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DEFEITOS DO NEGOCIO JURÍDICO

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DEFEITOS DO NEGOCIO JURÍDICO
NEGÓCIO JURÍDICO é manifestação da vontade que produz efeitos desejados pelas partes e permitidos por lei.
EX: contratos, porque ambas as partes irão manifestar sua vontade procurando uma finalidade em comum.
É chamado de negócio anulável aqueles negócios que contem um vício, e existe um prazo de 4 anos (que deve ser contado a partir da celebração do negócio jurídico) para o vício ser percebido para poder entrar com ação anulatória do negócio jurídico
VÍCIOS DO CONSENTIMENTO
ERRO é a falsa percepção da realidade. 
EX: eu vejo um relógio dourado e ao meu ver penso que ele é de ouro por ter uma cor dourada, então eu compro. Passa um tempo e descubro que é latão.
IGNORÂNCIA é o não conhecimento da realidade.
EX: vou numa loja e compro um GPS achando ser um celular.
DOLO é o induzimento malicioso a erro.
EX: eu pergunto ao vendedor se o relógio é de ouro e o vendedor garante ser mesmo sabendo que não é. Então eu compro e depois de um tempo percebo que não é. 
Enquanto no erro eu agi sozinha, a outra parte (o vendedor) não teve culpa, no dolo a outra parte se utiliza do induzimento para me lesar.
COAÇÃO é a pressão ou ameaça a uma pessoa para que esta realize algum negócio jurídico, ou seja, na coação a pessoa a princípio não tinha vontade de realizar o negócio jurídico, mas eu me utilizo de algum elemento para força-la a celebrar o negócio jurídico.
EX: eu quero comprar a casa de Antônio, mas Antônio não quer de nenhum jeito vende-la pra mim, então vou ter que inventar ou descobrir alguma coisa sobre a intimidade de Antônio. Descubro que Antônio tem um caso com a secretária dele e tenho provas, foto. Então eu chego em Antônio e falo “Antônio, ou você me vende a sua casa, ou eu vou mostrar essa foto para sua esposa.”
Existem dois tipos de coação:
1° Coação relativa/ moral/ compulsiva: embora constitua ameaça em fato grave, este fato sempre deixa uma opção ao coagido. O coagido pode optar entre celebrar o negócio jurídico submetendo àquela coação ou se recusar em celebrar o negócio jurídico e aguentar as consequências. 
Obs: este tipo de coação é a que esta prevista no Código Civil. E o prazo da coação é de 4 anos, porém são contados a partir do momento de cessação da coação.
2° Coação absoluta/ física: toda vez que uma pessoa for coagida e lhe for retirada qualquer possibilidade de opção, ou seja, qualquer possibilidade de agir de forma contrária, será uma coação absoluta.
EX: eu chego numa pessoa e coloco uma arma apontada na cabeça dela e falo “ou você assina esse contrato, ou você morre”, a pessoa irá assinar, mas não estará manifestando sua vontade.
Obs: este tipo de coação não esta prevista no Código Civil. 
ESTADO DE PERIGO é formado por dois elementos: objetivo e subjetivo. O elemento objetivo é que estamos diante de um negócio em que uma das partes vai suportar uma onerosidade excessiva, ou seja, no estado de perigo vamos ter uma pessoa que realizará um negócio jurídico tomando um grande prejuízo. O elemento subjetivo é o “porque”, o que levou aquela pessoa a celebrar um negócio jurídico que lhe trouxe um prejuízo. É, portanto, uma situação que esta pressionando o contratante a realizar aquele negócio jurídico oneroso. 
EX: um homem tem um filho que esta precisando de um tratamento medico muito caro e não tem dinheiro para pagar, então ele começa a vender todos os seus bens para arrecadar dinheiro. Ele diz “eu paguei 400,00 nesse bem” e a pessoa diz “mas você não esta precisando do dinheiro? Só compro se vender por 200,00”. Então o homem acaba realizando o negócio jurídico.
LESÃO o elemento objetivo é o mesmo que o anterior, uma pessoa que vai celebrar um negócio jurídico suportando onerosidade excessiva. O que muda é o elemento subjetivo, pode ser dois os motivos: ou numa situação de premente necessidade ou numa situação de inexperiência do outro contratante.
É bem parecido com o estado de necessidade, mas uma coisa que ajuda a diferenciar é que para se anular o negócio jurídico viciado em estado de perigo é necessário provar que a outra parte tinha conhecimento do elemento subjetivo. E na lesão não há esse requisito.
VÍCIOS SOCIAIS
FRAUDE CONTRA CREDORES é a atuação maliciosa do devedor em solvente (que paga ou pode pagar suas dividas) ou na eminência de assim se tornar que se desfaz de seu patrimônio procurando não responder pelas obrigações anteriormente assumidas.
EX: estou devendo para Antônio, verifico que não vou ter condição de pagar a divida, penso “ora, se eu não quitar minha divida com Antônio, que bem que ele poderá retirar de mim numa execução? Opa, ele poderá retirar aquela mina casa de praia” Então eu vou alienar aquele imóvel para outra pessoa para prejudicar o meu credor.
SIMULAÇÃO é uma mentira, um negócio jurídico mentiroso. Na simulação nós temos uma pessoa que deseja um determinado efeito, mas aquilo que ela declara é outro efeito. Há um desacordo entre a vontade interna e a vontade externa dos contratantes, aquilo que eles desejam é algo, mas aquilo que eles manifestam é algo totalmente distinto.
EX: um casal esta se separando, tem um patrimônio em comum de 400 mil reais, e o homem, procurando passar a perna na sua esposa, ele finge celebrar com um amigo um negócio jurídico para sumir com uma parte desse patrimônio. Então ele finge uma divida com o amigo de 390 mil, e no final só sobra 10 mil para a esposa.
Simulação é o único vicio previsto no Código Civil que torna o negócio jurídico nulo. A ação a ser proposta é a ação declaratória de nulidade. Esta ação não tem prazo para ser proposta (art. 167 CC).
*Qual a diferença entre os vícios da vontade e os vícios sociais?
A diferença esta na atuação da vontade, nos vícios da vontade/ consentimento o problema esta na formação da vontade, ou seja, a vontade é formada de forma viciada. Já nos vícios sociais, não há qualquer problema em relação a formação da vontade, o negócio jurídico esta contaminado na manifestação da vontade.
A segunda diferença é que nos vícios da vontade, o prejudicado é sempre uma das partes contratantes. E nos vícios sócias, o prejudicado é sempre um terceiro, ou seja, alguém que não participou do negócio viciado.
*Qual a diferença entre negócio nulo e negócio anulável?
A palavra “nulo” reflete a ideia de um estado fixo, ou seja, ele nasce nulo, permanece nulo e continuará nulo. Quando se esta diante de um negócio jurídico nulo, a ação a ser prescrita é a ação declaratória de nulidade.
No negócio jurídico anulável à nulidade é relativa, ou seja, demonstra sempre um estado multável, um estado que pode ser alterável. Esta ação sempre terá um prazo de 4 anos.

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