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JORNALISMO E SOCIEDADE AULA 5 Prof. Guilherme Carvalho 2 CONVERSA INICIAL Olá, esta é a aula 5 de Jornalismo e Sociedade. Nela, vamos tratar do assunto Sociedade e Pós-Modernidade, que abrange o jornalismo atual, pensando de que maneira os jornalistas têm atuado diante de uma série de transformações que estão ainda em curso em nossa sociedade. Sobretudo, por conta das mudanças promovidas pela internet e pelas novas tecnologias. Para tanto, nesta aula, vamos: • Tipificar o jornalismo • Apontar meios alternativos de trabalho • Apontar tendências de mercado CONTEXTUALIZANDO O jornalismo é uma atividade muito sensível a transformações que ocorrem em nossa sociedade. Marshall Mcluhan, no livro “Os meios de Comunicação como extensões do homem” diz que a inserção de qualquer nova tecnologia provoca uma reconfiguração sobre o modo como os seres humanos se relacionam e como se relacionam com o mundo a sua volta. É também o que ocorre no jornalismo quando uma nova tecnologia é inserida. Nós precisamos repensar o modo de fazer jornalismo a todo momento porque as pessoas que consomem informação mudam seus hábitos de consumo também. Não significa que tudo deve ser alterado da noite para o dia. Muita coisa no jornalismo é duradoura e pode ser definida por questões estruturais. Por exemplo, o fato de que em qualquer tipo de jornalismo podemos encontrar certas especialidades que contribuem para podermos fazer um jornalismo com mais qualidade para cada tipo de público. Nestas próximas aulas trataremos das questões relacionadas a esse mercado atual para ajudar você a compreender melhor a área em que está se 3 inserindo e para que possa desde já identificar aquilo com o que mais se sente atraído para poder fazer as escolhas futuramente em sua carreira profissional. Problematização Para dar início ao debate, vamos refletir sobre uma questão que vai nos ajudar a desenvolver as ideias ao longo de todo o percurso dessa aula: pense em todas as possíveis áreas para atuação na profissão de jornalismo e liste aquilo que você se imagina atuando. Será que você conseguiu imaginar todas as possibilidades? TEMA 1: O JORNALISMO COMERCIAL E ESPECIALIDADES Podemos considerar como jornalismo comercial todo aquele jornalismo que se liga a uma proposta comercial, ou seja, que se volta para a produção de notícias cujo principal objetivo é a venda. Nesse sentido, o jornalismo comercial é tudo aquilo que é publicado por empresas jornalísticas cujo objetivo principal é a obtenção de lucro. Como exemplo, podemos citar Rede Globo, SBT, Record, Folha de São Paulo, Gazeta do Povo, CBN, Bandnews, entre tantas outras empresas. Quando falamos em venda, podemos considerar os seguintes itens: Formas de financiamento do jornalismo comercial Venda de exemplares em bancas, no caso de impressos Assinatura do site, impresso ou TV a cabo Espaço publicitário para anunciantes Classificados Espaço para publicação de editais Informes publicitários (releases produzidos por assessorias e publicadas como notícias) 4 Notícia patrocinada (produzida pela equipe do veículo, mas financiada por outra empresa) Informes institucionais (informes de outras empresas com caráter de prestação de serviço) Impostos e subvenções fiscais (paga pelo Estado com dinheiro público) É preciso, contudo, diferenciar jornalismo comercial e jornalismo institucional. O jornalismo institucional é aquele promovido por instituições que não necessariamente têm o lucro como atividade-fim, mas que contam com produção jornalística com vistas a promover algum tema em grupos de pessoas que participam de determinada instituição, como uma associação, um clube, um determinado órgão governamental, etc. e que tem seu próprio veículo de comunicação. A TV Câmara e a TV Justiça são exemplos disso. Ainda, é preciso igualmente diferenciar jornalismo comercial e jornalismo empresarial. O jornalismo empresarial tem como objetivo a produção jornalística para atender às demandas de divulgação de informações de uma empresa. Esse jornalismo pode ser tanto para os funcionários da empresa, por meio do uso de diferentes plataformas, como para o público consumidor de serviços e/ou produtos dessa empresa. Pode ser por meio de veículos impressos, sistema de som ou de TV e por uso de intranet. Nesse caso, o objetivo principal é a venda do produto ou serviço por meio do jornalismo. Por fim, vamos esclarecer também jornalismo público ou jornalismo cívico ou jornalismo cidadão, que é aquele cujo principal interesse da organização não é o lucro. Na maior parte dos casos, principalmente no Brasil, o jornalismo público se sustenta de recursos públicos provenientes do Estado. São marcas desse tipo de jornalismo a produção de conteúdos voltados para debates comunitários e que geralmente não são tratados pelo jornalismo comercial, pois não visam necessariamente a audiência. A TV Brasil e a TV Cultura são exemplos disso, assim como a mundialmente famosa BBC inglesa. 5 Resumidamente, o jornalismo comercial pode ser mais facilmente identificado quando entendemos que a atividade-fim da empresa é o jornalismo, considerando que seu objetivo principal é a obtenção de lucro, porque se trata também de uma empresa privada. Hoje, no Brasil, o jornalismo comercial é o que tem maior audiência. As grandes empresas de comunicação do país constituem um grande sistema privado com capacidade para liderar as principais produções jornalísticas, tanto no que diz respeito à quantidade de informações quanto no que diz respeito à qualidade das produções – sobretudo no que diz respeito à qualidade técnica, como equipamentos, recursos audiovisuais e conteúdo promocional. Trata-se também do meio onde estão a maior parte dos postos de trabalho para jornalistas no país. Não por acaso, os jornalistas mais lembrados e mais premiados do país são de empresas jornalísticas onde é possível produzir conteúdo com maior qualidade e onde muitos conseguem estabelecer uma carreira profissional duradoura. No jornalismo comercial se encontra uma série especializações que fazem com que se desenvolvam diferentes tipos de jornalismo. Isso tem a ver com a necessidade de atender às diferentes demandas do público consumidor de notícias. Exige, portanto, que as empresas jornalísticas pensem estratégias de produção que considerem diferentes perfis profissionais para a elaboração desses conteúdos. Além disso, as empresas devem pensar também um jornalismo adaptado para suas plataformas de comunicação (TV, rádio, internet ou impresso). Nas próximas telas, você vai poder conhecer uma relação com uma grande caracterização para as principais especialidades de jornalismo encontrados no jornalismo comercial: 6 Jornalismo político É todo jornalismo cujo objeto de trabalho é composto por políticos ou envolve instituições públicas. É, sem dúvida, aquele que mais atrai a atenção de jornalistas pela abundância de informações e pela grande audiência que gera. Em geral, o jornalismo político gera mais notícias do que reportagens, mas boa parte das reportagens publicadas hoje no Brasil são provenientes do jornalismo político. Assuntos que são notícia Um ato do presidente da república Escândalo de desvio de dinheiro público A aprovação de um projeto de lei O resultado das eleições A campanha eleitoral de candidatos A mudança de um ministro ou secretário Cotidiano do jornalista político O dia a dia deste profissional passapelo acompanhamento de sessões em câmaras, assembleias legislativas e Congresso Nacional, até o relacionamento cotidiano com assessores de imprensa e políticos, leitura de editais e diários oficiais, além do acompanhamento do que os outros jornalistas estão publicando. Perfil do jornalista político É fundamental também este profissional goste e se interesse pelo tema. Isso exige, portanto, o estudo do assunto e, sobretudo, da história da sua cidade, do seu Estado, do seu país e da geopolítica mundial. Para acompanhar a política, é necessário ter muita malícia e jogo de cintura para evitar ser manipulado por políticos e partidos. Não é à toa que, em geral, jornalistas mais experientes são os que cobrem política. 7 Exemplo de notícia jornalística política: http://noticias.uol.com.br/ultimas- noticias/agencia-estado/2016/01/11/planalto-ameaca-deputados-favoraveis-a- impeachment-com-pente-fino-em-cargos.htm Jornalismo econômico Muitas vezes, está associado ao jornalismo político porque a economia, geralmente, depende de decisões políticas. A diferença principal é que no jornalismo econômico há uma preocupação maior com números ou com a “tradução” deles. O jornalismo econômico exige uma especialização que inclua a compreensão de dados estatísticos e cálculos, sem deixar de abordar sobre como isso afeta a vida das pessoas, empresas e economia em geral. Geralmente, é voltado para empresários e investidores, mas também pode ser feito para o cidadão médio. Assuntos que são notícia Datas comemorativas de compras (natal, dia das crianças, etc.) Variação do câmbio e bolsas Decisões políticas como redução ou aumento de juros Valor de cesta básica Variação da produção industrial Vendas no comércio Volume da produção agrícola Transações comerciais entre grandes empresas Cotidiano do jornalista econômico O acompanhamento das cotações de bolsas de valores e a variação das moedas a partir dos institutos de acompanhamento desses dados são fundamentais no trabalho deste profissional. Também faz parte do cotidiano o acompanhamento das decisões políticas que interferem na economia, de 8 dados de institutos de pesquisa como o Ipea, IBGE, Dieese, índices de inflação, entre outros, além da leitura de editais e demonstrativos financeiros de empresas. Perfil do jornalista econômico Precisa gostar de números e tem que procurar se especializar na área. Geralmente é uma área onde predominam mulheres. É um jornalismo mais técnico que o político, pois exige uma compreensão maior de certos termos da área, além de uma boa análise dos dados, procurando tornar tudo isso compreensível. Exemplo de notícia jornalística econômica: http://www.valor.com.br/brasil/4385504/mercado-piora-expectativa-para- inflacao-e-atividade-economica-em-2016 Jornalismo policial É aquele voltado para a cobertura de crimes que podem ser assassinatos, roubos, dados da violência, entre outros. Nesse tipo de jornalismo é mais comum uma cobertura dita sensacionalista, isto é, que torna o fato sensacional, com maior dramaticidade, mesmo porque geralmente traz “desgraças”. É um tipo de conteúdo que chama a atenção de um público mais popular. • Assuntos que são notícia • Mortes provocadas por assassinato • Grandes roubos como assaltos a banco • Crimes envolvendo grandes empresas ou políticos como desvio de dinheiro público • Variação da quantidade de crimes por períodos 9 Cotidiano do jornalista policial Uma das tarefas mais comuns neste jornalismo é a chamada “ronda”. Nela, os jornalistas acompanham o cotidiano de delegacias à espera da prisão de acusados ou alguma ação policial. Os delegados e policiais são as principais fontes de informação, mas é preciso ter “estômago”, uma vez que boa parte do trabalho inclui presenciar cadáveres. Perfil do jornalista policial Este profissional precisa ter bom senso de justiça, incluindo o cuidado para não prejulgar alguém. Em geral, é um tipo de jornalismo mais exercido por homens. O importante é estar sempre preparado para a cobertura de um caso, pois a conclusão de uma investigação policial pode se dar a qualquer momento. Exemplo de notícia jornalística policial: http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2016/01/homem-aranha-e-preso- apos-escalar-e-assaltar-condominios-em-manaus.html Jornalismo de cotidiano É aquele que fala dos acontecimentos do dia a dia, pode ser alguém que realizou algo inusitado ou que saiu do comum ou um problema do bairro ou algo relacionado à infraestrutura da cidade. Pode ser também a respeito da vida de alguém conhecido, como um ator. São fatos corriqueiros, mas que chamam a atenção das pessoas por algum motivo. • Assuntos que são notícia • Um prêmio da loteria • A mudança no hábito de consumo de uma comunidade • A morte de um artista • A realização de protestos e greves • Um problema de alagamento 10 • Mudanças no trânsito Cotidiano do jornalista de cotidiano Nesse jornalismo é comum que os assuntos cheguem até o jornalista por meio de denúncias do cidadão comum ou por meio de assessorias de imprensa. Em geral, este profissional é bastante variado e também garante maior liberdade para o jornalista. Inclui ainda a divulgação de notícias de serviço, ou seja, informações são úteis ao cidadão. O importante é ficar atento às redes sociais, sites e e-mails, por onde podem chegar boas sugestões de pauta. Perfil do jornalista de cotidiano Este profissional tem que gostar de pessoas e precisa ter feeling para saber o que rende uma boa história. Ou seja, uma história que chamará a atenção das pessoas e que vale a pena ser contada. A rotina de trabalho é mais surpreendente do que nos outros tipos de jornalismo. Também é importante conhecer o funcionamento das instituições. Exemplo de notícia jornalística de cotidiano (reportagem): http://noticias.terra.com.br/mundo/hora-de-curtir-a-vida-conheca-os-melhores- paises-para-se-viver-apos-a- aposentadoria,ea0bceae2626dbe9bc6b7d8d3a17c575305ss5kk.html Jornalismo cultural É voltado para a cobertura de eventos e manifestações culturais ou artísticas. Trata-se de um jornalismo mais refinado, pois é geralmente voltado para um público mais crítico. O texto geralmente recorre a aspectos literários. Alguns contestam, mas no jornalismo cultural também pode ser incluído o jornalismo de entretenimento, como as fofocas dos famosos ou informações sobre a programação da televisão. 11 Assuntos que são notícia • Uma exposição • Uma peça • Um livro • O lançamento de um filme • Uma entrevista com um ator ou escritor • A ida de uma atriz à praia • Uma festa que reúne famosos Cotidiano do jornalista cultural A maior parte das informações sobre cultura vêm das assessorias de imprensa, mas é fundamental que o jornalista acompanhe as produções artísticas para poder compreender do que se trata. Frequentar cafés, conversar com artistas e intelectuais é também importante para estabelecer confiança para obtenção de informações. Perfil do jornalista cultural Este profissional precisa ter bom senso crítico para as artes. Deve ler, assistir filmes, conhecer de música e de bandas, enfim, é preciso gostar de arte. Exemplo de notícia jornalística cultural (resenha): http://revistacult.uol.com.br/home/2016/01/o-genero-movedico-de-menino- oculto/ Jornalismo esportivo Neste estilo destaca-se a cobertura de eventos como jogos de futebol, olimpíadas, cotidiano de clubes, vida de atletas, etc. No Brasil, o futebol domina cerca de 80% da coberturajornalística. Isso é resultado da preferência nacional dos brasileiros pelo esporte. 12 Assuntos que são notícia • Uma partida de futebol, vôlei, basquete, etc. • A negociação de jogadores • Uma entrevista com atleta • Um feito inédito de um atleta como a quebra de recorde • A organização de um torneio ou campeonato • Os bastidores de um clube ou de uma seleção Cotidiano do jornalista esportivo Neste estilo, os fatos geralmente são acessíveis porque os acontecimentos são visíveis. É o caso de uma partida ou uma disputa. Mas também é importante acompanhar o dia a dia de um clube, mantendo uma relação próxima com atletas, dirigentes e assessores de imprensa de clubes para procurar informações que não estão disponíveis, mas que interessam ao torcedor. Perfil do jornalista esportivo Este profissional geralmente tem que abrir mão dos finais de semana, já que boa parte das atividades ocorrem sábados e domingos. Também deve gostar e, na medida do possível, praticar esporte para entender melhor como funciona a cabeça de um atleta. Em geral, é uma área mais previsível. Exemplo de notícia jornalística esportiva: http://www.lance.com.br/corinthians/apos-debandada-tite-comeca-montar-para- 2016.html Há ainda uma série de outras especializações de jornalismo, como o científico, o internacional, de gênero, de entretenimento e de meio ambiente. Também é importante considerar que a especialidade no jornalismo não significa que os temas não sejam abordados em diferentes editorias. É comum, 13 por exemplo, questões políticas serem publicadas nas sessões de jornalismo policial, por exemplo. Ou o jornalismo esportivo trazer questões de economia. Confira a seguir uma tabela com a classificação do jornalismo, por especialidade: Agora faça o seguinte: acesse um site de notícias de algum jornal comercial conhecido. De preferência, algum que tenha abrangência nacional. Pode ser o maior jornal da sua região. Em uma página, anote os títulos das reportagens, e em outra página monte um quadro com as especialidades descritas nesta aula. Depois, leia cada uma das notícias e, a partir de então, classifique cada uma de acordo com a especialidade, inserindo na página das especialidades. Por fim, contabilize o total para cada especialidade e você terá uma boa ideia da quantidade de conteúdo produzido para cada uma dessas áreas. Leia as páginas 96 a 103 da obra a seguir. Para tanto, acesse a Biblioteca Virtual, pelo UNICO, e busque pela obra: PENA, Felipe. Teorias do jornalismo. São Paulo: Contexto, 2005. 14 TEMA 2: O JORNALISMO ALTERNATIVO Se para o jornalismo comercial a notícia é produzida com o objetivo-fim no lucro, no jornalismo alternativo é justamente o contrário. Ao procurar definir conceitualmente a práxis do jornalismo alternativo, Dennis de Oliveira a entende como: perspectiva a reconstrução da esfera pública a partir dos valores da igualdade de oportunidades, da equidade, da democracia radical e da subordinação dos interesses econômico-privados aos interesses coletivos. [...] passa pela abertura dos espaços midiáticos a todos os segmentos sociais, rompendo com o cerco da agenda de fontes oficiais, pela plena referência na produção das informações no sujeito- cidadão e não no sujeito-consumidor. (OLIVEIRA, 2009, p.6). Esta percepção do jornalismo alternativo como oposição à ordem está bastante associada à realidade latino-americana, onde as contradições sociais são mais evidentes. Em um sentido mais amplo, podemos considerar como alternativo todo o jornalismo que não visa lucro, mas não apenas isto. Ele se legitima pela “apresentação de novas possibilidades de ambiências” (OLIVEIRA, 2009, p.7). Propõe, portanto, uma forma de percepção da realidade diferenciada do que é apresentado comercialmente. Assim, aquele praticado por sindicatos, organizações, comunidades e movimentos sociais se enquadraria nesta perspectiva, mas a simples oposição não garantiria a legitimidade para as informações veiculadas para estes grupos. Há um elemento, portanto, que deve ser considerado na relação entre quem constrói a notícia e quem lê. Trata-se da capacidade de tornar público aquilo que é omitido pela mídia. Isso inclui não só a seleção de temas que serão transformados em notícia, mas também a maneira de narrar os fatos. As fontes de informação são aquelas que não foram consultadas pelos veículos comerciais, por exemplo. Veja a seguir um quadro que apresenta as diferenças entre jornalismo comercial e alternativo: 15 Com a internet, ativistas de movimentos sociais podem produzir seus próprios conteúdos e publicá-los na internet, promovendo determinado tema. O que diferencia este conteúdo do que é publicado por veículos de comunicação alternativos é justamente a singularidade jornalística, ou mais simplesmente, a diferença entre o amadorismo dos divulgadores de informação ou comunicadores populares, potencializado pela internet. Ou seja, não podemos confundir jornalismo com ativismo, ok? Resumidamente, nem todo veículo que disponibiliza conteúdos populares deve ser considerado jornalismo alternativo, mas todo jornalismo alternativo só pode ser considerado como tal quando estabelece relações com a cultura popular, a partir de uma perspectiva crítica sobre a sociedade. Temas comuns ao jornalismo alternativo • Direitos humanos • Questões ambienteis • Direitos de minorias • Política • Cultura As iniciativas hoje encontradas na internet são, na verdade, fruto de um tipo de jornalismo que já está consolidado há muitos anos. No Brasil, ela se relaciona com a imprensa sindical do final do século XIX, com a imprensa 16 partidária da primeira metade e do século XX e, mais recentemente, com impressos como revistas Realidade e Caros Amigos, e jornal Brasil de Fato, entre outros. Com a potencialização da abrangência dos veículos, a segmentação dos conteúdos e a redução dos custos (já que não existe mais a necessidade de impressão para difusão de conteúdos), um antigo problema para a mídia alternativa parece estar se resolvendo. A internet permite um crescimento da audiência segmentada de modo a contribuir mais significativamente para formar opinião, ao mesmo tempo em que não necessita de grandes recursos para divulgação. Talvez, você já conheça alguns dos veículos apresentados na lista a seguir. Acesse cada um para compreender um pouco melhor o que é jornalismo alternativo. Depois, procure em um site de jornalismo comercial da sua região uma notícia sobre o mesmo assunto. Faça uma breve comparação entre ambos, procurando identificar quais foram as fontes de informação e quais as diferenças no texto e na abordagem. • Agência Pública: http://apublica.org/ • Caros Amigos: http://www.carosamigos.com.br • Global Voices: http://pt.globalvoicesonline.org/ • Envolverde: http://envolverde.com.br/ • Adital: http://site.adital.com.br/site/index.php?lang=PT • Jornalistas Livres: https://medium.com/jornalistas-livres • Vice: http://www.vice.com/pt_br • Brasil de Fato: http://www.brasildefato.com.br/ • Repórter Brasil: http://reporterbrasil.org.br/ • Mídia Ninja: https://ninja.oximity.com/ • Carta Maior: http://cartamaior.com.br/ • Brasil Debate: http://brasildebate.com.br/ • Eco Debate: http://www.ecodebate.com.br/ 17 O jornalismo alternativo enfrenta dois principais problemas: 1. Dificuldade desse jornalismo se consolidar ou de se colocar em condições de concorrer com o jornalismo comercial no Brasil. Existem iniciativas importantes que estão conseguindo umespaço significativo, mas ainda estão muito atrás da capacidade de comunicação do jornalismo comercial. Essa dificuldade é decorrente da ausência de uma estratégia que garanta sustentação financeira para estes veículos e que geralmente acabam sucumbindo diante da falta de dinheiro. 2. Desvinculação de interesses políticos, de modo que esse tipo de jornalismo se consolide não como um jornalismo a serviço de um determinado grupo político, mas que consiga atuar de maneira crítica e independente. Para conhecer mais, leia Conceitos de jornalismo popular e alternativo: http://www.usp.br/alterjor/Apostila_ICursoDifusao.pdf Sugestão de leitura KUCINSKI, Bernardo. Jornalistas e revolucionários: nos tempos da imprensa alternativa. São Paulo: Página Aberta, 1991. TEMA 3: O JORNALISMO NA ERA DIGITAL As pessoas nunca tiveram tanto acesso à informação como ocorre agora. Em um cenário privilegiado para a comunicação e as tecnologias que lhe servem, o jornalismo é uma das atividades mais sensíveis a essas mudanças. A internet muda a maneira como as pessoas consomem informação, o que obriga o jornalismo também a ser reorganizar. Mudanças perceptíveis no jornalismo • Novos perfis profissionais • Novas questões trabalhistas 18 • Novas narrativas • O fim das barreiras temporais e geográficas dos conteúdos disponíveis • Uma nova exigência cidadã global • Novas formas de relacionamento decorrentes das tecnologias Com o acesso facilitado à informação e à divulgação de conteúdos, por conta da internet, alguns acreditam que o jornalismo profissional deixou de ser importante. É preciso diferenciar a produção amadora daquela realizada por profissionais. Os jornalistas, além de capacitados para a atividade, dedicam seu tempo quase que exclusivamente para a apuração dos fatos, têm domínio da técnica, conhecem os efeitos de uma informação e são remunerados para isto. Ao contrário dos amadores, portanto, estabelecem uma relação profissional com os fatos. Apesar de qualquer pessoa ter a possibilidade de difusão de conteúdos pela rede mundial de computadores, os jornalistas ainda parecem ter um papel socialmente legitimado e institucionalizado para construir a realidade social como realidade pública e socialmente relevante. Exemplo: você se lembra do caso do linchamento do Guarujá? Trata-se de uma mulher que foi linchada por moradores no Guarujá, litoral de São Paulo, após ser confundida por uma outra pessoa suspeita de matar uma criança em um ritual de magia negra. A comunidade se equivocou depois que um blog, aparentemente jornalístico, “Guarujá alerta”, fez a divulgação da foto de uma mulher que se parecia com a que acabou sendo linchada. Acontece que a notícia era falsa e Fabiane Maria de Jesus, morta violentamente após o linchamento, era inocente. O crescimento de inúmeros sites jornalísticos que postam conteúdos periodicamente contrasta com a queda no faturamento de veículos tradicionais, sobretudo do impresso. De acordo com F/Radar (2012), 61% dos internautas brasileiros substituem mídias convencionais para consumir conteúdos originários via internet. 19 Por mídia convencional entende-se televisão, rádio e impresso. Este conceito diverge de mídia tradicional, ao compreender que os meios que antecederam a internet não estão determinados por aspectos tradicionais sobre a maneira de se fazer comunicação. Aliás, utilizam ferramentas da internet para potencializar sua capacidade de audiência e de capitalização de sua produção. Saiba mais Entre abril de 2013 e abril de 2014 houve redução de 6,22% no faturamento dos meios impressos no Brasil. Bem atrás dos 23,61% de crescimento da internet, que só perde para os fantásticos números da TV por assinatura, com 60,5%. A participação do impresso no mercado da comunicação representa 9,19%, em decadência, já a internet, em ascensão, chegou em 2014 a 4,67%, proporcionalmente o terceiro maior meio (INTERMEIOS, 2014). Nos Estados Unidos a internet assumiu o primeiro lugar em faturamento entre os demais meios. “Em 2013 os investimentos em publicidade digital no país foram de US$ 42,8 bilhões, contra US$ 40,1 bilhões na televisão. O anúncio é um marco histórico, e deve acelerar ainda mais o processo de erosão do faturamento dos meios de comunicação tradicionais em todo o mundo.” (ANDERÁOS, 2014). Ao compreender que boa parte dos acessos à notícia pela internet se dá em sites nos veículos jornalísticos estabelecidos comercialmente, poder-se-ia concluir que não haveria motivos para a temeridade empresarial, uma vez que as receitas publicitárias seriam naturalmente transferidas para outro meio. Acontece que na internet as coisas são diferentes. E o cerne da diferença está na enorme concorrência a qual as empresas são expostas por pessoas, redes ou grupos que se dispõem a publicar conteúdos informativos ou noticiosos. 20 Ignácio Ramonet (2012) fala de uma crise de identidade do jornalismo, resultante do enfraquecimento de empresas tradicionais de comunicação que detêm verdadeiros monopólios em decorrência da crise do modelo de negócio do jornalismo. Principalmente porque agora a difusão de informações não é mais um privilégio exclusivo a jornalistas, mas está disponível para qualquer pessoa com acesso à internet, segundo descrito pelo conceito de prosumers (produtores + consumidores). Uma das mudanças fundamentais é que o jornalista não está mais “sozinho”. Significa que o público hoje também tem acesso a produção e divulgação de informações, e que tudo o que o jornalista produz ou publica precisa levar isso em consideração. Hoje, uma notícia postada na internet nunca está vencida ou nunca terá fim. Um outro jornalista ou um internauta pode acessar essa postagem daqui 10 anos e reeditá-la para uma nova postagem. Os jornalistas também estão mais “vigiados”. Um erro ou problema nas informações logo gera uma série de repercussões negativas para o trabalho do jornalista por meio do uso das redes sociais. Isso ocorre porque o público tem mais acesso a informações e tem melhores condições de comparar os conteúdos publicados entre os veículos, para não falar das pessoas que vivenciaram determinado fato e que podem postar nas redes uma mensagem que desmente o que o jornalista publicou. Uma das saídas é justamente o de transformar o público em colaborador do trabalho jornalístico, estabelecendo contatos para receber sugestões de pauta, informações adicionais, correções, entre outras ações que ajudam a aprimorar o trabalho do jornalista. Assista este vídeo a respeito do novo público: https://www.youtube.com/watch?v=xMv7ymEz_FU Saiba como inserir legenda em português: https://www.youtube.com/watch?v=Ty8ujyucBRo 21 A exigência de uma produção em ritmo acelerado a fim de fazer frente à concorrência, aliado ao enxugamento das redações promovido pelas empresas que veem seu negócio em crise, à precarização das condições de trabalho e aos novos hábitos dos internautas, reduz a possibilidade de investigação e apuração dos fatos. O resultado são coberturas superficiais, erros de informação e reprodução de pautas já publicadas por outros veículos ou completamente irrelevantes. O jornalismo comercial, portanto, estaria refém da crise de mercado que se estabeleceu sobre as empresas jornalísticas e de comunicação em processo de monopolização. O grande desafio atual do jornalismo comercial é encontrar um novo modelo que substitua o modo tradicional de faturamento e que assegure a sustentação financeira das empresas. Algumas tentativas já demonstram que a saída está não mais napublicação de conteúdos, mas na interação com as pessoas que podem contribuir para a produção de um jornalismo mais voltado para o interesse público. Dica de filme Underground: a história de Julien Assenge. Conta a história do fundador do WikiLeaks. Ele conseguiu informações sigilosas do serviço secreto dos Estados Unidos que denunciavam a morte de inocentes durante a Guerra do Golfo e divulgou para o mundo todo. Fonte: http://www.gstatic.com/tv/thumb/movieposters/9724408/p9724408_p_v8_aa.jpg 22 TEMA 4: AS DIFERENTES INSERÇÕES DO JORNALISMO COMO PROFISSÃO Pode parecer clichê, mas sem dúvida o jornalismo de hoje é bem diferente do jornalismo de 20 ou 30 anos atrás. Cotidianamente, os jornalistas estão sendo obrigados a se adaptar a uma nova ferramenta de comunicação, uma nova rede social ou uma nova tecnologia. O jornalismo, em geral, é uma atividade muito sensível a todas essas transformações. E os jornalistas não estão imunes a essas mudanças. Com a internet, muitos jornalistas de “cabelos brancos” acabam perdendo valor para a redação. Trata-se do resultado de uma mudança da fonte de armazenamento de informações. No lugar do jornalista experiente, entra em cena o Google, que permite que cerca de 80% do trabalho jornalístico seja realizado pela internet. Mas não só os cabelos brancos que estão ficando mais raros nas redações. Os próprios jornalistas estão reduzindo nas empresas e a explicação é simples. Com as tecnologias atuais e a internet é possível produzir mais em menos tempo. Tudo isso significa uma redução de custos que fazem com que as empresas reduzam a quantidade de jornalistas necessários para dar conta do recado. Muitas das atividades antes desenvolvidas por diagramadores, por exemplo, passaram a ser executadas pelos próprios jornalistas. Hoje existem softwares que permitem que a notícia seja escrita diretamente na página a ser impressa. Um outro exemplo, é o desaparecimento do jornalista copydesk. Essa função era destinada para aquele que deveria fazer a correção orográfica e gramatical dos textos. Com os corretores ortográficos dos editores de texto, essa tarefa acabou sendo quase que automatizada. 23 Para desespero dos jornalistas, está em desenvolvimento uma ferramenta de computador que utiliza algoritmos para escrever automaticamente algumas notícias. Significa que o próprio computador já é capaz de escrever algo sem a necessidade de um ser humano fazendo isso. https://knightcenter.utexas.edu/pt-br/blog/00-15320-jornalista-utiliza- algoritmo-para-escrever-noticia-sobre-terremoto-em-poucos-minutos Associado ao cenário de crise do modelo de negócio do jornalismo, os jornalistas se veem em uma situação bastante complicada para o futuro. Mas não é tão ruim quanto parece. Ao mesmo tempo em que a internet provoca uma série de mudanças no mercado e que desenham um cenário de crise, a verdade é que existe uma série de outras iniciativas que estão surgindo e se desenvolvendo na internet. É preciso considerar que a internet, na maior parte dos países, ainda não é o principal meio de comunicação. Mas será em breve. E isso significa que ela se tornará o meio de maior audiência e, portanto, com maior capacidade de captação de recursos. Não há dúvidas de que a internet chegará a esse ponto. Só não se sabe precisar exatamente quando isso ocorrerá e de que maneira. Enquanto isso, muitos apostam em iniciativas como empreendedores que estão se transformando em possibilidades de carreira e que ajudam a suprir necessidades do mercado e da sociedade. Você já ouviu falar do “InteratoresUP!”? Então, confira a seguir... ele tem uma série de exemplos de iniciativas de jornalistas que estão inventando novas ferramentas ou dando uma nova roupagem para a profissão de jornalistas: http://interatores.com.br/ O jornalista, hoje, tem a possibilidade de trabalhar nas redações jornalísticas em televisão, rádio, impresso e internet. Em alguns casos, as empresas de comunicação acabam atuando de maneira a convergir as plataformas, o que faz com que o jornalista tenha que compreender não 24 apenas de televisão ou de rádio, mas ele também precisa compreender o funcionamento da internet, das redes sociais, e de como gerir isso. O trabalho do jornalista não termina na publicação de uma notícia. Ele precisa divulgar nas redes sociais, provocar o debate, gerir um post, monitorar a interatividade e responder quando necessário, porque a notícia não termina na sua primeira publicação. Na verdade, na internet, ela nunca tem fim. Além das empresas jornalísticas, hoje vemos muitas outras organizações investindo em jornalismo. Há uma tendência no mercado brasileiro em transferir a maior parte dos empregos de jornalistas de empresas jornalísticas para o trabalho em assessoria. Quando falamos em assessoria, nos referimos ao trabalho de comunicação desenvolvido também em diferentes plataformas e que incluem atividades que vão além da produção de notícias, mas que incluem o relacionamento com imprensa, a produção de conteúdos como vídeos, áudios e textos institucionais, a organização de eventos como entrevistas coletivas, reuniões com imprensa, entre outras atividades nas quais os jornalistas também constroem longas e sustentáveis carreiras. Em geral, é nas assessorias onde se concentram melhores oportunidades de emprego e certamente a área que mais emprega jornalistas atualmente. O mais importante é ampliar o máximo possível o domínio teórico e técnico de diferentes áreas para a atuação do jornalista de modo que você esteja preparado para atuar em qualquer área da profissão. Mas é fundamental que o jornalista atual domine muito bem as ferramentas da internet e os equipamentos utilizados para transmissão de informações. Esse será o futuro do jornalismo. 25 TROCANDO IDEIAS O Jornalismo é uma atividade profissional que está em constante adaptação. O futuro jornalista precisa estar atento às transformações tecnológicas, às mudanças nos hábitos de consumo e na maneira como as pessoas se relacionam a partir dessas mudanças. Apesar disso, há questões que ainda permanecem imutáveis na profissão. Dentre elas, a responsabilidade com as informações. NA PRÁTICA Agora é o momento de aprofundarmos o conhecimento por meio de um exercício de aplicação. Produza uma notícia com base na sua realidade. Pode ser algo relacionado ao bairro onde mora, o local onde trabalha ou algum local que frequenta. Pense em um assunto que pode interessar às pessoas em um desses círculos de contato. Depois, procure extrair informações da própria internet e redija, incluindo título e uma imagem. Publique em um perfil seu em alguma rede social e compartilhe com os amigos. Pode ser em formato de texto ou de vídeo. Em caso de texto, não ultrapasse os 500 caracteres, em caso de vídeo, não extrapole 1 minuto. Procure dar uma cara de notícia para sua postagem. Vamos ver a repercussão? SÍNTESE Espero que depois dessas aulas o seu “apetite” pelo jornalismo esteja ainda maior. Você pôde notar que existem vários desafios para aqueles que pretendem seguir na profissão. O principal, sem dúvida, é saber se adaptar às 26 mudanças que ocorrem frequentemente, sem deixar de lado a qualidade da produção. Esses são requisitos fundamentais para garantir credibilidade e essa é a palavra-chave para qualquer jornalista. Nesta aula apresentamos os diferentes tipos de jornalismo e entramos no debate das especialidades da profissão. Certamente, uma delas chamou mais sua atenção, certo? Quando o jornalista escolhe exatamente o que quer fazer,começa por aí mesmo. Agora espero que você tenha uma ideia melhor de onde pode atuar um jornalista, de modo que já é possível visualizar possibilidades. Falamos também de áreas de atuação geralmente pouco citadas, mas onde também existem grandes possibilidades. É o caso do jornalismo alternativo e de tudo que a internet está propiciando como espaço de produção e divulgação de informações. Nesse sentido, nunca se teve tantas possibilidades como agora, diante das facilidades que a internet e as tecnologias proporcionam e que contribuem para a aceleração das trocas de informação entre as pessoas. Será que você está preparado para encarar tudo isso? Não há uma reposta definitiva para essa pergunta porque os jornalistas têm sempre que estar aprendendo. Nunca podem se contentar com aquilo que já conhecem porque em um mundo onde as informações circulam em uma velocidade absurda, não há tempo a perder. O jeito é dedicar-se para acompanhar estas transformações na medida do possível, sempre de olho no aperfeiçoamento para além de questões tecnológicas. É preciso ter repertório. Significa que o jornalista precisa conhecer realidades, presenciando-as, não ouvindo ou lendo sobre elas, apenas. 27 REFERÊNCIAS AMARAL, Márcia. Jornalismo popular. São Paulo: Contexto, 2006. ANDERÁOS, Ricardo. Observatório da Imprensa. Internet supera TV em faturamento publicitário nos EUA. 2014. ed. 794. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed794_internet_supera_tv_ em_faturamento_publicitario_nos_eua>. Acesso em: 29 mar. 2016. CALDAS, Suely. Jornalismo econômico. São Paulo: Contexto, 2012. COELHO, Paulo. Jornalismo esportivo. São Paulo: Contexto, 2015. F/RADAR. Pesquisa. 11. ed. Datafolha: abr. 2012. KUCINSKI, Bernardo. 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