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CADEIA PRODUTIVA DE AVES Dara Vida Silmara Alves Yáscara Thainá de Pádua Introdução Produção Mundial Figura 1: Produção de carne de frango no mundo em 2016 e 2017 (em milhões toneladas). Produção Total = 89.292.000 toneladas (2017) Produção Mundial Figura 1: Produção de carne de frango no mundo em 2016 e 2017 (em milhões toneladas). Produção Total = 89.292.000 toneladas (2017) Produção Nacional Figura 2: Produção brasileira de carne de frango (milhões toneladas) Produção Nacional Figura 3: Abate de frango por estado Produção Nacional Figura 3: Abate de frango por estado Produção Nacional Figura 3: Abate de frango por estado Mais de 60% da produção brasileira Exportação Figura 4: Países exportadores Exportação Mundial Total = 11.821 mil toneladas. Exportação - Brasil Figura 5: Exportações brasileiras de carne de frango: Série histórica Exportação - Brasil Figura 5: Exportações brasileiras de carne de frango: Série histórica Volume = 4.384 mil toneladas Receita = 6.868 milhões de dólares Exportação - Brasil Figura 6: Destino da produção brasileira da carne de frango Exportação - Brasil Figura 7: Principais destinos da exportação brasileira Exportação - Brasil Figura 8: Exportação brasileira de carne de frango de acordo com o tipo de produto Importação Figura 9: Importação mundial Importação Mundial Total = 8. 858 Linha de abate Figura 10: Linha de abate Fonte: DIÁRIO OESTE, 2018 Jejum e dieta hídrica Figura 11: Dieta hídrica de frangos Figura 12: Frango de corte Fonte: GAZETA ONLINE, 2018 Fonte: CIDASC, 2016 Apanha Figura 13: Apanha Figura 14: Caixa de transporte de aves Fonte: DS CARREGAMENTOS, 2018 Fonte: AGRIEXPO, 2018 Transporte Figura 15: Transporte de aves de corte Fonte: AVICULTURA INDUSTRIAL, 2017 Recepção das aves Figura 16: Plataforma de recepção de aves Fonte: EMBRAPA, 2007 ● Baseia-se em pegar a ave da gaiola e fixá-la pelos pés nos ganchos da nória para que em seguida sejam insensibilizadas e sangradas. 21 Pendura Fonte: ICBAS, 2015 Figura 17: Pendura 22 Insensibilização ● Este procedimento dura 7-12 segundos e é feito para que a ave fique inconsciente e não sofra durante a sangria. ● Há vários meios de procede-la: através de gás, sendo um processo pouco usual devido ao alto custo, ou por eletronarcose, sob imersão em líquido, sendo este o mais utilizado. As aves dependuradas pelos pés passam com a cabeça no interior de um recipiente de água, onde instantaneamente lhe é aplicada uma descarga elétrica (KINDLEIN et al, 2014) Fonte: GEAVE, 2018 Figura 18: Insensibilização 23 Sangria ● A sangria ocorre no prazo máximo de doze segundos após a insensibilização, esta etapa realizada por completo é de maior importância tecnológica para a posterior conservação da carne,e é por esta razão que os melhores processos de abate são aqueles em que é retirada a maior quantidade possível de sangue,pois a carcaça mau sangrada apresenta coloração avermelhada, com aspecto de queimado e deve ser condenada durante a inspeção sanitária (KINDLEIN et al, 2014). ● A degola externa é o método mais praticado que consiste na incisão manual dos vasos do pescoço. Consiste em distender o pescoço da ave e seccionar. Este processo pode ser mecanizado onde possui uma guia que conduz a cabeça da ave até uma lâmina giratória que realiza a incisão. Fonte: PINTEREST, 2018 24 Figura 19: Sangria 25 Escaldagem ● Ao término da sangria é obrigatoriamente realizada a escaldagem, sob condições definidas de tempo e temperatura, ajustada as características das aves em processamento (frango, galinha, peru) (KINDLEIN et al, 2014). ● A escaldagem pode ser feita: por pulverização com água quente e vapor ou pela imersão em tanque com água aquecida através de vapor. ● No processo por imersão, o tanque deve ser inteiramente de material inoxidável e possuir um sistema de controle de temperatura e renovação contínua de água, de modo que em cada turno de trabalho seja renovado o seu correspondente em volume. ● A temperatura da água varia entre 50º e 80ºC, mas normalmente utiliza-se temperaturas mais baixas, 53 a 55ºC por 2 a 3 minutos para afrouxamento das penas, é importante ressaltar que não se deve ultrapassar este tempo pois irá ocorrer o cozimento da carcaça e se ficar um tempo menor que o recomendado não ocorrerá o afrouxamento das penas dificultando a depenagem. Fonte: ENGORMIX, 2018 26 Figura 20:Tipo de escaldagem Figura 21: Tipo de escaldagem Depenagem • Com a finalidade de retirar as penas aderidas a pele das aves, esta operação é realizada com a utilização de máquinas. É importante ajustar as depenadeiras para o tamanho do frango. 27 Fonte: MAREL, 2018 Figura 22: Depenagem Pré-Evisceração ● Após a depenagem, as aves são fixadas pela cabeça na nórea de evisceração, neste momento as aves ficam em posição horizontal, automaticamente solta- se os pés das aves. ● As aves passam pela escaldadeira de pés (45º por 10 a 15 minutos) que promove o amolecimento da pele e se solta posteriormente na máquina de retirar pele (depiladora de pé). ● Em seguida ela novamente é manipulada antes de chegar à calha de evisceração, onde é dependurada: cabeça e pés no mesmo gancho fazendo com que o abdômen fique em posição propícia para se realizar a evisceração. Seguindo assim na entrada da calha de evisceração a carcaça leva um banho de água hiperclorada. Segue-se a extração da cloaca que necessita de muita habilidade e cuidado (KINDLEIN et al, 2014). 28 Evisceração ● É realizada com pistola de ar comprimido, que gira uma lâmina de corte incidente sobre a cloaca com a finalidade de limpar o intestino. ● Deve-se tomar muito cuidado para não perfurá-lo o que contamina a carcaça pelo conteúdo intestinal. ● Cuidados também devem ser tomados para evitar o rompimento de vesícula biliar que, além de impregnar a área com coloração esverdeada, confere-lhe sabor extremamente amargo. ● Depois de cortada, o operador abre o vácuo que prende a cloaca na pistola e a puxa para fora do corpo da ave, deixando-a dependurada pelo intestino (KINDLEIN et al, 2014). ● Os intestinos são lançados na calha de evisceração, enquanto o coração e o fígado vão para a calha de miúddos, sendo arrastados pela gravidade e pela água até o resfriador de miúdos. ● A retirada de órgãos e/ou parte de carcaça não deve ser permitida antes que seja realizada a inspeção post mortem. 29 Fonte: MAREL, 2018 Fonte: LENKE, 2013 30 Figura 23: Equipamento de evisceração automática. Figura 24: Evisceração de aves 31 Operações realizada após a Evisceração ● Após a retirada dos miúdos, são retirados também as alças intestinais, junto com a traqueia e o papo sendo lançados na calha de evisceração. ● Os pulmões são retirados através de pistolas o “extrator de pulmões”, puxando os pulmões e lançando-os até um depósito, onde são destinados para a graxaria no final do período. ● Logo, ocorre a operação de desenganche, que consiste na retirada do pescoço do gancho, deixando a carcaça apenas presas pelos pés. ● As carcaças passam por um túnel de aspersão e jatos direcionados com água hiperclorada. Em seguida os pescoços são retirados automaticamente passando entre duas barras guias promovendo assim o seu arrancamento e liberando-os para que logo sejam resfriados (Portaria N° 210 de 10 de novembro de 1998). ● Em seguida as carcaças seguem seu trajeto: os pés são cortados automaticamente através de uma máquina provida de lâmina cortante, sendo posteriormente desenganchados, caindo assim dentro de um recipiente para sofrerresfriamento(Portaria N° 210 de 10 de novembro de 1998). ● Os miúdos (moelas, coração e fígado) devem ser processados em seção exclusiva. As moelas devem ser abertas a fim de permitir uma lavagem interna e a remoção da cutícula. O saco pericárdico (que reveste o coração) deve ser retirado assim como a vesícula biliar (Portaria N° 210 de 10 de novembro de 1998). ● Ao final da calha de evisceração, deve haver um chuveiro para limpeza final das carcaças. 32 Operações realizada após a Evisceração 33 Pré-Resfriamento e Resfriamento ● O pré-resfriamento serve para dar início ao resfriamento, limpeza e reidratação da carcaça, o resfriamento finaliza este processo. É fundamental que o resfriamento ocorra imediatamente após o abate, para a obtenção de uma carcaça de boa qualidade tecnológica sanitária, assim reduzindo a sua temperatura, que é importante para prevenir alterações microbiológica e consequentemente alterações de sua qualidade organolépticas (mudança na cor, sabor, aroma, textura e aparência) (KINDLEIN et al, 2014). ● Pré-resfriamento pode ser efetuado através de: - Aspersões de água gelada; - Imersões em água por resfriadores contínuos tipo rosca sem fim; - Resfriamentos por ar (câmaras frigoríficas). Fonte: PORTUGUESE, 2018 Pré-Resfriamento 34 Figura 25: Chiller de pré-resfriamento de frango Figura 26: Processo do Chiller Fonte: MAPA, 2018 Resfriamento Fonte: MAREL, 2018 35 Figura 27: Resfriamento 36 Gotejamento ● Consiste na retirada da água aderida as carcaças e miúdos, decorrente da operação de pré- resfriamento. ● As carcaças são suspensas, pelas asas, pescoço ou em uma das coxas em ganchos. Deve haver ainda uma calha coletora de água de gotejamento, disposta ao longo do transportador. ● Ao término desta etapa a absorção da água pelas carcaças não deve ultrapassar a 8% de seus pesos (KINDLEIN et al, 2014). Classificação ● Efetuada antes ou após a embalagem; ● Fornecimento de carcaças inteiras ou cortes tanto para exportação quanto para mercado doméstico; 37 Fonte: CALPRYCA, 2018 38 Figura 28: Cortes de frango Embalagem ● Possibilidade de transferência de contaminações das superfícies de trabalho e dos equipamentos ao produto; ● Finalidade de conter, proteger contra a ação de fatores ambientais como luz, umidade, odores estranhos, microrganismos e insetos, conservarem os produtos e transportá-los aos pontos de venda, atendendo os consumidores; 39 As informações necessárias no rótulo são: Identificação mínima: - País de origem do produto, nascimento, criação e abate das aves; - Estabelecimento de abate - SIF; - Marca do produto; - Nome e código de produto; - Data de produção e/ou vencimento; - Prazo de validade. 40 Fonte: MEHADRIN, 2009 Figura 29: Embalagem de frango congelado Identificação adicional desejável: - Código de lote; - Hora de embalagem ou produção; - Receitas; - Sistema de código de barras. Identificação especial para nichos mercadológicos: - Selos de qualidade (produto natural, colonial, orgânico); - Identificação dos produtores e/ou seus endereços; - Dados de rastreabilidade. 41 Fonte: CERTIFIED HUMANE BRASIL, 2018 Figura 30: Embalagem de cortes congelados de frango caipira Resfriamento ● As câmaras onde serão colocadas as carcaças devem apresentar temperatura próxima de 0°C a 4°C, tolerando- se variação no máximo de 1°C; ● A estocagem de aves congeladas deve ser feita em câmaras próprias, com temperatura nunca acima de -18°C; ● As carcaças de aves congeladas não devem conter no interior dos músculos temperatura acima de -12°C(tolerância máxima de 2°C). 42 Seção de Expedição (plataforma de embarque) ● Levar as carcaças e/ou produtos da câmara frigorífica para o veículo transportador. ● Pesagem quando necessário, não deixando acumular produtos no corredor de desembarque. ● Isolada do meio externo e com portas contendo “cortinas de ar” com finalidade de proteger o meio interno e dificultar a entrada de ar quente (KINDLEIN et al, 2014). 43 Transporte de Carcaças e Miúdos ● Dispor de carrocerias revestidas internamente com material adequado, não oxidável,impermeável,de fácil higienização e dotados de unidade de frio. ● Admite-se a utilização de veículos com somente carroceria isotérmica para transporte de curta distância e duração, não alterando a temperatura dos produtos em mais de 2°C. (KINDLEIN et al, 2014). 44 Linhas de Inspeção ● Objetivo de assegurar a qualidade higiênica, sanitária e tecnológica dos alimentos processados. ● Refere-se a situações de inspeção ante e post mortem dos animais, o recebimento, a manipulação, transformação, elaboração, preparo, conservação, acondicionamento, embalagem, depósito, rotulagem, equipamentos, utensílios e consumo de quaisquer produtos e subprodutos, adicionados ou não de vegetais, destinados ou não à alimentação humana. 45 Inspeção Ante Mortem ● Objetiva evitar o abate de aves com repleção do trato gastrointestinal e, consequentemente, possíveis contaminações durantes o processamento industrial; ● Suspensão da alimentação por um período mínimo de 6 a 8h; ● Conhecer o histórico do lote, através do Boletim Sanitário, para evitar o abate em conjunto de aves, que tenham sido afetadas por doenças ; ● Detectar doença que não seja possível a identificação no exame post mortem,especialmente, as que afetam o sistema nervoso; 46 ● Possibilitar a identificação de lotes de aves que tenham sido tratados com antibióticos (através do Boletim Sanitário), com o objetivo de realizar análises laboratoriais visando a possível presença de resíduos na carne; ● Realizada junto à plataforma de recepção, que deve possuir área específica e isolada para realização de necropsia, quando necessário; ● A sala de necropsia deve ser isolada da plataforma e dispor de equipamento e utensílios necessários para a finalidade; ● As aves destinadas a necropsia devem ser incineradas em forno crematório ou processadas com subprodutos não comestíveis. 47 Juntamente com a prévia notificação de abate, as firmas deverão encaminhar à Inspeção Federal o Boletim Sanitário, no qual deve conter os seguintes dados: - Procedência das aves, constando o nome e endereço da granja produtora e o número do lote ou galpão; - Número de aves (inicial e final); - Doenças detectadas no lote; - Tipo de tratamento a que o lote foi submetido, data e hora de retirada de alimentação; - Assinatura do Médico Veterinário responsável. 48 Inspeção Post-mortem ● Os exames realizados nesta etapa é uma fase preparatória, que tem a finalidade de realizar uma inspeção eficiente de carcaças e vísceras, facilitando a visualização interna e externa, e a preservação do ponto de vista higiênico. ● É efetuada individualmente durante o abate, através de exame visual macroscópico. 49 Se realiza em três etapas: - Linha A- exame interno: realiza-se através da visualização da cavidade torácica e abdominal (pulmões, sacos aéreos, rins, órgãos sexuais); - Linha B- exame de vísceras: examina o coração, fígado, moela, baço, intestinos, ovários e ovidutos nas poedeiras. Realiza-se através da visualização, palpação, verificação de odores e ainda incisão, assim, no exame dos órgãos verifica-se o aspecto (cor, forma, tamanho), a consistência e odor; - Linha C- exame externo: realiza-se através da visualização das superfícies externas (pele, articulações, etc.). Efetua-se a remoção de contusões, membros fraturados, abscessos superficiais e localizados, calosidades, entre outros. 50 Produtos e Derivados Obtidos São divididos em duas categorias: - Comestíveis: Frango inteiro, cortes de frango, frango desossado e carne mecanicamenteseparada(CMS); - Não comestíveis: Penas, unhas, bico e carcaças de frangos condenados a necropsia. 51 Conclusão Todo o esforço realizado durante a linha de produção e inspeção se reflete na liderança de exportação por vários anos. Mesmo assim os investimentos em melhorias são constantes e eficazes para manter os consumidores e também se adaptar a um novo mercado, com novos consumidores e novas exigências sempre buscando fornecer produtos de qualidade. 52 Referências BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 2014: sistema de informação. Brasília, 2016. Disponível em: http://agricultura.gov.br/. Acesso em: mai. 2018. CANEVER, M.D.; TALAMINI, D.J.D.; CAMPOS, A.C.; SANTOS FILHO, J.I. dos. A cadeia produtiva do frango de corte no Brasil e na Argentina. Concórdia: EMBRAPACNPSA, 1997. 150p. (EMBRAPA-CNPSA. Documentos, 45). (CANEVER et al, 1997 ). FOSSATI, A. A. N; et al. Manual Técnico de Inspeção de frangos de corte. Rio Grande do Sul: UfrgsSead, 2010. 34 p. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/edital19/frangos-corte/ManualTu00E9cnico de Inspeu00E7u00E3o de Frangos de Corte NOVO.pdf>. Acesso em: 05 maio 2018. 53 54 KINDLEIN, L; LASSEN, P; FERREIRA, T. Z. Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem Animal com Enfoque em Concursos Públicos. Ufrgs, Rio Grande do Sul,101p, 2014. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/edital19/inspecao-origem-animal/Inspeção e tecnologia POA.pdf>. Acesso em: 05 maio 2018. Ministério da agricultura e do abastecimento. Secretaria de defesa agropecuária. Portaria N° 210 de 10 de novembro de 1998. 34 pág. Acesso em: 05 maio 2016. Gratas pela atenção!
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