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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DISCIPLINA DE ANATOMIA HUMANA I PROFA. DRA. ALINE DE MAMAN Esqueleto Apendicular Os membros superiores e inferiores estão ligados ao tronco por ossos que constituem as chamadas cintura escapular (escápula e clavícula) e cintura pélvica (ossos do quadril). A principal função do membro superior é orientar a mão no espaço, permitindo-lhe os movimentos delicados e especializados que é capaz de executar; por outro lado, as principais funções do membro inferior são a locomoção e a sustentação do peso. Membro Superior O membro superior é composto de quatro segmentos: cintura escapular, braço, antebraço e mão. Duas escápulas e duas clavículas formam a cintura escapular ou cíngulo do membro superior. Não é uma cintura completa, pois sua única fixação ao esqueleto axial se dá entre as clavículas e o esterno, através da articulação esternoclavicular. Braço – a parte entre o ombro e o cotovelo contendo o úmero Antebraço – a parte entre o cotovelo e o pulso contendo o rádio e a ulna Mão – a parte do membro superior distal ao antebraço contendo os ossos do carpo, metacarpo e falanges. Escápula: é um osso plano situado posteriormente à caixa torácica, se superpõe da 2a à 7a costela. A espinha da escápula é uma crista óssea diagonal proeminente vista na face posterior. Acima da espinha está a fossa supra-espinal, e abaixo da espinha está a fossa infra-espinal. A espinha alarga-se na direção do ombro para formar o acrômio, o acrômio serve para fixação de vários músculos, como também para a articulação com a clavícula. Inferior ao acrômio está uma depressão rasa, a cavidade glenoidal, na qual a cabeça do úmero se encaixa. O 2 processo coracóide é uma projeção espessa, situada superior e anteriormente à cavidade glenoidal, ele serve como ponto de fixação para músculos. Úmero: é o osso mais longo do membro superior, composto por uma cabeça proximal, que se articula com a cavidade glenoidal da escápula; um corpo (diáfise); e uma extremidade distal que se adapta para se articular com os dois ossos do antebraço. O tubérculo maior é uma protuberância grande na parte proximal lateral do úmero. O tubérculo menor é ligeiramente anterior ao tubérculo maior e está separado do tubérculo maior pelo sulco intertubercular. O tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial passa por esse sulco. O côndilo do úmero na extremidade distal tem duas superfícies articulares. O capítulo do úmero é a parte lateral arredondada que se articula com o rádio. A tróclea é a parte medial em forma de polia que se articula com a ulna. Em ambos os lados acima do côndilo estão os epicôndilos medial e lateral. A fossa coronóide é uma depressão na face anterior, acima da tróclea. A fossa do olécrano é uma depressão na face posterior da extremidade distal do úmero. Ambas as fossas estão adaptadas para se articular com a ulna durante os movimentos do cotovelo. Ulna: A extremidade proximal da ulna articula-se com o úmero e com o rádio. Uma depressão nítida, a incisura troclear, articula-se com a tróclea do úmero. O processo coronóide forma a parte anterior da incisura troclear e, o olécrano forma a parte posterior. Lateral e inferiormente ao processo coronóide encontra-se a incisura radial da ulna que se articula com a cabeça do rádio. Na extremidade distal da ulna encontra-se uma protuberância, a cabeça da ulna, com uma projeção, o processo estilóide. A ulna articula-se em ambas as extremidades com o rádio. Rádio: O rádio consiste em um corpo com uma extremidade proximal pequena e uma extremidade distal grande. A cabeça do rádio, proximal, tem forma de disco e articula-se com o capítulo do úmero e com a incisura radial da ulna. A proeminente tuberosidade do rádio, para fixação do músculo bíceps braquial, está localizada no lado medial da diáfise, imediatamente abaixo da cabeça. A extremidade distal do rádio também tem um processo estilóide na ponta lateral e uma incisura ulnar no lado medial que recebe a extremidade distal da ulna. 3 Carpo: O carpo contém oito ossos carpais dispostos em duas filas transversais de quatro ossos cada. A fila proximal, nomeando do lado lateral para o medial, consiste nos ossos: escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme. A fila distal, do lado lateral para o medial, consiste nos ossos: trapézio, trapezóide, capitato e hamato. O escafóide e o semilunar da fila proximal articulam-se com a extremidade distal do rádio. Metacarpo: O metacarpo contém cinco ossos metacarpais, cada um consistindo em uma base proximal, um corpo e uma cabeça distal que é arredondada para a articulação com a base de cada falange proximal. Falanges: As 14 falanges constituem os ossos dos dedos. As falanges dos dedos estão dispostas em uma fila proximal, uma fila média e uma fila distal. Ao dedo polegar, falta a falange média. Os dedos são numerados seqüencialmente de I a V começando pelo dedo polegar – o lado lateral, em relação à posição anatômica. Membro Inferior A cintura pélvica ou cíngulo do membro inferior é formado pelos dois ossos do quadril (ossos ilíacos), unidos anteriormente pela sínfise púbica e ligados posteriormente ao sacro da coluna vertebral. O membro inferior tem quatro partes: quadril, coxa, perna e pé. Quadril – proeminência lateral da pelve contendo o osso do quadril, que conecta o esqueleto do membro inferior à coluna vertebral. Coxa – a parte entre o quadril e o joelho contendo o osso fêmur; a patela cobre a face anterior do joelho. Perna – a parte entre o joelho e o tornozelo contendo a tíbia (osso medial) e a fíbula (osso lateral). Pé – a parte distal contendo os ossos do tarso, metatarso e as falanges (ossos dos dedos). Ossos do quadril: Cada osso do quadril consiste, na realidade, na junção de três ossos separados: o ílio, o ísquio e o púbis, que estão fundidos no adulto. Na 4 face lateral do osso do quadril, onde os três ossos se ossificam, existe uma depressão circular grande, o acetábulo, que recebe a cabeça do fêmur. Embora cada osso do quadril seja um único osso no adulto, os três componentes de cada osso do quadril são considerados separadamente para fins descritivos. Ílio – é o mais superior e o maior dos três ossos pélvicos, tem uma crista e quatro espinhas. A crista ilíaca forma a proeminência do quadril e termina anteriormente como espinha ilíaca ântero-superior. Imediatamente abaixo desta espinha está a espinha ilíaca ântero-inferior. A terminação posterior da crista ilíaca é a espinha ilíaca póstero-superior, e imediatamente abaixo está a espinha ilíaca póstero- inferior. Na face medial do ílio está a face auricular que se articula com o sacro. Ísquio – é o osso póstero-inferior do osso do quadril. A tuberosidade isquiática é a projeção óssea que suporta o peso do corpo na posição sentada. Púbis – é o osso anterior do osso do quadril, o púbis contribui para a formação da sínfise púbica – a articulação entre os dois ossos do quadril. Fêmur: O fêmur é o osso mais longo, mais pesado e mais forte do corpo. A cabeça do fêmur, proximal, arredondada articula-se com o acetábulo do osso do quadril. Uma escavação rasa rugosa, a fóvea da cabeça do fêmur, está presente abaixo do centro da cabeça do fêmur, e proporciona o ponto de fixação para o ligamento da cabeça do fêmur, que ajuda a manter a cabeça do fêmur no acetábulo. A região mais estreita que sustenta a cabeça é chamada colo e é um local comum de fraturas no idoso. O corpo do fêmur apresenta uma curva ligeiramente medial para trazer a articulação dojoelho em linha com o plano de gravidade do corpo. O grau de curvatura é maior na mulher por causa da pelve mais larga. Na parte proximal lateral do corpo está o trocanter maior, e no lado medial, o trocanter menor, que servem para fixação de músculos. A linha áspera é uma crista vertical rugosa na face posterior do corpo do fêmur. A extremidade distal do fêmur é alargada para articulação com a tíbia. Os côndilos medial e lateral são os processos articulares para esta articulação. A depressão rasa entre os côndilos na face posterior é chamada de fossa intercondilar. 5 Em cada lado dos côndilos existem os epicôndilos medial e lateral que servem para a fixação de tendões e de ligamentos. Patela: osso sesamóide grande, triangular e posicionado na face anterior do fêmur distal, desenvolve-se em resposta à tensão no tendão do músculo quadríceps femoral. A superfície articular da patela se articula com os côndilos medial e lateral do fêmur. Tíbia: A tíbia articula-se proximalmente com o fêmur na articulação do joelho e distalmente com o tálus no tornozelo, e também proximalmente e distalmente com a fíbula. Duas superfícies ligeiramente côncavas na extremidade proximal da tíbia, os côndilos medial e lateral, articulam-se com os côndilos do fêmur. Os côndilos estão separados por uma ligeira projeção superior chamada eminência intercondilar, que proporciona fixação aos ligamentos cruzados do joelho. A tuberosidade anterior da tíbia, para inserção do ligamento da patela, está localizada na face anterior da extremidade proximal da tíbia. O maléolo medial é uma proeminente saliência medial óssea localizada na extremidade distal e medial da tíbia. Já na extremidade distal e lateral da tíbia está localizada a incisura fibular, para a articulação da tíbia com a fíbula. Fíbula: A fíbula é um osso longo e fino que é mais importante para fixação de músculos do que para suporte de peso. A cabeça da fíbula articula-se com a extremidade proximal lateral da tíbia. A extremidade distal da fíbula apresenta uma saliência, chamada maléolo lateral. Ossos do tarso: Há sete ossos do tarso. O mais superior é o tálus, que se articula com a tíbia e a fíbula para formar a articulação do tornozelo. O calcâneo, o maior dos ossos tarsais, proporciona o suporte esquelético para o calcanhar e tem um grande prolongamento posterior chamado tuberosidade do calcâneo, para a fixação dos músculos da panturrilha. Anterior ao tálus encontra-se o osso navicular em forma de chapéu. Os demais quatro ossos tarsais formam a série distal que se articula com os ossos metatarsais, e são, do lado medial para o lado lateral, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio, cuneiforme lateral e o osso cubóide (Figura 1). 6 Metatarsos: Os metatarsais e falanges são semelhantes em nome e número aos ossos metacarpais e falanges das mãos. Contudo eles diferem na forma, por causa do papel de suportar peso. Os ossos metatarsais são numerados de 1 a 5, começando pelo lado medial do pé. O primeiro osso metatarsal é maior que os outros por causa do seu importante papel no suporte do peso do corpo. Cada osso metatarsal possui base, corpo e cabeça. As bases do primeiro, segundo e terceiro metatarsos articulam-se com os ossos cuneiformes. As cabeças dos metatarsos articulam-se com as falanges proximais. Falanges: As 14 falanges formam o esqueleto dos dedos do pé. Como os dedos da mão, as falanges estão dispostas em uma fila proximal, uma fila média e uma fila distal. O primeiro dedo, também chamado de hálux, tem apenas falanges proximal e distal. Dangelo e Fattine. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2a edição. SP: Editora Atheneu, 2002. Van De Graaff. Anatomia Humana. 6ª edição. Barueri, SP: Manole, 2003. Falanges Metatarsos Cuneiforme Medial Navicular Vista dorsal Vista plantar Figura 1 Calcâneo Tálus Cubóide Cuneiforme Intermédio Cuneiforme Lateral Calcâneo Tálus Cubóide 1 2 3 4 5 7 Moore KL, Dalley, AF. Anatomia orientada para a clínica. Quarta edição. Rio de Janeiro, RJ: Editora Guanabara Koogan, 2001.
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