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✬ ✫ ✩ ✪ Revisa˜o de a´lgebra linear Obs. Apenas uma pequena parte deste material sera´ utilizado em sala de aula. O objetivo deste cap´ıtulo e´ fornecer a base matema´tica para a ana´lise e s´ıntese de sistemas de controle. No estudo de a´lgebra linear a noc¸a˜o de conjunto e´ um conceito fundamental. Def. Um conjunto e´ definido como sendo uma colec¸a˜o de objetos e e´ explicitado listando-se seus elementos. F = {0, 1, 2, · · · } Uma outra forma de explicitar um conjunto e´ evidenciando alguma propriedade comum de seus elementos: F = {x ∈ R / x ≥ 0} Conjuntos de interesse particular: R : conjunto dos nu´meros reais C : conjunto dos nu´meros complexos EEL 6001: Teoria de Sistemas Lineares I algebra.tex 1 ✬ ✫ ✩ ✪ Corpos nume´ricos Def. Um corpo nume´rico e´ um conjunto, denotado por F , de elementos escalares e duas operac¸o˜es: adic¸a˜o e multiplicac¸a˜o - ambas definidas sobre F , satisfazendo as seguintes propriedades: 1. ∀α, β ∈ F , α+ β ∈ F , αβ ∈ F 2. Os nu´meros 0 e 1 sa˜o elementos de F tais que: • α+ 0 = α ∀α ∈ F • 1α = α ∀α ∈ F 3. ∀α ∈ F enta˜o ∃ − α ∈ F 4. ∀α �= 0 ∈ F enta˜o ∃ 1 α ∈ F 5. Associatividade: ∀α, β, γ ∈ F • (α+ β) + γ = α + (β + γ) • (αβ)γ = α(βγ) 6. Comutatividade : ∀α, β ∈ F • α+ β = β + α • αβ = αβ 7. Distributividade: ∀α, β, γ ∈ F • (α+ β)γ = αγ + βγ EEL 6001: Teoria de Sistemas Lineares I algebra.tex 2 ✬ ✫ ✩ ✪ Corpos nume´ricos Exemplos: 1. S = {0, 1} com as definic¸o˜es usuais de soma e de multiplicac¸a˜o na˜o formam um corpo pois: 1 + 1 = 2 Entretanto, se redefinirmos as operac¸o˜es: sendo: 0 + 0 = 0 ; 1 + 1 = 1 ; 1 + 0 = 1 0.1 = 0 ; 0.0 = 0 ; 1.1 = 1 Com essas operac¸o˜es S = {0, 1} forma um corpo. 2. Considere o conjunto M2×2 de todas as matrizes 2× 2 da forma: M = x −y y x onde x, y sa˜o nu´meros reais arbitra´rios. A soma e de multiplicac¸a˜o de matrizes sa˜o as usuais. Sejam os elementos neutros da soma e da multiplicac¸a˜o: 0 = 0 0 0 0 ; I = 1 0 0 1 Verificar que forma um corpo. EEL 6001: Teoria de Sistemas Lineares I algebra.tex 3 ✬ ✫ ✩ ✪ Espac¸os lineares Consistem de um conjunto X de elementos chamados vetores. • Operac¸o˜es soma vetorial e multiplicac¸a˜o por escalar. • Elemento nulo 0 ∈ X Propriedades: 1. x+ y = y + x , ∀ x, y ∈ X (comutativa) 2. (x+ y) + z = x+ (y + z) , ∀ x, y, z ∈ X (associativa) 3. 0 + x = x , ∀ x ∈ X 4. ∀ x ∈ X , ∃ (−x) ∈ X tal que x+ (−x) = 0 5. (αβ)x = α(βx) , ∀ α, β ∈ R , ∀ x ∈ X 6. α(x+ y) = αx+ αy , ∀ α ∈ R , ∀ x, y ∈ X 7. (α + β)x = αx+ βx , ∀ α, β ∈ R , ∀ x ∈ X 8. 1x = x , ∀ x ∈ X EEL 6001: Teoria de Sistemas Lineares I algebra.tex 4 ✬ ✫ ✩ ✪ Exemplos • Espac¸o X = Rn, com as operac¸o˜es de adic¸a˜o vetorial e multiplicac¸a˜o por escalar definidas de maneira convencional • Y = {0} , 0 ∈ Rn • Z = span(v1, v2, . . . , vk) , vi ∈ Rn , i = 1, . . . , k span(v1, v2, . . . , vk) = { α1v1 + · · ·+ αkvk : αi ∈ R } • W = { f : R+ → Rn , f diferencia´vel } (f1 + f2)(t) = f1(t) + f2(t) (soma) (αf)(t) = αf(t) (multiplicac¸a˜o por escalar) Note que um elemento em W e´ uma trajeto´ria no Rn • V = { x ∈ W : x˙ = Ax } Os elementos de V sa˜o trajeto´rias do Rn soluc¸o˜es do sistema linear x˙ = Ax • Espac¸o dos polinoˆmios em s de grau menor ou igual a n EEL 6001: Teoria de Sistemas Lineares I algebra.tex 5 ✬ ✫ ✩ ✪ Subespac¸os lineares Um subespac¸o vetorial e´ um subconjunto que e´ tambe´m um espac¸o vetorial Definic¸a˜o W e´ um subespac¸o vetorial de (V ,F) se as seguintes condic¸o˜es sa˜o verificadas: • 0 ∈ W • ∀w1, w2 ∈ W enta˜o w1 + w2 ∈ W • ∀α ∈ F e ∀w ∈ W enta˜o αw ∈ W Exemplos: • X ,Y ,Z sa˜o subespac¸os do Rn • V e´ um subespac¸o de W • x ∈ R2 : x = x1 αx1 e´ um subespac¸o do R2 EEL 6001: Teoria de Sistemas Lineares I algebra.tex 6 ✬ ✫ ✩ ✪ Independeˆncia linear. Base e Representac¸o˜es • Os paraˆmetros considerados neste curso sa˜o nu´meros reais (a menos que seja especificado diferentemente). Matrizes: A (n×m), B (m× r), C (l × n), D (r × p) Seja ai a i-e´sima coluna de A e bj a j-e´sima linha de B: AB = [ a1 a2 · · · am ] b1 b2 ... bm = a1b1 + a2b2 + · · ·+ ambm CA = C [ a1 a2 · · · am ] = [ Ca1 Ca2 · · · Cam ] EEL 6001: Teoria de Sistemas Lineares I algebra.tex 7 ✬ ✫ ✩ ✪ BD = b1 b2 ... bm D = b1D b2D ... bmD aibi: matriz n por r (vetor n× 1 multiplicado por vetor 1× r) biai: so´ esta´ definido para n = r (escalar) • Espac¸o real de dimensa˜o n: Rn Cada vetor x ∈ Rn e´ uma eˆnupla de nu´meros reais x = x1 x2 ... xn EEL 6001: Teoria de Sistemas Lineares I algebra.tex 8 ✬ ✫ ✩ ✪ Um conjunto de vetores {x1, x2, . . . , xn}, xi ∈ Rn, e´ linearmente dependente (LD) se e somente se existem escalares α1, α2, . . . , αn,na˜o todos nulos, tais que α1x1 + α2x2 + · · ·+ αnxn = 0 Se a igualdade for verdadeira apenas para α1 = α2 = · · · = αn = 0 diz-se enta˜o que o conjunto {x1, x2, . . . , xn} e´ linearmente independente (LI). Se um conjunto de vetores {x1, x2, . . . , xn} e´ linearmente dependente, existe pelo menos um αi diferente de zero e (por exemplo, se α1 �= 0) x1 = − 1 α1 [α2x2 + α3x3 · · ·+ αnxn] isto e´, um dos vetores (mas na˜o necessariamente qualquer um) pode ser escrito como uma combinac¸a˜o linear dos demais. EEL 6001: Teoria de Sistemas Lineares I algebra.tex 9 ✬ ✫ ✩ ✪ Equivalentemente, os vetores sa˜o LI se α1x1 + α2x2 + · · ·+ αnxn = β1x1 + β2x2 + · · ·+ βnxn =⇒ α1 = β1 ; α2 = β2 ; · · · ; αn = βn Ou ainda, se nenhum vetor xi puder ser expresso como combinac¸a˜o linear dos demais. O conceito de dependeˆncia linear depende do tipo (corpo) do escalar considerado. Considere o conjunto das func¸o˜es racionais em s { s s+ 1 , 1 s+ 2 } Na˜o existem escalares reais α1, α2 na˜o todos nulos tais que α1 s s+ 1 + α2 1 s+ 2 = 0 No entanto, para escalares pertencentes ao corpo das func¸o˜es racionais em s, a igualdade vale se α1 = − 1 s+ 2 ; α2 = s s+ 1 EEL 6001: Teoria de Sistemas Lineares I algebra.tex 10 ✬ ✫ ✩ ✪ Dimensa˜o A dimensa˜o de um espac¸o vetorial e´ o nu´mero ma´ximo de vetores LI desse espac¸o. • Assim, no Rn ha´ no ma´ximo n verores LI. • A dimensa˜o de um espac¸o vetorial pode ser infinita: considere o espac¸o das func¸o˜es cont´ınuas no intervalo [a, b]. Em particular, as func¸o˜es t, t2, t3, . . .. ∞∑ i=1 αit i = 0 ⇐⇒ α1 = α2 = · · · = 0 Um conjunto de vetores LI do Rn e´ uma base se qualquer vetor x ∈ Rn puder ser expresso de forma u´nica como uma combinac¸a˜o linear destes vetores. • Em um espac¸o de dimensa˜o n, qualquer conjunto de n vetores LI forma uma base • Quaisquer duas bases de um espac¸o n-dimensional possuem o mesmo nu´mero de elementos. Seja {q1, q2, . . . , qn} uma base para o Rn, enta˜o qualquer vetor x ∈ Rn pode ser escrito de maneira u´nica como x = α1q1 + α2q2 + · · ·+ αnqn EEL 6001: Teoria de Sistemas Lineares I algebra.tex 11 ✬ ✫ ✩ ✪ Definindo a matriz quadrada Q (n× n) Q � [ q1 q2 · · · qn ] x = Q α1 α2 ... αn = Qα α � [ α1 α2 · · · αn ]′ e´ a representac¸a˜o de x na base {q1, q2, . . . , qn}. A qualquer vetor x ∈ Rn, pode-se associar a base ortonormal e1 = 1 0 0 ... 0 0 , e2 = 0 1 0 ... 0 0 , . . . , en = 0 0 0 ... 0 1 EEL