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do- ses, ou “minidose de heparina” (MDH), consiste no uso de heparina por via subcutânea na dose de 5.000 UI, mi- nistrada a cada 8 ou 12 horas. Grande número de traba- lhos controlados mostrou ação profilática tanto para TVP como para a EP em pacientes cirúrgicos como clínicos. Heparinas de baixo peso molecular. São os agen- tes profiláticos de escolha na maioria dos serviços. Anticoagulantes orais (antagonistas da vitami- na K, AVK). Os AVK foram os primeiros fármacos propostos para profilaxia de TEV, sendo demonstra- da, inclusive em ensaios controlados, diminuição de TVP e de EP em vários tipos de pacientes cirúrgicos. Como, entretanto, havia também aumento impor- tante de episódios hemorrágicos, esse tipo de medi- camento caiu em desuso para profilaxia primária do TEV. Mais recentemente, foram demonstrados re- sultados melhores com utilização de doses menores de varfarina, ou seu uso apenas no pós-operatório, principalmente em pacientes ortopédicos, man- tendo o tempo de protrombina em torno de 2 INR, tendo efeito profilático similar ao das HBPM. Iguais resultados foram verificados também em pacientes clínicos, principalmente em infarto do miocárdio, quando podem prevenir também a embolização a partir de trombos murais. Alguns inconvenientes são, entretanto, aponta- dos no uso das AVKs: em doses baixas, a necessidade de início várias semanas antes da cirurgia e, em qual- quer esquema; necessidade de acompanhamento labo- ratorial cuidadoso e frequente. Drogas inibidoras da agregação plaquetária. O uso de drogas inibidoras da agregação plaquetária, ou “dro- gas antiplaquetárias”, na profilaxia do TEV tem sido motivo de constantes polêmicas. A maioria dos ensaios clínicos controlados bem conduzidos não demons- trou, isoladamente, qualquer efeito dessas drogas na profilaxia da TVP. Uma metanálise publicada em 1994 mostrou benefícios nesse tipo de tratamento, embora menores do que os obtidos com os anticoagulantes, en- tretanto, essa publicação tem sido contestada por defei- tos metodológicos. Um estudo multicêntrico publicado recentemente mostrou que o ácido acetilsalicílico pare- ce ter alguma ação profilática sobre a EP em pacientes ortopédicos, associados ou não a outros tipos de profi- laxia, embora também em relação a esse trabalho haja dúvidas metodológicas. Recentemente foi aprovado para o uso na pro- filaxia de TVP em pacientes ortopédicos um pentas- sacáride sintético, o fondaparinux (Arixtra) que se mostrou um pouco superior às HBPM, embora em algumas situações os trabalhos tenham mostrado um discreto aumento no risco de hemorragia. Outra medicação que está para ser lançada no mercado com igual indicação é um inibidor direto da trombina, o melagatran (Exanta), que parece ter no mínimo a mesma eficácia e segurança das HPBM, ten- do a vantagem de poder ser usado por via oral. Tempo de início e manutenção da profilaxia A proposta original de utilização dos anticoagu- lantes para profilaxia de TEV incluía a obrigatorieda- de de se iniciar seu uso antes da cirurgia. Por receio de hemorragia, entretanto, principalmente nos EUA, tornou-se hábito seu início aproximadamente 12 ho- ras após o término da operação, principalmente após cirurgias ortopédicas. Há estudos indicando a necessi- dade de sua manutenção por 25 a 30 dias após a alta hospitalar, especialmente em pacientes ortopédicos, porém outros não encontraram justificativa clínica para tal uso. O bom senso, entretanto, indica que, se o paciente permanecer acamado ou imobilizado em casa, a profilaxia deva ser mantida. Devem ser tomados cuidados especiais na profi- laxia com anticoagulantes quando se usa anestesia ra- quídea ou peridural; nesses casos, um intervalo maior entre a injeção e a anestesia ou a retirada de cateter de peridural deve ser observado. Clínica cirúrgica | Vascular SJT Residência Médica - 201598 Pacientes classificados segundo o grau de risco de tromboembolismo venoso, de acordo com dados da literatura Pacientes cirúrgicos Risco baixo • Operações em pacientes com menos de 40 anos, sem outros fatores de risco • Operações menores (com menos de 30 minutos e sem necessidade de repouso prolongado) em pacientes de mais de 40 anos sem outro risco que não a idade • Trauma menor Risco moderado • Cirurgia maior (geral, urológica ou ginecológica) em pacientes de 40 anos a 60 anos, sem fatores adicionais de risco • Cirurgia em pacientes de menos de 40 anos tomando estrógenos Alto risco • Cirurgia geral em pacientes de mais de 60 anos • Cirurgia geral em pacientes de 40-60 anos com fatores de risco adicionais • Cirurgia maior em pacientes com história de TVP ou EP pregressa ou trombofilia • Grandes amputações Risco muito alto • Cirurgias ortopédicas maiores • Cirurgias maiores em pacientes com neoplasias malignas • Cirurgias maiores em pacientes com outros estados de hipercoagulabilidade • Traumas múltiplos com fraturas de pélvis, quadril ou membros inferiores Pacientes clínicos Risco moderado • Pacientes de mais de 65 anos acamados por doenças clínicas e sem outros fatores de risco Alto risco • Qualquer doença, associada a TVP ou EP prévia • Qualquer doença, associada à trombofilia • Infarto do miocárdio • Doenças associadas a outros fatores de risco para TVP Risco muito alto • Acidente vascular encefálico • Lesão de medula • Pacientes em UTI (Modificado de Clagett e cols.) Tabela 7.8 Capítulo cirurgia endovascular 8 Clínica cirúrgica | Vascular SJT Residência Médica - 2015100 Introdução Uma nova era começa em 1953, quando Seldinger descreve uma nova técnica realizada por via percutânea. Esta consiste na punção de um vaso, mediante uma agulha inserida através da pele, por onde se introduz um fio-guia, que serve de sustentação para a introdução de um catéter, permitindo assim a cateterização seletiva de praticamente todos os principais territórios vasculares do organismo. O cateterismo seletivo ou superseletivo facilitou enorme- mente a avaliação e interpretação das angiografias, permi- tindo-nos dissociar as estruturas vasculares mais comple- xas, com uma menor necessidade de volume de contraste e uma maior concentração deste nas artérias alvo. O ca- teterismo, segundo a técnica de Seldinger, permitiu o de- senvolvimento de vários procedimentos terapêuticos pas- síveis de serem realizados de forma percutânea. Com o surgimento e evolução destas diversas técnicas de terapia pela via percutânea endovascular, e dada as características comuns dos pacientes aos quais se destinam, estes proce- dimentos acabaram por agrupar-se em algumas especiali- dades médicas específicas, como a Cirurgia Endovascular, a Radiologia Vascular e a Hemodinâmica. Embolizações percutâneas Provavelmente, dentre os diversos tipos de procedi- mentos terapêuticos endovasculares existentes, um dos primeiros que surgiram foram as “embolizações percutâ- neas” por catéter. O objetivo das embolizações percutâne- as terapêuticas consiste em ocluir a circulação do território vascular que está sendo tratado. Esta oclusão poderá ser “proximal”, no tronco da artéria que está sendo tratada, ou “distal”, ocluindo ao nível da pequena circulação, um leito vascular completo ou um segmento do parênquima de um órgão. Os materiais utilizados para os diversos tipos de embolizações também podem ser classificados quanto ao tempo que o leito vascular permanece ocluído. Dos agen- tes emboligênicos de que dispomos temos os de longa, os de média e os de curta duração (Tabela 8.1). Longa duração • Molas de Gianturco-Wallace • Ivalon (Esponja de Álcool Polivinílico) • Balões Destacáveis • Adesivos de Polimerização Rápida • Esclerosantes Média duração • Gelfoam Curta duração • Coágulo autólogo Tabela 8.1 Molas de Gianturco-Wallace: ou coils, são espirais aramadas com uma lã acrílica, que se enovelam à me- dida que saem do cateter, ocluindo de forma definitiva o vaso sanguíneo que está sendo tratado, provocando uma embolização troncular ou proximal