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Capítulo 3 Termoterapia Intro

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Termoterapia - Introdução Capítulo III 
 
48 
 
TERMOTERAPIA 
- AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO TECIDUAL - 
Esses recursos terapêuticos são usados para induzir a um aumento (recurso de 
aquecimento) ou diminuição da temperatura dos tecidos (recurso de resfriamento). 
 Recursos de aquecimento: 
Micro-ondas, ondas curtas, compressas com bolsa quente, ultra-som, parafina, 
lâmpada de infravermelho, banhos de imersão em água quente. 
 Recursos de resfriamento: 
Compressas frias, gelo (triturado ou em cubos), banho de imersão em água 
gelada, sprays. 
 
 Conceitos importantes: 
- Calor: é a energia fornecida ou retirada para aumentar ou diminuir a 
temperatura tecidual. 
- Temperatura: a temperatura é o reflexo da quantidade de energia (calor) 
fornecida ou retirada do tecido. A unidade utilizada é Celsius (°C). 
Quando o corpo é aquecido ou resfriado, a alteração da temperatura 
depende da movimentação da energia cinética dentro do corpo 
(quantidade de calor fornecida ou retirada). 
 
 Mecanismo de termorregulação 
Quando todo o corpo é submetido a uma grande variação de temperatura, o 
organismo solicita respostas de termorregulação. O corpo apresenta uma temperatura 
ideal de funcionamento, entre 36-36,5 °C, se a temperatura estiver fora desta faixa, 
dependendo da variação, ocorre a desnaturação de proteínas, podendo chegar ao óbito. 
Termoterapia - Introdução Capítulo III 
 
49 
 
O Termostato é o sistema responsável por controlar a temperatura corporal 
através dos termorreceptores localizados na periferia (pele), cuja função, é a percepção 
de alterações da temperatura. 
Quando a temperatura do corpo é alterada eles são ativados e enviam 
informações para a região do cérebro responsável por essa termorregulação, o 
hipotálamo (centro de termorregulação). Dependendo da resposta da periferia, pode 
haver vasodilatação e aumento da sudorese (comum quando é fornecido calor aos 
tecidos) para tentar manter a temperatura da região controlada; ou uma vasoconstrição, 
calafrios e tremores (comum quando se retira calor dos tecidos). Sendo que ao aumentar 
a temperatura há um aumento do metabolismo e, quando reduz, há uma diminuição do 
metabolismo. 
Todas essas respostas são involuntárias e acontecem devido às variações de 
temperatura. As respostas termorregulatórias podem ser: 
 Sistêmicas: ocorrem quando a variação da temperatura é no corpo todo. 
 Local: com os recursos terapêuticos físicos pode-se induzir a variações de 
temperatura locais e promover respostas termorregulatórias localizadas. São 
indicados, portanto, para áreas relativamente pequenas do corpo. 
Não é objetivo dos RTFs induzir a variações de temperaturas sistêmicas, na 
realidade é esperado que a temperatura sistêmica permaneça constante durante a 
utilização da termoterapia. 
Existe também uma termorregulação comportamental sendo que, quando está 
quente, a tendência é expor o máximo do corpo, já em baixas temperaturas a tendência é 
proteger o máximo possível para perder o mínimo de energia para o ambiente. 
 
Os recursos terapêuticos físicos utilizam principalmente da 
vasodilatação/vasoconstrição e das alterações de metabolismo para induzir aos efeitos 
terapêuticos nos tecidos. 
 
Termoterapia - Introdução Capítulo III 
 
50 
 
 
 
 Como ocorre a variação de temperatura corporal? 
Existe uma área central do organismo que é nobre, onde a temperatura deve 
permanecer estável a qualquer custo em torno de 36,5 a 37°C. Este local é onde se 
localizam os nossos órgãos nobres (Cérebro, Coração, Pulmão, Rins). Independente do 
que estiver ocorrendo do lado de fora do corpo e com a periferia corporal, essa região 
tem que se manter entre 36,5 3 37ºC. Para isso, o corpo lança mão da termorregulação 
(vasodilatação/vasoconstrição, sudorese/calafrios, metabolismo alto ou baixo, alterações 
comportamentais). 
Ao utilizar um RTF, esse tipo de variação não pode ocorrer. As variações de 
temperatura devem acontecer somente no segmento a ser tratado, jamais induzindo 
variações bruscas de temperatura no corpo inteiro do paciente. 
 
 Estimulação dos receptores térmicos: 
Utiliza-se um recurso termoterápico para ativar os receptores térmicos daquela 
região, assim eles enviarão informações para o SNC, assim uma resposta fisiológica de 
termorregulação será utilizada para fins terapêuticos. 
Em temperaturas extremas, próximas ao congelamento (0° C), nenhum receptor 
é estimulado. Nesse caso, o indivíduo não sente nada, além de não ter respostas de 
proteção (velocidade de condução nervosa estará baixa, sendo maior o risco de lesão). 
Quando a temperatura da pele está em torno ou abaixo de 10°C, os receptores de dor são 
ativados, por isso não é terapêutico. O mesmo ocorre para a faixa 15°C ou mais, pois 
não serão ativados os receptores de frio e, consequentemente, sem respostas de 
termorregulação e nem efeitos terapêuticos. 
Termoterapia - Introdução Capítulo III 
 
51 
 
Entretanto, entre 10 e 15°C o paciente irá relatar frio, pois os receptores de baixa 
temperatura serão ativados, assim, nesta faixa de temperatura, obtêm-se benefícios 
terapêuticos. 
 Ao utilizar recursos de crioterapia, deve-se tomar cuidado, pois 
enquanto recurso é aplicado, o paciente deve sentir frio. Caso ele relate dor 
ou que não sente mais nada, é porque a temperatura da pele está próxima a 
0°C, causando dano tecidual. 
Quando a temperatura fica entre 30° e 43°C, aproximadamente, os receptores de 
elevação de temperatura são ativados, iniciando a sensação de “calor”. Assim, ocorrem 
respostas de termorregulação para controlar a temperatura como a vasodilatação. 
Acima de 44°C, os receptores de aquecimento não são mais ativados e inicia a 
ativação dos nociceptores (receptores de dor), em torno de 45°C é prioritária a ativação 
dos receptores de dor. 
O maior risco de lesão é com recursos de resfriamento, pois 
quando aquece acima do desejado, os receptores de calor param de ser 
ativados e inicia a ativação dos receptores de dor. A dor é uma resposta 
de proteção, fazendo com que o indivíduo, reflexamente, interrompa o 
contato com o agente lesivo (no caso calor). Em contrapartida, ao resfria 
demais, ativa os receptores de dor, mas, a medida que a temperatura cai 
ainda mais, o individuo passa a não sentir mais nada, perdendo as 
reações de proteção, lesando o tecido. 
 
RESUMINDO... 
Existe uma faixa ótima para que os benefícios de resfriamento (10 a 15°C) e 
aquecimento (30 a 44°C) aconteçam. Sendo importantíssimo acompanhar a variação da 
temperatura durante a aplicação destes recursos. 
 
Termoterapia - Introdução Capítulo III 
 
52 
 
 Métodos de transferência de calor 
O corpo, portanto, produz energia que se acumular, aumenta a temperatura 
central. Isso não pode ocorrer, pois a temperatura sistêmica deve se manter estável. 
Frente a isso, o corpo encontrou formas fisiológicas de trocar calor com o ambiente. A 
troca de energia dentro do nosso corpo ocorre por convecção (sangue levando energia 
para os tecidos) e condução (camada tecidual mais quente em contato com uma mais 
fria). 
 O corpo humano troca energia com o ambiente por: 
- Convecção: troca de energia entre corpos de temperaturas diferentes, onde o 
meio de transferência é líquido (sólido e líquido) ou gás (sólido e gás). Então, 
para que a convecção aconteça, um dos meios não pode ser sólido, porém tem 
que haver o contato entre os meios de troca de energia. 
- Evaporação (particularidade da convecção): é quando um líquido (por 
exemplo, da pele – sudorese) que evapora. 
- Condução: troca de calor entre corpos de diferentes temperaturasque 
depende do contato entre eles. Assim, um fluxo de energia ocorrerá do corpo 
mais quente para o mais frio até que haja um equilíbrio entre as temperaturas 
(sempre sólido com sólido). 
- Radiação: troca de calor sem contato entre as partes. Exemplo: radiação 
solar. A radiação térmica que incidente sobre uma superfície pode ser 
transmitida, absorvida ou refletida. 
 
 A magnitude e a velocidade de transferência de calor dependem: 
- Da diferença entre as temperaturas nas regiões de contato; 
- Da área de superfície de contato e o tempo de exposição; 
- Da condutividade térmica dos materiais em contato. 
Termoterapia - Introdução Capítulo III 
 
53 
 
 
 Fatores que influenciam a variação da temperatura: 
Uma boa técnica para se aplicar recursos de aquecimento e resfriamento que 
utilizam da condução ou da convecção para conseguir benefícios terapêuticos depende: 
 Da diferença da temperatura entre o corpo e o recurso terapêutico/ meio 
ambiente; 
 Das características e propriedades térmicas do tecido; 
 Tamanho da área de tratamento; 
 Tempo de exposição; 
 Profundidade de absorção da energia; 
 Da potência térmica aplicada; 
 Do método de aplicação. 
Um pré-requisito para se utilizar um recurso termoterápico n 
é a avaliação da sensibilidade térmica, principalmente, e dolorosa do 
paciente. Pois, quem não tem percepção da temperatura não 
consegue dar o feedback para o terapeuta, assim ele não saberá se o 
tecido está na temperatura adequada. 
 
 
 Algumas observações: 
 Em relação à dor, qualquer recurso térmico que esteja em uma 
temperatura mais alta do que a da pele, tem o potencial de ativar as fibras A-beta 
modulando a dor momentaneamente (Castel I). Caso este recurso module a dor 
de maneira prolongada, dependerá do grau da dor e do recurso utilizado. 
Termoterapia - Introdução Capítulo III 
 
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 O aquecimento é mais complexo do que o resfriamento, pois para 
aquecer o metabolismo tem que aumentar, demandando gasto de ATP. Já para 
resfriar é necessário apenas o fluxo sanguíneo. 
 O recurso terapêutico físico de aquecimento só gera efeito enquanto a 
temperatura não atinge seus valores normais. Este fenômeno ocorre 
normalmente, aos 20 – 30 minutos, ou seja, usamos o recurso terapêutico para 
facilitar algum procedimento após sua aplicação, como uma mobilização na qual 
é necessário alívio de dor e ganho de flexibilidade. Entretanto, o recurso de 
resfriamento pode perdurar um pouco mais (40 a 60 minutos), porém é utilizado 
para facilitar um procedimento futuro. 
 Quando aumenta a temperatura do corpo humano pelos mecanismos de 
termorregulação, produz uma vasodilatação periférica e isso promove uma 
queda acentuada da PA diastólica. 
 
 Faixa de temperatura ótima para tratamento - Como escolher o recurso 
para determinados efeitos: 
Quando utiliza agentes de aquecimento busca-se fazer com que a temperatura 
tecidual fique entre 38 a 44°C, ou em caso de estruturas mais profundas com um 
aumento de 5 a 8°C em sua temperatura normal para que haja benefícios terapêuticos. 
O aquecimento trabalha com doses: 
o Calor leve: o tecido alvo está com uma temperatura de 38 a 40°C. É indicado 
somente para aprimorar o fluxo sanguíneo da região e o metabolismo local 
auxiliando na nutrição tecidual. Também tem por função ativar termoceptores, 
podendo ser utilizado para auxiliar na modulação da dor (Castel I); relaxamento 
muscular, interferindo no ciclo dor-espasmo-dor. É usado também para auxiliar 
na cicatrização. Exemplos: bolsa quente, compressa de parafina, banho de 
imersão em água quente. 
Termoterapia - Introdução Capítulo III 
 
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 Calor moderado: o tecido alvo está em uma temperatura de 40 a 43°C. É 
indicado para alterar a extensibilidade do colágeno, pois o tecido conjuntivo 
nessa temperatura é mais maleável (flexível) auxiliando, portanto, nas 
mobilizações articulares, nos alongamentos teciduais e qualquer outro ganho de 
flexibilidade nos tecidos conjuntivos. O calor deixa os cross links (ligações 
intermoleculares do colágeno) mais fracos, diminuindo a rigidez e aumentando a 
amplitude elástica tecidual. Além disso, ele também promove aumento do fluxo 
sanguíneo, do metabolismo local e ativação de termoceptores para modulação 
da dor. Exemplos: banho de imersão em tanque ligado na tomada, microondas, 
ondas-curtas, manta térmica ligada na tomada, ultra-som, lâmpada de 
infravermelho. 
 Calor intenso: o tecido alvo está com uma temperatura de 43 a 44°C. Ele causa 
todos os efeitos do calor moderado e leve, porém de uma forma mais intensa, 
sendo indicado para quadros mais fortes de rigidez tecidual (severa diminuição 
das ADMs). Exemplos: banho de imersão em tanque ligado na tomada, 
microondas, ondas-curtas, manta térmica ligada na tomada, ultra-som, lâmpada 
de infravermelho. 
Portanto, o calor moderado e intenso é indicado para trabalhar maleabilidade do 
colágeno e o calor leve auxilia na cicatrização por melhorar fluxo sanguíneo, aporte de 
oxigênio e nutriente para o tecido, auxiliar na retirada de catabólitos (substâncias 
nocivas ao organismo). 
Obs.: Todos os recursos que trabalham calor moderado e intenso, também 
trabalham calor leve. 
 
 
Termoterapia - Introdução Capítulo III 
 
56 
 
 
 
Quando se utiliza recursos de resfriamento, busca fazer com que a temperatura 
tecidual fique entre 13 e 25°C ou que sofra uma queda de 5 a 8°C em sua temperatura 
normal para que haja benefícios terapêuticos. 
Não se fala em doses de resfriamento. Ao realizar crioterapia, a estrutura de 
tratamento deve estar nessa faixa de temperatura. Quanto mais profundo o tecido, mais 
perto ficará de 25°C; e quanto mais superficial, mais perto ficará de13°C. 
Uma das características do resfriamento tecidual é deixar os cross links mais 
rígidos (ligação mais forte) e, dependendo do grau, pode fazer o tecido conjuntivo se 
tornar quebradiço. 
 
 Como saber a temperatura atingida quando o tecido alvo é mais interno? 
Utiliza-se até então, de uma técnica apurada previamente testada em 
experiências com termômetros invasivos em animais, correlacionada com o relato do 
paciente, sobre como está o tecido alvo (percepção de calor que ocorre normalmente nos 
2 a 5 min. iniciais de tratamento). 
 Calor leve: percebido com uma sensação quase ausente de aquecimento, o 
paciente sente que a área está quente, porém quase imperceptível. 
 Calor moderado: percebido como uma sensação agradável de aquecimento, o 
paciente relata um calor gostoso. 
 Calor intenso: percebido como uma sensação de aquecimento intensa na região, 
o paciente relata que está quente (no limite do suportável). 
Termoterapia - Introdução Capítulo III 
 
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 Resfriamento: não há níveis, mas também, depende do relato da percepção 
subjetiva do paciente. O paciente tem que relatar frio durante todo o tratamento. 
Caso, ele relate dor ou que não sente nada, não é terapêutico. 
 
 Efeitos fisiológicos gerais do aquecimento e do resfriamento 
 
 Metabolismo celular 
Uma vez que a temperatura se eleva, as reações químicas para formação de ATP 
aumentam, consequentemente, aumentando o metabolismo, a demanda por nutrientes, 
oxigênio, resultando na formação de catabólitos (produtos nocivos do metabolismo). 
Elevando a temperatura tecidual até ultrapassar os 44°C, pode ocorrer desnaturação das 
proteínas. 
O calor é contraindicado nas primeiras 24 a 48 horas pós-trauma (fase 
inflamatória aguda), pois nesse momento o metabolismo está acelerado e o calor 
aumentaria ainda mais. Devido a hipóxia tecidual nesta fase, ao aumentaro 
metabolismo, não há possibilidade de suprir com oxigênio, gerando mais hipóxia, além 
de favorecer a desnaturação das proteínas. 
Ao diminuir a temperatura tecidual, acontece um retardo dos processos 
químicos e biológicos, sendo a bomba de Na e K insuficiente, ganhando Na e Ca e 
perdendo K. Isso resulta em uma alteração da permeabilidade seletiva da membrana 
plasmática. Quanto mais baixa a temperatura, mais perto estará o tecido de uma lesão de 
congelamento. 
No pós-trauma imediato, a membrana plasmática favorece a saída de líquidos, 
mas, a crioterapia nesse período atua de maneira a normalizar a permeabilidade da 
membrana controlando o extravasamento de líquido para o interstício. Assim, evitará a 
formação do edema, além de controlar a taxa metabólica evitando a desnaturação 
protéica. 
Termoterapia - Introdução Capítulo III 
 
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Do ponto de vista metabólico a crioterapia é indicada e o aquecimento é contra-
indicado na fase inflamatória aguda. Já depois das primeiras 48 horas onde está 
ocorrendo fibroplasia, é recomendado o uso do aquecimento para favorecer o 
metabolismo e a nutrição tecidual, pois o resfriamento neste caso retardaria os processos 
biológicos, diminuindo a energia e atrasando a fase proliferativa. 
 
 Fluxo sanguíneo: 
O aquecimento tecidual induz a uma vasodilatação somente na região aquecida. 
A vasodilatação acontece em pequenos vasos e aumenta o fluxo sanguíneo que leva 
nutrientes, oxigênio, retira catabólitos favorecendo a cicatrização tecidual (fase 
proliferativa). 
O resfriamento tecidual, em contrapartida, induz a uma vasoconstrição 
somente na região aquecida que, por consequência, diminui o fluxo sanguíneo local. 
Dependendo do tempo de permanência do recurso de resfriamento, da temperatura do 
tecido e do tecido em questão pode acontecer uma vasodilatação reflexa durante a 
aplicação do resfriamento. A vasodilatação reflexa não aumenta o fluxo sanguíneo, 
apenas ocorre uma oscilação entre o menor calibre do vaso (vasoconstrição) e o seu 
calibre fisiológico (nunca passando desse calibre normal). A vasodilatação reflexa é um 
mecanismo de proteção dos tecidos contra um resfriamento muito intenso.

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