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a ser tomada depende da gravidade da trombose e do próprio esta- do do doente. Considera-se contraindicação para an- ticoagulação: moléstias hemorrágicas, pacientes com sangramento (úlcera gastroduodenal, varizes de esô- fago), primeiros dias após grandes cirurgias, espe- cialmente naquelas em que foram realizados grandes descolamentos; neurocirurgias e acidente vascular cerebral não hemorrágico até quatro a seis semanas, sendo seu uso posterior dependente da gravidade do caso; e insuficiência renal grave. Nesses casos, quan- do a trombose é extensa, atingindo a região iliofe- moral, principalmente se existe também suspeita de embolia pulmonar, a indicação é a colocação de filtro de veia cava. Nos casos de TVP distal, especialmente em pacientes que possam deambular, tentamos ape- nas movimentação e compressão elástica no mem- bro atingido, com rigoroso acompanhamento clí- nico e pelo ultrassom, optando por interrupção da veia cava se houver crescimento do trombo ou embolia pulmonar. A interrupção da veia cava é utilizada também quando existe episódio de TEP durante um tratamen- to anticoagulante bem conduzido. Indicações para filtro de veia cava Tromboembolismo recorrente apesar da anticoagulação ade- quada Trombose venosa profunda em paciente com contraindica- ção à anticoagulação Embolismo pulmonar crônico com hipertensão pulmonar re- sultante Complicações de anticoagulação Trombo venoso iliofemoral em propagação na vigência de anticoagulação Indicações para inserção de filtro recuperável de veia cava inferior Inserção profilática em paciente com trauma de alto risco (pacientes ortopédicos ou de medula espinhal) Contraindicação de curta duração de terapia de anticoagu- lação Proteção durante terapia venosa trombolítica Trombose iliocaval extensa Tabela 7.7 Clínica cirúrgica | Vascular SJT Residência Médica - 201596 Tratamento fibrinolítico Tratamento sistêmico A droga ideal para o tratamento da TVP seria a que dissolvesse totalmente o trombo, permitindo a recuperação completa da veia e de suas válvulas. Com o desenvolvimento de substâncias ativadoras do sis- tema fibrinolítico, esse ideal parecia ter sido alcança- do. A maior quantidade de plasmina formada nessa ativação agiria dissolvendo a rede de fibrina, que dá estrutura ao trombo, promovendo assim sua lise. Três substâncias foram aprovadas, na maioria dos países, para tal fim: a uroquinase (UK), o ativador tissular do plasminogênio (Tissue Plaminogen Activator – TAP) e a estreptoquinase (SK). Embora os primeiros trabalhos com SK sistêmica no tratamento da TVP datem do início da década de 1960, a real utilidade do tratamento com esses fibriolí- ticos ainda não está totalmente estabelecida, levando em conta resultados terapêuticos, principalmente a longo prazo, complicações e custo. Trabalhos em que o grau de lise do trombo em pacientes tratados com SK ou UK foi comparado ao de doentes submetidos a tratamento com heparina dei- xaram claro que, na fase aguda, a lise parcial ou total é mais frequente com o tratamento fibrinolítico e tam- bém que os resultados eram melhores se os trombos tratados fossem não oclusivos e ocorressem nas veias femoral ou ilíaca, e se os sinais e sintomas de TVP ti- vessem duração menor do que 96 horas. O risco de embolia pulmonar nos pacientes tratados com fibrino- líticos é igual ao dos pacientes tratados com heparina. Já o risco de sangramento é cerca de duas a quatro ve- zes maior com os fibrinolíticos do que com a heparina, sendo maior também a mortalidade, principalmente por hemorragia cerebral. Resultados semelhantes têm sido verificados com o rt-PA. Na maioria dos trabalhos referidos que utiliza- ram SK, mais barata e disponível em nosso meio, o esquema de tratamento utilizado foi o de adminis- trar uma dose inicial de SK de 250.000 a 500.000 unidades e, depois, 100.000 unidades por hora em infusão contínua, sempre seguida por tratamento anticoagulante. O tratamento fibrinolítico tem sido mantido, em média, por três a quatro dias, embora a lise do trombo possa ocorrer mais precocemente, até com 12 horas de tratamento. Os únicos controles la- boratoriais recomendados são o tempo de trombina e o TTPA. Este fato, associado ao maior risco de hemorra- gia e ao preço do tratamento, não justifica, em nossa opinião, a utilização do tratamento fibrinolítico sistê- mico para TVP como rotina. Já nos casos de embolia pulmonar maciça com alterações hemodinâmicas, o tratamento fibrino- lítico sistêmico é o tratamento inicial de escolha, parecendo diminuir a mortalidade e morbidade da doença. Este tratamento é sempre seguido pelo tra- tamento anticoagulante. Fibrinólise local por cateter A instilação do fibrinolítico no interior do trom- bo por meio de um cateter multiperfurado parece ser uma alternativa melhor para o tratamento fibrinolíti- co das tromboses proximais, havendo um grande en- tusiasmo especialmente por parte dos radiologistas vasculares com esse método. Embora a eficácia desse tipo de tratamen- to ainda necessite de comprovação, tanto a curto como a longo prazo, esses resultados iniciais justifi- cam seu emprego em casos muito bem selecionados, desde que se conte com boas condições de realiza- ção e material adequado. No presente momento, a fibrinólise sistêmica é o tratamento de escolha nas embolias pulmonares ma- ciças, com condições hemodinâmicas instáveis, porém raramente tem indicação nos casos de TVP, por ser nestes casos de pequena eficácia clínica, bem mais su- jeito a complicações hemorrágicas e bem mais dispen- dioso do que o anticoagulante. A fibrinólise transcate- ter parece ser mais eficiente, justificando seu emprego em casos selecionados. Profilaxia A profilaxia primária da TVP e da EP diz respeito à utilização de métodos físicos e/ou farmacológicos, com a finalidade de impedir, ou pelo menos diminuir, a chance de um paciente colocado em situação de risco desenvolver TVP ou EP, e sua utilização está hoje am- plamente difundida. O desenvolvimento de técnicas diagnósticas sen- síveis e específicas, como a flebografia e o fibrinogênio marcado com iodo 125, permitiu não só conhecer me- lhor a incidência do TEV, como confirmar e ampliar o conhecimento sobre seus fatores de risco e determinar o grau de risco nos diferentes grupos de doentes. Vá- rias conferências de consenso aperfeiçoaram e confir- maram esses conhecimentos. Métodos físicos de profilaxia O caminhar precoce e a realização de movimenta- ção ativa ou passiva dos pacientes após cirurgia, parto ou doenças clínicas, por sua simplicidade e por serem 7 Trombose venosa 97 inócuos, devem sempre ser empregados, embora não tenham sua eficácia bem comprovada, já que ensaios clínicos em que se empregaram métodos diagnósticos objetivos apresentaram resultados contraditórios. Meias elásticas de compressão progressiva, ain- da pouco utilizadas no Brasil, são de uso rotineiro na profilaxia do TEV em países da Europa e na América do Norte. Elas têm se mostrado eficazes em diminuir a incidência de TVP em pacientes submetidos à cirurgia geral, neurocirurgia e em algumas cirurgias ortopédi- cas, entretanto, o número de publicações mostrando essa eficácia é pequeno. Alguns trabalhos mostram que seu uso associado com outros métodos aumenta a eficácia dos mesmos, portanto, o uso dessa associação tem sido sugerido nos casos de alto risco. A compressão pneumática externa intermitente, realizada por botas ou perneiras infláveis com ar, cí- clica e sequencialmente, tem se mostrado de valor na profilaxia de TVP em vários tipos de pacientes, sendo o método de escolha nos casos em que métodos far- macológicos aumentam o risco hemorrágico, como em pacientes politraumatizados e em neurocirurgia. Métodos farmacológicos Os métodos farmacológicos são atualmente os mais estudados e empregados, associados em geral ao deambular precoce e movimentação no leito e eventu- almente com outros métodos físicos. Heparina em minidose. A heparina em baixas