimento (crianças). Cepa do parasito Número de cistos Estado imunológico DIAGNÓSTICO • Clínico – crianças 8 meses a 10-12 anos • Laboratorial 1- Parasitológico de fezes (coleta em dias alternados) – pesquisa cistos e/ou trofozoítos Amostra de fluido duodenal ou biópsia duodenal (raro) 2- Imunológico – Elisa e RIFI (Falsos positivos) ELISA – detecção de coproantígenos (sensível e específico) TRATAMENTO • Metronidazol – excelente absorção oral, elevada eficácia, tratamento mais longo – meia vida curta • Tinidazol – Dose única • Secnidazol – dose única • Alteração do DNA do parasito • Albendazol • Nitazoxanida (Annita) – Bloqueio da transferência de elétrons TRATAMENTO MEDICAMENTO ADULTO CRIANÇA Secnidazol 2g VO dose única 30mg/Kg ou 1ml/Kg – dose única após refeição Tinidazol 2g VO dose única 30mg/Kg – dose única Metronidazol 250mg, VO, 2x ao dia, 5 dias 15mg/kg/dia (máx. 250mg), VO, dividida em 2 tomadas – 5 dias Nitazoxanida 1 comprimido -500 mg, 2 vezes por dia – 3 dias 7,5 mg/kg, 2 vezes por dia (a cada 12 horas) – 3 dias Albendazol 1 comprimido 400mg – dose única 400mg/dia/5 dias PREVENÇÃO •Tratamento dos doentes • Lavar bem frutas e verduras • Beber água fervida ou filtrada • Profilaxia em aglomerado de pessoas • Higiene pessoal • Cuidado com moscas e baratas AMEBÍASE • Amebíase – doença causada pela Entamoeba histolytica, com ou sem manifestações clínicas • Importante problema de saúde pública INTRODUÇÃO Complexo Entamoeba histolytica E. histolytica – patogênica, invasiva, diferentes graus de virulência e diferentes formas clínicas E. dispar – não invasiva, não virulenta, pode causar erosões na mucosa intestinal, sem invadí-la OMS acatou a proposta em 1977 Filo Sarcomastigophora • Classe Lobozia • Família Entamoebidae • Gêneros Entamoeba, Iodamoeba e Endolimax • Espécies encontradas no homem – E. histolytica, E. coli, E. dispar, E. hartmanni, Endolimax nana, Iodamoeba butschlii, Diantamoeba fragilis, E. gengivalis CLASSIFICAÇÃO Trofozoíto ou forma vegetativa Mede 10 a 60m Geralmente tem apenas 1 núcleo Pleomórfico, ativo, alongado, emissão contínua e rápida de pseudópodes (locomoção) Vivem no intestino grosso (anaeróbios/microaerófilos) Alimentação - fagocitose ou pinocitose Reprodução – divisão binária MORFOLOGIA Pré cisto Fase intermediária entre o trofozoíto e o cisto Oval ou arredondado, menor que o trofozoíto Metacisto Forma multinucleada que emerge do cisto no intestino delgado Sofre divisões – origina trofozoíto Cisto Esféricos ou ovais Parede quitina e glicoproteína Núcleos pouco visíveis – variam de 1 a 4 Presença de vacúolos de glicogênio Viabilidade – 20 dias MORFOLOGIA TRANSMISSÃO Sexo anal-oral 1- Ingestão cistos maduros 2- porção terminal do intestino delgado – desencistamento (metacisto) 3- Divisões sucessivas – trofozoítos 4- Desprendem da luz – desidratação – pré cistos 5- Síntese de membrana cística – cistos (fezes) CICLO DE VIDA CICLO PATOGÊNICO AMEBÍASE INTESTINAL 1- Formas assintomáticas – 80 a 90% - infecção é determinada pelo encontro de cistos nas fezes 2- Formas sintomáticas Colite não disentérica (amebíase intestinal crônica) – mais comum em nosso meio (90% dos casos) - Insidiosa – crises diarreicas (fezes líquidas ou pastosas), muco - Alternância de períodos sintomáticos e assintomáticos - Cólicas abdominais AMEBÍASE INTESTINAL 2- Formas sintomáticas (amebíase invasiva) Colite disentérica ou Colite amebiana – aguda, cólicas intensas e diarreia mucossanguinolenta (8 a 10 evacuações/dia), tenesmo, desidratação, náuseas e vômitos, pirose (azia), febre moderada EXAME FÍSICO - Desidratação - Distenção abdominal - Hepatomegalia - Dor difusa à palpação - Aumento dos ruídos intestinais Crianças, grávidas, imunodeprimidos Colite amebiana fulminante – invasão dos tecidos pelos trofozoítos – ulcerações e hemorragias - Complicação rara – elevada mortalidade (imunodepressão) - Febre elevada e contínua, evacuações com muco, sangue e pus, odor fétido (contaminação bacteriana); dor abdominal intensa e difusa, vômitos. Pode haver perfuração da parede intestinal. - Ameboma – Quadro muito raro (hipersensibilidade) Reação exacerbada do tecido conjuntivo com formação granulomatosa (estreitamento da luz intestinal) - Único ou múltiplos - Surtos esporádicos de diarreia, inapetência, perda de peso, constipação intestinal - Confundido com carcinomas - Testes imunológicos positivos AMEBÍASE EXTRA INTESTINAL Invasão da mucosa – vasos sanguíneos Fígado (principal órgão atingido) Processo inflamatório difuso com degeneração celular e necrose Abscesso hepático amebiano – mais comum - Febre irregular, dor no hipocôndrio direito (exacerbada durante movimentação), calafrios, sudorese, náuseas e vômitos, hepatomegalia, fraqueza. DIAGNÓSTICO Diagnóstico seguro: Quadro clínico compatível com amebíase; Encontro de Entamoeba histolytica; Teste sorológico positivo – incativo de invasão do intestino; Resposta favorável ao medicamento. Pesquisa em fezes líquidas Busca de trofozoítos; Trofozoítos com hemácias fagocitadas (invasão intestinal); Pesquisa em fezes formadas Busca de cistos; Pesquisa em outros materiais Retossigmoidoscopia; Punção do abscesso hepático.DIAGNÓSTICO Diagnóstico imunológico Importantes nos casos de amebíase invasiva e extraintestinal. ELISA Hemaglutinação indireta RIFI Exames inespecíficos – Reforçam a suspeita clínica Hemograma - leucocitose, neutrofilia e desvio para esquerda Exame endoscópio – retossigmoidoscopia (identifica ulcerações e coleta de material) Exames de imagem Tomografia computadorizada – diagnóstico precoce Ultrassonografia – para suspeita de abscesso hepático DIAGNÓSTICO Amebicidas luminais ou de contato – escassa absorção, sem efeitos colaterais, não difunde para os tecidos, sem contra-indicações. Agem por contato sobre os trofozoítos, não destroem cistos. Indicações: 1- Assintomáticos (portadores sãos) 2- Amebíase intestinal invasiva ou extra-intestinal – impede a re-invasão dos tecidos (erradicação do parasito) + AMEBICIDAS TISSULARES TRATAMENTO Amebicidas tissulares – Absorvidos plenamente no intestino e difundido para os tecidos invadidos. Colite necrotizante e abscesso hepático – Metronidazol EV 8/8 horas + antibióticos. Após passa-se para via oral. Secnidazol - Adultos: 2g, em dose única. Crianças: 30mg/kg/dia, VO, máximo de 2g/dia. Evitado no 1º trimestre da gravidez e amamentação. Metronidazol – Adultos: 500mg, 3 vezes/dia, durante 5 dias. Crianças: 35mg/kg/dia, 3 tomadas, durante 5 dias. Formas graves: amebíase intestinal sintomática ou Amebíase extra- intestinal): Metronidazol - Adultos: 750mg, VO, 3 vezes/dia, durante 10 dias. Crianças, 50mg/kg/dia, 10 dias. Tinidazol - 2g, VO, para adultos, após uma das refeições, durante 2 dias, para formas intestinais. Forma extra-intestinal - 50mg/kg/dia, durante 2 ou 3 dias (depende da forma clínica). Em formas graves, utilizar a mesma dosagem das formas leves, por 3 dias. Em crianças, a dosagem recomendada é 50mg/kg/dia. TRATAMENTO * Presença de E. histolytica na luz intestinal varia em 5 a 50% da população. * Brasil – alta prevalência Manaus, Belém, João Pessoa, Porto alegre, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. * Assintomáticos – 100g fezes = 6 milhões de cistos. * Considerada DST – contato anal-oral. * Alterações da flora bacteriana – potencializam a patogenicidade. EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA Artigo Scielo 2008 PROFILAXIA •Tratamento dos doentes • Lavar bem frutas e verduras • Beber água fervida ou filtrada • Higiene pessoal • Cuidado com moscas e baratas • Atenção especial aos manipuladores de alimentos
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