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ADM1092.1_Apostila_ComEmpII

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
Administração - 2015-1 
Profa. Fabiana Esteves Neves – 2º período (manhã) 
 
Apostila de Comunicação Empresarial II 
Conteúdo programático: 
I. Os tipos textuais: narração, descrição, exposição, argumentação e injunção. 
II. Fundamentação conceitual e características linguísticas da argumentação acadêmica; artigo. 
III. Paráfrase: mecanismos sintáticos. 
IV. Gêneros textuais acadêmicos: resumo e resenha. 
V. Adequação e correção gramatical: produção e revisão textual com foco em: 
- coesão recorrencial (paralelismo) e coesão sequencial (valor e emprego dos conectores); 
- regência verbal. 
 
Bibliografia básica: 
ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. São Paulo: Ática, 2004. 
BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. São Paulo: Ática, 2002. 
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristovão. Prática de Texto para estudantes universitários. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. 
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
SERAFINI, Maria Teresa. Como escrever textos. Trad. Maria Augusta Bastos de Mattos. São Paulo: Globo - GALILEU, 2003. 
 
Bibliografia complementar: 
CINTRA, Luis Filipe Lindley; CUNHA, Celso Ferreira da. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 1985. 
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2002. 
________. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2003. 
GARCEZ, Lucília H. do Carmo. Técnica de redação. O que é preciso saber para bem escrever. 2ª ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 2008. (Col. Ferramentas). 
OLIVEIRA, José Paulo Moreira de; MOTTA, Carlos Alberto Paula. Como escrever textos técnicos. São Paulo: Thomson, 2005. 
 
Outra sugestão: 
 (A sugestão a seguir não consta do acervo da biblioteca, mas vale a pena recomendar, por ser um livro muito organizado e útil) 
MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela Rabuske. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. 
 
 
Mês Aula Assunto 
Fevereiro 
1ª – 27 Apresentação do curso. Debate e produção textual: experiências com a escrita. linguística: 
"Jogo dos erros". 
Março 
2ª – 06 Tipos textuais: apresentação e exercícios. Discurso acadêmico. 
3ª – 13 Pessoas do discurso. Coesão sequencial. 
4ª – 20 Exercícios de coesão sequencial. Paráfrase; resumo. 
5ª – 27 Exercícios de resumo e paráfrase. Resumo acadêmico. 
Abril 
03 Feriado – Sexta-feira 
6ª – 10 Revisão de tipos textuais, discurso acadêmico, coesão sequencial, paráfrase e resumo. 
7ª – 17 AV1 
24 Recesso. 
Maio 
01 Feriado. 
8ª – 08 Vista de prova. Resenha: estrutura e técnicas de elaboração. 
9ª – 15 Escrita/reescrita de resenha. Regência verbal; exercícios. 
10ª – 22 Exercícios de regência verbal. Coesão recorrencial: paralelismo. 
11ª – 29 Exercícios de paralelismo e estrutura frasal. 
Junho 
 
05 Recesso. 
12ª – 12 Revisão de resenha, regência verbal, paralelismo e estrutura frasal. 
13ª – 19 AV2 
14ª – 26 Vista de prova. Avaliação do curso e encerramento. 
Julho 15ª – 03 AV3 
2 
 
Regras e procedimentos da disciplina Comunicação Empresarial II 
 
Este curso tem como foco a leitura e a produção textual. Portanto, o primeiro e principal material de 
leitura do semestre será esta apostila. O que será apresentado a seguir deve ser lido com toda a atenção. Caso tenha 
dúvidas durante a leitura, pergunte. Além disso, consulte essas regras sempre que precisar. Se tiver dúvidas sobre 
essas informações (por exemplo, sobre como é a avaliação, onde se pode encontrar o material do curso, quantas 
faltas o aluno pode ter etc.), releia esta seção e você encontrará as respostas. Os tópicos são apresentados em ordem 
alfabética. 
 
1- Aulas 
- A maioria das aulas se dividirá em apresentação do tópico, discussão e exercícios e/ou produção textual; 
- Na aula imediatamente posterior a uma avaliação, além da vista de prova, haverá atividade normal de aula 
(conforme especificado no calendário, página 1); 
 
- Para acompanhar o curso, é imprescindível estar presente nas aulas (veja o item Frequência) e levar 
sempre a apostila (veja o item Material); 
- Fique à vontade para perguntar sobre o conteúdo, os exercícios ou seu próprio desempenho, em qualquer 
momento da aula; 
- Durante o tempo de aula, procure focar no seu aprimoramento pessoal: observe com tranquilidade suas 
dificuldades, fale sobre elas e busque concentrar-se em atividades que possam trabalhá-las. A melhor forma de fazer 
isso é resolver todos os exercícios por escrito (não apenas oralmente) e elaborar os textos pedidos, tanto em aula 
como em casa. Quanto mais textos você produzir, melhor poderei ajudá-lo a se aperfeiçoar; 
- Para permitir sua própria concentração, a de seus colegas e a da professora, desligue celulares e outros 
equipamentos eletrônicos durante a aula. Não permita que esses aparelhos façam barulho, o que atrapalha o bom 
aproveitamento da aula. Agindo assim, você será respeitoso com seus colegas, sua professora e a instituição; 
- Evite sair da sala e voltar durante a aula; faça-o somente se for muito necessário. A movimentação indevida 
tira a concentração da turma e atrapalha o desenvolvimento das atividades; 
- Mantenha a sala limpa e organizada. Jogue seu lixo na lixeira; 
- Ao término de cada aula, caso seja a última do dia, verifique se as luzes foram apagadas e os aparelhos de ar 
condicionado foram desligados. Assim, você estará contribuindo para a conservação do ambiente de estudo. 
2- Acesso ao portal 
- Você deve acessar o portal desde o início do semestre (http://www.unilasalle.edu.br/rj). Ali, poderá verificar suas 
faltas, baixar o material do curso e ver suas notas, além de acessar o Calendário Acadêmico 
(http://www.unilasalle.edu.br/rj/calendarioacademico/) e o Manual do Aluno (http://www.unilasalle.edu.br/rj/manual-do-
aluno/). Esses dados e materiais não serão disponibilizados de outra forma pela professora; 
- Caso você tenha problemas para acessar o portal, procure imediatamente o RCA (Registro e Controle 
Acadêmico), no térreo da faculdade, e regularize sua situação. 
 
3- Avaliação 
- A primeira avaliação – AV1 – será uma prova escrita, na data marcada pela coordenação (ver calendário na 
página 1). As questões consistirão de exercícios de análise, adequação e reescrita, nos moldes daqueles dados nesta 
apostila, durante as aulas. O valor dessa avaliação é de 10 pontos. 
- A segunda avaliação – AV2 – também será uma prova escrita, na data marcada pela coordenação (ver 
calendário na página 1), mas consistirá de uma produção textual feita em aula, em um dos gêneros textuais 
trabalhados no semestre. Essa produção textual valerá 10 pontos e será avaliada segundo os critérios a seguir: 
A- Estrutura: 2,5. Será verificado se o texto atende as orientações dadas nas aulas e na apostila para a elaboração 
do gênero textual trabalhado (por exemplo, “resumo”, “resenha”). 
B- Coerência e clareza: 2,5. Será observado se há congruência entre as partes do texto, seus significados e o 
assunto abordado. Será avaliado também se o texto explicita adequadamente as informações necessárias. 
C- Organização gráfica: 1,5. Será avaliada a apresentação visual do texto: distribuição em itens ou parágrafos 
(conforme as exigências do gênero), legibilidade da letra, asseio do papel. 
3 
 
D- Adequação linguística: 3,5. Será avaliada a obediência a regras de pontuação, concordância, 
ortografia/acentuação, regência, organização sintática e coesão. Será dada mais ênfase aos itens trabalhados na 
unidade corrente. 
- A terceira avaliação – AV3 – será uma prova escrita e abrangerá todo o conteúdo trabalhado na disciplina 
durante o semestre. Ela é composta de questões cujofoco é a adequação linguística, na forma e no significado, e da 
escrita de parágrafos. Assim como na AV1, as questões seguem o mesmo padrão dos exercícios apresentados na 
apostila. A prova será aplicada na data marcada pela coordenação (ver calendário na página 1). 
 
4- Contato com a professora 
- Estou disponível para atender os alunos antes ou depois das aulas. Meus horários de aula são: 
 2ª feira: 16h20-18h (Português para Estrangeiros – sala 505); 18h20-20h (SI – 8º período); 
 4ª feira: 16h20-18h (Português para Estrangeiros – sala 505); 18h20-20h (RI – 5º período); 
 6ª feira: 7h30-9h10 (SI – 1º período); 9h30-11h10 (RI – 5º período); 11h10-12h50 (ADM – 2º período); 
18h20-20h (SI – 1º período). 
 
- Verifique as salas no quadro de horários (4º andar) e procure-me antes ou depois das aulas; 
- Não me comunicarei com os alunos por e-mail, Facebook ou quaisquer meios virtuais para tratar de 
assuntos acadêmicos (aulas, avaliações, frequência etc.). Terei toda a disponibilidade para atender você ao vivo, no 
espaço da universidade; 
- A exceção ao tópico acima é para os alunos que estiverem em regime domiciliar – por gravidez, 
problemas de saúde específicos ou serviço militar, nos termos da lei (consulte o Manual do Aluno, páginas 21 e 22, 
para mais detalhes). Nesses casos, a única forma de comunicação possível com o professor é a mensagem 
eletrônica; por isso, ela será usada. 
 
5- Fontes de consulta na internet 
- Fazendo uma comparação bem simples, a internet é como uma grande biblioteca, e o Google é apenas uma 
ferramenta que nos ajuda a encontrar o que procuramos nesse enorme acervo. Isso significa que nem tudo o que há 
na internet e que é indicado pelo Google é válido para auxiliar o estudante universitário. Portanto, não estude por 
materiais que não venham de fontes confiáveis; da mesma forma, quando fizer os trabalhos acadêmicos, não 
consulte sites como “Wikipédia”, “Brasil Escola”, “Trabalhos prontos”, “Sua pesquisa” e outros que não sejam 
fontes científicas e renomadas, ou fontes jornalísticas seguras; 
- Aproveite bem o potencial da internet, buscando material em sites como os de universidades de renome, 
revistas acadêmicas, ou páginas e blogs indicados pelos professores. Aqui vão algumas sugestões de fontes 
confiáveis – busque no Google os respectivos sites usando as palavras-chave a seguir: 
 Universidades brasileiras: UFF, UERJ, UFRJ, USP, UNICAMP (e outras públicas), La Salle, PUC, 
ESPM, IBMEC, entre outras; 
 Revistas acadêmicas: Revista Conhecimento e Diversidade (no site do UNILASALLE); Portal Periódicos 
Capes (dá acesso gratuito a inúmeras revistas); Scielo (reúne uma infinidade de periódicos científicos); 
 Jornais e sites de notícias: Jornal do Brasil, O Globo, Folha de São Paulo, G1, UOL, CNN, BBC, entre outros. 
 
6- Frequência 
- Conforme indicado no Manual do Aluno, o aluno deverá ter, durante o semestre, frequência mínima de 
75% dos dias letivos. No caso desta disciplina, o máximo de faltas que o aluno pode ter é de 9 horas-aula, o que 
corresponde a 4 dias e meio; 
- Não há abono de faltas por doença, salvo nos casos de Regime Domiciliar (ver o Manual do Aluno, 
páginas 21 e 22). Caso o aluno faça uma viagem pela faculdade, ou participe de evento também pela faculdade, 
deverá entrar em contato com a coordenação para saber se poderá ter sua falta abonada. Da mesma forma, o aluno 
que for obrigado a fazer viagem de trabalho poderá, para análise junto à coordenação, trazer comprovação da 
empresa em papel timbrado; 
4 
 
- Independente dessas normas, evite faltar. Como temos apenas uma aula por semana, a ausência não só 
prejudica o acompanhamento do conteúdo e dos exercícios, como também atrapalha o rendimento. 
 
7- Material 
- O material obrigatório do curso é esta apostila. Ela está disponível para download no Portal Acadêmico 
(http://portal.unilasalle.org/corpore.net/Login.aspx), no link “Materiais”. Também é possível fazer cópia da apostila 
na copiadora da faculdade – basta pedir pelo código ADM1092.1; 
- A apostila deve ser levada em todas as aulas, impressa. É obrigatória a impressão da apostila, para que o 
aluno possa fazer os exercícios no papel e treinar também a escrita à mão; como hoje ela é pouco usada, perde-se a 
prática, o que pode tornar a letra difícil de entender ou ilegível; 
- Eventualmente, caso necessário, outros materiais poderão ser também disponibilizados no portal, no 
mesmo link indicado acima, e na copiadora. Os respectivos códigos serão dados em sala, durante as aulas; 
- Os livros listados na bibliografia do curso e indicados nesta apostila estão disponíveis na biblioteca do 
UNILASALLE (consulte o acervo em http://webnauta.unilasalle.org/). Algumas indicações também podem ser 
encontradas na Biblioteca Virtual (http://lasalle.bv3.digitalpages.com.br/users/sign_in); 
- Para complementar seu estudo, faça uso do material disponível na biblioteca; veja também as orientações 
sobre consultas à internet no item Fontes de consulta na internet, acima. Não busque material que não seja 
comprovadamente adequado, pois isso pode prejudicar sua aprendizagem e seu desempenho no curso. 
 
8- Normas de formatação para textos acadêmicos 
- Ao entregar trabalhos digitados, em qualquer disciplina, siga as normas de formatação que constam do 
Manual de Trabalhos Acadêmicos do UNILASALLE, à venda na copiadora (na Galeria La Salle); 
- Caso você tenha dificuldades para usar editores de texto, ou queira aprimorar seus conhecimentos sobre o 
assunto, recomendo os seguintes cursos online, gratuitos (eles têm como foco o Word, da Microsoft, mas também 
dão base para o uso de outros programas de mesma função): http://office.microsoft.com/pt-br/training/; 
http://www.ev.org.br/Cursos/Paginas/Cursos.aspx 
 
8- Plágio 
- O plágio é proibido em quaisquer trabalhos acadêmicos e será punido com a nota zero; 
- Para compreender de que se constitui o plágio, leia a Cartilha sobre Plágio Acadêmico, disponível no 
portal e na copiadora da faculdade, com o código ADM1092.2. Veja também o site http://www.plagio.net.br/. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
I. Os tipos textuais 
 
Tipos textuais segundo Werlich (1973) 
In: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora 
(orgs.) Gêneros Textuais & Ensino. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p. 20-36. 
 
Exemplos de parágrafos em textos acadêmicos e jornalísticos de Administração: 
 
 Predominância da narração 
 
A implementação do curso de Administração Pública a distância na Universidade Federal de Lavras se 
deu a partir da convergência de 4 fatores. Inicialmente o Departamento de Administração e Economia (DAE) já 
tinha interesse em implementar o curso de Administração Pública (3 citações), mas ainda não havia sido ofertado 
por falta de professores da área dentro do quadro de docentes do departamento. A experiência com o curso piloto 
de administração a distância (5 citações) permitiu que o DAE já tivesse uma experiência com a educação a 
distância, assim como os professores e a própria universidade. A questão de a universidade estar criando naquele 
momento o Centro de Educação a Distância (CEAD – 3 citações), um órgão de apoio ao ensino a distância ou 
semipresencial, e o fato de a Universidade Aberta do Brasil lançar o Programa Nacional de Formação em 
Administração Pública (PNAP - 7 citações), a fim de formar e qualificar o pessoal de nível superior, visando ao 
Bases temáticas Exemplos Traços linguísticos 
 
1. Descritiva 
 
“Sobre a mesa havia milhares de vidros.” 
Este tipo de enunciado textual tem uma estrutura 
simplescom um verbo estático no presente ou 
imperfeito, um complemento e uma indicação 
circunstancial de lugar. 
 
2. Narrativa 
 
“Os passageiros aterrissaram em Nova 
York no meio da noite”. 
Este tipo de enunciado textual tem um verbo de 
mudança no passado, um circunstancial de tempo 
e lugar. Por sua referência temporal e local, este 
enunciado é designado como enunciado 
indicativo de ação. 
 
 
 
 
 
3. Expositiva 
 
 
 
 
 
(a) “Uma parte do cérebro é o córtex”. 
(b) “O cérebro tem 10 milhões de 
neurônios”. 
Em (a) temos uma base textual denominada de 
exposição sintética pelo processo da composição. 
Aparece um sujeito, um predicado (no presente) 
e um complemento com um grupo nominal. 
Trata-se de um enunciado de identificação de 
fenômenos. 
Em (b) temos uma base textual denominada de 
exposição analítica pelo processo de 
decomposição. Também é uma estrutura com um 
sujeito, um verbo da família do verbo ter (ou 
verbos como: “contém”, “consiste”, 
“compreende”) e um complemento que 
estabelece com o sujeito uma relação parte-todo. 
Trata-se de um enunciado de ligação de 
fenômenos. 
 
4. Argumentativa 
 
“A obsessão com durabilidade nas Artes 
não é permanente”. 
Tem-se aqui uma forma verbal com o verbo ser 
no presente e um complemento (que no caso é 
um adjetivo). Trata-se de um enunciado de 
atribuição de qualidade. 
 
 
 
5. Injuntiva 
 
 
 
“Pare!”; “seja razoável!” 
Vem representada por um verbo no imperativo. 
Estes são os enunciados incitadores à ação. Estes 
textos podem sofrer certas modificações 
significativas na forma e assumir, por exemplo, a 
configuração mais longa, em que o imperativo é 
substituído por um “deve”. Por exemplo; “Todos 
os brasileiros na idade de 18 anos do sexo 
masculino devem comparecer ao exército para 
alistarem-se.” 
6 
 
exercício de atividades gerenciais e do Magistério Superior, também foram fatores preponderantes nesse 
processo. (in: Processo de Institucionalização do Curso de Administração Pública a Distância em uma Universidade Federal – 
http://www.anpad.org.br/periodicos/arq_pdf/a_1434.pdf) 
 
 Predominância da descrição 
 
A Tabela 2 indica, ainda, que, na região estudada, há vinte tipos distintos de instituições. Na primeira 
coluna, estão numeradas as instituições, com destaque para aquelas que possuem a palavra turismo, ou suas 
derivadas, no seu objetivo. Com isso, percebe-se que, entre as vinte listadas, onze estão relacionadas 
diretamente ao turismo e outras nove têm relação indireta. Percebe-se, igualmente, que todos os municípios 
possuem secretaria de turismo (SETUR), o que parece indicar a importância que a atividade tem para cada 
cidade. Nota-se que, em alguns casos, essa secretaria se junta às outras atividades econômicas citadinas, como 
indústria e comércio, e agricultura. (In: Instituições de Suporte, Serviços e Desempenho: um Estudo em Aglomeração Turística 
de Santa Catarina. http://www.scielo.br/pdf/rac/v17n1/v17n1a03.pdf) 
 
 Predominância da exposição 
 
O amor/paixão pela marca corresponde à capacidade do indivíduo dedicar a uma determinada marca forte 
ligação afetiva positiva. Isso implica a sensação de bem-estar e preferência pelo uso da marca (Fournier, 1998). 
Este construto pode ser suportado pela literatura acerca dos sentimentos. Segundo Frijda, Manstead e Bem 
(2000), sentimentos são considerados disposições emocionais duradouras, que estão relacionadas à estrutura de 
distribuição da cognição, ou seja, à distribuição social, à externalização e à distribuição temporal. Ainda segundo 
os autores, esta manifestação positiva pode orientar a pessoa para o curso de suas atitudes ou crenças. (In: A 
Qualidade do Relacionamento com Marca e as Implicações sobre a Lealdade. http://www.anpad.org.br/periodicos/arq_pdf/a_1381.pdf) 
 
 Predominância da argumentação 
 
Os resultados apontam que a utilização do priming como mecanismo de viés de racionalidade para 
indução a um comportamento ético faz-se promissora. Em termos práticos, destaca-se a possibilidade de que a 
simples fixação de avisos ou lembretes na tela de inicialização dos computadores, colocados de forma 
despretensiosa desencorajando os desvios de conduta, pode, para além, incentivar as denúncias de atos errôneos 
que identifiquem, devido ao seu efeito priming. Paralelamente, o trabalho corrobora os resultados de Gino et al. 
(2010) quanto à correlação positiva entre a avaliação da gravidade da situação e a punição prescrita, notando-se, 
não obstante, a possibilidade do efeito priming fortalecer essa relação. 
Em termos práticos, o priming pode influenciar inclusive no desempenho organizacional. Para Selvarajan 
e Cloninger (2008), as pessoas julgam os colegas que possuem os melhores desempenhos no exercício de suas 
funções como indivíduos mais éticos e vice-versa. Além disso, com a maior inserção do Brasil no contexto 
global, as empresas nacionais tendem cada vez mais a adotar regulamentações exigidas no exterior. Nessa 
perspectiva, destaca-se a SOX, que exige a criação de um Canal de Denúncias, a qual tende a sofrer sabotagens 
por parte dos funcionários devido ao conhecido jeitinho brasileiro (Fajardo & Cardoso, 2012; Sampaio & Sobral, 
2012). De tal modo, devido à sua capacidade de influenciar o comportamento e o julgamento ético por parte dos 
membros da organização, o priming pode contribuir para ampliar a efetividade de tal canal. (in: O Efeito Priming na 
Avaliação de Ações Antiéticas: Um Estudo Experimental. http://www.anpad.org.br/periodicos/arq_pdf/a_1436.pdf). 
 
 Predominância da injunção 
 
Como em toda relação de confiança, essa também tem sua ética: trate a informação com nobreza, 
preserve suas fontes e não colabore com boatos maldosos. "Jamais divulgue oficialmente algo que foi 
confidenciado a você", diz Silvio, presidente da Oracle. "Se você precisar usar essa informação, coloque-a em um 
contexto geral, como parte da conjuntura, sem revelar nomes ou detalhes." Ah, e use a regra número 1 de todo 
bom repórter: não "compre" nenhuma história sem antes verificar a veracidade dos fatos. "Ao ouvir qualquer 
coisa, cheque duas ou três vezes para não ir atrás de pistas falsas", diz Gutemberg de Macedo. E, acima de tudo, 
fuja da boataria cujo objetivo é prejudicar alguém – ou a própria empresa – de discussões sobre vida pessoal de 
quem quer que seja, de troca de segredos empresariais. (In: “Você vai ficar bem falado” – Revista Você S.A. 
http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/voce-vai-ficar-bem-falado-484271.shtml) 
 
 
 
7 
 
Atividade 
 
1- Leia o artigo abaixo e procure identificar os tipos textuais que compõem os parágrafos. Observe 
que se pode encontrar mais de um tipo em um mesmo parágrafo. 
 
Quando o consumismo é doença 
André Trigueiro (Texto publicado originalmente no site Ecopop, em julho de 2003 e extraído do livro Mundo sustentável 2 – 
novos rumos para um planeta em crise – Ed. Globo). 
 
Eles inventaram a palavra marketing. Foram os primeiros a criar cursos de publicidade e a oferecer 
prêmios para os maiores vendedores. Vivem no país mais consumista do mundo. E, pasmem, não 
aguentam mais o assédio da propaganda. O desconforto crescente dos americanos contra a avalanche de 
telefonemas oferecendo produtos e serviços levou o presidente George W. Bush a declarar guerra. Depois 
do Afeganistão e do Iraque, o próximo alvo da sanha bélica do presidente dos Estados Unidos é o… 
telemarketing. 
Foi criado este mês um cadastro nacional contra ligações. Pelo número 1-888-382-1222 ou pela 
internet (www.donotcall.gov), os consumidores que queiram impedir ligações de operadoras de 
telemarketing poderão se inscrevergratuitamente. O cadastro não incluirá as chamadas de políticos, 
religiosos e organizações filantrópicas. A partir do dia 1º de outubro, as operadoras que ligarem para os 
consumidores inscritos no cadastro pagarão multa no valor de 11 mil dólares. 
Essa nova lei é apenas um exemplo de como o estilo de vida consumista está sendo cada vez mais 
questionado em solo americano. No relatório Perspectivas sobre a Criança e a Mídia, produzido pela 
Unesco no ano 2000, os pesquisadores advertem que as crianças são as maiores vítimas dessa overdose de 
propaganda. O estudo revela que as empresas americanas destinam aproximadamente 12 bilhões de 
dólares por ano aos anúncios para crianças. Alguém poderá perguntar: por que gastar tudo isso com o 
público infantil? A resposta virá em números: atualmente as crianças americanas influenciam compras que 
totalizam 500 bilhões de dólares. Indefesas diante dos inúmeros recursos utilizados pela publicidade para 
estimular o consumo – manipulação de sons, imagens e arquétipos que agem sobre o inconsciente – são 
encorajadas, desde pequenas, a consumir muito mais do que necessitam. 
Segundo os pesquisadores da UNESCO, um dos males decorrentes do consumismo infantil é a 
obesidade, uma doença que já é considerada problema de saúde pública nos Estados Unidos. Os 
comerciais de doces, biscoitos, guloseimas e redes de fast-food que recorrem aos truques da animação 
gráfica ou ao auxílio luxuoso dos super-heróis da TV – que aparecem bem na função de garotos-
propaganda – hipnotizam a garotada. 
Outro problema denunciado no relatório é o stress familiar. Quando quem sustenta a casa é 
obrigado a dizer “não” a um apelo consumista que parte do filho, da filha, do companheiro ou da 
companheira, o resultado costuma ser desgastante: brigas, conflitos, disputas e, eventualmente, um desejo 
tão grande de ter aquilo que a propaganda exibe que não se medem esforços para alcançar o objetivo. 
A banalização do consumo remete a um questionamento sobre o papel da mídia na sociedade 
moderna. Nos primórdios da publicidade, os profissionais do ramo se preocupavam apenas em explicar o 
que era e para que servia um determinado produto. Hoje, isso mudou bastante, como explica Rolf Jensen, 
autor do livro The Dream Society (A sociedade do sonho): “Os produtos no futuro deverão apelar para os 
nossos corações, e não para nossas cabeças. Quando isso acontecer, o modelo que prevalecerá não será 
mais o da Sociedade da Informação, mas o da Sociedade dos Sonhos”. 
Há algo de inquietante nessa previsão. É difícil imaginar um mundo de sonhos num planeta onde a 
publicidade alcança indistintamente ricos e pobres (muito mais pobres do que ricos), que são seduzidos 
pelos mesmos apelos vorazes de consumo, mas não respondem da mesma maneira a esses apelos. Em 
resumo: quem tem dinheiro banca o “sonho”; quem não tem, lida com o fracasso, com a frustração, e com 
a angústia de viver numa sociedade de consumo que privilegia não o que se é, mas o que se tem. (...) 
A doença do consumismo tem nome e preocupa as autoridades na área de saúde do Brasil: chama-
se oneomania, ou consumo compulsivo. Segundo dados do Instituto de Psiquiatria do Hospital das 
Clínicas de São Paulo, 3% dos brasileiros, a maioria mulheres, compram compulsivamente. É gente que 
usufrui apenas o momento da compra, mas não o produto, que muitas vezes é deixado de lado por não ter 
8 
 
nenhuma utilidade. A baixa autoestima e o sentimento de vazio são constantes. Depois da compra vem a 
sensação de culpa. 
Em uma ótima reportagem sobre o assunto publicada no jornal O Estado de Minas, a psiquiatra e 
psicoterapeuta Ana Ester Nogueira Pinto explica: “Uma pessoa normal tem o impulso, mas é capaz de 
resistir. O compulsivo gasta sempre mais do que pode, prejudicando-se financeiramente. Normalmente, as 
dívidas dos doentes chegam a cinco ou dez vezes mais do que a renda mensal”. Os consumidores 
compulsivos são em sua maioria pessoas angustiadas ou ansiosas, que tentam preencher ou sufocar essas 
sensações por meio da compulsão. O tratamento psicológico é acompanhado do uso de antidepressivos e 
ansiolíticos. 
(...) Vem da terra do Tio Sam – templo sagrado do consumismo – uma bela lição em forma de 
música. Na trilha sonora do desenho animado Mogli – o menino lobo (Disney, 1967), o urso Balu, 
responsável pela educação de Mogli numa selva repleta de predadores, cantarolava a música Bare 
Necessities, que traz um refrão assim traduzido para o português : “Necessário, somente o necessário, o 
extraordinário é demais”. Vivemos num planeta que oferece o necessário para todos. Se ainda assim não 
conseguimos ser felizes, talvez a culpa seja nossa. 
 
2- A partir do artigo acima, produza um parágrafo predominantemente: 
a) Descritivo 
b) Narrativo 
c) Expositivo 
d) Argumentativo 
 
3- Leia artigos acadêmicos da sua área (ou capítulos de livros) e procure identificar os tipos 
textuais/modos de organização discursiva que compõem os parágrafos. Observe que se pode encontrar 
mais de um tipo/modo em um mesmo parágrafo (encontre artigos na Revista de Administração 
Contemporânea: http://www.anpad.org.br/periodicos/content/frame_base.php?revista=1) 
 
------------------------------------------------------ 
 
II. Fundamentação conceitual e características linguísticas da argumentação acadêmica – o 
discurso acadêmico 
Aspectos da esfera acadêmica de comunicação 
 
Fonte: PERROTTA, Claudia. Um texto pra chamar de seu: preliminares sobre a produção do texto acadêmico. 
São Paulo: Martins Fontes, 2004. 
 
Os tópicos a seguir foram extraídos do livro indicado acima. Alguns trechos, embora tenham sido 
copiados na íntegra, não recebem aspas, apenas para facilitar a formatação do material. Aconselha-se a 
leitura integral do livro. 
 
1- O contexto acadêmico de comunicação 
Espaço de: 
- problematização, questionamento, investigação, pesquisa; 
- construção de conhecimentos, desenvolvimento de novas teorias, revisão de antigas questões teóricas, 
superação de abordagens e modelos estabelecidos, 
- aprofundamento e confrontação de pontos de vista, debate, concordância / contestação, autoafirmação, 
adesão a grupos e enfoques, rejeição a grupos e enfoques. 
⇓ 
Panorama de “simpósio universal” (p. XV). 
 
2- O público-alvo 
Leitor-amigo, leitor-inimigo, leitor-par profissional, leitor-examinador, leitor-orientador... 
- relações simétricas e assimétricas  um contexto extraverbal complexo; 
- necessidade de afirmar-se com o próprio dizer, explicitar suas escolhas; 
- poder significativo do examinador, porém passível de contra-argumentação; 
- escolha do orientador: necessidade de informar-se sobre a metodologia de trabalho. 
9 
 
 
Questão norteadora: 
 Qual é a relação existente entre você e seu público-alvo? Que tipo de relação você pretende 
estabelecer ao longo do texto? 
 
3- O fazer acadêmico 
 
O que determina a estrutura do discurso acadêmico: 
- A situação social imediata – um determinado campo de saber acadêmico, com suas condições reais de 
comunicação, sua história, o momento por que passa, suas dúvidas e conhecimentos, suas relações 
hierárquicas, de poder; 
- O meio social mais amplo, que sustenta o contexto específico. 
 
 
4- A arte de dissertar 
- Aprendizagem de técnicas e apropriação delas para imprimir-lhes sua marca pessoal; 
 
“(...) é importante seguir certas regras de raciocínio e utilizar argumentos plausíveis sempre em favor de 
uma ação social” (p. 13) 
 
- Nas ciências humanas, essa ação social, “mais do que demonstrar certezas”, consiste em “chegar a 
provas mais ou menos convincentes e a razões mais ou menos razoáveis, o que dá lugar à arte e à ação 
humana”. (p. 13). 
- Questão fundamental antes da organização do trabalho: qual éminha intenção ao produzir 
conhecimento? 
- Estratégia eficiente: organização lógica e levantamento de argumentos a partir do material empírico – é 
preciso esquematizar o plano de trabalho para identificar as possíveis falhas e fazer alterações adequadas: “A 
arte também está na disposição de rever, mudar de ideia em busca de um texto mais bem acabado” (p. 15). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5- O estilo 
 
IMPORTANTE – dois aspectos fundamentais do discurso científico: 
 Não cabem simplificações, ideias de senso comum, pois estamos na ordem da complexa tarefa de 
construção de saberes; 
 Devemos observar formas de organização do enunciado já legitimadas e estabelecidas pelas 
finalidades dessa esfera de atividade humana para efetivarmos o diálogo com o leitor (p. 5); 
 
 
A pessoa do discurso 
 
- 1ª pessoa do singular: efeito de aproximar-se do leitor, assumindo claramente a autoria das ideias 
apresentadas; aconselhável na apresentação de estudos de casos, de pesquisas qualitativas. 
 
 
Quem é o seu leitor? 
Visitante de uma cidade desconhecida, a quem você deve 
ciceronear: 
 Informar na medida para que ele não se perca nas ruas e 
nos desvios. 
 Respeitar o seu desejo e demorar-se em pontos atrativos. 
 Organizar a ordem de apresentação do mapa da cidade, 
de maneira lógica e produtiva, para que ele a conheça e 
desfrute de suas qualidades. 
Fluência, clareza e organização 
 A organização torna o texto fluente. 
 A clareza torna o texto fluente. 
 Só reformulando e reescrevendo se ganha em fluência, ou seja, o texto “desce redondo” 
10 
 
Exemplo 1: 
“O presente artigo consiste na divulgação dos resultados que obtive ao elaborar a monografia de conclusão do 
curso de Especialização em Saberes e Práticas na Educação Básica da UFRJ, modalidade Ensino de Sociologia. (...) 
 Este artigo é, também, resultado das reflexões que acumulei enquanto professora de Sociologia na 
educação básica durante os quase dez anos de exercício do magistério em diferentes realidades e redes de ensino, 
assim como minha participação em diversos fóruns e encontros com a temática “Ensino de Sociologia”. Nestes é 
comum encontrar debates acalorados acerca de questões como: o que exatamente ensinar nas aulas de Sociologia do 
ensino médio, o porquê do ensino de Sociologia, as metodologias de ensino, o uso ou não de discussão teórica com 
os estudantes do ensino médio, o uso do livro didático, a formação do professor de Sociologia e os cursos de 
licenciatura, os problemas de legitimação da disciplina diante dos alunos e da comunidade escolar, dentre outras”. 
1
 
 
- 1ª pessoa do plural: efeito de explicitar claramente inserção do trabalho num grupo de pesquisa; 
aconselhável para trabalhos em que o orientador e o grupo de referência contribuíram ativamente; 
 
Exemplo 2: 
 
Dizer que um programa governamental, ou uma política, falhou, se ele não foi implementado 
adequadamente, é um equívoco, e a responsabilidade do analista de políticas é a de prover evidência e informação 
que permitam considerar não só os resultados alcançados, como também os meios utilizados para atingi-los. 
De fato, muitos programas governamentais não atingem os resultados desejados, devido a falhas no 
processo de sua implementação. Como resultado, o programa pode deixar de atingir a população-alvo desejada, 
como pode também ocorrer que o bem ou o serviço que se pretende produzir não seja distribuído conforme o 
esperado. 
Por este motivo, concordamos com a posição de alguns autores de que a tarefa de analisar uma política deve 
ser concebida como uma atividade incremental, em que a implementação é analisada primeiro, seguida de uma 
avaliação de impacto e, caso a política ou o programa tenha sido considerado eficaz, se procede, então, a uma 
avaliação de custo-benefício, o que faz com que o processo de análise se caracterize por um esforço compreensivo. 
Segundo aqueles autores, em casos nos quais existam razões para acreditar-se que a política não está sendo 
implementada como foi planejado, ou quando os diversos programas que a compõem são implementados de 
maneira diversa por diferentes grupos, os esforços de análise devem ser devotados primeiro ao estudo da 
implementação da política. Se, por outro lado, as políticas são claras e existe ampla evidência disponível sobre a sua 
ímp1ementação, então os esforços podem ser devotados, principalmente, à análise do impacto da política – ou seja, 
até que ponto o programa causou as mudanças esperadas. Finalmente, questões sobre a eficiência econômica de 
uma política tornam-se mais apropriadas após ter sido empreendida uma avaliação do impacto e se existe razão para 
acreditar-se que a intervenção foi por demais custosa, em relação à magnitude dos benefícios alcançados. 
O trabalho que ora apresentamos visa aplicar uma metodologia de análise de Implementação de políticas a 
um programa governamental específico, qual seja, o da Lei n° 6.297/75, de Incentivos Fiscais à Formação 
Profissional nas Empresas, já que são decorridos mais de sete anos da vigência da lei no País. 
A pesquisa que desenvolvemos se beneficia de experiências anteriores de avaliação desta lei e pretende 
diferenciar-se daqueles esforços justamente por seguir um método de análise distinto e por apresentar dados inéditos 
sobre a cobertura da Lei, em termos daquilo que foi realizado em comparação ao programado. 
Este relatório está estruturado da seguinte maneira: no item 2 apresentamos algumas notas sobre uma 
metodologia para analisar a implementação de políticas; no item 3 passamos ao relato do caso da Lei n° 6.297/75, 
quando, então, após uma descrição do programa em termos de suas origens, prioridades e objetivos, passamos a 
aplicar a metodologia descrita no item anterior. Finalmente, no item 4, apresentamos os resultados obtidos, em 
termos da cobertura do sistema de incentivos desde a sua criação até 1981. 
2
 
 
- 3ª pessoa do singular com pronome se/uso da voz passiva: efeito de distanciar-se do objeto de estudo e 
de apresentá-lo de maneira mais objetiva e impessoal; aconselhável para pesquisas majoritariamente 
informativas e técnicas. 
 
 
 
 
1
 NEVES, Ana Beatriz Maia. Sociologia no Ensino Médio: com que “roupa” ela vai? UFRJ / SEEDUC-RJ. 
2
 In: Analisando a implementação de políticas públicas – o caso da Lei n. o 6.297/751- de incentivos fiscais à formação 
profissional nas empresas http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/10.1590_S0034-75901984000400030.pdf. 
11 
 
Exemplo 3: 
 
Introdução 
A preocupação em manter relações saudáveis e fortalecidas entre empresa e consumidor está alinhada com 
a evolução da concepção de marketing (Barnes, 2002). Esta tem por base a fonte de diferenciação e vantagem 
competitiva conforme a oferta de relacionamentos únicos sustentados por pilares como a confiança no parceiro e o 
comprometimento das partes na relação (Morgan & Hunt, 1994), além da possibilidade de criação conjunta de valor 
(Grönroos, 1997). Somado a isto, para estratégias defensivas sobre bases de receita de uma empresa, A. Fornell 
(1992) ressalta dois caminhos: (a) aumentar o nível de satisfação e (b) criar barreiras de troca. Neste caso, a busca 
por excelência de produtos e serviços e satisfação do consumidor data de meados da década de 60 (Oliver, 1981). Já 
no que tange à criação de barreiras de troca, inúmeras situações podem oferecer subsídios para esta situação, como a 
exclusividade ou a compatibilidade de produtos e serviços (Grönroos, 1997), a força e poder da marca (Kapferer, 
2003), o atendimento ou demais pontos de contato da empresa com o consumidor (Zeithaml, 1988), entre outros. 
Neste contexto,é possível perceber o valor conceitual e prático da qualidade do relacionamento em uma relação 
comercial. 
Na década de 1990, Fournier (1998) expandiu a perspectiva de análise e acresceu a presença da marca nas 
avaliações de relacionamento. Para tanto, a autora fez uso de teorias de relacionamento pessoal e propôs um modelo 
conceitual chamado de Brand Relationship Quality (BRQ), no qual destacou três tipos de ligações: (a) Ligações 
afetivas e socioemotivas (amor/paixão e autoconexão); (b) Ligações comportamentais (interdependência e 
comprometimento); e (c) Ligações cognitivas (intimidade e parceria). Em 2000, a autora apresentou uma proposta 
de mensuração do modelo, mas com alguns gaps, como a junção operacional entre amor e comprometimento, bem 
como separação da variável intimidade em termos da avaliação consumidor x empresa e empresa x consumidor 
(Fournier, 2009). Tais gaps incitam o desenvolvimento de instrumentos de medida que sejam mais fiéis à proposta 
original e que mantenham, na íntegra, a particularidade de cada variável envolvida no modelo. O BRQ, em sua 
essência, reflete a capacidade da marca manter uma relação com o consumidor por meio do compartilhamento de 
significados acerca da marca e da experiência do consumidor. 
Ressalta-se ainda que a manifestação do BRQ não é evidente e visível em uma primeira análise entre 
consumidores. Por exemplo, não se trata apenas da recompra, mas, sim, de investigar as razões de consumo de 
determinada marca considerando o compartilhamento de valor, identidade e imagem da marca (Keller & Machado, 
2006; Reimann & Aron, 2009). Neste caso, agrega-se valor à percepção e à experiência do consumidor com a marca 
como elemento fundamental do BRQ em resposta à oferta de uma determinada no mercado (Ashworth, Dacin, & 
Thomson, 2009). 
Por fim, tem-se que para o indivíduo/consumidor os relacionamentos são constituídos porque estão 
apoiados em alguma finalidade e/ou função como as questões utilitárias, emocionais/hedônicas, expressivas de 
valor, de afiliação, inserção social e/ou de estabilidade/conforto social (Ashworth et al., 2009). Ressalta-se, neste 
contexto, que estas funções são obtidas pelo contato e uso contínuo da marca e, portanto, estão associadas à 
manifestação de um comportamento leal. 
Desta forma, clarifica-se que o propósito deste estudo é verificar a relação da qualidade do relacionamento 
com marca sobre a lealdade do consumidor. Nesse sentido, três outros produtos do estudo são explorados: (a) a 
validação de um modelo de mensuração da qualidade do relacionamento com marca – BRQ; (b) a verificação da 
estrutura refletiva do BRQ sobre os construtos que o compõem, e (c) a verificação da relação do BRQ sobre a 
lealdade e das possíveis variáveis categóricas que interferem este processo de avaliação.
3
 
 
Lembre-se: qualquer que seja a opção, o leitor sempre precisa ser comunicado, no decorrer do 
texto, de que o estudo apresenta o movimento da área de conhecimento em foco. 
 
Exercícios: 
 
1- Volte-se para sua área de estudo e elabore cinco perguntas que instigam sua curiosidade quando você 
tem contato com os textos e teorias. 
2- Pergunte-se: qual a pertinência dessas questões e quais benefícios as respostas poderiam trazer à 
sociedade? 
3- Agora, tente elaborar novas perguntas a partir das respostas. 
4- Retome os exemplos 1, 2 e 3 acima. Reescreva os trechos em que há menção à 1ª pessoa do singular, à 
1ª pessoa do plural ou à 3ª pessoa, alterando o padrão referente à pessoa do discurso. Observe e relate 
os efeitos que essa alteração provoca. 
 
3
 A Qualidade do Relacionamento com Marca e as Implicações sobre a Lealdade. http://www.anpad.org.br/periodicos/arq_pdf/a_1381.pdf 
12 
 
Manifestações linguísticas do aspecto dialógico 
 
Para elaborar um texto acadêmico com as características descritas na seção anterior, o autor (seja 
ele pesquisador/professor, seja aluno) empreende algumas ações, que têm como propósito contribuir para 
que o texto cumpra determinadas funções comunicativas. Essas ações/funções são basicamente quatro: 
 reportar  sumarizar  analisar  teorizar 
 
A ação de reportar consiste em: 
 descrever e/ou narrar fatos e fenômenos, selecionando os aspectos que são relevantes para o que se 
pretende provar no texto; 
 citar argumentos de autoridade, conceitos ou teorias de outros autores. 
Por meio dessa ação, o autor inclui no texto dados e afirmações que não são seus, mas que são 
muito importantes para dar credibilidade à sua própria argumentação. 
 
A ação de sumarizar consiste em mostrar ao leitor os pontos principais que serão ou que foram 
abordados no texto. Essa síntese costuma ser feita na introdução ou na conclusão, de duas maneiras: 
 de forma explícita, com palavras referentes a tópicos que serão ou que foram apresentados no texto 
(“objetivo”, “conceitos”, “princípios”, entre muitos outros); 
 de forma implícita, com palavras referentes ao tema tratado, palavras que compõem o(s) campo(s) 
semântico(s) do assunto. 
 
A ação de analisar consiste em relacionar fenômenos (fatos, situações) e proposições (ideias, 
conceitos), estabelecendo relações de sentido entre eles. Por meio dessa ação, percebe-se que agora o autor se 
afasta mais dos fatos e chega a conclusões – isto é, produz novas ideias. 
 
Por fim, a ação de teorizar, que é a principal em textos acadêmicos, consiste em propor ou revisar 
conceitos, fazer generalizações sobre o tema, a fim de definir e estabelecer uma forma de enxergar esse 
tema que seja considerada como a mais adequada pelo autor. 
 
Exercícios: 
1- Leia o artigo produzido por um aluno do UNILASALLE como TCC (Trabalho de Conclusão de 
Curso), disponibilizado no portal e na copiadora. Procure identificar as quatro ações mencionadas acima, 
assinalando os recursos linguísticos empregados para explicitá-las. Caso não perceba o uso explícito de 
recursos linguísticos, registre essa observação, para debatermos em aula. 
------------------------------------------- 
 
Coesão sequencial 
 
Para começar este tópico, vamos ativar os conhecimentos que você já tem sobre a conexão entre as 
ideias de um texto, tanto no nível da frase, quanto no nível do parágrafo. Leia as redações abaixo e, em 
seguida, faça as atividades na ordem em que aparecem: 
Elaboração: Paula Lessa (PG Letras – UFRJ) 
 
REDAÇÃO I 
 
Influência cinematográfica 
 
O cinema corresponde a um grande avanço tecnológico. Assim que surgiu, as imagens dos filmes 
exibidos eram em preto e branco e não havia som. Era exigido do público maior compreensão da mensagem 
que estava sendo passada, se comparado ao da atualidade, com som e imagem colorida, portanto. 
Para a maioria dos frequentadores, ir ao cinema não representa mais do que lazer. Porém, a partir dos 
filmes, podemos ter acesso a culturas diferentes, o que os torna um dos grandes responsáveis pela formação de 
opinião pública. Os filmes não são criados apenas com o objetivo de divertir a população. Há por trás, grandes 
interesses tanto financeira como em relação à informação que se passa. Os atores influenciam não só na forma 
de encarar o mundo, mas também na forma de se vestir e falar. Lançam modas. 
13 
 
Além disso, temos hoje um índice de analfabetismo muito grande, se referido como mundial. Essa 
parte da população, menos favorecida, encontra nos filmes uma forma de integrar-se, de “igualar-se” à 
parte mais favorecida. Torna-se cada vez mais difícil o acesso aos livros, não somente por causa do 
cinema. Os meios de comunicação audiovisuais são melhores aceitos, mais visados, por não exigir do 
público grande capacidade de interpretação e conhecimento geral. Apenas assistem e aceitam a linha de 
raciocínioque é usada. 
Sendo assim, o cinema deveria ser visto pela sociedade como mais uma forma de aprendizado e 
crescimento cultural. Infelizmente, não é o que acontece com a maioria, a qual se deixa influenciar por 
qualquer opinião alheia. Antes de pensar se trata-se de um meio de comunicação audiovisual, visual ou 
apenas auditivo, a pessoa informada deve ter condições de selecionar o que é verdadeiro e o que é 
absurdo. Apenas uma questão de senso e educação. 
 
REDAÇÃO II 
 
Poder de transformação 
 
O grande cineasta brasileiro Glauber Rocha, certa vez, disse uma frase que se tornou célebre: 
“Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. O que, para ele, era um manifesto do Cinema Novo, acaba 
por ser, também, uma definição certeira da capacidade que o cinema tem de influenciar e marcar 
realidades e contextos. Na atualidade, a obra e o fazer cinematográficos constituem importantes práticas 
sociais, por se afirmarem como criadores de artistas excepcionais e meios capazes de difundir ideias e 
valores para as mais diversas sociedades e culturas. 
A era atual é cultuada por avanços tecnológicos cada vez mais constantes e admiráveis. Os meios 
de comunicação massificados atingem uma gama considerável da população mundial, ditando valores e 
tendências. Assim, é possível afirmar que, em tempos de tecnologia avançada, o cinema é a manifestação 
artística mais próxima a essas massas, que possuem pouco acesso a outros tipos de arte, como a pintura e 
música clássica e erudita, principalmente em países em desenvolvimento, como Brasil. Isso ocorre porque, 
além de o aparato técnico ser imprescindível para o fazer cinematográfico, parte da programação dos 
canais de televisão aberta é composta por filmes, logo, basta ter um aparelho de TV para ter contato com 
diferentes cinematografias e obras. 
Ainda, o cinema conta com uma capacidade particular de retratar o real, mesmo que por meio de 
visões ficcionais e individuais de autores. Em seu formato mais recorrente e difundido, um filme de cerca 
de duas horas consegue encenar momentos históricos e atuais, difundindo o conhecimento a quem o 
assiste. Com isso, ele ajuda a formar o entendimento e a consciência crítica a respeito da realidade 
circundante, além de disseminar conhecimento sobre outros povos e culturas para pessoas que não 
necessariamente viveram em outras épocas ou já visitaram outros lugares. 
Por fim, é válido examinar o caráter de entretenimento do cinema. Vive-se em um mundo onde o 
tempo é escasso, o mercado de trabalho é concorrido e o capitalismo é ferrenho e cruel. Com isso, o nível 
de estresse e tristeza tende a ser altíssimo. Assim, filmes têm a capacidade de ser uma grande diversão 
para as massas. Ainda que eles não sejam necessariamente intelectualizados, ou não tenham caráter 
informativo em diversas ocasiões, podem servir como uma distração eficaz e necessária, uma fuga 
momentânea dos problemas do dia a dia. 
Dessa forma, é possível apontar o cinema como um dos mais importantes meios de prática social 
existentes no contexto atual. Além de poder informar, instruir e moldar as capacidades críticas dos 
cidadãos, que tomam conhecimento de fatos e momentos cruciais de sua realidade e das demais, ele serve 
como uma excelente forma de escapismo e diversão. Ainda, no caso brasileiro, o cinema consegue retratar 
problemáticas nacionais e fazer com que as pessoas reflitam e discutam sobre elas. Cabe ao Governo criar 
ainda mais cursos de cinema em universidades, para formar profissionais capacitados, e continuar a 
incentivar a produção nacional por meio de editais e concursos. O artista com uma câmera na mão e uma 
grande ideia na cabeça pode até não mudar o mundo, mas certamente consegue ajudar a fazê-lo. 
 
 
14 
 
AATTIIVVIIDDAADDEE II 
 
A redação I difere estruturalmente da redação 2 em termos gerais. A partir da observação das duas 
redações, reflita sobre o modo como as redações foram construídas e explique as diferenças 
estruturais existentes nas redações 1 e 2, tais como diferenças na utilização de sinais de pontuação 
(pontos finais e vírgulas), utilização de conjunções e tamanho dos períodos que compõem as 
redações. 
 
AATTIIVVIIDDAADDEE IIII 
 
OOBBSSEERRVVEE OOSS TTRREECCHHOOSS RREETTIIRRAADDOOSS DDAASS DDUUAASS RREEDDAAÇÇÕÕEESS:: 
 
REDAÇÃO 1 
1. “O cinema corresponde a um grande avanço tecnológico. Assim que surgiu, as imagens dos 
filmes exibidos eram em preto e branco e não havia som.” 
2. “temos hoje um índice de analfabetismo muito grande, se referido como mundial. Essa parte da 
população, menos favorecida, encontra nos filmes uma forma de integrar-se, de “igualar-se” à parte mais 
favorecida.” 
3. “o cinema deveria ser visto pela sociedade como mais uma forma de aprendizado e crescimento 
cultural. Infelizmente, não é o que acontece com a maioria, a qual se deixa influenciar por qualquer 
opinião alheia.” 
 
REDAÇÃO 2 
1. “Na atualidade, a obra e o fazer cinematográficos constituem importantes práticas sociais, por 
se afirmarem como criadores de artistas excepcionais e meios capazes de difundir ideias e valores para as 
mais diversas sociedades e culturas.” 
2. “parte da programação dos canais de televisão aberta é composta por filmes, logo, basta ter um 
aparelho de TV para ter contato com diferentes cinematografias e obras.” 
3. “Ainda que eles não sejam necessariamente intelectualizados, ou não tenham caráter 
informativo em diversas ocasiões, podem servir como uma distração eficaz e necessária, uma fuga 
momentânea dos problemas do dia a dia.” 
 
Identifique as relações semânticas (contraste, explicação, conclusão, causa, condição, finalidade, 
tempo) estabelecidas entre as orações destacadas acima. Quando necessário, volte ao texto. 
 
AATTIIVVIIDDAADDEE IIIIII 
 
Pense acerca da atividade II e disserte sobre as perguntas abaixo: 
 
a) Qual das duas redações apresentou maior dificuldade para você em termos de identificação da relação 
semântica? 
b) Em sua opinião, por que nestas construções foi mais difícil identificar as relações semânticas? 
 
AATTIIVVIIDDAADDEE IIVV 
 
Diga qual dos dois textos se apresenta melhor em termos de estruturação de ideias com a 
finalidade de convencer o leitor e adequação à norma padrão escrita de língua portuguesa. 
Justifique sua resposta, tentando relacionar tudo aquilo sobre o que você refletiu nas atividades 
anteriores (diferenças estruturais discutidas na atividade I, maior/menor dificuldade em identificar 
relações semânticas como na atividade II e III). 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Articulação sintática do texto: elementos de coesão sequencial 
 
Adaptado de: CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção. A Escritura do Texto. 2ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2001; 
PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto. Leitura e redação. 16ª ed. São Paulo: Ática, 2000. 
 
A coesão lógica e argumentativa de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados 
obviamente não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles. Essas relações de 
sentido são manifestadas sobretudo por certa categoria de palavras, chamadas conectores ou elementos de 
coesão sequencial. Sua função no texto é exatamente a de pôr em evidência as diversas relações 
semânticas que existem entre os enunciados. 
O que se coloca como mais importante no uso desses elementos de coesão é que cada um deles tem 
um valor, isto é, um significado típico. Vale frisar que os conectores não só ligam partes do discurso, 
como também, e principalmente, estabelecem entre elas um certo tipo de relação semântica, específica e 
diferente das demais: adição, causa, explicação, finalidade, conclusão, contraste, concessão, 
proporcionalidade, condição, esclarecimento/retificação,exemplificação, entre outras. Dessa forma, 
ao escrever, deve-se ter o cuidado de usar o elemento apropriado para exprimir o tipo de relação que se 
quer estabelecer. 
Ao longo de sua trajetória escolar e acadêmica, você vem tendo contato com textos escritos de 
diversos gêneros e, por isso, também com elementos que promovem a coesão sequencial – como 
conjunções, preposições e advérbios, entre outros. Para aprender mais sobre articulação sintática/coesão 
sequencial, estude o capítulo 3 (“Articulação sintática do texto – Uso dos operadores argumentativos”) do 
livro Curso de redação, de Antônio Suárez Abreu (a referência completa está na página 1 desta apostila. 
O livro pode ser encontrado na biblioteca da faculdade e também na Biblioteca Virtual: 
http://www.unilasalle.edu.br/rj/biblioteca-virtual/). Faça também os exercícios dados no capítulo. 
Agora, veja alguns exemplos de conectores e as relações que estabelecem. Confronte as 
explicações abaixo com suas escolhas no texto acima: 
 
 Assim, desse modo, dessa forma, dessa maneira: têm valor exemplificativo e complementar. 
Normalmente introduzem uma sequência que serve para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se 
disse antes. Ex.: O governador resolveu não se comprometer com nenhuma das facções em disputa 
pela liderança do partido. Assim, ele ficará à vontade para negociar com qualquer uma que 
venha a vencer. 
 
 E, nem, não só... como / mas (também): anuncia o desenvolvimento do discurso (ao contrário da 
repetição do que foi dito antes); indica uma progressão semântica que adiciona, acrescenta algum 
dado novo. Ex.: O centro de comércio popular, que começou a se formar há cerca de cem anos e 
se tornou um shopping a céu aberto em 1962, não só mantém a tradição comercial como prova 
que ela pode ser atualíssima.
1 
 
 
 Ainda: serve, entre outras funções, para introduzir mais um argumento a favor de determinada 
conclusão, ou para incluir um elemento a mais em um conjunto qualquer. Ex.: O nível de vida dos 
brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. Convém lembrar ainda que os serviços 
públicos são extremamente deficientes. 
 
 Aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem um argumento decisivo, apresentado 
como acréscimo, justamente para dar o golpe final no argumento contrário. Ex.: A Austrália 
aparece em segundo lugar na preferência dos estudantes (...). Na Europa, a Espanha é o destaque. 
Na América do Sul, Argentina e Chile são opções mais baratas com o real fortalecido. Além disso, 
dispensam o visto de entrada.
2 
 
 
 Isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras: introduzem esclarecimentos, retificações ou 
desenvolvimento do que foi dito anteriormente. Ex.: Sentimos um mal-estar mais ou menos 
persistente, vamos ao médico. Ele então nos aplica a medicina moderna, que consiste em nos enviar 
para a NASA, ou seja, a um número aparentemente infinito e crescentemente especializado de 
laboratórios e clínicas, para fazermos exames de nomes extraterrestres. 
3 
 
 
16 
 
 Logo, portanto, então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso: marcam 
relação de conclusão. Ex.: A Microhoo!, como a eventual empresa foi apelidada, teria fôlego para 
enfrentar a predominância do Google. Por isso, a Microsoft ofereceu um dos maiores valores em 
transações entre companhias de tecnologia desde o estouro da bolha das pontocom, em 2000.
 7 
 
 
 Mas, porém, contudo, no entanto, entretanto, e outros conectores adversativos: marcam 
oposição ou contraste entre dois segmentos do texto. Portanto, só se podem ligar, com esses 
elementos, enunciados que se oponham. Às vezes a oposição se faz entre significados implícitos 
no texto. Ex.: O fato de uma empresa querer manter o modelo de administração familiar não é, na 
Saara, motivo de preocupação. O ideal de muitas (...) é continuar do mesmo tamanho. Porém, as 
gerações mais novas vêm chegando bem mais preparadas ao comando dos negócios. 
1 
 
 
 Embora, ainda que, mesmo que, apesar de (que), conquanto e outros conectores concessivos: 
são elementos que estabelecem ao mesmo tempo uma relação de contradição e de concessão. 
Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento. Trata-se de uma 
estratégia de argumentação muito consistente: sem negar as possíveis objeções (isto é, opiniões 
opostas), afirma-se um ponto de vista contrário. Ex.: A porcentagem de brasileiros que fumam 
chega a ser inferior à dos americanos, por exemplo, ainda que nos Estados Unidos as campanhas 
antifumo sejam mais antigas e agressivas do que as daqui. 
4 
 
 
 Mesmo, até, até mesmo; ao menos, pelo menos, no mínimo: servem para estabelecer gradação 
entre os componentes de uma certa escala. Ex. 1: Como as fontes de geração de energia 
hidrelétrica estão distantes dos principais centros de consumo, são necessárias longas linhas de 
transmissão, o que aumenta a possibilidade de interrupção por problemas técnicos, fenômenos 
climáticos (tempestades, ventanias, inundações) ou até acidentes e sabotagem nas torres que 
sustentam os cabos. 
5 
Ex. 2: É preciso garantir ao homem seu bem-estar: o lazer, a cultura, a 
liberdade, ou, no mínimo, a moradia, o alimento e a saúde. 
 
 Porque, como, porquanto, já que, visto que, uma vez que, por (causa de), em virtude de, 
devido a etc.: exprimem relação de causa; o segmento introduzido por um desses conectores 
expressa o motivo ou razão que originou a ideia do outro segmento. Ex.: Em excesso, as algas 
ameaçam todas as outras formas de vida porque, quando morrem, são degradadas por bactérias 
num processo que consome grande parte do oxigênio da água.
6 
 
 
 Se, caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que: introduzem segmento que 
expressa condição para que haja ou ocorra a ideia expressa no outro segmento. Ex.: Ainda é 
possível desarmar o poder paralelo que se instaurou nos morros do Rio, contanto que se 
esqueçam das rixas políticas e se tomem medidas enérgicas. 
 
 Para, a fim de, com o propósito de, com a intenção de, com o intuito de, com o objetivo de: servem 
para introduzir um segmento que indica a finalidade, o motivo ou propósito de outra ideia expressa. Ex.: 
Para enfrentar o Google, a empresa de Bill Gates oferece 44,6 bilhões de dólares pelo Yahoo! 
7 
 
 
Fonte de alguns dos exemplos: 
1
 “E a Saara resiste”. Caderno Boa Chance, O Globo, 10/02/2008; 2 “Dólar em baixa, intercâmbio em alta”. Boa Chance, O 
Globo, 09/03/2008; 
3 “Viroses da vida”, João Ubaldo Ribeiro. Opinião. O Globo, 09/03/2008; 4 “Um raio X da saúde dos 
brasileiros”. Especial, Veja, 05/03/2008; 5 “Aqui como lá”. O Globo, 16/08/2003; 6 “Oceano de plástico”. Ambiente. Revista 
Veja, 05/03/2008; 
7 “Vem aí a Microhoo!”. Economia, Veja, 13/02/2008. 
 
Exercícios: 
 
1- Identifique as proposições que se articularam para compor os períodos abaixo e o tipo de relação 
lógico-semântica entre elas. Note que, em alguns casos, há mais de duas orações articuladas, o que 
implica identificar mais de uma relação lógico-semântica. 
 
a) São Paulo precisa da lei antifumo, para que pelo menos aqueles que não fumam possam viver sem ter 
a nicotina presente em sua corrente sanguínea. 
 
17 
 
b) Todos os dias, toneladas de lixo são produzidas e despejadas em postos de coleta, mas cerca de 25% 
desse entulho acaba indo para locais impróprios como lixões a céu aberto, fomentando problemas 
sociais e ambientais e tornando inviável, em longo prazo, o estilo de vida consumista adotado pela 
maior parte da sociedade. 
 
c) Ora, se a situação democrática do país melhorou, ou seja, não há mais repressão e podemos exprimir 
nossas opiniões abertamente, uma das possíveis causas para este posicionamento dos jovens em não 
votar é afalta de estímulos em participar de uma esfera social que está com sua imagem e reputação 
tão denegrida. 
 
d) A falta de estímulos leva o jovem a se acomodar no papel de cidadão impotente ante a corrupção 
política. Porém, atitudes como essa apenas agravam a situação, pois, se não há cidadãos que 
protestam, a roubalheira e os escândalos continuam. 
 
e) É importante salientar que, ao fumarem nos locais citados na nova lei antifumo, as pessoas estão não 
só condenando as suas próprias vidas, mas também encurtando o período de vida das pessoas à sua 
volta. 
 
f) O lixo é uma questão de cidadania e responsabilidade social, mas a maioria dos cidadãos, ao ser 
perguntada sobre o destino final, processamento e impactos do lixo no meio ambiente, seria finalmente 
forçada a admitir que pouco sabe sobre essas questões cruciais. 
 
g) A virgindade, portanto, não era apenas um valor moral ou religioso, mas também uma forma de 
retardar o ato sexual até o momento em que o casal atingisse um nível psicológico mais elevado. 
 
h) A proibição do fumo em lugares públicos não feriu direito algum, já que a medida visa a proteger, sim, 
o direito daquele que preza por sua saúde, mantendo a liberdade de envenenar-se quem assim o 
desejar. 
 
i) Como o ser humano defende sua liberdade acima do direito do outro, cabe muito bem que as 
autoridades legislativas defendam esse direito, mesmo que essa defesa não tenha sido baseada única e 
exclusivamente na integridade do não fumante. 
 
j) É possível que fumantes e não fumantes vivam em harmonia, desde que cada um respeite a liberdade 
do outro, que é exatamente o que essa nova lei propõe. 
 
k) A lei antifumo, aprovada pelo governador de São Paulo, vem ao encontro da solução do problema. 
Além disso, elevar o preço é uma medida eficaz; entretanto, deve-se criar uma estrutura para o 
combate ao contrabando, pois aumentar o custo do cigarro levará ao aumento do comércio ilegal, o 
qual está relacionado a uma série de atos e políticas criminosas. 
 
l) No Brasil, medidas que aparentemente são simples, como, por exemplo, um investimento de qualidade 
na educação do país, não são adotadas seriamente. Se isso ocorresse, haveria uma boa possibilidade de 
os jovens não recorrerem à criminalidade. 
 
2- Observe as construções a seguir e marque as que apresentam problemas. Justifique a sua escolha. 
 
a) ( ) As usinas nucleares no Brasil possuem um papel importante para o dia a dia de muitos 
trabalhadores, portanto os lixos extraídos têm comprometido a vida de muitas pessoas. 
( ) As usinas nucleares no Brasil possuem um papel importante para o dia-a-dia de muitos trabalhadores, 
mas o lixo extraído das usinas têm comprometido a vida de muitas pessoas. 
( ) As usinas nucleares no Brasil possuem um papel importante para o dia-a-dia de muitos trabalhadores, 
extraindo os lixos que têm comprometido a vida de muitas pessoas. 
 
18 
 
b) ( ) Devido à digitalização dos processos pela internet, extingue-se grande quantidade de pilhas de 
papéis que todos os dias chegam aos fóruns. Além de acabar também com um grande problema que se 
enfrentava com o sumiço de muitos dos processos que não eram resolvidos nunca. 
 ( ) Devido à digitalização dos processos pela internet, extingue-se grande quantidade de pilhas de papéis 
que todos os dias chegam aos fóruns, além de ter acabado também o grande problema que se enfrentava 
com o sumiço de muitos dos processos que não eram resolvidos nunca. 
( ) Devido à digitalização dos processos pela internet, extingue-se grande quantidade de pilhas de papéis 
que todos os dias chegam aos fóruns. Acabou também o grande problema que se enfrentava com o sumiço 
de muitos dos processos que não eram resolvidos nunca. 
 
c) ( ) Outro aspecto importante é resgatar as pessoas que hoje sobrevivem dos "lixões" e devolvê-las à 
dignidade. Inserindo-as na e para a economia, valorizando um trabalho, separar e classificar o lixo, o qual 
deverá ser feito para benefício de todos. 
( ) Outro aspecto importante é resgatar as pessoas que hoje sobrevivem dos "lixões" e devolvê-las à 
dignidade, inserindo-as na e para a economia, valorizando um trabalho de separar e classificar o lixo, o 
qual deverá ser feito para benefício de todos. 
( ) Outro aspecto importante é resgatar as pessoas que hoje sobrevivem dos "lixões" e devolvê-las à 
dignidade, inserindo-as na e para a economia, a fim de valorizar o trabalho de separar e classificar o lixo, 
o que deverá ser feito para benefício de todos. 
( ) Outro aspecto importante é resgatar as pessoas que hoje sobrevivem dos "lixões" e devolvê-las à 
dignidade, inserindo-as na e para a economia, a fim de valorizar um trabalho, separar e classificar o lixo, o 
que deverá ser feito para benefício de todos. 
 
d) ( ) A partir do que foi explanado acima, pode-se perceber que a "cultura do estupro", onde tal crime é 
visto como normal e as suas vítimas são vistas como culpadas, não é apenas presenciada na sociedade 
brasileira, e se vê também que a educação machista que é incorporada pela maioria das famílias desde os 
tempos mais remotos, tira a culpa do sexo masculino na maioria dos casos. 
( ) A partir do que foi explanado acima, pode-se perceber que a "cultura do estupro", onde tal crime é 
visto como normal e as suas vítimas são vistas como culpadas, não é apenas presenciado na sociedade 
brasileira, pois, a educação machista, que é incorporada pela maioria das famílias desde os tempos mais 
remotos, tira a culpa do sexo masculino na maioria dos casos. 
( ) A partir do que foi explanado acima, pode-se perceber que a "cultura do estupro", em que tal crime é 
visto como normal e as suas vítimas são vistas como culpadas, não é apenas presenciada na sociedade 
brasileira, e se vê também que a educação machista, que é incorporada pela maioria das famílias desde os 
tempos mais remotos, tira a culpa do sexo masculino na maioria dos casos. 
 
3- Relacione as ideias do grupo de orações abaixo, juntando-as num só parágrafo completo. Utilize os 
recursos de coesão textual. Você poderá fazer modificações na ordem, se achar conveniente. Explore mais 
de uma possibilidade de articulação. 
 
a) Muitas lojas de São Paulo estão decepcionadas com as vendas de Natal. 
Muitas lojas de São Paulo acreditam que as vendas melhorarão no próximo ano. 
Muitas lojas de São Paulo estão com suas mercadorias encalhadas. 
 
b) Deve haver censura na televisão. 
Algumas novelas passam cenas impróprias para crianças. 
Os filmes falam sobre psicopatas, adolescentes desajustados, traições, violência. 
Há motivos para haver censura na televisão. 
 
c) As olimpíadas no Brasil terão lugar em 2016. 
O Rio de Janeiro está se preparando há anos. 
O governo brasileiro deveria repensar a política histórica de construção de obras gigantes. 
Há suspeita de superfaturamento na construção das instalações olímpicas. 
A população está dividida quanto ao apoio aos Jogos. 
19 
 
d) A escassez de água no nordeste é um problema brasileiro crônico. 
No início do século vinte, Rachel de Queiroz escreveu o romance O Quinze, sobre o tema. 
As ações políticas para eliminá-la se limitam a soluções paliativas. 
As precisões dos institutos de meteorologia não indicam que no futuro a situação vá mudar. 
A população brasileira não se conscientiza agentivamente para resolver o problema. 
O desenvolvimento do nordeste está diretamente ligado ao fim do problema da seca. 
------------------------------------------------ 
 
III. Paráfrase: mecanismos sintáticos 
 
Fonte: ILARI, Rodolfo. Introdução à Semântica – brincando com a gramática. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2003. 
 
Objetivo: explorar os mecanismos sintáticos que criam alternativas de expressão para um mesmo 
conteúdo.Caracterização geral: Há operações sintáticas que “preservam o sentido”. O uso dessas operações 
torna-se então um recurso para construir frases sinônimas. 
Material linguístico: a paráfrase tem em muitos casos um fundamento sintático: passamos de uma 
sentença à sua paráfrase usando as mesmas palavras (ou palavras da mesma família) e mudando apenas a 
construção. Os exemplos mais célebres de operação sintática que resulta em paráfrase são: 
- a formação da voz passiva: Cabral descobriu o Brasil = O Brasil foi descoberto por Cabral; 
- a nominalização: A justiça ordenou a entrega imediata da criança aos pais = A justiça ordenou que a 
criança fosse entregue imediatamente aos pais; 
- a substituição de uma forma verbal finita por uma forma verbal infinita: Aos 30 anos pegaria mal que eu 
pedisse/se eu pedisse dinheiro a meus pais. = Aos 30 anos, pegaria mal eu pedir dinheiro a meus pais; 
- alçamento de certos verbos: Para a maionese endurecer, é preciso que a vasilha esteja absolutamente 
seca = Para que a maionese endureça, a vasilha precisa estar absolutamente seca; 
- a substituição de verbos por advérbios e vice-versa (aparentemente: parecer; possivelmente: poder; 
necessariamente: precisar; geralmente: costumar etc.): Os ensaios da banda são feitos habitualmente na 
noite da quarta-feira = Os ensaios da banda costumam ser feitos na noite de quarta-feira. 
 
Na realidade, a escolha entre construções gramaticais “que têm o mesmo sentido” nunca é 
totalmente indiferente: 
 
 Porque as duas sentenças respondem a perguntas diferentes. 
Quanto são dois mais dois? Dois mais dois são quatro (OK) 
Quanto são dois mais dois? Quatro são dois mais dois. (??) 
 
 Porque elas argumentam em sentidos diferentes. 
Pedro é mais fraco que João. Ele não vai conseguir levantar a caixa. (OK) 
João é mais forte que Pedro. Então Pedro não vai conseguir levantar a caixa. (??) 
 
 Porque a diferença entre as duas formas pode ser usada como um meio para alcançar certos efeitos 
de sentido: 
Não sou eu que trabalho na mesma sala que o Paulo, ele é que trabalha na mesma sala que eu. 
 
Exercícios 
 
1- Modifique conforme o exemplo: 
 
Foi assim que o José descobriu que estava doente = Foi assim que o José descobriu sua doença. 
 
a) Os testes desmentiram que boa parte do material estivesse contaminado. 
b) O discurso mostra que o presidente não está despreparado para exercer o cargo. 
c) Ninguém duvida hoje que as motivações com que circulou o boato tinham caráter político. 
d) Certos fatos só se explicam pela hipótese de que a célebre espiã estava simultaneamente 
comprometida com as duas potências em conflito. 
e) Surpreendeu os jornalistas que o velhinho estivesse lúcido, aos 103 anos. 
20 
 
f) Naquele momento, alguém lembrou que o presidente do sindicato não era hábil no trato de 
questões que exigiam sensibilidade política. 
g) Desde o primeiro momento, nenhum dos técnicos do laboratório se dispôs a afiançar que a fita-
cassete era autêntica. 
h) Qualquer químico confirmará a você que as sementes de mamona, com que você brincava em 
criança, são altamente tóxicas. 
 
2- As nominalizações são bastante frequentes nos jornais, sobretudo nas notícias curtas. Um 
caderno regional da Folha de S. Paulo de 4 de maio de 2000 trazia, num canto de página, estas “Notas”: 
 
 
Redija novamente as três notas, usando uma oração completa no lugar das nominalizações grifadas 
(faça também outras alterações para aperfeiçoar a paráfrase). 
 
3- Às vezes, a expressão formada por um substantivo mais um verbo “semanticamente 
fraco” pode ser substituída com vantagens por um único verbo com a mesma raiz que o nome: 
Efetuar o cálculo do imposto = Calcular o imposto 
Tomar a medicação sem consultar o médico = Medicar-se sem consultar o médico 
Fazer a compra de um microscópio = Comprar um microscópio etc. 
Às vezes, é vantagem utilizar a expressão composta (verbo + nome). Veja o texto abaixo, e avalie 
se há interesse em substituir as construções verbo + nome. 
 
COMUNICAÇÕES: Estudo britânico e canadense usou vermes 
SALVADOR NOGUEIRA Free-lance para a Folha 
 
Cientistas da Universidade de Nottingham, Reino Unido, e da Universidade da Colúmbia 
Britânica, Canadá, realizaram um estudo em vermes nematódeos e determinaram que ondas emitidas de 
telefones celulares podem causar modificações em células. 
Apesar de os cientistas não afirmarem que o mesmo efeito necessariamente ocorre em células 
humanas, a descoberta instiga a polêmica sobre os riscos do uso de telefones celulares. “Apesar de vermes 
nematódeos estarem muito distantes do homem, a resposta que monitoramos é muito similar em todos os 
organismos. É portanto essencial que testes similares sejam feitos usando células humanas”, disse à Folha 
David de Pomerai, líder da equipe que realizou a pesquisa. 
Até hoje, o consenso era de que os celulares não prejudicam a saúde porque o nível de exposição 
às micro-ondas é insuficiente para causar o aquecimento das células. O estudo, a ser publicado na revista 
“Nature” do dia 25, mostra que os riscos das micro-ondas podem não estar restritos apenas ao 
aquecimento. As células da maior parte dos organismos, quando estão sob condições danosas a proteínas, 
PTB anuncia hoje 
candidato de 
Sumaré 
O diretório municipal do 
PTB em Sumaré anuncia 
hoje o lançamento do 
nome da vereadora 
Cristina Carrara como 
candidata a prefeita da 
cidade. Caso a 
vereadora vença as próximas 
eleições, será a 
primeira vez que a cidade 
de Sumaré terá uma 
mulher como prefeita. 
 
Prazo para 
concurso termina 
amanhã 
O prazo para as inscrições 
no concurso público 
aberto pela Prefeitura 
de Campinas termina 
amanhã. 
São 500 vagas para 
101 cargos. A maioria 
das vagas é oferecida 
nas áreas de saúde e 
educação. Já foram feitas 
6000 inscrições e retirados 
25 mil formulários. 
 
Estado entrega 
nova cadeia 
neste mês 
O secretário estadual da 
Administração Penitenciária, 
Nagashi Furokawa, 
anunciou a entrega 
do centro de Detenção 
Provisória em 15 
dias em Hortolândia. 
Com o centro, serão 
desativadas as cadeias 
do 4º DP e 5º DP em 
Campinas. O centro 
terá 768 vagas. 
 
21 
 
como calor excessivo, produzem as chamadas proteínas de choque térmico (HSP, em inglês). Ao 
submeter os vermes à radiação de micro-ondas, a mesma produzida pelos celulares, em quantidade 
muito inferior à produzida por esses aparelhos, os cientistas observaram a produção de HSP, mesmo sem 
haver aquecimento. 
Segundo a Anatel, há cerca de 16 milhões de celulares no Brasil. 
 
4- Um recurso sempre disponível para tornar o texto “menos pesado” sem perder informações 
consiste em lançar mão do “se” apassivador. No texto que segue, reformule mediante o uso do “se” 
apassivador as orações assinaladas. Não esqueça que o verbo a que se aplica o “se” apassivador concorda 
com o sujeito posposto. 
 
Técnica é a prioridade na defesa pessoal para mulheres 
da reportagem local 
As técnicas de defesa pessoal partem do pressuposto de que não é com força que se consegue 
reverter uma situação de risco. Uma das estratégias recomendadas é a devolução da força empregada pelo 
agressor contra ele mesmo. “Usar a força é besteira. Além de certamente perder a disputa, a força que a 
mulher usasse machucaria mais a si mesma que ao agressor”, afirmou C.C., professor de artes marciais da 
academia Bio Ritmo. 
Assim, a técnica é mais indicada para as mulheres, independentemente da forma física e da 
familiaridade com artes marciais. Os atuais índices de violência urbana – foram registrados no Estado 
de São Paulo, no ano passado, 4.928 estupros, 117.673 furtos de veículos e 292.841 delitos com lesões

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