Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UEPB – CCT - DMEC Disciplina: Cálculo Integral Professora: Kátia Suzana Medeiros Graciano Conteúdo: Integral Indefinida – Propriedades – Tabela – Método da Substituição – Método de Integração por partes – Integral Definida – Propriedades – Teorema do Valor Médio para Integrais – Teorema Fundamental do Cálculo 1. Integral Indefinida 1.1. Definição: Uma função F(x) é chamada uma primitiva da função f(x) em um intervalo I (ou simplesmente uma primitiva de f(x)), se para todo x I, temos F’(x) = f(x). Exemplo: F(x) = 3 3x é uma primitiva da função f(x) = x 2, pois F’(x) = 3 1 .3x 2 = x 2 = f(x). As funções G(x) = 3 3x + 4, H(x) = 3 33 x , também são primitivas da função f(x) = x 2, pois G’(x) = H’(x) = f(x). Observe que as primitivas (antiderivadas) de uma função não são únicas. 1.2. Proposição: Seja F(x) uma primitiva da função f(x). Então, se C é uma constante qualquer, a função G(x) = F(x) + C, também é primitiva de f(x). 1.3. Proposição: Se f’(x) se anula em todos os pontos de um intervalo I, então f é constante em I. 1.4. Proposição: Se F(x) e G(x) são funções primitivas de f(x) no intervalo I, então existe uma constante C tal que G(x) – F(x) = C, para todo x I. Desta última proposição concluímos que se F(x) é uma particular primitiva de f, então toda primitiva de f é da forma G(x) = F(x) + C, onde C é uma constante. 1.5. Definição: Se F(x) é uma primitiva de f(x), a expressão F(x) + C é chamada integral da função f(x) e é denotada por: dxxf )( = F(x) + C Desta definição, decorre que: dxxf )( = F(x) + C F’(x) = f(x) 1.6. Propriedades da integral indefinida: Sejam f, g : I R e k uma constante. Então: i) dxxfk )(. = k. dxxf )( ii) dxxgxf ))()(( = dxxf )( + dxxg )( 1.7. Tabela de integrais imediatas: (1) du = u + C (2) u du = ln|u| + C 2 (3) duu = 1 1 u + C ( é constante –1) (4) dua u = a a u ln + C (5) due u = e u + C (6) udusen = -cosu + C (7) uducos = senu + C (8) udu 2sec = tgu + C (9) uduec 2cos = -cotgu + C (10) utgudusec = secu + C (11) guduecu cotcos = -cosecu + C (12) 21 u du = arcsenu + C (13) 21 u du = arctgu + C (14) 12uu du = arcsecu + C Exemplos: Calcular as integrais indefinidas: i) dxxx )53( 2 = 3 dxx 2 + 5 dx + dxx 2 1 = 3 3 3x + 5x + 2 3 2 3 x + C dxxx )53( 2 = x 3 + 5x + 2 3 3 2 x + C ii) Cgxxxdxectgxdxxdxxectgxx cotsec.3cos.sec3)cos.sec3( 22 2. Método da Substituição ou Mudança de variável para integração: Sejam f(x) e F(x) duas funções tais que F’(x) = f(x). Considerando a função composta Fog, pela regra da cadeia, temos: [F(g(x))]’ = F’(g(x)).g’(x) = f(g(x)).g’(x), isto é, F(g(x)) é a primitiva de f(g(x)).g’(x). Então, CxgFdxxgxgf ))(()(')).(( (I) Fazendo u = g(x), du = g’(x)dx e substituindo em (I), temos: CuFduufdxxgxgf )()()(')).(( Exemplos: Calcular as integrais: i) dx x x 21 2 Fazendo u = 1 + x 2 , então du = 2xdx. Temos, 3 dx x x 21 2 = CxCu u du )1ln(||ln 2 dx x x 21 2 = Cx )1ln( 2 ii) dxx 27 Fazendo u = 7x + 2, então du = 7 dx, segue-se que dx = 1/7 du, logo: dxx 27 = CxC u duuduu 2 32 3 2 1 )27( 21 2 2 3 . 7 1 7 1 7 1 . dxx 27 = Cx 2 3 )27( 21 2 ii) tgxdx = dxx x cos sen Fazendo u = cosx, temos du = - senx dx e então senx dx = - du. Portanto, tgxdx = Cuu du u du ||ln = - ln |cosx| + C tgxdx = - ln |cosx| + C 3. Método de integração por partes: Sejam f(x) e g(x) funções deriváveis no intervalo I, então pela regra do produto, temos: [f(x).g(x)]’ = f’(x).g(x) + f(x).g’(x) ou f(x).g’(x) = [f(x).g(x)]’ - g(x).f’(x) integrando ambos os membros dessa equação, obtemos: dx (x)f(x).g' = dx ]'[f(x).g(x) - (x)dxg(x).f' ou ainda, dx (x)f(x).g' = f(x).g(x) - (x)dxg(x).f' Na prática, costumamos fazer: u = f(x) du = f’(x)dx e v = g(x) dv = g’(x)dx Então a fórmula acima pode ser escrita: vduvuudv . que é a fórmula de integração por partes. Exemplos: Calcule as seguintes integrais: i) dxxe x2 Escolhendo u = x e dv = e 2x dx. Temos: u = x du = dx dv = e 2x dx v = 2 1 e 2x Aplicando então a fórmula vduvuudv . , obtemos: dxxe x2 = x. 2 1 e 2x - dx 2xe = 2 x e 2x - dxe x2 2 1 = 2 x e 2x - 2 1 . 2 1 e 2x + C = 2 x e 2x - 4 1 e 2x + C 4 dxxe x2 = 2 x e 2x - 4 1 e 2x + C ii) xdxln Escolhendo u = lnx e dv = dx. Temos: u = lnx du = x 1 dx dv = dx v = x Integrando por partes, temos: xdxln = x.lnx - dxx x 1 . = x.lnx - dx = x.lnx – x + C xdxln = x.lnx – x + C 4. Integral Definida: 4.1. Área: Consideremos o problema de definir a área de uma região plana A, delimitada pelo gráfico de uma função contínua f tal que f(x) 0, pelo eixo dos x e pelas retas x = a e x = b, conforme a figura: 4.2. Definição: Seja y = f(x) uma função contínua tal que f(x) 0 em [a, b]. A área sob a curva y = f(x), de a até b, é definida por: A = n i ii xcf x 1 )( 0 lim 4.3. Definição: Seja f uma função definida no intervalo [a, b] e seja P uma partição qualquer de [a, b]. A integral definida de f de a até b, é definida por: b a dxxf )( = n i ii xcf x 1 )( 0 lim desde que o limite exista. 4.4 Nomenclatura: Na notação b a dxxf )( , temos: Limites de integração: a = limite inferior, b = limite superior Integrando: f(x) dx Variável de integração: x Observações: 1) Se b a dxxf )( f é integrável em [a, b]. 5 2) Quando a função f é contínua e f(x) 0 em [a, b], a definição de integral definida coincide com a definição de área. Portanto, a integral definida b a dxxf )( é a área da região sob o gráfico de f de a até b. 4.5. Definição: i) se a > b, então b a dxxf )( = - a b dxxf )( ii) se a = b e f(a) , então a a dxxf )( = 0. 4.6.Teorema: Se f é contínua em [a, b], então f é integrável em [a, b]. A demonstração será omitida. 5. Propriedades: 5.1. Proposição: Se f é integrável em [a, b] e k R, então kf é integrável em [a, b] e b a dxxkf )( = k b a dxxf )( 5.2. Proposição: Se f e g são funções integráveis em [a, b], então f+g é integrável em [a, b] b a dxxgxf )()( = b a dxxf )( + b a dxxg )( Observação: Esta proposição se estende para um número finito de funções, isto é: b a n dxxfxfxf )(...)((( 21 = b a dxxf )(1 + b a dxxf )(2 + ... + b a n dxxf )( 5.3.Definição: Se a < c < b e f é integrável em [a, c] e em [c, b], então f é integrável em [a, b] e b a dxxf )( = c a dxxf )( + b c dxxf )( Interpretação Geométrica: 5.4. Proposição: Se f é integrável e se f(x) 0, para todo x [a, b], então: b a dxxf )( 0 6 5.5. Proposição: Se f e g são integráveis em [a, b] e f(x) g(x) x [a, b], então: b a dxxf )( b a dxxg )( 5.6. Proposição: Se f é uma função contínua em [a, b], então: b a b a dxxfdxxf )()( 6. Teorema do Valor Médio para Integrais: 6.1. Teorema: Se f é uma função contínua em [a, b], existe c (a, b) tal que: b a dxxf )( = (b – a) . f(c) Interpretação Geométrica: Geometricamente este teorema nos diz que a área abaixo da curva y = f(x), entre a e b, é igual a área de um retângulo de base b – a e altura f(c), conforme a figura. 7. Teorema Fundamental do Cálculo: O Teorema Fundamental do Cálculo nos permite relacionar as operações de derivação e integração, afirmando que estas operações são inversas uma da outra, ou seja, a integração desfaz a derivação e vice-versa. 7.1. Proposição: Seja f uma função contínua em [a, b]. Então a função G:[a, b] R, definida por: G(x) = x a dttf )( G’(x), x [a, b] e G’(x) = f(x), ou seja, x a dttf dx d )( = f(x) 7.2. Teorema: Se f é contínua em [a, b] e se F é uma primitiva de f em [a, b], então: b a dxxf )( = F(b) – F(a) * Relação entre as integrais definidas e indefinidas: Seja a < b b a dxxf )( = )()()()( aFbFxFdxxf b a b a 7 Exemplo: Calcule a integral definida 3 0 xdx Solução: 3 0 xdx = 2 9 2 0 2 3 2 22 3 0 2 3 0 x xdx Portanto: 3 0 xdx = 2 9 Geometricamente: Lista de Exercícios 1) Calcular as seguintes integrais indefinidas: a) dxxxx )2( 32 b) dxecx x cos sec2 c) dxxx 3 553 d) dx x xx 32 2 e) dxe xx 22 f) dx x xx 1 sen 2 1 cos g) dx xx 32 32 h) dx x x 1 i) dxxxx 11 j) dx xxe x 2 sen.3cos.2 l) dx xx 2.3 m) dtttttt 543 n) dx x 21 9 o) xdxecxtg 22 cos. 2) Calcule as integrais, usando o método da substituição: a) dx xn 1 b) xdxx 2.1 2 c) xdxe tgx 2sec. d) dxx)7cos( e) gxdxcot f) dt e e t t 21 g) dx x tgxx 2sec1 .sec 8 h) dx x xx 3sen sencos i) dt e e t t 4 j) dxx x 5cos sen l) dxxx ln. 1 m) dy y y 212 arcsen 3) Resolver as seguintes integrais usando a técnica de integração por partes: a) xdxx 2sec. b) xdxe x cos c) dxex x2 d) xdxe x sen e) xdx 3sec f) dxxe x )52( g) dtet t4. h) dxxx )2cos().1( 4) Calcule as seguintes integrais definidas aplicando o Teorema Fundamental do Cálculo: a) 2 1 3 )1.( dxxx b) 1 0 13y dy c) 5 2 |42| dxx d) 2 0 |sen| dxx e) 2 0 5)sen1( cos dx x x f) 2 0 5.2 dxxx g) 2 1 ln. xdxx h) dx x x 1 0 3 2 8 i) 2 1 ln xdx j) 2 0 sen. xdxx l) 1 0 dxe x m) 1 0 )1ln( dxx n) dxx 6 3 |4| o) 9 4 3 dx x x p) 1 2 2 1 dx x x q) 4 1 3)1( 1 dx xx r) 3 0 2cos sen dx x x s) 3 1 4 dxe x t) 2 1 32 3. dxex x 9 Conteúdo: Integrais envolvendo potencias de funções trigonométricas – Integração por substituição trigonométrica I - Integrais envolvendo potencias de funções trigonométricas 1. Integração de potência de funções trigonométricas (seno e cosseno) São integrais da forma xdx nsen e xdx ncos , onde n Z+. Resolução: para resolver este tipo de integrais, usaremos as seguintes identidades trigonométricas: (i) sen2x + cos2x = 1 (ii) sen2x = 2 cos2x-1 (iii) cos2x = 2 cos2x1 Devemos considerar dois casos: 1º caso: n é um número ímpar xdx nsen = xdxxn sen.sen 1 ou xdx ncos = xdxxn cos.cos 1 Substitui sen 2 x ou cos 2 x pela identidade (i) e em seguida aplica-se o método da substituição. Exemplo: Calcular a integral xdx 3cos Solução: xdx 3cos = xdxx cos.cos 2 = xdxx cos).sen1( 2 = dxxxx )cos.sen(cos 2 = = xdxcos - xdxxcossen 2 Temos que xdxcos = senx e integrando xdxxcossen 2 , pelo método da substituição obtemos: xdxxcossen 2 u = senx du = cosx dx c u duu 3 3 2 = c x 3 sen3 Por tanto xdx 3cos = senx - c x 3 sen3 2º caso: n é um número par xdx nsen = xdxxn 22 sen.sen ou xdx ncos = xdxxn 22 cos.cos Substitui sen 2 x ou cos 2 x pela identidade (ii) ou (iii) e em seguida aplica-se o método da substituição. Exemplo: Calcular a integral xdx 4sen Solução: xdx 4sen = dxx 22sen = dx x 2 2 2cos1 = dxxx 2cos2cos214 1 2 = = dx x x 2 4cos1 2cos21 4 1 = dxxx 4cos12cos428 1 = 10 = dxxx 4cos2cos438 1 = xdxxdxdx 4cos2cos438 1 = = cxxx 4sen 32 1 2sen 4 1 8 3 Por tanto xdx 4sen = cxxx 4sen 32 1 2sen 4 1 8 3 2. Produto de potências de funções trigonométricas (seno e cosseno) São integrais da forma xdxx nm cos.sen , onde n, m Z+. Consideremos dois casos: 1º caso: m ou n é um número ímpar Neste caso, usaremos a identidade trigonométrica (i) e em seguida aplicamos o método da substituição. Exemplo: Calcular a integral xdxx 25 cos.sen Solução: sen 5 x . cos 2 x = (sen 2 x) 2 .senx.cos 2 x = (1 – cos2x)2.senx.cos2x = (1 - 2cos2x + cos4x).senx.cos2x = cos 2 x.senx – 2cos4x.senx + cos6x.senx Daí, xdxx 25 cos.sen = dxxxxxxx sen.cossen.cos2sen.cos 642 = = xdxxxdxxxdxx sen.cossen.cos2sen.cos 642 = = - c x x x 7 cos cos 5 2 3 cos 75 3 2º caso: m e n são númerospares Neste caso usaremos as identidades (ii) e (iii) e eventualmente (i), e em seguida aplicamos o método da substituição. Exemplo: Calcular a integral xdxx 22 cos.sen Solução: sen 2 x.cos 2 x = 2 2cos1 x . 2 2cos1 x = 4 2cos1 2 x = 8 4cos1 4 1 x = 8 4cos 8 1 4 1 x = 8 4cos 8 1 x Portanto xdxx 22 cos.sen = cxxxdxdxdx x 4sen32 1 8 1 4cos 8 1 8 1 8 4cos 8 1 Lista de Exercícios – l 1) Calcule as seguintes integrais: a) xdx 5sen b) xdx 6sen c) xdx 5cos d) xdx 4cos e) xdx2sen 3 f) xdx 7sen 11 g) dxxx )1(sen2 24 h) xdx 4sen8 i) xdx 3cos15 j) 4 0 3sen xdx l) xdxx 42 cos.sen m) xdxx 43 sen.cos n) xdxx 23 cos.sen o) xdxx 3cos.sen 3. Integração de potência de funções trigonométricas (tangente e cotangente) São integrais da forma xdxtg n e xdxg ncot , onde n Z+. Na preparação do integrando deste tipo de integrais, usaremos as seguintes identidades trigonométricas: (iv) cotg2x = cosec2x – 1 (v) tg2x = sec2x – 1 Os artifícios são semelhantes aos usados nas seções anteriores. Exemplo: Calcular as seguintes integrais: a) xdxtg 3 3 Solução: tg 3 3x = tg 2 3x.tg3x = (sec 2 3x – 1).tg3x = sec23x.tg3x – tg3x Portanto: xdxtg 3 3 = 3x.tg3xdx sec 2 - tg3xdx = 6 1 tg 2 3x + 3 1 ln|cos3x| + c b) xdxg 2cot 4 Solução: cotg 4 2x = cotg 2 2x.cotg 2 2x = cotg 2 2x.(cosec 2 2x – 1) = cotg22x.cosec22x – cotg22x = = cotg 2 2x.cosec 2 2x – (cosec22x – 1) = cotg22x.cosec22x – cosec22x + 1 Portanto: xdxg 2cot 4 = 2xdx 2x.coseccotg 22 - 2xdx cosec 2 + dx = = - 6 1 cotg 3 2x + 2 1 cotg2x + x + c 4. Integração de potência de funções trigonométricas (secante e cosecante) São integrais da forma xdx nsec e xdxec ncos , onde n Z+. Estas integrais, para o caso de n ser um número par, são resolvidas utilizando as identidades (iv) e (v). Quando n for impar, devemos aplicar o método de integração por partes. Exemplos: Calcular as seguintes integrais: a) xdxec 6cos Solução: cosec 6 x = (cosec 2 x) 2 .cosec 2 x = (cotg 2 x + 1) 2 .cosec 2 x = (cotg 4 x + 2cotg 2 x + 1).cossec 2 x = = cotg 4 x.cosec 2 x + 2cotg 2 x.cosec 2 x + cosec 2 x Portanto: xdxec 6cos = xdxx.coseccotg 24 + 2 xdx x.coseccotg 22 + xdx cosec 2 = 12 = - 5 1 cotg 5 x - 3 2 cotg 3 x – cotgx + c b) xdxxxdx sec.secsec 23 Solução: Nesta integral, usamos o método de integração por partes. u = secx du = secx.tgxdx dv = sec 2 xdx v = tgx xdx 3sec = secx.tgx - gxdx tgx.secx.t = secx.tgx - x.secxdx tg 2 = xdx 3sec = secx.tgx - 1).secxdx -x(sec 2 = secx.tgx - xdx sec 3 + secxdx 2 xdx 3sec = secx.tgx + secxdx 2 xdx 3sec = secx.tgx + ln|secx + tgx| xdx 3sec = 2 1 secx.tgx + 2 1 ln|secx + tgx| + c 5. Produto de potências de funções trigonométricas As integrais da forma xdxxtg nm sec. e xdxecxg nm cos.cot , onde n, m Z+. Quando m for impar ou n for par, podemos preparar o integrando para aplicar o método da substituição. Quando m for par e n for impar, a integral deve ser resolvida por partes. Exemplos: Calcule as seguintes integrais: a) xdxxtg 67 sec Solução: tg 7 x.sec 6 x = tg 7 x.(sec 2 x) 2 .sec 2 x = tg 7 x.(tg 2 x + 1) 2 .sec 2 x = tg 7 x.(tg 4 x + 2tg 2 x + 1).sec 2 x = tg 11 x.sec 2 x + 2tg 9 x.sec 2 x + tg 7 x.sec 2 x Portanto: xdxxtg 67 sec = xdxxtg 211 sec + 2 xdxxtg 29 sec + xdxxtg 27 sec xdxxtg 67 sec = 12 1 tg 12 x + 5 1 tg 10 x + 8 1 tg 8 x + c b) xdxxtg 57 sec Solução: tg 7 x.sec 5 x = (tg 2 x) 3 .tgx.sec 4 x.secx = (sec 2 x – 1)3.sec4x.tgx.secx = tg 7 x.sec 5 x = (sec 10 x – 3sec8x + 3sec6x – sec4x).tgx.secx Portanto: xdxxtg 57 sec = xdxtgxx sec..sec 10 - 3 xdxtgxx sec..sec 8 + 3 xdxtgxx sec..sec 6 - - xdxtgxx sec..sec 4 xdxxtg 57 sec = 11 1 sec 11 x - 3 1 sec 9 x + 7 3 sec 7 x - 5 1 sec 5 x + c c) xdxxtg 32 sec Solução: xdxxtg 32 sec = xdxx 32 sec)1(sec = xdx 5sec - xdx 3sec Vamos resolver essas integrais por partes 13 (*) xdx 5sec = xdxx 23 sec.sec u = sec 3 x du = 3sec 2 x.secx.tgxdx dv = sec 2 xdx v = tgx xdx 5sec = sec 3 x.tgx - tgxdxxxtgx .sec.sec3. 2 = sec 3 x.tgx - 3 xdxxtg 32 sec (**) xdx 3sec , foi resolvida anteriormente xdx 3sec = 2 1 secx.tgx + 2 1 ln|secx + tgx| + c Logo, substituindo (*) e (**) temos: xdxxtg 32 sec = sec 3 x.tgx - 3 xdxxtg 32 sec - 2 1 secx.tgx - 2 1 ln|secx + tgx| 4 xdxxtg 32 sec = sec 3 x.tgx - 2 1 secx.tgx - 2 1 ln|secx + tgx| xdxxtg 32 sec = 4 1 sec 3 x.tgx - 8 1 secx.tgx - 8 1 ln|secx + tgx| + c d) xdxxtg 42 sec Solução: xdxxtg 42 sec = xdxxxtg 222 secsec = xdxxtgxtg 222 sec)1( = = xdxxtg 24 sec. + xdxxtg 22 sec. = 5 1 tg 5 x + 3 1 tg 3 x + c Exercício Calcule as seguintes integrais: a) xdxtg 4 b) dxxec )23(cos 4 c) dxxxgx )1(seccos).1(cot. 2222 d) xdxxtg 53 sec. e) xdxxtg sec. 5 f) xdxecxg 33 cos.cot g) xdxxtg 43 sec. II - Integração por substituição trigonométrica Muitas vezes, substituições trigonométricas convenientes nos levam à solução de uma integral. Se o integrando contém funções envolvendo as expressões 22 xa , 22 xa ou 22 ax , onde a > 0 é possível fazermos uma substituição trigonométrica adequada. As figuras abaixo, sugerem tal substituição. 22 xa a x 22 ax x a x a 22 a-x 14 (i) a função integrando envolve 22 xa Neste caso, usamos x = a.sen . Então dx = a.cos d . Supondo, 22 , temos: 22 xa = 222 senaa = )sen1(a 22 = 22cosa = a.cos 22 xa = a.cos (ii) a função integrando envolve 22 ax Neste caso, usamos x = a.tg . Então dx = a.sec 2 d . Supondo, 22 , temos: 22 ax = 222 atga = )1tg(a 22 = 22seca = a.sec 22 ax = a.sec (iii) a função integrando envolve 22 ax Neste caso, usamos x = a.sec . Então dx = a.sec tg d . Supondo, 2 0 ou 2 3 , temos: 22 ax = 222 aseca = )1sec(a 22 = 22 tga = a.tg 22 ax = a.tg Exemplos: Calcule as seguintes integrais: a) dx x x 2 2 2 9 Solução: Neste exemplo, usamos x = 3.sen . Então dx = 3.cos d . Assim, 29 x = 3.cos , para 22 . Logo, dx x x 2 2 2 9 = d sen cos3. 9 cos3 2 1 2 = dg 2cot 2 1 = dec )1(cos2 1 2 = = cg )cot( 2 1 Devemos agora escrever este resultado em termos da variável original x. Sabemos que, se x = 3.sen , 22 , então = arcsen 3 x . Observando o triangulo, vemos que: cotg = x x 29 Portanto, dx x x 2 2 2 9 = 3 9 2 1 2 x arcsen x x + c b) dx x x 43 2 2 Neste exemplo, usamos x = 2.tg . Então dx = 2.sec 2 d . Assim, 42 x = 2sec , para 22 . 15 Logo, dx x x 43 2 2 = ddtgdtg sec)1(sec34sec.34sec2.sec2431 222 2 = = ddtgd secsec21sec2134)sec(sec34 3 = = ctgtg secln 3 2 sec 3 2 Agora, vamos escrever este resultado em termos da variável original x. Observando o triangulo, temos: 2 4 sec 2 x e 2 x tg . Portanto, dx x x 43 2 2 = c xxxx 22 4 ln 3 2 2 . 2 4 . 3 2 22 dx x x 43 2 2 = c xx xx 2 4 ln 3 2 4 6 1 22 3) 1623 xx dx Neste exemplo, usamos x = 4.sec . Então dx = 4.sec tg d . Assim, 162 x = 4tg , para 2 0 . Logo, 1623 xx dx = d d d tg tg 2 23 cos 64 1 sec64 1 4.sec64 .sec4 = d 2 2cos1 64 1 = csend )22 1 ( 128 1 )2cos1( 128 1 Agora, vamos escrever este resultado em termos da variável original x. Observando o triangulo, temos: sen = x x 162 ; cos = x 4 Da identidade trigonométrica 2 1 sen2 = sen cos , vem que, 2 1 sen2 = x x 162 . x 4 . Para substituirmos o valor de , devemos tomar algum cuidado. Inicialmente, observamos que a função integrando esta definida para valores de x > 4 e x < - 4. Para x > 4, temos que sec = 4 x > 1 e portanto, = arcsec 4 x , 2 0 . Para x < - 4, temos que sec = 4 x < - 1 e a sua inversa (arcsec 4 x ) toma valores entre 2 e . Como ao fazermos a substituição x = 4sec , assumimos que 2 3 e como sec(2 - a) = seca, para x < - 4, podemos escrever = 2 - arcsec 4 x , 2 3 . Portanto, para x > 4, temos 16 1623 xx dx = c x xx arc 2 2 164 4 sec 128 1 Para x < - 4, 1623 xx dx = c x xx arc 2 2 164 4 sec2 128 1 Exercício Calcule as seguintes integrais: a) 24 x dx b) dx x x 2 3 9 c) 425 2x dx d) dx x x 92 e) dx x x 2 2 4 f) 29 xx dx g) 2522 xx dx 17 Conteúdo: Integrais de funções racionais por frações parciais - Aplicações da integral definida 1. Integração de funções racionais por frações parciais Apresentaremos um procedimento para calcular integrais da forma dxxq xp )( )( , onde q(x) 0 e p < q Se p(x) é um polinômio com coeficientes reais, p(x) pode ser expresso como um produto de fatores lineares ou quadráticos, todos com coeficientes reais. Exemplos: q(x) = x 2 – 3x + 2 q(x) = (x – 2).(x – 1) q(x) = x 3 – x2 + x – 1 q(x) = (x 2 + 1).(x - 1) Resolução: Temos quatro casos a considerar: 1º caso: Os fatores de q(x) são lineares e distintos. Neste caso, podemos escrever q(x) na forma q(x) = (x – a1). (x – a2).... (x – an) onde os ai’, i = 1, 2, ..., n, são distintos dois a dois. A decomposição de )( )( xq xp se procede da seguinte maneira. )( )( xq xp = n n ax A ax A ax A ... 2 2 1 1 onde A1, A2, ..., Na são constantes a serem determinadas. Exemplo: Calcule a integral dx xx x 4 125 2 Solução: q(x) = x 2 – 4x = x.(x – 4) 4)4.( 125 21 x A x A xx x )4.( .)4.( )4.( 125 21 xx xAxA xx x 5x – 12 = A1.x – 4A1 + A2.x 5x – 12 = (A1 + A2).x – 4A1 3124 23555 11 221221 AA AAAAAA Daí, 4 23 )4.( 125 xxxx x Integrando: dx xx x 4 125 2 = 4 23 4 23 4 23 x dx x dx dx x dx x dx xx = 3ln|x| + 2ln!x-4| + c Logo: dx xx x 4 125 2 = 3ln|x| + 2ln|x-4| + c 18 2º caso: Os fatores de q(x) são lineares e alguns se repetem. Seja x – ai o fator linear de q(x) com multiplicidade n, então: )()()( 1 21 i n n i n i ax B ax B ax B , onde B1, B2, ..., Bn são constantes a serem determinadas. Exemplo: Calcule a integral dx x x 2)1( 116 Solução: 2)1( 116 x x = )1)(1( 116 xx x )1)(1( 116 xx x = 1)1( 2 2 1 x B x B )1)(1( 116 xx x = 2 21 )1( )1( x xBB 6x – 11 = B1 + B2x – B2 6x – 11 = B2x + B1 – B2 51161111 6 112121 2 BBBBBB B Daí, 2)1( 116 x x = 1 6 )1( 5 2 xx Integrando: dx x x 2)1( 116 = dx xx 1 6 )1( 5 2 = -5 2)1(x dx + 6 1x dx Logo: dx x x 2)1( 116 = 1 5 x + ln|x-1| + k 3º caso: Os fatores de q(x) são lineares e quadráticos irredutíveis, com fatores quadráticos distintos. A cada fator quadrático ax 2 + bx + c de q(x), corresponde uma fração parcial da forma cbxax DCx 2 Exemplo: Calcule a integral dx xxx xx 482 21 23 2 Solução: 2x 3 – x2 + 8x –4 = x2.(2x – 1) + 4.(2x – 1) = (2x – 1).(x2 + 4) )4).(12( 21 2 2 xx xx = 412 2 x DCx x A )4).(12( 21 2 2 xx xx = )4).(12( )12)(()4( 2 2 xx xDCxxA x 2 – x – 21 = Ax2 + 4A + 2Cx2 - Cx + 2Dx – D x 2 – x – 21 = (A + 2C)x2 + (2D - C)x + 4A – D c x c u c u duu u du x dx 1 11 1)1( 1 2 22 u = x-1 du = dx 19 214 12 12 DA CD CA 1 3 5 D C A Daí, )4).(12( 21 2 2 xx xx = 4 13 12 5 2 x x x = 4 1 4 3 12 5 22 xx x x Integrando: dx xxx xx 482 21 23 2 = dx xx x x 4 1 4 3 12 5 22 = = -5 12x dx + 3 dx x x 42 + 42x dx = = - k x arctgxx 22 1 |4|ln 2 3 |12|ln 2 5 2 Logo: dx xxx xx 482 21 23 2 = - k x arctgxx 22 1 |4|ln 2 3 |12|ln 2 5 2 4º caso: Os fatores de q(x) são lineares e quadráticos irredutíveis, com fatores quadráticos que se repetem. Seja ax 2 + bx +c o fator quadrático de q(x) com multiplicidade n, a esse fator correspondem a soma de frações parciais da forma: ncbxax DxC )( 2 11 + 12 22 )( ncbxax DxC + ... + cbxax DxC nn 2 Exemplo: Calcular a integral dx x xxx 22 23 )1( 3735 Solução: 22 23 )1( 3735 x xxx = 22 )1( x BAx + 12 x DCx 22 23 )1( 3735 x xxx = 22 2 )1( )1)(( x xDCxBAx 5x 3 – 3x2 + 7x – 3 = Ax + B + Cx3 + Cx + Dx2 + D 5x 3 – 3x2 + 7x – 3 = Cx3 + Dx2 + (A + C)x + B + D 03333 25777 3 5 BBDBDB AACACA D C Daí, 22 23 )1( 3735 x xxx = 22 )1( 2 x x + 1 35 2 x x Integrando: dx x xxx 22 23 )1( 3735 = dx xx x x x 1 3 1 5 )1( 2 2222 = = 2 22 )1(x xdx + 5 12x xdx - 3 12x dx = 20 = karctgxx x 3)1ln( 2 5 1 1 2 2 Logo: dx x xxx 22 23 )1( 3735 = karctgxx x 3)1ln( 2 5 1 1 2 2 Lista de Exercícios Calcule as seguintes integrais: 1) dx xx x 2 32 2) dx xx x 232 12 2 3) dx xxx x 44 1 23 4) dx xxx x 122 3 23 2 5) dx xx xx 12 45 2 2 6) dx xx x 22 )3()2( 1 7) dx x xx 22 42 2 23 8) dx xx 4 5 3 9) dx xx x 1 13 2 10) 83x dx 11) dx x xx 22 3 )1( 102 12) dx x xxx 22 23 )1( 3735 2. Aplicações da integral definida 2.1. Área sob curvas Para calcular área sob curvas, temos dois casos a considerar: 1º caso: Cálculo da área da figura plana limitada pelo gráfico de f, pelas retas x = a, x = b e o eixo dos x, onde f é continua e f(x) 0, x [a, b], conforme figura abaixo: Neste caso, a área A é dada por: A = b a dxxf )( Exemplo: Calcule a área limitada pela curva y = 4 – x2 e o eixo dos x. 21 Solução: y = 4 – x2 i) intercepta o eixo dos x nos pontos –2 e 2. ii) intercepta o eixo dos y no ponto 4 No intervalo [-2, 2], y = 4 - x 2 0. Assim a área procurada é a área sob o gráfico de y = 4 – x2 de –2 até 2, ou seja: A = 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 4)4()( dxxdxdxxdxxf x4 2 2 - 3 3 2 2 x = 8 + 8 - 3 8 3 8 = 3 32 Logo: A = 3 32 u.a. 2º caso: Cálculo da área da figura plana limitada pelo gráfico de f, pelas retas x = a, x = b e o eixo dos x, onde f é continua e f(x) 0, x [a, b], conforme figura abaixo: Neste caso, tomamos o módulo da integral b a dxxf )( , ou seja: A = b a dxxf )( . Exemplo: Calcule a área limitada pela curva y = -4 + x 2 e o eixo dos x. Solução: y = -4 + x 2 i) intercepta o eixo dos x nos pontos –2 e 2. ii) intercepta o eixo dos y no ponto -4 22 A = 3 32 )4()( 2 2 2 2 2 dxxdxxf = 3 32 Logo: A = 3 32 u.a. 2.2. Área entre curvas Cálculo da área da figura plana limitada pelos gráficos de f e g, pelas retas x = a e x = b, onde f e g são funções contínuas em [a, b] e f(x) g(x), x [a, b], conforme figura abaixo Portanto A = b a b a b a dxxgxfdxxgdxxf )()()()( Exemplo: Calcule a área limitada pela curva y = x 2 e pela reta y = x + 2 Solução: y = x 2 i) intercepta o eixo dos x na origem ii) intercepta o eixo dos y na origem y = x + 2 i) intercepta o eixo dos x no ponto -2 ii) intercepta o eixo dos y no ponto 2 A curva y = x 2 e a reta y = x + 2 se interceptam nos pontos –1 e 2, de fato x 2 = x + 2 x 2 – x – 2 = 0 1x 2x 2 1 Em [-1, 2], temos que x + 2 x 2 , portanto: 23 A = 2 1 3 2 1 2 1 22 1 2 2 1 2 1 2 1 2 3 2 2 22 x x x dxxdxxdxdxxx = A = 3 1 3 8 24 2 1 2 4 = 2 9 Logo: A = 2 9 u.a. 2.3. comprimento de arco Definição: Seja C uma curva de equação y = f(x), onde f é uma função contínua e derivável em [a, b]. O comprimento do arco da curva C, do ponto A(a, f(a)) ao ponto B(b, f(b)), que denotemos por S, é dada por S = dxxf b a 2 )('1 Exemplo: Calcular o comprimento do arco da curva y = 2 3 x -4, de A(1, -3) até B(4,4). Solução: Considere o gráfico de y = 2 3 x -4 Temos : y = 2 3 x -4 e y’ = 2 1 2 3 x . Daí, S = dxx 4 12 2 1 2 3 1 = dxx 4 1 4 9 1 u = 1 + x 4 9 du = dx 4 9 9 4 du = dx. 4 1 4 12 3 4 1 4 1 2 3 2 3 2 1 4 9 1 27 8 9 4 9 4 9 4 x u duuduu = 2 3 2 3 4 13 27 8 10 27 8 = 27 108 3 3 4 13 27 8 = 27 13131080 8.27 1313.8 27 1010.8 Logo: S = 27 13131080 u.c. Lista de Exercícios 1) Calcule a área da região A limitada por: a) y = senx, y = 0 de 0 até 2 b) x = ½, x = y e y = -x+2 24 c) y = 5 – x2 e y = x + 3 d) y = 1 – x2 e y = -3 2) Calcule o comprimento de arco: a) x = 1 6 1 2 1 3 y y , 1 y 3 b) y = 5x – 2, -2 x 2 c) y = x 3 2 - 1, 1 x 2 d) y = 2 3 22 3 1 x , 0 x 3 e) x = y y 4 1 3 1 3 , 1 y 3 2.4. Volume de um sólido de revolução Fazendo uma região plana girar em torno de uma reta no plano, obtemos um sólido, que é chamado sólido de revolução. A reta ao redor da qual a região gira é chamada eixo de revolução. Por exemplo, fazendo a região limitada pelas retas y = 0, y = x e x = 4 girar em torno do eixo dos x, o sólido de revolução obtido é um cone (ver Figura 1). Se o retângulo delimitado pelas retas x = 0 e x = 1, y = 3 girar em torno do eixo dos y, obtemos um cilindro (ver Figura 2). Consideremos agora, o problema de definir o volume do sólido T, gerado pela rotação em torno do eixo de x, da região R vista na Figura 3. x y y = x x 4 y = x y 4 Figura 1 x 3 y x y 1 3 1 Figura 2 25 Suponhamos que f(x) é contínua e não negativa em [a, b]. Consideremos uma partição P de [a, b], dada por ....... 110 bxxxxxa nii Seja 1 iii xxx o comprimento do intervalo ii xx ,1 . Para cada i, i = 1,..., n, construímos um retângulo Ri, de base ix e altura f(ci). Fazendo cada retângulo Ri girar em torno do eixo dos x, o sólido de revolução obtido é um cilindro (ver Figura 4), cujo volume é dado por [f(ci)] 2 xi A soma dos volumes dos n cilindros, que representamos por Vn, é dada por Vn = [f(c1)] 2 x1 + [f(c2)] 2 x2 + ... + [f(cn)] 2 xn Vn = i n i i xf(c 1 2 )π e nos dá uma aproximação do volume do sólido T (ver Figura 5). x y T x y y = f(x ) R ba y = f(x ) Figura 3 x y x y y = f(x) R ba y = f(x) f(c )i ix f(c )i ix ci Ci Figura 4 26 Podemos observar que à medida que n cresce muito e cada nixi ,...,1, , torna-se muito pequeno, a soma dos volumes dos n cilindros aproxima-se do que intuitivamente entendemos como o volume do sólido T. Definição: Seja y = f(x) uma função contínua não negativa em [a, b]. Seja R a região sob o gráfico de f de a até b. O volume do sólido T, gerado pela revolução de R em torno do eixo dos x, é definido por 0 lim ixmáx V i n i i xf(c 1 2 )π . A soma que aparece em (1) é uma soma de Riemann da função 2)if(x . Como f é contínua, o limite em (1) existe, e então, pela definição da integral definida, temos dxf(x)V b a 2 π . A fórmula (2) pode ser generalizada para outras situações: (1º) A função f(x) é negativa em alguns pontos de [a, b]. A Figura 6(c) mostra o sólido gerado pela rotação da Figura 6(a), ao redor do eixo x, da região sob o gráfico da função f(x) de a até b (ver Figura 6(b)). Como 22 ))(( xff(x) , a fórmula (2) permanece válida neste caso. x y Figura 5 a b a b Figura 6 (a) (b) (c) 27 (2º) A região R está entre os gráficos de duas funções f(x) e g(x) de a até b, como mostra a Figura 7. Suponhamos ],[),( baxxgf(x) , o volume do sólido T, gerado pela rotação de R em torno do eixo dos x, é dado por dxg(x)f(x)V b a 22 ][][π . (3º) Ao invés de girar ao redor do eixo dos x, a região R gira em torno do eixo dos y (ver Figura 8). Neste caso, temos: dyg(y)V d c 2][π . (4º) A rotação se efetua ao redor de uma reta paralela a um dos eixos coordenados. Se o eixo de revolução for a reta y = L (ver Figura 9), temos: dxL-f(x)V b a 2][π . x y a b y = g(x) y = f(x) R Figura 7 x= g(y) x d c Figura 8 x y b y = f(x) R a L Figura 9 28 Se o eixo de revolução for a reta x = M (ver Figura 10), temos dyM-g(y)V d c 2][π . Exemplos: 1) A região R, limitada pela curva 2 4 1 xy , o eixo e as retas x = 1 e x = 4, gira em torno do eixo dos x. Encontrar o volume do sólido de revolução gerado. Solução: Vemos a região R e o sólido T gerado pela rotação de R em torno do eixo dos x. Aplicando a fórmula, temos dxxV 4 1 2 2 4 1 π π 80 1023 14 80 π 514 π 55 1 45 x unidades de volume (u.v.) x y d R c M x= g(y) Figura 10 x y T x y R 2 4 1 xy 29 2) Calcular o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo dos x, da região limitada pela parábola 213 4 1 xy e pela reta 5 2 1 xy . Solução: Podemos ver a região R e o sólido T, gerado pela rotação de R em torno do eixo dos x. Aplicando a fórmula, vem dxxxV 1 3- 22 2 5 2 1 -13 4 1 π 1 3- 242 2510 4 1 26-169 16 1 π dxxxxx 1 3- 420340-169 16 dxxx-x 3 15 32 5 1020169 16 π x xxx 5 243 270180207 5 1 1020169 16 π π 80 1924 u.v.24,05 3) Calcular o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo dos x, da região entre o gráfico da função xseny e o eixo dos x, de 2 até 2 3 . Solução: Vemos a região R e o sólido gerado pela rotação de R em torno do eixo dos x. Aplicando a fórmula, temos dxxenV π/23 π/2 2 sπ dxx π/23 π/2 2cos 2 1 2 1 π xenx 2s 4 1 2 1 π π/2 π/23 2 2s 4 1 22 1 23 2s 4 1 2 3 2 1 π enen 0 4 0 4 3 π ..π2 vu x y 1 R 13313 x y T x y x y R 2 π 2 π3 30 4) A região limitada pela parábola cúbica 3xy , pelo eixo dos y e pela reta 8y , gira em torno do eixo dos y. Determinar o volume do sólido de revolução obtido. Solução: Podemos ver a região R e o sólido de revolução T, gerado pela rotação de R em torno do eixo dos y. Para calcular o volume de T vamos aplicar a fórmula. Temos, dyg(y)V d c 2][π dyy 8 0 2 3π 8 0 35 5 3 π y 5) Determinar o volume do sólido gerado pela rotação, em torno da reta y = 4, da região limitada por x y 1 , 4y e x = 4. Solução: A região R e o sólido gerado pela rotação de R em torno da reta y = 4, podem ser vistos na Figura. x y T x y R 2 8 3 yx x y R 4 x y 1 4 1 y = 4 x y y = 4 .. 5 6π9 8 5 π3 35 vu 31 Neste exemplo, observamos que o raio da secção transversal do sólido não é f(x) – L, mas sim L – f(x), já que f(x)< L. Porém, como (f(x) – L))2 = (L – f(x))2, a fórmula continua válida. Temos, dxL-f(x)V b a 2][π dx x V 4 41 2 4 1 π dx xx2 4 41 16 81 π 41 4 16ln8 1 π xx x 4 4 1 ln84644ln8 4 1 π ..16ln8 4 255 π vu 6) A região R, delimitada pela parábola 1 2 1 2 yx e pelas retas 1x , 2y e 2y gira em torno da reta 1x . Determinar o volume do sólido de revolução obtido. Solução: Podemos ver a região R e o sólido gerado pela rotação de R, em torno da reta 1x , na Figura. Aplicando a fórmula dyM-g(y)V d c 2][π , temos dyy V 2 2- 2 2 )1(1 2 1 π dyy 2 2- 2 2 2 4 1 π dyyy 2 2- 24 42 4 1 π 2 2 35 4 3 2 20 π y yy 8 3 16 20 32 8 3 16 20 32 π vu . 15 π448 y R -2 x 2 x -1= y x x -1= 32 LISTA DE EXERCICIOS 1) Determine o volume do sólido de revolução gerado pela rotação, em torno do eixo dos x, da região R delimitada pelos gráficos das equações dadas: a) y = x + 1, x = 0, x = 2 e y = 0 b) y = x2 e y = x3 c) y = cosx, y = senx, x= 0 e x = 4 2) Determine o volume do sólido de revolução gerado pela rotação, em torno do eixo dos y, da região R delimitada pelos gráficos das equações dadas: a) y = lnx, y = -1, y = 2 e x = 0 b) x = y2 + 1, x = 2 1 , y = -2 e y = 2 c) x = 3 + seny, x = 0, y = 2 5 e y = 2 5 d) y = x 1 , x = 0, y = 4 1 e y = 4 3) Determinar o volume do sólido de revolução gerado pela rotação das regiões indicadas, ao redor dos eixos dados. a) y = 2x2, x = 1, x = 2 e y = 2; ao redor do eixo y = 2 b) x = y2 + 1, em torno da reta x = 3 c) x2 = y – 2 e 2y – x – 2 = 0, em torno da reta y = 0, em x = o e x = 1 d) y = 1 – x2, x = -2, x = 2 e y = 2, em torno da reta y = 2 33 Conteúdo: Integrais impróprias – Sequencia e series Integrais Impróprias Definição: integrais com limites infinitos de integração são integrais impróprias. Interpretação Geométrica: A = dxxf )( y x a b I) Se f(x) é continua em [a, ), então: a dxxf )( = b lim b a dxxf )( II) Se f(x) é continua em (- , b], então: b dxxf )( = a lim b a dxxf )( III) Se f(x) é continua em (- , ), então: dxxf )( = c c dxxfdxxf )()( , c Convergência e Divergência Em I e II se o limite existe, então a integral imprópria converge, caso contrario diverge. Em III a integral imprópria converge, se ambas integrais convergem, caso contrario diverge. Exemplos: Determine se as integrais convergem ou divergem. a) 2 2)1( 1 dx x b) 1 dxe x c) 22 )1( 2 x xdx Integrais com integrandos descontínuos Definição: Integrais de funções que se tornam infinitas em um intervalo [a, b] de integração, são integrais impróprias. I) Se f(x) é continua em (a, b], então: b a dxxf )( = ac lim b c dxxf )( II) Se f(x) é continua em [a, b), então: b a dxxf )( = bc lim c a dxxf )( 34 III) Se f(x) é continua em [a,c) U (c, b], então: b a dxxf )( = c a dxxf )( + b c dxxf )( I e II convergem se o limite existir, em III converge se ambas as integrais convergem, caso contrario diverge. Exemplos: Verifique a convergência das integrais impróprias: a) 1 0 1 1 dx x b) 1 0 1 dx x c) dx x 7 2 3 2 )1( 1 LISTA DE EXERCICIOS 1) Determine se a integral converge ou diverge, se convergir encontre seu valor. a) 1 3 4 1 dx x b) 1 4 3 1 dx x c) 2 25 1 dx x d) 0 2 dxe x e) 1 3 1 dx x f) dxxe x 2 g) 1 ln dx x x h) 0 cosxdx i) 0 dxxe x 2) Determine se a integral imprópria converge ou diverge, se converge ache seu valor. a) dx x 8 0 3 1 b) 1 3 2 1 dx x c) 2 0 2sec xdx d) 4 0 2 3 )4( 1 dx x e) 2 1 1 dx x f) 1 0 ln xdxx g) 2 0 tgxdx h) 4 2 2 45 2 dx xx x i) 0 1 cos dx senx x Sequencias Definição: Uma seqüência é uma função cujo domínio é o conjunto dos números inteiros positivos. O contradomínio de uma seqüência será considerado o conjunto dos números reais. A cada número inteiro positivo "n" corresponde um número real f(n). a1 = f(1) ; a2 = f(2) ; a3 = f(3) ; ... ; an = f(n) 35 Notações: {an} = {a1, a2, a3, ..., an, ...} an é o termo genérico da seqüência. Exemplos: 1) 2) Se, quando n cresce, an se torna cada vez mais próximo de um número real L, diz-se que a seqüência {an} tem limite L (ou converge para L) e se escreve: Uma seqüência que não é convergente é chamada de divergente. Exemplos: Determine o limite das seqüências a) 35 2 n n b) ne n 2 5 Lista de Exercícios 1) Determine o limite da seqüência, quando existir. a) 23n n b) 2 2 23 47 n n c) 12 14 2 4 n n d) 4n e n e) 1 )13)(12( 3n nn Séries Definição: Se {an} é uma seqüência, então: A soma infinita a1 + a2 + a3 + ... + an + ... = 1n na é chamada série. Cada número ai é um termo da série; an é o termo genérico de ordem n. Para definir a SOMA de infinitas parcelas, consideram-se as somas parciais. S1 = a1 S2 = a1 + a2 S3 = a1 + a2 + a3 ------------------------ Sn = a1 + a2 + a3 + ... + an-1 + an 36 E a seqüência das somas parciais S1, S2, S3, ..., Sn, ... Se essa seqüência tem limite S, então a série converge e sua soma é S. Ou seja: Se SS n n lim ℝ, então a série converge e sua soma é a1+a2+a3+...+an... = S Se a seqüência {Sn} não tem limite, então a série diverge. Exemplo: verifique se a série 1 )1( 1 n nn converge. A p-série 1 1 n pn = ... 1 ... 3 1 2 1 1 1 pppp n (sendo p uma constante) a serie converge se p>1 e diverge se p 1 Série Harmônica A série harmônica é a p-serie com p = 1. 1 + 1 1 ... 1 ... 3 1 2 1 n nn , é divergente Série Geométrica 1 1132 ...... n nn ararararara Onde a e r são números reais fixos, com a 0 e r é a razão. A serie geométrica converge para S = r a 1 se | r | < 1 e diverge se | r | 1. Exemplo: 1 + 2 + 4 + 8 + 16 + ...é uma serie geométrica com a = 1 e r = 2, que converge para S = -1. Teorema: Se a série 1n na converge, então .0 lim na n OBS: A recíproca desse teorema é falsa, isto é, existem séries cujo termo genérico tende a zero e que não são convergentes. Vale a contrapositiva: "se o limite não é zero, então a série não converge", que constitui o: Teste da divergência: Se 0 lim na n 1n na diverge. Exemplo: aplique o teste da divergência a) 1 2 n n b) 1 1 n n n c) 1 1)1( n n d) 1 2 1 n n e) 1 1 n n f) 1n n n e 37 Propriedades: Sejam Aa n n 1 , 1n n Bb e k ℝ, então: i) BAbaba n n n n n nn 111 )( ii) Aa n n kakk 1n n 1 Exemplo: a) 1 1 1 6 13 n n n b) 1 12 4 n n Lista de Exercícios 1) Calcule a soma das series: a) 0 4 )1( n n n b) 0 3 1 2 5 n nn c) 0 5 )1( 2 1 n n n n d) 1 13.2 n nn e) 1 1)1( n n f) 1 1 3n n e 2) Verifique a convergência das series; a) 1 2 14 1 n n b) 1 )12)(12( 6 n nn c) 1 )4)(3( 1 n nn 3) Verifique a divergência das series: a) 1 15 3 n n n b) 1 2 1 1 n n c) 1 1 n n e d) 1 1 1 n ne e) 1 )3,0(1 1 n n 4) Verifique a convergência ou divergência das series: a) 0 4 3 4 1 n nn b) 1 3 )22( n nn c) 0 2 1 n n d) 1 1 2 3 )1( n n n e) 0 2 n ne 38 Serie de termos não negativos Estudaremos series que não tem termos negativos, pois as somas parciais dessas series formam seqüências crescentes e seqüências crescentes limitadas superiormente sempre convergem. As somas parciais são crescentes porque Sn+1 = Sn + an e an 0: S1 S2 S3 ... Sn Sn+1 ... Teorema: Uma serie 1n na de termos não negativos converge se suas somas parciais são limitadas superiormente. Esse resultado é a base dos testes para estabelecer a convergência que estudaremos nesta seção. Teste da Integral Se uma função é positiva, continua e decrescente para x 1, então a serie infinita f(1) + f(2) + f(3) + ... + f(n) + ... i) converge se 1 )( dxxf converge. ii) diverge se 1 )( dxxf diverge. Exemplos: a) 1 2 1 n n b) 1 1 n nn c) 1 2 n nne Teste da Razão Seja 1n na uma serie de termos positivos e n n a a n 1 lim = L. Então: i) a serie converge se L < 1 ii) a serie diverge se L > 1 ou L for infinito iii) o teste é inconcludente se L = 1 Exemplos: a) 1 ! 3 n n n b) 1 !! )!2( n nn n Teste da Raiz Seja 1n na uma serie com an 0 e n na n lim = L. Então: i) a serie converge se L < 1 ii) a serie diverge se L > 1 ou L for infinito iii) o teste é inconcludente se L = 1 39 Exemplos: a) 1 132 n n n n b) 1 2 2n n n Lista de Exercícios 1) Use o teste da integral para determinar se a integral converge ou diverge: a) 2 )1( 1 n nn b) 1 3 2 1 2 n n n c) 2 1 n n d) 1 2 3 n nen e) 1n ne f) 1 2n n n 2) Use o teste da razão para determinar se a integral converge ou diverge: a) 0 3 52 n n n b) 1 )!2( !!4 n n n nn c) 1 2 2n n n d) 1 ! n nen e) 1 10 10n n f) 1 ! )2)(1( n n nn g) 1 2 !n n n 3) Use o teste da raiz para determinar se a integral converge ou diverge: a) 1 )(ln n n n n n b) 1 2)( )!( n n n n n c) 1 5 5n n n d) 1 2)2(n n nn e) 1 2 2 n n n 1-Integral.pdf (p.1-8) 2-Integral.pdf (p.9-16) 3-Integral.pdf (p.17-32) 4-Integral.pdf (p.33-39)
Compartilhar