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acódão usucapião extraordinária

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Registro: 2018.0000721655
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 
0001849-83.2015.8.26.0615, da Comarca de Tanabi, em que são apelantes JOSEFINA 
ROSA GERVASIO DE MENEZES e JOÃO ALVES DE MENEZES, são apelados JOSÉ 
VERVÁSIO, ROMÃO GERVÁSIO VIEIRA, APARECIDA MEDEIROS GERVÁSIO, 
JOSÉ SEBASTIÃO GERVÁSIO, MARIA MEDEIROS GERVÁZIO, JOSEFINA 
MEDEIROS GERVÁSIO VIOLIN, DONIZETE JOSÉ VIOLIN, ADRIANA ROCHA 
GERVAES e ANA CAROLINA MENEZES.
ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 3ª Câmara de Direito Privado do 
Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao 
recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI 
(Presidente) e ALEXANDRE MARCONDES.
São Paulo, 18 de setembro de 2018.
Carlos Alberto de Salles
Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação nº 0001849-83.2015.8.26.0615 -Voto nº 2
3ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO
Apelação nº: 0001849-83.2015.8.26.0615
Comarca: Tanabi
Apelantes: Josefina Gervásio de Mendes e outro
Apelados: José Gervásio e outros
Juiz sentenciante: Rafael Salomão Spinelli
VOTO Nº: 15241
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA. Insurgência dos autores 
contra sentença de improcendência. Hipótese em que os 
próprios apelantes reconhecem que estariam residindo no 
imóvel há menos de 5 anos. Incidência do art. 1.238, caput, do 
Código Civil no caso. Prazo de prescrição aquisitiva de 15 anos. 
Autores que não se desincumbiram do ônus de provar sua posse 
com animus domini por mais de 15 anos e de forma contínua 
(art. 373, I, CPC). Documentos dos autos não demonstram o 
pagamento de IPTU pelos autores no período. Provas 
documental e testemunhal, ademais, que não permitem concluir 
que a posse ad usucapionem teria se iniciado ao menos em 
2003 e que teria sido contínua no período. Meras afirmações de 
que os autores estariam cuidando do imóvel após o falecimento 
do antigo possuidor, em 2000, não permitem aferir o que 
realizaram no local e qual a periodicidade. Requisitos do art. 
1.238, caput, do Código Civil não preenchidos. No mais, o fato 
de a sentença em ação de usucapião anterior ter reconhecido o 
início da posse em 2000 não gera qualquer vinculação. Recurso 
desprovido.
A r. sentença de fls. 248/251 julgou improcedente o 
pedido da ação de usucapião ajuizada por João Alves de Menezes e 
Josefina Rosa Gervásio de Menezes.
Inconformados, apelam os autores (fls. 255/261) 
alegando, em síntese, que após a morte de João Gervasio eles 
passaram a cuidar do imóvel, sendo conhecidos como proprietários 
deste; que pagavam todos os impostos do imóvel, bem como de sua 
manutenção; que em 2007 já haviam adquirido uma parte do imóvel e 
que nos três últimos anos passaram a residir nele; que fizeram uma 
reforma no imóvel quando passaram a habitar nele; que o imóvel foi 
invadido por terceiros no passado, mas que os autores foram 
reintegrados à posse por meio de ação judicial; que, com a alteração do 
Código Civil, o prazo da prescrição aquisitiva passou de 15 para 10 
anos; que as provas testemunhas e documentais provam que desde 
2000 eles já eram responsáveis pela manutenção do imóvel; que foi 
reconhecido em sentença de processo anterior a posse do imóvel pelos 
autores por 13 anos.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação nº 0001849-83.2015.8.26.0615 -Voto nº 3
Foram apresentadas contrarrazões (fls. 279/284 e 
285/293).
Os autos encontram-se em termos para julgamento. 
É o relatório.
O recurso não comporta provimento.
Conquanto os apelantes aleguem que o prazo da 
prescrição aquisitiva seja de 10 anos, é certo que o período para a 
aquisição por usucapião na hipótese é de 15 anos.
Isto porque, os próprios apelantes afirmam em suas 
razões recursais que residem no imóvel há aproximadamente três anos.
Para que fosse possível a incidência do parágrafo 
único do artigo 1.238 do Código Civil, seria necessário que os apelantes 
estivessem residindo no imóvel durante todos os 10 anos suficientes à 
usucapião o que não ocorreu no caso.
Dessa forma, uma vez que a posse com moradia se 
iniciou há menos de 5 anos, incide à hipótese o artigo 1.238, caput, do 
Código Civil, que prevê prazo prescricional de 15 anos para a aquisição 
do imóvel pela via originária.
 Feita a referida consideração, verifica-se que os 
apelantes não demonstraram de forma suficiente o preenchimento dos 
requisitos do artigo 1.238, caput, do Código Civil para aquisição do 
imóvel pela usucapião extraordinária.
De fato, os demandantes não se desincumbiram de 
seu ônus de provar que, na forma da referida norma, exercem a posse 
com animus domini há mais de 15 anos (art. 373, inciso I, do CPC).
Conquanto os demandantes tenham alegado que 
desde o falecimento de João Gervásio, em 2000, estariam pagando o 
IPTU do imóvel e zelando por sua manutenção, é certo que os 
documentos dos autos tão somente demonstram o pagamento de ITBI 
referente a uma transmissão da propriedade do imóvel no ano de 2007 
(aquisição de parcela do imóvel efetuada em favor da filha dos autores 
no referido ano vide fls. 65/72).
Ainda, as testemunhas ouvidas nada acrescentaram 
que pudesse corroborar de forma segura a versão dos apelantes.
A testemunha José Luiz referiu que entre 2000 e 
aproximadamente 2014 o imóvel estava abandonado, bem como disse 
genericamente que, após o falecimento de João Gervásio, a coautora 
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação nº 0001849-83.2015.8.26.0615 -Voto nº 4
Josefina passou a pagar impostos, cuidar da casa e fazer reformas no 
local. Além disso, afirmou que houve necessidade de conserto da caixa 
d'água do imóvel por volta de 2000, oportunidade em que os gastos 
foram suportados por Josefina.
Igualmente, a testemunha Maurício Ralio afimou que 
entre 2000 e aproximadamente 2014 ninguém residiu no imóvel. Ainda, 
acrescentou que Josefina realizou serviços de manutenção do imóvel 
nos últimos anos, mas não especificou datas.
Nota-se, assim, que, de um lado, não há quaisquer 
documentos nos autos que comprovem a alegação de que os apelantes 
há anos tem pagado o IPTU do imóvel.
De outro lado, o simples fato de as testemunhas 
atestarem que os demandantes cuidam do imóvel não é suficiente para 
concluir pela existência de posse contínua desde julho de 2000 na forma 
exigida pelo artigo 1.238, caput, do Código Civil.
Embora a testemunha José Luiz tenha afirmado que 
em 2000 foi realizado um conserto na caixa d'água do imóvel às 
expensas de Josefina, é certo que ele próprio também reconheceu que 
desde 2000 a até aproximadamente 2014 o local estava abandonado.
As simples afirmações de que os apelantes 
“cuidavam” do imóvel no período que sucedeu o falecimento de João 
não permitem aferir o que exatamente era feito por eles no local e com 
qual periodicidade.
Não há, portanto, elementos que permitam concluir de 
forma segura que, ao menos desde 2003, (tempo necessário para 
transcurso da prescrição aquisitiva), a posse dos autores foi contínua e 
caracterizada como ad usucapionem.
Por fim, destaca-se que, embora na sentença dos 
autos da ação nº 0006224-74.2008.8.26.0615 ação de usucapião 
anteriormente ajuizada pelos autores em 2008 (fls. 127/130) o 
magistrado tenha reconhecido que a posse dos autores teria se iniciado 
no ano de 2000, é certo sua fundamentação não produz coisa julgada.
Não há qualquer vinculação, portanto, às 
considerações do magistrado acerca da posse dos autores naqueles 
autos.
Como já referido, cabia aos demandantes terem se 
desincumbindo do ônus de provar a posse necessária nestes autos o 
que não foi feito.
Diante do exposto, nega-seprovimento à apelação. 
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação nº 0001849-83.2015.8.26.0615 -Voto nº 5
Em razão da sucumbência recursal, fixam-se honorários recursais 
devidos pelos apelantes em 2% sobre o valor da causa (art. 85, § 11, 
CPC).
CARLOS ALBERTO DE SALLES
Relator

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