DISTÚRBIOS EMOCIONAIS DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA RESUMO – 2º BIMESTRE TRANSTORNOS RELACIONADOS AO TRAUMA E ESTRESSORES; Estresse: Reação de adaptação. É o estado gerado pela percepção/interpretação de estímulos que provocam excitação emocional, perturbando a homeostase e disparando um processo de adaptação, ou seja, é uma reação a adaptação. O estresse pode estar vinculado a fatores positivos ou negativos (Ex: casamento; prova). E pode ser externo (ambiente) ou interno (do próprio individuo). Trauma: Caracteriza pela exposição do individuo a um episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes formas: vivenciar diretamente o evento traumático, testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outras pessoas, familiar ou amigo próximo. Pode ser trauma: Episodio: ocorreu apenas uma vez; Crônico: Ocorre com frequência. Se não tem estressor, então não é transtorno de traumas e estressores; Estressor precoce: Vivência de um estressor durante a infância ou adolescência, tais como: abuso e negligência, perda parental, divorcio de pais, cuidadores com transtornos psiquiátricos, ausência de cuidados básicos, abandonos e privação de alimentos, constituindo-se um fator de risco para a psicopatologia na vida adulta. ABUSO NEGLIGÊNCIA (ausência de cuidados) Físico; Física; Emocional; Emocional. Sexual; Transtorno do apego reativo; A característica essencial é a ausência ou um vínculo grosseiramente não desenvolvido entre a criança e os supostos cuidadores adultos. A criança rara ou minimamente recorre a uma figura de apego para obter conforto, proteção e carinho. Fator de risco: negligencia social grave, caracterizada como ausência de cuidados adequados durante a infância. Transtorno de Interação social desinibida; Caracteriza-se por uma sociabilidade indiscriminada ou uma falta de seletividade na escolha das figuras de vinculação. Pode ser visto em crianças com história de negligência que carecem de vínculo ou cujos vínculos com seus cuidadores variam de seguros até perturbados. Fator de risco: negligencia social grave. Transtorno do apego reativo; Transtorno de interação social desinibida; Após 9 meses; Após 9 meses; Histórico de negligência; Histórico de negligência; Retraimento em relação ao cuidador; Desinibição com desconhecidos; Sintomas aparecem até os 5 anos; Discrição reduzida ou discrição ausente; Excluir diagnóstico do TEA. Sintomas não caracterizam apenas impulsividade. Transtorno de estresse pós-traumático; É caracterizado pela presença de sintomas de evitação e embotamento, reexperimentação do evento traumático, excitabilidade aumentada (sono, fome aumentada) presentes após a exposição a um ou mais eventos traumáticos, envolvendo experiência pessoal direta ou um evento real ou ameaçador. Manifestação dos sintomas: Se manifestam dentro dos primeiros três meses depois do trauma. Podem ter três apresentações clínicas: (1) aguda com duração de 1 a 3 meses, (2) crônica com mais de 3 meses de duração e (3) TEPT de expressão ou manifestação tardia em que os sintomas aparecem no mínimo 6 meses após o trauma. Fatores de risco: são subdivididos em – pré-traumáticos, peri-traumáticos e pós-traumáticos. Pré-traumáticos: estão associados com problemas emocionais na infância até os 6 anos de idade, transtornos mentais prévios, status socioeconômico baixo, exposição a estressores na infância. Peri-traumáticos: (Durante o trauma) Quanto maior a magnitude e ameaça à vida, maior a probabilidade de ter TEPT. Pós-traumáticos: Fatores cognitivos, crenças, estratégias de enfrentamento, apoios sociais. Critérios diagnósticos: os critérios diagnósticos se aplicam para adultos, adolescentes e crianças a partir dos seis anos de idade. Transtorno de estresse agudo; É um conjunto de alterações emocionais, cognitivas e físicas que podem surgir após um evento estressante extremo e ameaçador. Caracteriza-se pelo desenvolvimento de sintomas de medo intenso ou sensação de impotência, típicos da reação mediante a exposição traumática. Os sintomas podem durar de 3 dias até 30 dias, sendo que a manutenção dos sintomas após 4 semanas, justificam outros diagnósticos (como o Estresse Pós-Traumático). Entre as comorbidades existente no TEA, o DSM-5 menciona que é relativamente comum que indivíduos com TEA sofram ataques de pânico dentro do primeiro mês após o evento traumático, sendo desencadeado pelas lembranças do trauma ou até mesmo de maneira espontânea. É importante salientar que o TEA pode predispor ao desencadeamento de TEPT. Transtornos de adaptação O transtorno de adaptação é uma forte e inesperada reação emocional e comportamental que ocorre em resposta a um evento estressante identificado da vida ou mudança de vida ocorrida nos últimos três meses. Manifestação Clínica: causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional e/ou outras áreas importantes da vida do indivíduo. Fator de risco: sujeitos em circunstancias de vida desfavorável vivenciam uma taxa elevada de estressores, estando mais suscetíveis a desenvolver o transtorno. TRANSTORNOS ANSIOSOS; Os transtornos ansiosos encontram-se entre as doenças psiquiátricas mais comuns em crianças e adolescentes. Etiologia: Neurobiológica; Fatores de risco: pré-natais, temperamento, demográficos, ambientais (pais ansiosos ou superprotetores); Mais frequente em meninas, elevada comorbidade; Em crianças o medo ou ansiedade: choro, ataque de raiva, imobilidade ou comportamento de agarrar-se. Avaliação Escalas de avaliação da ansiedade; IDATE: Tem como objetivo identificar: o estado e o traço de ansiedade; BAI: escalas Beck para inventario de ansiedade (>17 anos); CBCL: questionário que avalia competência social e problemas de comportamento em indivíduos de quatro a 18 anos, a partir de informações fornecidas pelos pais; Escalas de habilidades sociais; Inventário de estilos parentais. IDADE PREOCUPAÇÕES E MEDOS CORRESPONDENTES A FAIXA ETÁRIA TRANSTORNOS CORRESPONDENTES Primeiras semanas 6 meses Medo de perda, por exemplo, do contato físico dos cuidadores, estímulos sensoriais intensos. 6-8 meses Timidez, ansiedade com estranhos TAS 12-18 meses Medo da separação TAS, ataque de pânico 2-3 anos Medo de trovão, de raio, de fogo, de escuro, de pesadelos, de animais. FE 4-5 anos Meda da morte ou de pessoas mortas TAG, ataques de pânico. 5-7 anos Medo de objetos específicos (animais, monstros, fantasmas). Medo de germes ou de adquirir alguma doença. Medo de desastres naturais/eventos traumáticos. Ansiedade ligada a performance escolar. FE TOC FE, TEA, TEPT, TAG FS 12-18 anos Medo de rejeição dos colegas FS Tratamento: Intervenção psicossocial; Psicoeducação; Medicamentoso; Psicoterapia. TAS: transtorno de ansiedade separação; FE: fobia específica; FS: fobia social; TAG: transtorno de ansiedade generalizada; TEA: transtorno de estresse agudo, TEPT: transtorno de estresse pós-traumático; TOC: transtorno obsessivo compulsivo. Transtornos de ansiedade de separação – TAS (mais comum entre crianças pequenas 6-8 anos) A ansiedade de separação é um medo excessivo e intenso de perder um dos pais que acarreta um sofrimento significativo e prejuízos importantes nas relações sociais, rendimento escolar e na dinâmica familiar. Persiste por no mínimo 4 semanas. Tratamento: psicoterapia, Psicoeducação, exposição-alvo (gradual, permitindo a habituação a ansiedade, respeitando as limitações da criança), intervenções familiares (conscientizar a família sobre o transtorno), intervenções farmacológicas quando os sintomas forem graves e incapacitantes. Transtorno do Pânico – TP Caracterizado pela presença de ataques de pânico (presença de medo intenso de morrer, associado a inúmeros sintomas autonômicos, como taquicardia, sudorese, tontura, falta de ar, dor no peito, dor abdominal, tremores), seguidos