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ApostilaSuíno Prof Jeferson

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1 
 
 SUINOCULTURA 
 
PROF. Dr. JEFERSON EDER FERREIRA DE OLIVEIRA 
 
SUINOCULTURA – fevereiro de 2018. 
 
CONCEITO: Suinocultura é a exploração racional e econômica de suínos. Visa o máximo de lucro com a 
produção do animal. 
 
INTRODUÇÃO 
 A suinocultura foi uma das atividades que mais se desenvolveu nos últimos 20 anos, quando a carne 
suína assumiu o 1º lugar na preferência mundial, desde então não mais perdeu esta posição. Atualmente esta 
atividade tem caráter empresarial e requer a aplicação de tecnologias modernas que permitem atos índices 
de produtividade e boa rentabilidade. 
 
ORIGEM E HISTÓRIA E CLASSIFICAÇÃO DOS SUÍNOS. 
Os primeiros relatos do aparecimento dos suínos na terra datam de 40 milhões de anos e sua domesticação 
é creditada aos chineses. Ela teria ocorrido há 10.000 anos, quando os primeiros homens formaram aldeias 
para cultivar cereais, como a cevada e o trigo, depois de terem sido nômades por milhares de anos. Porém, 
eram os porcos, e não estes cereais, a principal fonte de alimento nas primeiras comunidades fixas. 
Cansados de vagar em busca de nozes e frutas, os habitantes das antigas aldeias decidiram domesticar os 
porcos selvagens encontrados na região. Poucos anos após terem estabelecido residência fixa, a criação de 
porcos converteu-se em sua atividade principal. 
Foi na antiguidade que começaram as primeiras polêmicas que cercam o consumo de carne suína. “Amado 
por uns e odiado por outros”, poderia ser o resumo dessas polêmicas. Os gregos criavam os porcos e os 
destinavam a sacrifícios consagrados aos deuses Ceres, Martes e Cibeles. Para os habitantes da Ilha de 
Creta, os porcos eram animais divinos, sendo considerados o alimento preferido pelo deus Júpiter. Na época 
do Império Romano, havia grandes criações de porcos, que eram consumidos nas grandes festas de Roma 
ou regularmente pelos nobres e pelo povo. Carlos Magno prescrevia o consumo de carne de porco aos seus 
soldados e seguidores. É nessa época que foram editadas as leis sálicas e borgonhesa que puniam com 
severidade os ladrões e matadores de porcos. Moisés, o legislador dos Hebreus, proibiu o consumo de carne 
de porco ao seu povo, para evitar as parasitoses tão comuns como a solitária (teníase), da qual era vítima o 
povo judeu, que caminhava para a terra prometida. Na Idade Média, o consumo de carne de porco era 
grande, passando a ser símbolo da gula, da volúpia e da luxúria. 
Na América não existiam suínos antes da chegada do homem. Quem primeiro trouxe esses animais, foi 
Cristóvão Colombo, na sua segunda viagem em 1493, desembarcando 8 animais na região de São 
Domingos. Esses animais posteriormente expandiram-se para a Colômbia, Venezuela, Peru e Equador. No 
Brasil, os primeiros porcos chegaram ao litoral paulista (Capitania de São Vicente) em 1532, trazidos pelo 
navegador Martins Afonso de Souza. 
Pertenciam às raças da Península Ibérica, existentes em Portugal. Foi, porém, a partir do início deste século 
que começaram os processos de melhoramento daquelas raças, através das importações de animais das 
raças Berkshire, Tamworth e Large Black da Inglaterra e, posteriormente, das raças Duroc e Poland China. 
Entre 1930 e 1940 chegaram as raças Wessex e Hampshire, na década de 50 os Landrace, na década de 60 
os Large White, na década de 70 os primeiros híbridos da Seghers e Pic, e na década de 90 os híbridos 
Dalland, Penarlan, Dan Bred e Genetic Pork. Os suínos são animais pertencentes ao gênero “Sus” e sua 
origem vêm da era quaternária. 
 Os primeiros relatos de domesticação apontam que foi na China, por volta de 4.900 a. C. Foram 
trazidos para a América Latina por Cristóvão Colombo, na sua segunda viagem em 1493. 
2 
 
 Desde a sua domesticação até os dias de hoje os suínos sofreram grandes transformações 
morfológicas e fisiológicas, frente as diferentes condições em que viveram e das inúmeras necessidades do 
homem, em relação ao seu aproveitamento. 
 O javali que habitava as florestas a 5.000 a. C. precisava ser ágil, curto e com o tórax musculoso para 
procurar alimento, disputar fêmeas por ocasião do acasalamento e se defender de animais predadores. Por 
isso, 60% do seu peso concentrava-se na parte anterior do corpo e apenas 30% ficava na parte posterior. O 
homem durante muitos séculos necessitou de muita energia para sobrevir, produzir alimentos, caçar e se 
defender dos predadores. Descobriu então que o suíno era um grande fornecedor de gordura, e o 
transformou em um animal equilibrado com 50 % de gordura e 50% de carne. A partir de 1910 com a 
descoberta das máquinas e 1967 com as necessidades crescentes de proteína, e a facilidade de produção de 
gordura vegetal, o suíno tipo banha foi sendo transformado em suíno tipo carne. 
O suíno é o quarto animal mais inteligente e existem mais de 180 espécies de suínos, encontradas em todos 
os continentes exceto Antártida. 
 
Os suínos se classificam assim: 
 
CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA 
Reino: Animal 
Tipo: Chordata 
Classe: mammalia (mamíferos) 
Sobre-ordem: Ungulados (dedos providos de cascos) 
Ordem: Artiodáctilos (número par de dedos) 
Família: Suidae (Suideos) 
Sub-Família: Suinae (Suínos) 
Gênero: Sus 
Espécies: Selvagens - Sus scrofa ferus (suíno originário do javali europeu) 
Sus vittatus (suíno originário do javali asiático) 
Doméstica - Sus medeterrâneus 
 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SUÍNOS 
Nomes mais usados: 
 Reprodutor adulto - cachaço, varrão ou varrasco. 
 Reprodutora - porca, matriz. 
 Macho jovem - leitão ou marrote. 
 Fêmea jovem - leitoa, marrã ou marroa. 
 Castrado jovem - capadete ou leitões castrados. 
 Castrado adulto - capado. 
 
CARACTERÍSTICAS ANATOMOFISIOLÓGICAS DOS SUÍNOS 
Dentição: O suíno adulto apresenta 32 dentes de leite na primeira dentição temporária e 44 dentes na 
dentição permanente. Os leitões nascem com 8 dentes, 4 caninos e 4 cantos, que devem ser cortados ou 
desgastados logo após as primeiras mamadas para evitar machucados na teta da matriz, secagem do leite e 
complexo MMA. 
 
3 
 
 
 
Aparelho respiratório: O olfato é bem desenvolvido. Respiração varia de 80 a 180 vezes por minuto. 
Aparelho termorregulador. É pouco desenvolvido. Os suínos jovens são muito sensíveis ao frio, por isso 
deve-se fazer o aquecimento dos leitões (lâmpada, ou resistência ou campânula a gás). A temperatura 
adequada nas primeiras 3 semanas é de 32º C, 4ª semana 25 - 28ºC. PORQUE: O leitão nasce com 
gordura no seu corpo e devido a grande superfície corporal em relação ao peso, poucos pelos ele não tem 
energia utiliza o glicogênio para se aquecer e entra em hipoglicemia, letargia e morte. Nos leitões rústicos a 
presença do tecido adiposo marrom produz ATP (energia) sem o ciclo de Krebs. Por isso não precisam de 
aquecimento como rato, ursos e outros e os suínos adultos são muito sensíveis ao calor. A temperatura 
corporal varia de 38,5o C a 39,5o C no adulto e no jovem 40,5o C. Após o nascimento o leitão perde até 7o C 
em sua temperatura corporal. 
A pulsação: Varia 60 - 80 vezes por minuto. 
Aparelho digestivo: Os suínos são animais onívoros, de estômago simples (monogástricos) e ceco não 
funcional e baixa capacidade de digerir fibras (menos que 20%), pouca capacidade de armazenamento de 
alimento e digestão enzimática. 
Longevidade: ± 10 anos 
Vida útil: ± 3 anos e o período de aproveitamento dos machos e da fêmea e o período de reprodução + 6 a 
10 partos. 
 
APROVEITAMENTOS (PRODUÇÕES) DOS SUÍNOS 
 Os são de grande importância para o homem, pois eles nos fornecem os seguintes produtos abaixo: 
 Produção de carne e gordura; 
 Fornece matéria prima para frigoríficos (orelhas, rabo, focinho, tripas, etc.) 
 Produção de esterco; 
 Cerdas para fabricação de escovas; 
 Benefícios medicinais para o homem: aproveitamento da pele para queimaduras, válvulado coração para 
transplante, sangue, vacinas, etc.; 
 Produção de medicamentos; 
 
O SUÍNO COMO FONTE ATUAL DE MEDICAMENTOS 
 
A técnica da clonagem de suínos transgênicos, apesar de altamente promissora, ainda está no início; porem, 
o uso de uma série de substancias do organismo dos suínos já passou pela fase de comprovação, e vem 
sendo adotado de forma rotineira na pratica da medicina humana. Os suínos fornecem mais de 40 drogas e 
fármacos utilizados em medicina humana. 
Exs: 
1- Insulina: O pâncreas dos suínos é um órgão do qual se obtém Insulina, um hormônio essencial para os 
diabéticos. Ele é encarregado de permitir a entrada de açúcar nas células e de diminuir a sua taxa no sangue, 
evitando dessa forma que atinja níveis mortais para o homem. Atualmente, a insulina é também produzida por 
engenharia genética, através da multiplicação bacteriana, porém a um custo mais caro. 
2- ACTH: Da glândula pituitária do suíno pode-se obter o ACTH, que é um hormônio usado em medicina 
humana para o tratamento de artrites e doenças inflamatórias. 
4 
 
3- A Tireoide do suíno é utilizada para obter medicamentos que serão usados por pessoas que possuem 
glândulas tireoides pouco ativas. 
4- Heparina: A mucosa intestinal dos suínos é usada para a obtenção de uma substância chamada Heparina, 
que tem propriedades anticoagulantes e é aplicada em medicina humana nos casos de tromboses. 
5- Hemoglobina: Suínos modificados geneticamente podem produzir Hemoglobina humana (pigmento do 
sangue que leva oxigênio às células do corpo), como já comentamos anteriormente. Este produto pode ser 
estocado por meses, ao contrário do sangue normal, que se conserva apenas por semanas. 
6- Surfactante: Do pulmão dos suínos, pode ser retirada uma substancia chamada surfactante, que é 
indispensável ao tratamento de bebês nascidos com a síndrome da imaturidade pulmonar. Sem essa 
substancia, que serve como um lubrificante, os bebês correm um sério risco de morrer por asfixia. 
 
O suíno como fonte atual de Células e Órgãos 
O uso de xenotransplantes do suíno para o homem começou nos últimos dez anos, onde varias experiências 
foram realizadas com sucessos animadores. Apesar de estar em seus primeiros passos, os resultados 
mostram uma alentadora esperança, para todos aqueles que padecem de enfermidades, até este momento, 
intratáveis. Os melhores exemplos desta evolução na medicina humana estão relacionados a seguir: 
- Pele: a pele dos suínos pode ser usada em transplantes temporários no homem, nos casos de queimaduras 
de terceiro grau, que causam grandes descontinuidades de sua pele. Ela não serve para transplantes 
definitivos, devido à sua rejeição. 
- Válvulas Cardíacas: O coração dos suínos é usado para fornecer válvulas cardíacas que serão 
transplantadas para o homem e as crianças. Os suínos usados para fornecer essas válvulas, pesam de 16 a 
25 kg. Estas válvulas são retiradas do coração e conservadas num preparado químico, podendo ser 
preservadas por 5 anos. As válvulas cardíacas do homem podem ser substituídas por válvulas mecânicas 
feitas com materiais artificiais. As válvulas dos suínos, porém, têm vantagens sobre essas mecânicas, pois 
são menos rejeitadas pelo organismo, têm a mesma estrutura e resistem mais às infeções. 
- Diabetes: Uma utilidade do Pâncreas dos suínos para o homem é a de fornecer ilhotas pancreáticas (ilhotas 
de Langherans) para implantes em pessoas diabéticas que não as possuem. Estes implantes trouxeram 
novas esperanças para os 140 milhões de diabéticos que há no mundo, pois dessa forma eles poderão ficar 
livres de injeções de insulina no futuro. Um dos trabalhos pioneiros nesta área foi realizado no México, onde 4 
crianças receberam este tipo de xenotransplante, na Faculdade de Medicina da UNAM, e reduziram em 65 % 
sua dependência por Insulina. Isso ao custo de 2000 dólares, enquanto que um transplante (se houvesse 
doador) custaria 100.000 dólares. 
- Recuperação de impulsos nervosos: Estatísticas nos EUA mostram que há mais de 200 mil pacientes 
com lesões irreversíveis na coluna vertebral e que a cada ano ocorrem 8 mil novos casos. Cientistas da 
Universidade de Yale (EUA) conseguiram restaurar a transmissão de impulsos nervosos na medula da 
espinha dorsal danificada de ratos, através do transplante de células de suínos, responsáveis pelos impulsos 
olfatórios ao cérebro. Este trabalho é a mais recente evidencia de que os suínos poderão ser a mais 
promissora fonte de células para a recuperação de lesões na medula espinal, pois eles estimularam a 
formação de novas ligações nervosas e alguma produção de nova mielina. 
- Transplantes de Fígado: No ano 2000, havia 44 mil pacientes na lista de espera para transplantes de 
fígado, nos EUA. Xenotransplantes de fígado de suíno para o Homem, já haviam sido feitos anteriormente. Já 
em 1992, na Universidade de Padova, Itália, uma mulher de 33 anos recebeu o primeiro transplante de um 
fígado artificial, produzido à base de células modificadas de suíno. Afetada por uma hepatite fulminante, com 
o transplante conseguiu sobreviver por 4 dias, até que fosse encontrado um fígado humano para o 
transplante definitivo. 
- Mal de Parkinson: Esta doença neurológica crônica afeta a mobilidade das pessoas e é causada pela 
perda de células produtoras de Dopamina, no cérebro. Em experiência realizada no Boston Medical Center, 
EUA, a equipe do Dr. Samuel Ellias implantou células de embriões de suínos no cérebro de 12 pessoas, em 
estado avançado da doença, na tentativa de aumentar a produção de Dopamina. Dez desses pacientes 
registraram uma melhora de até 19 % na sua mobilidade, abrindo uma nova esperança no combate desta 
enfermidade. 
- Epilepsia: Outro resultado animador foi verificado no controle da Epilepsia: no ano de 1999, células de fetos 
de suínos que continham substancias inibidoras de convulsões foram implantadas no cérebro de pacientes 
5 
 
epilépticos com convulsões intratáveis, na Universidade de Harvard (EUA). Após o transplante, houve uma 
redução de 40% na frequência do problema, segundo o relato animador da equipe do Dr. S. Schachter, do 
Departamento de Neurologia dessa renomada instituição. 
- Reconstrução de tecidos danificados: Pesquisadores da Universidade de Purdue, EUA, isolaram um 
material retirado de uma parte do intestino dos suínos, constituído de colágeno, proteínas e fatores de 
crescimento. Aprovado pelo FDA (órgão do governo americano que regulamenta o uso de medicamentos) 
para uso em humanos, este material possui uma poderosa ação de reconstituir tecidos danificados. Até o 
momento chegou-se à conclusão que ele tem eficácia contra ferimentos crônicos e incontinência urinária. 
Embora ainda não se saiba exatamente como estas substancias atuam, tem-se como certo que aceleram o 
processo de cura. 
 
VANTAGENS DA SUINOCULTURA 
 Rusticidade da espécie; 
 Abate em idade precoce com ± 5 meses; 
 Exige pequena área para criação confinada ± 200 animais/ha; 
 Atinge alto rendimento de carcaça ao abate ± 75 a 80 %; 
 Tem grande capacidade de transformação de alimento em carne; 
 Reproduz-se em idade precoce com ± 7 - 8 meses; 
 Animais descartados alcançam bom preço no mercado; 
 Grande capacidade de aproveitamento de subprodutos. 
 
 
INCONVENIÊNCIAS DA SUINOCULTURA 
 Tem alto custo com alimentação (60 a 80% do custo de produção); 
 Tem alta mortalidade dos animais (embrionária - 25 a 40 % e animais jovens – 4 a 6 %); 
 Tem que ter um rigoroso controle profilático - sanitário; 
 O sistema termorregulador ineficiente. O leitão tem que ser aquecido ao nascer por sentir frio (± 30 dias). 
Já o suíno adulto tem dificuldade para perder calor devido à camada de gordura. 
 
SOLUÇÕES PARA A SUINOCULTURA BRASILEIRA 
 Incentivar o processo de produção por integração; (associação cooperativa). 
 Desenvolver programas de melhoramentogenético do rebanho; 
 Desenvolver novas técnicas de nutrição, manejo e sanidade; 
 Uso de alimentação alternativa, etc. 
Os estados sulinos lideram a suinocultura brasileira, em razão da constante preocupação com a 
melhoria genética e sanitária, e implantação de modernos sistemas de criação e produção. Encontra-se 
também, nesta região, a maior parte das empresas de transformação. 
6 
 
ÍNDICES ZOOTÉCNICOS RECOMENDADOS PARA SUINOCULTURA 
São parâmetros que os produtores de suínos devem atingir para obterem maior lucratividade. 
 
PARÂMETROS ÍNDICES (médios) 
Idade à puberdade 150 – 180 dias 
Idade de início da reprodução 210 – 240 dias 
Idade à 1a cria 324 – 354 dias 
Intervalo de retorno do cio após a desmama 3 a 10 dias (média de 6 dias) 
Intervalo entre partos 140 – 150 dias 
Taxa de concepção 85 – 90% 
Vida útil das matrizes e varrões ±3 anos 
Reforma anual das fêmeas e dos machos 40 a 50% 
Ciclo de parição (produção) 1, 7, 14, 21 e 30 dias 
Número de partos/matriz/ano 2,4 a 2,7 
Número de partos na vida útil da matriz 6 -10 
Número de leitões nascidos vivos/matriz/parto (Acima de 10) 12 – 14 - 16 
Número de leitões desmamados/matriz/parto Mínimo de 10 
Idade a desmama 10, 15, 18, 21, 25, 28-30 dias 
Peso dos leitões ao nascer de 1,5 kg a mais 
Peso dos leitões a desmama 6 – 6,5 Kg 
Peso do leitão ao sair da creche 25 - 30 kg 
Peso ao abate 95 - 100 Kg 
Idade de abate 140 - 150 dias 
Mortalidade a desmama 4 - 6% máx. 
Mortalidade da desmama ao abate < 1% 
Número de leitões comercializados por matriz/ano 24 – 30 
Número de leitões comercializados na vida útil da matriz 70 – 90 
Conversão alimentar 2,5 – 3,0:1 
Ganho de peso médio diário (GPMD) 0,6 – 1,2 Kg/dia 
7 
 
TAXA DE DESFRUTE ANIMAL DO REBANHO 
Índice de desfrute = (No de animais abatidos por ano/rebanho efetivo) x 100 
Rebanho efetivo: No de matrizes, No de varrões, No de leitões e No de fêmeas de reposição 
A taxa de mais de 100% de desfrute, deve-se a mais de 2 gestações por ano. O ideal é que a matriz tenha 
mais de 2 partos/ano com no mínimo 10 leitões terminados/parto ou 20 a 28 terminados/ano. Quanto menor o 
intervalo entre partos, maior será o número de partos/ ano (IP). Atualmente há várias formas de se reduzir o 
(IP), fazendo, por exemplo: sincronização de partos, desmama precoce, desmama em grupo, indução do cio 
pós-parto, etc. 
O índice de desfrute mede o grau de tecnologia empregado na criação. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS RAÇAS 
A classificação das raças de suínos se baseia nos seguintes caracteres: perfil cefálico; tamanho e 
posição das orelhas, dimensão da cabeça. 
1 - Perfil cefálico: 
 Retilíneo: o suíno apresenta o perfil reto sem qualquer depressão. Ex.: Landrace, Large black, Pirapitinga. 
 Subconcavelíneo: perfil com ligeira depressão na linha frontal e nasal. Ex.: Duroc, Wessex, Nilo, 
Canastra, Piau. 
 Concavelíneo: o animal apresenta uma depressão mais acentuada na linha frontal e nasal. Ex.: Large 
White, Pereira, Canastrão. 
 Ultraconcavelíneo: Com uma depressão bem acentuada na linha frontal nasal. Ex.: Berkshire, Caruncho. 
 
 
 
2 - Tamanho e posição das orelhas: 
 Asiáticas: com orelhas curtas ou grandes no sentido vertical. Ex.: Large White, Berkshire, Caruncho, 
Pirapetinga. 
 Ibérica: orelhas medianas, implantadas horizontalmente, dirigidas para frente. Ex.: Duroc, Poland China, 
Piau, Canastra, Pereira. 
 Céltica: orelhas longas e mais ou menos largas, implantadas na posição horizontal, cobrindo os olhos 
vistos de lado. Ex.: Landrace. 
 
 
8 
 
3 – Dimensão da cabeça: 
É também chamada de índice cefálico, é a relação existente entre as distâncias da base da orelha ao 
ângulo externo do olho, correspondente entre as bases das duas orelhas. Divide-se em: 
Braquicéfalos: Middle White, Dolicocéfalos: Piau. 
 
OS ANIMAIS DESTA RAÇA TÊM AS SEGUINTES MEDIDAS BIOMÉTRICAS: 
Tamanho (cm): _______________________________ 
Comprimento da Cabeça (desde a protuberância occipital até a ponta do focinho): __________ 
Largura da Cabeça (entre ambas as apófises do temporal): ____________ 
Distância interorbital (entre ambas as apófises do frontal): _______________ 
Comprimento do focinho ou cara (desde a sutura frontonasal até a ponta do focinho): ________________ 
Largura do focinho (distância existente entre a base dos dentes): ___________________ 
Comprimento da orelha: ________________ Largura da orelha: _________________________ 
Comprimento do Pescoço: _______ Peito: _______ Largura entre as escápulas: ___________________ 
Comprimento da garupa (desde a ponta da anca até a ponta da nádega): ________________ 
Largura da garupa ((entre ambas as tuberosidades ilíacas externas): _________________ 
Comprimento do pernil (desde o término da nádega até a ponta de conversão): _________________ 
Comprimento (cm) do corpo: ___________ 
Altura (cm): 
Pernas: ______________ Dorso: _____________ Cernelha: ________________ 
Garupa: ________________ 
Altura na inserção da calda: ____________ 
Perímetro (cm): Torácico: __________ abdominal: __________ Canela (mocotó): ________________ 
SILVA FILHA, O. L. (2006). Caracterização da Criação de Suínos Locais no Curimataú Paraibano. 114 
Pelagem: __________________________________ 
*especificar________________________________ 
**especificar_______________________________ 
Cerdas: _______________________________ 
Coloração: ______________________________ 
Mucosas: _______________________________ 
Pés (pernas): ________________________ 
Tetas (unidade): _______________________________ 
FORMULÁRIO PREENCHIDO POR: _____________________________________________________ 
Município: ______________________Estado: ____, ______/______/______ 
Preta Cinza Arroxeada Pintada* Outra ** 
Presentes Raras Ausentes 
Escura Clara Manchada Despigmentada 
 
 
TIPOS DE SUÍNOS 
Tipo é o conjunto de características que proporcionam ao animal determinada aptidão. Ex.: produção 
de carne, leite, lã, ovos, etc. 
No caso específico dos suínos, temos dois tipos principais: 
Tipo banha: é um animal curto, arredondado, cabeça grande em relação ao corpo, papada muito 
desenvolvida, pouco prolífico, conversão alimentar pior que a do tipo carne, tardio (abate em torno de 12 a 18 
meses). Apresenta, quando comparado ao suíno tipo carne, a vantagem de ser extremamente rústico, sendo 
capaz de se adaptar as piores condições de manejo, alimentação e instalações. 
Tipo carne: é um animal comprido, precoce (abatido com + 5 meses com 90 - 100 Kg de peso), prolífico, boa 
conversão alimentar. Sua principal aptidão é a produção de carne. 
 
PRINCIPAIS RAÇAS DE SUÍNOS 
As principais raças de suínos criados no país são de origem estrangeira do tipo carne, que 
apresentam alta produtividade, precocidade e prolificidade quando comparadas com os suínos nacionais. 
9 
 
Através do tempo, estas raças vêm passando por estudos de melhoramento genético a fim de se produzir 
animais com as melhores características de cada raça objetivando animais de alto padrão. 
 
RAÇAS ESTRANGEIRAS MAIS UTILIZADAS 
 
Landrace, Large White Duroc, Pietrain, Hampshire, Berkshire, Wessex e outras. 
Raças Origem Orelhas Pelagem Características 
Landrace Dinamarca Céltica Branca 
Prolífera, comprida, precoce, produção de carne magra, 
boas qualidades maternais, bons pernis, problemas de 
cascos e aprumo. 
Duroc USA Ibérica Vermelha 
Rústica, precoce, prolífera, ótima conversão alimentar, 
boas carcaças, boa velocidade de ganho de peso. 
Large White Inglaterra Asiática Branca 
Rústica, prolífera, ótima produtividade, compridas, boas 
leiteiras, bons pernis. 
Hampshire USA Asiática Faixada 
Vigorosas, ativas, dóceis, excelentes mães, boas 
carcaças, belos, curtos. 
Wessex Inglaterra Céltica Faixada 
Excelentes mães, boas leiteiras, dóceis, prolífera, 
carcaças inferiores.Pietrain Bélgica Asiática Oveira 
Ótimos pernis, excelente área lombar, boas mães, boas 
leiteiras, carne seca, baixa velocidade de ganho de peso. 
 
- As principais raças estrangeiras de suínos disponíveis em granjas de produção de reprodutores no Brasil 
são: Duroc, Landrace e Large White. 
- Outras raças melhoradas geneticamente em número menor são: Hampshire, Landrace Belga, Pietran e 
Wessex. 
- 
* Raças Estrangeiras 
 
* Raças Estrangeiras 
1) Duroc = Origem: USA. Mistura de porcos vermelhos. 
 
 
* Características: 
- Possui cor vermelha (escuro a alaranjado); 
- pouco conhecida na Europa e muito difundida no Continente Americano; 
- cabeça pequena em relação ao corpo; 
- orelhas médias (± finas); 
- raça rústica; 
- precocidade, rusticidade e fecundidade; 
- produz boas carcaças, boa velocidade de ganho e CA; 
- as fêmeas têm com frequência tetos cegos, invertidos e baixa produção de leite (não são muito utilizadas 
nos cruzamentos), não são boas mães. 
 
2) Landrace = originário da Dinamarca, Europa e EUA. 
 
10 
 
* Características: 
 
- são animais totalmente brancos; 
- cabeça moderadamente comprida; 
- orelhas compridas, finas e completamente para a frente (cai sobre os olhos); 
- raça altamente prolífera, precoce e produtiva; 
- são animais muito compridos; 
- produzem > % de carne magra nas carcaças e bons pernis; 
- apresentam sérios defeitos de aprumos e cascos menos resistentes. 
 
3) Large White = originário da Inglaterra 
* Características: 
 
- animal branco; 
- cabeça moderadamente longa; 
- orelhas grandes e eretas; 
- são animais longos; 
- possui pernis longos, cheios e profundos; 
- excelente prolificidade; 
- as fêmeas são boas leiteiras e excelentes mães. 
- carcaça com pouca gordura e boa produção de carne. 
 
4) Hampshire (porco americano cintado de branco) 
 
* Características: 
 
 
- é a mais jovem raça americana; 
- preto com faixa branca em volta das paletas, envolvendo também as patas dianteiras (não estável); 
- cabeça de tamanho médio; 
- orelhas eretas, levemente inclinadas para cima e para fora; 
- são animais ativos e dóceis; 
- excelentes mães; 
11 
 
- possui boas carcaças; não são animais longos. 
 
5) Pietran = originário da Bélgica 
 
* Características: 
- pelagem malhada de branco e preto; 
- excelente massa muscular no quarto dianteiro; 
- orelhas médias e eretas; 
- grande desenvolvimento do pernil; 
- as fêmeas são boas leiteiras e mães; 
- apresenta com frequência problemas cardíacos (hereditário); 
- a carne não é de boa qualidade; 
- baixo ganho de peso; 
- conformação curta. 
 
6) Wessex = originário da Inglaterra 
* Características: 
 
- cor preta cintada de branco (até os membros posteriores); 
- cabeça comprida; 
- focinho moderadamente longo e reto; 
- orelhas médias, armadas para frente; 
- excelentes qualidades maternais; 
- excelentes produtoras de leite; 
- animais dóceis, tranquilos; 
- animais rústicos; 
- alta prolificidade; 
- não possui boas carcaças. 
 
7) Meishan = originário da China 
 
- excelentes qualidades maternais; 
- excelentes produtoras de leite; 
- tem de 20 a 22 tetas 
- animais dóceis, tranquilos; 
12 
 
- animais rústicos; 
- alta prolificidade; 
- não possui boas carcaças. 
- orelhas compridas, finas e completamente para os lados. 
 
 
 
 
RAÇAS NACIONAIS (não são utilizadas em escala comercial para abate) 
Piau, Pereira, Nilo, Nilo-Canastra, Canastra, Canastrão, Pirapitinga, Caruncho, Mouro, etc. 
 
Raças nacionais mais utilizadas (criação de subsistência) são: Piau, Canastra e Nilo. 
 
Piau 
 
 
É melhor e mais importante raça nacional; 
- cor areia com manchas pretas bem distribuídas (existem animais mais escuros); 
- forte tendência à gordura. 
 
2) Canastra 
- pelagem predominantemente preta (malhados a ruivos); 
- cerdas finas e pouco abundantes. 
 
3) Nilo 
13 
 
 
- porte médio; animal pelado de cor preta; animais rústicos; má conformação, pouca ossatura e pouca 
massa muscular. 
 
TATU CARUNCHO 
 
PIRAPETINGA MOURO 
 
 
HÍBRIDOS 
 
Suíno híbrido é o mesmo que mestiço ou cruzado. O termo é utilizado para denominar animais resultantes do 
cruzamento de raças ou linhas genéticas diferentes. Animais F-1 são os da primeira geração de cruzamento. 
Suínos mestiços LWLD, produzidos por machos Large White (LW) e fêmeas Landrace (LD), são exemplos de 
suínos F-1. Os animais têm 50% dos genes da raça do pai e 50% dos da mãe. 
14 
 
 
 
 
SISTEMAS DE CRIACÃO DE SUÍNOS 
Atualmente, a suinocultura brasileira apresenta grande variabilidade quanto a sistemas de produção 
utilizados, objetivo das exportações e organização de mercado. As diferenças ocorrem mais acentuadamente 
entre as regiões geográficas brasileiras e também dentro das microrregiões. Existem propriedades que 
possuem raças especializadas na produção de carne e que são direcionadas à comercialização dos animais, 
onde os animais são alojados em instalações que variam de simples a sofisticadas, são alimentados com 
rações balanceadas, e utilizam técnicas de manejo e sanidade. Nessa categoria encontram-se tanto as 
propriedades familiares quanto à do tipo empresas rurais. 
Outro grupo expressivo de produção‚ representado pelas que produzem animais para consumo 
próprio, comercializando os excedentes. Esse grupo carrega o maior número de produtores e usam, em 
geral, raças nacionais e seus cruzamentos. Normalmente, não possuem instalações e não utilizam práticas 
de manejo alimentar e nem esquemas adequados de manejo sanitário. A alimentação dos animais é à base 
de raízes, cana-de-açúcar, abóbora, milho, e outros produtos existentes na propriedade, podendo algumas 
criações apresentar níveis razoáveis de produtividade. Basicamente quatro sistemas de criação de suínos, 
Extensivo, Semiconfinado, Confinado e o ao Ar Livre. Por‚ (GOMES, 1993) em estudos recentes, feitos sobre 
sistemas de produção de suínos, enumeram-se cinco sistemas de produção de suínos: 
O sistema mais adotado no Brasil é o do semiconfinamento. Entretanto, à medida que vamos 
melhorando nossas condições de criação com melhores instalações e consequentemente melhor 
produtividade nossa tecnologia tenderá para o confinamento total de suínos. 
De acordo com as benfeitorias existentes e o manejo utilizado, encontramos os sistemas de criação a 
seguir: 
 
SISTEMA EXTENSIVO 
Neste sistema os animais permanecem no piquete onde recebem um pouco de alimento fornecido 
pelo tratador, e a outra parte ele recebe do próprio pasto (forragem, solo e fezes). É uma criação rústica, 
primitiva sem utilização de tecnologias adequadas e por consequência apresenta baixos índices de 
produtividade. É bastante usado nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, principalmente por criadores 
que nunca receberam nenhum tipo de orientação técnica. 
A maior parte da produção dos animais, neste sistema, é destinada ao fornecimento de carne e 
gordura para a alimentação dos proprietários. O pouco excedente‚ comercializado perto da propriedade. 
Até poucas décadas atrás este sistema de criação de suínos era o que mais se usava entre os 
criadores brasileiros, devido à existência de extensas áreas de terras e também da falta de conhecimento 
sobre novos sistemas de criação de suínos. 
À medida que novas técnicas foram sendo desenvolvidas, os suínos passaram por processos de 
melhoramento genético, tornando-os mais especializados, contudo, mais exigentes quanto à nutrição e 
manejo, forçando o produtor adotar o sistema de arraçoamento porque os alimentos até‚ então utilizados não 
supria mais suas exigências. 
15 
 
Vantagens: baixo investimento; necessita de pouca mão de obra; 
Desvantagens: baixa fertilidade; baixa prolificidade; alta mortalidadeprincipalmente entre os animais jovens; 
animais extremamente tardios; grande risco sanitário; utilização de grandes áreas de terreno; os animais 
sofrem o efeito das variações ambientais; não há aproveitamento do esterco produzido. 
 
SISTEMA SEMICONFINADO ou Sistema semi-intensivo 
Devido às mudanças na agricultura, ocorridas nos últimos anos, observou-se uma diminuição na 
produção de suínos, principalmente no Sul, dificultando sua recuperação devido aos elevados custos de 
produção e dos insumos utilizados na suinocultura. 
Neste sistema de criação os animais são criados confinados do nascimento ao abate. 
As matrizes e os cachaços têm acesso ao piquete com a intenção principal de pastoreio e exercício. 
No piquete as matrizes e reprodutores podem receber sol que age favoravelmente na fixação do cálcio que é 
muito importante na reprodução e na síntese das vitaminas A, D e E. 
Vantagens: ótima taxa de fertilidade; alta prolificidade; precocidade dos animais; necessidade de pequenas 
áreas do terreno; menor risco sanitário; melhor controle da criação; menor dependência das variações 
ambientais; permite o aproveitamento de dejetos. 
Desvantagens: alto investimento fixo; maior gasto de mão de obra; 
De acordo com aos pesquisadores, o acesso dos suínos ao pastejo direto nas fases de crescimento e 
terminação, proporcionou uma economia média ao redor de 10% no consumo de ração por quilo de suíno 
vivo, sem afetar a qualidade da carcaça. A limitação imposta no consumo diário de ração do tratamento 
determinou menor ganho de peso não compensado pelo consumo direto de pastagem. No entanto, este 
ganho até pode ser considerado satisfatório, especialmente em condições econômicas adversas de criação. 
 
SISTEMA CONFINADO TRADICIONAL ou Sistema intensivo 
Os animais de reprodução e para abate permanecem fechados todo o tempo, em instalações 
adequadas a cada fase da criação. São mantidos em instalações mais simples e de custos relativamente 
baixos. As fêmeas para reposição são, às vezes, obtidas do próprio plantel, enquanto que os machos são 
adquiridos de granjas que se dedicam ao melhoramento genético. As modernas técnicas de manejo, nutrição, 
etc., são parcialmente aceitas e incorporadas. 
Vantagens: ótima taxa de fertilidade; alta prolificidade; animais precoces; melhor controle de criação; menor 
necessidade de área; pequeno risco sanitário; menor influência ambiental; permite o aproveitamento de 
dejetos. 
Desvantagens: alto investimento fixo; maior gasto de mão-de-obra. 
 
SISTEMA CONFINADO DE ALTA TECNOLOGIA 
Como as demais atividades econômicas, a suinocultura sofre pressões no sentido de aprimorar os 
métodos de produção. Com o passar dos anos os sistemas arcaicos e ineficientes de criação tendem a 
desaparecer, cedendo lugar a outros mais racionais e produtivos. 
O sistema de produção de suínos em confinamento permite o escalonamento mais racional dos 
equipamentos, instalações e mão de obra, prevenção e controle sanitário, eficiente controle de práticas de 
manejo, economia de espaço e melhor controle dos dados de produção do plantel. 
A adoção de um esquema de profilaxia específico para controle das principais doenças de impacto 
econômico e utilizar esquemas nutricionais otimizados para as diferentes fases de vida do animal, também 
são características deste sistema de criação. 
 
SISTEMA DE CRIAÇÃO AO AR LIVRE 
O sistema de criação e/ou tipo de produção deve ser adotado de acordo com as condições de cada 
produtor, para que ele possa ter êxito nessa atividade. Este sistema de criação de suínos caracteriza-se por 
criar os soltos em piquetes, que são construídos de acordo com cada categoria animal e um número reduzido 
de edificações. 
A criação de suínos ao ar livre, na França, foi copiada por um criador da região de Cholet, quando ele 
esteve na Grã-Bretanha em 1982, época em que instalou sua primeira criação. 
16 
 
 No Brasil a ideia deste sistema foi introduzida em 1985 pelo Centro de Treinamento (CETRE) da 
ACARESC - Florianópolis, uma unidade de observação de "criação intensiva de suínos ao ar livre" que teve 
início em 1986. O custo de produção relativamente baixo. 
Vantagens: baixo custo de produção, economia com instalações (necessita menor número de instalações), 
menor mão de obra, é aplicado também para animais especializados, custo de produção relativamente baixo. 
Desvantagens: Só para pequenos e novos produtores 
 
TIPOS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS 
 
CICLO COMPLETO: É o tipo de produção mais usado em todo o país, independente do tamanho do rebanho. 
Encontram-se rebanhos de ciclo completo, desde o pequeno até o grande produtor, passando por todas as 
fases. 
 
PRODUTOR DE LEITÕES: Normalmente, este tipo de produção está vinculado a um sistema de integração 
onde participam um integrador (cooperativa ou indústria) associado aos produtores de leitões (leitões do 
nascimento até a saída da creche) e aos produtores de terminados. 
 
PRODUTOR DE TERMINADOS: Este tipo de produtor depende exclusivamente do produtor de leitões. 
Recebe os leitões com o peso variando de 25 a 30 Kg e os vende ou repassa ao integrador (empresa) com 
aproximadamente 100 Kg para fazer o abate. 
 
PRODUTOR DE REPRODUTORES: Até a década de 70 o material genético era produzido e comercializado 
por algumas centenas de produtores localizados em diversos estados brasileiros, com predominância 
daqueles localizados no sul do país, incluindo se o estado de São Paulo. Mas com a melhor organização das 
associações estaduais filiadas Associação Brasileira de Criadores de Suínos, iniciou-se um programa de 
seleção com base nos dados de desempenho do material genético existente. Ao mesmo tempo promoveu-se 
uma melhor orientação técnica ao produtor. Entretanto, há perspectivas de que a organização da produção 
de reprodutores estruture-se em granjas núcleo e granjas multiplicadoras. 
 
GRANJA NÚCLEO: Caracteriza-se por manter um plantel fechado de animais de raça pura com alto padrão 
genético e sanitário. Abastece as granjas multiplicadoras com animais puros, geneticamente melhorados. 
 
GRANJA MULTIPLICADORA: Recebe os machos e as fêmeas selecionados na granja núcleo e faz 
cruzamentos entre as raças, incorporando o vigor híbrido aos animais destinados à reprodução nos rebanhos 
produtores de animais para a indústria. 
 
Obs.: Recomenda-se fazer a criação de suínos em “SÌTIOS”, para evitar uma maior ocorrência de doenças. 
 
ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO: A organização da produção é dada pelas funções exercidas pelos 
diversos agentes. Percebem-se diferentes estruturas ou modelos de organização do setor de suínos, cada 
um com indícios de tendências na sua evolução. Atualmente veem se destacando os condomínios. 
ESTRUTURA VERTICALIZADA: É uma empresa única que desempenha a grande maioria das funções 
produtivas, podendo incluir desde melhoramento até ‘a industrialização. A indústria ou cooperativa fornece 
animais ao produtor previamente selecionados, como também fornece insumos. O criador produz os leitões e 
os cria até 60 - 70 dias de idade, com peso compreendido entre 20 e 30 Kg. A indústria ou cooperativa 
adquire os leitões e repassa os mesmos à unidade terminadora, que permanece com os animais até‚ 90 a 
100 Kg, quando serão vendidos ou enviados ao frigorífico. 
Todas as unidades deverão ter alto nível sanitário, instalações adequadas, manejo correto, animais de 
bom padrão genético, utilizar rações balanceadas e ter assistência técnica permanente. 
 
ESTRUTURA DE INTEGRAÇÃO VERTICAL: O suinocultor se concentra na produção de leitões e/ou 
terminados, trabalhando geralmente sob contrato com o integrador. 
 
17 
 
ESTRUTURA DE INTEGRAÇÃO HORIZONTAL OU ASSOCIATIVA: É semelhante à integração vertical, esta 
é exercida por cooperativas, associações de produtores, condomínios ou outras formas de organização dos 
suinocultores,podendo industrializar ou apenas comercializar suínos. 
 
ESPECIALIZAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO: Fornecedores, suinocultores e indústrias independentes, cada um 
especializado em suas funções, tem uma parcela significativa de criadores, principalmente os classificados 
como médio e grandes produtores. 
 
CONDOMÍNIOS: Esta forma de produção foi iniciada em Santa Catarina e permitiu que pequenos produtores 
de suínos, que possuíam baixa produtividade, atingissem índices acima da média. 
O condomínio tem por finalidade a produção em conjunto de leitões que serão posteriormente 
terminados pelos condôminos em suas respectivas propriedades, prevendo também a produção de rações 
balanceadas para a criação. 
 
 
 
EXEMPLO. 
 
MELHORAMENTO GENÉTICO DOS SUÍNOS - OBJETIVOS 
 As companhias comerciais de melhoramento genético de suínos estabelecem seus objetivos de 
melhoramento genético com base em estudos das exigências de marcado em um horizonte de cinco a dez 
anos, pois deve se considerar as taxas de ganho genético, obtidas anualmente e a velocidade de 
transferência do melhoramento genético até as granjas comerciais que produzem o cevado para abate. Isto 
significa que a qualidade genética dos cevados produzidos nos próximos três a cinco anos já está definida 
pelos animais existentes atualmente nas granjas núcleo, onde se processa o melhoramento genético. 
 É notório o progresso genético que vem sendo obtido nas características de crescimento (taxa de 
18 
 
ganho de peso e conversão alimentar) e qualidade de carcaça (% de carne magra). Por outro lado, somente 
nos últimos anos é que algumas companhias de melhoramento genético de suínos iniciaram a implantação de 
programas específicos de seleção para eficiência reprodutiva, uma vez que os procedimentos tradicionais 
para tamanho de leitegada não têm provado serem eficientes. Também com respeito à qualidade da carne 
praticamente nada se tem a feito em nível de seleção em linhas puras. Ao contrário, há indicações de que em 
alguns casos tem ocorrido uma deterioração desta qualidade, medida pelo pH e pela coloração, como 
resultado de uma correlação negativa entre estas características e a seleção para maior musculosidade e 
menor quantidade de gordura. 
 No que diz respeito à saúde humana, algumas exigências têm levado a mudanças nos objetivos de 
seleção. Destaca-se, neste caso, a considerável redução na porcentagem de gordura na carcaça, que vem 
ocorrendo através da seleção genética. 
Em resumo as características incluídas como objetivo da seleção e a importância relativa atribuída a cada 
uma delas em um programa de melhoramento genético não são fixos, ao contrário, devem ser 
periodicamente ajustados às exigências de mercado. Além disso, para que possa contemplar eficientemente 
os diferentes seguimentos no que diz respeito ao sistema de produção e às exigências do consumidor é 
necessário se dispor de várias populações ou linhas de suínos especializadas que possibilitam diferentes 
combinações de cruzamentos capazes de atender cada demanda específica. Os objetivos da seleção não 
são os mesmos para todas as linhas, mas ao traçar os objetivos específicos para cada linha tem-se que levar 
em conta o resultado final que se obtém, quando diferentes linhas são combinadas em cruzamento. 
Escolha de raças e de população dentro de raça 
 Existem consideráveis diferenças entre as raças, para as diversas características associadas com a 
eficiência de produção e com a capacidade de adaptação dos suínos a determinadas condições de criação. 
Também dentro de uma mesma raça grandes diferenças são observadas entre as diversas populações 
existentes, principalmente em razão do grau de melhoramento genético a que cada uma destas populações 
foi submetida. Consequentemente a escolha correta das raças e populações constitui fator chave no sucesso 
de um programa de melhoramento genético a ser implantado. A escolha das características de grande 
importância econômica na suinocultura não é tarefa difícil, pois elas são praticamente as mesmas em 
qualquer suinocultura mundial: eficiência de conversão alimentar, ganho de peso, eficiência reprodutiva e 
qualidade de carcaça (principalmente porcentagem de carne magra na carcaça). Neste aspecto é importante 
ressaltar que quanto maior o número de características incluídas como objetivo da seleção menor será o 
progresso obtido em cada uma delas. 
 
CRUZAMENTO DE SUÍNOS 
É o acasalamento de animais de raças ou linhagens diferentes sendo o seu produto um mestiço ou 
híbrido, visando a heterose (obtendo uma melhoria de caracteres de produção). 
 
TIPOS DE CRUZAMENTO 
 
1. Simples ou Industrial ou de 1a geração. Os produtos deste cruzamento destinam-se ao abate. 
Exemplo: 
Macho D x Fêmea L. W 
 ↓ 
 F1 ½ DW 
2. Alternativo ou Alternado ou Retrocruzamento: é feito com duas raças alterando os Machos. 
Exemplo: 
Fêmea LW x Macho L. 
 ↓ 
 ¾ L ¼ W 
 
 Fêmea LW x Macho W 
 ↓ 
 ¾ W ¼ L 
 
19 
 
3. Tríplice ou Three - cross: envolve 3 raças, aumentando vigor híbrido. 
Exemplo: 
 ½ Fêmea L D x Macho H 
 ↓ 
 L D H 
1. Rotacional Tríplice: continuamos com o cruzamento Three - Cross, aumentando a heterose. 
2. Absorvente 
3. Hibridação 
 
SELEÇÃO DE REPRODUTORES 
INTRODUÇÃO 
 O melhoramento genético animal, embora possa ser considerada uma prática milenar, se levarmos 
em conta os procedimentos empíricos adotados pelos nossos antepassados na seleção de raças ou tipos 
antes mesmo do surgimento da genética como uma ciência, apresenta hoje características muito diferentes 
daquelas verificadas em um passado ainda recente. 
 
EZOOGNOSE 
 É o conhecimento das regiões externas do corpo do suíno, e tem por finalidade realizar uma análise 
das qualidades ou defeitos de sua conformação. 
 
 
 
20 
 
 
 
SELEÇÃO DE REPRODUTORES 
 Um dos fatores fundamentais para o sucesso de uma criação de suínos está na escolha dos 
reprodutores, tanto os machos quanto as fêmeas. Só com a utilização de bons reprodutores é que o criador 
de suínos poderá garantir uma criação produtiva e econômica. 
 Vários aspectos devem ser levados em consideração na hora de escolher os reprodutores que fará 
parte de seu plantel, dentre eles podemos destacar: 
Devem apresentar excelentes dados de produção; 
Ter características raciais bem definidas; 
Apresentar ótimos índices reprodutivos; 
Ter bom peso ao nascer; 
Ter origem de leitegada numerosa; 
Apresentar um mínimo de 12 tetas perfeitas; 
Apresentar bons aprumos; 
Não apresentar defeitos graves de conformação; 
Os animais devem gozar de excelente estado de saúde. 
O criador deve sempre dar preferência aos animais que apresentem excelentes dados de produção de 
seus pais, isto é, venham de leitegadas grandes, leitões fortes, rápido desenvolvimento, ótimo ganho de peso 
e conversão alimentar. 
Outra consideração importante na escolha dos reprodutores é o seu estado de saúde. Os animais a serem 
adquiridos devem estar soro negativo para determinadas doenças, principalmente tuberculose, brucelose, 
leptospirose e peste suína, etc. 
Os reprodutores devem ser adquiridos de granjas conhecidas, idôneas e que apresentem um bom plano 
sanitário, nutricional, profilático, genético e de manejo. 
Os reprodutores escolhidos devem apresentar as características raciais de acordo com o padrão da raçasegundo o MBCC. 
 
ESCOLHA DOS MACHOS 
21 
 
 A escolha dos machos é fundamental porque representa 50% do êxito de uma criação, especialmente 
do ponto de vista econômico. 
 Devem-se ter todas as características de um bom reprodutor e estar dentro dos padrões da raça 
escolhida, bom desenvolvimento, excelente saúde, ótima conformação, órgãos reprodutores completos, bem 
visíveis e proporcionais, dócil, isto é, fácil de lidar. Capaz de transmitir suas boas qualidades aos seus 
descendentes, produzindo leitegadas numerosas, homogêneas e uniformes. 
 
ESCOLHA DA FÊMEA 
 Uma boa fêmea deve ser prolifera, isto é, conceber um grande número de leitões. Para tanto ela deve 
estar dentro do padrão da raça escolhida e apresentar bom tipo, ter excelente saúde, constituição e 
conformação, temperamento dócil, e de excelente aptidão leiteira, bom desenvolvimento e precocidade 
sexual. 
 Num método de seleção existem três etapas a serem cumpridas: avaliação, identificação e seleção. 
 
APARELHO MAMÁRIO 
A Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) exige, no mínimo, 6 pares de tetas funcionais 
Tetas inguinais e abdominais: produzem menos leite 
Tetas Peitorais: produzem mais leite e com maior teor de gordura. São melhores. 
Os leitões mais fracos devem ser colocados para mamar a primeira mamada nas tetas peitorais, para maior 
ingestão de colostro. 
Criação tecnificada: animais com menos de 1 Kg devem ser agrupados e receber tratamento especial. 
Defeitos de tetas: invertidas, cegas, embutidas, rudimentares. 
Os defeitos de tetas são hereditários. 
Na seleção contar o número de tetas dos machos e das fêmeas e se há defeitos (quantidade das tetas). 
A primeira seleção é feita 1º peso, 2º número de tetas. 
A 2ª seleção peso, número de tetas, qualidade de tetas e depois da reprodução. 
 
DEFEITOS HEREDITÁRIOS 
São defeitos transmissíveis e que desclassificam o animal na escolha dos reprodutores, por serem 
transmissíveis por herança. 
Considera-se desclassificação para inscrição no Pig Book Brasileiro: 
1. Pelos crespos ou com redemoinhos - normalmente aparecem no lombo dorso e garupa. 
2. Criptorquidismo 
 Unilateral: com um testículo dentro da cavidade abdominal. 
 Bilateral - com os dois testículos no canal inguinal 
3. Anorquidismo - ausência dos testículos 
4. Número inferior de 6 pares de tetas perfeitas 
5. Tetas cegas e/ou invertidas - pontas das tetas voltadas para dentro. 
6. Hiperplasia testicular - aumento do volume dos testículos (tamanho). 
7. Hipoplasia testicular - diminuição do tamanho dos testículos (tamanho). 
8. Vulva infantil - vulva muito pequena impossibilitando a cobertura. 
9. Hermafrodismo - animal de 2 sexos 
10. Atresia anal - ânus fechado 
11. Hérnia 
 Escrotal - o escroto é aumentado de tamanho, pois no seu interior está uma parte dos intestinos. 
 Umbilical - é resultante da saída dos intestinos através do orifício umbilical dilatado. 
12. Escoliose - desvio da coluna para os lados. 
13. Lordose - desvio da coluna para cima. 
14. Cifose - desvio da coluna para baixo. 
15. Assimetria da cabeça 
16. Assimetria dos membros 
17. Desvios de aprumos 
22 
 
18. Artrose - doença não inflamatória degenerativa (alteração das características normais) de uma 
articulação. 
19. Polidactilia - número maior de dedos. 
20. Sindactilia - número menor de dedos. 
21. Melanose - manchas na pele. 
22. Tremores 
23. Peso fora do padrão - mínimo de 22 Kg aos 90 dias. 
24. Desenvolvimento anormal de uma ou das 2 orelhas. 
 
 
MANEJO GERAL DOS SUÍNOS (UNIDADES PRODUTORAS DE LEITÃO – UPL) 
 
Manejo: São todos os cuidados (técnicas) realizados com os animais nas diferentes fases de sua vida 
visando o máximo desempenho. 
 
1. CUIDADOS NA AQUISIÇÃO DE ANIMAIS 
Todo animal oriundo de outra granja deve passar por um período de adaptação à flora microbiana 
existente na propriedade de destino. 
Cuidados antes da introdução de animais: 
Fazer exames dos animais da granja de origem; 
Realizar o período de observação (quarentena). 
QUARENTENA: observar o local de alojamento dos animais: 
Manter uma distância mínima das instalações da granja (500 m); 
Observar o tempo de permanência na quarentena (30 dias); 
Fazer o acompanhamento dos sinais clínicos, no mínimo, duas a três vezes ao dia; 
Fazer o controle de endoparasitas e ectoparasitas; 
Realizar exame sorológico nos animais; 
Aplicar as vacinas necessárias, de acordo com o programa de vacinação da região; 
Contato dos animais da granja: 
Por os animais adquiridos, em contato os machos e as fêmeas de descarte, macerados (fezes, urina, 
restos de placenta, etc.). 
Animais sentinela: Colocar animais sadios da granja em contato com os animais adquiridos (quarentena). 
Obs. a medicação dos animais adquiridos não deve diminuir o período de quarentena. 
 
2. Manejo dos machos 
1. O macho deve começar a cobertura com 7 a 8 meses de idade ou com 125 a 130 quilos de peso; 
2. A cobertura deve ser acompanhada e orientada por uma pessoa responsável e ser feita nas horas mais 
frescas do dia; 
3. O macho (monta natural) deve receber a fêmea em sua baia (confinado) ou piquete (SISCAL) para a 
cobertura; 
4. Depois de feita a cobertura (salto), a fêmea deve voltar para o seu local, não ficando com o macho; 
5. O macho adulto não deve realizar mais do que 7 coberturas por semana; 
6. Para obter uma melhor produtividade, o macho deve descansar de 12 a 24 horas após cobrir a fêmea; 
7. O macho deve receber boa alimentação (ração própria para cachaço ou ração de gestação (± 2,5 a 
3Kg/dia), mas nunca em excesso. Fornecer uma quantidade diária de acordo com seu estado e com seu 
serviço; 
8. Nos dias de monta (cobertura), o macho deve receber um pouco mais de ração (ração melhorada); 
9. Antes da monta deve-se lavar o prepúcio para evitar contaminação do útero da fêmea; 
10. Vacinar os machos contra as doenças reprodutivas e da região de acordo com o calendário profilático 
sanitário. 
11. Vermifugar, no mínimo, de 6 em 6 meses 
12. Observar problemas gerais, principalmente de cascos, aprumos, fertilidade, etc. 
23 
 
 
3. Manejo das Fêmeas (marrãs) 
1. Mantê-las em lotes para facilitar a checagem diária das suas condições e observação do cio; 
2. Alimentá-las ao menos duas vezes por dia com boa ração (± 3Kg/dia de ração de crescimento), água limpa 
e fresca; 
3. Alojá-las longe dos machos sendo que 7 a 14 dias antes da cobertura são transferidas para uma baia 
próxima ao macho. Nessa fase recomenda-se alimentá-las com ração reforçada alguns dias antes e 
alguns dias após a cobertura (ração fhushing); 
4. As marrãs (nulíparas) só devem ser cobertas a partir do terceiro cio. As fêmeas que deram cria devem ser 
cobertas no primeiro cio após à desmama; 
5. Levá-las à baia ou piquete do macho para serem cobertas; 
6. Cobri-las quando estiverem com 7 a 8 meses ou 120 a 130 quilos. Se forem cobertas muito novas serão 
porcas de baixa produtividade; 
7. Cobri-las sempre nas horas mais frescas do dia e devem também receber duas montas ou inseminações 
artificiais (pela manhã e à tardinha); 
8. Alojá-las em locais onde não ocorram brigas com outros animais, após a cobertura; 
9. Encorajá-las a se levantarem para urinar e defecar regularmente evita problemas de infecção urinária; 
 
3. Manejo das Fêmeas (gestantes) 
 
1 A gestação dura de 112 a 116 dias, mas em média três meses, três semanas e três dias (média de 114 
dias); 
2 Deve-se fornecer de 1,8 a 2 Kg de ração da cobertura até 30 dias de gestação, de 2,5kg até 85 - 90 dias 
de gestação (arraçoamento controlado – ração de gestação) e dos 90 dias de gestação até 2- 3 dias 
antes do parto fornecer de 3,0 Kg ração lactação/dia; 
3 Vaciná-las contra as doenças da região e da reprodução de acordo com o calendário profilático sanitário. 
4 Vermifugá-las frequentemente;5 Levá-las para a maternidade, limpa e desinfetada 7 a 10 dias antes do parto, mas antes são lavadas com 
escova, água e sabão, especialmente na região das tetas, entre pernas, interior das orelhas, cascos e ao 
redor da vulva e desinfetá-las; 
 
4. Manejo das matrizes na maternidade 
1. A presença de leite nas tetas indica que o parto está próximo. Para não correr risco de perder leitões 
anotam-se as coberturas nas fichas de previsão de parto. Deve ser assistido por uma pessoa responsável; 
2. No dia do parto não se deve fornecer ração de lactação para as matrizes e deve-se fornecer bastante fibra 
um dia antes do parto que deve ser assistido e em caso de problemas chame o responsável; 
3. O escamoteador e a fonte de aquecimento devem estar prontos desde o início do parto. 
4. Observar se o número de tetas e suficiente para alimentar todos os leitões e se todas funcionam; 
5. Durante a amamentação deve-se fornecer ±3 Kg de ração lactação mais 300 a 500 g para cada leitão vivo 
e observar se todas estão comendo tudo; 
6. Verificar se tem água para as matrizes e para os leitões; 
7. Observar se as matrizes apresentam problemas de infeção após o parto, febre, MMA e outros problema 
8. Reduzir a ração 3 a 4 dias antes da desmama ajuda a reduzir o leite. No dia da desmama não fornece 
ração; 
9. Proceder a desmama e levá-las para a baia de pré cobrição ou gaiola de gestação para darem cio; 
10. Manter as instalações sempre limpas; 
 
5. Manejo de leitões na maternidade 
1. Fazer o aquecimento dos leitões (lâmpada, resistência ou campânula a gás). A temperatura adequada nas 
primeiras 3 semanas é de 32º C, 4ª semana 25 - 28ºC. PORQUE: O leitão nasce com ±1% de gordura no 
seu corpo e devido a grande superfície corporal em relação ao peso, poucos pelos ele não tem energia 
utiliza o glicogênio para se aquecer e entra em hipoglicemia, letargia e morte. Nos leitões rústicos a 
24 
 
presença do tecido adiposo marrom produz ATP (energia) sem o ciclo de Krebs. Por isso não precisam de 
aquecimento como rato, ursos e outros animais que hibernam. 
2. Ao nascimento dos leitões deve-se ter em mãos um papel limpo ou pó secante, tesoura, iodo e barbante. 
3. Enxugar/secar o leitão com papel toalha, começar pelas narinas, friccionar o corpo do leitão para ativar a 
circulação (aparentemente mortos). Passar os leitões em um pó secante para secá-los e manter a 
temperatura corporal. 
4. Amarrar, cortar, e curar o umbigo (2 - 3 cm do ventre) com iodo ou álcool iodado 5 – 10 %. 
5. Corte do terço final da cauda (2/3 da cauda) e desinfeção; 
6. Pesar os leitões (a leitegada) e anotar na ficha; 
7. Orientar a 1a mamada (leitões mais fracos nas tetas peitorais, os médios nas abdominais e os fortes nas 
inguinais). 
8. Corte ou desgaste dos dentes próximos à gengiva após as primeiras mamadas ou no dia seguinte ao 
nascimento; 
9. Contar e anotar o número de leitões nascidos total, morto e vivo; Contar e anotar o número de tetas dos 
Machos e das Fêmeas, auxilia na futura seleção. 
10. Fazer a marcação: sistema australiano, tatuagem, etc.; 
11. Fornecer aleitamento artificial aos leitões com problemas; 
12. Aplicação de Fe, 3º dia de vida 100mg/leitão. O leite da porca depois do 3o dia fica deficiente em ferro 
e o leitão ainda não consome ração. Á falta de ferro causa anemia ferropriva 
13. Fornecer água limpa; 
14. Fornecer a primeira ração a partir do 6o/7o dia de idade para estimular o sistema enzimático. As 
recomendações nutricionais da ração são: 22% de PB e 3500, Kcal EM/Kg. Adicionar 10 a 20% de leite em 
pó na ração e 3 a 5% de açúcar, ameniza os problemas, até 35 dias. 
15. Castrar cirurgicamente entre o 2o e 10o dia de vida; 
16. A desmama é de acordo com o manejo da granja, mas em média aos 21 dias de idade (21- 28 dias), 
com mais de 6 – 6,5 Kg; 
17. Formar lotes uniformes e levar para a creche. 
 
PESO AO NASCER (g) % LEITÕES NASCIDOS % MORTALIDADE 
< 800 7,7 56,5 
800 A 1000 9,4 26,8 
1000 A 1200 16,2 15,5 
>1200 66,7 9,0 
 
6. Manejo dos leitões na creche 
1. Agrupar os leitões em lotes/baia e de tamanho homogêneo; 
2. Verificar a temperatura (26 a 28º até 35 a 40 dias de idade) para que os leitões não passem frio nem calor; 
3. Fazer a troca da ração de pré inicial para inicial depois de alguns dias e gradativamente; 
4. Fornecer água à vontade e ração pré-inicial (conferir os bebedouros todos os dias); 
5. Trocar a ração para inicial com ± 45-50 dias de idade até 63-70 dias. Manter as instalações limpas e 
arejadas; 
6. Observar se os leitões apresentam problemas (diarreias, canibalismo, anemia); 
7. Enviar para Crescimento(recria)/e Terminação (engorda). 
8. Manter as baias limpas e desinfetadas; 
9. Manter os comedouros bem abastecidos; 
 
7. Manejo dos suínos em crescimento e engorda 
 
1. Agrupar os leitões em lotes/baia e de tamanho homogêneo; 
2. Manter as baias limpas e desinfetadas; 
3. Manter os comedouros bem abastecidos; 
4. Fornecer ração de crescimento dos 60 - 70 dias até ±105 - 110 dias; 
5. Fornecer ração de engorda dos 105 - 110 dias até o abate; 
25 
 
6. Verificar se tem água limpa; 
7. Observar se apresentam problemas em geral. 
Obs.: Todo o material utilizado para fazer as práticas deve ser previamente desinfetado. 
 
REPRODUÇÃO DOS SUÍNOS 
 
FATORES QUE AFETAM A ESCOLHA DE UMA RAÇA. 
 Mercado CONSUMIDOR 
 Reprodutores utilizados 
 
Características a se considerar nos reprodutores 
FÊMEA (raças mãe: Landrace, Large White e Hampshire). 
 Alta prolificidade (leitegada grande) 
 Ótima Produção de leite 
 Aptidão maternal (docilidade, etc.). 
MACHO (raças pai: Duroc, Landrace, Large White e Hampshire). 
 Alta Capacidade de ganho de peso; 
 Ótima conversão alimentar; 
 Carcaça com alto percentual de carne; 
 Carcaça com baixo teor de gordura; 
 Ótima libido; 
 Ótima fertilidade; 
 Livre de defeitos de conformação. 
 
APARELHO REPRODUTOR MASCULINO 
 O aparelho reprodutor masculino é composto por: 
 2 Testículos; 
 2 Cordões espermáticos; 
 2 Epidídimos; 
 Túnica Albugínea; 
 Saco escrotal; 
 Glândulas de Cowper ou bulbo uretrais, 
 Vesículas seminais, 
 Plexo campaniforme; 
 Próstata, 
 Uretra, 
 Pênis 
 Glande, 
 Prepúcio, 
 
A secreção das Glândulas contém: proteínas, lipídeos e vários ácidos, minerais, ácido cítrico, ascórbico e 
láctico. As glândulas sexuais acessórias contêm: plasma, seminal que tem a função de nutrir, proteger e 
transportar os espermatozoides (SPTZO). 
 
LOCALIZAÇÃODOS TESTÍCULOS: Os testículos se encontram na região Perineal, abaixo do ânus e são 
constituídos por canal deferente, medeastinus textis, corpo, epidídimo. 
Monorquídico: o animal com um testículo na cavidade abdominal deve ser descartado. 
Criptorquídico: os dois testículos dentro da cavidade abdominal. Geralmente são inférteis. A temperatura 
viável à produção de SPTZO nos testículos varia de 34 a 36º C. A temperatura corporal do animal está entre 
38,5º - 39,5o C. 
26 
 
Cremaster: músculo do cordão espermático que afasta e aproxima do testículo do corpo, ajudando na 
regulação térmica. 
Plexo campaniforme: regulador térmico, sangue quente e frio trocam calor pelas artérias e veias. 
Vasectomia: corte do canal deferente, para suínos rufiões. 
 
 
FUNÇÕES DOS TESTÍCULOS: Produção de espermatozoides, que fecunda o óvulo, e o hormônio 
testosterona que é responsável pelas características sexuais secundárias (tórax mais desenvolvido, voz 
mais grossa, pelos da barba, responsável pelo desejo sexual). 
FSH (hormônio folículo estimulante): atua estimulando a produção de espermatozoides. 
LH (hormônio luteinizante): estimula a produção de testosterona 
LCSH: (produzido pela célula de Leidig). 
 
CARACTERÍSTICAS DO SÊMEN 
Volume: 1 ejaculado varia de 100 a 500 ml,ficando em média 250 a 300 ml. 
O sêmen do suíno tem baixa concentração: 100.000 a 300.000 SPTZO/mm3 
1 ejaculado tem que ter de 4 a 6 bilhões de SPTZO para uma boa fertilização. 
Constituição: O Sêmen é constituído por plasma mais espermatozoide, e é dividido em duas frações: 
Parte líquida (Plasma seminal): secreção das glândulas acessórias e é a parte mais volumosa do sêmen. Ela 
é rica SPTZO. 
Parte gelatinosa: é a gelatinosa (pobre em SPTZO), servindo somente para tampar a cervix ou colo uterino, 
evitando refluxo da parte líquida, dificulta a ejaculação. 
 
CÓPULA OU COBERTURA OU MONTA OU SALTO: deve ser feita nas horas mais frescas do dia. 
O tempo de monta varia de 5 a 25 minutos devido ao grande volume de ejaculado, parte gelatinosa, 
uretra muito estreita. 
Número de coberturas recomendadas: menos de 15 meses. 1/dia, 8/semana, 25/mês. 
Acima de 15 meses - 2/dia, 12/semana, 40/mês. 
Relação macho/fêmea na monta natural (1♂:20♀ a 1♂:25♀) e na inseminação artificial (1♂:100♀) 
Manter machos novos, no rebanho, de 7 a 12 meses de idade, para cobrir as fêmeas novas. (Compatibilizar o 
tamanho do macho com o da fêmea. Uso de tronco de cobertura para macho grande e fêmea pequena). 
 
27 
 
Tipos de Cobertura ou monta 
Tipos: à solta: solta o macho no meio das fêmeas (não é recomendado). 
Mista: certo controle, macho e um grupo de fêmeas num piquete, várias coberturas (não é recomendado) 
Controlada: leva a fêmea até a baia do macho, assiste-se a cobertura e separa-se a fêmea do macho. Após 
a ejaculação, voltar 12 horas após. 
Vantagens: maior aproveitamento do macho 1:20 ou 1:25; Permite controle zootécnico (paternidade, previsão 
de parto, evita a consanguinidade); Maior taxa de fertilidade. 
 
APARELHO REPRODUTOR FEMININO 
O aparelho reprodutor feminino é constituído por: 
 2 Ovários como um cacho de uva, 2 infundíbulos; 
 2 cornos uterinos; 
 Útero (corpo uterino); 
 Cervix ou colo uterino; 
 Vagina; 
 Vulva; 
 Clitóris. 
Ovário esquerdo é um pouco mais funcional do que o direito (OE - 55% das circulações OD - 45%). O 
intestino grosso no lado direito impede um pouco a irrigação sanguínea. 
Os embriões são implantados nos cornos uterinos, migram no leite uterino em torno de 17 a 21 dias quando 
ocorre a nidação. Cornos uterinos: onde ocorre a gestação 
Fixação dos embriões é equitativa (bem distribuída) ex.: (5 E 5 D). 
Corpo do útero se forma no local de onde saiu o óvulo. 
Cervix: esfíncter musculoso que separa o útero do meio externo. (forma de espiral) só se abre ao parto, cio e 
casos de infeções uterina. Ela produz um muco que é bactericida. 
Vagina: canal vascularizado e elástico. 
Clitóris: pênis rudimentar é o órgão de excitação da fêmea. 
Não se indica castração de fêmeas em produção tecnificada. (4 a 5 meses ainda não entrou em cio). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNÇÕES DOS OVÁRIOS 
Produzir óvulos - libera em média de 15 a 25 óvulos/ciclo 
28 
 
Produção do hormônio progesterona (corpo lúteo), Estradiol 17B (estrógeno). Óvulo modulo, responsável 
pelas características sexuais secundárias e cio. 
 
PUBERDADE: é a época em que os animais estão fisiologicamente prontos para a reprodução, mas não 
fisicamente. Suínos com 5 a 6 meses de idade ainda estão com o tamanho inadequado para criar. A época 
ideal para cobertura e reprodução é 7 a 8 meses de idade ou 110 Kg PV, fêmeas do 2º para o 3º cio. 
 
FATORES QUE AFETAM A PUBERDADE 
Raça: estrangeiras são mais precoces e nacionais são mais tardias. 
Época de nascimento: clima temperado fêmeas nascidas na primavera atinge a puberdade mais cedo 17 a 
25 dias. 
A consanguinidade retarda a puberdade. 
Cruzamento antecipa a puberdade. Raças pequenas são mais precoces e grandes mais tardias. 
Presença ou proximidade do varrão antecipa um ciclo 20 a 30 dias. 
Pode-se induzir a puberdade com hormônios (PMS + HCG) 1º dose PMS e 3 dias depois HCG 
Nutrição: rações deficientes, rações com excesso de energia retardam a puberdade (acumulo de gordura 
nos ovários). 
Clima da região 
Estresse moderado poder funcionar como sincronizador. 
 
CICLO ESTRAL DA FÊMEA SUÍNA (repete de 21 em 21 dias). A fêmea suína é poliestral anual (dá cio o ano 
todo). 
 
 Duração do cio – 12 a 72 horas (média 53 horas). 
 Ovulação – ocorre de 38 a 42 horas o início do cio, com ovulação de 3 a 5 horas. 
 Viabilidade do óvulo – 48 horas. 
 Viabilidade do SPZTO no trato reprodutivo feminino: 18-24 horas. 
 
FASES DO CICLO ESTRAL 
Proestro: dura em média 2 dias - FSH. 
Estro (cio): dura em média 2 a 3 dias - LH e 17 B (estrógeno) 
Metaestro: dura em média 2 dias - LH - formação do corpo hemorrágico e posterior corpo amarelo. 
Diestro: dura em média 14 dias: progesterona e Prostaglandina (PG F2 α). 
Anestro: DIESTRO PROLONGADO 
 
SINTOMAS DO CIO 
 
Vulva intumescida, perda de apetite, nervosismo, procura o macho, montam e deixam se montar pelas 
companheiras, imobilidade à pressão na linha dorsal lombar (reflexo de monta), micção frequentes e outros. 
 
FATORES QUE AFETAM A TAXA DE OVULAÇÃO 
 
 A idade das fêmeas: fêmeas novas têm menor número de óvulos 
 Taxa de reforma do anual do rebanho: 100/3 = 33,33 %, cio até o equilíbrio. 
 A consanguinidade reduz o número de ovulações. 
 Cruzamento aumenta de 15 a 20% a taxa de ovulação. 
 Alimentação - nível de energia da ração (Flushing - aumento de energia da ração ou quantidade 
fornecida na gestação ou antes da cobertura). 
Fêmea gestante: 6.600 Kcal /ED/dia 
Fêmea lactação: 16000 - 18000 Kcal/dia 
Fêmea pré-gestação: 10000 - 12000 Kcal/dia, 3 Kg ração/dia (lactação) para produção de hormônios. 
Flushing é feito 15 – 20 dias antes da cobertura. 
29 
 
 Após a desmama deve-se realizar o flushing até a cobertura. Raça - raças melhoradas Large White, 
Landrace (procriação), Duroc melhorada para ganho de peso e conversão alimentar, etc. 
Linha mãe - reprodução (Large White, Landrace) 
Linha pai - produção (desempenho) 
 
MOMENTO IDEAL PARA FAZER A COBERTURA 
4. Permite maior taxa de concepção = (número de fêmeas gestantes/número fêmeas cobertas) x 100. 
5. Taxa de fertilidade = (número de ovos/ número óvulos liberados) x 100 Índice de fertilidade varia de 85 - 
95 % 
6. Permite maior taxa de fertilidade e maior número de leitões nascidos. 
Usam-se 2 a 3 coberturas ou inseminações artificiais por cio: 
1ª - 12 horas do início do cio; 
2ª - 12 horas após a 1ª cobertura ou 24 horas após o início do cio 
3a - 36 horas após o início do cio. 
Pode-se fazer também a 1ª cobertura com o macho de uma raça A e a 2ª cobertura com outro macho de 
outra raça. 
 
 
 
Ovulação: dura de 24 a 36 horas após o início do cio. Extremos (16 – 54 horas) 
Duração da liberação dos óvulos - 1 a 7 horas. A vida útil do óvulo é em média 12 horas. Vida útil do SPTZO 
no aparelho reprodutor varia de 15 a 30 horas. 
O período de capacitação do SPTZO no aparelho é de 12 horas. 
 
30 
 
 
 
TIPOS DE CIO 
Normal: é aquele que se repete a cada 21 dias. 
Pós-parto: ocorre em torno de 60 horas após o parto sem ovulação. 
Pós-desmame: em média de 3 a 10 dias após a desmama e deve ser aproveitado. Permite sincronização 
natural 
ex.: 21 a 25 dias de lactação. 
As fêmeas que pariram na mesma semana devem ser desmamadas no mesmo dia (cio sincronizado). Após 
desmamar a prolactina para de bloquear os efeitos de FSH e LH assim passando a ciclar. 
Aleitamento interrompido: após 10 dias de aleitamento deixar os leitões mamar pela manhã separá-los da 
porca e colocá-los para mamar a tarde. Para a inibição da prolactina (aplica PMS + HGG) induz o cio. O 
leitão só começa a comer ração após os 6 dias de idade. 
Pseudocio de encabeilamento: ocorre durante a gestação (de 50 dias para frente). 
Ciosilencioso – 1,5 a 2% do plantel. 
 
FORMAS DE PROVOCAR O CIO: Através do manejo no desmame: 
O objetivo desta prática é cortar a produção de leite e acumular estresse na porca, fazendo com que ela 
se sinta ameaçada na sua sobrevivência. 
A mesma prática, no entanto, deve diminuir no máximo o estresse nos leitões. Para isso devemos: 
 Progressivamente dois ou três dias antes, tirar um pouco da ração da porca. 
 Não dar ração da véspera, ao dia seguinte do desmame. 
 Não dar água no dia do desmame. 
 Retirar as porcas da maternidade na tarde do dia previsto para o desmame. 
 A porca deve ser levada para uma baia próxima à dos cachaços e longe dos leitões. 
 Programar desmame em grupo, ou seja, desmamar várias fêmeas no mesmo dia. 
 Se possível, agrupar as fêmeas desmamadas numa baia até o aparecimento do cio. 
 
TABELA DE DESMAME: exemplo: 
 Domingo: ração de lactação à vontade 
 Segunda: 2,5 Kg de ração de lactação 
 Terça: 1,5 Kg de ração de lactação 
 Quarta: 0,75 Kg de ração de lactação pela manhã 
 Quinta: nada de ração, nada de água. 
 Sexta: 0,75 Kg de ração 
 De Sábado à sexta: ração à vontade de alta energia até a cobrição. 
Dia do desmame: Quinta-feira 
31 
 
Provável cio e cobrição: de Terça à Sexta-feira 
 
FORMAS DE FAZER A SINCRONIZAÇÃO DE CIO 
Naturais: Desmama em grupo, estresse moderado, presença de varrão, sociabilidade (grupo de fêmeas). 
Hormonal – Aplicar (PMS + HGG) ou PG F2 α. A progesterona indicada para primíparas. 
Ex.: Número de fêmeas = 30 
10 no Proestro: 1500 VI de PMS + 2000 VI de HCG 
5 no Estro: HCG só atua no proestro e estro 
9 no Metaestro: fazendo a liberação dos óvulos 
6 no Diestro: 
3 dias após a aplicação temos: 
Proestro 0 fêmeas, 
Estro 6, 
Metaestro 0 e, 
Diestro = 30 Diestro (início, meio e fim) com diferença em torno de 10 dias (eficiência 70 - 80 %). Agrupa 
todas as fêmeas no diestro. 
 
PERÍODO DE GESTAÇÃO: é o período de desenvolvimento do feto até o parto e dura em média 114 dias, 
podendo varia ± 2 dias. 
 A matriz ganha mais peso depois do terço final de gestação, deve-se melhorar a alimentação da gestante. 
Mais pesado, maior sobrevivência dos leitões. 
 
DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO 
 Não repetição do Cio; 
 Uso do ultrassom a partir de 18 a 20 dias; 
 Exame da mucosa vaginal; 
 
SINCRONIZAÇÃO DE PARTO COM PGF2α 
A partir de 109 dias de gestação os leitões já podem nascer. 
Ex.: 109dias – 10 ♀, 110 - 5♀, 111- 8♀, 112 - 4♀, 113 - 5♀, aplica 1 dose PGF2α ± 30 horas, todas paridas 
(evitar o parto à noite, evitar em final de semana). 
Aplicar 2 ml de PGF2α para evitar a M. M. A. (Metrite, Mastite e Agalaxia). 
Aplicar 1 dose 2,5 mg logo após o parto. (Os corpos lúteos regridem), o útero normaliza mais rápido, reduz 
infecções uterinas, diminui o puerpério ± 2 - 3 dias. 
Sintomas: febre, escorrimento vaginal, leitão com fome. 
 
PARTO: é a expulsão do(s) feto(s) após o seu completo desenvolvimento. Duração de 4 a 6 horas. 
Intervalo entre nascimento de leitões: 10 a 20 minutos. Ocorre em 80% dos casos à noite. 
O fim do parto é a expulsão da placenta. O parto tem que ser assistido (cuidado com leitões e porca) 
Em caso de problema (aplicar a ocitocina) e logo após o parto queimar ou enterrar a placenta, 
Lavagem uterina com furacim (síndrome de MMA). Fêmea, com febre, teta avermelhada: leitões com fome e 
fracos. 
Aplica PGF2 α (luthalyse) para antecipar o puerpério. 
 
ABORTO: é a expulsão do feto antes do seu completo desenvolvimento. 
Tipos de aborto 
 Traumático: Briga entre porcas, superpopulação, manejo, etc. 
 Infeccioso: Causado pelas doenças. 
 Origem alimentar: toxinas presentes na ração (rações estragadas, soro de leite, restos de comida e 
alimentos). 
 PRINCÍPIOS TOXICOS (farelo de algodão, farelo de amendoim), FUNGOS (MICOTOXINAS) 
 
32 
 
PROCEDIMENTO EM CASO DE ABORTO 
 Descobrir a causa do aborto; 
 Enterrar ou queimar a placenta e os fetos; 
 Isolar as fêmeas que abortaram; 
 Fazer testes sorológicos (rebanho todo): brucelose, Leptospirose, etc. 
 
 
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (I.A.) 
 É uma técnica usada desde 1931. Técnica simples - pipeta de borracha ex: (MELROSE) imitando o 
pênis do macho que tem rosca esquerda. Acoplar uma bisnaga em uma pipeta para introduzir o sêmen dentro 
do útero da fêmea. 
Tipo mais usado de sêmen: in natura (fresco) ou resfriado 10 a 20 doses/ejaculado (coletado, filtrado, diluído 
e conservado e conservado na geladeira em temperatura de 15 a 18º C (ideal é 17º C) durante 3 a 4 dias, 
a fertilidade é de ± 90%. Um ejaculado da de 10 a 20 doses). 
Congelado: O sêmen armazenado em paletas ou ampolas em nitrogênio líquido a –196º C. Ao aplicar 
descongelar e diluir (grande morte de espermatozoides, a taxa de fertilidade cai para 60 %). 
 
2 - REQUISITOS BÁSICOS PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE IA 
2-1 Tomada de decisão. 
2-2 Preparação e planejamento: 
 adequação de instalações e materiais; 
 equipe qualificada; 
 transporte de sêmen (centrais externas); 
 consultoria técnica; 
 cronograma de atividades. 
 
2-3 Constante monitoramento de resultados. 
 
3 – ESCOLHA DO REPRODUTOR DOADOR DE SÊMEN 
 
3-1 Avaliação reprodutiva: 
 anamnese da performance reprodutiva; 
 exame clínico geral; 
 exame especial dos órgãos genitais; 
 exame funcional; 
 exame do ejaculado (mínimo p/ 8 meses de idade): 
 volume: 100 ml (100 a 500 ml); 
 aspecto: seroso leitoso; 
 concentração 150.000 SPTZO/mm³; 
 motilidade: 70%; 
 pH: 6,8-7,2; 
 formas anormais: 15-20% (máximo). 
 
4 – COLETA DE SÊMEN 
 frequência da coleta; 
 uso de manequim; 
 uso de vagina artificial; 
 uso de mão enluvada do operador; 
 fases da coleta: 
1 a 20 ml aquoso 30 a 60 seg. 
30 a 120 ml leitoso 1 a 2 min. 
33 
 
250 ml seroso claro 3 a 8 min. 
 manejo do sêmen: 
 na coleta; 
 no laboratório. 
 
 
 
5 – CÁLCULO DE DILUIÇÃO DE SÊMEN 
 
EXEMPLO: 1 
 Volume coletado: 250 ml; 
 Concentração inicial: 180.000 SPTZO/mm³; 
 Volume da dose inseminante: 80 a 100 ml; 
 Concentração desejada por dose: 30.000 SPTZO/mm³. 
1 - Concentração inicial/concentração desejada = coeficiente de diluição =>180.000/30.000 = 6 
2 - Volume inicial x coeficiente de diluição = volume final =>250 ml x 6 = 1.500 ml 
3 - Pré-diluição = uma parte de sêmen + duas partes do diluidor 
250 ml (semen) + 500 ml (diluidor) = 750 ml 
4 - Diluição final = pré-diluição + diluidor final => 1.500 ml = 750 ml + diluidor final 
Diluidor final = 750 ml 
5 - Então: 
 Diluidor na pré-diluição: 500 ml 
 Diluidor final: 750 ml 
 Sêmen coletado: 250 ml 
 Volume total: 1.500 ml 
 
6º Nº de doses = 1.500/100 ml = 15 doses 
 
7º Nº de doses/fêmea = 1 
 
8º Nº de doses/cio = 2 a 3 
 
EXEMPLO: 2 
 
Número de doses = Volume FR x Concentração/ml 
 Nº de SPTZO/dose 
 
- Concentração de SPTZO/mm³ = nº SPTZO contado x 10.000 
- Concentração de SPTZO/ml = nº SPTZO contado x 10.000.000 => C = A x 107 
 
34 
 
 
Exemplo: 
- Volume da fração rica = 90 ml 
- Concentração de SPTZO/ml = 46 x 107 
- nº SPTZO/dose = 3 x 109 
 
Número de doses = 90 ml x 46 x 107 = 13,8 doses 
 3 x 109 
 
EXEMPLO 3: 
 
É possível também determinar quantas doses podem ser feitas a partir do ejaculado. Cada dose de sêmen 
deve ter em média três bilhões de espermatozoides. 
 
Para obtermos o número de doses deve se fazer a seguinte conta: 
N° de doses= volume do sêmen X N° de células determinadas pelo espermiodensimetro x motilidade 
(determinada pelo avaliador, a pessoa que fez a análise do ejaculado no microscópio). 
Exemplo: 
N° de doses = 260 ml x 555 x 0,9/3000 
Nº

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