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AULA 4 – Propriedades Mecânicas dos Materiais Disciplina: Introdução à Ciência dos Materiais Professora: Bruna Vieira Cabral UFTM - EngenhariaAmbiental Aula 4 – Propriedades Mecânicas dos Materiais – Capítulo 6 Referências Bibliográficas: CALLISTER JR., W.D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 7.ed. LTC. 2008. 2 Por quê estudar? • A determinação e/ou 3 conhecimento das propriedades mecânicas é muito importante para a escolha do material para uma determinada aplicação, bem como para o projeto e fabricação do componente. • As propriedades mecânicas definem o comportamento do material quando sujeito a esforços mecânicos, pois estas estão relacionadas à capacidade do material de resistir ou transmitir estes esforços aplicados sem romper e sem se deformar de forma incontrolável. Propriedades Mecânicas dos Materiais • Muitos materiais, quando em serviço, estão sujeitos a forças ou cargas. • É necessário conhecer as características do material e projetá- lo a partir do qual ele é feito, de tal maneira que qualquer deformação resultante não seja excessiva e não cause fratura. • O comportamento mecânico de um material reflete a relação entre sua resposta ou deformação a uma carga ou força que esteja sendo aplicada. 4 Propriedades Mecânicas dos Materiais • As propriedades mecânicas dos materiais são verificadas pela execução de experimentos em laboratório cuidadosamente programados, que reproduzem o mais fielmente possível as condições de serviço. Dentre os fatores a serem considerados incluem-se a natureza da carga aplicada e a duração da sua aplicação, bem como as condições ambientais. • A carga (as mais comuns), pode ser de tração, compressão, ou de cisalhamento e a sua magnitude pode ser constante ao longo do tempo ou então flutuar continuamente. • As propriedades são muito importantes nas estruturas dos materiais, e elas são alvo da atenção e estudo de vários 5pesquisadores. Propriedades Mecânicas dos Materiais A seguir é mostrado uma representação esquemática de alguns tipos de esforços aos quais os materiais podem ser submetidos. Tipos de esforços Propriedades Mecânicas dos Materiais 7 Propriedades Mecânicas dos Materiais Ensaios Mecânicos Torna-se necessário conhecer as características do material e projetar o artefato para que não ocorram falhas/fraturas. Propriedades Mecânicas dos Materiais Classificação dos ensaios mecânicos : Ensaios destrutivos Ensaios não destrutivos Ensaios destrutivos são aqueles que deixam algum sinal na peça ou corpo de prova submetido ao ensaio, mesmo que estes não fiquem inutilizados. Ensaios não destrutivos são aqueles que após sua realização não deixam nenhuma marca ou sinal e, por consequência, nunca inutilizam a peça ou corpo de prova. Por essa razão, podem ser usados para detectar falhas em produtos acabados e semi- acabados. Tipos de Ensaios Mecânicos Destrutivos: 1. Tração 2. Compressão 3. Cisalhamento 4. Dobramento 5. Flexão 6. Torção 7. Dureza 8. Fluência 9. Fadiga 10.Impacto 10 Tipos de Ensaios Mecânicos Propriedades Mecânicas dos Materiais Não-Destrutivos: 1.Visual (avaliação individual de alterações superficiais) 2.Líquido penetrante (descontinuidades superficiais de materiais isentos de porosidade) 3.Partículas magnéticas (descontinuidades superficiais e sub superficiais em ferromagnéticos) 1.Ultrassom (mudança de intensidade da radiação eletromagnética) 2.Radiografia industrial (defeitos internos) 11 Tipos de Ensaios Mecânicos • Se uma carga é estática ou se ela sofre alterações de uma maneira relativamente lenta ao longo do tempo e é aplicada uniformemente sobre uma seção reta ou sobre a superfície de um material, o comportamento mecânico pode ser verificado mediante um simples ensaio de tensão-deformação. • Existem três maneiras principais segundo uma carga pode ser aplicada: tração, compressão e cisalhamento. • Em engenharia, muitas cargas são de natureza torcional, e não de natureza puramente cisalhante. 12 Propriedades Mecânicas dos Materiais Os ensaios podem ser realizados na própria oficina ou em ambientes especialmente equipados para essa finalidade: os laboratórios de ensaios; Onde são feitos os ensaios? Os ensaios podem ser realizados em protótipos, no próprio produto final ou em corpos de prova e, para serem confiáveis, devem seguir as normas técnicas estabelecidas. Ensaio de Tração • Um dos ensaios mecânicos de tensão-deformação mais comuns. O ensaio de tração pode ser usado para avaliar diversas propriedades mecânicas dos materiais que são importantes em projetos. • Uma amostra é deformada, geralmente até sua fratura, mediante uma carga de tração gradativamente crescente, que é aplicada uniaxialmente ao longo do eixo maior de um corpo de prova. Normalmente a seção reta é circular, porém corpos de prova retangulares também são usados. • Durante os ensaios, a deformação fica confinada a região central, mais estreita do corpo de prova, que possui uma seção reta uniforme ao longo do seu comprimento. 14 15 Ensaio de Tração usado ensaios para tensão- Dispositivo conduzir deformação por tração. O corpo de prova é alongado travessãopelo célula de carga móvel; uma e um extensômetro medem, respectivamente, a magnitude da carga aplicada e o alongamento. 16 Ensaio de Tração • O corpo de prova é preso pelas suas extremidades nas garras de fixação do dispositivo de testes. • A máquina de ensaios de tração alonga o corpo de prova a uma taxa constante, e também mede contínua e simultaneamente a carga e o alongamento resultante. • Tipicamente, um ensaio de tensão-deformação leva vários minutos para ser executado e é destrutivo, isto é, até a ruptura do corpo de prova. sensores Extensômero alongamento Célula de carga Força aplicada Vídeo 1 – Aula 4 Ensaio de Tração li: comprimento instantâneo anterior a fratura (m) lo: comprimento inicial (m)lo lo li Ensaio de Tração Deformação (ε) É a alteração do comprimento do material resultante da deformação provocada pela força axial de tração. lo lo lo l li li: comprimento instantâneo anterior a fratura (m) lo: comprimento inicial (m) Ensaio de Tração Deformação (ε) [N/m2 = Pa (pascal)] Ensaio de Tração Tensão de tração A força de tração atua sobre a área da seção transversal do material. Tem-se assim uma relação entre a força (carga) aplicada e a área do material que está sendo exigida, denominada tensão. Tensão (σ) [N/m²] é a relação entre uma força (F) [N] e uma unidade de área (A0) [m²]: A0 F Deformação () T en sã o (σ ) Curva típica tensão/deformação convencionais Tensão de ruptura Ruptura Ensaio de Tração Curva típica tensão/deformação convencionais Deformação () T en sã o (σ ) ε proporcional à σ ε não proporcional à σ Vídeo 2 – Aula 4 Ensaio de Tração Deformação elástica T en sã o (σ ) quando a carga é 1. É reversível 2. Desaparece removida 3. É praticamente proporcional à tensão aplicada 4. Está relacionada a um simples arranjo atômico ε proporcional à σ Ensaio de Tração Deformação () Lei de Hooke T en sã o (σ ) ε proporcional à σ Lei de Hooke Na zona elástica o coeficiente angular da reta é igual ao Módulo de elasticidade ou módulo de Young (E) Ensaio de Tração Deformação () 26 Deformação elástica O grau ao qual uma estrutura se deforma ou se esforça depende da magnitude da tensão imposta.Para a maioria dos metais que são submetidos a uma tensão em níveis baixos, tem- se a relação: Esta relação é conhecida por lei de Hooke. A constante de proporcionalidade E (Pa ou psi) é conhecida como módulo de elasticidade, ou módulo de Young. ɛ - deformação (adimensional m/m) E. Tensão em Pa ou psi • A lei de Hooke não é válida para todos os valores de deformação, ela é uma aproximação quando a tensão é relativamente baixa. A deformação elástica não é permanente o que significa que quando a carga aplicada é liberada, a peça retorna a sua forma original. • Em uma escala atômica, a deformação elástica é manifestada como pequenas alterações no espaçamento interatômico e na extensão das ligações interatômicas. A magnitude do módulo de elasticidade representa uma medida da resistência à separação de átomos adjacentes, isto é, as forças de ligação interatômicas. Deformação elástica Módulo de Young ou Módulo de Elasticidade Deformação () T en sã o (σ ) a b b x a y Determinação do módulo de Elasticidade Deformação elástica Quanto maior “E” mais rígido é o material. O aço é mais rígido do que o alumínio. b a a b Quanto maior o módulo de elasticidade mais rígido é o material ou menor é a sua deformação elástica quando aplicada uma dada tensão Deformação elástica Tabela - Módulos de elasticidade para algumas ligas metálicas. Deformação elástica 29 G representa o módulo de cisalhamento. G. tg Deformação elástica • A imposição de tensões compressivas, de cisalhamento ou torcionais também induzem um comportamento elástico. As características tensão-deformação a baixos níveis de tensão são as mesmas, tanto para uma situação de tração quanto de compressão, sendo proporcionais ao módulo de elasticidade. • A tensão e a deformação de cisalhamento são proporcionais através da seguinte expressão: 30 lo l0 li l0 lo l Uma barra de alumínio com 125mm de comprimento e que possui seção transversal quadrada com 16,5mm da aresta é puxada em tração com uma carga de 66700 N e apresenta um alongamento de 0,43 mm. Considerando que a deformação seja inteiramente elástica, calcule o módulo de elasticidade do alumínio. σ σ E l 28) Exercício 6.5 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed 29) Exercício 6.8 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Uma barra cilíndrica feita de aço (E= 207 GPa) que possui uma resistência ao escoamento de 310 MPa, deve ser submetida a uma carga de 11100 N. Se o comprimento da barra é de 500 mm, qual deve ser seu diâmetro para permitir um alongamento de 0,38 mm? 32 Propriedades Mecânicas dos Materiais σ Coeficiente de Poisson • Quando ocorre alongamento ao longo de uma direção, ocorre contração no plano perpendicular. • A relação entre as deformações é dada pelo coeficiente de Poisson . z z 33 y x O sinal negativo indica que uma extensão gera uma contração e vice-versa. Propriedades Mecânicas dos Materiais Coeficiente de Poisson Liga metálica Coeficiente de Poisson Alumínio 0,33 Latão 0,34 Cobre 0,34 Magnésio 0,29 Níquel 0,31 Aço 0,30 Titânio 0,34 34 Propriedades Mecânicas dos Materiais 30) Exercício 6.16 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Uma barra cilíndrica em alumínio com 19mm de diâmetro deve ser deformada elasticamente pela aplicação de uma força ao longo de seu eixo. Aplicando os dados da tabela a seguir, determine a força que produzirá uma redução elástica de 2,5. 10-3 mm no diâmetro. 35 37 31) Exercício 6.17 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Um corpo de provas cilíndrico de uma dada liga metálica, com 10mm de diâmetro, é tensionado elasticamente em tração. Uma força de 15000 N produz uma redução no diâmetro do corpo de prova de 7.10-3 mm. Calcule o coeficiente de Poisson para esse material sabendo que seu módulo de elasticidade é de 100 GPa. Propriedades Mecânicas dos Materiais lo l lo l0A σ F l0 σ E l z z li 37 y x Propriedades Mecânicas dos Materiais • Discordâncias existem em materiais cristalinos 38 devido às imperfeições no cristal. Essas imperfeições possibilitam o escorregamento de planos no interior do cristal. • A movimentação de discordâncias é o principal fator envolvido na deformação plástica de metais e discordâncias pode ser alterada ligas. A mobilidade de por diversos fatores (composição, processamento…) e manipulação das propriedades mecânicas do material. Propriedades Mecânicas dos Materiais Discordâncias e sistemas de escorregamento Limite elástico Deformação () T en sã o (σ ) ε proporcional à σ Tensão limite de Proporcionalidade O limite elástico é a máxima tensão a que uma peça pode ser submetida sem que ocorra deformação permanente. Por isso, o conhecimento de seu valor é fundamental. Início da deformação plástica. ( Escoamento) Zona elástica Zona plástica Deformação () T en sã o (σ ) Limite elástico Limite elástico Por quê é importante conhecer o limite de elasticidade ??? Limite elástico Determinação do Limite elástico e limite de escoamento Para metais que apresentam a transição gradual de deformação elástica para deformação plástica, o ponto de escoamento pode ser determinado como aquele onde ocorre o afastamento inicial da linearidade na curva tensão-deformação. Este ponto é muitas vezes chamado de limite de proporcionalidade, em que representa o início da deformação plástica a nível macroscópico. A definição deste ponto no gráfico tensão-deformação é dificilmente medida com precisão, assim foi estabelecida uma convenção na qual uma linha reta foi construída paralelamente à porção elástica da curva em uma pré-deformação especificada igual a 0,002. Deformação () T en sã o (σ ) Determinação do Limite elástico e limite de escoamento 0,002 ou 0,2% (limite) de escoamentoA tensão corresponde à tensão necessária para promover uma deformação permanente de 0,2% ou outro valor especificado (obtido pelo método gráfico). Determinação do Limite elástico e limite de escoamento A tensão correspondente à intersecção dessa linha com a curva tensão-deformação conforme esta se inclina na região plástica é definida como limite de escoamento. Para aqueles materiais que possuem região elástica não linear o emprego do método de pré-deformação não é possível e a prática usual consiste em definir o limite de escoamento como a tensão necessária para produzir uma quantidade de deformação, para a maioria dos materiais metálicos igual a 0,005. Deformação Plástica 45 A baixas tensões existe uma região linear, que aos poucos entra em uma região não- linear, a chamada região de deformação plástica. Deformação Plástica 46 •A partir de uma perspectiva atômica, a deformação plástica corresponde à quebra de ligações com os átomos vizinhos originais e em seguida formação de novas ligações com novos átomos vizinhos. •Uma vez que um grande número de átomos ou moléculas se move em relação uns aos outros; com a remoção da tensão, eles não retornam as suas posições originais. •No caso de sólidos cristalinos, a deformação ocorre mediante um processo chamado de escorregamento, que envolve o movimento de discordâncias, que será discutido mais a frente. 48 Deformação Plástica σ k n K e n são constantes que dependem do material e do tratamento dado ao mesmo. n é denominado expoente de encruamento K é o coeficiente de resistência (quantifica o nível de resistência que o material pode suportar). Deformação Plástica σ k n 48 Deformação Plástica 49 32) Exercício 6.7 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Para uma liga de latão, com módulo de elasticidade de 103 GPa, a tensão na qual a deformação plástica tem seu início é de 345 MPa. a)Qual é a carga máxima que pode ser aplicada a um corpo de provas com área de seção transversal de 130 mm² sem que ocorra deformação plástica? b)Se o comprimento original do corpo de provas é de 76 mm, qual é o comprimento máximo ao qual ele pode ser esticado sem ocorrer deformação plástica? Propriedades Mecânicas dos Materiais 33) Exercício 6.21 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Um corpo de prova metálico de formato cilíndrico e com 15 mm de diâmetro e 150 mm de comprimento deve ser submetido a uma tensão de tração de 50 MPa. Nesse nível de tensão, a deformação resultante é totalmente elástica. a) Se o alongamento deve ser inferior a 0,072 mm, quais dos metais da tabela a seguir são candidatos adequados? Por quê? a) Se, além disso, a máxima redução permissível do diâmetro for de 2,3.10-3 mm quando a tensão de tração de 50 MPa for aplicada, quais dos materiais que satisfazem o critério da letra (a) são candidatos adequados? Por quê? 50 Propriedades Mecânicas dos Materiais 33) Exercício 6.21 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed 51 Propriedades Mecânicas dos Materiais 52 Propriedades mecânicas obtidas a partir do ensaio de tração e diagrama tensão nominal-deformação nominal • A partir de um gráfico de tensão x deformação é possível obter propriedades de um material. • Materiais dúcteis submetidos a uma força, podem estirar-se sem romper-se, transformando-se em um fio. Exemplos: o ouro, o cobre e o alumínio. • Por outro lado, um material frágil é um material que não pode se deformar muito. Com deformações relativamente baixas o material já se rompe. Um exemplo de material frágil é o vidro. 54 Fases de evolução do diagrama : 1.Aumento lento do comprimento (pequena deformação), diretamente proporcional a uma grande carga aplicada (trecho reto: origem até a tensão de escoamento - σe), com grande coeficiente angular (reta "quase" vertical). 2.Longa deformação com pouco aumento da carga aplicada, ou seja, pequena variação da tensão (após escoamento). 3.Aumento da deformação proporcional ao aumento da tensão. Este aumento ocorre até que a carga aplicada atinja um valor máximo, ou, uma tensão última - σu. 4.Diminuição do diâmetro do corpo (estricção). Uma diminuição da carga aplicada é suficiente para manter a deformação até a ruptura. (σR : tensão de ruptura; εR: deformação de ruptura). Fases de evolução do diagrama : 54 Propriedades Mecânicas dos Materiais Materiais frágeis (concreto, vidro): 55 Propriedades Mecânicas dos Materiais 56 Evolução do diagrama: aumento da deformação proporcional ao aumento da carga aplicada até que se atinja a deformação de ruptura (εR) que corresponde à tensão de ruptura (σR) que é igual à tensão última (σu). Deformação () T en sã o (σ ) Limite de resistência Corresponde à tensão máxima aplicada ao material antes da ruptura Tensão Limite de resistência Formação da estricção (“empescoçamento”) 34) Exercício 6.23 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Considere a liga de latão para a qual o comportamento tensão-deformação está apesentado na figura a seguir. Um corpo de prova cilíndrico desse material, com 10 mm de diâmetro e 101,6 mm de comprimento, é tracionado por uma força de 10000 N. Se é sabido que essa liga possui um coeficiente de Poisson de 0,35, calcule: a) o alongamento do copo de prova e b) a redução do diâmetro do corpo. 60 59 Propriedades Mecânicas dos Materiais 60 35) Exercício 6.25 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Uma barra cilíndrica com 500 mm de comprimento e 12,7 mm de diâmetro deve ser submetida a uma carga de tração. Se a barra não deve sofrer deformação plástica ou um alongamento de mais de 1,3 mm quando a carga aplicada for de 29000 N, quais dos quatro materiais a seguir são possíveis candidatos? Por que? Propriedades Mecânicas dos Materiais 61 Exercício 36 – 6.20- Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Sabe-se que liga de latão possui um limite de escoamento de 240 MPa, um limite de resistência à tração de 310 MPa e um módulo de elasticidade de 110 GPa. Um corpo de provas cilíndrico dessa liga, com 15,2 mm de diâmetro e 380 mm de comprimento, é tensionado em tração e se alonga 1,9 mm. Com base na informação dada, é possível calcular a magnitude da carga necessária para produzir essa alteração no comprimento? Caso isso seja possível, calcule a carga. Caso não seja possível, explique a razão. Propriedades Mecânicas dos Materiais 62 Tensão de ruptura: σR, como o próprio nome já diz, é a tensão com a qual o material se rompe. É importante observar que nem sempre a tensão de ruptura é a tensão máxima que pode ser aplicada. Percebe-se que o material pode chegar ao mesmo nível da tensão de ruptura e mesmo assim não se romper. Ele somente se rompe se a tensão máxima já tiver sido ultrapassada, e então o material se alongaria novamente até romper, com um decréscimo na tensão, chegando em σR. Propriedades Mecânicas dos Materiais Esse alongamento é muito mais evidente em materiais dúcteis, e ele serve para determinar a ductilidade em termos do alongamento. 63 Propriedades Mecânicas dos Materiais 64 Materiais dúcteis e frágeis Propriedades Mecânicas dos Materiais 65 Ductilidade • Ductilidade é uma medida da extensão da deformação que ocorre até a fratura. • Corresponde ao alongamento total do material devido à deformação plástica. Propriedades Mecânicas dos Materiais 66 Ductilidade • Expressa como estricção: Corresponde à redução na área da seção reta do corpo, imediatamente antes da ruptura. • Os materiais dúcteis sofrem grande redução na área da seção reta antes da ruptura. Propriedades Mecânicas dos Materiais Porcentagem de redução da área: É uma medida que pode definir a ductilidade do material, porém medindo-se a área. É definida por: Af [m²] aSendo A0 [m²] a área original da seção reta e área da seção reta no ponto da fratura . 0 67 .100 A RA% A0 Af 73 Propriedades Mecânicas dos Materiais Alongamento percentual: O alongamento percentual AL% é a percentagem da deformação plástica antes da fratura, expresso por: lf [m] representa o comprimento no momento da fratura e l0 [m] representa o comprimento original. Uma vez que uma proporção significativa da deformação plástica no momento da fratura está confinada à região do pescoço, a magnitude do AL% dependerá do comprimento útil do corpo de prova. 0 .100 l AL% l f l0 Propriedades Mecânicas dos Materiais 37) Exercício 6.37 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Um corpo de prova metálico cilíndrico que possui um diâmetro original de 12,8mm e um comprimento útil original de 50,80mm é tracionado até sua fratura. O diâmetro no ponto de fratura é de 8,13mm e o comprimento útil na fratura é de 74,17mm. Calcule a ductilidade em termos da redução percentual da área e do alongamento percentual. ARA% 0 69 l .100 EL% .100 0 A0 Af l f l0 Propriedades Mecânicas dos Materiais Resiliência • É a capacidade que o material possui de absorver energia quando este é deformado elasticamente e “devolvê-la” quando a carga é liberada. 70 • A propriedade associada é dada pelo módulo de resiliência (UR) [Pa]: σescoamento – tensão de escoamento (Pa) E – módulo de elasticidade (Pa) 2E σ2 UR escoamento 76 Propriedades Mecânicas dos Materiais Resiliência Área sob a curva dada pela tensão em função da deformação. Exemplos: materiais utilizados em molas. Propriedades Mecânicas dos Materiais 38) Exercício 6.40 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Uma liga de aço para ser usada como mola deve possuir um módulo de resiliência de, pelo menos, 2,07 MPa. Qual deve ser o seu limite de escoamento mínimo? Módulo de elasticidade igual a 207 GPa. 72 2E UR escoamentoσ2 Módulos de elasticidade: Aço: 207 GPa; Latão: 97 GPa; Alumínio: 69 GPa; Titânio: 107 GPa Propriedades Mecânicas dos Materiais 39) Exercício 6.39 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Determine o módulo de resiliência para cada uma das seguintes ligas: 73 Propriedades Mecânicas dos Materiais 74 Resistência à fratura •A resistência à fratura de um material é determinada pela tenacidade. A tenacidade é um termo mecânico que é usado em vários contextos: ela representa uma medida da habilidade de um material em absorver energia até sua fratura. •Para uma situação estática (pequena taxa de deformação), a tenacidade pode ser determinada a partir dos resultados de um ensaio tensão-deformação. Ela é a área sob a curva σ x ε até o ponto de fratura. Propriedades Mecânicas dos Materiais 75 Resistência à fratura •Para que um material seja tenaz, ele deve apresentar tanto resistência como ductilidade. Frequentemente materiais dúcteis são mais tenazes que materiais frágeis. •O diamante é extremamente duro, mas pouco tenaz, chegando a se quebrar facilmente, mesmo não tendo sua superfície riscada por outro material. •Exemplos: : bronze silicioso, cobre duro. Propriedades Mecânicas dos Materiais Tenacidade Corresponde à capacidade do material e absorver energia até sua ruptura. 76 Propriedades Mecânicas dos Materiais 77 de engenharia e Tensão Nominal e Deformação Nominal •Também chamados de tensão deformação de engenharia. •Quando é feito um ensaio de tração, as grandezas que são medidas são a força aplicada (carga) e a deformação da peça. Para se encontrar a tensão precisa-se levar em conta a área do corpo de prova. •Durante o ensaio, a seção reta do corpo de prova diminui, devido ao alongamento do mesmo, dificultando a medição da tensão. Para isso utiliza-se a tensão nominal e deformação nominal que são calculados a partir da área inicial, considerando que ela se mantenha constante durante todo o ensaio. Propriedades Mecânicas dos Materiais Tensão Nominal A tensão de engenharia, ou tensão nominal ou convencional, como definida anteriormente, é representada pelo índice c , e é definida pela relação: σC a tensão convencional (em Pa), F a força aplicada (N) e A0 a área da seção inicial do corpo (m²) em que é diretamente 0 aplicada a carga. 78 A C F 84 Propriedades Mecânicas dos Materiais Deformação Nominal A deformação nominal, ou deformação de engenharia, como foi definida anteriormente, é representada por ɛ, sendo definida por: li l0 l l0 l0 l0 o comprimento original antes de ser aplicada a carga [m] e li o comprimento instantâneo após ser aplicada a carga [m]. (li – lo ) representa o alongamento ou variação no comprimento a um dado instante [m], conforme referência ao comprimentooriginal. Propriedades Mecânicas dos Materiais Tensão real e nominal/Deformação real e nominal Tensão Convencional (nominal )(σc): Deformação Convencional (nominal) (ϵc): 0A c F 80 0 l l0 liƐzC Propriedades Mecânicas dos Materiais Tensão real e nominal/Deformação real e nominal 81 Propriedades Mecânicas dos Materiais 82 Tensão real e nominal/Deformação real e nominal A partir da figura anterior a diminuição da tensão necessária para continuar a deformação após o ponto máximo, ponto M, parece indicar que o metal está se tornando menos resistente. Isto está longe de ser verdade !!! Na realidade sua área da seção transversal está diminuindo rapidamente na região de estricção, onde a deformação está ocorrendo. Isso resulta em uma redução na capacidade da amostra em suportar carga. Propriedades Mecânicas dos Materiais 83 Tensão real e nominal/Deformação real e nominal A tensão nominal é calculada com base na área da seção transversal original, antes de qualquer deformação não levando em consideração a redução da área na região de pescoço. Algumas vezes é mais significativo usar um procedimento baseado na deformação verdadeira ou real. Em que a tensão verdadeira ou real é calculada em relação a área da seção transversal instantânea na qual a deformação está ocorrendo. Propriedades Mecânicas dos Materiais 84 91 0AA0 R F F.(1c ) 1c Propriedades Mecânicas dos Materiais 92 Tensão Real ou Verdadeira (σV) V K nv K, n : Constantes dependentes da liga e da condição do material (se ele foi deformado plasticamente, tratado termicamente, etc...) n: coeficiente de encruamento (valor inferior a uma unidade) 40) Exercício 6.43 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 8ª Ed Para uma dada liga metálica, uma tensão verdadeira de 345 MPa produz uma deformação plástica verdadeira de 0,02. Se o comprimento original de um corpo de provas desse material é 500 mm, quanto ele se alongará quando for aplicada uma tensão verdadeira de 415 MPa? Considere um valor de 0,22 para o coeficiente de encruamento. n vV K 87 0 l li V ln 88 Propriedades Mecânicas dos Materiais 41) Exercício 6.45 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 7ª Ed Um ensaio de tração é realizado em um corpo de prova metálico e determina-se que uma deformação plástica verdadeira de 0,16 é produzida quando uma tensão verdadeira de 500 MPa é aplicada; para o mesmo metal, o valor de K é de 825 MPa. Calcule a deformação verdadeira resultante da aplicação de uma tensão verdadeira de 600 MPa. 96 42) Exercício 6.48 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Para um latão, as seguintes tensões de engenharia produzem as deformações plásticas de engenharia antes da estricção: Qual a tensão de engenharia necessária para produzir uma deformação de engenharia de 0,28? n vv k Tensão de Engenharia (MPa) Deformação de Engenharia 315 0,105 340 0,220 v c c (1 ) v c ln(1 ) 97 Propriedades Mecânicas dos Materiais 43) Exercício 6.49 - Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Determine a tenacidade para um metal que apesenta tanto deformação elástica quanto deformação plástica. Considere o módulo de elasticidade igual a 103 GPa e que a deformação elástica termine em uma deformação de 0,007. Para a deformação plástica considere os valore de k e n são de 1520 MPa e 0,15, respectivamente. A deformação plástica ocorre entre os valores de deformação de 0,007 e 0,60, em cujo ponto ocorre a fratura.
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