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Relatório de processos grupais

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CENTRO UNIVERSITARIO ESTÁCIO RIBEIRÃO PRETO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Alunos (a): Victoria Mikelem Ferreira
Docente: Patricia Rossi Carraro
RELATóRIO DE entrevista
 PROCESSOS GRUPAIS
Ribeirão Preto
Outubro / 2018
Definição de grupo
Enrique J. Pichon-Rivière, psiquiatra suíço que passou a vida na Argentina, nos trouxe grande e original contribuição para compreender os grupos, tendo como pilares epistemológicos a psicanálise e a psicologia social. Além disso, inaugurou, a partir desta compreensão sobre seu funcionamento, uma nova maneira de intervir nos grupos. É, dessa maneira, o criador da teoria e da técnica dos Grupos Operativos (Fabris, 2009). Segundo Pichon-Rivière (1991)
O grupo operativo assemelha-se ao funcionamento do grupo familiar (como também propõe Zimerman, 2000) e pode ser definido como um “conjunto de pessoas reunidas por constantes de tempo e espaço, articuladas por sua mútua representação interna, que se propõe, implícita ou explicitamente, uma tarefa que constitui sua finalidade” (p. 157).
Na concepção de Pichon-Rivière, o grupo apresenta-se como instrumento de transformação da realidade, e seus integrantes passam a estabelecer relações grupais que vão se constituindo, na medida em que começam a partilhar objetivos comuns, a ter uma participação criativa e crítica e a poder perceber como interagem e se vinculam. 
A tarefa é a trajetória que o grupo percorre para atingir seus objetivos, ela está relacionada ao modo como cada integrante interage a partir de suas próprias necessidades. Compartilhar essas necessidades em torno dos objetivos comuns do grupo pressupõe flexibilidade, descentramento e perspectiva de abertura para o novo. Quando o grupo aprende a problematizar as dificuldades que emergem no momento da realização de seus objetivos, podemos dizer que ele entrou em tarefa, pois a elaboração de um projeto comum já é possível e este grupo pode passar a operar um projeto de mudanças. 
Para Pichon-Rivière (1998), o processo grupal se caracteriza por uma dialética na medida em que é permeado por contradições, sendo que sua tarefa principal é justamente analisar essas contradições. O autor utiliza uma representação para mostrar o movimento de estruturação, desestruturação e reestruturação de um grupo, que é o cone invertido. ’’
A técnica de grupo operativo propõe a presença e intervenção de um coordenador, que indaga e problematiza, estabelecendo algumas articulações entre as falas e os integrantes, sempre direcionando o grupo para a tarefa comum; e um observador que registra o que ocorre na reunião, resgata a história do grupo e depois analisa com o coordenador os pontos emergentes, o movimento do grupo em torno da tarefa e os papéis desempenhados pelos integrantes.
Baseando-se inicialmente nos trabalhos de Spencer (1862), e sob a influência de Hans Reichenbach, Abrahan Kaplan e Rudolph Carnap, dos psicanalistas Anna Freud (1936), Heins Hartmann (1939-1950) e David Rapaport (1954), e do grupo de psicologia do Ego (Gill, 1959) tenta apresentar uma teoria do comportamento interpessoal, dos hábitos lógicos do pensamento e das necessidades do Eu. Schutz estabelece como primeiro postulado que o ser humano tem necessidade de outros seres humanos, sendo que essa necessidade interpessoal só pode ser satisfeita através da efetivação do relacionamento com outros. O autor (1973) descreve três zonas dessa necessidade interpessoal na evolução grupal: da inclusão, de controle e fase afetiva e quatro tipos de comportamento para cada uma das zonas apresentadas.
O homem tem uma tendência inata para viver em uma sociedade constituída por seus semelhantes, recebendo dela o amparo de que necessita e utilizando-a para desenvolver suas capacidades. Por isso se diz que o homem é um ser social (Moreno, 1997, p.193).
A abordagem teórica prático dos palestrantes
 Palestrante: Vanessa
A palestrante é terapeuta familiar e trabalha desde há 10 anos no Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), antes passou pela Saúde mental, mas era um atendimento mais individual, voltada a àrea de psicodrama.
Durante a palestra, Vanessa explicou um pouco sobre a história da assistência social, para nos contextualizar sobre o assunto.
A demanda que chega pro CREAS na grande maioria são encaminhados, por determinação judicial ou determinação do conselho tutelar, portanto são famílias que não estão dispostas a estarem ali participando, o que traz um problema a mais para quem trabalha com grupos. E a equipe para atender as famílias, que totalizam 200 famílias, é muito pequena, sendo 2 assistentes sociais de 40 horas, uma psicóloga de 20 horas , e um advogado uma vez na semana, para dar orientações para possíveis decisões. Com isso, por essas dificuldades, acaba-se criando estratégias para melhor lidar com essas situações, pois não é possível fazer atendimento de todas as pessoas.
Ela citou também o construcionismo social, que diz que o ‘’ o conhecimento humano é algo construído tão somente no coletivo. O construcionismo entende que a realidade dos sujeitos deve ser concebida numa visão sistêmica e dinâmica, a dicotomia “mundo interno/ mundo externo” é então abolida (Berger; Luckmann, 1995; Vigotski, 1999; Nogueira, 2001).”
O grupo no qual ela trabalha é familiar, aberto, às vezes tem mais de um familiar no grupo, e são mais frequentados por mulheres. Este grupo de reflexão busca maior participação dos membros, focando na potencialidade da família, no que a família traz de positivo, pois são famílias com situações de vulnerabilidade, tendo uma visão muito negativa, portanto o grupo se torna muito importante no ajuste dessas famílias. Os temas são escolhidos conforme as demandas individuais de cada pessoa, porém com certa flexibilidade para que possa haver participação de todos do grupo.
A palestrante não utiliza de uma teoria em especifico, porém cita bastante o autor Jacob Levy Moreno, que é o autor do psicodrama e do sociodrama. Disse também que já propôs algumas dramatizações e atividades para pensar, porém não obteve muito êxito por conta que o grupo não deu muita abertura.
 Palestrante: Eduardo Leão
O Palestrante, voltado a àrea do construcionismo social trabalha com o projeto do Ouvidores de vozes. Com o desafio e foco a experiência de ouvir vozes e as alternativas para conviver com as vozes constituídas em tempos de práticas oficiais. Esta pesquisa tem como objetivo conhecer os ouvidores de vozes cadastrados em serviços de atenção psicossocial.
Eles trabalham como estudo de caso através de observações de campo no CAPS e no domicilio do Ouvidor de Vozes e entrevistas em profundidade com vistas a conhecer as diferentes experiências de ouvidores de vozes abordando as características das vozes, as emoções mobilizadas, os eventos relacionados a escuta das vozes, as possíveis relações com a experiência de vida do sujeito e estratégias desenvolvidas para conviver e lidar com as vozes. Muitas vezes utilizando apenas o método do palestrante de ouvir quem ouve vozes, faz com que as mesmas não se sintam mal por isso, e que, é possível conviver com esse aspecto. Podendo também se ajudar, em grupos, com suas experiências e vivências para a melhoria e controle do ouvir vozes. O documentário informado pelo palestrante estreiou no canal Futura, o filme acompanha o dia a dia de Isabel, Reginaldo e Marlene, que ouvem vozes e contam como lidam com isso em suas vidas. Eles relatam sua rotina em casa, os tratamentos médicos e tudo o que as vozes lhes dizem. 
3.1 Considerações finais:
Resumidamente, ambos usam técnicas diferentes de suas abordagens, como o olhar de moreno e, ou, Pichon em relação às pessoas, juntamente com outros instrumentos como espelho, teatro espontâneo, jornal vivo, etc. A Palestrante Vanessa, que é da àrea do psicodrama/sistêmica familiar, disse observar em seu grupo os papeis adquiridos por cada pessoa do grupo, como bode espiatório, sabotadores, lideres, etc,embora não se fundamente apenas nessas perspectivas como base. Então com isso, acaba utilizando mais a psicologia comunitária como embasamento no seu trabalho grupal. O Eduardo trabalha com um perspectiva diferente, que é a do construcionismo social. Que se foca nos processos cotidianos, ou seja, como as pessoas falam, percebem e experienciam o mundo em que vivem. A postura básica desta perspectiva é ser crítica à naturalização dos fenômenos sociais. As teorias de cunho essencialista, geralmente intrínseco nas mais diversas disciplinas, realizam suas investigações sem questionar seus objetos, concebendo-os como algo pronto, ou, "normal".
Isso foi ótimo para que podemos obervar e aprender àreas diferentes que um dia possam, até mesmo, a nossa àrea.
4.1 Participação, Frequência e Envolvimento (Nota de 0 a 2):
Em junção à tudo isso, me cobrar e tentar sempre estar presente diria que seria 1,5.
5.1 Referências 
BERGER, Peter L. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Tradução de Donaldson M. Garschagen. 26ª edição. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2004, 204 p.
MORENO, Maria Carmen; CUBERO, Rosario. Relações sociais nos anos pré-escolares: família, escola e colegas. In COLL, César; PALACIOS, Jesus; MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. Tradução de Marcos A. G. Domingues. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1995, Volume 1, p.190-202.
PICHON-RIVIÈRE, E. (2000a). O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes. (Original publicado em 1983).
ZIMERMAN, David E. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica- uma abordagem didática. Porto Alegre: Editora Artmed, 1999, 466 p.

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