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1 2ª. Aula - Hidrologia http://www.academia.edu/4236005/Apostila_de_Hidrologia http://www.lce.esalq.usp.br/aulas/lce306/Aula8.pdf Precipitação: O vapor de água contido na atmosfera constitui um reservatório potencial de água que, ao condensar-se, possibilita a ocorrência das precipitações. A origem das precipitações está ligada ao crescimento das gotículas nas nuvens, que ocorre quando forem reunidas certas condições. “Efetivamente, muitas vezes existem nuvens que não produzem chuvas, o que evidencia a necessidade destes processos que desencadeiem a produção de chuvas.” Para as gotículas de água precipitarem é necessário que tenham um volume tal que seu peso seja superior às forças que as mantêm em suspensão, adquirindo, então, uma velocidade de queda superior às componentes verticais ascendentes dos movimentos atmosféricos. A nuvem é um aerosol constituído por uma mistura de ar, vapor de água e de gotículas em estado líquido ou sólido, cujos diâmetros variam de 0,01 a 0,03 mm, espaçadas, em média, um milímetro entre si. O ar que envolve as gotículas das nuvens se acha num estado próximo ao da saturação e, por vezes, supersaturado. Esse aerosol fica estável, em suspensão, pelo efeito da turbulência no meio atmosférico e/ou devido à existência de corrente de ar ascendentes que contrabalançam a força da gravidade. As precipitações podem ser: Orográfica: Resulta quando uma massa de ar quente e úmida movendo-se ao longo de uma região é forçada a ascender, devido a uma obstrução, como uma cadeia de montanhas. Chamadas Nuvens de Serra. Normal nas encostas voltadas para o mar. Convectiva: Resulta como uma massa de ar instável rapidamente se eleva na atmosfera a partir de uma área que se aqueceu. Comum no verão brasileiro (Floresta Amazônica e centro-oeste). Típica chuva de verão, com grande intensidade e pouca duração. Frontal: Resultante do confronto entre duas grandes massas de ar, uma quente e a outra fria. Se a massa fria é que avança, o resultado é uma frente fria; se a quente que avança, uma frente quente se desenvolve. Chuva de menor intensidade, com pingos menores e de longa duração. 2 Interceptação: É a parte da precipitação retida acima da superfície do solo (Blake, 1975) devido principalmente à presença de vegetação. Caindo sobre uma superfície coberta com vegetação, parte da chuva fica retida nas folhas. Quando as folhas não são mais capazes de armazenar água, continuando a chuva, ocorre o drenagem para o solo. A interceptação depende de um modo geral: Intensidade da chuva → Maior intensidade menor intercepção (Blake, 1975). Área vegetada ou urbanizada (Av) → Maior a área Av maior o volume da interceçção. Característica da vegetação, dos prédios ou dos obstáculos (residências, edificações, etc) → Maior o tamanho das folhas, maior a capacidade de armazenamento; O volume interceptado retorna para a atmosfera por evaporação, após a ocorrência da chuva. A intercepção é eventual, isto é, ocorre quando há chuva e vegetação para interceptá-la. A descrição do ciclo da água no sistema de interceptação é dada a seguir: 1 - Uma parte da chuva é retida pela vegetação; 2 - A água interceptada evapora após a chuva; 3 - Outra parte é drenada através das folhas e pelo tronco quando a capacidade de armazenamento é superada. Este processo interfere no balanço hídrico da bacia hidrográfica, funcionado como um reservatório que armazena uma parcela da precipitação para consumo. A interceptação influencia na vazão ao longo do ano, retarda e atenua o pico de cheias e favorece a infiltração da água no solo. O processo depende de fatores climáticos (intensidade da chuva) e físicos da bacia (áreas vegetadas). A medida da interceptação é feita de maneira indireta, pela diferença entre a precipitação total e a parcela da chuva drenada através das folhas e pelo tronco (balanço hídrico). Para medir a intercepção utilizam-se pluviômetros localizados em pontos específicos nas áreas vegetadas: P = pluviômetro na altura da copa (precipitação total); Pf = pluviômetro abaixo da copa (precipitação pelas folhas) Pt = pluviômetro colado ao tronco (precipitação pelo tronco) Balanço do sistema: Si = P – (Pf + Pt) Drenagem = Pf + Pt 3 Evaporação: A evaporação é um processo físico de mudança de fase, passando do estado líquido para o estado gasoso. A evaporação de água na atmosfera ocorre de oceanos, lagos, rios, do solo e da vegetação úmida (evaporação do orvalho ou da água interceptada das chuvas). Evaporação da água das superfícies de água livre, vegetação úmida ou do solo. Para que ocorra evaporação da água há a necessidade de energia. Essa energia é chamada de calor latente de vaporização (λE), que em média corresponde a: λE = 2,45 MJ/kg (a 20oC) *( MJ/kg densidade de energia por massa) Evapotranspiração: A evapotranspiração é a forma pela qual a água da superfície terrestre passa para a atmosfera no estado de vapor, tendo papel importantíssimo no Ciclo Hidrológico em termos globais. Esse processo envolve a evaporação da água de superfícies de água livre (rios, lagos, represas, oceano, etc), dos solos e da vegetação úmida (que foi interceptada durante uma chuva) e a transpiração dos vegetais. Como é praticamente impossível se distinguir o vapor d´água proveniente da evaporação da água no solo e da transpiração das plantas, a evapotranspiração é definida como sendo o processo simultâneo de transferência de água para a atmosfera por evaporação da água do solo e da vegetação úmida e por transpiração das plantas. Fatores meteorológicos/climáticos, relevantes para as ocorrências descritas: Saldo de radiação (Rn) Temperatura do ar (Tar) Umidade do ar (UR ou ∆e) Velocidade do vento (U) Transpiração: A transpiração é um processo biofísico pelo qual a água que passou pela planta, fazendo parte de seu metabolismo, é transferida para a atmosfera preferencialmente pelos estômatos, obedecendo uma série de resistências desde o solo, passando pelos vasos condutores (xilema), mesófilo, estômatos e finalmente indo para a atmosfera. 4 Índice Pluviométrico: É uma medida em milímetros (mm), resultado do somatório da quantidade da precipitação da água (chuva, neve, granizo) num determinado local durante um dado período de tempo. O instrumento utilizado para este fim recebe o nome de pluviômetro. O que o índice pluviométrico revela sobre uma região ou de uma cidade? O índice pluviométrico em ‘mm’ significa que se houvesse um reservatório-caixa com a área da superfície aberta de 1m² com a tampa aberta, recebendo a chuva que caiu sobre aquela região, pelo período de uma ano, haveria um acúmulo equivalente ao índice. Lembrando que a chuva eleva o nível desse reservatório em sua medida vertical, como um copo medidor utilizado para receitas culinárias. Não é descontado desse valor a evaporação, decorrente de outros fatores climáticos. O reservatório, exposto ao clima, está a todo momento sofrendo evaporação, seja do vento ou do sol, por exemplo, e isso pode causar variações nas medições. Por exemplo, o índice pluviométrico do semiárido nordestino não é um índice baixo, muito pelo contrário. Mas a evaporação na região nordeste é altíssima, principalmente porque os raios solares incidem muito perpendiculares ao solo na região. Enquanto os índices pluviométricos do Nordeste brasileiro semiárido são de até 800mm (ou seja, 80 cm de profundidade de água em nosso reservatório de superfície de 1m², durante o ano todo), a evaporação na região é de 2000mm (2m de profundidade). Ou seja, toda a água do reservatório secaria e, caso houvesse mais água até a marca de 1200mm, ela também secaria. Portanto, há uma espécie de déficit,um balanço hídrico negativo. Isso confere à região a classificação semiárida. É interessante, no entanto, estabelecer algumas comparações entre alguns índices pluviométricos. De maneira bastante sintética, podemos dizer que, se há precipitação pluviométrica, existem meios técnicos disponíveis de evitar que essa água se perca, que não volte aos céus. E então, o índice pluviométrico será mais elevado. Infiltração: A infiltração é o nome dado ao processo pelo qual a água atravessa a superfície do solo. É um processo de grande importância prática, pois afeta diretamente o escoamento superficial, que é o componente do ciclo hidrológico responsável pelos processos de erosão e inundações. Após a passagem da água pela superfície do solo, ou seja, cessada a infiltração, a camada superior atinge um “alto” teor de umidade, enquanto que as camadas inferiores apresentam-se ainda com “baixos” teores de umidade. 5 Há então, uma tendência de um movimento descendente da água provocando um molhamento das camadas inferiores, dando origem ao fenômeno que recebe o nome de redistribuição. Distribuída da seguinte maneira: Zona de saturação: Corresponde a uma camada de cerca de 1,5 cm e, como sugere o nome, é uma zona em que o solo está saturado, isto é, com um teor de umidade igual ao teor de umidade de saturação. Zona de transição: É uma zona com espessura em torno de 5 cm, cujo teor de umidade decresce rapidamente com a profundidade. Zona de transmissão: É a região do perfil através da qual a água é transmitida. Esta zona é caracterizada por uma pequena variação da umidade em relação ao espaço e ao tempo. Zona de umedecimento: É uma região caracterizada por uma grande redução no teor de umidade com o aumento da profundidade. Frente de umedecimento: Compreende uma pequena região na qual existe um grande gradiente hidráulico, havendo uma variação bastante abrupta da umidade. A frente de umedecimento representa o limite visível da movimentação de água no solo. Armazenamento no Solo Escoamento Superficial – Fluxo Subterrâneo
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