Buscar

PROC TEC FERIDAS CURATIVOS 4

Prévia do material em texto

Curso de Procedimentos 
Técnicos em Feridas e 
Curativos 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
MÓDULO IV 
 
 
Recursos para o Tratamento de Feridas e importância do controle de infecções 
 
Como já referimos, a etapa inicial do tratamento de uma ferida deve ser sua 
adequada avaliação, que implica na avaliação geral da pessoa e na avaliação focal da 
lesão em si. 
Após a avaliação, o profissional estará em condições de planejar as diversas 
etapas dos cuidados de enfermagem, que propiciarão as necessárias e adequadas 
condições para que o processo de reparação e cicatrização dos tecidos possa evoluir, 
conforme descrito no Módulo II. 
 
Limpeza 
 
A limpeza da ferida reduz a carga microbiana, remove corpos estranhos, minimiza 
o odor, preserva tecidos viáveis e favorece a cicatrização (Rodeheaver,1999). 
Com o avanço tecnológico contamos com o advento de inúmeras substâncias 
disponíveis no mercado atualmente, incluindo em sua formulação antissépticos em baixa 
dosagem, surfactantes e ou tensoativos com o intuito de auxiliar na remoção de 
contaminantes da ferida, sem, contudo, provocar agressão aos delicados e frágeis tecidos 
fundamentais ao processo de reparo (Rodeheaver, 2001). 
A região da pele íntegra que margeia a ferida (denominada região perilesional) 
abriga microrganismos que podem ser fonte de contaminação. Dessa forma, a limpeza 
tem o intuito de remover patógenos e ajudar a fixação da cobertura. O agente de limpeza 
é determinado pela sujidade e integridade da pele. Recomenda-se, portanto, a utilização 
de soluções degermantes e enxágue suficiente para remoção dos resíduos ou uso de 
soluções antissépticas, preferencialmente clorexidina aquosa. 
 
 
 
 
 
56 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Todas estas considerações não diminuem a responsabilidade e o compromisso 
do profissional de preservar e proteger o paciente de contaminações oriundas de técnicas 
inadequadas e produtos contaminados (Yamada, 2003). 
Algumas recomendações devem ser seguidas para o adequado processo de 
limpeza das feridas: 
- Limpeza de ferida cirúrgica aguda (incisões/excisões) - recomendamos o 
“toque suave” da gaze umedecida em SF 0.9%, a 37° C, em movimentos únicos, da área 
menos contaminada para a mais contaminada; 
- Limpeza da ferida aberta (causa cirúrgica: deiscência / causas não cirúrgicas: 
feridas agudas, abrasões; feridas crônicas como pé diabético; úlcera por pressão; úlcera 
venosa, entre outras) - recomenda a utilização da solução fisiológica (SF 0.9%), a 37° C, 
sob pressão, utilizando seringa de 20 mL e agulha 40 X 12 (4-15PSI). Na presença de 
cavidade, remover o excesso de soro. 
 
Métodos de Desbridamento 
 
O desbridamento é um processo fisiológico que acontece na fase inflamatória em 
que macrófagos e neutrófilos digerem e removem plaquetas aproveitadas na hemostasia, 
debris celulares e tecidos avascularizados. Entretanto, com o acúmulo destes elementos, 
este processo fisiológico torna-se difícil e pode ser insuficiente, exigindo, assim, medidas 
que complementem o desbridamento natural (Bryant, 2000). 
Diferentes métodos de desbridamento podem ser utilizados, levando em 
consideração as características da ferida, aspecto do tecido inviável, etiologia e condições 
clínicas da pessoa. São classificados como seletivos (remoção do tecido inviável) ou 
não-seletivos (remoção dos tecidos viável e inviável). São divididos de acordo com o 
mecanismo de ação: autolítico, mecânico, enzimático, biológico e cirúrgico. 
A escolha do método de desbridamento leva em consideração aspectos como: 
infecção, tempo para remoção do tecido desvitalizado, tipo de ferida e de exsudato, 
quantidade e tipo de tecido inviável, problemas potenciais como trauma no leito da lesão e 
 
 
 
 
 
57 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
maceração, ou de outra maneira, urgência da necessidade do desbridamento, nível de 
cuidado e disponibilidade de recursos tanto humanos como materiais (Ayello, 2003). 
 
Desbridamento Autolítico 
 
É indolor e não invasivo. Utiliza enzimas endógenas presentes na fase 
inflamatória, para remoção do tecido desvitalizado, sendo um método seletivo. A autólise, 
processo fisiológico, ocorre na presença de ambiente úmido com boa vascularização, 
adequado número de leucócitos e neutrófilos e estado nutricional. 
Indicação: Feridas que apresentem tecido necrótico. 
 
Desbridamento Mecânico 
 
É um método não seletivo, em desuso e que pode ocasionar dor. Neste método 
estão a técnica da gaze seca, a hidroterapia e a irrigação do leito. A técnica de irrigação 
do leito é a mais aceita atualmente e eficaz na remoção de debris, matéria particulada e 
bactérias, sem causar trauma ao tecido vivo, desde que respeitada a pressão 
recomendada entre 4-15PSI. 
Recomendamos apenas a utilização de SF 0,9% a 370C, sob pressão, utilizando-
se seringa de 20 ml e agulha 40 X 12. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Desbridamento Cirúrgico 
 
É realizado por médico cirurgião utilizando “laser” ou instrumental de corte, 
preferencialmente em ambiente cirúrgico. 
 
Desbridamento com Instrumental Conservador 
 
É realizado somente por enfermeiros especialistas, que tenham atingido a 
competência e habilidade para realizá-lo, utilizando instrumental de corte. 
Indicação: Escara, Esfacelos e Corpos estranhos / partículas inorgânicas. 
 
Desbridamento Enzimático 
 
É realizado por meio da aplicação tópica de enzimas exógenas (fibrinolisina, 
colagenase, papaína) que degradam o tecido necrótico por meio da degradação proteica, 
liquefazendo-o, o que permite seu desprendimento do tecido viável. Pode ser associado a 
outros métodos em lesos com grandes áreas necróticas com o intuito de obtenção de 
resultados mais rápidos. Neste tipo de desbridamento pode-se utilizar colagenase, que 
degrada o colágeno do tecido necrótico; a fibrinolisina, que degrada a fibrina do colágeno 
e exsudato ou a papaína, que degradam as moléculas de proteína de tecido inviável 
seletivamente, devido a ação da α1-antitripsina, globulina humana que inativa a ação das 
proteases (Monetta, 1995; Monetta, 1998; Monetta, 2003; Santos, 2000). As duas 
primeiras enzimas são encontradas no mercado em forma de gel e a papaína pode ser 
utilizada apenas em forma de gel e solução, sendo contraindicado o uso do pó e pomada. 
(Monetta, 1998; Monetta, 2003). Recente publicação do FDA adverte para os riscos com 
utilização de formulações não aprovadas, citando entre outros, o risco de toxicidade para 
diversos tecidos (FDA,2008). 
 
 
 
 
 
 
59 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Desbridamento BiológicoÉ um desbridamento considerado químico, biológico ou biocirúrgico com 
aplicação de larvas de moscas esterilizadas que secretam enzimas proteolíticas sobre o 
leito das feridas, com o intuito de remoção do tecido necrótico. Sua aplicação tem 
crescido consideravelmente a partir da década de 90 em inúmeros centros dos Estados 
Unidos. No entanto a prática ainda é pouco difundida no Brasil (Martini, 2003). 
 
Produtos mais utilizados no tratamento de feridas 
 
Após assegurar-se de que a ferida encontra-se livre de agentes físicos, químicos 
e biológicos que possam prejudicar a evolução do processo cicatricial, devem-se proteger 
os tecidos viáveis e assegurar que a região perilesional e o leito da lesão sejam mantidos 
em condições adequadas para que as fases do processo possam desencadear-se de 
forma harmoniosa. Segundo Turner (1982), as técnicas para realização de curativos 
devem assegurar as condições adequadas para a reparação tecidual: 
 
? Manter o meio úmido na interface curativo/ferida; 
? Oferecer proteção mecânica contra traumas, atrito, fricção; 
? Ser seguro (não ser tóxico, ser hipoalergênico); 
? Remover o excesso de exsudato; 
? Permitir a troca gasosa; 
? Fornecer isolamento térmico; 
? Ser impermeável a bactérias; 
? Ser isento de partículas; 
? Permitir a retirada sem traumas; 
 
 
 
 
 
60 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
? Ser adaptável a diferentes regiões corporais; 
? Ser agradável e reduzir a dor; 
? Estar disponível em diferentes formatos e tamanhos; 
? Não requerer trocas frequentes; 
? Ter boa relação custo-benefício. 
 
Dentre os produtos disponíveis, relacionaremos a seguir aqueles que demonstram 
maiores evidências de eficácia e podem beneficiar o processo de reparação tecidual e 
contribuir para a cicatrização das feridas. Entretanto, como referem Mandelbaum (2004), 
a escolha destes diversos recursos deve se basear em três pontos fundamentais: 
- As características e necessidades da ferida, no momento em que se realiza a 
avaliação da ferida e a troca do curativo; 
- As necessidades do paciente, em função de suas condições gerais de saúde, 
suas condições econômicas de adquirir os produtos ou ter acesso a eles, e sua facilidade 
de uso; 
- O custo-benefício e custo-efetividade, pois algumas destas coberturas e 
produtos têm custo financeiro elevado e devem ser reservadas para situações especiais, 
em que não seja possível a utilização de um produto de menor custo. 
 
Ácidos Graxos Essenciais 
 
Composição: óleo vegetal composto por ácido linoleico, caprílico, cáprico, 
vitamina A, vitamina E e lecitina de soja. 
Ação: hidratação (pele integra) mantém umidade, promove a quimiotaxia e 
angiogênese (lesões). 
Indicação: prevenção e tratamento de lesões com ou sem infecção. 
 
 
 
 
 
61 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Modo de usar: aplicar na ferida ou embeber a gaze, proteger com secundário e 
fixar. Troca diária. 
Pode ser associado a outras coberturas. 
 
Alginato de cálcio e sódio 
 
Os alginatos são sais do polímero natural de ácido algínico derivado das algas 
marinhas marrons. Estes curativos são comercializados em embalagens individuais e 
estéreis e são especialmente indicados para feridas cavitárias altamente exsudativas, 
devido ao seu elevado poder de absorção e eficiente estímulo à granulação tecidual 
(DANTAS, 2003). Podem também ser utilizados em feridas sangrantes, com ou sem 
infecção, até a redução do exsudato. Em feridas infectadas trocar, no máximo, a cada 24 
horas e em feridas limpas com sangramento a cada 48 horas ou quando saturado. Com a 
diminuição do exsudato, as trocas poderão ser efetuadas a cada 3 ou 4 dias. 
Composição: íons de cálcio (80%), íons de sódio (20%), ácidos gulurônico e 
manurômico (derivados de algas marinhas). 
Ação: a troca iônica promove a formação de gel (umidade), desbridamento 
autolítico, hemostasia e grande absorção de exsudato. 
Indicação: feridas sangrantes com exsudação abundante, cavitárias com ou sem 
infecção. 
Troca do curativo: trocar a cobertura secundária sempre que saturar. Nas feridas 
infectadas a cada 24 horas e nas feridas limpas entre 02 e 05 dias. 
 
Bota de Unna 
 
Composição: bandagem contendo óxido de zinco, glicerina, gelatina em pó e 
água. O produto comercializado é acrescido de glicerina, acácia, óleo de castor e 
petrolato branco para evitar o endurecimento. 
 
 
 
 
 
Mecanismo de Ação: facilita o retorno venoso e auxilia na cicatrização. Evita o 
edema nos membros inferiores. 
Indicação: úlceras de estase venosa. 
Contraindicação: úlceras arteriais e presença de infecção ou inflamação. 
Modo de Usar: limpeza do local com gaze e soro fisiológico (jatos). Aplicar a 
bandagem na perna totalmente desinchada pela manhã. Iniciar pela base do pé, 
envolvendo a perna sem deixar enrugá-la até a altura do joelho. Colocar uma bandagem 
elástica para a compressão. 
Troca do curativo: Semanalmente. 
Observações: Devem ser observados sinais de infecção local ou sistêmica 
durante a utilização da bota. 
62 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Carvão Ativado e Prata 
 
O Carvão Ativado e Prata é uma cobertura primária, composta de um tecido 
carbonizado em uma atmosfera desprovida de oxigênio e impregnada com nitrato de 
prata a 0,15% envolto por uma camada de não-tecido, selado em toda a sua extensão 
indicada, mais especificamente, no tratamento de feridas com média a moderada 
 
 
 
 
 
63 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
quantidade de exsudato. É preciso ressaltar, no entanto, que a cobertura de Carvão 
Ativado e Prata não deve ser violada, tendo em vista a possibilidade de liberar fragmentos 
tóxicos no leito da ferida. A prata, por sua vez, é um potente microbicida que age sobre o 
crescimento e resistência bacteriana. A ação do Carvão Ativado, por meio da força 
magnética, exerce, portanto, a função de absorção dos microbianos e exsudato presente 
no leito da ferida. O processo, em síntese, favorece a aderência das bactérias ao Carvão 
Ativado e Prata a fim de deixar o leito da ferida livre de toxicidade e propício à cicatrização 
(DANTAS, 2003; MULDER, 1996). 
Além da ação bactericida e desodorizante, a cobertura tem a vantagem de não 
aderir ao tecido neocicatricial, preservando-o de traumas no ato da retirada e, com isso, 
eliminando significativamente a dor local. Sendo assim, possui indicação para o 
tratamento de feridas infectadas exsudativas, úlceras de pressão, úlceras varicosas, 
incisões cirúrgicas, entre outros. 
O curativo de Carvão Ativado com Prata, enquanto curativo primário, necessita de 
curativo secundário, devendo este ser trocado em intervalos menores de tempo. Nas 
primeiras trocas a cobertura de carvão deve ser trocada diariamente, podendo aumentar 
gradativamente, até sete dias, conforme a redução da quantidade de exsudato. Com a 
diminuição do número de trocas e redução da agressão ao tecido neoformado tem-se, 
consequentemente, a minimização da dor ao paciente e do investimento de tempo pelos 
profissionais de enfermagem na realização do curativo (DEALEY, 2001; CÂNDIDO, 2004). 
Em última análise, a cobertura de Carvão Ativado e Prata pode assemelhar-se a um 
curativo ideal, por evitara mudança frequente da temperatura e do pH do leito da ferida, 
permitindo, desse modo, um processo de cicatrização ainda mais intenso. 
Composição: carvão ativado impregnado com prata a 1,5% e envolto por tecido 
de nylon. 
Ação: absorve exsudato, filtra odor, bactericida. 
Indicação: feridas infectadas e exsudativas. 
Observações: não pode ser cortado, não pode ser utilizado nos casos de 
exposição óssea. 
 
 
 
 
 
64 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Troca do curativo: trocar cobertura secundária; troca do carvão: entre 02 e 05 
dias. 
 
Clorexidina: (Di-Gluconato de Clorexidina) 
 
Germicida por destruição da membrana citoplasmática bacteriana, que se 
mantém na presença de matéria orgânica. 
Ação: é citotóxico e reduz a força tensil tecidual. 
Indicação: antissepsia da pele e pericatéteres (profilaxia em procedimentos 
invasivos e prevenção de colonização). 
 
Colagenase 
 
Composição: enzima proteolítica. 
Ação: desbridamento suave, não invasivo devido à degradação de colágeno 
Indicação: ferida com tecido desvitalizado. 
Modo de usar: aplicar fina camada, colocar gaze úmida, aplicar o curativo 
secundário e fixar. 
Troca diária. 
 
Cobertura não aderente estéril 
 
Composição: tela de acetato de celulose, impregnada com emulsão de 
petrolatum, hidrossolúvel. 
Ação: proporciona a não aderência da ferida. 
Indicação: áreas doadoras e receptoras de enxerto, abrasões e lacerações. 
 
 
 
 
 
 
Coberturas impregnadas com Prata 
 
Filme Transparente semipermeável 
 
Composição: poliuretano, hipoalergeno, aderente, transparente e elástico e 
semipermeável. 
Ação: umidade, permeabilidade seletiva, impermeável a fluidos. 
Indicação: fixação de catéteres, proteção de pele íntegra, na prevenção de 
úlceras por pressão em pacientes acamados e imobilizados. 
Observações: pode ser usado como curativo secundário. 
Troca: pode ser mantido por até 07 dias, dependendo das condições da pele, 
umidade, do atrito e da fricção. Avaliar diariamente. 
 
 
Hidrocoloide 
 
São curativos comercializados com a finalidade de tratamento de feridas limpas e 
prevenção de úlceras de pressão. A camada externa destes curativos, formada por 
espuma de poliuretano, serve como barreira térmica aos gases, a líquidos, microbiana e 
65 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
mecânica. A camada interna, composta por gelatina, pectina e carboximetilcelulose sódica 
tem as propriedades de absorção de exsudato, manutenção do pH ácido e manutenção 
de ambiente úmido, estimulando a angiogênese e o desbridamento autolítico. Alivia a dor 
por meio da proteção das terminações nervosas e não-aderência ao leito da ferida e é 
autoaderente, dispensando a utilização de curativos secundários. A placa de hidrocoloide 
deve ser trocada sempre que o gel extravasar ou o curativo descolar ou no máximo a 
cada 7 dias (MANDELBAUM et al., 1998). 
Composição: gelatina, pectina, carboximetilcelulose sódica e espuma de 
poliuretano. 
Ação: estimula angiogênese e o desbridamento autolítico, acelera o processo de 
granulação. 
Indicações: ferida não infectada, c/ leve a moderada exsudação. Prevenção de 
úlcera de pressão. 
Observações: odor desagradável na retirada. 
Troca: pode durar até 07 dias, dependendo do volume de exsudato. Deve ser 
avaliado diariamente, 
 
 
Hidrogel: amorfo ou em placa 
 
Composição: água (77,7%), propilenoglicol (20%) e carboximetilcelulose (2,3%). 
66 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
Ação: amolece e remove tecido desvitalizado por meio de desbridamento 
autolítico. 
Indicação: feridas abertas com crostas e tecidos desvitalizados. 
Observações: necessita de cobertura secundária. 
Troca de 24 a 72 horas. 
 
 
Hidropolímero 
 
Composição: almofada de espuma composta de camadas de não tecido, 
revestida por filme de poliuretano. 
Ação: mantém a umidade, absorve pouco exsudato, preenchendo a cavidade. 
Indicação: feridas não infectadas com baixa ou moderada exsudação. 
Observação: troca sempre que saturar, podendo ficar até 05 dias. 
 
Oxigênio hiperbárico 
 
A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) é uma modalidade terapêutica que consiste 
na oferta de oxigênio puro (FiO2 = 100%) em um ambiente pressurizado a um nível acima 
da pressão atmosférica, habitualmente entre duas e três atmosferas. A OHB pode ser 
aplicada em câmaras com capacidade para um paciente (câmara monopaciente ou 
monoplace) ou para diversos pacientes (câmara multipaciente ou multiplace). A 
67 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
68 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
oxigenoterapia hiperbárica é reconhecida como uma modalidade terapêutica que deve ser 
aplicada por um médico. No Brasil, as indicações foram regulamentadas pelo Conselho 
Federal de Medicina, mediante resolução CFM 1457/95. 
As indicações para a realização da terapia hiperbárica são as seguintes: 
• Embolia gasosa; 
• Doença descompressiva; 
• Embolia traumática pelo ar; 
• Gangrena gasosa; 
• Síndrome de Fournier; 
• Outras infecções necrotizantes de partes moles: celulites, fasceítes e miosites; 
• Vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou por toxinas 
biológicas (aracnídeos, ofídios e insetos); 
• Lesões por radiação: radiodermite, osteorradionecrose e lesões actínicas de 
mucosas; 
• Anemia aguda, nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea; 
• Isquemias traumáticas agudas: lesão por esmagamento, síndrome 
compartimental, reimplante de extremidade amputada e outros; 
• Queimaduras térmicas ou elétricas; 
• Lesões refratárias: úlceras de pele, pé diabético, escaras de decúbito, úlceras 
por vasculites autoimunes, deiscências de sutura; 
• Osteomielite; 
• Retalhos ou enxertos comprometidos. 
 
Os efeitos colaterais da OHB são os seguintes: 
• Toxicidade pulmonar: tosse seca, dor retrosternal, hemoptoicos e edema 
pulmonar; 
 
 
 
 
 
69 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Toxicidade neurológica: parestesias e convulsão (1:10.000 tratamentos); 
• Desconforto e barotrauma auditivos; 
• Desconforto nos seios da face; 
• Alterações visuais transitórias. 
 
Papaína 
 
Consiste num complexo de enzimas proteolíticas, retirado do látex do mamão 
papaia (Carica Papaya). Este complexo provoca dissociação das moléculas de proteína, 
resultando em desbridamento químico. É bactericida e bacteriostático, além de estimular 
a força tênsil das cicatrizes e acelerar o processo cicatricial. Está indicado para o 
tratamento de feridas abertas, limpas ou infectadas e para o desbridamento de tecidos 
desvitalizados. A periodicidade da troca é, no máximo, a cada 24 horas ou de acordo com 
a saturação do curativo secundário (DEALEY, 2001; DANTAS, 2003). 
Composição: enzimas proteolíticas, retiradas do látex do mamão papaia. 
Ação: desbridante, anti-inflamatória e bactericida. 
Indicação: feridas abertas, infectadas e com tecido necrótico. 
Modo de usar: lavar a lesão com jatos de solução com concentrações 
dependentesda característica da lesão. Cobrir com gaze embebida em soro fisiológico a 
0,9% e curativo secundário. Fixar. 
Troca diária. 
Advertência e cuidados especiais: em alerta emitido pelas entidades SOBENDE e 
SOBEST (www.sobende.org.br e www.sobest.org.br), tendo como base publicação do 
FDA, “as pessoas alérgicas ao látex podem desenvolver alergia cruzada quando utilizam 
enzimas como a papaína e algumas outras enzimas”. Neste sentido, é importante 
investigar este tipo de alergia, pois as reações podem ser leves, graves e até mesmo 
gravíssimas, levando à morte por anafilaxia. Com o crescente uso de luvas de 
 
 
 
 
 
70 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
procedimentos, camisinha, e derivados do látex, é cada vez maior o número de pessoas 
alérgicas a este produto, o que exige cautela por parte dos profissionais ao utilizar esta 
enzima. Nos Estados Unidos o FDA proibiu a utilização de cremes contendo papaína, 
desde 25 de setembro de 2008, em função deste risco. No Brasil, até o momento a Anvisa 
não se manifestou a respeito. 
 
Protetores cutâneos para estomas 
 
São compostos comercializados na forma de pó, pasta ou placa, com a função de 
proteger e regenerar a epiderme de lesões de pele provocadas por esparadrapagem, 
fixação de bolsas coletoras, extravasamentos de drenos, estomas e fístulas. Em sua 
composição tem-se: gelatina, pectina, carboximetilcelulose sódica e poliisobutileno. A 
gelatina faz a hidrólise parcial do colágeno e é um agente hemostático e absorvente. A 
pectina é uma substância mucilaginosa com poder de absorção de água formando 
soluções coloidais viscosas e opalescentes (gel) com propriedades protetoras sobre as 
mucosas. A carboximetilcelulose sódica proporciona viscosidade e estabilidade à 
emulsão. O poliisobutileno, por sua vez, é um elastômero resistente aos ácidos drenados 
pelo organismo. Estes protetores devem ser trocados somente quando houver perda de 
sua aderência (CARNEIRO et al., 1998). 
 
Sulfadiazina de prata a 1% 
 
Composição: sulfadiazina de prata a 1%. 
Ação: bactericida e bacteriostática residual. 
Indicação: queimaduras, principalmente nas primeiras 24 horas. 
Observação: retirar excesso remanescente a cada troca de curativo. Em áreas 
extensas, monitorar sulfa sérica e função renal. 
 
 
 
 
 
 
71 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
ATRIBUIÇÕES DOS DIFERENTES PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NA 
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE FERIDAS 
 
A enfermagem é uma profissão composta por diferentes categorias, sendo 
necessária a definição das competências de cada integrante da equipe. A Legislação do 
Exercício Profissional (Lei 7468) prevê diferentes atribuições, responsabilidades, deveres 
e direitos, os quais devem nortear as ações dos profissionais para que atuem como uma 
equipe, com cooperação, respeito mútuo e complementariedade de ações, para que a 
assistência de enfermagem possa ser contínua, integral, individualizada e qualificada. O 
“Fórum de especialistas em enfermagem em dermatologia e estomaterapia” delineou as 
seguintes atribuições dos profissionais de enfermagem no tratamento de feridas: 
 
Enfermeiro Generalista: 
• Capacitar recursos humanos; 
• Realizar pesquisas; 
• Elaborar protocolos; 
• Emitir parecer técnico; 
• Indicar a utilização de superfícies dinâmicas e estáticas; 
• Realizar desbridamento autolítico e enzimático; 
• Solicitar parecer ao enfermeiro especialista em casos complexos (pés 
diabéticos, feridas oncológicas, úlceras com envolvimento de estrutura tendínea e ou 
óssea, lesões provenientes de patologia autoimune, lesões tuneilizadas em pacientes 
imunoincompetentes) e sempre que julgar necessário; 
• Implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE; 
• Realizar anotações de enfermagem. 
 
 
 
 
 
 
 
72 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Enfermeiro Especialista 
• Capacitar recursos humanos; 
• Realizar pesquisas; 
• Elaborar e validar protocolos; 
• Emitir parecer técnico; 
• Prescrever coberturas; 
• Indicar a utilização de superfícies dinâmicas e estáticas; 
• Realizar previsão do tempo de tratamento das feridas e estimativa de custos; 
• Realizar desbridamento autolítico, enzimático e com instrumental conservador; 
• Assumir responsabilidade técnica em consultórios especializados e em grupos 
de referência para o tratamento de pessoas com feridas, seja no atendimento hospitalar, 
ambulatorial ou domiciliar, visando à promoção da integridade da pele, prevenção, 
tratamento e reabilitação; 
• Implementar a SAE; 
• Coordenar a equipe de enfermagem; 
• Realizar anotações de enfermagem; 
• Realizar auditoria; 
• Coordenar cursos de pós-graduação na área; 
• Atuar como responsável e consultor técnico junto a empresas que atuam no 
seguimento de produtos para os cuidados com a pele e tratamento de feridas. 
 
Técnico de Enfermagem 
• Realizar ações de promoção da integridade da pele e prevenção de feridas, 
sob orientação e prescrição do enfermeiro; 
 
 
 
 
 
73 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Realizar curativos de menor complexidade mediante a prescrição e supervisão 
do enfermeiro; 
• Realizar anotações de enfermagem. 
 
Auxiliar de Enfermagem 
• Realizar ações de promoção da integridade da pele e prevenção de feridas, 
sob orientação e prescrição do enfermeiro; 
• Auxiliar o enfermeiro e/ou técnico na realização de curativos; 
• Realizar anotações de enfermagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
---------FIM DO MÓDULO IV ----------- 
 
 
 
 
 
 
 
74 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 
ALMEIDA, E.A.; BRANDÃO, E.S.; DAVIDSON, E. Manual para realização de curativos. 
Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2003. 
ANVISA. Resolução RDC nº 45, de 12 de março de 2003. Dispõe sobre o Regulamento 
Técnico de Boas Práticas de Utilização das Soluções Parenterais em Serviço de Saúde. 
São Paulo. Disponível em: <www.anvisa.org.br>. 
ARNOLD JR, H. L.; ODOM, R. B.; JAMES, W. D. Doenças da Pele de Andrews – 
Dermatologia Clínica. São Paulo: Manole, 1994. p. 1-14. 
AYELLO, E.; FRANZ, R. Pressure ulcer prevent and treatment: competency-based 
nursing curricula. Dermatology Nursing, v.15, n.1, p.44-65, feb. 2003. 
AZULAY, D. R. Dermatologia. 4.ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 1-15. 
BARANOSKI, S.; AYELLO, E.A. Wound Care Essentials practice principles. New York: 
Lippincott Williams & Wilkins, 2003. 
BIERI, D. et al. The faces pain scale for the self-assessment of the severity of pain 
experienced by children: development, initial validation, and preliminary investigation for 
ratio scale properties. Pain. 
BOFF, L. Saber Cuidar: ética do humano-compaixão pela terra. Petrópolis/Rio de 
Janeiro: Vozes, 1999., p. 142-147. 
Borges EL, S. S. et al. Feridas: como Tratar. Belo Horizonte: Coopmed, 2001. 
BRANDÃO, E.S. O cuidar de enfermagem ao cliente com afecção cutânea: 
paradigma sociopoética. Rio de Janeiro, 2002. Dissertação Faculdade de Enfermagem 
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 
Brandão, E.S. Técnicas, soluções e coberturas utilizadas no tratamento de feridas. In: 
Brandão, E.S. Enfermagemem Dermatologia: cuidado técnico, dialógico e solidário. Rio 
de Janeiro: Cultura médica, 2006. 
 
 
 
 
 
75 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
BRYANT, R.A. Acute and Chronic Wounds-Nursing Management. 2.ed. St. Louis: 
Mosby, 2000, p. 157. 
CANDIDO, L. C. Curativos e coberturas. Disponível 
em:<http://www.feridologo.com.br/curcarvaoativado.htm>. Acesso em: 07 nov. 2008. 
CRUZ, D.A.L.M.; PIMENTA, C.A.M. Avaliação do doente com dor crônica em consulta de 
enfermagem: proposta de instrumento segundo diagnósticos de enfermagem. Revista 
latino-americana de Enfermagem. Ribeirão Preto, v.7, n.3, p.49-62, jul 1999. 
CUCÉ, L.C.; FESTA NETO, C. Manual de Dermatologia, Rio de Janeiro: Atheneu, 1990. 
p.3-13. 
DANTAS, S. R. Abordagem Multiprofissional do Tratamento de Feridas. São Paulo: 
Atheneu, 2003. 
DEALEY, C. Cuidando de feridas: um guia para enfermeiras. 2.ed. São Paulo: Atheneu; 
2001. 
GAMBA, M.A.; MANDELBAUM, M.H.S.; PINTO, M.D.F. Agravos dermatológicos: um 
problema de saúde pública. Cadernos de Enfermagem em Dermatologia e Cuidados 
com a Pele. v. 1, p. 13-26, jan.fev.mar. 2008. 
GARCIA, D.M., GOTO, S. Avaliação da dor. In: VI Simpósio Brasileiro e Encontro 
Internacional sobre Dor. 2003, São Paulo, São Paulo: Lemos Editorial e Gráficos, 2003, p. 
55-57. 
GOMES JCP, TEIXEIRA MJ. Dor no Idoso. Revista Brasileira de Medicina, v. 63 n.11, 
p. 554 - 563, nov 2006. 
HOLBROOK, KA; WOLFF, K. The Structure and Development of Skin In: FITZPATRICK, 
T.B. et al. Dermatology in General Medicine. New York: Mcgraw Hill Inc., 1993. vol. 1, p. 
1-97. 
MACLELLAN, D.G. Chronic wound management. Australian Prescriber, v. 23, p. 6-9, 
2000. 
 
 
 
 
 
76 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
MANDELBAUM, M.H.S. A utilização de evidências científicas no tratamento de feridas por 
enfermeiros especialistas e não especialistas. In: II Congresso Brasileiro de Enfermagem 
em Dermatologia da SOBENDE, São Paulo, 2007 (no prelo). 
MANDELBAUM, M.H.S. Nursing Competencies in dermatology and aestehetic 
medicine:an emerging area for nurses. In: 21st World Congress of Dermatology, Buenos 
Aires/Argentina, 30 sept- 5 oct 2007. 
MANDELBAUM, S. H.; SANTIS, É. P. di; MANDELBAUM, M. H. S. Cicatrização: conceitos 
atuais e recursos auxiliares. In: Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de Janeiro, vol 
78, n 5, 2003. 
MANDELBAUM, S.H.; DI SANTIS, E.P.; MANDELBAUM, M.H. Cicatrização: conceitos 
atuais e recursos auxiliares. Parte 2: recursos auxiliares e critérios para sua indicação. In: 
Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de Janeiro, v. 78, n. 3 e 4, p. 393-408, jul.ag. 
2003. 
MANUAL MERCK. Seção 18. Distúrbios da Pele - Biologia da Pele. Disponível em: 
<http://www.manualmerck.net>. Acesso em 12 jan. 2008. 
MARTINI, R.K. ; SHERMAN, R.A. Terapia de Desbridamento com Larvas Maggot. J. bras. 
Méd.,v. 85, n.4,p. 82-85, out. 2003. 
MELZACK, R. The McGill pain questionnaire: major properties and scoring methods. Pain, 
1975, v.1, p.277-299. 
MERSKEY, H. et al. Pain terms: a list with definitions and notes on usage. Subcommittee 
on Taxonomy Pain, 1986, v.3, p. 216-217. 
MONETTA, L. Análise evolutiva do processo de cicatrização em úlceras diabéticas, 
de pressão e venosas com uso da papaína. São Paulo, 1998, Dissertação. Escola de 
Enfermagem da Universidade de São Paulo. 
MONETTA, L. The use of unripe papya and the papin aqueous solution 2 percent in the 
treatment of wounds. In: 8 º Annual Symposium on Advanced Wound Care, San Diego, 
California, USA. 1995. 
 
 
 
 
 
77 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
MONETTA,L. Efeitos benéficos da papaína no processo terapêutico de lesões de pele. In: 
JORGE, A.S.; DANTAS, S.R.P.E. Abordagem Multiprofissional do Tratamento de 
Feridas. São Paulo: Atheneu, 2003, p. 123-131. 
MONGINI F. Headache and Facial Pain. Stuttgart: Thieme, 1999. 
MORISON, M.; MOFFATT, C. Quality assurance. In: MORISON, M. et al. Nusing 
Management of Choring Wounds. London: Mosby, 1997, p. 245-258. 
PIEPER, B. Mechanical Forces: Preassure, shear and friction. In: BRYANT, R. A. Acute & 
chronic Wounds: Nursing Management. 2 ed. St. Louis: Mosby, 2000. p.221-264. 
RODEHEAVER, G.T. Pressure ulcer debridement and cleansing: a review of current 
literature. OWM, 1999, v.45(1), p.80-5. 
RODEHEAVER, G.T. Wound cleansing, irrigation, wound disinfection. In: KRASNER, D.L.; 
RODEHEAVER, G.T.; SIBBALD, R.G. (Eds.), Chronic wound care: a clinical source book 
for healthcare professionals. 3.ed, 2001. p. 293-310. 
RODRIGUES, F.R. et al. Terapia Tópica no Cuidado de Feridas. In: MARQUES, R.G. 
Técnica Operatória e Cirurgia Experimental. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
SAMPAIO, S. A. P.; Rivitti EA. Dermatologia. 3.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2007. p. 1-
37. 
SANTOS, V.L.C.G. Avanços tecnológicos no tratamento de feridas e algumas aplicações 
em domicílio. In DUARTE, Y.A.O.; DIOGO, M.J.D.E. Atendimento Domiciliar - um 
enfoque gerontológico, São Paulo: Atheneu, 2000. p. 265-306. 
SILVA, M. J. P. O Amor é o Caminho: maneiras de cuidar. São Paulo: Gente, 2000. 
TIMO-IARIA, C. Envelhecimento. In: JACOB-FILHO, W. (Ed). Envelhecimento do 
Sistema Nervoso Central e a Dor no Idoso. São Paulo: EDUSP, 1996. v.3, p.1-47. 
WHALEY L, WONGDL. Nursing Care of Infants and Children. St. Louis: Mosby, 1987. 
WILKIE, D.J. et al. Measuring pain quality: validity and realbility of children's and 
adolescents' pain language. Pain, 1990, v.41, p.151-159. 
WONG DL, BAKER C. Pain in children: comparison of assessment scales. Pediatric 
Nursing, 1988, v.14, p.9-17. 
 
 
 
 
 
78 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
YAMADA, BF. Processo de limpeza de feridas. In: JORGE, S.A.; DANTAS, S.R.P.E. 
Abordagem Multiprofissional do Tratamento de Feridas. São Paulo: Atheneu, 2003. p. 
45-67. 
 
Anexo 1 - MODELO PARA REGISTRO DA EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO DE 
FERIDAS: 
 
COMISSÃO DE CURATIVOS 
Dados gerais de identificação do paciente 
 
1. Histórico: 
- Doença de base ________________________________________________________ 
- Feridas existentes: ______________________________________________________ 
- Número e tipo de feridas: _________________________________________________ 
- Tempo de evolução das Feridas: ___________________________________________ 
- Antecedente Familiar:____________________________________________________ 
- Cirurgias realizadas:_____________________________________________________ 
- Desbridamento cirúrgico: _________________________________________________ 
- Câmara Hiperbárica: ____________________________________________________ 
- Alergias: ______________________________________________________________ 
- Curativos anteriores: ____________________________________________________ 
- Data da Primeira avaliação da Ferida: _______________________________________ 
 
 
 
 
 
79 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
2. Medicamentos em uso: 
? Antibióticos 
? Anti-hipertensivos 
? Anticoagulantes 
? Suplemento Vitamínico 
? Imunossupressor 
? Hipoglicemiantes orais e Insulina 
? Corticóides 
? Outros: Quais? ___________________________________. 
 
3. Fatores que afetam a cicatrização e dados relacionadosa patologia de base: 
? Idade 
? Vasculopatias 
? Estado Nutricional (déficit proteico, calórico e de vitaminas) 
? Imunossupressão 
? IRC 
? Distúrbio de coagulação 
? Álcool 
? Glicocorticoide 
? Diabetes 
? Hipertensão 
? Insônia 
? Dor 
? Stress e ansiedade 
 
 
 
 
 
80 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
? Imobilidade 
? Infecção 
? Tricotomia 
? Irradiação 
? Obesidade 
? Incontinência 
? Doença Cardiovascular (oxigenação) 
? Fumo 
 
4. Exames 
? Hemograma 
? Coagulograma:_______________________________________ 
? Glicemia 
? Leucócitos:__________________________________________ 
? Cultura: Data : ____/____/_________ 
? Resultado: ____________________________________ ____ 
 
5. Classificação da Ferida 
? Crônica: ( ) Úlcera Venosa 
 ( ) Úlcera por Pressão 
 ( ) Úlcera Diabética, neuropática ( Pé diabético) 
 ( ) Úlcera de Perna ( trauma, bactérias e picadas) 
? Aguda: ( ) Queimaduras, lacerações, abrasões 
? Cirúrgica: ( ) Incisão Cirúrgica 
 
 
 
 
 
81 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 ( ) Deiscência 
 ( ) Infecção Sítio Cirúrgico 
 
6. Tipos de Cicatrização: 
? Primeira Intenção 
? Segunda Intenção 
? Terceira Intenção 
 
7. Mensuração: 
? Desenho (decalque) 
? Swab (comp.) ______________________________________________ 
? Dimensionamento (comp x larg)__________________________________ 
? Fotografia 
? Volume ml (instilar S.F 0,9%) ____________________________________ 
 
8. Espaço morto: 
? Descolamento 
? Sinus ou Túnel 
? Fístula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
82 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
9. Avaliação do Estado da Ferida: 
 
Estrutura Envolvidas Estadiamento 
Epiderme (eritema da pele intacta que não 
embranquece após a pressão). 
 
Estágio I 
 
Epiderme e Derme (Perda parcial da pele); é 
superficial. Apresenta-se como uma abrasão 
ou crateras rasas. 
 
Estágio II 
 
Epiderme, Derme e Tecido Subcutâneo 
Perda da pele na sua espessura total, 
envolvendo danos ou necrose do tecido 
subcutâneo que pode aprofundar, não chega a 
fascia. Apresenta-se como uma cratera 
profunda. 
 
Estágio III 
 
Epiderme, derme, tecido subcutâneo, 
músculo, tendão e osso. Extensa destruição, 
necrose dos tecidos ou danos aos músculos, 
ossos e estruturas de suporte. 
 
Estágio IV 
 
 
Estadiamento:_____________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. Localização Anatômica da Ferida (Descrever a Primeira Avaliação): 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
 
 
 
 
 
 
83 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
84 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
11. Tipos de tecido no leito da ferida: 
? Granulação 
? Necrose 
? Esfacelos 
 
12. Cor da ferida: 
? Granulação vermelha saudável 
? Granulação pálida 
 
13. Característica do exsudato da ferida: 
? Seroso 
? Purulento 
? Sanguinolento 
? Ausente 
? Pouco 
? Moderado 
? Acentuado 
 
14. Borda da ferida: 
? Epitelização 
? Necrose 
? Isquemia 
 
 
 
 
 
 
 
85 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
15. Pele ao redor da ferida: 
? Macerada 
? Eritema 
? Queratinosa 
? Edemaciada 
? Endurecida 
? Lipodermatosclerose 
 
16. Presença de Infecção: 
? Com odor característico 
? Inflamação pronunciada ao redor 
 
17. Coberturas (Curativos ): 
Obs.: Realizar a prescrição de Enfermagem no Prontuário do paciente, do curativo e 
cobertura indicada, bem como os cuidados de prevenção com a aplicação e troca. 
Obs.: Realizar a prescrição de Enfermagem no Prontuário do paciente dos materiais de 
Superfície de Suporte e alívio da carga mecânica. 
? Malha de Carvão Ativado 
? Alginato de Cálcio e Sódio 
? Intrasite Gel amorfo 
? Adaptic 
? AGE (Dersani) 
? Hidrocoloide com Alginato de Sódio (Safigel) 
? Hidrocoloide Placa 
? Papaína 
 
 
 
 
 
86 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
? Colagenase 
? Iruxol 
? Filme transparente (tegaderme) 
? Melolin 
? Sulfadiazina de Prata 1% 
? Gazes 
? Zobec 
? Outros 
 
18. Prescrição do curativo: Primeira Ferida em qual 
membro?___________________________________ 
? Irrigar a ferida com solução fisiológica a 0,9% morno. 
? Aplicar o curativo_________________________________________ que deverá 
permacer por _________horas. Trocar o curativo se sair ou se muito saturado. 
? Aplicar a cobertura secundária que deverá permanecer por_______horas. Trocar se 
saturar. 
 
Prescrição do curativo: Seguda Ferida em qual membro? 
_________________________________ 
? Irrigar a ferida com solução fisiológica a 0,9% morno. 
? Aplicar o curativo_________________________________________ que deverá 
permacer por _________horas. Trocar o curativo se sair ou se muito saturado. 
? Aplicar a cobertura secundária que deverá permanecer por_______horas. Trocar se 
saturar. 
 
 
 
 
 
 
87 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Prescrição do curativo: Terceira Ferida em qual membro? 
_________________________________ 
? Irrigar a ferida com solução fisiológica a 0,9% morno. 
? Aplicar o curativo______________________________________que deverá permacer 
por _________horas. Trocar o curativo se sair ou se muito saturado. 
? Aplicar a cobertura secundária que deverá permanecer por_______horas. Trocar se 
saturar. 
 
Passo o plantão do curativo para Enfermeira ou Técnica de Enfermagem: 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________19. Data da próxima avaliação:______________________________________________ 
 
20. Nome da Enfermeira que realizou a avaliação_______________________________ 
 
21. Classificação do risco de desenvolver úlcera por pressão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escala de Braden 
Percepção 
Sensorial: responde 
à pressão, 
relacionada ao 
desconforto. 
1-Completamente 
limitado: Não 
responde aos 
estímulos 
dolorosos. 
2- Muito limitado: 
Responde somente 
aos estímulos 
dolorosos. 
3- Levemente 
limitado: Responde 
aos comandos 
verbais. Nem 
sempre consegue 
comunicar. 
4- Nenhuma 
limitação: 
Responde aos 
comandos verbais. 
Umidade: Grau ao 
qual a pele está 
exposta à umidade. 
1-Constantemente 
úmida. 
2- Muito úmida. 3-Ocasionalmente 
úmida. 
4- Raramente 
úmida. 
Atividade: grau de 
atividade física. 
1- Acamado. 2- Restrito à cadeira. 3-Caminha 
ocasionalmente. 
4- Caminha 
frequentemente. 
Mobilidade: 
habilidade de mudar 
e controlar as 
posições corporais. 
1- Completamente 
imobilizado. 
2- Muito limitado. 3-Levemente 
limitado. 
4-Nenhuma 
limitação. 
Nutrição: padrão 
usual de ingestão de 
alimento. 
1- Muito Pobre: 
está em jejum ou 
em hidratação EV. 
2- Provavelmente 
inadequada: 
Raramente faz uma 
refeição completa. 
Alimentação por SNE 
3-Adequada: Come 
mais da metade da 
maior parte das 
refeições. 
Geralmente recusa 
uma refeição. 
4-Excelente. 
Fricção e 
Forças de 
deslizamento. 
1. Problema: 
Necessita de 
assistência para 
mover-se. 
2- Potencial para o 
problema: 
Movimenta-se 
livremente ou 
necessita de uma 
assistência mínima. 
3- Nenhum 
problema 
aparente. 
 
88 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
 
 
 
89 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Obs: Quanto mais baixa for a pontuação, maior será o potencial para desenvolver uma úlcera de 
pressão 
*Escore 15 a 16 : brando * Escore de 12 a 14 : moderado *Escore menor ou igual 11 : 
acentuado 
O escore deste paciente: ______________________________________ 
 
 
22. Materiais e Equipamentos para prevenir Úlcera de Pressão: 
 
Uso de Superfície de suporte e alívio da carga mecânica ( assinalar o que faz uso) 
 
Usa colchonete “caixa de ovo” ou colchão de ar como alívio de pressão alternada? 
Usa protetor de espuma para calcanhar e tornozelo (ciente que não deve usar luva 
d’água) 
 
Usou superfície / colchonete com redistribuição de pressão sobre a mesa cirúrgica? 
Usa travesseiro, almofada e coxim no leito e cadeira (na cadeira reposiciona a cada 1h?) 
Usa fralda e coletor (limpa a pele a cada eliminação?) 
Usa forro móvel (reposiciona a cada 2 horas?) 
Mantêm em posição de 30 graus a cabeceira do leito e quando está na lateral? 
Faz uso de hidratantes evitando massagem sobre proeminências ósseas? 
Faz uso de Filme transparente e Hidrocoloide para proteção da pele? 
 
 
 
 
 
 
 
90 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Troca do curativo 
Protocolo de Avaliação 
 Primeira 
troca do 
curativo 
Segunda 
troca do 
curativo 
Terceira 
troca do 
curativo 
Quarta 
troca do 
curativo 
Quinta 
troca do 
curativo 
Data 
Localização Anatômica da Ferida: 
Nome do Curativo Indicado: 
Tipo da Cobertura Indicada: 
Nome do Enfermeiro ou Técnico 
de Enfermagem responsável pela 
troca: 
 
Tipo de tecido no leito da ferida e 
cor: granulação vermelha ou pálida, 
necrose, esfacelos. 
 
Pele ao redor da ferida: macerada, 
eritema, queratina, edema, 
endurecida, lipodermatosclerose. 
 
Borda da ferida: epitelização, 
necrose, isquemia. 
 
Presença de exsudato: seroso, 
purulento, sanguinolento, ausente, 
pouco, moderado, acentuado. 
 
Presença de infecção: mau-cheiro, 
 
 
 
 
 
91 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
inflamação ao redor. 
Foi ministrado antibiótico: 
sim, não, qual? 
 
Presença de dor: na troca do 
curativo, sempre, esporadicamente, 
à noite. 
 
Quantos dias o curativo 
permaneceu aplicado: 
 
Mensuração: (após segunda 
semana) boa evolução ou retardo. 
 
Existe vazamento de exsudato 
pelas bordas do curativo: sim, não. 
 
Tempo despendido com a troca do 
curativo 
 
 
Observação: rubrica e carimbo 
 
 
 
 
 
 
-----------FIM DO CURSO-----------

Outros materiais