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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BARRA DO BUGRES FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE DIREITO SABRINA OLIVEIRA DE SOUZA ATIVIDADE AVALIATIVA: Nomenclatura, conceitos, características, criminalização primária e secundária, funções, ciência do direito penal, direito penal objetivo e direito penal subjetivo, norma penal. Atividade apresentada à disciplina de Direito Penal I sob orientação do professor João Romano da Silva Junior como requisito para obtenção de nota. Cuiabá/MT 2018 1. NOMENCLATURA DO DIREITO PENAL No Brasil utilizamos a nomenclatura Direito Penal para se referir ao conjunto de normas que visam definir crimes, estabelecer condutas e criar normas. Uma única vez foi utilizada a expressão Direito Criminal em 1830 no Código Criminal do Império. Algumas críticas quanto à expressão Direito Penal surgem com o argumento de que esta enfatiza a pena e não engloba medidas de segurança, achando mais apropriado a utilização da expressão Direito Criminal por essa visar evitar crimes e pressupõe que seu destinatário tenha cometido algum. Já outros, adeptos a nomenclatura, como Nilo Batista, sustenta que a pena além de ser conceito central da disciplina, estabelece um limite daquilo a que ela pertence, e apesar de toda a discussão, a denominação Direito Penal é a mais utilizada pela nossa Constituição de 1988. Mesmo denominando Direito Penal, não se descarta o uso da palavra criminal como por exemplo o local de tramitação de ações de natureza penal é chamada de Vara Criminal, o advogado que trabalha na área penal é conhecido como criminalista, etc. 2. CONCEITO DE DIREITO PENAL O Código Penal é o conjunto de normas sistematizadas, buscam definir os crimes, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça de sanção para os imputáveis e medida d e segurança para os inimputáveis, além de criar normas de aplicação geral, dirigidas não só aos tipos incriminadores nele previstos, com o a toda legislação penal extravagante, desde que esta não disponha expressamente de modo contrário. De acordo com Luís Flavio Gomes que nos traz um conceito sociológico do Código Penal, este pode ser definido também como um instrumento de controle social destinado a sancionar por meio de um conjunto sistematizado de normas indivíduos que praticam condutas desviantes, mas nocivos a sociedade. Há ainda um conceito formal do Direito Penal, que diz que é um ramo do direito público interno que impõe, aplica executa a sanção penal ao infrator que pratica conduta definida em lei que lesa ou ameaça de lesar bem jurídico pertencente à pessoa ou a coletividade. 3. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL O Direito Penal é um objeto cultural, que pertence a um recorte histórico e geográfico específico, que conduzem a definição abstrata por meio do Direito Penal de uma série de comportamentos que devem ser obedecidos e ou evitados pelos cidadãos. É normativo, ou seja, é formado por um conjunto de regras e princípios que estabelecem as infrações penais e suas consequências jurídicas. É valorativo pois proíbe através de norma penal determinadas condutas definindo desvalores de certas ações e resultados. É sancionador pois acrescenta proteção a bens jurídicos e se refere ao direito e não somente à ordem penal. É instrumental, pois tem como finalidade própria e específica a tutela de bens jurídicos. É fragmentário, ou seja, não é aplicado a todos os fatos ilícitos e sim a uma parcela deles, que trata de lesões mais graves aos bens jurídicos mais importantes. É subsidiário, pois só é utilizado quando o emprego de outros ramos do direito público são insuficientes e ineficazes ao bem em questão. E finalmente é garantista, pois garante direitos aos cidadãos mediante poder punitivo, sendo esse o seu valor inerente, proteger, assegurar e garantir bens jurídicos. 4. CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA A criminalização primária e secundária diz respeito as instâncias de controle social, que é um conjunto de pessoas capazes de evitar que um indivíduo cometa um delito, e caso venha a praticar, oferece mecanismos para combate, que podem ser informais, como a família, a religião, as escolas, etc. ou formais, que são órgãos públicos como a polícia, o Ministério Público, o Poder Judiciário, o Sistema Prisional, etc. A criminalização primária, diz respeito a pena culminada, é a criação da lei penal, sua introdução no ordenamento jurídico e a ameaça de sanção do Estado, de um programa que pode ser executado ou não. Já a criminalização secundária, diz respeito a atuação dos órgãos que executarão a ameaça, é a ação do Estado, execução da ameaça, como o agir da polícia, do MP, etc. 5. FUNÇÕES DO DIREITO PENAL O Direito Penal tem como função proteger os bens mais importantes e necessários para a sociedade, tendo como instrumento principal a pena que serve como coerção para garantia desses valores. As funções do Direito Penal são classificadas em funções legitimas, sendo considerada como a principal a proteção de bens jurídicos, além da contenção da vigência privada, a garantia do indivíduo e o controle social. Há ainda as funções ilegítimas, que não são de responsabilidades do Estado que é a ética educativa, a função simbólica e a função promocional. 6. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL A ciência penal tem como objetivo o estudo do ordenamento jurídico penal positivo, conhecer, interpretar sistematizar e criticar o direito positivo quanto a sua finalidade. Estuda o crime, o criminoso e a sanção penal. A ciência penal pode ser classificada em dogmática penal, que estuda a estrutura e sistematização da norma, sua interpretação e aplicação do Direito penal enquanto ciência. A política criminal, é uma ponte entre a teoria e pratica, entre a norma penal e o caso concreto. E a criminologia, que estuda o controle social, as causas da criminalidade, afim de entender o fenômeno criminal. 7. DIREITO PENAL OBJETIVO E SUBJETIVO O direito penal objetivo é o conjunto de normas penais que regulam a nossa vida em sociedade, definindo crimes e contravenções, impondo ou proibindo determinadas condutas usando de sua força coercitiva para garantir sua eficácia, com ameaça de sanção ou medida de segurança. O Direito penal subjetivo é o poder que o Estado tem de punir se utilizando do direito penal objetivo, ou seja é o poder de cumprir suas normas, é o chamado “ius puniendi”. 8. NORMA PENAL Normas penais são regras que criam, aplicam ou extinguem condutas consideradas criminosas com regras que proíbem ou impõe mandamentos. É aquela conduta imposta a todos, como exemplo “não matarás”. A norma penal pode ser classificada em Norma penal completa, que é aquela que dispensa complementos, seja valorativo, seja normativo; Norma penal incompleta, que depende de um complemento normativo, dado por outra norma ou valorativo, dado pelo juiz; quanto ao seu complemento pode ser ainda classificada como: - Norma Penal em Branco: que depende do complemento normativo e se divide em: • Norma Penal em Branco Própria, Estrito ou Heterogênea: quando o complemento normativo não vem do legislador, e sim de outro poder; • Norma Penal em Branco Imprópria, Lato/Amplo ou Homogênea: onde o complemento normativo emana do legislador e é complementada por outra lei, sendo subdividida em: - Norma Penal em Branco Imprópria, Homovitelina/ Homóloga: é aquela em que o complemento emana do mesmo livro, ou seja, onde ocomplemento se encontra no em outro artigo, mas do mesmo código. - Norma Penal em Branco Imprópria, Heterovitelina/Heteróloga: é aquela em que o complemento emana do mesmo poder, mas em um livro diferente, ex. o complemento de um artigo do Código Penal ser encontrado no Código Civil. • Norma Penal em Branco ao Revés/ Inversa/ Avesso: onde o que se encontra incompleto é o preceito secundário, ou seja, a sanção penal, é a norma penal incompleta, que possui preceito primário, mas não possui preceito secundário próprio. 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Geral Vol. 1. 19ª. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2017.
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