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Economia e Negócios

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Economia
e Negócios
Wanderley Gonçalves
Economia
e Negócios
E
co
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m
ia
 e
 N
eg
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s
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-2972-3
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
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mais informações www.iesde.com.br
Wanderley Gonçalves
Economia e Negócios
IESDE Brasil S.A.
Curitiba
2012
Edição revisada
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autori zação por 
escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
G624e
 
Gonçalves, Wanderley
 Economia e negócios / Wanderley Gonçalves. - 1.ed., rev. - Curitiba, PR : IESDE 
Brasil, 2012. 
 190p. : 24 cm
 
 Inclui bibliografia
 ISBN 978-85-387-2972-3
 
 1. Economia. 2. Demanda (Teoria econômica) I. Título. 
 
12-5021. CDD: 330
 CDU: 330
 
12.07.12 30.07.12 037451 
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.
IESDE Brasil S.A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
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mais informações www.iesde.com.br
Wanderley Gonçalves
Pós-graduado em Administração de Empresas 
pela Universidade São Judas Tadeu (USJT/SP). 
Bacharel em Ciências Econômicas pela Facul-
dade de Economia, Administração e Contabili-
dade da Universidade de São Paulo (FEA/USP). 
Professor emérito dos cursos de graduação e 
pós-graduação da Universidade Cidade de São 
Paulo (Unicid/SP). Diretor do curso de Ciências 
Contábeis e coordenador dos cursos tecnológicos 
da área de comércio e gestão da Unicid/SP.
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Preferências individuais e restrição orçamentária 
11
12 | Curva de indiferença
14 | Restrição orçamentária
17 | O equilíbrio do consumidor
O estudo da demanda de mercado 
23
23 | Introdução: o mercado
25 | A demanda
30 | O excedente do consumidor
O estudo da oferta de mercado 
39
39 | Introdução
41 | A oferta
47 | O excedente do produtor
O equilíbrio do mercado 
53
53 | Introdução
54 | A demanda e a oferta: determinação do equilíbrio
58 | Características fundamentais do preço de equilíbrio
59 | Alterações no ponto de equilíbrio em razão de mudanças 
(deslocamentos) da oferta e da demanda
64 | O equilíbrio de mercado demonstrado algebricamente
O estudo da elasticidade-preço da demanda 
71
71 | Introdução
72 | Observações sobre o coeficiente da elasticidade-preço da demanda
75 | Tipos de demanda
77 | Os casos extremos
78 | A elasticidade-preço da demanda e a receita total
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A produção 
89
89 | Introdução
89 | O que é produção?
95 | Produção Total
96 | Produção Marginal
96 | Produção Média
102 | Análise do comportamento da Produção Marginal e da Produção Média: 
Lei dos Rendimentos Decrescentes
103 | Renda marginal e custo marginal
Os custos da produção
109
109 | Introdução
109 | O curto prazo e os custos de produção
111 | Custo total e produção total
116 | Os custos médios (unitários)
120 | O custo marginal por unidade e o rendimento marginal por unidade
125 | O ponto de máximo lucro da firma no curto prazo
O estudo da margem de contribuição
133
133 | Introdução
135 | Fórmula para cálculo
142 | O uso da margem de contribuição para a tomada de decisões
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Análise do ponto de equilíbrio
151
151 | Caracterização do ponto de equilíbrio
163 | O ponto de equilíbrio para vários produtos
166 | Custo total para mix de produção
167 | A Margem de Segurança Operacional (MSO)
As diferentes estruturas de mercado
173
173 | Introdução
173 | Mercado de concorrência perfeita – caracterização
177 | Monopólio – caracterização
179 | Concorrência monopolista – caracterização
181 | Oligopólio – caracterização
Referências
189
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Apresentação
Vivemos em um mundo no qual a multiplici-
dade das mudanças é uma constância. Mudar 
é imperioso para se manter vivo e competitivo 
no mercado.
Dentro dessa lógica desenvolvemos o conteúdo 
do presente livro, buscando enfatizar a essen-
cialidade do conhecimento microeconômico, 
especificando e exemplificando as principais 
ferramentas que nos são fornecidas pela Ciência 
Econômica, principalmente no que tange a sua 
utilização na tomada de decisões.
Buscamos, adicionalmente, ter compromisso 
com o aprendizado do aluno, valendo-nos de 
uma linguagem simples e objetiva cuja finalida-
de foi tornar o tecnicismo da linguagem econô-
mica em algo fluido e agradável. Para tanto, o 
livro possui uma sequência de assuntos que se 
integram em um todo harmônico.
No Capítulo I abordaremos as preferências do 
consumidor e as limitações impostas por sua 
restrição orçamentária.
O Capítulo II é dedicado ao estudo do mercado 
e, dentro deste, o comportamento do consumi-
dor, evidenciando-se a demanda de mercado.
No Capítulo III estudaremos a oferta de merca-
do e suas principais determinantes.
Dedicamos o Capítulo IV ao estudo do equilí-
brio de mercado por meio da interação entre 
demanda e oferta.
E
conom
ia e N
egócios
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No Capítulo V estudaremos um importante ins-
trumento para tomada de decisões, qual seja a 
elasticidade-preço da demanda.
O Capítulo VI é reservado ao estudo do primeiro 
fenômeno da vida econômica; a produção, seus 
elementos e o papel desempenhado pela firma 
nesse processo.
No Capítulo VII abordaremos os custos da pro-
dução, sua composição e as correlações dessas 
com a produção.
Já no Capítulo VIII estudaremos outra impor-
tante ferramenta para tomada de decisões, qual 
seja a margem de contribuição.
No Capítulo IX efetuaremos a análise do ponto 
de equilíbrio, partindo do seu cálculo e da sua 
importância para a tomada de decisão por parte 
das empresas.
Finalmente, no Capítulo X estudaremos as di-
ferentes estruturas de mercado e o comporta-
mento dos demandantes e dos ofertantes em 
cada uma dessas estruturas.
Boa leitura
E
conom
ia e N
egócios
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Preferências individuais 
e restrição orçamentária
Após estudar este capítulo você deverá estar apto(a) a:
identificar as formas pelas quais o consumidor procede para maximi- „
zar sua utilidade;
entender como a limitação de renda e os preços interferem na maximi- „
zação da utilidade e da satisfação do consumidor;
desenvolver as competências e habilidades necessárias para identificar „
e analisar a situação de equilíbrio do consumidor, bem comoos fatores 
que determinam esse equilíbrio.
Introdução
A Ciência Econômica debate-se com a essência do problema econômico, 
consubstanciado na dicotomia existente entre recursos de produção e neces-
sidades humanas.
Em outras palavras, sabemos que enquanto os recursos de produção são 
escassos, as necessidades humanas são ilimitadas, insaciáveis (o ser humano 
jamais se contenta plenamente com o nível de bem-estar material atingido, 
ele quer mais).
Essa máxima aplica-se também ao consumidor, principalmente pelo cer-
ceamento provocado pelo seu poder limitado de compra. As pessoas, na 
maior parte das vezes, desejam adquirir bens e/ou serviços que não podem 
adquirir, devido, principalmente, a sua restrição orçamentária (renda).
Assim, o que se pretende a partir desse ponto é estudar como o consu-
midor procede para, limitado pelo seu nível de renda e pelos preços dos 
bens e/ou serviços que pretende adquirir no mercado, maximizar sua utili-
dade ou satisfação.
Para tanto estudaremos o comportamento do consumidor perante dois 
instrumentos fundamentais, quais sejam: a curva de indiferença e a restrição 
orçamentária.
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12
Preferências individuais e restrição orçamentária
Curva de indiferença
A curva de indiferença mostra as combinações de dois produtos X e Y que 
provocarão a mesma satisfação e utilidade total a um consumidor. É, portanto, 
um instrumental gráfico que ilustra as preferências do consumidor.
Representa as diferentes combinações de bens que fornecem ao consu-
midor o mesmo nível de utilidade.
Vamos a um exemplo numérico que nos fará compreender melhor o que 
foi afirmado.
Suponha que os dados abaixo representem as combinações entre dois 
bens: carne bovina e carne de frango, que proporcionam a mesma satisfação 
e utilidade total a um consumidor.
Combinações Carne bovina (kg) Carne de frango (kg)
A 2 8
B 3 5
C 5 3
Se transferirmos os dados da tabela acima para um plano cartesiano no 
qual registraremos no eixo horizontal carne bovina e no vertical carne de 
frango, estaremos construindo a curva da indiferença para esse consumidor. 
Assim:
Gráfico 1 – Curva de indiferença
curva de indiferença
carne bovina (kg)
ca
rn
e 
de
 fr
an
go
 (k
g)
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13
Preferências individuais e restrição orçamentária
Algumas características
To „ do ponto localizado sobre a curva de indiferença representa uma 
combinação dos produtos carne bovina e carne de frango, sendo que 
todas essas possíveis combinações são igualmente satisfatórias e pro-
movem a mesma utilidade ao consumidor.
Por isso, para o consumidor é indiferente estar no ponto A, B ou C, ou 
ainda em qualquer outro ponto que represente qualquer outra possível com-
binação desde que esse ponto localize-se sobre a curva. A sua utilidade total 
e satisfação serão as mesmas. 
As curvas de indiferença têm „ inclinação decrescente. No momento em 
que a utilidade total permanece inalterada, o consumidor só estará dis-
posto a reduzir, no nosso exemplo, o consumo de carne de frango se 
puder aumentar o consumo de carne bovina.
Logo, carne de frango e carne bovina são variáveis que se correlacionam 
inversamente em uma curva que representa variáveis inversamente relacio-
nadas com inclinação decrescente.
Cada curva de indiferença representa determinado nível de utilidade: „
quanto mais alta a curva de indiferença, maior a satisfação que o con-
sumidor pode obter no consumo dos dois bens, no caso, carne bovina 
e carne de frango.
Mapa de indiferença
De posse da definição de curva de indiferença, é possível construirmos o 
mapa de indiferença, ou seja, o conjunto de curvas de indiferença, represen-
tando cada uma um dado nível de bem-estar, satisfação e utilidade total do 
consumidor.
Assim, graficamente representamos:
Gráfico 2 – Mapa de indiferença
ca
rn
e 
de
 fr
an
go
 (k
g)
carne bovina (kg)
0
1
2
3
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Preferências individuais e restrição orçamentária
O mapa de indiferença traz dentro de si inúmeras infinitas curvas de 
indiferença.
Importante salientar alguns aspectos fundamentais do mapa de indife-
rença e das curvas a ele associadas:
Qualquer curva situada à direita de quaisquer outras, portanto, mais „
alta, proporciona ao consumidor um nível de bem-estar maior. Exem-
plo: o nível de bem-estar do consumidor em U3 é maior do que em U2.
Analogamente, qualquer curva situada à esquerda de qualquer outra, „
portanto, mais baixa, proporciona ao consumidor um nível de bem- 
-estar menor. Dessa maneira, o nível de bem-estar do consumidor em 
U2 é menor do que em U3.
Indiferença significa deslocar-se ao longo da curva de indiferença. „
Exemplo: é indiferente para o consumidor, no nosso exemplo, consu-
mir uma combinação de 8kg de carne de frango e 2kg de carne bovina 
constante na combinação A, ou 5kg de carne de frango e 3kg de carne 
bovina, conforme constante na combinação B. O seu grau de utilidade 
e de satisfação será o mesmo.
Preferência significa deslocar-se para curvas cada vez mais altas, ou cada „
vez mais à direita da origem dos eixos cartesianos. No exemplo, seria pas-
sar de U0 para U1, deste para U2, U3, e assim sucessivamente.
Restrição orçamentária
Como vimos, a curva de indiferença demonstra o conjunto de bens e 
serviços que o consumidor deseja adquirir, considerando apenas as suas 
preferências subjetivas, com a finalidade de atender e maximizar sua utili-
dade ou satisfação.
Já a restrição orçamentária é o montante de renda disponível do consumi-
dor, em dado período de tempo, que limita as possibilidades de consumo, 
condicionando o que ele pode gastar.
Assim:
Curva da indiferença Conjunto de bens e serviços que o consumidor deseja adquirir
e
Restrição orçamentária Conjunto de bens e serviços que o consumidor pode adquirir
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Preferências individuais e restrição orçamentária
Essa constatação permite-nos definir a reta orçamentária ou linha de 
preços como as combinações máximas possíveis de bens e serviços a serem 
adquiridos, dados a renda do consumidor e os preços dos bens.
De forma análoga à Curva de Indiferença, é possível também demonstrar 
graficamente o Perfil da Reta Orçamentária. 
Valendo-nos do mesmo exemplo da carne bovina e da carne de frango e 
supomos que o nosso consumidor possua uma renda de R$70,00 para gastar 
em carne de frango e carne bovina, e que o preço do quilo da carne bovina 
seja R$10,00, e o da carne de frango seja R$8,00. Dessa maneira, serão pos-
síveis ao nosso consumidor as seguintes combinações entre carne bovina e 
carne de frango:
Caso opte por adquirir somente carne bovina será possível ao nosso con-
sumidor comprar 7kg, ou seja, R$70,00 que é sua Renda Total dividido por 
R$10,00 que é o preço de cada kg de carne bovina. Ato contínuo, caso opte 
por adquirir somente carne de frango ser-lhe-á possível adquirir 8,75kg, ou 
seja, R$70,00 que é sua Renda Total dividida por R$8,00 que é o preço do kg 
da carne de frango.
Outras combinações também são possíveis; vamos a elas: 
O nosso consumidor poderá optar por adquirir 2kg de carne bovina; nesse 
caso, consumirá R$20,00 de sua renda já que cada quilo de carne bovina tem 
um preço de R$10,00. Como sua renda é de R$70,00 sobram-lhe R$50,00 que 
permitem ao nosso consumidor adquirir 6,25kg de carne de frango, ou seja, 
R$50,00 dividido por R$8,00, que é o preço do kg da carne de frango.
Se a opção do nosso consumidor for a de adquirir 3kgde carne bovina ele 
consumirá R$30,00 de sua renda, ou seja, R$10,00 x 3 = R$30,00. Da mesma 
forma com uma renda de R$70,00 sobram-lhe R$40,00 que permite ao nosso 
consumidor adquirir 5kg de carne de frango, ou seja, R$40,00 divididos por 
R$8,00, que é o preço do kg de carne de frango.
Sequencialmente, caso opte por adquirir 5kg de carne bovina consumirá 
R$50,00 de sua renda, ou seja, R$10,00 x 5 = R$50,00. Nessa situação com uma 
renda de R$70,00 sobram-lhe R$20,00, que permitem ao nosso consumidor 
adquirir 2,5kg de carne de frango, ou seja, R$20,00 divididos por R$8,00 que 
é o preço do kg da carne de frango.
Transportando esses dados para uma tabela e, posteriormente, para um 
plano cartesiano é possível obter-se o gráfico da Restrição Orçamentária 
(Reta Orçamentária).
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16
Preferências individuais e restrição orçamentária
Assim:
Combinações Carne bovina (kg) Carne de frango (kg)
A 7 0
B 0 8,75
C 2 6,25
D 3 5
E 5 2,5
Gráfico 3 – Restrição orçamentária
A
C
D
E
B
2,50
5
0 2 3 5 7
6,25
8,75
Restrição Orçamentária
(Reta Orçamentária)
carne bovina (kg)
ca
rn
e 
de
 fr
an
go
 (k
g)
Examinando esse gráfico constatamos que a reta orçamentária (RO) re-
presenta os pontos nos quais o consumidor dispende toda a sua renda.
Ato contínuo, os pontos localizados abaixo da reta demonstram um con-
sumidor que está gastando abaixo do que poderia. Da mesma forma, pontos 
acima, ou além da reta orçamentária, denotam uma situação em que o con-
sumidor não tem condições de adquirir os bens com a renda de que dispõe, 
dados os preços de mercado.
Em síntese: restrição orçamentária é uma curva que mostra as várias com-
binações de dois produtos que um consumidor pode comprar com determi-
nada renda monetária, dados os preços dos bens.
Características da restrição orçamentária
Com essa definição evidenciamos que renda e preços dos bens são deter-
minantes fundamentais para a configuração da restrição (reta) orçamentária, 
abstraindo-se desse fato duas características importantes:
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17
Preferências individuais e restrição orçamentária
Variações na renda „ – posição da reta da restrição orçamentária varia 
com a renda monetária, ou seja:
Renda monetária 
Restrição orçamentária expande-se 
para a direita
Renda monetária 
Restrição orçamentária retrai-se 
para a esquerda
Variações nos preços „ – uma variação nos preços dos produtos tam-
bém provoca variações na curva de restrição orçamentária, ou seja:
Preço dos 2 produtos Renda real 
Curva de restrição orçamentária 
expande-se (desloca-se para a 
direita)
Preço dos 2 produtos Renda real 
Curva de restrição orçamentá-
ria retrai-se (desloca-se para a 
esquerda)
O equilíbrio do consumidor
Já evidenciamos que a curva de indiferença representa o conjunto de bens 
e serviços que o consumidor deseja adquirir considerando apenas suas pre-
ferências subjetivas, com a finalidade de atender e maximizar sua utilidade 
total. Da mesma forma, a restrição orçamentária é representada pelo conjun-
to de bens e serviços que o consumidor pode adquirir.
Portanto, o equilíbrio do consumidor processar-se-á no ponto de tangência 
entre a restrição orçamentária, que representa a capacidade e o poder aquisi-
tivo do consumidor; e a mais elevada curva de indiferença, que representa o 
desejo. Nesse ponto, que compatibiliza poder e desejo, o consumidor estará 
maximizando sua utilidade. Graficamente:
Gráfico 4 – Curva de indiferença
curva de indiferença
reta de restrição 
orçamentária
carne bovina (kg)
ca
rn
e 
de
 fr
an
go
 (k
g)
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18
Preferências individuais e restrição orçamentária
Assim, o ponto de tangência (E) entre a restrição orçamentária e a mais 
elevada curva de indiferença representa o consumidor em equilíbrio. Nesse 
ponto, o consumidor estará maximizando o seu bem-estar e sua utilidade, 
dentro das limitações de seu orçamento. Compatibiliza-se, nesse ponto, o 
poder e o desejo.
Finalizando, o consumidor estará maximizando a utilidade e o seu bem- 
-estar no ponto em que a restrição orçamentária atinge a mais elevada curva 
de indiferença possível.
Ampliando seus conhecimentos
A revolução dos compact discs (CDs)
(McCONNEL; BRUE, 1999)
Os compact discs (CDs) surgiram nos Estados Unidos em 1983. Eles 
revolucionaram a indústria musical de venda de varejo, fazendo com que 
os discos de vinil praticamente desaparecessem. 
Em 1983, menos de 1 milhão de CDs e quase 210 milhões de discos de 
vinil foram vendidos nos Estados Unidos. Entretanto, em 1997, mais de 500 
milhões de CDs foram vendidos, e as vendas de discos de vinil despencaram 
para menos de 2 milhões de unidades. Duas razões explicam essa mudança:
1. Mudança na preferência. A qualidade superior dos CDs provocou 
uma maciça mudança nas preferências dos consumidores de LPs 
para CDs. Os CDs são tocados com um feixe de raio laser, e não 
com agulha fonográfica, e desse modo são quase insensíveis aos 
arranhões e ao desgaste que danificam os LPs. Os CDs também pos-
sibilitam um maior alcance de som e maior nitidez. Eles também 
podem conter muito mais músicas do que os LPs. Todas essas ca-
racterísticas fizeram os CDs preferíveis aos discos de vinil.
2. Reduções nos preços dos CD players. Embora os preços dos CDs 
não tenham diminuído de forma significativa, os preços dos apa-
relhos de CD diminuíram bastante. Na década passada, eles custa-
vam, nos Estados Unidos, $1.000 ou mais, mas agora a maioria dos 
CD players é vendida por $200. Enquanto os CDs e os LPs são bens
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19
Preferências individuais e restrição orçamentária
substitutos, os CDs e os CD players são bens complementares. Assim, a 
diminuição dos preços dos aparelhos de CD tem aumentado a demanda 
por CDs.
Em suma, uma variação nas preferências dos consumidores baseada 
em mudanças tecnológicas associada a uma ampla redução nos preços 
dos aparelhos de CD revolucionaram o mercado de varejo de música.
Atividades de aplicação
1. Os pontos localizados sobre a curva de indiferença representam:
a) possíveis combinações entre dois produtos que promovem a mesma 
utilidade ao consumidor.
b) as possibilidades de consumo de uma pessoa dada a sua restrição 
orçamentária.
c) possíveis combinações entre dois produtos que promovem dife-
rentes graus de utilidade e satisfação ao consumidor.
d) possíveis combinações entre dois produtos que o consumidor não 
deseja adquirir.
2. Com relação à restrição orçamentária, podemos afirmar:
a) representa o conjunto de bens que o consumidor deseja adquirir 
em razão de suas preferências subjetivas.
b) representa as preferências individuais do consumidor.
c) é o montante de renda disponível do consumidor, em dado período 
de tempo, que limita as possibilidades de consumo, condicionando 
o que ele pode gastar.
d) renda e preços dos bens não interferem na configuração da restrição 
orçamentária nem no que o consumidor pode ou não adquirir.
3. O ponto em que o consumidor estará maximizando a utilidade e o seu 
bem-estar encontra-se:
a) na tangência entre a restrição orçamentária e qualquer curva de 
indiferença.
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20
Preferências individuais e restrição orçamentária
b) na tangência entre a restrição orçamentária e a mais elevada curva 
de indiferença possível.
c) na tangência entre arestrição orçamentária e a mais baixa curva de 
indiferença.
d) em qualquer ponto localizado sobre a reta orçamentária.
4. Abaixo são colocadas algumas afirmações. Atribua V às afirmações ver-
dadeiras e F às falsas:
 variações nos preços dos produtos não interferem na restrição )(
orçamentária do consumidor.
 a restrição orçamentária representa o conjunto de bens e serviços )(
que o consumidor pode adquirir.
 a curva de indiferença representa o conjunto de bens e serviços )(
que o consumidor deseja adquirir.
 o mapa de indiferença representa o conjunto de curvas de indi- )(
ferença do consumidor.
Gabarito
1. A
2. C
3. B
4. 
a) Falso (F)
b) Verdadeiro (V)
c) Verdadeiro (V)
d) Verdadeiro (V)
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Preferências individuais e restrição orçamentária
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O estudo da demanda de mercado
Após estudar este capítulo você deverá estar apto(a) a:
estudar o mercado como uma entidade abstrata e sem fronteiras visíveis; „
compreender o comportamento do consumidor no mercado; „
desenvolver competências e habilidades que lhe permitam entender „
um dos lados do mercado, representado pelos demandantes (compra-
dores);
identificar e compreender a relação inversa entre preço e quantidade „
demandada;
compreender o que representa o excedente do consumidor e como „
se forma.
Introdução: o mercado
Antes de entrarmos no estudo específico da demanda de mercado, faz-se 
necessário tecer comentários e conceituar o que vem a ser mercado.
Mercado é uma entidade abstrata, sem fronteiras visíveis, em que se pro-
cessam as transações entre demandantes e ofertantes.
As transações aqui retratadas dizem respeito à compra e à venda de bens, 
serviços, fatores de produção etc.
Assim, podemos entender mercado como um local, o “ponto de encontro” 
entre compradores e vendedores que ali comparecem para realizar transações.
Segundo Mankiw (2005, p. 64)
[...] um mercado é um grupo de compradores e vendedores de um determinado bem 
ou serviço. Os compradores, como grupo, determinam a demanda pelo produto; e os 
vendedores, como grupo, determinam a oferta pelo produto.
Sabemos de antemão que existem diversos tipos de mercado, desde os 
que comportam muitos ofertantes com muitos demandantes, até os que 
possuem a totalidade da oferta concentrada em uma única empresa. No 
presente trabalho, ocupar-nos-emos em estudar uma estrutura de mercado 
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O estudo da demanda de mercado
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conhecida por mercado competitivo; qual seja, uma estrutura de mercado 
onde existe um grande número de compradores e de vendedores, que não 
possuem, individualmente, condições de alterar o estado geral do mercado.
Trata-se de uma estrutura de mercado no qual é o próprio mercado, por 
meio das forças de oferta e demanda, que determina o preço.
Em outras palavras, o mercado, por meio das forças de oferta e de deman-
da, compatibiliza o impasse existente entre o comportamento racional do 
consumidor e o comportamento racional do produtor.
Logo:
Comportamento 
racional do ofertante 
(produtor)
= Maximizar lucro Busca vender pelo maior preço possível
X
Comportamento 
racional do deman-
dante (comprador)
= Maximizar renda Busca comprar pelo me-nor preço possível
Mercado Oferta X demanda Compatibiliza interesses conflitantes
A compatibilização dos interesses conflitantes de ofertantes e demandantes 
promovida pelo mercado processa-se da seguinte forma: somente permane-
cerão e participarão de um determinado mercado os ofertantes que conse-
guirem oferecer um determinado bem ou serviço a um preço igual ou infe-
rior ao preço estabelecido pelo mercado; bem como somente permanecerão 
e participarão desse mesmo mercado os demandantes (consumidores) que 
conseguirem pagar um preço igual ou superior ao preço estabelecido pelo 
mercado.
Trata-se, portanto, de uma situação de mercado de concorrência perfeita, 
ou seja, existe um grande número de ofertantes e de demandantes, transa-
cionando um produto homogêneo, isto é, sem diferenciação.
Um mercado no qual tanto consumidores (demandantes), como produto-
res (ofertantes) guiam-se por meio de um comportamento racional; subme-
tendo-se às forças de mercado (oferta e demanda).
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O estudo da demanda de mercado
25
A demanda
Após essa breve introdução relativa ao contexto de mercado, cabe-nos 
explicitar o estudo de um dos lados desse mercado, qual seja, o lado dos 
consumidores (demandantes) do mercado.
Definição
Entendemos por demanda as várias quantidades de um determinado bem 
ou serviço que os consumidores podem e querem adquirir; a diversos preços 
alternativos, em um determinado período de tempo, permanecendo tudo o 
mais constante; qual seja, respeitando-se a condição ceteris paribus.
A condição ceteris paribus
Ceteris paribus trata-se de uma expressão latina que significa “permane-
cendo tudo o mais constante”.
Em outras palavras, estamos limitando as variações das quantidades de-
mandadas de um determinado bem ou serviço unicamente a modificações 
em seu preço, fazendo com que todos os demais determinantes da demanda 
como renda do consumidor, preços dos bens relacionados, os gostos, prefe-
rências e expectativas permaneçam inalteradas.
Assim procedendo, estaremos evidenciando que mudanças nas quanti-
dades demandadas de um determinado bem serão resultantes de mudanças 
em seu preço.
Além disso, devemos ter em mente, em razão da definição de demanda, 
que dois outros ingredientes devem estar presentes: o que os consumidores 
querem e o que podem adquirir.
Esse fato representa que deveremos conjugar, simultaneamente, o querer 
e o poder; não bastando apenas querer, pois podemos desejar; todavia, se 
não pudermos pagar o preço estabelecido pelo mercado, não estaremos 
aptos a demandar.
Ato contínuo, se tivermos poder, mas não desejarmos, a demanda não se 
efetiva também.
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O estudo da demanda de mercado
26
Pela definição acima, fica-nos claro que a demanda reflete preços, pois ela 
se constitui de várias quantidades de um determinado bem ou serviço que 
os consumidores podem e querem adquirir, a diversos preços alternativos. 
Quais preços seriam esses?
A resposta é clara. Como consumidores preferimos, dada nossa restrição 
orçamentária (renda), pagar sempre o menor preço possível, a fim de maxi-
mizarmos nossa renda; afinal, espera-se dos consumidores um comporta-
mento racional.
Logo:
Consumidores Comportamento racional Busca por pagar o me-nor preço possível
Essa situação ilustra, para os bens normais, a configuração da Lei Geral 
da Demanda, que é a de que preços e quantidades demandadas variam 
inversamente.
Portanto:
Preço Quantidade demandada 
Preço Quantidade demandada 
Em resumo:
Quando assumimos a condição ceteris paribus, as quantidades demanda-
das de um determinado bem ou serviço dependem exclusivamente de seu 
preço, em uma relação inversa.
Caso aumentemos o preço do bem ou serviço, a quantidade demandada 
diminui. Contrariamente, se reduzirmos o preço do bem ou serviço, a quanti-
dade demandada aumenta.
O perfil da demanda: ilustração gráfica
Passaremos, a partir desse ponto, a examinar o comportamento dos con-
sumidores perante as alterações de preço. Mostraremos uma escalade de-
manda por meio de uma tabela e, em seguida, por meio de um gráfico, expli-
citaremos o perfil da demanda.
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O estudo da demanda de mercado
27
Vamos a um exemplo:
Suponha que a tabela abaixo represente uma possível escala de demanda 
por sapatos que os consumidores podem e querem adquirir aos diversos 
preços alternativos, em um dado mês, respeitando-se a condição ceteris pari-
bus, ou seja, permanecendo tudo o mais constante.
Tabela 1 – Escala de demanda de sapatos
Ponto Preço (R$) (par de sapatos)
Quantidade 
(pares de sapatos por mês)
A 80,00 60
B 90,00 50
C 100,00 40
D 110,00 30
E 120,00 20
F 130,00 10
A leitura da tabela acima obedece à Lei Geral da Demanda, que diz que 
quanto maior o preço, menor a quantidade demandada, ou seja: no ponto 
A, a um preço de R$80,00 o par de sapatos, os consumidores mostram-se 
dispostos e podem adquirir 60 pares de sapatos no mês. No ponto B, com 
elevação do preço para R$90,00 o par, os consumidores mostram-se dispostos 
e podem adquirir 50 pares de sapatos; uma quantidade menor do que no 
ponto A em razão da elevação do preço; e assim sucessivamente até o ponto F.
Portanto, temos que quando o preço se eleva, a quantidade demandada 
diminui e quando o preço diminui, a quantidade demandada aumenta.
Essa mesma situação pode ser ilustrada por meio de um gráfico. Cons-
truímos um plano cartesiano em que no eixo das abscissas colocaremos 
as quantidades e no das ordenadas os preços. Formamos os pares orde-
nados do ponto A até o F; unimos esses pontos e obtemos o perfil da 
curva de demanda que como veremos mostra-se descendente em relação 
a preços, uma vez que existe uma relação inversa entre preços e quanti-
dades demandadas.
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O estudo da demanda de mercado
28
Assim:
Gráfico 1 – Curva de demanda
130,00
80,00
120,00
110,00
100,00
90,00
preço
Quantidades
demandadas
m
en
or
 p
re
ço
maior quantidade
quantidade 
demandadas
Variações nas quantidades demandadas 
e variações da demanda
É importante para a sequência de nosso trabalho distinguirmos variações 
nas quantidades demandadas de variações na demanda.
Dessa forma:
Variações nas quantidades demandadas „ – são variações que ocor-
rem ao longo da curva de demanda provocadas unicamente por alte-
rações de preço, não ocorrendo mudanças na curva de demanda.
Logo, podemos exemplificar e demonstrar essa situação por meio do se-
guinte gráfico:
Gráfico 2 – Variações nas quantidades demandadas
p2
p0
p1
q0q2 q1
preço
quantidade
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29
Si „ tuação inicial – ponto A: a um preço p0 corresponde uma quanti-
dade q0.
Situação final 1 „ – ponto B: a um preço p1, menor que p0, corresponde 
uma quantidade q1 maior que q0.
Situação final 2 „ – ponto C: a um preço p2, maior que p0, corresponde 
uma quantidade q2 menor que q0.
Conclusão: uma variação no preço, e somente no preço do bem ou do 
serviço, provoca movimentos ao longo da curva de demanda, não afetando 
e nem provocando deslocamento da mesma.
Em outras palavras, variações no preço de um bem ou serviço modificam 
apenas as quantidades demandadas. Caso ocorra aumento de preço haverá 
redução na quantidade demandada; se houver redução de preço, haverá 
aumento na quantidade demandada; tudo em conformidade com a Lei Geral 
da Demanda.
Variações da demanda
São variações que modificam a estrutura de demanda fazendo com que 
ocorram deslocamentos para mais ou para menos da curva de demanda. 
Essas alterações são provocadas por mudanças nos desejos (gostos) e na 
renda (capacidade) dos consumidores.
De forma análoga às variações nas quantidades demandadas, também 
podemos visualizar graficamente as variações da demanda em razão das al-
terações nos desejos (gostos) e na renda (capacidade) dos consumidores.
Assim:
Gráfico 3 – Variações da demanda
DD2 D1
q1q2 q0
P0
preço
quantidade
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O estudo da demanda de mercado
30
Situação inicial „ – ponto A: a um preço p0 corresponde a uma quanti-
dade q0, dentro de uma estrutura (curva) de demanda (D).
Situação final 1 „ – ocorre um aumento no desejo (gosto) e na renda 
(capacidade) dos consumidores.
A curva de demanda desloca-se para a direita; vai de D para D1, onde encon-
tramos o ponto B, que nos retrata que, ao mesmo preço p0, os consumidores 
estarão aptos e dispostos a adquirir uma quantidade q1 maior do que q0.
Situação final 2 „ – ocorre uma diminuição no desejo (gosto) e na renda 
(capacidade) dos consumidores.
Nesse caso, a curva de demanda desloca-se para a esquerda; vai de D para 
D2, onde encontramos o ponto C que nos retrata que, ao mesmo preço p0, os 
consumidores estarão aptos e dispostos a adquirir uma quantidade q2 menor 
do que q0.
Conclusão: quando alteramos desejo (gosto) e renda (capacidade) dos 
consumidores, ocorrem mudanças na estrutura de demanda fazendo com 
que ao mesmo preço os consumidores estejam dispostos e aptos a adquirir 
quantidades diferentes de um determinado bem ou serviço. Tais alterações 
provocam deslocamentos para mais ou para menos da curva de demanda.
O excedente do consumidor
Conforme constatamos em nossos estudos até agora, os consumidores 
buscam satisfazer as suas necessidades e maximizar suas rendas e satisfação 
buscando pagar por um bem ou um serviço o menor valor possível.
Dessa constatação surge a figura do excedente do consumidor que nada 
mais é do que a diferença entre o preço que esse consumidor está disposto 
a pagar por um bem ou um serviço e o preço que efetivamente paga pelo 
mesmo.
O excedente do consumidor é o benefício líquido que o consumidor ganha por ser capaz 
de comprar um bem ou serviço. É a diferença entre quanto o consumidor estaria disposto 
a pagar e o que ele efetivamente paga. (VASCONCELOS, 2002, p. 62)
Ainda sobre o assunto Robert S. Pindyck (1994, p. 144) esclarece que “ex-
cedente do consumidor é a diferença entre o preço que um consumidor 
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O estudo da demanda de mercado
31
estaria disposto a pagar por uma mercadoria e o preço que realmente paga 
ao adquirir tal mercadoria.”
A essa altura acreditamos que um exemplo hipotético seja de grande 
valia, vamos a ele.
Suponha que os dados abaixo representam a estrutura e a escala de 
demanda de um bem qualquer para um consumidor qualquer:
Preços (R$) Quantidades demandadas
10,00 1
9,00 2
8,00 3
7,00 4
6,00 5
Suponha adicionalmente que o preço de mercado seja R$6,00. Nessa 
situação, como nosso consumidor está disposto a pagar R$10,00 pela primeira 
unidade, e pagará somente R$6,00, pois trata-se do preço de mercado, estará 
auferindo um benefício ou um excedente de R$4,00 (R$10,00 – R$6,00) por 
essa primeira unidade. Pela segunda unidade estará auferindo um ganho de 
R$3,00 (R$9,00 – R$6,00) e assim sucessivamente, a tal ponto que conseguiremos 
ao final determinar o seu excedente total, qual seja:
Excendente da 1.ª unidade R$10,00 – R$6,00 = R$4,00
Excendente da 2.ª unidade R$9,00 – R$6,00 = R$3,00
Excendente da 3.ª unidade R$8,00 – R$6,00 = R$2,00
Excendente da 4.ª unidade R$7,00 – R$6,00 = R$1,00
Excendente da 5.ª unidade R$6,00 – R$6,00 = R$0,00
Excedente total do consumidor 
R$4,00 + R$3,00 + R$2,00 + R$1,00 + R$0,00 = R$10,00
Podemos também demonstrar o excedente do consumidor por meio do 
gráficoda demanda:
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O estudo da demanda de mercado
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Logo:
Gráfico 4 – Excedente do consumidor pelo gráfico da demanda
Preços
Quantidades
Excedente do 
consumidor
Preço de 
mercado
10,00
5,00
9,00
4,00
8,00
3,00
7,00
2,00
6,00
0 1 2 3 4 5
D
1,00
Nesse caso, o excedente do consumidor é demonstrado pela área hachu-
rada do gráfico 4.
A fim de provarmos o acima evidenciado e de deixarmos claro que o exce-
dente do consumidor é realmente a diferença entre o preço que o consu-
midor estaria disposto a pagar e o preço efetivamente pago pelo mesmo, 
vamos comparar aquilo que o consumidor estaria disposto a despender com 
o que realmente foi despendido. 
Logo:
Para a 1.ª unidade: Consumidor disposto a pagar R$10,00
Para a 2.ª unidade: Consumidor disposto a pagar R$9,00
Para a 3.ª unidade: Consumidor disposto a pagar R$8,00
Para a 4.ª unidade: Consumidor disposto a pagar R$7,00
Para a 5.ª unidade: Consumidor disposto a pagar R$6,00
Consumidor disposto a um dispêndio total de: 
R$10,00 + R$9,00 + R$8,00 + R$7,00 + R$6,00 = R$40,00
Porém, como o preço de mercado é igual a R$6,00, essa situação pro-
porciona ao consumidor adquirir as 5 unidades pagando somente R$30,00 
(5 x R$6,00); gerando, portanto, para si um excedente de R$10,00 (R$40,00 
– R$30,00), que é a diferença entre o que o consumidor estaria disposto a 
despender e o que realmente foi despendido.
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33
Ampliando seus conhecimentos
Duas maneiras de reduzir a 
quantidade demandada de tabaco
(MANKIW, 2005)
Os formuladores de políticas públicas muitas vezes desejam reduzir a 
quantidade de cigarros consumida pelo povo. A política pode tentar atingir 
esse objetivo de duas maneiras.
Uma maneira de reduzir o tabagismo é deslocar a curva de demanda por 
cigarros e outros produtos de tabaco. Os comunicados públicos, os alertas 
obrigatórios nas embalagens de cigarros e a proibição da publicidade de 
cigarros na TV são políticas que têm por objetivo reduzir a quantidade de-
mandada de cigarros a cada preço. Se bem-sucedidas, essas políticas deslo-
cam a curva de demanda por cigarros para a esquerda, como no painel (a) 
da Figura 1.
Alternativamente, os formuladores de políticas podem tentar aumentar o 
preço dos cigarros. Se o governo taxar os fabricantes de cigarros, por exem-
plo, eles repassarão grande parte da taxação para os consumidores sob a 
forma de preços mais elevados. Um preço maior incentivará os fumantes a 
reduzir o número de cigarros consumidos. Nesse caso, a redução de consu-
mo não representa deslocamento da curva de demanda, mas sim um mo-
vimento ao longo da curva de demanda para um ponto com preço maior e 
quantidade menor, como mostra o painel (b) da Figura 1.
Em que medida a quantidade demandada de cigarros reage a mudanças 
no seu preço? Os economistas tentaram responder a essa pergunta estudan-
do o que acontece quando o imposto sobre os cigarros muda. Eles descobri-
ram que um aumento de 10% do preço provoca uma redução de 4% na quan-
tidade demandada. Os adolescentes se mostraram especialmente sensíveis 
ao preço dos cigarros: um aumento de 10% do preço resulta numa queda de 
12% na quantidade demandada de cigarros entre os adolescentes.
Uma questão relacionada a esta é como o preço dos cigarros afeta a de-
manda por drogas ilegais como a maconha.
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O estudo da demanda de mercado
34
Figura 1
Deslocamentos da curva de demanda e movimen-
tos ao longo da curva de demanda
Se os alertas impressos nas embalagens de cigarros convencerem os fu-
mantes a fumar menos, a curva de demanda por cigarros se deslocará para 
a esquerda. No painel (a), a curva de demanda desloca-se de D1 para D2. Ao 
preço de $2 por maço, a quantidade demandada cai de 20 para 10 cigarros 
por dia, como se vê no deslocamento do ponto A para o ponto B. Por outro 
lado, se um imposto aumenta o preço dos cigarros, a curva de demanda 
não se desloca. Em vez disso, observamos um movimento para um outro 
ponto da curva de demanda. No painel (b), quando o preço aumenta de $2 
para $4 a quantidade demandada cai de 20 para 12 cigarros por dia, o que 
se reflete em um movimento do ponto A para o ponto C.
(a) Deslocamento da curva de 
demanda
(b) Movimento ao longo da curva 
de demanda
0 12 20
$2,00
A B
Números de
cigarros fumados
por dia.
Preço do
maço de
cigarros
Uma política que de-
sencoraje o tabagismo 
desloca a curva de de-
manda para a esquerda
10 20
D1 D2
0 12 20
$2,00
C
A
Números de
cigarros fumados
por dia.
Preço do
maço de
cigarros
$4,00
Um imposto que au-
mente o preço dos 
cigarros resulta em 
um movimento ao 
longo da curva de 
demanda
10 20
D2
Os opositores da taxação sobre cigarros argumentam que tabaco e maconha 
são bens substitutos, de modo que preços elevados dos cigarros encorajam o 
uso da maconha. Por outro lado, especialistas em dependência química veem o 
cigarro como uma “droga de entrada” que leva os jovens a experimentar outras 
substâncias nocivas à saúde. A maioria dos estudos com dados é consistente 
com essa última visão: constataram que menores preços dos cigarros estão as-
sociados a um maior uso de maconha. Em outras palavras, tabaco e maconha 
parecem mais ser bens complementares do que propriamente substitutos.
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O estudo da demanda de mercado
35
Atividades de aplicação
1. Por mercado, entendemos:
a) o ponto de encontro entre demandantes e ofertantes que ali com-
parecem para realizar transações.
b) um local preestabelecido em que produtores e ofertantes realizam 
transações.
c) o ponto de encontro entre os demandantes.
d) o ponto de encontro entre os ofertantes.
2. O comportamento racional do consumidor (demandante) associa-se à: 
a) busca por pagar o maior preço possível.
b) busca por pagar o menor preço possível.
c) busca da maximização do lucro dos ofertantes.
d) busca da satisfação do ofertante.
3. Preços e quantidades demandadas são variáveis:
a) que não se correlacionam.
b) correlacionam-se diretamente.
c) variam no mesmo sentido.
d) correlacionam-se inversamente.
4. Alterações nos preços e somente nos preços dos bens e/ou serviços 
provocam:
a) alterações na curva de demanda, provocando deslocamentos da 
mesma para mais ou para menos.
b) não provocam quaisquer impactos sejam nas curvas de demanda 
ou nas quantidades demandadas.
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O estudo da demanda de mercado
36
c) provocam alterações nas quantidades demandadas, não provo-
cando deslocamentos na curva de demanda.
d) provocam deslocamentos das curvas de demanda e alterações nas 
quantidades demandadas.
5. A diferença entre o preço que o consumidor estaria disposto a pagar 
por uma mercadoria e o preço que realmente paga pela mesma quan-
do a adquire conceitua o:
a) excedente do produtor.
b) curva de demanda.
c) curva de oferta.
d) excedente do consumidor.
Gabarito
1. A
2. B
3. D
4. C
5. D
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O estudoda oferta de mercado
Após estudar este capítulo você deverá estar apto(a) a:
entender o mercado como uma entidade abstrata e sem fronteiras „
visíveis;
compreender o comportamento do produtor no mercado; „
desenvolver competências e habilidades que lhe permitam entender „
um dos lados do mercado, representado pelos ofertantes (vendedores);
identificar e entender a relação direta entre preço e quantidade „
ofertada;
compreender o que representa o excedente do produtor e como se „
forma.
Introdução
Trataremos de estudar neste capítulo a oferta de mercado.
Nunca é demais lembrarmos que o mercado é o local, o ponto de encontro 
entre compradores e vendedores que alí comparecem para realizar transa-
ções. Cabe lembrar que, muito embora estejamos estabelecendo o mercado 
como um local, trata-se de uma entidade abstrata, sem fronteiras visíveis em 
que se processam as transações entre demandantes (compradores) e ofertantes 
(vendedores).
A essa altura cabe citar o entendimento de Mankiw (2005, p. 64) a respeito 
de mercado: 
Um mercado é um grupo de compradores e vendedores de um determinado bem 
ou serviço. Os compradores, como grupo, determinam a demanda pelo produto e os 
vendedores, como grupo, determinam a oferta pelo produto.
Essa máxima de demandantes (compradores) e ofertantes (vendedores) 
está presente nos diversos tipos de mercado, desde os que comportam 
muitos ofertantes com muitos demandantes até os que possuem a totalidade 
da oferta concentrada em uma única empresa.
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O estudo da oferta de mercado
40
No presente capítulo estudaremos uma estrutura de mercado conhecida 
por mercado competitivo, uma estrutura de mercado onde existe um grande 
número de demandantes (compradores) e de ofertantes (vendedores), que não 
possuem, individualmente, condições de alterar o estado geral do mercado.
Referimo-nos a uma estrutura de mercado na qual é o próprio mercado, 
por meio das forças de oferta e de demanda, que determina o preço. 
Em outras palavras, o mercado, por meio das forças de oferta e de demanda, 
compatibiliza o impasse existente entre o comportamento racional do con-
sumidor e o comportamento racional do produtor.
Logo:
Comportamento racional do 
ofertante (produtor) =
Maximizar 
lucro
Busca vender pelo 
maior preço possível
X
Comportamento racional do 
demandante (comprador) =
Maximizar 
renda
Busca comprar pelo 
menor preço possível
Mercado Oferta X demanda
Compatibiliza interesses 
conflitantes
A compatibilização dos interesses conflitantes entre ofertantes e deman-
dantes, promovida pelo mercado, processa-se da seguinte forma: somente 
permanecerão e participarão de um determinado mercado os ofertantes que 
conseguirem oferecer um determinado bem ou serviço a um preço igual 
ou inferior ao preço estabelecido pelo mercado, assim como somente 
permanecerão e participarão do mercado os demandantes (consumidores) 
que conseguirem pagar um preço igual ou superior ao preço estabelecido 
pelo mercado.
Trata-se, pois, de uma situação de mercado de concorrência perfeita, isto 
é, existe um grande número de ofertantes e de demandantes, transacio-
nando um produto homogêneo, ou seja, sem diferenciação. Ao consumidor 
tanto faz adquirir o produto da empresa A, B ou C, dada a homogeneidade 
do mesmo; o que fará com que ele se decida é única e tão somente o seu 
comportamento racional (busca do menor preço possível).
Enfim, trata-se de uma estrutura de mercado no qual tanto demandan-
tes (consumidores) quanto ofertantes (produtores) guiam-se pelo comporta-
mento racional, submetendo-se às forças de mercado (oferta e demanda).
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O estudo da oferta de mercado
41
A oferta
Após contextualizarmos o mercado que iremos explorar, cabe-nos explici-
tar o estudo de um de seus lados, o dos produtores (ofertantes) do mercado.
Definição
Segundo Vasconcellos (2002, p. 66): “Oferta é a quantidade de determi-
nado bem ou serviço que os produtores e vendedores desejam vender em 
determinado período.”
Vamos alargar essa definição. Entenderemos oferta como as várias quan-
tidades de um determinado bem ou serviço que os produtores podem e 
querem colocar no mercado, a diversos preços alternativos, em um determi-
nado período de tempo, permanecendo tudo o mais constante, respeitando-se 
a condição ceteris paribus.
A condição ceteris paribus
Trata-se de uma expressão latina que significa permanecendo tudo o mais 
constante.
Em outras palavras, estamos limitando as variações das quantidades ofer-
tadas de um determinado bem ou serviço unicamente às modificações em 
seu preço, fazendo com que todas as demais determinantes da oferta, como 
preço dos fatores e insumos de produção (mão de obra, matéria-prima etc.), 
preços de outros bens substitutos na produção e os objetivos e metas do 
empresário permaneçam inalterados.
Assim procedendo, evidenciaremos que mudanças nas quantidades oferta-
das de um determinado bem serão resultantes somente de mudanças em 
seu preço.
Além disso, devemos ter em mente, em razão da definição de oferta, que 
dois outros ingredientes devem estar presentes: o que os produtores podem 
e querem colocar no mercado.
Isso representa que a oferta conjuga, simultaneamente, o poder e o querer. 
Não basta apenas o produtor querer oferecer um determinado bem ou ser-
viço, deve também poder, ou seja, deve ter condições de oferecer o bem ou 
serviço a um preço que seja igual ou inferior ao preço estabelecido pelo mer-
cado; caso contrário, não poderá permanecer ou participar do mesmo.
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O estudo da oferta de mercado
42
Ato contínuo, se o produtor tiver o poder, mas não desejar participar do 
mercado, a oferta também não se efetiva.
Outra característica presente em nossa definição é que a oferta reflete 
preços, se não vejamos: as várias quantidades de um determinado bem ou 
serviço que os produtores podem e querem colocar no mercado, a diversos 
preços alternativos. Quais preços seriam esses?
A resposta é clara. Como produtores (ofertantes) desejamos maximizar 
lucros, buscando, obviamente, vender sempre ao maior preço possível, em 
conformidade ao comportamento racional do produtor (ofertante).
Logo:
Produtores Comportamento racional Busca por vender pelo maior preço possível
Essa situação ilustra, para os bens normais, a configuração da Lei Geral da 
Oferta; que é a de que preços e quantidades ofertadas variam diretamente, 
ou seja, no mesmo sentido.
Portanto: 
Preço Quantidade ofertada 
Preço Quantidade ofertada 
Em resumo:
Quando assumimos a condição ceteris paribus, as quantidades oferta-
das de um determinado bem ou serviço dependem exclusivamente de seu 
preço, em uma relação direta.
Caso aumentemos o preço do bem ou do serviço, a quantidade ofertada 
aumenta. Contrariamente, se reduzirmos o preço do bem ou do serviço, a 
quantidade ofertada diminui.
O perfil da oferta: ilustração gráfica
Passaremos, a partir desse ponto, a examinar o comportamento dos pro-
dutores (ofertantes) perante as alterações de preços.
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O estudo da oferta de mercado
43
Manteremos uma escala de oferta por meio de uma tabela e, em seguida, 
por meio de um gráfico, mostraremos o perfil da oferta.
Vamos ao exemplo:
Suponha que a tabela abaixo representa uma possível escala de oferta de 
sapatos que os produtores podem e querem colocar no mercado, a diversos 
preços alternativos, em um dado mês, respeitando-se a condição ceteris paribus, 
ouseja, permanecendo tudo o mais constante:
Tabela 1 – Escala de oferta de sapatos
Ponto Preços (R$) (par de sapatos)
Quantidade 
(pares de sapatos por mês)
A 80,00 5
B 90,00 15
C 100,00 20
D 110,00 30
E 120,00 40
F 130,00 50
A leitura da tabela 1 obedece à Lei Geral da Oferta, qual seja, quanto maior 
o preço, maior a quantidade ofertada, por exemplo: no ponto A, a um preço 
de R$80,00 o par de sapatos, os produtores mostram-se dispostos e podem 
oferecer 5 pares de sapatos ao mercado. No ponto B, com elevação de preço 
para R$90,00 o par, os ofertantes mostram-se dispostos e podem oferecer 15 
pares de sapatos, uma quantidade maior do que no ponto A, em razão da 
elevação de preço, e assim sucessivamente até o ponto F.
Portanto, temos que quando o preço se eleva, a quantidade ofertada 
aumenta, e quando o preço diminui, a quantidade ofertada diminui.
Essa mesma situação pode ser ilustrada por meio de um gráfico.
Construímos um plano cartesiano no qual, no eixo das abscissas, colo-
camos as quantidades e no das ordenadas, os preços. 
Formamos os pares ordenados do ponto A até o ponto F, unimos esses 
pontos e obtemos o perfil da curva de oferta que, como veremos, mostra-se 
ascendente em relação a preços, uma vez que existe uma relação direta 
entre preços e quantidades ofertadas.
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O estudo da oferta de mercado
44
Assim:
Gráfico 1 – Perfil da curva de oferta
80,00
90,00
100,00
110,00
120,00
130,00
A
B
C
D
E
F
S
0 5 15 20 30 40 50
m
ai
or
 p
re
ço
quantidades
ofertadas
maior quantidade
preços
80,00
90,00
100,00
110,00
120,00
130,00
A
B
C
D
E
F
S
0 5 15 20 30 40 50
m
ai
or
 p
re
ço
quantidades
ofertadas
maior quantidade
preços
80,00
90,00
100,00
110,00
120,00
130,00
A
B
C
D
E
F
S
0 5 15 20 30 40 50
m
ai
or
 p
re
ço
quantidades
ofertadas
maior quantidade
preços
Variações nas quantidades ofertadas 
e variações da oferta
A fim de dar sequência ao nosso trabalho, faz-se necessário distinguirmos 
variações nas quantidades ofertadas de variações na oferta.
Variações nas quantidades ofertadas „ – são as variações que ocor-
rem ao longo da curva de oferta provocadas unicamente por altera-
ções de preço, não ocorrendo mudanças na curva de oferta.
Logo, podemos exemplificar e demonstrar essa situação por meio do 
seguinte gráfico:
Gráfico 2 – Variações nas quantidades ofertadas
A
B
C
S
quantidades
ofertadas
preços
p
p
p
qq q
2
0
1
1 0 2
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45
Situação inic „ ial – ponto A: a um preço p0 corresponde uma quantida-
de ofertada q0.
Situação final 1 „ – ponto B: a um preço p1, menor que p0, corresponde 
uma quantidade ofertada q1 menor que q0.
Situação final 2 „ – ponto C: a um preço p2, maior que p0, corresponde 
uma quantidade ofertada q2 maior que q0.
Conclusão: uma variação no preço e somente no preço do bem ou do serviço 
provoca movimentos ao longo da curva de oferta, não afetando nem provo-
cando deslocamento da mesma.
Em outras palavras, variações no preço de um bem ou de um serviço mo-
dificam apenas quantidades ofertadas. 
Caso ocorra aumento do preço, haverá aumento na quantidade ofertada; 
se houver redução de preço, haverá redução da quantidade ofertada, tudo em 
conformidade com a Lei Geral da Oferta.
Variações da oferta „ – são variações que modificam a estrutura de 
oferta fazendo com que ocorram deslocamentos para mais ou para 
menos da curva de oferta. Essas alterações são provocadas por 
mudanças no desejo e na capacidade dos produtores.
De forma análoga às variações nas quantidades ofertadas, também pode-
mos visualizar graficamente as variações da oferta em razão das alterações 
nos desejos e na capacidade dos produtores. Acreditamos que um exemplo 
ilustre melhor essa situação.
Suponha que a descoberta de uma nova tecnologia possibilite a redução 
de custos para a fabricação de sapatos. Essa situação fará com que aumente 
a oferta de sapatos. 
De forma análoga, suponha que ocorra um aumento no preço do couro 
(insumo para a produção de sapatos). Essa situação fará com que os produto-
res de sapatos diminuam a produção dos mesmos ou até pode ocorrer que 
alguns produtores saiam do mercado, ocasionando uma redução da oferta.
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O estudo da oferta de mercado
46
Assim:
Gráfico 3 – Variações da oferta
quantidades
ofertadas
qq q2 0 1
preços
p C A B
S
S
S
2
1
Situação inicial „ – ponto A: a um preço p0 corresponde uma quantida-
de ofertada q0, dentro de uma estrutura (curva) de oferta S.
Situação final 1 „ – ocorre um aumento no desejo e na capacidade dos 
produtores. Exemplos: uma nova tecnologia, o ingresso de novos pro-
dutores no mercado etc.
Nesse caso a curva de oferta desloca-se para a direita, vai de S para S2, onde 
encontramos o ponto B, que nos retrata que, no mesmo preço p0, os produtores 
estarão aptos e dispostos a oferecer uma quantidade q1 maior que q0.
Situação final 2 „ – no ponto C ocorre uma diminuição no desejo e na 
capacidade dos produtores. Exemplo: aumento nos preços dos insumos 
de produção, retirada de alguns produtores do mercado etc.
Nesse caso a curva de oferta desloca-se para a esquerda, vai de S para 
S1, onde encontramos o ponto C que nos retrata que, ao mesmo preço p0, 
os produtores estarão aptos e dispostos a oferecer uma quantidade q2, 
menor que q0.
Conclusão: quando alteramos desejo e capacidade dos produtores (ofer-
tantes), ocorrem mudanças na estrutura de oferta fazendo com que ao 
mesmo preço os produtores estejam aptos e dispostos a oferecer quantida-
des diferentes de um determinado bem ou serviço. 
Tais alterações provocam, como vimos, deslocamentos para mais ou para 
menos da curva de oferta.
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O estudo da oferta de mercado
47
O excedente do produtor
Conforme constatamos em nossos estudos até agora, verificamos que os 
produtores (ofertantes) buscam maximizar os lucros optando, sempre que 
possível, por vender o que produz ou comercializar pelo maior preço possível.
Dessa constatação surge a figura do excedente do produtor que nada mais 
é do que a diferença entre o preço que esse produtor está disposto a cobrar por 
um bem ou serviço e o preço que efetivamente consegue receber pelo mesmo.
Acreditamos que a colocação de um exemplo hipotético ser-nos-á de 
grande valia para o entendimento dessa situação.
Vamos a ele.
Suponha que os dados abaixo representem a estrutura e a escala de oferta 
de um bem qualquer, para um produtor (ofertante) qualquer:
Pontos Preços (R$) Quantidades ofertadas
A 10,00 5
B 9,00 4
C 8,00 3
D 7,00 2
E 6,00 1
Suponha adicionalmente que o preço de mercado seja R$10,00.
Nessa situação, como nosso produtor estava disposto a oferecer essa pri-
meira unidade a R$6,00, mas receberá pela mesma R$10,00, que é o preço de 
mercado, estará auferindo um benefício ou excedente de R$4,00 (R$10,00 – 
R$6,00) por essa primeira unidade.
Pela segunda unidade, estará auferindo um ganho de R$3,00 (R$10,00 – 
R$7,00), e assim sucessivamente, a tal ponto que ao final conseguiremos 
determinar o seu excedente total, qual seja:
Excedente da 1.ª unidade R$10,00 – R$6,00 = R$4,00
Excedente da 2.ª unidade R$9,00 – R$6,00 = R$3,00
Excedente da 3.ª unidade R$8,00 – R$6,00= R$2,00
Excedente da 4.ª unidade R$7,00 – R$6,00 = R$1,00
Excedente da 5.ª unidade R$6,00 – R$6,00 = R$0,00
Excedente total do produtor (ofertante) = 
R$4,00 + R$3,00 + R$2,00 + R$1,00 + R$0,00 = R$10,00
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O estudo da oferta de mercado
48
Podemos também demonstrar o excedente do produtor por meio do grá-
fico da oferta. Logo:
Gráfico 4 – Excedente do produtor
Excedente 
do produtor Preço de 
mercado
Preços
Quantidades
S
10,00
9,00
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0 1 2 3 4 5
Nesse caso, o excedente do produtor é demonstrado pela área hachurada 
no gráfico 4.
A fim de provarmos o acima descrito e de deixarmos claro que o excedente 
do produtor é a diferença entre o preço que o produtor estaria disposto a 
vender e o preço que ele efetivamente recebe por vender, vamos comparar o 
que o produtor estava disposto a receber com o que realmente recebe.
Logo:
Para a 1.ª unidade: Produtor disposto a oferecer a R$6,00
Para a 2.ª unidade: Produtor disposto a oferecer a R$7,00
Para a 3.ª unidade: Produtor disposto a oferecer a R$8,00
Para a 4.ª unidade: Produtor disposto a oferecer a R$9,00
Para a 5.ª unidade: Produtor disposto a oferecer a R$10,00
Produtor disposto a receber um total de = 
R$6,00 + R$7,00 + R$8,00 + R$9,00 + R$10,00 = R$40,00
Todavia, como o preço de mercado é igual a R$10,00, essa situação pro-
porciona ao produtor (ofertante) oferecer as 5 unidades ao preço de merca-
do, ou seja, R$10,00 a unidade, recebendo portanto R$50,00 (5 x R$10,00), 
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O estudo da oferta de mercado
49
gerando para si, portanto, um excedente de R$10,00 (R$50,00 – R$40,00), que 
é a diferença entre o que o produtor (ofertante) estaria disposto a receber e o 
que efetivamente ele recebeu.
Ampliando seus conhecimentos
A mãe natureza desloca a curva de oferta
(MANKIW, 2005)
Segundo nossa análise, um desastre natural que reduz a oferta reduz a 
quantidade vendida e aumenta o preço. Eis um exemplo recente.
Quatro dias de frio assolam a Califórnia: 
safras devastadas; preço de frutas cítricas deve subir
Por Todd S. Purdum
Quatro dias de temperaturas abaixo de zero destruíram mais de um terço 
da safra anual de frutas cítricas da Califórnia, causando um prejuízo de mais de 
meio bilhão de dólares e indicando que o preço da laranja nos supermercados 
deve triplicar até a semana que vem.
Desde segunda-feira, o ar frio e seco do Golfo do Alasca fez despencar a 
temperatura em todo o estado, ficando entre -8ºC e -12ºC na região agrícola 
do Central Valley – a pior frente fria desde a nevasca de dez dias de 1990. Os 
agricultores mantiveram ligadas suas máquinas de vento e irrigação por toda 
a noite para manter as árvores aquecidas, mas representantes do governo de-
clararam que a perda foi quase total no vale e pode ter chegado a 50% no 
restante do estado.
A Califórnia responde por cerca de 80% das laranjas e 90% dos limões 
consumidos in natura em todo o país e os atacadistas afirmaram que os 
preços da laranja no varejo podem triplicar nos próximos dias. O preço do 
limão também deverá aumentar, mas o do suco de laranja deve ser menos 
afetado porque a maior parte das laranjas para produção de suco é cultivada 
na Flórida. Em alguns mercados da Califórnia, os atacadistas relataram que 
o preço da laranja-bahia subiu de 35 centavos de libra na terça-feira para 90 
centavos de libra na quarta-feira. (Jornal The New York Times, 25 dez. 1998.
Reimpresso com permissão)
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O estudo da oferta de mercado
50
Atividades de aplicação
1. Preços e quantidades ofertadas são variáveis:
a) que se correlacionam inversamente.
b) que se correlacionam em sentidos contrários.
c) não se correlacionam.
d) que se correlacionam diretamente.
2. Quanto ao comportamento racional dos ofertantes, podemos afirmar:
a) não existe.
b) buscam a maximização do lucro.
c) é idêntico ao comportamento racional dos demandantes.
d) buscam cobrar o menor preço possível.
3. Mantendo-se tudo o mais constante, uma alteração para mais no preço 
de uma mercadoria, levando-se em consideração que essa mercadoria 
seja um bem normal, provocará:
a) uma diminuição na quantidade ofertada da mercadoria.
b) uma situação em que a quantidade ofertada não sofrerá alteração.
c) um aumento na quantidade ofertada da mercadoria.
d) um aumento na quantidade demandada da mercadoria.
4. Coloque V ao lado das afirmações verdadeiras e F ao lado das falsas. 
 variações da oferta e variações nas quantidades ofertadas )(
representam a mesma coisa.
 quanto maior for o preço de uma mercadoria, menor será a sua )(
quantidade ofertada.
 demanda é sinônimo de oferta. )(
 uma nova tecnologia implantada para a fabricação de uma )(
dada mercadoria fará com que ocorra aumento na oferta dessa 
mercadoria, deslocando sua curva de oferta para a direita.
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O estudo da oferta de mercado
51
Gabarito
1. D
2. B
3. C
4.
a) Falso (F)
b) Falso (F)
c) Falso (F)
d) Verdadeiro (V)
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O equilíbrio do mercado
Após estudar este capítulo você deverá estar apto(a) a:
compreender a forma pela qual se processa o equilíbrio em uma estru- „
tura de mercado competitivo;
identificar e entender as principais características de um mercado em „
equilíbrio;
compreender que o equilíbrio sofre alterações em razão do dinamismo „
do mercado;
desenvolver mecanismos algébricos para a determinação do equilíbrio „
de mercado.
Introdução
Este capítulo será dedicado ao estudo do equilíbrio de mercado.
Algumas considerações iniciais são necessárias a fim de ser possível a sua 
efetivação:
Trataremos o mercado como uma entidade abstrata, sem fronteiras „
visíveis, no qual processam-se transações entre compradores e vende-
dores de bens e/ou serviços. É um local, um ponto de encontro, entre 
ofertantes (vendedores) e demandantes (compradores) que ali compa-
recem para realizarem transações.
Trataremos de estudar o mercado competitivo, qual seja uma estrutura „
de mercado onde existe um grande número de ofertantes (vendedores) 
e de demandantes (compradores), que não possuem, individualmente, 
condições de alterar o estado geral do mercado.
Trata-se, pois, de uma estrutura de mercado na qual é o próprio mercado, 
por meio das forças de oferta e de demanda que determina o preço. É uma 
situação em que tanto ofertantes (vendedores) quanto demandantes (com-
pradores) aceitam as condições estabelecidas pelo mercado.
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O equilíbrio do mercado
54
Tanto ofertantes (ve „ ndedores) como demandantes (compradores) irão 
atuar no mercado conforme um comportamento racional, qual seja: 
ofertantes (vendedores) buscam a maximização do lucro, portanto, 
vão querer vender o total de sua produção ao maior preço possível; os 
demandantes (compradores), por sua vez, vão buscar maximizar suas 
rendas, portanto, vão buscar pagar pelas mercadorias e serviços o menor 
preço possível.
Dessa constatação nasce um impasse: de um lado do mercado temos 
agentes econômicos querendo cobrar o maior preço possível por aquilo 
que pretendem vender, e, do outro, agentes econômicosquerendo pagar o 
menor preço possível por aquilo que pretendem adquirir.
A nossa tarefa, a partir desse ponto, é a de verificar como o mercado com-
patibiliza esses interesses conflitantes advindos da dicotomia existente entre 
os principais atores do mercado: ofertantes e demandantes. 
Vamos verificar?
A demanda e a oferta: determinação do equilíbrio
A demanda de mercado é representada pelas várias quantidades de um 
determinado bem ou serviço que os consumidores querem e podem adquirir, 
a diversos preços alternativos, em um determinado período de tempo, per-
manecendo tudo o mais constante (ceteris paribus).
Mediante a existência de um comportamento racional por parte dos 
consumidores, que buscam sempre pagar o menor preço possível visando 
à maximização de suas rendas, constatamos existir uma relação inversa entre 
preço e quantidade demandada, qual seja: um aumento no preço de um de-
terminado bem ou serviço fará com que os consumidores queiram e possam 
adquirir uma quantidade menor e vice-versa.
Assim:
Preço Quantidade demandada 
Preço Quantidade demandada 
Ato contínuo, a oferta de mercado é representada pelas várias quantidades 
de um determinado bem ou serviço que os produtores querem e podem 
colocar no mercado, a diversos preços alternativos, em um determinado 
período de tempo, permanecendo tudo o mais constante (ceteris paribus).
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O equilíbrio do mercado
55
Analogamente à demanda, mediante a existência de um comportamento 
racional, por parte dos produtores, que buscam sempre cobrar o maior preço 
possível visando à maximização de seus lucros, constatamos existir uma re-
lação direta entre preço e quantidade ofertada, qual seja: um aumento no 
preço de um determinado bem ou serviço fará com que os produtores quei-
ram e possam vender/oferecer uma quantidade maior e vice-versa.
Assim: 
Preço Quantidade ofertada 
Preço Quantidade ofertada 
A relação inversa entre preço e quantidade demandada e a relação direta 
entre preço e quantidade ofertada evidenciam o impasse e o conflito existentes 
entre as forças de oferta e de demanda.
Esse impasse/conflito, em uma estrutura de mercado concorrencial, é re-
solvido pelo mercado por meio das forças de oferta e de demanda. 
Para ilustrar essa situação, a do mercado solucionar o impasse existente 
entre consumidores e produtores, vamos nos valer do exemplo numérico 
sobre uma empresa produtora de sapatos.
Suponha que a tabela 1 representa uma possível escala de demanda e de 
oferta de sapatos que os consumidores e os produtores podem e querem 
adquirir e oferecer, em um dado mês, a diversos preços alternativos, res-
peitando-se a condição ceteris paribus, ou seja, permanecendo tudo o mais 
constante.
Tabela 1 – Escala de demanda e de oferta de sapatos
Ponto Preços (R$)
Quantidade 
demandada 
(pares de sapatos)
Quantidade 
ofertada 
(pares de sapatos)
A 80,00 60 5
B 90,00 50 15
C 100,00 40 20
D 110,00 30 30
E 120,00 20 40
F 130,00 10 50
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O equilíbrio do mercado
56
Como podemos observar, a escala representada na tabela 1 obedece à Lei 
Geral da Demanda e da Oferta, qual seja: quanto menor for o preço maior a 
quantidade demandada e menor a quantidade ofertada, e vice-versa. Exemplo: 
no ponto A, temos que ao menor preço R$80,00 corresponde a maior quan-
tidade demandada (60 pares de sapato) e a menor quantidade ofertada 
(5 pares de sapato).
Uma pergunta faz-se necessária: como se determina o equilíbrio nessa 
situação?
A resposta, dentro de uma estrutura concorrencial de mercado, é a de que 
o mecanismo de preços (as forças de oferta e de demanda) conduzirá o mer-
cado ao equilíbrio; senão vejamos:
Quando, por exemplo, existir excesso de oferta, no nosso caso, ao preço 
de R$130,00, os produtores estão aptos e dispostos a oferecer no mercado 
50 pares de sapatos, mas os demandantes estão aptos e dispostos a adquirir 
somente 10 pares; os produtores (ofertantes) acumularão estoques não pla-
nejados ou desejados (50 – 10 = 40 pares de sapatos), e terão que diminuir os 
seus preços a fim de ser possível vender esse estoque.
No caso reverso, ou seja, quando existir um excesso de demanda, no nosso 
caso, ao preço de R$80,00, os demandantes estão aptos e dispostos a adquirir 
60 pares de sapato, mas os ofertantes, a esse preço, estão aptos e dispos-
tos a oferecer apenas 5 pares (60 – 5= 55 pares de sapato); os consumidores 
passam a estar dispostos a pagar um preço maior pelos pares de sapatos, no 
momento, escassos no mercado.
Como observamos, os principais atores do mercado representados pelos 
consumidores e pelos produtores tendem a encontrar, sozinhos, o equilí-
brio, visando compatibilizar interesses conflitantes, mediante a aplicação 
do mecanismo de preços, consubstanciado na Lei da Oferta e da Demanda 
de mercado.
Isso posto, e verificando-se a escala de demanda e de oferta ilustrada em 
nossa tabela, constatamos que a situação de equilíbrio processar-se-á no 
ponto D quando a um preço de R$110,00 o par de sapatos; tanto deman-
dantes quanto ofertantes estarão aptos e dispostos a adquirir e a colocar no 
mercado uma mesma quantidade, qual seja, 30 pares de sapatos. É a situação 
de compatibilização dos interesses conflitantes de demandantes (consumido-
res) e ofertantes (produtores), cuja leitura nos conduz à seguinte afirmação: 
somente participam e permanecem no mercado os demandantes (consumido-
res) que tiverem condições de pagar um preço igual ou superior ao preço de 
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O equilíbrio do mercado
57
equilíbrio (no nosso caso, R$110,00 o par de sapatos), bem como participam e 
permanecem no mercado os ofertantes (produtores) que tiverem condições 
de oferecer a um preço igual ou inferior ao preço de equilíbrio (R$110,00 o 
par de sapatos).
Ilustração gráfica
Podemos também demonstrar essa mesma situação graficamente.
Construímos um plano cartesiano, no qual no eixo das abscissas coloca-
mos as quantidades demandadas e ofertadas, e no das ordenadas, os preços. 
Formamos os pares ordenados do ponto A até o F, unimos preços e quantida-
des demandadas e preços e quantidades ofertadas, obtendo o perfil da curva 
de demanda e da curva de oferta.
Assim: 
Gráfico 1 – Ponto de equilíbrio 
ponto de equilíbrio S
(Oferta)
Preços
130,00
120,00
110,00
100,00
90,00
80,00
0 5 10 15 20 30 35 40 45 50 55 6025
B B
A A
C C
D
EE
FF
D
(Demanda)
Quantidades
Quadro 1 – Situação do ponto de equilíbrio
Ponto de equilíbrio Ponto D 
Preço de equilíbrio: R$110,00
Quantidade de equilíbrio: 30
Compatibiliza os interesses conflitantes de consumidores 
(demandantes) e produtores (ofertantes).
Tanto consumidores quanto produtores estão satisfeitos.
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O equilíbrio do mercado
58
Características fundamentais do preço de equilíbrio
Uma vez demonstrada a forma pela qual se processa o equilíbrio em uma 
estrutura concorrencial competitiva de mercado, cumpre-nos traçar as carac-
terísticas fundamentais do preço de equilíbrio. São elas:
O preço de equilíbrio é formado pelo próprio mercado, por meio do „
livre jogo e interação ente as forças de oferta e de demanda.
Uma vez estabelecido, permanecerá estável até que ocorram mudanças „
nas forças que o determinam, quais sejam as forças de oferta e de de-
manda.
O preço de equilíbrio é o preço que determina a igualdade entre quan- „
tidade ofertada e quantidade demandada.
Em razão do acima descrito podemos

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