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periculosidade motocicleta

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2.2.2 - DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
 
O reclamante afirma que, a partir de setembro de 2017, laborava utilizando motocicleta, pelo que afirma fazer jus ao adicional de periculosidade de 30%.
 
Neste viés, considerando os fatos narrados no introito, requer a condenação da reclamada ao pagamento de adicional de periculosidade 30%, bem como os reflexos em aviso prévio, 13º salário, férias + 1/3.
 
Em sua contestação, a 1ª reclamada afirma que a utilização da motocicleta pelo autor em suas atividades laborais ocorria de forma habitual, porém por tempo reduzido.
 
Aduz, ainda, que a Portaria MTE nº 137/2017 suspendeu todos os efeitos da Portaria do MTE nº 1.565, que instituiu a regulamentação do adicional de periculosidade aos motoqueiros. Ressalta que as atividades desenvolvidas pelos profissionais que tiveram o recebimento do adicional suspenso são exatamente as mesmas realizadas pelo reclamante, quais sejam: cobrança, entrega de notificações, confirmação de pagamento, entre outras.
 
Requer a total improcedência do pedido, bem como reflexos legais.
 
Examina-se.
 
Nos termos do art. 193 CLT, são consideradas atividades ou operações perigosas aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis, explosivos ou energia elétrica, bem como às atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial ou ainda atividades de trabalhadores em motocicleta.
 
A previsão do direito ao adicional de periculosidade pelo trabalho em motocicleta foi trazida ao ordenamento jurídico por meio da Lei 12.997/2014, regulamentada pela Portaria nº. 1.565DE13.10.2014, que aprovou o anexo 5 da NR 16, dispondo da seguinte forma:
 
"ANEXO 5 (Aprovado pela Portaria MTE n.º 1.565, de 13 e outubro de 2014) 
ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA 
1. As atividades laborais com utilização de motocicleta ou motoneta no deslocamento de trabalhador em vias públicas são consideradas perigosas. 
2. Não são consideradas perigosas, para efeito deste anexo: 
a) a utilização de motocicleta ou motoneta exclusivamente no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela; 
b) as atividades em veículos que não necessitem de emplacamento ou que não exijam carteira nacional de habilitação para conduzi-los; 
c) as atividades em motocicleta ou motoneta em locais privados. 
d) as atividades com uso de motocicleta ou motoneta de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido." 
 
Desta forma, a partir de 16/10/14, data da publicação da Portaria, os empregados que exercem atividades nos termos do anexo 5 da NR 16 têm direito ao recebimento de adicional de periculosidade de 30% sobre seu salário.
 
A Lei buscou abranger os contratos em que o empregador exige, para o desenvolvimento das tarefas, a utilização da motocicleta, assumindo tal ônus pecuniário na sua organização empresarial.
 
Destaca-se que a Portaria MTE 137/2017 suspendeu os efeitos da Portaria MTE nº 1.565, de 13 de outubro de 2014, tão somente em relação às empresas associadas à Associação dos Distribuidores de Produtos Schincariol do Centro-Oeste e Tocantins - ADISCOT, atendendo à liminar concedida no âmbito do processo 0026220-30.2015.4.01.3400, que tramita na 16ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal - Tribunal Regional Federal da Primeira Região.
 
Portanto, não há falar em aplicação da portaria MTE 137/2017 no caso vertente.
 
No presente caso, restou incontroversa a utilização de motocicleta pelo reclamante no exercício de seu labor, de forma habitual.
 
No mais, a reclamada não logrou êxito em comprovar que o contato do autor com a motocicleta ocorria apenas por tempo reduzido, eis que nenhuma prova produziu neste particular.
 
Neste sentido, é o entendimento:
 
 
"ADICIONAL DE PERICULOSIDADE - LEI 12.977/14 - LABOR COM USO DE MOTOCICLETA - Confirmado pela empresa reclamada o labor com utilização de motocicleta, mas afirmando que este não era habitual e que era por tempo reduzido, a ela compete o ônus da prova, vez que se trata de fatos impeditivo e modificativo do direito do autor (art. 818 da CLT c/c art. 373, II, do CPC).(URNurn:lex:br;justica.trabalho;regiao.3:tribunal.regional.trabalho;turma.6:acordao:2016-07-28;0010764-58.2015.5.03.0148)."
 
Neste viés, diante da ausência de comprovação do adicional postulado, JULGA-SE PROCEDENTE o pedido de condenação da reclamada ao pagamento de adicional de periculosidade 30%, a partir de setembro de 2017, assim como reflexos em 13º salário, férias + 1/3 e FGTS, considerando a evolução do salário base, constante dos contracheques.
 
Improcedem os reflexos em aviso-prévio, tendo em vista que foi trabalhado.

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