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184_-_Ganho_de_amplitude_de_movimento_atravYs_da_tYcnica_de_pompage_articular_em_pacientes_com_osteoartrite_de_joelho paulo moura

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¹ Pós graduando em traumato-ortopedia com ênfase em terapias manuais. 
² Graduada em Fisioterapia, especialista em Metodologia do Ensino Superior; Mestrado em Bioética 
e Direito em Saúde. 
Ganho de amplitude de movimento através da técnica de pompage 
articular em pacientes com osteoartrite de joelho 
 
Ricardo Couto Miranda¹ 
rickmiranda_fisio@hotmail.com 
Dayana Priscila Maia Mejia² 
Pós graduação em Traumato-ortopedia com ênfase em terapias manuais – Faculdade Ávila 
 
Resumo 
O conjunto articular do joelho, assim denominado por haver mais de duas articulações, é o 
que mais suporta descarga de peso, sendo assim está mais propenso a lesões por desgaste. 
Para amenizar essa perda, principalmente óssea, o joelho possui uma cartilagem que o 
protege dos atritos. A osteoartrite é a quebra progressiva dessa cartilagem articular. Ela 
afeta principalmente as articulações que sustentam peso e sofrem desgaste progressivo, como 
os joelhos e quadris. Com o passar do tempo o tecido cartilaginoso se torna mais rígido e 
menos elástico, tornando a articulação dolorosa e menos móvel que o normal. Os aspectos 
clínicos e radiológicos da osteoartrite são: dor, rigidez matinal, crepitação óssea, atrofia 
muscular, estreitamento do espaço intra-articular, formações osteofíticas, esclerose do osso 
subcondral e formações císticas. A pompage articular, técnica desenvolvida por Bienfait, 
aplica-se a articulações que precisam de um aumento na mobilidade articular, sendo como 
considerada como amplitude de movimento, que seria a capacidade de uma articulação 
aumentar ou diminuir o ângulo que ela forma. O objetivo desse estudo é mostrar a 
importância da pompage articular no ganho de amplitude de movimento de pacientes com 
osteoartrite em joelhos e também esclarecer o que é a osteoartrite. 
 
Palavras-chave: Amplitude de movimento; Osteoartrite; Pompage articular. 
 
1. Introdução 
Osteoartrite é o resultado da quebra progressiva da superfície articular e pode surgir após 
qualquer lesão, ou seja, é uma reação secundária devida à infecção, trauma direto ou indireto 
da cartilagem articular. Doenças articulares podem levar à osteoartrite. A doença inclui 
principalmente as articulações de sustentação de peso. As principais causas são: obesidade, 
contorno anormal da superfície articular e tarefas repetitivas que ocasionam microtraumas. 
A osteoartrite é uma doença articular crônico-degenerativa que evidencia desgaste da 
cartilagem articular, na qual, dentre as articulações de sustentação de peso, o joelho é o mais 
freqüentemente afetado. Clínica e radiograficamente, a osteoartrite caracteriza-se por dor, 
rigidez matinal, crepitação óssea, atrofia muscular, estreitamento do espaço intra-articular, 
formações osteofíticas, esclerose do osso subcondral e formações císticas. 
O objetivo deste estudo é mostrar a importância da pompage articular no ganho de amplitude 
de movimento em pacientes com osteoartrite em joelhos e também esclarecer o que é 
osteoartrite, seus tipos e suas possíveis causas; apontar as principais alterações cinético-
funcionais em pacientes com osteoartrite; esclarecer e identificar os objetivos das pompages; 
esclarecer aos profissionais da área a importância da pompage no tratamento da osteoartrite; 
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definir o que é amplitude de movimento e mostrar sua importância funcional; mostrar quais as 
conseqüências e complicações da osteoartrite não tratada previamente. 
O interesse pelo assunto surgiu ao verificar que a osteoartrite é uma doença comum, de 
caráter progressivo e degenerativo, que afeta principalmente estruturas articulares que sofrem 
uma maior descarga de peso. Esta doença pode causar diversos tipos de deformidades. Para 
tanto será observado o tratamento conservador, mais precisamente o tratamento fisioterápico 
através da técnica de pompage articular, que é uma técnica de fácil realização e de baixo ou 
nenhum custo, devido ao fato de não ser necessário nenhum aparelho para sua utilização, 
podendo assim ser utilizada em todos os âmbitos, o que facilitaria o tratamento de pacientes 
com osteoartrite de joelho em locais carentes. 
Foi observado durante a pesquisa que existe uma incidência muito grande de pacientes idosos 
com déficit ou limitação de amplitude de movimento nas articulações do joelho e quadril, 
principalmente. Foi observado também que há uma deficiência de literatura quando se trato 
do tratamento conservador dessa patologia, principalmente no que diz respeito às pompages 
articulares. 
Para tanto, esse artigo mostrará a técnica de pompage articular utilizada por fisioterapeutas e 
osteopatas para ganhar maior mobilidade articular no joelho. Trata-se de uma 
micromobilização na articulação do joelho associadas a tempos específicos que visam ganhar 
mobilidade. Esses tempos são os tensionamentos do segmento, manutenção do tensionamento 
e retorno à posição inicial. 
 
2. Anatomia do joelho 
A articulação que é considerada a maior do corpo humano é a articulação do joelho. Ela é 
uma articulação intermediária dos membros inferiores por estar localizada entre as 
articulações do quadril e do tornozelo (MOREIRA & RUSSO, 2005). 
À primeira vista, a articulação do joelho parece ser uma articulação relativamente simples; 
porém, é uma das mais complexas articulações do corpo. Como é suportada e mantida 
totalmente por músculos e ligamentos sem nenhuma estabilidade óssea, e porque é 
frequentemente exposta a severos estresses e esforços, não surpresa ser ela uma das 
articulações mais frequentemente lesadas no corpo (LIPPERT, 2003). 
A estrutura do joelho é capaz de suportar enormes cargas, assim como também possui a 
mobilidade necessária para as atividades de locomoção (HALL, 2005). 
A articulação do joelho, que é a maior e mais complexa articulação do corpo, tipicamente é 
classificada como uma sinovial em dobradiça (RASCH, 1991). 
As múltiplas funções dos joelhos normais – resistir a grandes forças, fornecer grande 
estabilidade e proporcionar grande amplitude de movimento – são alcançadas de uma maneira 
única. A mobilidade do joelho é provida principalmente pela estrutura óssea, enquanto que a 
estabilidade é provida principalmente pelos tecidos moles: ligamentos, músculos e cartilagem 
(SMITH, WEISS & LEHMKUHL, 1997). 
 
2.1 Ossos 
A articulação do joelho é formada basicamente por quatro ossos: o fêmur, a tíbia, a patela e a 
fíbula. Destes ossos apenas a patela é um osso de exclusividade do joelho, já que o fêmur 
também está relacionado com o quadril, e a tíbia e a fíbula estão relacionadas com o tornozelo 
(MOREIRA & RUSSO, 2005). 
O maior osso do corpo é o fêmur. Na porção distal do fêmur, mais precisamente nas porções 
inferiores das epífises, encontram-se duas proeminências ósseas, que são os côndilos medial e 
lateral; bem próximos aos côndilos femorais temos os epicôndilos do fêmur, que tem sua 
localização na extremidade distal do fêmur, mais precisamente nas porções laterais das 
epífises; e, por ultimo, temos a superfície patelar, que está localizada entre os côndilos medial 
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e lateral do fêmur e é considerada a área de contato da patela com o fêmur. Ainda entre os 
dois côndilos femorais temos a fossa intercondiliana do fêmur; na superfície posterior temos a 
área poplítea do fêmur (MOREIRA & RUSSO, 2005). 
A tíbia também possui seus côndilos medial e lateral, que estão localizados na extremidade 
proximal; entre os dois côndilos tibiais temos a eminência intercondilar, que estabiliza os 
ossos durante a sustentação de peso. Ao somarmos os côndilos tibiais e a eminência 
intercondilar, temos um grande ponto anatômico denominado platô tibial; e, por ultimo, há 
uma das mais importantes estruturasda tíbia, a tuberosidade tibial, localizada em sua porção 
ântero-proximal, que é uma projeção terminal da crista da tíbia (MOREIRA & RUSSO, 
2005). 
A patela é um osso sesamóide, possui forma triangular e está situada abaixo do tendão do 
músculo quadríceps. Ela apresenta uma pequena quantidade de acidentes anatômicos, onde há 
de se destacar pelo menos três acidentes: base da patela, localizada na porção superior do 
osso; ápice da patela, situada na porção inferior; e, por fim, o mais importante acidente, já que 
é o ponto principal de contato com o fêmur, a face articular da patela (MOREIRA & RUSSO, 
2005). 
O ultimo osso do complexo do joelho é a fíbula. Apesar de muitos autores não considerarem a 
fíbula como sendo parte da articulação do joelho, sabe-se que a fíbula realiza conexões 
musculares e ligamentares neste complexo. No joelho, deve destacar como acidente 
anatômico apenas a cabeça da fíbula, que está localizada na extremidade proximal da fíbula 
(MOREIRA & RUSSO, 2005). 
 
2.2 Meniscos 
Os meniscos estão anatomicamente unidos ao complexo ligamentar do joelho e dele fazem 
parte; eles transformam a superfície plana ou convexa da tíbia em côncava para receber os 
côndilos femorais, que são convexos (AMATUZZI, 2001). 
Os meniscos medial e lateral auxiliam diretamente a estabilização da articulação 
aprofundando as faces articulares da tíbia, servindo como fonte de absorção de choque e 
transmissão de forças ao aumentar a área de superfície articular (a área de contato 
tíbiofemoral é reduzida em 50% quando os meniscos são removidos), aumentando a 
eficiência da lubrificação articular e fixando-se aos ossos e outros tecidos moles das 
articulações que restringem alguns tipos de movimento (RASCH, 1991). 
 
2.3 Ligamentos 
Quatro ligamentos são responsáveis pela estabilização da articulação tibiofemoral: ligamento 
cruzado anterior (LCA), ligamento cruzado posterior (LCP), ligamento colateral medial 
(LCM) e ligamento colateral lateral (LCL) (MOREIRA & RUSSO, 2005). 
 
2.4 Cápsula Articular 
A cápsula articular é outra importante estrutura que engloba todo o complexo do joelho. A 
cápsula do joelho é a maior do corpo humano e se fica acima dos côndilos femorais e abaixo 
dos côndilos tibiais. Retináculos e ligamentos reforçam e integram a cápsula articular. Sua 
principal função é reforçar a articulação do joelho, além de dar-lhe estabilidade (MOREIRA 
& RUSSO, 2005). 
 
2.5 Cartilagem articular 
A cartilagem articular normal é composta por cartilagem hialina. É um tecido viscoelástico, 
com comportamento “tempo-dependente”, e quando submetido a cargas constantes apresenta 
um baixo coeficiente de atrito entre as superfícies, permitindo um deslizamento congruente e 
uma distribuição da carga com pouca deformação da articulação de modo a não sobrecarregar 
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o osso subcondral. Isto é possível pela composição da cartilagem articular que apresenta 65% 
a 80% do peso total em água, dependendo da presença ou não de alterações degenerativas. A 
água também contribui para a lubrificação articular e transporte de nutrientes para os 
condrócitos. A matriz extracelular é composta por proteoglicanos e colágeno, além da água 
(COHEN & CARVALHO, 2002). 
A cartilagem articular desempenha duas funções importantes. Ela distribui as cargas na 
articulação por sobre uma extensa área, de forma a reduzir a quantidade de estresse em 
qualquer ponto de contato entre os ossos e permite o movimento dos ossos articulados na 
articulação com atrito e desgaste mínimos (HALL, 2005). 
 
2.6 Bolsas sinoviais 
Bolsas sinoviais são estruturas revestidas por sinóvia que têm a função de reduzir a fricção 
entre estruturas ósseas e ligamentos ou tendões (GUIMARÃES, 2006). 
As bolsas que existem ao redor do joelho possuem uma localização característica que 
possibilitam o seu diagnóstico (GUIMARÃES, 2006). 
 
3. Biomecânica do joelho 
A articulação do joelho possui dois graus de liberdade: flexão-extensão e rotação axial 
(SMITH, WEISS & LEHMKUHL, 1997). 
Para que esses movimentos aconteçam de forma adequada, o complexo é formado de três 
articulações que funcionam conjuntamente: femorotibial, patelofemoral e tibiofibular distal 
(MOREIRA & RUSSO, 2005). 
É a maior articulação sinovial do tipo gínglimo, contudo, diferentemente do cotovelo, é 
considerada um gínglimo falso por apresentar um componente rotacional (LIPPERT, 2003). 
 
4. Osteoartrite 
A osteoartrite é o resultado da quebra progressiva da superfície articular e pode ser 
desenvolvida após qualquer agressão à articulação. Infecção, trauma direto ou indireto da 
cartilagem articular e doenças articulares podem levar à osteoartrite. A doença envolve 
principalmente as articulações de sustentação de peso (DANDY, 2000). 
A osteoartrite é uma doença articular crônico-degenerativa que evidencia desgaste da 
cartilagem articular nas articulações de sustentação de peso, principalmente no joelho 
(ZACARON et al, 2006). 
A osteoartrite acomete 20% da população mundial e é a terceira causa mais freqüente de 
afastamento do trabalho no Brasil, perdendo apenas para as doenças mentais e 
cardiovasculares (SATO, 2006). 
A idade e o peso são fatores que aumentam a incidência da osteoartrite sintomática. As 
articulações do joelho, as interfalângicas distais, carpometacárpicas e as articulações 
facetarias são as mais frequentemente afetadas (DAVID & LLOYD, 2001). 
“Homens e mulheres são igualmente afetados, embora no homem a maior prevalência seja 
antes dos 45 anos e, nas mulheres, depois dos 45 anos” (SKARE, 1999). 
O início da osteoartrite se dá pela insuficiência da superfície articular. A superfície lisa 
normal da cartilagem articular sofre uma solução de continuidade, as arcadas da fibra de 
colágeno quebram e a superfície se torna irregular. A fricção contra a superfície irregular gera 
partículas de cartilagem articular, que são derramadas na articulação e absorvidas pela 
sinóvia, onde causam uma resposta inflamatória, que o paciente sente como um enrijecimento 
ou dor na articulação depois do exercício, e não no momento do uso (DANDY, 2000). 
Durante o decorrer da osteoartrite, a articulação fica progressivamente mais rígida e mais 
deformada, à medida que os osteófitos aumentam de volume e as superfícies ósseas se 
desgastam (DANDY, 2000). 
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Embora o envelhecimento esteja fortemente associado à osteoartrite, deve-se enfatizar que ele 
em si não causa osteoartrite, nem a osteoartrite deve ser considerada um processo decorrente 
do envelhecimento normal. Contudo, vários fatores relacionados ao envelhecimento 
contribuem para o seu desenvolvimento (O’SULLIVAN & SCHMITZ, 2004). 
A osteoartrite pode ser diferenciada de dois modos: primária ou secundária. Ela é considerada 
primária ou idiopática, quando a etiologia da doença é desconhecida. A osteoartrite é 
classificada como secundária quando a etiologia pode ser identificada (O’SULLIVAN & 
SCHMITZ, 2004). 
Segundo DANDY (2000) os sintomas da osteoartrite variam de articulação para articulação, 
porém há três características principais: dor, perda de movimento e alteração de função. 
Normalmente a dor costuma ser o primeiro sinal a chamar a atenção do paciente, que a 
descreve como mais intensa à noite, o que se deve ao aumento da pressão no osso subcondral, 
e após repouso. A dor costuma melhorar com o movimento (DAVID & LLOYD, 2001). 
A combinação de dor, rigidez e possível edema na articulação pode fazer com que o paciente 
limite suas atividades, sendo comum a conseqüente perda dos movimentos mais amplos. Em 
geral, isso é corrigido com informações apropriadas, mas, à medida que a osteofitose avança, 
pode ocorrer em resposta uma perda permanente na amplitude de movimento sendo nestecaso, a pompage articular uma técnica que traria grandes benefícios (DAVID & LLOYD, 
2001). 
A maioria dos pacientes com osteoartrite, inconscientemente, tentam compensar suas tarefas 
do cotidiano de maneiras alternativas quando sentem dor, se já perdeu a amplitude de 
movimento na articulação ou não tem mais força suficiente para realizar uma atividade. 
Muitos conseguem readquirir suas capacidades anteriores quando são ensinados a modificar a 
tarefa, controlar os sintomas e reforçar os músculos (DAVID & LLOYD, 2001). 
O sinal radiológico clássico da osteoartrite são os osteófitos marginais na articulação. A 
redução assimétrica do espaço articular associada a esclerose do osso subcondral são outros 
sinais freqüentes. Com a evolução da doença podem surgir cistos e deformidades ósseas 
(SATO, 2006). 
A osteoartrite de joelho, também chamada de gonartrose, é a localização periférica mais 
comum, predominando nas pessoas com idade entre 51 e 60 anos, preferindo o sexo feminino. 
Defeitos posturais da articulação, como joelho valgo e varo, são freqüentemente responsáveis 
pelas formas secundárias. Está amplamente demonstrada a ligação entre gonartrose e 
obesidade, mais comum nas mulheres (MOREIRA & CARVALHO, 2001). 
Profissões que exigem flexão prolongada e repetitiva dos joelhos também constituem fator de 
risco para o desenvolvimento da osteoartrite. São atingidos tanto a articulação fêmoro-patelar 
como a fêmoro-tibial. Nos casos mais evoluídos, todas estão comprometidas (MOREIRA & 
CARVALHO, 2001). 
Os sintomas variam em função da gravidade das lesões: a dor, em princípio, aparece quando a 
articulação é utilizada mais intensamente; à medida que o processo se agrava, ela surge após 
pequenos esforços e até mesmo em repouso (MOREIRA & CARVALHO, 2001). 
É muito comum a existência de alterações dos arcos plantares dos pacientes com osteoartrite 
de joelhos. Não se sabe, até o momento, se essas alterações poderiam estar envolvidas na 
evolução do processo, no entanto, a correção de tais deformidades geralmente leva a uma 
melhora da dor (SATO, 2006). 
A osteoartrite em joelhos pode envolver tanto o compartimento medial como o lateral e o 
patelofemoral. Afetando o compartimento medial, pode levar ao aparecimento de 
deformidade em varo; o lateral, em valgo. Dor à compressão da patela contra o fêmur durante 
a contração do quadríceps pode indicar osteoartrite no compartimento patelofemoral 
(SKARE, 1999). 
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O trabalho de fortalecimento muscular nos indivíduos com osteoartrite de joelho tem 
mostrado consideráveis benefícios nos ganhos de força, na melhora na estabilidade e 
lubrificação articular além de diminuir a dor e a degeneração da cartilagem (LIMEIRA, 
2002). 
 
5. Amplitude de movimento 
A amplitude de movimento (ADM) é uma técnica básica usada para exame e início do 
tratamento em um programa de intervenção cinesioterapêutico. A ADM é o movimento 
necessário para se realizar atividades funcionais e pode ser visto, em sua forma mais simples, 
como músculos ou forças externas movendo ossos em diferentes padrões ou amplitudes de 
movimento (KISNER & COLBY, 2005). 
Quando uma pessoa realiza algum movimento, o controle complexo da atividade muscular 
que causa ou controla o movimento vem do sistema nervoso central. Os ossos movem-se, um 
em relação ao outro, nas articulações que fazem ligações entre eles. A estrutura das 
articulações, assim como a integridade e a flexibilidade dos tecidos moles que passam sobre 
as articulações, afeta a quantidade de movimento que pode ocorrer em dois ossos. O 
movimento completo possível é chamado de ADM (KISNER & COLBY, 2005). 
A ADM varia de indivíduo para indivíduo de acordo com a idade, sexo, prática de atividade 
física, presença ou ausência de disfunção e o grau de força muscular quando o indivíduo é 
submetido à avaliação da ADM ativa (VENTURINI et al, 2006). 
Os exercícios de ADM podem ser divididos em três tipos: ADM passiva, ADM ativa e ADM 
ativo-assistida (KISNER & COLBY, 2005). 
 
6. Pompage 
O termo pompage passou do inglês ao francês e ao português, sem tentativa de tradução em 
nenhuma dessas passagens. Devemos associá-lo a um gesto de “bombeamento”, um puxar-
relaxar sucessivos (BIENFAIT, 1999). 
A pompage é uma técnica de terapia manual advinda da osteopatia, que implica, portanto, em 
tocar o paciente, agindo diretamente sobre o tecido conjuntivo (fáscia) produzindo benefícios 
à circulação, musculatura e articulação, além do efeito calmante (BARROS & MORIYA, 
2006). 
 
6.1 O tecido conjuntivo 
Anatomicamente a palavra fáscia significa uma membrana de tecido conjuntivo fibroso de 
proteção. A palavra “fáscia” que nos interessa foi inventada por osteopatas, os primeiros com 
noção de globalidade. Essa palavra no singular não representa uma entidade fisiológica e sim 
um conjunto membranoso muito extenso no qual tudo está ligado em conjunto, um 
seguimento funcional, em outras palavras um globalidade, um todo. Seu ponto principal e 
base para muitas técnicas manuais, é que o menos tensionamento, seja passivo ou ativo, tem 
uma repercussão global (BIENFAIT, 1999). 
As funções do tecido conjuntivo podem ser resumidas como as de proteção, sustentação, 
revestimento, divisão e mecânica de acordo com a densidade, a disposição das fibras, 
números de feixes conjuntivos e espaços lacunares para o líquido intersticial (BIENFAIT, 
1999). 
O líquido lacunar é a porção por onde os tecidos são nutridos, por onde ocorre a atividade 
metabólica, além da proteção a vasos e nervos advindo do recobrimento com o tecido 
conjuntivo. A própria mobilidade muscular auxilia na mecânica do retorno venoso, através da 
compressão de vasos, o que só é possível devido aos músculos se encontrarem contidos na 
aponeurose muscular. Na verdade a mobilidade tecidual como um todo ajuda na manutenção 
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da circulação dos fluidos, pois essa mobilização atua com um componente móvel global 
(BIENFAIT, 1999). 
Ação protetora do tecido conjuntivo é evidente. Um dos seus papéis mais importantes é o da 
proteção do músculo contra si mesmo. A aponeurose muscular mantém suas contrações e 
estiramentos em seus limites, confere-lhes um sentido útil e evita rupturas (BIENFAIT, 
1999). 
Ação separadora é a que o tecido conjuntivo aplica quando divide ou envolvem as estruturas, 
separando estruturas de mesma função (BIENFAIT, 1999). 
Ação proprioceptiva é basicamente a função das aponeuroses. É por meio das aponeuroses 
que os diversos músculos se coordenam. São elas que permitem que um grupo muscular 
influencie outro grupo a distância (BIENFAIT, 1999). 
 
6.2 Globalidade 
Sob influência de técnicas osteopáticas, a globalidade é representada pela fáscia. O tecido 
conjuntivo, que representa quase 70% dos nossos tecidos, é um modelo perfeito de 
globalidade funcional. Ele se encontra em todo lugar, por meio dele tudo se encontra em 
continuidade (BIENFAIT, 1999). 
O músculo não deve ser considerado uma entidade funcional. Ele deve ser visto como um 
elemento constitutivo de um conjunto funcional indissociável: o tecido conjuntivo fibroso, 
isto é, aponeuroses, tendões, septos intra e intermusculares, expansões aponeuróticas etc. e o 
tecido muscular contrátil incluído nesse tecido fibroso. Um é o elemento elástico que 
transmite, coordena, distribui as tensões sobre o esqueleto passivamente móvel. Outro é o 
elemento motor que realiza os tensionamentos. A anatomia do aparelho locomotor é, 
fisiologicamente, constituída por dois esqueletos. Um passivo e rígido, formado por ossos 
reunidos entre si por articulações que permitem deslocamentos no espaço; e um ativo, 
formado por imenso tecido conjuntivo fibroso no qual estão incluídos elementos contráteismotores (BIENFAIT, 1999). 
Existem, no tronco cerebral e na medula, centros programadores de movimentos automáticos, 
que são base de todos os nossos gestos, os GCEM (Gerador Central de Esquemas Motores). 
Tais centros, provavelmente, são controlados e modulados pelo sistema extrapiramidal. O 
sistema piramidal seria destinado aos movimentos precisos e sutis das extremidades distais 
dos membros (BIENFAIT, 1999). 
O conjunto aponeurótico não possui apenas uma musculatura, mas duas musculaturas 
totalmente diferentes por sua fisiologia nervosa. Uma delas, a musculatura física, é ocasional, 
voluntária, respondendo às necessidades de movimento do indivíduo; é a musculatura 
dinâmica responsável por todos os gestos voluntários conscientes. A outra, a musculatura 
tônica, é permanente. Ela reage de forma reflexa, para controlar todos os nossos equilíbrios 
instáveis segmentares. É a musculatura estática responsável pelo equilíbrio humano. As duas 
funções, dinâmica e estática, são totalmente globais. Em todas as circunstâncias, fazem 
intervir o conjunto musculoaponeurotico (BIENFAIT, 1999). 
Cada gesto é constituído por um conjunto de ações que se complementam entre se para 
alcançar o objetivo final. Todos os nossos movimentos são globais e recrutam o conjunto do 
sistema locomotor. Podem resumir-se em duas grandes funções: a deambulação, que parte da 
cintura pélvica e dos membros inferiores, e a preensão, que parte da cintura escapular e dos 
membros superiores. Em cada função, os movimentos das duas cinturas estão ligados por dois 
sistemas cruzados. Na deambulação, a cintura escapular equilibra a cintura pélvica, que lança 
o membro inferior. Na preensão, a cintura pélvica serve de ponto de apoio aos movimentos do 
tronco e da cintura escapular, que dirigem o membro superior (BIENFAIT, 1999). 
A função estática só pode ser concebida globalmente. Nosso corpo é um sólido ereto 
articulado, um empilhamento de segmentos um sobre os outros, no qual cada peça é 
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equilibrada sobre a de baixo. Isso quer dizer que se cada segmento deve equilibrar-se, esse 
equilíbrio será condicionado pelo equilíbrio do segmento inferior. O equilíbrio humano é 
constituído por uma sucessão ascendente de equilíbrios instáveis controlados pela 
musculatura tônica (BIENFAIT, 1999). 
 
6.3 Anatomia da fáscia 
Duas grandes fáscias envolvem quase por completo o corpo humano: a fascia superficialis e a 
aponeurose superficial. Constituem parte da “blindagem” tissular, o invólucro humano é mais 
ou menos comparável em qualquer região corporal. Ele compreende: a pele, um panículo 
adiposo de espessura variável, a fascia superficialis, o tecido subcutâneo no qual caminham os 
vasos e nervos e assim como suas ramificações, a aponeurose superficial (BIENFAIT, 1999). 
A fascia superficialis é uma fáscia frouxa que interrompe-se nas regiões de tensão que são as 
mesmas de ocorrência de escaras. É uma fáscia-laboratório embebida de linfa intersticial que 
nutre o epitélio da pele. Visto seu tamanho, ocupa lugar de destaque nos fenômenos de 
nutrição e respiração tissulares. E o ponto de partida de todos os vasos linfáticos periféricos. 
As queimaduras superficiais extensas são graves, precisamente por causa da lesão dessa fáscia 
(BIENFAIT, 1999). 
Nos membros inferiores, a fascia superficialis recobre as regiões anteriores da coxa, exceto a 
depressão entre o vasto externo e o bíceps curto. Na região posterior não existe súpero-
externamente e reaparece na região inferior interna. No joelho não é muito evidente na frente, 
sobre a patela. Na região poplítea se junta à aponeurose superficial por meio de um trato 
fibroso. Finalmente, envolve a perna, com exceção da extremidade inferior da face externa da 
fíbula, e termina na região do ligamento anular (BIENFAIT, 1999). 
A aponeurose superficial é, na realidade, o invólucro do corpo. Ela recobre toda a face externa 
do corpo. De espessura e textura variáveis, está presente em todas as regiões. Essa grande 
aponeurose é o conjunto de todas as aponeuroses. Ela envolve o corpo e tem poucas inserções 
fixas; além disso, muitas dessas inserções ocorrem sobre ossos móveis, como a fíbula ou a 
clavícula (BIENFAIT, 1999). 
Na região do joelho, o revestimento aponeurótico segue-se à aponeurose femoral e continua 
pela aponeurose da perna. Na frente ela é fina e se fixa nas tuberosidades da tíbia e na cabeça 
da fíbula. Pela fáscia lata ela adere à tuberosidade externa da tíbia, ao bordo externo da rótula 
e ao ligamento rotuliano. Separa-se do plano tendíneo por meio de uma bolsa serosa. Recebe 
as expansões tendinosas do bíceps, na região externa, e do sartório, na região interna. Na 
realidade, envolve todos os músculos (BIENFAIT, 1999). 
A aponeurose recobre toda a região posterior. É fibrosa e resistente na região central, mas fina 
dos lados, onde se reúne à parte anterior. Na face profunda ela envia dois septos ântero-
posteriores: um interno e um externo, que vão se aderir nas bifurcações das linhas ásperas. 
Esses dois septos limitam uma cavidade, o cavo poplíteo separado em duas regiões: um 
posterior ou superficial, uma anterior ou profunda, pela aponeurose profunda do cavo 
poplíteo, essa aponeurose é tensionada entre a face posterior da bainha do semimembranoso e 
a face anterior do bíceps longo. Ela se prolonga para cima e para baixo. A região superficial 
encerra o ramo cutâneo do ciático menor e a veia safena externa. A região profunda contém os 
grandes vasos e nervos do membro inferior. Ela é a seqüência do canal femoral (BIENFAIT, 
1999). 
 
6.4 Técnica da pompage 
A pompage deve ser realizada em três tempos: 
1. Tensionamento do segmento, o que deve ser feio até o limite da elasticidade fisiológica da 
estrutura musculoaponeurótica. Se esse tensionamento ultrapassá-la, haverá reação através de 
um reflexo miotático direto (BIENFAIT, 1999). 
9 
 
O terapeuta deve alongar lenta, regular e progressivamente as fibras até o limite de sua 
elasticidade, para não se provocar um descarregamento dos informantes do alongamento do 
músculo, que são os fusos. Tudo deve ser realizado “em silêncio”. A pompage é uma manobra 
tão simples e tão leve que é muito difícil executá-la convenientemente. O fisioterapeuta acaba 
quase sempre por ser excessivo, não acreditando que aquele “quase nada” é o primeiro passo 
para a obtenção de um efeito extraordinário de movimento, sob a ação de uma força de 
mesma intensidade, e assim por diante (BIENFAIT, 1999). 
2. Manutenção do tensionamento, que será maior ou menor de acordo com o objetivo que se 
procura (BIENFAIT, 1999). 
3. Retorno à posição inicial, que ocorrerá lentamente e cuja velocidade também será 
determinada de acordo com o objetivo perseguindo (BIENFAIT, 1999). 
Essas manobras devem ser repetidas de 5 a 10 vezes (BIENFAIT, 1999). 
 
6.5 Objetivos e ações das pompages 
 
6.5.1 Relaxante ou calmante e Muscular 
Nos casos de contratura e retrações, quando as moléculas de actina e miosina interpenetram-
se excessivamente, há diminuição do comprimento muscular, no que são seguidas pelos 
elementos conjuntivos do músculo. A pompage, realizada no sentido das fibras musculares, 
promove um deslizamento dessas moléculas em sentido contrário e aumenta o comprimento 
total do músculo (BIENFAIT, 1999). 
Em um primeiro tempo, lenta, regular e progressivamente a estrutura muscular é tensionada 
até onde o permitir, para não haver reflexo miotático direto. A forma de proceder nesse 
primeiro tempo é a mesma, seja qual for o tipo de pompage que se realize (BIENFAIT, 1999). 
Em um segundo tempo, a tensão obtida deve ser mantida. Esse é o tempo principal da 
pompage muscular. Já vimos, ao estudar as propriedades do músculo, que o alongamento daestrutura musculoaponeurótica ocorria graças à elasticidade dos elementos conjuntivos e 
também ao escorregamento excêntrico dos filamentos de actina entre os de miosina, e esses 
são fenômenos lentos. Manter a tensão é, por isso, fundamental (BIENFAIT, 1999). 
O terceiro tempo é o tempo do retorno, que deve ser lento, uma vez mais, para não provocar 
um reflexo contrátil do músculo (BIENFAIT, 1999). 
Esse tipo de pompage pode ser realizado isolada ou segmentarmente, preparando uma 
determinada região para a postura poder instalar-se; ou pode ser realizada no interior de uma 
postura com objetivo corretor ainda mais direto e eficiente, porque nesse momento a retração 
é combatida, sem que haja compensações em outras regiões, através do relaxamento do 
músculo em questão durante um tensionamento geral. O tensionamento é mantido durante 20 
a 30 segundos e o retorno deve ser lento e cuidadoso (BIENFAIT, 1999). 
 
6.5.2 Objetivo circulatório 
Os tecidos conjuntivos representam mais de 60% do conjunto dos tecidos corporais. Neles 
estão incluídas as fáscias que envolvem e estruturam a musculatura corporal. No âmbito 
desses tecidos, ocorre a circulação de água livre, não canalizada, responsável pelas trocas 
vitais de aporte de elementos nutritivos e retirada de toxinas (BIENFAIT, 1999). 
Se uma retração muscular, uma cicatriz, um edema provocarem uma estase, haverá ausência 
de mobilidade entre as fáscias, e a circulação de água livre, denominada lacunar, não ocorre 
eficientemente, porque depende da mobilidade entre os tecidos, visto não haver uma bomba a 
ela destinada. Neste caso, a pompage deve ser realizada com o objetivo de liberar os 
bloqueios e promover a circulação lacunar (BIENFAIT, 1999). 
Neste caso o primeiro tempo é sempre de tensionamento cuidadoso; o segundo tempo, de 
manutenção da tensão, pode ser breve; o terceiro tempo, de retorno, deve ser lento e o mais 
10 
 
longo possível. Volta-se como se não se quisesse voltar, resistindo-se à elasticidade 
musculoaponeurotica que “puxa” a coxa para a posição inicial (BIENFAIT, 1999). 
 
6.5.3 Objetivo articular (regeneração articular) 
Na região de uma dada articulação, podemos aplicar um tensionamento com o objetivo de 
separar duas superfícies articulares, descomprimindo a articulação, provocando a entrada de 
mais líquido sinovial, o que representa mais nutrição para o tecido cartilaginoso que depende 
exclusivamente do aporte desse líquido para sua nutrição. Esse procedimento pode ser útil em 
casos de artroses degenerativas. Não é capaz de recuperar os desgastes já produzidos, mas 
pode retardar a evolução da degeneração (BIENFAIT, 1999). 
O primeiro tempo é o de instalação do tensionamento lenta, regular e progressivamente. O 
segundo tempo é o tempo principal deste tipo de pompage. O tensionamento deve ser mantido 
longamente, para que o aporte de líquido sinovial ocorra durante um longo período e a 
nutrição do tecido articular seja o mais eficiente possível. E o terceiro tempo é o retorno lento, 
o suficiente para que não haja sensação de desconforto (BIENFAIT, 1999). 
 
7. Pompage articular de joelho 
Trata-se de uma pompage muito útil nas gonartroses e em reeducação funcional diante da 
rigidez articular (BIENFAIT, 1999). 
 Paciente em decúbito dorsal com o joelho a ser tratado no bordo da mesa. 
 Terapeuta, diante dele, encontra-se em pé deste lado. Coloca o pé do paciente sob sua 
axila, ou ainda melhor, no caso do terapeuta estar sentado, entre suas coxas. 
 As palmas das duas mãos são aplicadas lateralmente sobre a tuberosidade da tíbia, os 
indicadores sobrados sob o joelho o mantém em leve flexão para relaxar os ligamentos 
colaterais. 
 O tensionamento é obtido por um leve recuo do corpo do terapeuta, deslocando a tíbia 
anteriormente em relação ao fêmur. 
 O primeiro tempo, como se trata de uma pompage articular, deve ser lento, regular e 
progressivo. 
 No segundo tempo, o tensionamento deve ser mantido longamente durante 20 a 30 
segundos. 
 O terceiro tempo é o retorno lento para não haver desconforto do paciente. 
 
8. Metodologia 
O presente trabalho, classificado como artigo científico, foi feito através de um levantamento 
de grande quantidade de informações, através de estudos e publicações, de maneira indireta, 
foi recolhida e compreendida as opiniões de autores precedentes sobre a doença reumato-
ortopédica osteoartrite, sobre os efeitos e benefícios da pompage articular e sobre o ganho de 
amplitude de movimento nessa doença, dando enfoque na prevalência dessa doença nas 
articulações dos joelhos. 
O estudo foi realizado recolhendo informações de banco de dados de internet como o 
MedLine, Google, Bireme e Scielo, outros sites foram também fontes de estudos. A pesquisa 
bibliográfica foi realizada colhendo material tanto da biblioteca das Faculdades Cathedral de 
Roraima quanto da Universidade Federal de Roraima, com um adicional de acervos pessoais 
de referenciais, para oferecer maior consistência ao proposto trabalho. Também foram 
consultadas revistas médicas, artigos científicos e monografias precedentes para a construção 
desse trabalho. 
11 
 
Assim sendo, esse estudo de caráter exploratório, tem a finalidade de propiciar uma maior 
compreensão e familiarização tanto da doença que é a osteoartrite quanto da conduta 
fisioterápica com técnicas manuais, como a pompage articular. 
Esse estudo serve como base também para tratamento em locais carentes de aparelhos, 
servindo como método seguro e capaz de ajudar na recuperação funcional do paciente, 
utilizando apenas a terapia manual. 
 
9. Resultados e Discussão 
A pompage é uma técnica que pode ser considerada recente se for comparada com várias 
outras técnicas que já vem sendo utilizadas há tempos pela fisioterapia. Ainda existem poucos 
artigos e pesquisas a respeito, mas na prática, é uma técnica que apresenta bons resultados e 
aos poucos vem sendo reconhecida, tendo além dos benefícios de recuperação funcionais, a 
vantagem de poder ser utilizada em qualquer ambiente, já que é uma técnica de terapia 
manual, necessitando apenas de profissionais que tenham conhecimento dela. 
Técnica de terapia manual advinda da osteopatia, a pompage articular age diretamente sobre o 
tecido conjuntivo (fáscia), produzindo benefícios quanto à circulação, musculatura e 
articulação, além do afeito calmante e relaxante. A pompage é uma técnica realizada em três 
tempos, sendo o primeiro tempo o tensionamento, o segundo tempo a manutenção do 
tensionamento e o terceiro tempo o retorno à posição inicial. Esses tempos variam de acordo 
com os objetivos, que são: relaxamento, muscular, circulatório e articular. 
Podemos dizer então que a pompage articular do joelho, além de possuir nenhum ou pouco 
custo, pode ser realizada de maneira satisfatória por qualquer fisioterapeuta habilitado. Ela 
traria como benefício manutenção ou aumento da ADM em articulações gonartróticas e 
promoveria um relaxamento da musculatura circundante do joelho. 
 
10. Conclusão 
A osteoartrite (OA) é a conseqüência do desgaste contínuo da cartilagem articular e pode 
surgir após qualquer lesão à articulação, sendo mais freqüente o acometimento das 
articulações de sustentação de peso, principalmente os joelhos. Acomete cerca de 20% da 
população mundial não tendo preferência por sexo. A obesidade e o envelhecimento estão 
fortemente associados à osteoartrite, apesar delas contribuírem para o seu desenvolvimento, 
por si só elas não causam a OA. Os sinais e sintomas no acometimento dos joelhos costumam 
ser dor, eritema, calor, edema, crepitação e desconforto. Os sinais radiológicos da OA são os 
osteófitos nas margens da articulação, redução assimétrica do espaço articular e esclerosedo 
osso subcondral. 
A amplitude de movimento (ADM) é um movimento necessário para se realizar atividades 
funcionais. Os ossos de uma articulação movem-se um em relação ao outro, criando 
diminuição ou aumento dos ângulos articulares. A ADM pode ser passiva, ativa ou ativo-
assistida. 
Podemos concluir então que a pompage articular é capaz de promover um aumento na ADM 
devido às micromobilizações ósseas e fasciais realizadas, o que descomprime a articulação, 
aumenta a quantidade de entrada de líquido, o que representaria mais nutrição para o tecido 
cartilaginoso impedindo a progressão do quadro instalado, não sendo capaz de recuperar o 
desgaste já sofrido, mas retardando a evolução da degeneração. 
 
12 
 
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