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CARLOS ARMANDO AMADE 1a Avaliação de Retórica jurídica

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Universidade Politécnica 
A Politécnica 
Escola Superior Aberta 
Licenciatura em Ciências Jurídicas – 2º Semestre 
Retórica Jurídica ` 
MAPUTO 
I Avaliação 
Responda exaustivamente as questões que se seguem. 
 
 
 
 
Docente: Júlio Matlombe 
 
Estudante: CARLOS ARMANDO AMADE 
 
 
 
1. Diferencie a Retórica Clássica da Retórica Moderna. 5 Valores 
As diferenças entre a retórica Clássica e Moderna baseiam-se nos seguintes aspectos: 
1.1.Retórica clássica: 
Origem: Segundo MOSCA (2001), a retórica clássica teve sua origem nos gregos, quando eles 
mostravam o seu domínio de expressão verbal ao falar publicamente suas ideias. Com a 
Democracia surgiu uma nova classe constituída por professores, cuja função era orientar o 
ensino das artes da palavra, a arte de discutir (dialética) e a arte de persuadir (retórica). Estes 
eram os sofistas. 
Uso: A retórica estava ligada à prática Judiciária e ao Direito, enquanto instrumento usado nos 
tribunais para fazer prevalecer a causa considerada mais justa. Ela era usada para convencer o 
auditório por intermédio de formas belas ou eloquentes, com intuíto de tornar o discurso mais 
apelativo e mais facilmente admirado pelo auditório. 
Porém, a retórica não dizia apenas respeito ao aspeto ornamental do discurso mas também à 
sua estrutura argumentativa, à procura dos melhores argumentos, pois deste modo seduzir-se-
ia a audiência, e expor-se-ia melhor as razões. Por isso a retórica subdividia-se em 2 sentidos: 
 Aspecto estilístico: elegância do discurso. 
 Aspecto argumentativo: capacidade de apresentar bons argumentos. 
Consequência: A arte tornou-se sinônimo de um discurso bonito, mas enganador, perdendo 
assim o seu foco inicial. Desenvolveu-se um conflito aberto entre sofistas e filósofos. 
Os filósofos desvalorizavam a retórica devido a suas concepções relativistas; o não 
comprometimento dos sofistas com a verdade; a cobrança financeira para ensinar; o 
distanciamento dos reais ideais filosóficos (busca da verdade, do conhecimento), pois os seus 
ideais eram voltados para a busca do sucesso, do êxito, independente dos artifícios necessários, 
falaciosos, para alcançá-lo; a negação da existência do conhecimento; entre outros. 
Segundo a explicação de Da COSTA (s/d) (artigo acessado no dia 8 de Agosto de 2018, em 
https://www.ricardocosta.com/artigo/retorica-na-antiguidade-e-na-idade-media), Aristóteles 
percebeu que a retórica tem algo de ciência, ou seja, é um corpus com determinado objecto e 
um método verificativo dos passos seguidos para se produzir a persuasão. 
Ele acreditava que a retórica possui quatro mecanismo que formam sua estrutura: o exórdio, a 
narração, as provas e a peroração. 
1.2.Retórica moderna. 
Origem: Durante a Idade Média, a retórica perde o status adquirido com a sistematização de 
Aristóteles, o que encontra justificativa na moral cristã em vigor no mundo medieval, que 
pregava um conceito absoluto de verdade (DA COSTA, s/d). 
Sob o impulso da racionalidade científica na idade moderna, promoveu-se uma cisão entre a 
dialética, cujo raciocínio foi plenamente identificado com o cientificismo em voga, e a retórica. 
Uso: A retórica, agora esvaziada da concepção de discurso com vistas a persuadir, para reduzir-
se ao estudo dos meios de expressão ornados e agradáveis da Poética. O novo papel da retórica 
estaria vinculado ao estudo das figuras de linguagem, as técnicas de argumentação, a 
organização do discurso e aos procedimentos que facilitam a articulação dos raciocínios 
textuais. 
Consequências: Nesse mundo dominado pelo racionalismo, não havia lugar para uma forma 
de raciocínio assentada no provável, em prejuízo do certo e do verdadeiro. Em vez de ocupar-
se com a retórica e com opiniões enganadoras, acreditava-se que seria mais proveitoso para o 
homem buscar o conhecimento da verdade, com amparo na filosofia de cunho racional. 
A partir daí, a retórica viveu um período de esquecimento quase completo, para ser novamente 
recuperada somente a partir do final dos anos de 1950, juntamente com o desenvolvimento dos 
meios de comunicação de massa e a consolidação dos Estados democráticos. 
A seguir está a tabela dos períodos de evolução da retórica (INFORMAÇÃO OBTIDA NO 
ARTIGO RETÓRICA E FILOSOFIA, SEM AUTOR). 
A RETÓRICA EM DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS 
Grécia clássica As instituições democráticas e o poder da palavra conferem à retórica uma 
posição privilegiada. 
Helenismo Os regimes autocráticos, implicando a ausência de participação dos 
cidadãos, tornam a retórica desnecessária. 
Período romano 
 
Há um florescimento breve da oratória com Cícero – ênfase do ethos e do 
pathos – mas esta entra em declínio no período do império. 
Idade Média Instituições religiosas fortes e o conceito de verdade revelada contribuem 
para o descrédito da retórica. 
Época moderna O ideal de racionalidade aceite e a pretensão de se poder passar sem 
argumentação desvalorizam o discurso retórico-argumentativo. 
Época 
contemporânea 
A revalorização das instituições democráticas bem como a crise da 
concepção clássica de racionalidade condicionam a reabilitação da retórica. 
 
 
2. Distinga as linhas de sistematização da retórica Grega e a Romana. 5 Valores. 
2.1. Retórica Grega. 
O Guia de Estudos do ESA considera que a primeira sistematização na Grécia foi feita por 
Tísias e Córax. Era muito elementar e servia para ajudar as pessoas a argumentar perante uma 
determinada situação jurídica. 
Para DA COSTA (s/d), Aristóteles proporcionou a segunda sistematização da Retórica. Porém, 
foi a primeira sistematização bem conseguida. Ele é muito claro e directo: a Retórica é a outra 
face da Dialética, pois ambas se ocupam de questões ligadas ao conhecimento e não 
correspondem a nenhuma ciência específica. Isso porque todas as pessoas tentam, de algum 
modo, questionar ideias, debater, argumentar, se defender, acusar. Logo, todos, em maior ou 
menor grau, se valem da Retórica. 
Aristóteles defende a importância da verdade e da justiça: “A Retórica é útil porque a verdade 
e a justiça são, por natureza, mais fortes que os seus contrários, e se os juízos não se fizerem 
como se convém, a verdade e a justiça serão necessariamente vencidas pelos seus contrários, 
e isso é digno de censura...’’ (Aristóteles, Retórica, Livro I, 1, 1354a). 
Aristóteles apresenta três tipos possíveis de discursos: 
 Judiciais (a respeito de factos já ocorridos), 
 Deliberativos (decisões possíveis de serem tomadas no futuro) e 
 Demonstrativos (nos quais não era necessário decidir nada, apenas concordar [ou não], 
na qualidade de ouvinte, com as afirmações e os juízos de valor do orador). 
Pretendia assim abranger todos os âmbitos possíveis dos discursos (e argumentos), e preparar 
o estudante de Retórica a ser capaz de argumentar racionalmente em prol da verdade. 
Quando os ouvintes sabem que o orador é íntegro, probo (ou seja, que não é corrupto!), ouvem-
no mais atentamente, pois ele merece crédito. Aristóteles chama isso de ethos (ética). Em 
segundo lugar, o que proporciona veracidade ao discurso é a capacidade que o orador tem de 
conduzir emocionalmente a plateia conforme a intensidade de suas palavras. O filósofo chama 
isso de pathos (isto é, tudo o que diz respeito à convulsão das emoções). São os sentimentos 
postos nas palavras ditas. E, em terceiro e último lugar, a lógica (o que é dotado de razão, 
capacidade argumentativa, intelectual) do que é dito. 
Das três provas de convencimento de um discurso, Aristóteles reconhece que a terceira, o 
raciocínio, é o elemento mais frágil na persuasão da audiência. As massas inicialmente não se 
convencem com argumentos, mas com aboa fama do orador e com sua emoção. Isso é verdade 
até hoje! Por isso, ele coloca a moral do orador (ethos) como a convicção mais forte, mais 
incisiva, pois quando uma pessoa correcta discursa, todos ouvem com mais atenção, pois ela é 
moralmente íntegra! 
Um último aspecto merece ser destacado é a clareza, para ele, suprema expressão enunciativa 
em um discurso. Falar com naturalidade, de modo directo e claro, para que todos entendam, 
não de modo vulgar, mas com belas metáforas e analogias para que o discurso nunca seja estéril 
(ou frívolo), nem dito incorrectamente (do ponto de vista gramatical). Falar de modo claro, 
com ritmo, elegância e expressões adequadas a cada gênero discursivo, são aspectos formais 
essenciais ao retórico. Tudo isso enaltece a verdade das palavras do orador. 
 
2.2. Retórica Romana. 
MOSCA (2001) refere que durante o império romano a retórica teve um grande prestígio. Em 
um império que dependia do direito para sua unificação e onde a prática judicial era de 
importância capital, e levando-se em conta a influência grega na cultura romana, era natural 
que a retórica e seus praticantes fossem alçados a um patamar muito importante. 
DA COSTA (s/d) acrescenta que muitos dos mais famosos oradores romanos - dentre os quais 
destacamos Cícero e Quintiliano - escreveram obras de fôlego sobre a retórica. Após a queda 
do império romano, a retórica foi progressivamente decaindo de importância e, mesmo 
sobrevivendo como prática, não era considerada enquanto objeto de estudo. Tal tendência foi 
agravada pelo predomínio do pensamento cartesiano - positivista na filosofia e na ciência 
ocidentais. 
 
Dentro da cultura romana, a retórica servia para a educação dos cidadãos tal como acontecia 
na Grécia, e deveria, segundo Cícero, estar ao serviço da ética e do bem público. Enquanto na 
Grécia, a retórica servia aos sofistas para afirmarem o seu poder, em Roma, ela afirmava-se 
mais na vida política e jurídica. 
Entretanto, em Roma, o ápice do pensamento a respeito da Retórica – a sistematização do 
pensamento ciceroniano unida à tradição clássica grega – foi sintetizada na obra Instituição 
Oratória (95 d. C.), texto enciclopédico, de Quintiliano (35-95) professor e advogado. 
A obra de Quintiliano foi lançada em um período em que a prática da Retórica estava em franca 
decadência, pois não era mais praticada nem no Senado nem no Fórum, estava “limitada” às 
escolas e circunscrita à formação cultural do cidadão romano. A Retórica havia se inserido na 
cultura, era a Cultura própria da civilidade. 
Quintiliano define o carácter do orador, tema repetidamente tratado, por Aristóteles e Cícero, 
e coloca a Retórica como disciplina protagonista da Educação. O principal objectivo da 
Instituição é colocar a Retórica a serviço da formação integral dos jovens. Como nada é 
indiferente a ela e somente o homem bom pode ser um orador perfeito, o professor deve incutir 
nos alunos as virtudes do espírito – uma vida correcta e honesta, com justiça, coragem, 
temperança e outras virtudes semelhantes a essas. 
O orador deve procurar a perfeição e chegar à sabedoria, nos costumes, no conhecimento e na 
habilidade de falar, mesmo que ninguém tenha conseguido isso. Caso pareça uma exigência 
muito elevada, não importa: sempre deve ser ensinado às crianças o que há de melhor – a 
Educação deve ser exemplar. 
O mestre deve investigar os espíritos dos alunos (pois alguns são preguiçosos, outros se 
enervam com as ordens, outros são medrosos, outros progridem com um trabalho contínuo: 
cada criança tem características específicas). 
Os especialistas dividiram a obra de Quintiliano em quatro partes: 
 A Pedagogia: o exercício da Oratória e as condições que a tornam possível (Livros I e 
II); 
 A função da Oratória (Livro III); 
 Seus preceitos (Livros IV-XI); 
 Exemplos comentados de poetas e prosistas e a imagem do orador perfeito (Livros X-
XII). 
 
 
3. Aponte as características da retórica religiosa. 5 Valores. 
Os primeiros séculos cristãos presenciaram a permanência da Retórica, mas aplicada a 
declamações cerimoniais e a treinos escolares, especialmente com a recuperação de uma série 
de exercícios retóricos provenientes da Grécia antiga chamados de Progymnasmata 
(“exercícios preliminares”), com ênfase nos motivos laudatórios (ou de censura) – isto é, com 
destaque para a moral. 
DA COSTA (s/d) esclarece que esse período é conhecido como segunda sofística, pois foram 
os professores das escolas sofistas que se destacaram, já que seus discursos e ensinamentos se 
aplicavam bem às circunstâncias históricas do momento, pois ajudavam a confirmar os valores 
religiosos e morais da sociedade romana ocidental. Continuavam a ser criticados por sua 
“retórica oca”, isto é, vazia de significado existencial, mas influenciaram aqueles mesmos 
pregadores cristãos que os criticavam. 
Os primeiros padres da Igreja escreveram sermões panegíricos dedicados às festas do ano 
cristão e a cerimônias funerárias. o Cristianismo se apresentou como uma moral realmente 
universalista, arraigada num sentimento novo e na igualdade de todos diante de sua lei. Foi a 
mais profunda revolução do período clássico tardio. Cresceu com a pregação e formou uma 
profunda base de noções morais difundidas entre milhares de pessoas humildes. 
De todos os autores cristãos desse período de transição, aquele que estabeleceu os fundamentos 
da Retórica cristã (aproveitando-se de seus conhecimentos clássicos, especialmente de Cícero) 
foi Santo Agostinho (354-430). 
No Livro IV (“Sobre a maneira de ensinar a doutrina”) de outra obra, a Doutrina Cristã, 
Agostinho faz uma reflexão retórica e utiliza o ideal ciceroniano da sabedoria associada à 
eloquência para tratar de todos os gêneros possíveis de eloquência sagrada. 
Santo Agostinho defende que: 
 É inútil apenas ser eloquente, pois à autêntica sabedoria nunca falta a eloquência: mais 
vale falar com sabedoria do que com eloquência; 
 A clareza; 
 Elegância; 
 Instrução; 
 Agradar, desde que não se fuja da verdade, e 
 Missão do orador cristão que é converter. 
A esses três objectivos (instruir, agradar e converter) correspondem três tipos de estilo (e 
cita Cícero): simples, médio e sublime. 
Como os antigos, Agostinho também defende a coerência entre discurso e prática (IV, 28, 59), 
para assim o orador ser um modelo para os fiéis. E que o cristão sempre deve apegar-se mais à 
verdade do que à forma (IV, 29, 61). 
 A Retórica cristã defendida por Santo Agostinho era instructiva, popular e religiosa. 
 Instructiva porque ensinava os apologéticos a descobrir e difundir a verdade; 
 Popular porque era dirigida a todos, não a um povo ou cultura particular; 
 Religiosa porque encontrava toda a sabedoria necessária para sua missão na Bíblia, não 
na Filosofia (ainda que esta estivesse a serviço da Fé). 
Todo o desenvolvimento posterior da Retórica (pelo menos até o séc. XI) teve em Agostinho 
uma de suas bases mais sólidas. 
 
 
4. Aponte as principais tendências e características da retórica na actualidade. 5 Valores 
PACHECO (s/d) diz que nos últimos anos houve uma renovação nos estudos de retórica, 
particularmente em sua ligação com a poética. 
O inestimável valor dos dos conceitos formulados por Aristóteles reencontra espaço para uma 
reflexão mais arejada e menos contaminada por certas tendências que marcaram a história da 
retórica. Sem dúvida este novo papel está vinculado a dois pólos importantes que são o do 
estudo de: 
 Figuras de linguagem e 
 Técnicas de argumentação. 
Ou seja, reaparece aquele tópico que deseja estudar a organização discursiva a fim de apreender 
os procedimentos que permitem ligara adesão de um ponto de vista àquelas idéias que lhes são 
apresentadas. 
Alguns dos factores que concorreram para a ressurgimento e revalorização da retórica foram: 
 Desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (especialmente a rádio, 
cinema e televisão); 
 Ciências da linguagem e da comunicação; 
 Emergência das teorias probabilísticas; 
 Fim da 2ª Guerra Mundial que fez com que nascessem novas nações e democracias, o 
 Impacto cada vez mais crescente da imagem tanto na política como na área comercial; 
 Emergência de estudos sobre a argumentação, caso de Perelman, etc. 
Como mencionado acima, a retórica impõe-se na contemporaneidade como uma ciência da 
argumentação, sobretudo na área jurídica, política e comercial. 
A retomada da Retórica se deve, sobretudo, a Perelman que, em 1958, publicou, juntamente 
com Olbrechts-Tyteca, uma compilação dos estudos que vinha desenvolvendo acerca das 
técnicas discursivas empregadas a fim de se promover, ou reforçar, a adesão dos espíritos às 
teses que lhes são apresentadas. 
Chaïm Perelman atribui a sua teoria da argumentação a denominação Nova Retórica. Além de 
homenagear a tradição clássica em que foi inspirada, a designação mostra a preocupação do 
autor em deixar clara a aproximação existente entre sua nova teoria e a retórica aristotélica, 
onde buscou matéria-prima para a criação de seus postulados. 
Paralelamente ao programa de Perelman, a argumentação de procedência retórica retorna à 
cena de forma indirecta, através dos estudos da filosofia analítica anglo-saxônica, quando então 
se consolida uma tendência de se estudar não somente o sistema da língua, mas também o 
enunciado em contexto. 
A fim de ressaltar as características particulares da argumentação e os problemas inerentes a 
seu estudo, Perelman apresenta uma distinção inicial entre demonstração e argumentação, de 
onde resultam consequências sociológicas fundamentais para o pensamento. 
A teoria da argumentação de Chaim Perelman: 
Chaim Perelman chegou a conclusão de que não há uma lógica dos juízos de valor, mas que, 
em todos os campos do conhecimento onde ocorre controvérsia de opiniões - a filosofia, a 
moral, o direito, etc. - recorre-se a técnicas argumentativas: a dialética e a retórica são utilizadas 
como instrumentos para se chegar a um acordo sobre os valores e sua aplicação. 
PAULINELLI (s/d) explica que alguns dos pontos principais de sua teoria da argumentação 
são: 
 Acordo: consequência natural de uma proposição verdadeira - o que importa é a 
verdade, e se a proposição é verdadeira o acordo virá como uma consequência lógica; 
 Auditório: o conjunto de todos aqueles que o orador quer influenciar mediante o seu 
discurso; Aquele que argumenta, se quer ser bem-sucedido e conseguir a adesão do 
auditório às teses que defende, tem de ter em atenção três aspetos fundamentais: 
― A sua própria pessoa enquanto orador – ethos 
— O conteúdo da mensagem – logos 
― O público a que se dirige – pathos 
 Dado e interpretação: importância da interpretação daquilo que é dado, ou seja, 
daquilo que é unívoco e indiscutido: "uma mesma ação pode ser descrita como o fato 
de apertar um parafuso, montar um veículo, ganhar a vida, favorecer o fluxo das 
exportações". 
 Técnicas argumentativas: as técnicas argumentativas se apresentam sob dois aspectos 
diferentes: 
― O aspecto positivo consistirá no estabelecimento de uma solidariedade entre teses 
que se procuram promover e as teses já admitidas pelo auditório: trata-se de argumentos 
de ligação. 
— O aspecto negativo visará abalar ou romper a solidariedade constatada ou presumida 
entre as teses admitidas e as que se opõem às teses do orador: tratar-se-à da ruptura 
das ligações e dos argumentos de dissociação. 
 Entre os processos de ligação, encontram-se três grandes grupos, que são os argumentos quase-
lógicos, os argumentos fundados sobre a estrutura do real e os argumentos que fundam a 
estrutura do real. 
 
 
 
 
 
 
 
FONTES BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS: 
 Azevedo (s/d), RETÓRICA E ORATÓRIA: Noções fundamentais; 
 Da Costa (s/d), artigo acessado em: https://www.ricardocosta.com/artigo/retorica-na-
antiguidade-e-na-idade-media 
 Guia de estudo do ESA; 
 Mosca (2001), RETÓRICAS DE ONTEM E DE HOJE; 
 Pacheco (s/d), RETÓRICA E NOVA RETÓRICA: A TRADIÇÃO GREGA E A 
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO DE CHAIM PERELMAN; 
 Paullineli (s/d), RETÓRICA, ARGUMENTAÇÃO E DISCURSO EM 
RETROSPECTIVA, 
 Artigo sobre RETÓRICA E FILOSOFIA. 
 
 
 
 
=FIM=

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