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Jornalismo e Sociedade 5

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JORNALISMO E SOCIEDADE 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Guilherme Carvalho 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, esta é a aula 5 de Jornalismo e Sociedade. Nela, vamos tratar do 
assunto Sociedade e Pós-Modernidade, que abrange o jornalismo atual, 
pensando de que maneira os jornalistas têm atuado diante de uma série de 
transformações que estão ainda em curso em nossa sociedade. Sobretudo, por 
conta das mudanças promovidas pela internet e pelas novas tecnologias. Para 
tanto, nesta aula, vamos: 
• Tipificar o jornalismo 
• Apontar meios alternativos de trabalho 
• Apontar tendências de mercado 
CONTEXTUALIZANDO 
O jornalismo é uma atividade muito sensível a transformações que 
ocorrem em nossa sociedade. Marshall Mcluhan, no livro “Os meios de 
Comunicação como extensões do homem” diz que a inserção de qualquer nova 
tecnologia provoca uma reconfiguração sobre o modo como os seres humanos 
se relacionam e como se relacionam com o mundo a sua volta. É também o 
que ocorre no jornalismo quando uma nova tecnologia é inserida. Nós 
precisamos repensar o modo de fazer jornalismo a todo momento porque as 
pessoas que consomem informação mudam seus hábitos de consumo 
também. 
Não significa que tudo deve ser alterado da noite para o dia. Muita coisa 
no jornalismo é duradoura e pode ser definida por questões estruturais. Por 
exemplo, o fato de que em qualquer tipo de jornalismo podemos encontrar 
certas especialidades que contribuem para podermos fazer um jornalismo com 
mais qualidade para cada tipo de público. 
Nestas próximas aulas trataremos das questões relacionadas a esse 
mercado atual para ajudar você a compreender melhor a área em que está se 
 
 
3 
inserindo e para que possa desde já identificar aquilo com o que mais se sente 
atraído para poder fazer as escolhas futuramente em sua carreira profissional. 
Problematização 
Para dar início ao debate, vamos refletir sobre uma questão que vai nos 
ajudar a desenvolver as ideias ao longo de todo o percurso dessa aula: pense 
em todas as possíveis áreas para atuação na profissão de jornalismo e liste 
aquilo que você se imagina atuando. Será que você conseguiu imaginar todas 
as possibilidades? 
TEMA 1: O JORNALISMO COMERCIAL E ESPECIALIDADES 
Podemos considerar como jornalismo comercial todo aquele jornalismo 
que se liga a uma proposta comercial, ou seja, que se volta para a produção de 
notícias cujo principal objetivo é a venda. Nesse sentido, o jornalismo comercial 
é tudo aquilo que é publicado por empresas jornalísticas cujo objetivo principal 
é a obtenção de lucro. Como exemplo, podemos citar Rede Globo, SBT, 
Record, Folha de São Paulo, Gazeta do Povo, CBN, Bandnews, entre tantas 
outras empresas. 
Quando falamos em venda, podemos considerar os seguintes itens: 
Formas de financiamento do jornalismo comercial 
 Venda de exemplares em bancas, no caso de impressos 
 Assinatura do site, impresso ou TV a cabo 
 Espaço publicitário para anunciantes 
 Classificados 
 Espaço para publicação de editais 
 Informes publicitários (releases produzidos por assessorias e 
publicadas como notícias) 
 
 
4 
 Notícia patrocinada (produzida pela equipe do veículo, mas 
financiada por outra empresa) 
 Informes institucionais (informes de outras empresas com caráter de 
prestação de serviço) 
 Impostos e subvenções fiscais (paga pelo Estado com dinheiro 
público) 
É preciso, contudo, diferenciar jornalismo comercial e jornalismo 
institucional. O jornalismo institucional é aquele promovido por instituições que 
não necessariamente têm o lucro como atividade-fim, mas que contam com 
produção jornalística com vistas a promover algum tema em grupos de 
pessoas que participam de determinada instituição, como uma associação, um 
clube, um determinado órgão governamental, etc. e que tem seu próprio 
veículo de comunicação. A TV Câmara e a TV Justiça são exemplos disso. 
Ainda, é preciso igualmente diferenciar jornalismo comercial e jornalismo 
empresarial. O jornalismo empresarial tem como objetivo a produção 
jornalística para atender às demandas de divulgação de informações de uma 
empresa. Esse jornalismo pode ser tanto para os funcionários da empresa, por 
meio do uso de diferentes plataformas, como para o público consumidor de 
serviços e/ou produtos dessa empresa. Pode ser por meio de veículos 
impressos, sistema de som ou de TV e por uso de intranet. Nesse caso, o 
objetivo principal é a venda do produto ou serviço por meio do jornalismo. 
Por fim, vamos esclarecer também jornalismo público ou jornalismo 
cívico ou jornalismo cidadão, que é aquele cujo principal interesse da 
organização não é o lucro. Na maior parte dos casos, principalmente no Brasil, 
o jornalismo público se sustenta de recursos públicos provenientes do Estado. 
São marcas desse tipo de jornalismo a produção de conteúdos voltados para 
debates comunitários e que geralmente não são tratados pelo jornalismo 
comercial, pois não visam necessariamente a audiência. A TV Brasil e a TV 
Cultura são exemplos disso, assim como a mundialmente famosa BBC inglesa. 
 
 
5 
Resumidamente, o jornalismo comercial pode ser mais facilmente 
identificado quando entendemos que a atividade-fim da empresa é o 
jornalismo, considerando que seu objetivo principal é a obtenção de lucro, 
porque se trata também de uma empresa privada. Hoje, no Brasil, o jornalismo 
comercial é o que tem maior audiência. 
As grandes empresas de comunicação do país constituem um grande 
sistema privado com capacidade para liderar as principais produções 
jornalísticas, tanto no que diz respeito à quantidade de informações quanto no 
que diz respeito à qualidade das produções – sobretudo no que diz respeito à 
qualidade técnica, como equipamentos, recursos audiovisuais e conteúdo 
promocional. 
Trata-se também do meio onde estão a maior parte dos postos de 
trabalho para jornalistas no país. Não por acaso, os jornalistas mais lembrados 
e mais premiados do país são de empresas jornalísticas onde é possível 
produzir conteúdo com maior qualidade e onde muitos conseguem estabelecer 
uma carreira profissional duradoura. 
No jornalismo comercial se encontra uma série especializações que 
fazem com que se desenvolvam diferentes tipos de jornalismo. Isso tem a ver 
com a necessidade de atender às diferentes demandas do público consumidor 
de notícias. Exige, portanto, que as empresas jornalísticas pensem estratégias 
de produção que considerem diferentes perfis profissionais para a elaboração 
desses conteúdos. Além disso, as empresas devem pensar também um 
jornalismo adaptado para suas plataformas de comunicação (TV, rádio, internet 
ou impresso). 
Nas próximas telas, você vai poder conhecer uma relação com uma 
grande caracterização para as principais especialidades de jornalismo 
encontrados no jornalismo comercial: 
 
 
 
6 
Jornalismo político 
É todo jornalismo cujo objeto de trabalho é composto por políticos ou 
envolve instituições públicas. É, sem dúvida, aquele que mais atrai a atenção 
de jornalistas pela abundância de informações e pela grande audiência que 
gera. Em geral, o jornalismo político gera mais notícias do que reportagens, 
mas boa parte das reportagens publicadas hoje no Brasil são provenientes do 
jornalismo político. 
Assuntos que são notícia 
 Um ato do presidente da república 
 Escândalo de desvio de dinheiro público 
 A aprovação de um projeto de lei 
 O resultado das eleições 
 A campanha eleitoral de candidatos 
 A mudança de um ministro ou secretário 
Cotidiano do jornalista político 
O dia a dia deste profissional passapelo acompanhamento de sessões 
em câmaras, assembleias legislativas e Congresso Nacional, até o 
relacionamento cotidiano com assessores de imprensa e políticos, leitura de 
editais e diários oficiais, além do acompanhamento do que os outros jornalistas 
estão publicando. 
Perfil do jornalista político 
É fundamental também este profissional goste e se interesse pelo tema. 
Isso exige, portanto, o estudo do assunto e, sobretudo, da história da sua 
cidade, do seu Estado, do seu país e da geopolítica mundial. Para acompanhar 
a política, é necessário ter muita malícia e jogo de cintura para evitar ser 
manipulado por políticos e partidos. Não é à toa que, em geral, jornalistas mais 
experientes são os que cobrem política. 
 
 
7 
Exemplo de notícia jornalística política: http://noticias.uol.com.br/ultimas-
noticias/agencia-estado/2016/01/11/planalto-ameaca-deputados-favoraveis-a-
impeachment-com-pente-fino-em-cargos.htm 
Jornalismo econômico 
Muitas vezes, está associado ao jornalismo político porque a economia, 
geralmente, depende de decisões políticas. A diferença principal é que no 
jornalismo econômico há uma preocupação maior com números ou com a 
“tradução” deles. O jornalismo econômico exige uma especialização que inclua 
a compreensão de dados estatísticos e cálculos, sem deixar de abordar sobre 
como isso afeta a vida das pessoas, empresas e economia em geral. 
Geralmente, é voltado para empresários e investidores, mas também pode ser 
feito para o cidadão médio. 
Assuntos que são notícia 
 Datas comemorativas de compras (natal, dia das crianças, etc.) 
 Variação do câmbio e bolsas 
 Decisões políticas como redução ou aumento de juros 
 Valor de cesta básica 
 Variação da produção industrial 
 Vendas no comércio 
 Volume da produção agrícola 
 Transações comerciais entre grandes empresas 
 
Cotidiano do jornalista econômico 
O acompanhamento das cotações de bolsas de valores e a variação das 
moedas a partir dos institutos de acompanhamento desses dados são 
fundamentais no trabalho deste profissional. Também faz parte do cotidiano o 
acompanhamento das decisões políticas que interferem na economia, de 
 
 
8 
dados de institutos de pesquisa como o Ipea, IBGE, Dieese, índices de 
inflação, entre outros, além da leitura de editais e demonstrativos financeiros de 
empresas. 
 
Perfil do jornalista econômico 
Precisa gostar de números e tem que procurar se especializar na área. 
Geralmente é uma área onde predominam mulheres. É um jornalismo mais 
técnico que o político, pois exige uma compreensão maior de certos termos da 
área, além de uma boa análise dos dados, procurando tornar tudo isso 
compreensível. 
Exemplo de notícia jornalística econômica: 
http://www.valor.com.br/brasil/4385504/mercado-piora-expectativa-para-
inflacao-e-atividade-economica-em-2016 
 
Jornalismo policial 
É aquele voltado para a cobertura de crimes que podem ser 
assassinatos, roubos, dados da violência, entre outros. Nesse tipo de 
jornalismo é mais comum uma cobertura dita sensacionalista, isto é, que torna 
o fato sensacional, com maior dramaticidade, mesmo porque geralmente traz 
“desgraças”. É um tipo de conteúdo que chama a atenção de um público mais 
popular. 
• Assuntos que são notícia 
• Mortes provocadas por assassinato 
• Grandes roubos como assaltos a banco 
• Crimes envolvendo grandes empresas ou políticos como desvio de 
dinheiro público 
• Variação da quantidade de crimes por períodos 
 
 
9 
Cotidiano do jornalista policial 
Uma das tarefas mais comuns neste jornalismo é a chamada “ronda”. 
Nela, os jornalistas acompanham o cotidiano de delegacias à espera da prisão 
de acusados ou alguma ação policial. Os delegados e policiais são as 
principais fontes de informação, mas é preciso ter “estômago”, uma vez que 
boa parte do trabalho inclui presenciar cadáveres. 
Perfil do jornalista policial 
Este profissional precisa ter bom senso de justiça, incluindo o cuidado 
para não prejulgar alguém. Em geral, é um tipo de jornalismo mais exercido por 
homens. O importante é estar sempre preparado para a cobertura de um caso, 
pois a conclusão de uma investigação policial pode se dar a qualquer 
momento. 
Exemplo de notícia jornalística policial: 
http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2016/01/homem-aranha-e-preso-
apos-escalar-e-assaltar-condominios-em-manaus.html 
Jornalismo de cotidiano 
É aquele que fala dos acontecimentos do dia a dia, pode ser alguém que 
realizou algo inusitado ou que saiu do comum ou um problema do bairro ou 
algo relacionado à infraestrutura da cidade. Pode ser também a respeito da 
vida de alguém conhecido, como um ator. São fatos corriqueiros, mas que 
chamam a atenção das pessoas por algum motivo. 
• Assuntos que são notícia 
• Um prêmio da loteria 
• A mudança no hábito de consumo de uma comunidade 
• A morte de um artista 
• A realização de protestos e greves 
• Um problema de alagamento 
 
 
10 
• Mudanças no trânsito 
Cotidiano do jornalista de cotidiano 
Nesse jornalismo é comum que os assuntos cheguem até o jornalista 
por meio de denúncias do cidadão comum ou por meio de assessorias de 
imprensa. Em geral, este profissional é bastante variado e também garante 
maior liberdade para o jornalista. Inclui ainda a divulgação de notícias de 
serviço, ou seja, informações são úteis ao cidadão. O importante é ficar atento 
às redes sociais, sites e e-mails, por onde podem chegar boas sugestões de 
pauta. 
Perfil do jornalista de cotidiano 
Este profissional tem que gostar de pessoas e precisa ter feeling para 
saber o que rende uma boa história. Ou seja, uma história que chamará a 
atenção das pessoas e que vale a pena ser contada. A rotina de trabalho é 
mais surpreendente do que nos outros tipos de jornalismo. Também é 
importante conhecer o funcionamento das instituições. 
Exemplo de notícia jornalística de cotidiano (reportagem): 
http://noticias.terra.com.br/mundo/hora-de-curtir-a-vida-conheca-os-melhores-
paises-para-se-viver-apos-a-
aposentadoria,ea0bceae2626dbe9bc6b7d8d3a17c575305ss5kk.html 
Jornalismo cultural 
É voltado para a cobertura de eventos e manifestações culturais ou 
artísticas. Trata-se de um jornalismo mais refinado, pois é geralmente voltado 
para um público mais crítico. O texto geralmente recorre a aspectos literários. 
Alguns contestam, mas no jornalismo cultural também pode ser incluído o 
jornalismo de entretenimento, como as fofocas dos famosos ou informações 
sobre a programação da televisão. 
 
 
 
11 
Assuntos que são notícia 
• Uma exposição 
• Uma peça 
• Um livro 
• O lançamento de um filme 
• Uma entrevista com um ator ou escritor 
• A ida de uma atriz à praia 
• Uma festa que reúne famosos 
Cotidiano do jornalista cultural 
A maior parte das informações sobre cultura vêm das assessorias de 
imprensa, mas é fundamental que o jornalista acompanhe as produções 
artísticas para poder compreender do que se trata. Frequentar cafés, conversar 
com artistas e intelectuais é também importante para estabelecer confiança 
para obtenção de informações. 
Perfil do jornalista cultural 
Este profissional precisa ter bom senso crítico para as artes. Deve ler, 
assistir filmes, conhecer de música e de bandas, enfim, é preciso gostar de 
arte. 
Exemplo de notícia jornalística cultural (resenha): 
http://revistacult.uol.com.br/home/2016/01/o-genero-movedico-de-menino-
oculto/ 
Jornalismo esportivo 
Neste estilo destaca-se a cobertura de eventos como jogos de futebol, 
olimpíadas, cotidiano de clubes, vida de atletas, etc. No Brasil, o futebol domina 
cerca de 80% da coberturajornalística. Isso é resultado da preferência nacional 
dos brasileiros pelo esporte. 
 
 
12 
Assuntos que são notícia 
• Uma partida de futebol, vôlei, basquete, etc. 
• A negociação de jogadores 
• Uma entrevista com atleta 
• Um feito inédito de um atleta como a quebra de recorde 
• A organização de um torneio ou campeonato 
• Os bastidores de um clube ou de uma seleção 
 
Cotidiano do jornalista esportivo 
Neste estilo, os fatos geralmente são acessíveis porque os 
acontecimentos são visíveis. É o caso de uma partida ou uma disputa. Mas 
também é importante acompanhar o dia a dia de um clube, mantendo uma 
relação próxima com atletas, dirigentes e assessores de imprensa de clubes 
para procurar informações que não estão disponíveis, mas que interessam ao 
torcedor. 
Perfil do jornalista esportivo 
Este profissional geralmente tem que abrir mão dos finais de semana, já 
que boa parte das atividades ocorrem sábados e domingos. Também deve 
gostar e, na medida do possível, praticar esporte para entender melhor como 
funciona a cabeça de um atleta. Em geral, é uma área mais previsível. 
Exemplo de notícia jornalística esportiva: 
http://www.lance.com.br/corinthians/apos-debandada-tite-comeca-montar-para-
2016.html 
Há ainda uma série de outras especializações de jornalismo, como o 
científico, o internacional, de gênero, de entretenimento e de meio ambiente. 
Também é importante considerar que a especialidade no jornalismo não 
significa que os temas não sejam abordados em diferentes editorias. É comum, 
 
 
13 
por exemplo, questões políticas serem publicadas nas sessões de jornalismo 
policial, por exemplo. Ou o jornalismo esportivo trazer questões de economia. 
Confira a seguir uma tabela com a classificação do jornalismo, por 
especialidade: 
 
Agora faça o seguinte: acesse um site de notícias de algum jornal 
comercial conhecido. De preferência, algum que tenha abrangência nacional. 
Pode ser o maior jornal da sua região. Em uma página, anote os títulos das 
reportagens, e em outra página monte um quadro com as especialidades 
descritas nesta aula. Depois, leia cada uma das notícias e, a partir de então, 
classifique cada uma de acordo com a especialidade, inserindo na página das 
especialidades. Por fim, contabilize o total para cada especialidade e você terá 
uma boa ideia da quantidade de conteúdo produzido para cada uma dessas 
áreas. 
Leia as páginas 96 a 103 da obra a seguir. Para tanto, acesse a 
Biblioteca Virtual, pelo UNICO, e busque pela obra: 
PENA, Felipe. Teorias do jornalismo. São Paulo: Contexto, 2005. 
 
 
 
14 
TEMA 2: O JORNALISMO ALTERNATIVO 
Se para o jornalismo comercial a notícia é produzida com o objetivo-fim 
no lucro, no jornalismo alternativo é justamente o contrário. Ao procurar definir 
conceitualmente a práxis do jornalismo alternativo, Dennis de Oliveira a 
entende como: 
perspectiva a reconstrução da esfera pública a partir dos valores da 
igualdade de oportunidades, da equidade, da democracia radical e da 
subordinação dos interesses econômico-privados aos interesses 
coletivos. [...] passa pela abertura dos espaços midiáticos a todos os 
segmentos sociais, rompendo com o cerco da agenda de fontes 
oficiais, pela plena referência na produção das informações no sujeito-
cidadão e não no sujeito-consumidor. (OLIVEIRA, 2009, p.6). 
 
Esta percepção do jornalismo alternativo como oposição à ordem está 
bastante associada à realidade latino-americana, onde as contradições sociais 
são mais evidentes. Em um sentido mais amplo, podemos considerar como 
alternativo todo o jornalismo que não visa lucro, mas não apenas isto. Ele se 
legitima pela “apresentação de novas possibilidades de ambiências” 
(OLIVEIRA, 2009, p.7). 
Propõe, portanto, uma forma de percepção da realidade diferenciada do 
que é apresentado comercialmente. Assim, aquele praticado por sindicatos, 
organizações, comunidades e movimentos sociais se enquadraria nesta 
perspectiva, mas a simples oposição não garantiria a legitimidade para as 
informações veiculadas para estes grupos. Há um elemento, portanto, que 
deve ser considerado na relação entre quem constrói a notícia e quem lê. 
Trata-se da capacidade de tornar público aquilo que é omitido pela mídia. 
Isso inclui não só a seleção de temas que serão transformados em 
notícia, mas também a maneira de narrar os fatos. As fontes de informação são 
aquelas que não foram consultadas pelos veículos comerciais, por exemplo. 
Veja a seguir um quadro que apresenta as diferenças entre jornalismo 
comercial e alternativo: 
 
 
15 
 
Com a internet, ativistas de movimentos sociais podem produzir seus 
próprios conteúdos e publicá-los na internet, promovendo determinado tema. O 
que diferencia este conteúdo do que é publicado por veículos de comunicação 
alternativos é justamente a singularidade jornalística, ou mais simplesmente, a 
diferença entre o amadorismo dos divulgadores de informação ou 
comunicadores populares, potencializado pela internet. Ou seja, não podemos 
confundir jornalismo com ativismo, ok? 
Resumidamente, nem todo veículo que disponibiliza conteúdos 
populares deve ser considerado jornalismo alternativo, mas todo jornalismo 
alternativo só pode ser considerado como tal quando estabelece relações com 
a cultura popular, a partir de uma perspectiva crítica sobre a sociedade. 
Temas comuns ao jornalismo alternativo 
• Direitos humanos 
• Questões ambienteis 
• Direitos de minorias 
• Política 
• Cultura 
As iniciativas hoje encontradas na internet são, na verdade, fruto de um 
tipo de jornalismo que já está consolidado há muitos anos. No Brasil, ela se 
relaciona com a imprensa sindical do final do século XIX, com a imprensa 
 
 
16 
partidária da primeira metade e do século XX e, mais recentemente, com 
impressos como revistas Realidade e Caros Amigos, e jornal Brasil de Fato, 
entre outros. Com a potencialização da abrangência dos veículos, a 
segmentação dos conteúdos e a redução dos custos (já que não existe mais a 
necessidade de impressão para difusão de conteúdos), um antigo problema 
para a mídia alternativa parece estar se resolvendo. 
A internet permite um crescimento da audiência segmentada de modo a 
contribuir mais significativamente para formar opinião, ao mesmo tempo em 
que não necessita de grandes recursos para divulgação. 
Talvez, você já conheça alguns dos veículos apresentados na lista a 
seguir. Acesse cada um para compreender um pouco melhor o que é 
jornalismo alternativo. Depois, procure em um site de jornalismo comercial da 
sua região uma notícia sobre o mesmo assunto. Faça uma breve comparação 
entre ambos, procurando identificar quais foram as fontes de informação e 
quais as diferenças no texto e na abordagem. 
• Agência Pública: http://apublica.org/ 
• Caros Amigos: http://www.carosamigos.com.br 
• Global Voices: http://pt.globalvoicesonline.org/ 
• Envolverde: http://envolverde.com.br/ 
• Adital: http://site.adital.com.br/site/index.php?lang=PT 
• Jornalistas Livres: https://medium.com/jornalistas-livres 
• Vice: http://www.vice.com/pt_br 
• Brasil de Fato: http://www.brasildefato.com.br/ 
• Repórter Brasil: http://reporterbrasil.org.br/ 
• Mídia Ninja: https://ninja.oximity.com/ 
• Carta Maior: http://cartamaior.com.br/ 
• Brasil Debate: http://brasildebate.com.br/ 
• Eco Debate: http://www.ecodebate.com.br/ 
 
 
 
17 
O jornalismo alternativo enfrenta dois principais problemas: 
1. Dificuldade desse jornalismo se consolidar ou de se colocar em 
condições de concorrer com o jornalismo comercial no Brasil. Existem 
iniciativas importantes que estão conseguindo umespaço significativo, mas 
ainda estão muito atrás da capacidade de comunicação do jornalismo 
comercial. Essa dificuldade é decorrente da ausência de uma estratégia que 
garanta sustentação financeira para estes veículos e que geralmente acabam 
sucumbindo diante da falta de dinheiro. 
2. Desvinculação de interesses políticos, de modo que esse tipo de 
jornalismo se consolide não como um jornalismo a serviço de um determinado 
grupo político, mas que consiga atuar de maneira crítica e independente. 
Para conhecer mais, leia Conceitos de jornalismo popular e alternativo: 
http://www.usp.br/alterjor/Apostila_ICursoDifusao.pdf 
Sugestão de leitura 
KUCINSKI, Bernardo. Jornalistas e revolucionários: nos tempos da 
imprensa alternativa. São Paulo: Página Aberta, 1991. 
TEMA 3: O JORNALISMO NA ERA DIGITAL 
As pessoas nunca tiveram tanto acesso à informação como ocorre 
agora. Em um cenário privilegiado para a comunicação e as tecnologias que 
lhe servem, o jornalismo é uma das atividades mais sensíveis a essas 
mudanças. A internet muda a maneira como as pessoas consomem 
informação, o que obriga o jornalismo também a ser reorganizar. 
Mudanças perceptíveis no jornalismo 
• Novos perfis profissionais 
• Novas questões trabalhistas 
 
 
18 
• Novas narrativas 
• O fim das barreiras temporais e geográficas dos conteúdos 
disponíveis 
• Uma nova exigência cidadã global 
• Novas formas de relacionamento decorrentes das tecnologias 
Com o acesso facilitado à informação e à divulgação de conteúdos, por 
conta da internet, alguns acreditam que o jornalismo profissional deixou de ser 
importante. É preciso diferenciar a produção amadora daquela realizada por 
profissionais. Os jornalistas, além de capacitados para a atividade, dedicam 
seu tempo quase que exclusivamente para a apuração dos fatos, têm domínio 
da técnica, conhecem os efeitos de uma informação e são remunerados para 
isto. 
Ao contrário dos amadores, portanto, estabelecem uma relação 
profissional com os fatos. 
Apesar de qualquer pessoa ter a possibilidade de difusão de conteúdos 
pela rede mundial de computadores, os jornalistas ainda parecem ter um papel 
socialmente legitimado e institucionalizado para construir a realidade social 
como realidade pública e socialmente relevante. Exemplo: você se lembra do 
caso do linchamento do Guarujá? Trata-se de uma mulher que foi linchada por 
moradores no Guarujá, litoral de São Paulo, após ser confundida por uma outra 
pessoa suspeita de matar uma criança em um ritual de magia negra. A 
comunidade se equivocou depois que um blog, aparentemente jornalístico, 
“Guarujá alerta”, fez a divulgação da foto de uma mulher que se parecia com a 
que acabou sendo linchada. Acontece que a notícia era falsa e Fabiane Maria 
de Jesus, morta violentamente após o linchamento, era inocente. 
O crescimento de inúmeros sites jornalísticos que postam conteúdos 
periodicamente contrasta com a queda no faturamento de veículos tradicionais, 
sobretudo do impresso. De acordo com F/Radar (2012), 61% dos internautas 
brasileiros substituem mídias convencionais para consumir conteúdos 
originários via internet. 
 
 
19 
Por mídia convencional entende-se televisão, rádio e impresso. Este 
conceito diverge de mídia tradicional, ao compreender que os meios que 
antecederam a internet não estão determinados por aspectos tradicionais sobre 
a maneira de se fazer comunicação. Aliás, utilizam ferramentas da internet para 
potencializar sua capacidade de audiência e de capitalização de sua produção. 
Saiba mais 
Entre abril de 2013 e abril de 2014 houve redução de 6,22% no 
faturamento dos meios impressos no Brasil. Bem atrás dos 23,61% de 
crescimento da internet, que só perde para os fantásticos números da TV por 
assinatura, com 60,5%. A participação do impresso no mercado da 
comunicação representa 9,19%, em decadência, já a internet, em ascensão, 
chegou em 2014 a 4,67%, proporcionalmente o terceiro maior meio 
(INTERMEIOS, 2014). 
Nos Estados Unidos a internet assumiu o primeiro lugar em faturamento 
entre os demais meios. “Em 2013 os investimentos em publicidade digital no 
país foram de US$ 42,8 bilhões, contra US$ 40,1 bilhões na televisão. O 
anúncio é um marco histórico, e deve acelerar ainda mais o processo de 
erosão do faturamento dos meios de comunicação tradicionais em todo o 
mundo.” (ANDERÁOS, 2014). 
Ao compreender que boa parte dos acessos à notícia pela internet se dá 
em sites nos veículos jornalísticos estabelecidos comercialmente, poder-se-ia 
concluir que não haveria motivos para a temeridade empresarial, uma vez que 
as receitas publicitárias seriam naturalmente transferidas para outro meio. 
Acontece que na internet as coisas são diferentes. E o cerne da 
diferença está na enorme concorrência a qual as empresas são expostas por 
pessoas, redes ou grupos que se dispõem a publicar conteúdos informativos ou 
noticiosos. 
 
 
20 
Ignácio Ramonet (2012) fala de uma crise de identidade do jornalismo, 
resultante do enfraquecimento de empresas tradicionais de comunicação que 
detêm verdadeiros monopólios em decorrência da crise do modelo de negócio 
do jornalismo. Principalmente porque agora a difusão de informações não é 
mais um privilégio exclusivo a jornalistas, mas está disponível para qualquer 
pessoa com acesso à internet, segundo descrito pelo conceito de prosumers 
(produtores + consumidores). 
Uma das mudanças fundamentais é que o jornalista não está mais 
“sozinho”. Significa que o público hoje também tem acesso a produção e 
divulgação de informações, e que tudo o que o jornalista produz ou publica 
precisa levar isso em consideração. 
Hoje, uma notícia postada na internet nunca está vencida ou nunca terá 
fim. Um outro jornalista ou um internauta pode acessar essa postagem daqui 
10 anos e reeditá-la para uma nova postagem. Os jornalistas também estão 
mais “vigiados”. Um erro ou problema nas informações logo gera uma série de 
repercussões negativas para o trabalho do jornalista por meio do uso das redes 
sociais. Isso ocorre porque o público tem mais acesso a informações e tem 
melhores condições de comparar os conteúdos publicados entre os veículos, 
para não falar das pessoas que vivenciaram determinado fato e que podem 
postar nas redes uma mensagem que desmente o que o jornalista publicou. 
Uma das saídas é justamente o de transformar o público em colaborador 
do trabalho jornalístico, estabelecendo contatos para receber sugestões de 
pauta, informações adicionais, correções, entre outras ações que ajudam a 
aprimorar o trabalho do jornalista. 
Assista este vídeo a respeito do novo público: 
https://www.youtube.com/watch?v=xMv7ymEz_FU 
Saiba como inserir legenda em português: 
https://www.youtube.com/watch?v=Ty8ujyucBRo 
 
 
21 
 A exigência de uma produção em ritmo acelerado a fim de fazer frente à 
concorrência, aliado ao enxugamento das redações promovido pelas empresas 
que veem seu negócio em crise, à precarização das condições de trabalho e 
aos novos hábitos dos internautas, reduz a possibilidade de investigação e 
apuração dos fatos. O resultado são coberturas superficiais, erros de 
informação e reprodução de pautas já publicadas por outros veículos ou 
completamente irrelevantes. 
O jornalismo comercial, portanto, estaria refém da crise de mercado que 
se estabeleceu sobre as empresas jornalísticas e de comunicação em 
processo de monopolização. O grande desafio atual do jornalismo comercial é 
encontrar um novo modelo que substitua o modo tradicional de faturamento e 
que assegure a sustentação financeira das empresas. Algumas tentativas já 
demonstram que a saída está não mais napublicação de conteúdos, mas na 
interação com as pessoas que podem contribuir para a produção de um 
jornalismo mais voltado para o interesse público. 
Dica de filme 
Underground: a história de Julien Assenge. Conta a história do 
fundador do WikiLeaks. Ele conseguiu informações sigilosas do serviço secreto 
dos Estados Unidos que denunciavam a morte de inocentes durante a Guerra 
do Golfo e divulgou para o mundo todo. 
 
Fonte: http://www.gstatic.com/tv/thumb/movieposters/9724408/p9724408_p_v8_aa.jpg 
 
 
 
22 
TEMA 4: AS DIFERENTES INSERÇÕES DO JORNALISMO COMO PROFISSÃO 
Pode parecer clichê, mas sem dúvida o jornalismo de hoje é bem 
diferente do jornalismo de 20 ou 30 anos atrás. Cotidianamente, os jornalistas 
estão sendo obrigados a se adaptar a uma nova ferramenta de comunicação, 
uma nova rede social ou uma nova tecnologia. O jornalismo, em geral, é uma 
atividade muito sensível a todas essas transformações. E os jornalistas não 
estão imunes a essas mudanças. Com a internet, muitos jornalistas de “cabelos 
brancos” acabam perdendo valor para a redação. Trata-se do resultado de uma 
mudança da fonte de armazenamento de informações. No lugar do jornalista 
experiente, entra em cena o Google, que permite que cerca de 80% do trabalho 
jornalístico seja realizado pela internet. 
Mas não só os cabelos brancos que estão ficando mais raros nas 
redações. Os próprios jornalistas estão reduzindo nas empresas e a explicação 
é simples. Com as tecnologias atuais e a internet é possível produzir mais em 
menos tempo. Tudo isso significa uma redução de custos que fazem com que 
as empresas reduzam a quantidade de jornalistas necessários para dar conta 
do recado. 
Muitas das atividades antes desenvolvidas por diagramadores, por 
exemplo, passaram a ser executadas pelos próprios jornalistas. Hoje existem 
softwares que permitem que a notícia seja escrita diretamente na página a ser 
impressa. Um outro exemplo, é o desaparecimento do jornalista copydesk. 
Essa função era destinada para aquele que deveria fazer a correção orográfica 
e gramatical dos textos. Com os corretores ortográficos dos editores de texto, 
essa tarefa acabou sendo quase que automatizada. 
 
 
23 
Para desespero dos jornalistas, está em desenvolvimento uma 
ferramenta de computador que utiliza algoritmos para escrever 
automaticamente algumas notícias. Significa que o próprio computador já é 
capaz de escrever algo sem a necessidade de um ser humano fazendo isso. 
https://knightcenter.utexas.edu/pt-br/blog/00-15320-jornalista-utiliza-
algoritmo-para-escrever-noticia-sobre-terremoto-em-poucos-minutos 
Associado ao cenário de crise do modelo de negócio do jornalismo, os 
jornalistas se veem em uma situação bastante complicada para o futuro. Mas 
não é tão ruim quanto parece. Ao mesmo tempo em que a internet provoca 
uma série de mudanças no mercado e que desenham um cenário de crise, a 
verdade é que existe uma série de outras iniciativas que estão surgindo e se 
desenvolvendo na internet. É preciso considerar que a internet, na maior parte 
dos países, ainda não é o principal meio de comunicação. Mas será em breve. 
E isso significa que ela se tornará o meio de maior audiência e, portanto, com 
maior capacidade de captação de recursos. 
Não há dúvidas de que a internet chegará a esse ponto. Só não se sabe 
precisar exatamente quando isso ocorrerá e de que maneira. Enquanto isso, 
muitos apostam em iniciativas como empreendedores que estão se 
transformando em possibilidades de carreira e que ajudam a suprir 
necessidades do mercado e da sociedade. 
Você já ouviu falar do “InteratoresUP!”? Então, confira a seguir... ele tem 
uma série de exemplos de iniciativas de jornalistas que estão inventando novas 
ferramentas ou dando uma nova roupagem para a profissão de jornalistas: 
http://interatores.com.br/ 
O jornalista, hoje, tem a possibilidade de trabalhar nas redações 
jornalísticas em televisão, rádio, impresso e internet. Em alguns casos, as 
empresas de comunicação acabam atuando de maneira a convergir as 
plataformas, o que faz com que o jornalista tenha que compreender não 
 
 
24 
apenas de televisão ou de rádio, mas ele também precisa compreender o 
funcionamento da internet, das redes sociais, e de como gerir isso. 
O trabalho do jornalista não termina na publicação de uma notícia. Ele 
precisa divulgar nas redes sociais, provocar o debate, gerir um post, monitorar 
a interatividade e responder quando necessário, porque a notícia não termina 
na sua primeira publicação. Na verdade, na internet, ela nunca tem fim. 
Além das empresas jornalísticas, hoje vemos muitas outras 
organizações investindo em jornalismo. Há uma tendência no mercado 
brasileiro em transferir a maior parte dos empregos de jornalistas de empresas 
jornalísticas para o trabalho em assessoria. Quando falamos em assessoria, 
nos referimos ao trabalho de comunicação desenvolvido também em diferentes 
plataformas e que incluem atividades que vão além da produção de notícias, 
mas que incluem o relacionamento com imprensa, a produção de conteúdos 
como vídeos, áudios e textos institucionais, a organização de eventos como 
entrevistas coletivas, reuniões com imprensa, entre outras atividades nas quais 
os jornalistas também constroem longas e sustentáveis carreiras. Em geral, é 
nas assessorias onde se concentram melhores oportunidades de emprego e 
certamente a área que mais emprega jornalistas atualmente. 
O mais importante é ampliar o máximo possível o domínio teórico e 
técnico de diferentes áreas para a atuação do jornalista de modo que você 
esteja preparado para atuar em qualquer área da profissão. Mas é fundamental 
que o jornalista atual domine muito bem as ferramentas da internet e os 
equipamentos utilizados para transmissão de informações. Esse será o futuro 
do jornalismo. 
 
 
25 
TROCANDO IDEIAS 
O Jornalismo é uma atividade profissional que está em constante 
adaptação. O futuro jornalista precisa estar atento às transformações 
tecnológicas, às mudanças nos hábitos de consumo e na maneira como as 
pessoas se relacionam a partir dessas mudanças. Apesar disso, há questões 
que ainda permanecem imutáveis na profissão. Dentre elas, a responsabilidade 
com as informações. 
 
NA PRÁTICA 
Agora é o momento de aprofundarmos o conhecimento por meio de um 
exercício de aplicação. Produza uma notícia com base na sua realidade. Pode 
ser algo relacionado ao bairro onde mora, o local onde trabalha ou algum local 
que frequenta. Pense em um assunto que pode interessar às pessoas em um 
desses círculos de contato. Depois, procure extrair informações da própria 
internet e redija, incluindo título e uma imagem. 
Publique em um perfil seu em alguma rede social e compartilhe com os 
amigos. Pode ser em formato de texto ou de vídeo. Em caso de texto, não 
ultrapasse os 500 caracteres, em caso de vídeo, não extrapole 1 minuto. 
Procure dar uma cara de notícia para sua postagem. Vamos ver a 
repercussão? 
 
SÍNTESE 
Espero que depois dessas aulas o seu “apetite” pelo jornalismo esteja 
ainda maior. Você pôde notar que existem vários desafios para aqueles que 
pretendem seguir na profissão. O principal, sem dúvida, é saber se adaptar às 
 
 
26 
mudanças que ocorrem frequentemente, sem deixar de lado a qualidade da 
produção. Esses são requisitos fundamentais para garantir credibilidade e essa 
é a palavra-chave para qualquer jornalista. 
Nesta aula apresentamos os diferentes tipos de jornalismo e entramos 
no debate das especialidades da profissão. Certamente, uma delas chamou 
mais sua atenção, certo? Quando o jornalista escolhe exatamente o que quer 
fazer,começa por aí mesmo. Agora espero que você tenha uma ideia melhor 
de onde pode atuar um jornalista, de modo que já é possível visualizar 
possibilidades. Falamos também de áreas de atuação geralmente pouco 
citadas, mas onde também existem grandes possibilidades. É o caso do 
jornalismo alternativo e de tudo que a internet está propiciando como espaço 
de produção e divulgação de informações. 
Nesse sentido, nunca se teve tantas possibilidades como agora, diante 
das facilidades que a internet e as tecnologias proporcionam e que contribuem 
para a aceleração das trocas de informação entre as pessoas. Será que você 
está preparado para encarar tudo isso? 
Não há uma reposta definitiva para essa pergunta porque os jornalistas 
têm sempre que estar aprendendo. Nunca podem se contentar com aquilo que 
já conhecem porque em um mundo onde as informações circulam em uma 
velocidade absurda, não há tempo a perder. O jeito é dedicar-se para 
acompanhar estas transformações na medida do possível, sempre de olho no 
aperfeiçoamento para além de questões tecnológicas. 
É preciso ter repertório. Significa que o jornalista precisa conhecer 
realidades, presenciando-as, não ouvindo ou lendo sobre elas, apenas. 
 
 
 
 
 
27 
REFERÊNCIAS 
AMARAL, Márcia. Jornalismo popular. São Paulo: Contexto, 2006. 
ANDERÁOS, Ricardo. Observatório da Imprensa. Internet supera TV em 
faturamento publicitário nos EUA. 2014. ed. 794. Disponível em: 
<http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed794_internet_supera_tv_
em_faturamento_publicitario_nos_eua>. Acesso em: 29 mar. 2016. 
CALDAS, Suely. Jornalismo econômico. São Paulo: Contexto, 2012. 
COELHO, Paulo. Jornalismo esportivo. São Paulo: Contexto, 2015. 
F/RADAR. Pesquisa. 11. ed. Datafolha: abr. 2012. 
KUCINSKI, Bernardo. Jornalistas e revolucionários: nos tempos da 
imprensa alternativa. São Paulo: Página Aberta, 1991. 
MARTINS, Franklin. Jornalismo político. São Paulo: Contexto, 2013. 
MEIO e Mensagem. Netflix pode investir em jornalismo. Out. 2015. 
Disponível em: 
<http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/noticias/2015/10/15/Netflix-
podera-investir-em-jornalismo.html>. Acesso em: 29 mar. 2016. 
OLIVEIRA, Dennis. Conceitos de jornalismo popular e alternativo. 
Disponível em: <http://www.usp.br/alterjor/Apostila_ICursoDifusao.pdf>. Acesso 
em: 29 mar. 2016. 
PENA, Felipe. Teoria do jornalismo. São Paulo: Contexto, 2013. 
PIZA, Daniel. Jornalismo cultural. São Paulo: Contexto, 2013. 
RAMONET. Ignacio. A explosão do jornalismo: das mídias de massa a 
massa de mídias. São Paulo: Publisher Brasil, 2012.

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