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PROVA NO PROCESSO PENAL

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PROVA NO PROCESSO PENAL
O processo existe para reconstruir uma verdade do fato, não existe uma única verdade, uma verdade absoluta dos fatos. O juiz jamais irá conseguir reconstruir o fato por interno. O que será reconstruído no processo é uma verdade, que não necessariamente corresponde a verdade “real” ou a verdade dos fatos.
A prova permite que o juiz reconstrua uma verdade de um fato supostamente delituoso. A prova é elemento essencial.
1. Conceito
	A prova é o elemento que empresta efeitos de veracidade a uma das versões do fato supostamente delituoso trazidas ao processo.
	Prova não se confunde com objeto de prova e nem com meio de prova.
	Objeto de prova: é a versão do fato que se quer provar.
	Meio de prova: é o meio utilizado para a produção da prova. Ex: laudo pericial é a prova, a perícia é um meio de prova, e o homicídio seria objeto de prova. Ex 2: depoimento testemunha é prova, a ouvida da testemunha é meio de prova.
2. Momentos da prova
	A prova tem determinados momentos.
- 1º: Momento da proposição:
	Momento em que a parte propõe a produção de prova. No nosso processo penal, em que o juiz é gestor da prova, não é uma mera proposição, mas, sim, um requerimento de produção de prova. Você pede ao juiz se pode produzir a prova, e o juiz decide se irá produzir ou não.
- 2º: Momento de admissão:
	Momento em que o juiz verifica se é possível ou não produzir aquela prova. Em um processo como o nosso, em que o juiz é gestor da prova, o juiz pode simplesmente indeferir o seu pedido, indeferir por quê? Porque “já formou a convicção sobre o caso”. Então, o momento de admissão é bem amplo. 
	Só não pode indeferir a ouvida das testemunhas dentro do número legal. Em cada procedimento há a previsão de um número máximo de testemunhas a serem ouvidas pelas partes. E essas testemunhas o juiz não pode indeferir o pedido de ouvida destas testemunhas legais que são do número de até 8.
- 3º: Momento da produção da prova:
	É o momento em que a prova é introduzida no processo, passa a fazer parte do processo. Ex: momento em que o depoimento de testemunha é prestado.
- 4º: Momento da avaliação da prova:
	Momento em que a prova ser valorada pelo julgador. Como ocorre essa valoração? Os autores costumam elevar sistemas de valoração na história do processo penal
a) Sistema místico ou religioso
	Tem sua configuração nos “Juízos de Deus”. 
	A prova era valorada de acordo com o milagre. Ex: pessoa era acusada teria de levar mais testemunhas: Deus ajudaria aquele que estivesse dizendo a verdade. Ex: ordálias. 
b) Sistema da tarifa legal ou do tarifamento legal
	O valor das provas está previamente estabelecido em alguma espécie de normativa.
	Ex: inquisição. Na inquisição o valor da prova estava pré-estabelecido dependendo da resposta que o sujeito dava das perguntas da inquisição, a confissão era a prova máxima. Inquisitor só somava o valor das provas.
	Cabe ao julgar apenas realizar a somatória das provas.
	Esse sistema tem resquício no nosso Ordenamento Jurídico: existem provas no processo penal que ganham valor muito maior que outras provas previamente. Ex: prova pericial tem valor muito maior do que as outras, ainda que isso não esteja na lei.Ex: testemunha indigna de fé: quando a testemunha vai ser ouvida é possível que a outra parte impugne seu testemunho e vai constar nos autos que é indigna de fé. Testemunha indigna de fé no Código de 41 era a prostitua, o vadio. Hoje preso que presta depoimento pode ser indigno de fé. Ainda que se discuta essa indignidade o Código estabelece a diferença nesse depoimento.
c)Sistema da convicção íntima
	Sistema em que o julgador valora livremente a prova e decide, mas não precisa fundamentar a sua valoração.
	Isso sempre existiu no Tribunal do Júri, em que o jurado valora as provas como bem entende, sem precisar motivar essa valoração.
d) Sistema do livre convencimento
	Em tese, o juiz valora livremente as provas, atribui as provas a valoração que bem entende, e motiva a sua valoração. Art. 93, inciso IX da CF.
	Esse livre convencimento não é “tão livre”. Juiz é ser humano, sofre condicionamentos sociais, psicológicos. Além de que o juiz produz provas. Mas é o melhor dos sistemas, porque, pelo menos, o juiz tem de fundamentar a valoração da provas e isso permite contraditório, recursos contra decisão.
3. Princípios relativos a prova
- Princípio da verdade material
	Autores afirmam que o processo penal seria a busca da verdade real do fato supostamente delituoso.
	Só que essa verdade real é impossível. 
	Mas mesmo assim se sustenta que o juiz tem de buscar essa verdade, tem de se aproximar dessa verdade.
	Mas como vai buscar algo que nem sabe o que é? Porque vai buscar se é impossível?	
	É mais uma justificativa para dar ao juiz amplos poderes. E juiz que vai buscar a verdade real, nunca há respeito as garantias processuais. As garantias viram obstáculo nessa busca.
	Não faz sentido sustentar esse princípio.
- Princípio do ônus da prova
	Ideia de que se eu produzir o que eu estou alegando terei sentença favorável, se não comprovar terei sentença desfavorável.
A nossa legislação diz que a prova incumbe a quem fez a alegação. Porém, o juiz pode produzir provas.
	Ex: se a acusação não comprovou nada, acusação não comprovou, o juiz pode produzir por ambas. 
	Essa noção de ônus fica prejudicada no processo penal.
	Distribuição constitucional do ônus seria: a acusação deve comprovar a imposição que fez. DEPOIS de comprovada essa imputação surge o ônus de comprovar a inocência.
	Aury Lopes Junior a distribuição do ônus seria: a acusação tem o ônus de comprovar a imposição e a comprovar que não incidiram excludentes. Só depois surgiria o ônus da defesa de comprovar a inocência.
	Em muitas situações há inversão do ônus da prova. Ex: sujeito preso em flagrante: a acusação não precisa provar nada. Mas a acusação deveria comprovar, sim, mas não acontece na prática.
20/10/13
Continuação
- Princípio da inadmissibilidade de prova ilícita
	CF proíbe prova a ilícita.	
	Distinção de Nuvolone entre prova ilícita e prova ilegítima: a prova ilícita é obtida mediante violação de regra de direito material (ex: prova obtida mediante tortura, viola o CP). A consequência da prova ilícita é a sua não admissão no processo. Já a prova ilegítima é obtida mediante violação de regras processuais. A prova ilegítima é uma prova nula. A prova ilícita não pode ser admitida no processo, mas não é uma prova nula. Se a prova ilícita for admitida no processo, será nulo o ato de admissão dessa prova. Já quando a prova é ilegítima, a prova é nula e pode ser refeita.
	Teorias que tratam da admissibilidade/inadmissibilidade da prova ilícita:
a) Teoria da admissibilidade da prova ilícita
	Toda regra seria composta de preceitos e sanções. As regras processuais estabelecem como os atos processuais devem ser praticados, se pratica ato processual em desacordo com o estabelecido, viola o preceito e fica sujeito a uma sanção: a sanção seria a ineficácia de ato, após declaração de invalidade.
	Ex: denuncia sem todos os requisitos, será considerada nula.
	Essa teoria diz que se produz prova mediante violação de regra de direito material, há violação de um preceito e deveria ficar sujeito a sanção. Se violar preceito de regra penal, fica sujeito a sanção de regra penal. O que não pode acontecer, é violar o preceito de uma regra penal e ficar sujeito a sanção processual. 
	Ex: violar domicilio para obter documento e ter sanção processual. Isso não seria lógico.
	Essa teoria defende que a prova ilícita deve ser admitida no processo. O sujeito deveria responder pelo crime, pela sanção, material que teve para obter a prova. 
	CRÍTICA A ESSA TEORIA: a ilicitude é um conceito geral do ordenamento, e o que é ilícito em um dos ramos do ordenamento, é ilícito para todo o ordenamento. E não irá receber a sanção de todos os ramos do ordenamento. Além de incentivar a prática de crimes para a obtenção de provas.
b) Teoria da inadmissibilidade da prova ilícita em razãoda unidade do ordenamento
	É conhecida como a teoria do “male captum bene retentum”: é má na captação e boa na retenção.
	Algo que é ilícito para o direito penal, também é ilícito para o processo penal. 
c) Teoria da inadmissibilidade da prova ilícita por força da vedação constitucional
Teoria que prevalece no Brasil. 
	Não se admite em hipótese nenhuma a prova ilícita, por haver vedação constitucional.
	Essa vedação constitucional é uma regra, e não um princípio. E se não é um princípio, não admite qualquer ponderação.	
d) Teoria da admissibilidade da prova ilícita aplicando a proporcionalidade
	Defendem que a vedação constitucional da prova ilícita seria um princípio que seria possível de ser ponderado.
	Defendem que seria possível admitir a prova ilícita, se ponderada diante da ampla defesa do acusado. Ex: quando só tem a possibilidade de provar a inocência do acusado, mediante prova ilícita, ela deveria ser admitida.
	Relativizaria esse princípio, em benefício do réu.
	Mas como consigo limitar isso? Há inúmeras decisões do TRF4 flexibilizando a vedação da prova ilícita para “manter a segurança da sociedade”, nos casos das organizações criminosas. Estaria ponderando o quê? A segurança da sociedade.
	Se abre mão para a possibilidade de flexibilidade para o acusado, abre mão para a acusação também.
	Por isso, para a Professora, não pode haver a admissão de prova ilícita. O preço que se paga por uma vedação absoluta é menor, do que o preço que se paga por admitir em algumas situações. Em razão de abrir mão para a acusação também.
- Provas ilícitas
a) Confissão obtida mediante tortura
	Normalmente é obtida na fase policial, sem fiscalização. É difícil de provar. 
	Tortura é crime, mas é de difícil prova.
b) Prova obtida mediante sigilo de cartas e correspondências
	De acordo com a CF elas são invioláveis.
	Exceções: diretor do estabelecimento prisional, diante de uma suspeita mediante a prática de crimes por meio de correspondência possa violar essa correspondência.
	A pessoa que recebeu a carta pode usar a carta para prova a sua inocência, porque o segredo diria respeito à ela e ela está abrindo esse segredo.
	As cartas não se equiparam aos e-mails.
	O sigilo do e-mail não é inviolável, por quê? O e-mail seria uma espécie de comunicação telefônica e as comunicações telefônicas podem ter o seu sigilo violado nos termos da Lei 9296.
	A CF permite a violação de comunicação telefônicas em casos.
	As comunicações telefônicas podem ter seu sigilo violado, nos termos da Lei 9296, para fins de processo penal.
	A Lei 9296 estabelece a possibilidade de um terceiro, mediante ordem judicial, para fins de prova no processo penal, nos crimes apenados com reclusão, desde que seja a única forma de produzir provas, é ordenada pelo juiz mediante decisão fundamentada. Tudo isso é feito de forma sigilosa e deve dura 15 dias, prorrogáveis por mais 15 dias. Mas na prática não seguem isso que está na Lei: são feitas contra vários alvos, sem que o juiz fundamente, não respeitam o prazo e muitas vezes fazem a interceptação primeiro e depois pedem para o juiz autorizar.
	Sai a interceptação telefônico e deveria ser mantido o sigilo externo, mas na prática não é assim.
c) Prova obtida mediante violação de sigilo bancário/fiscal
	Quem pode violar esses siglos? As CPI’s mediante autorização do Plenário das Casas Legislativas; e o juiz mediante decisão fundamentada.
	STF já entendeu que o MP poderia por si só determinar violação ao sigilo por caso de dano ao erário.
d) Prova emprestada
	É aquela prova que foi produzida em um outro processo e que vai ser admitida para a comprovação de algo que está sendo discutido atualmente em um outro processo.
	O nosso CPP não trata isso. Mas tem se admitido a prova emprestada, com algumas condições: ela tenha sido produzida sob o crivo do contraditório e seja corroborada pelas demais provas no outro processo.
	O STF tem decisões que não só essa prova tenha sido obtida nessas condições, mas que o acusado tenha participado dessa produção de prova.
	Outra questão: prova produzida no inquérito policial, pode ser emprestada? A maioria das provas periciais são produzidas no inquérito policial, sem a possibilidade de interferência das partes.
	A perícia é considerada uma prova de contraditório postergado, depois as partes podem se manifestar sobre a prova. 
	E se essa prova pericial foi produzida no inquérito policial, mas posteriormente foi submetida ao contraditório: essa prova poderia ser emprestada.

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