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1 Informações atualizadas sobre os efeitos responsivos da adubação nitrogenada na cana-de-açúcar no ciclo cana-planta ainda precisam ser exploradas. O fato é, que, os produtores de modo geral necessitam de informações mais precisas para uma melhor tomada de decisões no momento da pratica de adubação. Algumas pesquisas já evidenciaram que a resposta de cana-planta a adubação nitrogenada é menor que a da cana- soca. Porém, são necessárias mais pesquisas que avaliem aspectos de formas separadas (crescimento radicular, parte aérea, etc.), para que então possa ter uma noção maior desse efeito de resposta. A adubação nitrogenada é uma das práticas culturais mais estudada pelos pesquisadores, justamente por apresentar resultados muito variados e em algumas ocasiões até contraditórios, de forma que os mecanismos de resposta do nitrogênio ainda não são completamente conhecidos. A falta de resposta da cana- planta a adubação nitrogenada tem sido atribuída às condições climáticas; à fixação biológica do N atmosférico; às perdas por lixiviação; ao menor vigor do sistema radicular da cana-planta comparado ao das soqueiras, entre outros aspectos. Mas, surge outra hipótese, que seria a relação entre a fertilização nitrogenada tanto no plantio como nas rebrotas, com o crescimento radicular e formação de um estoque nutricional na parte subterrânea com efeito na produção acumuladas nos cortes subsequentes. Onde, pesquisas mostram aumento linear da massa da matéria seca da cultura, tanto na parte aérea como subterrânea, e acumulo de N, devido a adubação nitrogenada de plantio, bem como, melhor distribuição do sistema radicular. Portanto, existe indícios que apontam para a relação direta entre a resposta da cana-planta a adubação nitrogenada com o maior desenvolvimento radicular e maior acúmulo de nutrientes nas raízes fertilizadas com N. Manejo da adubação nitrogenada na cana-soca Ao determinar a dose de N a ser aplicada na cana-de-açúcar se faz necessário levar em consideração a extração e principalmente a exportação pela cultura, associado à estimativa da produção sem considerar o que o solo é capaz de fornecer ao longo do ciclo da planta. Uma das mudanças marcantes no setor canavieiro nos últimos anos no Brasil foi a transição da colheita da cana queimada para a cana crua. Nessa nova modalidade de colheita grande quantidade de material vegetal (folhas secas e ponteiros) é deixada sobre o solo, alterando a dinâmica dos nutrientes no solo. Fonte: G1 Globo.com No entanto, vários efeitos secundários podem surgir, a exemplo do eu ocorre no primeiro momento durante a decomposição dessa biomassa, onde os microrganismos retiram do solo parte do N necessário para a total 2 decomposição do C, competindo assim com a planta. Estudos apontam que em condições de Brasil somente após 40 anos da adoção do sistema de cana crua é que será gerado um estoque de cerca de 40 kg ha-1 de N no solo. O longo tempo necessário para completa liberação do N da palhada é justificado por uma serie de fatores como: taxa de mineralização desses resíduos (dependem da composição bioquímica do resíduo, fatores ambientais, evapotranspiração, umidade, aeração e temperatura do solo) e a localização e contato desses resíduos com a microbiota do solo. Com a finalidade de se fazer um melhor uso do N-fertilizante na produção de cana-de-açúcar, e aumentar a eficiência no uso desse nutriente pela cultura, é importante conhecer os momentos de maior absorção e formas de N mais absorvidas. No caso da cana soca a maior extração de N proveniente do fertilizante normalmente ocorre no início do desenvolvimento da cultura em aproximadamente 90 dias após a rebrota. A cana-de-açúcar necessita absorver o N para a produção de colmos tendo em vista que em geral é extraído cerca de 100 a 300 kg ha-1 de N para a produção de 100 Mg ha-1 de colmos, sendo que, cerca de 50% dessa extração é exportada com os colmos. Para satisfazer essas necessidades nutricionais há aplicação de N- fertilizante, cujas doses recomendadas variam de 120 - 200 kg ha-1 de N para a cana crua. Para o nitrogênio, especificamente, não há tabela de recomendação, pois sua disponibilidade no solo é variável e de difícil quantificação. A recomendação é baseada em curvas de respostas obtidas nos diferentes tipos de solos que mostram respostas semelhantes tanto para solos de maior potencial quanto para solos de menor potencial de produção. Em geral na recomendação das doses é levado em consideração a faixa de extração de N da cana-de- açúcar para a produção de uma tonelada de colmos em que, nas condições de cultivo da região centro sul trabalhos apresentam valores médios de extração de 0,7 a 1,8 kg de N para cada tonelada de colmos produzida. No Brasil muitos trabalhos demonstraram acréscimos na TCH da cana-de-açúcar em função da adubação nitrogenada. Alguns trabalham obtiveram acréscimos médios de 10 TCH com a aplicação de 60 kg ha-1 de N, outros obtiveram produtividade máxima com a aplicação de 100 kg ha-1 de N, enquanto que na produtividade média de três soqueiras, houve trabalho em que a dose de N que promoveu maior incremento na TCH foi 120 kg ha-1 de N. Resposta da cana-planta à adubação nitrogenada. Em termos de adubação mineral em cana planta, normalmente não se dá tanta prioridade ao nitrogênio como nos casos do potássio e do fosforo. Dependendo do tipo de solo e das condições edafoclimáticas normalmente recomenda se aplicar de 30 a 50 Kg/ha de N, há ainda outras recomendações em cana-planta referentes às doses de nitrogênio em cobertura, que devem ser de 60 kg/ha para todos os tipos de solos. A aplicação seria feita somente no fundo do sulco, no caso do uso de leguminosa como cultura secundária, não se deve aplicar o N, e a torta de filtro supre todo o N. Não há nenhuma contra indicação quanto ao uso das diversas formas de N, como ureia, nitrato de amônia e sulfato de amônio, seja sólido ou fluído. Apesar de não haver tanta preocupação com a adubação nitrogenada na cana planta, sabe se que caso não seja feita a adubação dos canaviais com N em determinado ano, a produtividade naquela safra poderá não ser afetada de forma significativa, mas o 3 efeito ocorrerá nos anos seguintes, com reflexo na longevidade da soqueira. Alguns trabalhos já constataram esse efeito e afirmaram que a resposta da cana-planta ao N se refletiu no maior vigor das soqueiras, aumentando a produção nos cortes subsequentes, entre a cana-de-açúcar com adubação e sem adubação nitrogenada. Propriedades do solo e suas interferências na disponibilidade do nitrogênio para a cana-de-açúcar De forma geral, sabemos que para a planta absorver qualquer nutriente é necessário que o mesmo esteja na solução do solo para que possam encontrar as raízes e assim serem absorvidos pelas plantas e o processo de absorção do nitrogênio não é diferente. Porém observa-se uma grande interferência exercida pela textura do solo no processo de disponibilidade de nitrogênio para a planta. A textura do solo é definida a partir da porcentagem relativa de areia, silte e argila que formam o solo. As proporções relativas das frações de areia, silte e argila que determinam a classe textural dosolo. Solos com textura argilosa apresentam melhores características físicas-químicas com relação a maior eficiência no processo de disponibilidade de nitrogênio para a cana-planta, quando comparado com solos de texturas arenosas. Nos solos argilosos suas partículas são menores e geralmente observa-se a presença da matéria orgânica, dos húmus e microrganismos que melhoram a eficiência da disponibilidade. A matéria orgânica do solo é oriunda da decomposição de resíduos vegetais e animais que encontram parcialmente decaídos ou ressintetizados. A matéria orgânica também possui uma grande característica de extrema importância que é a única fonte de nitrogênio do solo. Solos com a faixa de 3 a 5 % de matéria orgânica são excelentes para o desenvolvimento da cultura. Também os solos apresentam diversos organismos que favorecem a mineralização da matéria orgânica, parte destes componentes orgânicos ficam estáveis por um longo período de tempo na forma de componentes orgânicos e outros nutrientes como o nitrogênio que depois são liberados e ficam disponibilizados para o crescimento da cana. Porém nem todo microorganismo é benéfico. Os microrganismos aeróbicos causam a redução de nitratos e convertendo para o nitrogênio livre (N2) é liberado para a atmosfera. Pensando que é uma fonte de nutriente, no inicio do desenvolvimento da cana- planta, sendo uma perda nutricional no início do desenvolvimento e formação da cana-planta. O manejo inadequado de um canavial, especialmente da adubação nitrogenada, pode resultar tanto em redução da produtividade da cultura quanto na sua longevidade, reduzindo, por conseguinte, o número de colheitas ou cortes entre as reformas. A mineralização do N, apesar de sua grande importância, ainda tem muito pouco estudo. Assim como pensa alguns pesquisadores da área, nas últimas décadas pouca atenção tem sido dada aos estudos dos processos microbianos de mineralização e transformação do N no solo, principalmente no Brasil, sendo que a maior parte dos esforços de pesquisas tem sido voltadas para o estudo da fixação biológica de N2. 1 Francisco Bruno Ferreira de Sousa 2 Paulo Alexandre da Silva 3 Sabrina da Silva Nascimento UNESP/FCAV, Jaboticabal/2017
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