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TAXAS; direito tributario

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TAXAS
1. Base legal
- Art. 145, II, CF
	Introduz 3 espécies tributárias: imposto, taxa e contribuições de melhoria. No inciso II trata das taxas.
	Os entes federativos podem criar e cobrar taxas.
- Art. 77-80 CTN
	CTN é norma geral de matéria tributária
2. Tributo vinculado
	Teoria diz que os tributos são de duas categorias: vinculados ou não vinculados. Imposto é tributo não vinculado e o pagamento não significa uma contraprestação direta/imediata do Estado.
	“Na taxa o Estado age e eu pago”, no imposto: “eu ajo e eu pago”. 
	Na taxa o contribuinte paga a taxa e a ação do Estado é em favor do contribuinte.
	Quais seriam essas ações do Estado? Feitam diretamente em razão do contribuinte? Há dois tipos de ações centrais, com isso a doutrina chama essas ações de subespécies de taxas: tx de serviço público e tx de polícia.
	Você paga “x” e o Estado dá algo em troca
3. Subespécies
- Taxa de serviço público (SP)
	Estado fornece, com o pagamento da taxa, um serviço público específico e indivisível
- Taxa de polícia ou taxa de fiscalização
	Em decorrência do pagamento da taxa, o Estado exerce o poder de polícia em favor do contribuinte.
	Então a taxa, além de ser um tributo VINCULADO, é um tributo CONTRAPRESTACIONAL. 
	Para algumas doutrinas a taxa é SINALAGMÁTICA: se forma um vínculo entre contribuinte e o Estado, quase contratual.
	A cobrança de taxa: com o pagamento da taxa se está recompensando a atuação estatal. A taxa não serve para encher os cofres públicos de dinheiro. A taxa tem de ser proporcional ao custo da atuação estatal. A base de cálculo tem ser proporcional, então.
3.1. Taxa de SP
- Utilização efetiva ou potencial de SPs, específicos e divisíveis (...) (redação literal da CF)
	A tx de sp pode ser cobrada por todos os entes federativos quando prestados ou colocados a disposição ao contribuinte. 
OBS: Serviço público universal e geral: são serviços prestados as pessoas indistintamente. Não há como mensurar quem está usando o serviço e quanto do serviço está utilizando. Ex: segurança pública: o Estado não tem como comprovar quantos habitantes se utilizaram da segurança pública e em qual medida.O Estado presta estes serviços com o que ele arrecada de impostos. Ex: Estado do PR arrecada ICMS, IPVA e ITCMD: se arrecadou 30 milhões com estes impostos, no final do ano o estado vai pegar uma fatia desta arrecadação e vai destinar para a segurança pública. O Estado não precisa ter outro recurso além dos impostos para prestar estes serviços públicos universais.
	E já os serviços públicos específicos e divisíveis: para prestar estes serviços, o Estado pode cobrar um tributo em especial para prestá-los. E este tributo é a taxa de serviço público.
	Então, a taxa de serviço público só pode ser cobrada se o Estado prestar serviço público específico e indivisível.
a) Divisíveis: utilização separada pelos usuário (79, III, CTN)
	Ex: taxa de coleta domiciliar de lixo.
	Permite a utilização separada por cada um dos usuários do serviço público.
	No passado se cobrada a taxa de limpeza de ruas e logradouros públicos é INCONSTITUCIONAL: porque isso é serviço público universal, não é específico e indivisível e por isso não pode ser cobrado com taxa.
b) Específicos: mensuração
	Permite a mensuração. Isto é, consegue identificar quem está utilizando-se do serviço público e quando cada um se utiliza.
	Ex: solicita ao Estado possibilidade de construção de prédio, quer concessão de alvará, solicita a fiscalização por parte do Estado. O valor da taxa vai ser correspondente ao valor das horas que o Estado gastou para a concessão ou não da obra. Se o Estado fosse avaliar a possibilidade de construção de uma casa mais simples: a taxa seria menor, porque o Estado gastaria menos horas para avaliar a situação. São trabalhos diferentes, porque o serviço público indivisível e específico importa uma mensuração diferenciada.
	Ex 2: Como mensura a coleta de lixo domiciliar? Aquele que for proprietário de imóvel domiciliar paga uma taxa pela coleta de lixo domiciliar. Mas no município de Ctba não é analisado a quantidade de lixo domiciliar de cada casa. Alguns municípios analisam que quanto maior a metragem da casa, maior o valor da taxa de coleta de lixo domiciliar. Porque quanto maior a metragem do imóvel, maior seria a produção do lixo. Esse requisito de metragem é questionável: não é porque tem uma casa maior que, necessariamente irá produzir mais lixo, depende de quantas pessoas moram, por exemplo.
	Como cobrar as taxas? Conforme as unidades de medida. Tantos kg de lixo, vai ser taxa de valor “x”.
	
	DISCUSSÃO: a taxa de coleta domiciliar é divisível, mas não há especificidade: Estado não mede a quantidade. PRIMEIRA DECISÃO POLÍTICA DO STF EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA. STF disse que a taxa de coleta de lixo é cobrada de forma divisível e específico. STF pensou nos municípios que precisam do valor arrecadado com as taxas para cobrar o serviço público e se os municípios não conseguiriam prestar o serviço com o pagamento de outra coisa que não as taxas, quem iria pagar a conta, no final das contas, seria própria população, a coletividade. Então, STF considerou que é mensurável.
	Esse serviço público pode ser prestado diretamente ao contribuinte ou colocado à disposição do contribuinte. Mas, em ambos os casos, será cobrado a taxa. E daí surge duas situações:
a) Taxa de serviço público fruído
	É o serviço público efetivamente utilizado.
	Ex: taxa de água: paga de acordo com o que usou de água.
b) Taxa de serviço público fruível
	É o serviço público posto à disposição.
	Ex: taxa de água: casa de praia, período não utilizado, mesmo que não tenha utilizado, há uma “taxa básica de água ou taxa mínima de água” no valor relativo a 10mm³.
	Como o serviço está colocado a sua disposição, tem de pagar este mínimo. Tem um trabalho da SANEPAR para manter este serviço a disposição. Por isso, é cobrado este mínimo, que é a taxa de serviço público fruível. 
	OBS: telefonia: não é sujeito a TAXA, mas TARIFA: regime contratual, só paga se, efetivamente, utilizar o serviço.
3.2. Taxa de polícia ou taxa de fiscalização
	Diferente de segurança pública. São coisas diferentes.
- Exercício do poder de polícia (78 CTN)
	Conceitua, o art. 78, o exercício do poder de polícia.
	O Estado vai regular a prática de certos atos ou abstenção de outros atos, e nessa regulação o Estado pode restringir a liberdade, propriedade... em nome de um interesse maior. O interesse maior seria: moral, bons costumes, liberdade, integridade das pessoas... Em prol, então, de valores maiores de toda a coletividade.
	O Estado cobra a taxa pelo custo da fiscalização.
	Ex: taxa para obter alvará de construção, taxas pagas ao DETRAN.
- É possível cobrança desta taxa pelo exercício potencial do poder de polícia?
	A taxa de serviço pode ser cobrado pelo serviço efetivamente prestado e pelo serviço posto a disposição do contribuinte. E a taxa de polícia? O Estado tem a mesma prerrogativa? Pode o Estado cobrar taxa de polícia por uma fiscalização que possa não acontecer, isto é, ser meramente potencial? 
	O art. 145, II da CF: a taxa de serviço público pode ser cobrada pelo serviço efetivo ou pelo serviço posto a disposição; mas para taxa de polícia a CF exige efetivo ou regular exercício do poder de polícia. 
	Então, quando se interpreta a CF não permite cobrança de taxa pelo Estado pelo exercício de poder de polícia potencial – que fica a disposição. É preciso que o Estado preste, efetivamente, o poder de polícia para poder cobrar a taxa de poder de polícia.
	Se admitíssemos a cobrança de taxa pelo exercício potencial do poder de polícia: o Estado poderia não realizar a contraprestação: isso daria prejuízo muito grande: à vida, integridade física (justamente aquilo que o poder de polícia quer proteger). 	
	TODAVIA: STF teve decisão política: basta o órgão estar criado, o fato do IBAMA estar criado, mesmo que a fiscalização não esteja sendo realizada efetivamente, pela criação do órgão há indícios de que a fiscalizaçãoesteja sendo realizada e poderia, sim, ser cobrado a taxa.
	
4. Base de cálculo
- Art. 145, parágrafo 2º, CF
	Se a taxa serve para recompensar valor estatal, a CF diz que as taxas não podem ter base de cálculo, ou hipótese de incidência tributária, própria dos impostos.
- Art. 77, parágrafo único, CTN
	A base de cálculo das taxas não pode ser a receita bruta, faturamento, renda da empresa. 
	Isso, porque o imposto serve para encher os cofres públicos de dinheiro; mas a taxa não serve para isso e, sim, para recompensar a atuação estatal.
	Ex: tem Pessoa Jdca A (que é uma EPP) e tem Pessoa Jdca B (empresa de grande porte). Os faturamentos são diferentes. Não é lógico que cobre taxa para fiscalizar a empresa A e fiscalizar a empresa B, sendo que o trabalho do fiscal será diferente, diferentes o valor de fiscalização de cada empresa com base na receita bruta da empresa. O trabalho do fiscal é o mesmo, não pode cobrar valor de taxa diferente. 
	As bases de cálculo com receita bruta, faturamento, renda, são bases de cálculo dos impostos. Os impostos buscam enriquecer os cofres públicos, por isso buscam pegar a maior porção de riqueza. Mas a taxa não tem esta finalidade, então não pode ter estas bases de cálculo.
	Não se pode utilizar, também, as condutas que geram incidência tributária para cobrar taxa. São as HIPÓTESES DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA: é sempre a conduta que gera a tributação.
- Súmula 595 STF
- Súmula 667 STF
- SV 29

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