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Simples Nacional Alterações para 2018 1 2 Currículo da Instrutora Joyce Batista Neto Scoto Formação Acadêmica e Qualificações: Advogada inscrita na OAB/PR, formada pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, e Pós-Graduada pelo MBA EM DIREITO TRIBUTÁRIO EMPRESARIAL no Estação Business School. Atuante nas áreas contábil, tributária e fiscal prestando consultoria para empresas de grande, médio e pequeno porte, sócia da SEVEN TREINAMENTOS & CONSULTORIA. Instrutora de cursos in company e professora na pós Graduação Unicesumar/PR. 3 Sumário 1. TRATAMENTO JURÍDICO E TRIBUTÁRIO DIFERENCIADO DAS DEMAIS PESSOAS JURÍDICAS ................................................................................................... 4 1.1. Principais modificações para o SIMPLES NACIONAL ........................................ 8 1.2. Do Conceito de Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) e a alteração do limite estabelecido para EPP (Art.3º, inciso II da LC 123/06) ............... 9 1.3. Como fica a questão dos Sublimites com a alteração das alíquotas? ............ 11 1.4. Alterações do Sublimite para o Estado do Paraná ............................................ 14 1.5. Novos Anexos do Simples Nacional ................................................................... 17 1.6. Conceito de Receita Bruta no Simples Nacional ............................................... 18 1.7. Impedimentos e vedações a atividade do SIMPLES ......................................... 20 1.8. Inclusão de Novas atividades .............................................................................. 24 1.9. Base de Cálculo Simples Nacional ..................................................................... 25 1.9.1. Base de Cálculo a ser aplicada até 31/12/2017 ............................................... 25 1.9.2. Base de Cálculo a ser aplicada a partir de 01/01/2018 ................................... 27 1.10. Retenção ISS ....................................................................................................... 30 1.11. Dos Créditos ....................................................................................................... 33 1.12. Folha de Pagamento – Empresas prestadoras de serviço ............................. 34 1.13. Do Micro Empresário Individual – MEI - Novas regras para o MEI ................. 37 1.14. Do Investidor Anjo .............................................................................................. 39 1.15. Exclusão do Simples Nacional - Solicitação e Efeito ...................................... 43 4 1. TRATAMENTO JURÍDICO E TRIBUTÁRIO DIFERENCIADO DAS DEMAIS PESSOAS JURÍDICAS Para iniciarmos nosso curso é importante entendermos em qual contexto legislativo está inserido o Simples Nacional, isto porque, em nosso país, existe um arcabouço de regras e disposições normativas que disciplinam a matéria, porém não muito raro ouvimos falar a respeito da inconstitucionalidade das normas, o que acaba gerando muitas dúvidas para o contribuinte. Dentro deste cenário, segue abaixo as principais normas que dão corpo a este sistema hibrido denominado Simples Nacional. Analisando o que dispõe a Constituição Federal nos artigos supra citados, temos que no artigo 146, caberá a Lei Complementar dispor a respeito das regras e definições a respeito da criação de um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Vejamos: Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: Constituição Federal Artigo 146, III, "d" Artigo 170, IX Artigo 179 Lei Complementar LC nº 123/06 Lei Ordinária 11.598/07 5 d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: I - será opcional para o contribuinte; II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. Ainda neste sentido, observando-se aos princípios da ordem econômica e financeira disciplinados no artigo 170, inciso IX da Constituição Federal, é conferido um tratamento favorecido as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte, com vistas a valorização da ordem econômica, conforme observamos da leitura abaixo: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte. Por fim, no artigo 179 da nossa Carta Magna, temos como um dos princípios gerais da atividade econômica, um tratamento jurídico diferenciado as empresas de pequeno porte, visando principalmente, tirar estas empresas da informalidade. Vejamos: Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, 6 tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. Por fim, pode-se concluir que para a criação do Sistema do Simples Nacional seria necessário a edição de uma Lei Complementar, a qual dispõe a respeito das normas que constituíram este novo sistema de apuração de tributos, tudo isto para que se cumpra a regra da hierarquia das leis, conforme a figura abaixo demonstrada: Alguns anos mais tarde, em cumprimento aos princípios constitucionais acima destacados, foi publicada a Lei Complementar nº 123/06, que disciplinou as regras a respeito do tratamento tributário diferenciado e favorecido que seria dispensado as empresas de médio e pequeno porte. Diante disto, temos que o Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Abrange a participação de todos os entes federados, quais sejam União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 7 É administrado por um Comitê Gestor (CGSN) composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios. Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições: ❖ Enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte;❖ Cumprir os requisitos previstos na legislação; e ❖ Formalizar a opção pelo Simples Nacional. Características principais do Regime do Simples Nacional: ❖ Ser facultativo; ❖ Ser irretratável para todo o ano-calendário; ❖ Recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS; ❖ Disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal devido, geração do DAS; ❖ Apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais (DEFIS); ❖ Prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita bruta; ❖ Possibilidade de os Estados adotarem sublimites para EPP em função da respectiva participação no PIB. Os estabelecimentos localizados nesses estados cuja receita bruta total extrapolar o respectivo sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS diretamente ao estado ou ao município. A partir das regras acima esclarecidas e ainda com base nas regras da legislação, se pode perguntar: “QUEM PODE OPTAR PELO SIMPLES NACIONAL? Vendedor Cachorro Quente Vendedor Ambulante 8 Importante aqui analisarmos sempre, qual a atividade pretendida pelo empresário, qual a previsão de faturamento, e tudo isso sempre em conjunto com os dispositivos das normas legais. Dentro deste contexto também é importante analisar as recentes alterações produzidas pela legislação tributária quando falamos de Simples Nacional e que trouxeram mudanças significativas para o ano calendário de 2018, as quais passaremos a abordar no próximo capítulo. 1.1. Principais modificações para o SIMPLES NACIONAL Para melhor compreensão, segue abaixo um quadro resumo com as principais legislações editadas nos anos calendários de 2016 e 2017 que impactam a forma de disciplinar o sistema do Simples Nacional. Vejamos: Empresa de Vigilância Manicure 2016 • Lei Complementar nº 155/2016 2017 • Resolução CGSN nº 133/2017 • Resolução CGSN nº 134/2017 • Resolução CGSN nº 135/2017 9 A Lei Complementar, trouxe grandes alterações tais como limite da Receita Bruta, Investidor Anjo, inclusão de novas atividades, parcelamento especial, dentre outras. Já as resoluções CGSN editadas no ano calendário de 2017, vieram complementar as disposições contidas na LC nº 155/2017. Passaremos agora a tratar dos principais aspectos de cada alteração e a sua aplicação no dia a dia das empresas. 1.2. Do Conceito de Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) e a alteração do limite estabelecido para EPP (Art.3º, inciso II da LC 123/06) De acordo com o artigo 3º da Lei Complementar 123/2006, considera-se ME, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário que aufiram, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais). Já com relação a Empresa de Pequeno Porte EPP, pode ser assim chamada a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário que aufiram, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). De acordo com a Lei Complementar nº 155/2016, a empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional, que durante o ano calendário de 2017 auferir receita bruta total de até R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais) continuará automaticamente incluída no Simples Nacional com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2018, ressalvado o direito de exclusão por comunicação da optante. Vejamos: 10 LC 123/06 – “Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). (Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016) Produção de efeito. Limites para transição de 2017 para 2018 Importante também aqui destacar os limites para o período de transição de 2017 para 2018. Exemplo: Empresa que fatura até o mês de outubro de 2017 o valor de R$ 3.600.000,00, de acordo com a regra aplicada para o ano calendário de 2017, esta empresa ainda teria o limite de 20% para não ultrapassar o limite do simples nacional, o que gera uma receita bruta acumulada de R$ 4.320.000,00. Se esta empresa em Novembro de 2017, atingir este limite de R$ 4.320.000,00, ela estaria desenquadrada para o Simples a partir de dezembro, com efeito a partir de janeiro de 2018, porém como para janeiro de 2018 será observado um novo limite de enquadramento esta empresa continuaria no Simples, porém desde que esse valor não ultrapasse o limite de R$ 4.800.000,00. 11 Isto é o que dispõe o artigo 130 F da Resolução CGSN nº 94/11. Vejamos: “Art. 130-F. A EPP optante pelo Simples Nacional em 31 de dezembro de 2017 que durante o ano-calendário de 2017 auferir receita bruta total anual entre R$ 3.600.000,01 (três milhões, seiscentos mil reais e um centavo) e R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), continuará automaticamente incluída no Simples Nacional com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2018, com impedimento de recolher o ICMS e o ISS no Simples Nacional nos termos do art. 12, e ressalvado o direito de exclusão por comunicação da optante. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 79-E) Links para os atos mencionados § 1º Na hipótese de a receita bruta anual acumulada em 2017 ultrapassar em mais de 20% (vinte por cento) o limite de R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais), o contribuinte deverá comunicar sua exclusão de forma tempestiva e, desde que não ultrapasse o valor de R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), poderá apresentar novo pedido de opção em janeiro de 2018. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 16, caput; art. 79-E) 1.3. Como fica a questão dos Sublimites com a alteração das alíquotas? Importante também destacar outra alteração relevante foi disciplinada no artigo 20, §1º da LC nº 123/06, a qual determina que a empresa de pequeno porte que ultrapassar os limites a que se referem o caput e o § 4o do art. 19 (R$ 3.600.000,00) estará automaticamente impedida de recolher o ICMS e o ISS na forma do Simples Nacional, a partir do mês subsequente àquele em que tiver ocorrido o excesso, relativamente aos seus estabelecimentos localizados na unidade da Federação que os houver adotado. Art. 20. A opção feita na forma do art. 19 desta Lei Complementar pelos Estados importará adoção do mesmo limite de receita bruta anual para efeito de Janeiro a Outubro Receita Bruta Acumulada R$ 3.600.000,00 Novembro Receita Bruta Acumulada R$ 4.320.000,00 Dezembro Receita Bruta Acumulada R$ 4.560.000,00 Simples 2018 OK 12 recolhimento na formado ISS dos Municípios nele localizados, bem como para o do ISS devido no Distrito Federal. § 1o A empresa de pequeno porte que ultrapassar os limites a que se referem o caput e o § 4o do art. 19 estará automaticamente impedida de recolher o ICMS e o ISS na forma do Simples Nacional, a partir do mês subsequente àquele em que tiver ocorrido o excesso, relativamente aos seus estabelecimentos localizados na unidade da Federação que os houver adotado, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 13 do art. 3o. (Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016) Ou seja, o contribuinte do Simples Nacional deverá observar os limites previstos na legislação para verificar se continuará tributando o ICMS e o ISS na forma do Simples. Ainda neste sentido, é importante analisarmos algumas questões, com relação a este limite estabelecido pela legislação. Vejamos o artigo 13-A da LC nº 123/06: Art. 13-A. Para efeito de recolhimento do ICMS e do ISS no Simples Nacional, o limite máximo de que trata o inciso II do caput do art. 3o será de R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais), observado o disposto nos §§ 11, 13, 14 e 15 do mesmo artigo, nos §§ 17 e 17-A do art. 18 e no § 4o do art. 19. Quando efetuamos a análise do caput do artigo 3º, inciso II da mesma legislação temos a seguinte redação: Art. 3º (...) II - no caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos milreais). Surge a dúvida: Este limite de R$ 3.600.000,00 deve ser observado dentro do ano calendário? Devo levar em consideração a receita bruta acumulada? 13 A Resolução CGSN nº 94/2011, em seu artigo 12 determina que a EPP que ultrapassar o sublimite da receita bruta acumulada de R$ 3.600.000,00 estará automaticamente impedida de recolher na forma do Simples o ICMS e o ISS. Vejamos: Art. 12. A EPP que ultrapassar qualquer sublimite de receita bruta acumulada, seja no mercado interno ou em decorrência de exportação para o exterior, estabelecido na forma prevista no art. 9º, estará automaticamente impedida de recolher o ICMS e o ISS na forma prevista no Simples Nacional, a partir do mês subsequente àquele em que tiver ocorrido o excesso, relativamente aos seus estabelecimentos localizados na unidade da federação de vigência do sublimite, ressalvado o disposto nos §§ 1º a 3º. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 3º, § 15, e art. 20, § 1º) (Redação dada pelo(a) Resolução CGSN nº 135, de 22 de agosto de 2017) (Vide Resolução CGSN nº 135, de 22 de agosto de 2017) E o §1º do mesmo dispositivo legal, determina que se o excesso durante o ano calendário respeitar a regra dos 20% do excesso, a empresa ainda continua dentro do Simples Nacional, caso contrário será desenquadrada durante aquele ano calendário, conforme abaixo transcrevemos: § 1º Os efeitos do impedimento previsto no caput ocorrerão no ano-calendário subsequente se o excesso verificado não for superior a 20% (vinte por cento) dos sublimites referidos. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 20, § 1º-A) EMPRESAS EM INÍCIO DE ATIVIDADE § 5º Na hipótese de início de atividade no ano-calendário imediatamente anterior ao da opção, caso a receita bruta acumulada pela empresa no ano-calendário de início de atividade ultrapasse quaisquer dos sublimites previstos no § 1º-A, o estabelecimento da EPP localizado na unidade da federação cujo sublimite for ultrapassado estará impedido de recolher o ICMS e o ISS na forma prevista no Simples Nacional, já no ano de ingresso nesse regime. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 3º, § 11) (Redação dada pelo(a) Resolução CGSN nº 135, de 22 de agosto de 2017) (Vide Resolução CGSN nº 135, de 22 de agosto de 2017) Diante disto, temos que a LC dispõe o termo “ano calendário”, para fins de enquadramento do Simples Nacional, porém para fins de tributação deverá ser observada a Receita Bruta Acumulada. Isto pode gerar algum tipo de questionamento por parte do contribuinte? 14 Para esclarecer melhor o tema, protocolamos uma consulta informal no Portal do Simples Nacional a respeito do tema, e segue abaixo a resposta da RFB, sobre o tema: 1.4. Alterações do Sublimite para o Estado do Paraná Recentemente foi publicado o Projeto de Lei nº 557/2017, que em seu artigo 30, altera o artigo 3º da Lei nº 15.562/07, que trata de limites reduzidos para as empresas do Simples Nacional estabelecidas no Estado do Paraná. Vejamos: Com este projeto de lei o Estado do Paraná revoga os percentuais reduzidos aplicados as empresas do Simples Nacional, e determina que o valor devido seja aquele estabelecido de acordo com a Lei Complementar nº 123/06, o que implicará automaticamente em um aumento da carga tributária. Vejamos: 15 Como era a carga tributária no Estado do Paraná para as empresas do Simples, vigente até 31/12/2017: Como ficará a partir de 2018 o percentual para as empresas enquadradas no Anexo I (Comércio)? Receita Mensal Alíquota Valor ICMS Anexo I e II Alíquota Valor ICMS LC 123/06 % R$ 360.000,01 540.000,00 100.000,00 0,67% 670,00 2,33% 2.330,00 1,66% 1.660,00 540.000,01 720.000,00 200.000,00 1,07% 2.140,00 2,56% 5.120,00 1,49% 2.980,00 720.000,01 900.000,00 300.000,00 1,33% 3.990,00 2,58% 7.740,00 1,25% 3.750,00 900.000,01 1.080.000,00 130.000,00 1,52% 1.976,00 2,82% 3.666,00 1,30% 1.690,00 1.080.000,01 1.260.000,00 150.000,00 1,83% 2.745,00 2,84% 4.260,00 1,01% 1.515,00 1.260.000,01 1.440.000,00 320.000,00 2,07% 6.624,00 2,87% 9.184,00 0,80% 2.560,00 1.440.000,01 1.620.000,00 400.000,00 2,27% 9.080,00 3,07% 12.280,00 0,80% 3.200,00 1.620.000,01 1.800.000,00 190.000,00 2,42% 4.598,00 3,10% 5.890,00 0,68% 1.292,00 1.800.000,01 1.980.000,00 230.000,00 2,56% 5.888,00 3,38% 7.774,00 0,82% 1.886,00 1.980.000,01 2.160.000,00 380.000,00 2,67% 10.146,00 3,41% 12.958,00 0,74% 2.812,00 2.160.000,01 2.340.000,00 400.000,00 2,76% 11.040,00 3,45% 13.800,00 0,69% 2.760,00 2.340.000,01 2.520.000,00 320.000,00 2,84% 9.088,00 3,48% 11.136,00 0,64% 2.048,00 2.520.000,01 2.700.000,00 210.000,00 2,92% 6.132,00 3,51% 7.371,00 0,59% 1.239,00 2.720.000,01 2.880.000,00 152.000,00 3,06% 4.651,20 3,82% 5.806,40 0,76% 1.155,20 2.880.000,01 3.060.000,00 80.000,00 3,19% 2.552,00 3,85% 3.080,00 0,66% 528,00 3.060.000,01 3.240.000,00 105.000,00 3,30% 3.465,00 3,88% 4.074,00 0,58% 609,00 3.240.000,01 3.420.000,00 354.000,00 3,40% 12.036,00 3,91% 13.841,40 0,51% 1.805,40 3.420.000,01 3.600.000,00 205.000,00 3,50% 7.175,00 3,95% 8.097,50 0,45% 922,50 Faixa Receita Bruta Acumulada Cálculo de Acordo com a Lei nº 15.562/07 Anexo LC 123/06 Economia 16 Ainda neste sentido, é importante destacar que esta movimentação do Estado se dá em razão do que está disposto na Resolução CGSN nº 94/2011, no artigo 11, que determina que os Estado precisam manifestar-se mediante Decreto do respectivo Poder Executivo, até o último dia útil do mês de outubro, para as alterações em seus sublimites. Vejamos: Art. 11. Os Estados e o Distrito Federal, na hipótese de adoção de sublimite de receita bruta acumulada para efeitos de recolhimento do ICMS em seusterritórios, na forma prevista no caput do art. 9º, deverão manifestar-se mediante Decreto do respectivo Poder Executivo, até o último dia útil do mês de outubro. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 20, § 4º) (Redação Faixa Receita Acumulada Alíquota Nominal Percentual ICMS Alíquota ICMS Receita Mensal R$ % R$ % Alíq. 18 - Alíq. 17 R$ (18-17) 3ª Faixa 400.000,00 6,04% 33,50% 2,02% 100.000,00 2.021,73 0,67% 670,00 1,35% 1.351,73 3ª Faixa 500.000,00 6,73% 33,50% 2,25% 100.000,00 2.253,88 0,67% 670,00 1,58% 1.583,88 3ª Faixa 600.000,00 7,19% 33,50% 2,41% 100.000,00 2.408,65 1,07% 1.070,00 1,34% 1.338,65 3ª Faixa 720.000,00 7,58% 33,50% 2,54% 100.000,00 2.537,63 1,07% 1.070,00 1,47% 1.467,63 4ª Faixa 800.000,00 7,89% 33,50% 2,64% 100.000,00 2.642,31 1,33% 1.330,00 1,31% 1.312,31 4ª Faixa 900.000,00 8,20% 33,50% 2,75% 100.000,00 2.747,00 1,33% 1.330,00 1,42% 1.417,00 4ª Faixa 1.000.000,00 8,45% 33,50% 2,83% 100.000,00 2.830,75 1,52% 1.520,00 1,31% 1.310,75 4ª Faixa 1.200.000,00 8,83% 33,50% 2,96% 100.000,00 2.956,38 1,83% 1.830,00 1,13% 1.126,38 4ª Faixa 1.300.000,00 8,97% 33,50% 3,00% 100.000,00 3.004,69 2,07% 2.070,00 0,93% 934,69 4ª Faixa 1.400.000,00 9,09% 33,50% 3,05% 100.000,00 3.046,11 2,07% 2.070,00 0,98% 976,11 4ª Faixa 1.500.000,00 9,20% 33,50% 3,08% 100.000,00 3.082,00 2,27% 2.270,00 0,81% 812,00 4ª Faixa 1.600.000,00 9,29% 33,50% 3,11% 100.000,00 3.113,41 2,27% 2.270,00 0,84% 843,41 4ª Faixa 1.700.000,00 9,38% 33,50% 3,14% 100.000,00 3.141,12 2,42% 2.420,00 0,72% 721,12 4ª Faixa 1.800.000,00 9,45% 33,50% 3,17% 100.000,00 3.165,75 2,42% 2.420,00 0,75% 745,75 5ª Faixa 1.900.000,00 9,71% 33,50% 3,25% 100.000,00 3.251,26 2,67% 2.670,00 0,58% 581,26 5ª Faixa 2.000.000,00 9,94% 33,50% 3,33% 100.000,00 3.328,23 2,67% 2.670,00 0,66% 658,23 5ª Faixa 2.100.000,00 10,14% 33,50% 3,40% 100.000,00 3.397,86 2,67% 2.670,00 0,73% 727,86 5ª Faixa 2.200.000,00 10,33% 33,50% 3,46% 100.000,00 3.461,16 2,76% 2.760,00 0,70% 701,16 5ª Faixa 2.300.000,00 10,50% 33,50% 3,52% 100.000,00 3.518,96 2,76% 2.760,00 0,76% 758,96 5ª Faixa 2.400.000,00 10,66% 33,50% 3,57% 100.000,00 3.571,94 2,84% 2.840,00 0,73% 731,94 5ª Faixa 2.500.000,00 10,81% 33,50% 3,62% 100.000,00 3.620,68 2,84% 2.840,00 0,78% 780,68 5ª Faixa 2.700.000,00 11,07% 33,50% 3,71% 100.000,00 3.707,33 2,92% 2.920,00 0,79% 787,33 5ª Faixa 2.800.000,00 11,18% 33,50% 3,75% 100.000,00 3.746,02 3,06% 3.060,00 0,69% 686,02 5ª Faixa 2.900.000,00 11,29% 33,50% 3,78% 100.000,00 3.782,03 3,19% 3.190,00 0,59% 592,03 5ª Faixa 3.000.000,00 11,39% 33,50% 3,82% 100.000,00 3.815,65 3,19% 3.190,00 0,63% 625,65 5ª Faixa 3.100.000,00 11,48% 33,50% 3,85% 100.000,00 3.847,10 3,30% 3.300,00 0,55% 547,10 5ª Faixa 3.200.000,00 11,57% 33,50% 3,88% 100.000,00 3.876,58 3,30% 3.300,00 0,58% 576,58 5ª Faixa 3.300.000,00 11,65% 33,50% 3,90% 100.000,00 3.904,27 3,40% 3.400,00 0,50% 504,27 5ª Faixa 3.400.000,00 11,73% 33,50% 3,93% 100.000,00 3.930,34 3,40% 3.400,00 0,53% 530,34 5ª Faixa 3.500.000,00 11,81% 33,50% 3,95% 100.000,00 3.954,91 3,50% 3.500,00 0,45% 454,91 5ª Faixa 3.600.000,00 11,88% 33,50% 3,98% 100.000,00 3.978,13 3,50% 3.500,00 0,48% 478,12 Diferença 1º e 2º Faixa até 360.000,00 - Temos a isenção do ICMS Lei 15.562/07Novo Cálculo - 2018 17 dada pelo(a) Resolução CGSN nº 135, de 22 de agosto de 2017) (Vide Resolução CGSN nº 135, de 22 de agosto de 2017) E as empresas em início de atividade? Para as empresas em início de atividade, serão estabelecidos limites para seu enquadramento de acordo com a proporcionalidade do número de meses em que a ME ou a EPP houver exercido atividade e os limites definidos no artigo 3º da LC nº 123/06, conforme vimos acima. Ainda neste sentido, o artigo 3º da Resolução da CGSN também dispõe da mesma forma. Vejamos: Art. 3º No ano-calendário de início de atividade, cada um dos limites previstos no § 1º do art. 2º será de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), multiplicados pelo número de meses compreendidos entre o início de atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 3º, § 2º) (Redação dada pelo(a) Resolução CGSN nº 135, de 22 de agosto de 2017) (Vide Resolução CGSN nº 135, de 22 de agosto de 2017) Diante disto temos que: 1.5. Novos Anexos do Simples Nacional 2017 R$ 300.000,00 x número de meses +20% 2018 R$ 400.000,00 x número de meses +20% 18 Vejamos o quadro comparativo dos novos anexos do Simples Nacional para o ano calendário de 2017 para 2018: 1.6. Conceito de Receita Bruta no Simples Nacional De acordo com o artigo 3º, §1º da LC nº 123/06, considera-se receita bruta: O produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Para efeito de enquadramento, serão consideradas as receitas auferidas no ano- calendário anterior, exceto no ano de início de atividades. + + Anexo Tipo de Atividade Anexo Tipo de Atividade Anexo I Comércio Anexo I Comércio Anexo II Indústria Anexo II Indústria Anexo III Receitas de Locação de Bens Móveis e de Prestação de Serviços não relacionados nos §§ 5º-C e 5º-D do art. 18 desta Lei Complementar Anexo III Receitas de locação de bens móveis e de prestação de serviços não relacionados no § 5o-C do art. 18 desta Lei Complementar Anexo IV Receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar. Anexo IV Receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5o-C do art. 18 desta Lei Complementar Anexo V Receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5º-D do art. 18 desta Lei Complementar. Anexo V Receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5o-I do art. 18 desta Lei Complementar Anexo VI Receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5o-I do art. 18 desta Lei Complementar. 2017 2018 19 Importante também destacar que para fins de enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte, poderão ser auferidas receitas no mercado interno até o limite de R$ 4.800.000,00 a partir de 2018 ou ainda os limites estabelecidos para início de atividade, e, adicionalmente, receitas decorrentes da exportação de mercadorias ou serviços, inclusive quando realizada por meio de comercial exportadora ou da sociedade de propósito específico prevista no art. 56 da LC 123/06, desde que as receitas de exportação também não excedam os referidos limites de receita bruta anual. Continuando a tratar da Receita Bruta, temos que de acordo com a Resolução CGSN nº 94/2011, em seu artigo 2º, §4º, já com as alterações da Resolução CGSN nº 129/2016, compõe a Receita Bruta da ME ou da EPP: ❖ O custo do financiamento nas vendas a prazo, contido no valor dos bens ou serviços ou destacado no documento fiscal; ❖ As gorjetas, sejam elas compulsórias ou não; ❖ Os Royalties, aluguéis e demais receitas decorrentes de cessão de direito de uso ou gozo; e ❖ As verbas de patrocínio R$ 4.800.000,00 R$ 4.800.000,00 20 Ainda com relação ao tema, o §4ºB, do artigo 2º da referida resolução, determina que não irão compor a Receita Bruta os seguintesitens: ❖ A venda de bens do ativo imobilizado (cuja desincorporação ocorra a partir do décimo terceiro mês contado da respectiva entrada); ❖ Os juros moratórios, as multas e quaisquer outros encargos auferidos em decorrência do atraso no pagamento de operações ou prestações; ❖ Remessa de mercadorias a título de bonificação, doação ou brinde, desde que seja incondicional e não haja contraprestação por parte do destinatário; ❖ Remessa de amostra grátis; ❖ Os valores recebidos a título de multa ou indenização por rescisão contratual, desde que não corresponda à parte executora do contrato E quando o pagamento das obrigações (DAR ou RECEBER) se der por meio de troca de mercadorias ou de prestações de serviços, será tributado? De acordo com o artigo 2º, §10º da Resolução CGSN nº 94/2011, o adimplemento das obrigações comerciais por meio de troca de mercadorias, prestação de serviços, compensação de créditos ou qualquer outra forma de contraprestação não desnatura, para as partes envolvidas, a configuração de receita bruta devendo, portanto, ser tributada normalmente. 1.7. Impedimentos e vedações a atividade do SIMPLES O artigo 3º, §4º, bem como o artigo 17 da LC nº 123/06, elenca as pessoas jurídicas que por algum motivo, não poderão se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado para o SIMPLES. Referidas pessoas jurídicas poderão ser identificadas conforme abaixo transcrevemos: 21 ❖ De cujo capital participe outra pessoa jurídica (PJ X PJ); ❖ Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no país, de pessoa jurídica com sede no exterior; ❖ De cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta lei complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite (R$ 360.000,00 ou R$ 3.600.000,00); ❖ Cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta lei complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite (R$ 360.000,00 ou R$ 3.600.000,00/R$4.800.000,00 – para 2018); ❖ Cujo sócio ou titular seja, administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite (R$ 360.000,00 ou R$ 3.600.000,00/ R$4.800.000,00 – para 2018); ❖ Constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; ❖ Que participe do capital de outra pessoa jurídica; ❖ Que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar (atividades obrigadas ao Lucro Real); ❖ Resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores (vedação a determinados planejamentos tributários com vistas somente a economia tributária); ❖ Constituída sob a forma de sociedade por ações. ❖ Cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade 22 Com relação ao último ponto, que trata da relação entre os sócios da ME ou EPP com o contratante dos serviços, temos que a referida relação pode ser definida da seguinte forma: (art. 3º da CLT) • Pessoalidade: diz respeito ao fato de que somente a pessoa física pode ser empregada e, que deve estar legalmente constituído na relação empregatícia quem realizará o trabalho. • Subordinação: refere-se à situação objetiva direcionada à forma de prestação do trabalho e não uma sujeição pessoal do empregado é a possibilidade, que assiste ao empregador, de intervir na atividade do empregado. • Habitualidade: é aquilo que se transformou em hábito, em usual, é costumeiro, é rotineiro, que é constante ou muito frequente, comum. Outro ponto relevante é a questão da contratação de autônomo disciplinado na Lei nº 13.467/17, que trata da reforma trabalhista, que entrará em vigor a partir de novembro de 2017. E agora pode então contrata autônomo para trabalhar nas empresas?? Onde isto seria viável para as empresas do Simples? Analisando a legislação do Simples, esta operação seria viável para as atividades estabelecidas no artigo 18, §5ºC, quais sejam: i) construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; ii) serviço de vigilância, limpeza ou conservação; iii) serviços advocatícios. Isto porque, para estas atividades a CPP será paga separadamente do recolhimento pelo Simples Nacional. Quais seriam as observações a se fazer com relação a este tema!!!! OBS: Com relação a este ponto deve-se tomar bastante cuidado, pois a partir do eSocial, bem como da EFD Reinf, será muito fácil para a RFB identificar a empresa constituída na forma do Simples que presta serviço com subordinação e habitualidade. 23 Para que possamos responder ao questionamento, com relação a possibilidade da contratação de pessoas físicas como autônomos, sem que estes tenham relação de trabalho com a empresa, é necessário efetuarmos a análise do conceito da relação de trabalho disposta no artigo 3º do Decreto Lei nº 5.452/43 (CLT). Ao analisar o mencionado artigo temos que se considera empregado a pessoa física, que prestar serviços de forma não eventual a empregador, sob a dependência deste mediante o recebimento de salário, não havendo distinção entre as espécies de emprego, nem quanto as condições, nem com relação ao tipo de trabalho. Vejamos: Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. Ao lermos o artigo 3º da CLT, temos alguns requisitos os quais podem caracterizar a relação de emprego, quais sejam, Habitualidade, isto é, a prestação de serviços de forma continua e habitual. Outro requisito diz respeito a subordinação, e de acordo com Sergio Pinto Martins, se caracteriza a subordinação quando o empregado tem que cumprir as ordens determinadas pelo empregador em decorrência do contato de trabalho, ou seja, é o estado de sujeição em que se coloca o empregado em relação ao empregador, aguardando ou executando ordens. Por fim, pode-se também observar mais um requisito do artigo 3º, qual seja, a pessoalidade, no sentindo que somente a pessoa física é que pode estar presente na relação jurídica de trabalho. Quando analisamos estes requisitos, temos formada a relação de trabalho disposto no referido artigo 3º da CLT. Passaremos agora a analisar as recentes alterações da legislação trabalhista, introduzidas pela Lei nº 13.467/17. De acordo com a Lei nº 13.467/17, foi introduzido no ordenamento jurídico o artigo 442-B, o qual prevê a contratação de autônomos. Vejamos o que dispõe o mencionado artigo: 24 “Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3o desta Consolidação.” Ao analisarmos o artigo supra, temos que a contratação de autônomos, secumpridas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, e ainda de forma contínua ou não, poderão afastar a qualidade de empregado do artigo 3º. Agora o que seriam estas formalidades legais que o legislador está se referindo no artigo 442-B? Ao que nos parece esta norma ainda irá passar por regulamentação através da publicação de decretos, que disciplinem a matéria, para que a questão não fique a margem de interpretações distintas. Ao verificarmos os dispositivos legais da CLT, temos que a mesma não se aplica ao trabalhador autônomo, pois disciplina as relações de emprego/trabalho. Já a legislação previdenciária ocupa-se de tratar o trabalhador autônomo, pois este é segurado da mesma. De acordo com a Lei nº 8.212/91, em seu artigo 12, inciso V, alínea “h”, é autônomo a pessoa física que presta serviços habitualmente por conta própria a uma ou mais de uma pessoa, assumindo os riscos da atividade econômica. Vejamos: “Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: V - como contribuinte individual: h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não”; Diante disto, temos que a diferença fundamental entre o trabalhador autônomo e o empregado é a existência de subordinação entre as partes, comprovado este requisito, na relação existente entre o empregador e o autônomo, poderá a a empresa em eventual reclamatória trabalhista ser condenada a pagar os direitos e deveres de uma relação de trabalho. 1.8. Inclusão de Novas atividades 25 Importante aqui destacar que a LC nº 155/2016, acrescentou novas atividades ao rol do SIMPLES NACIONAL, as quais vamos abaixo elencar: ❖ Indústria ou comércio de bebidas alcoólicas como: micro e pequenas cervejarias; micro e pequenas vinícolas; produtores de licores e micro e pequenas destilarias desde que não produzam ou comercializem no atacado; ❖ Serviços médicos como a própria atividade de medicina, inclusive laboratorial e enfermagem; medicina veterinária; odontologia; psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite; ❖ Representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros; ❖ Auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração; ❖ Outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, desde que não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III, IV ou V da Lei Complementar 123/2006. 1.9. Base de Cálculo Simples Nacional 1.9.1. Base de Cálculo a ser aplicada até 31/12/2017 De acordo com o artigo 18 da LC nº 123/06, o valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, será determinado mediante aplicação das alíquotas constantes das tabelas dos Anexos I a VI sobre a base de cálculo estabelecida no §3º do mencionado artigo 18. 26 Ainda neste sentido, para determinar a alíquota a ser aplicada, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração, após isto sobre a receita bruta auferida no mês incidirá a referida alíquota. Vamos verificar o exemplo abaixo: Tabela do Simples nacional 2017 para a atividade de Comércio – Anexo I Receita Bruta em 12 meses (em R$) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% Cálculo de acordo com as regras em 2017 Receita Bruta em 12 meses (em R$) Receita Mensal Valor a pagar 100.000,00 220.000,00 8.800,00 320.000,00 210.000,00 11.487,00 530.000,00 120.000,00 8.208,00 650.000,00 170.000,00 12.818,00 820.000,00 160.000,00 12.160,00 980.000,00 150.000,00 12.420,00 1.130.000,00 210.000,00 17.556,00 1.340.000,00 180.000,00 15.210,00 1.520.000,00 170.000,00 15.351,00 1.690.000,00 240.000,00 21.888,00 1.930.000,00 200.000,00 19.900,00 2.130.000,00 90.000,00 9.036,00 2.220.000,00 210.000,00 21.273,00 2.430.000,00 220.000,00 22.506,00 27 2.650.000,00 60.000,00 6.192,00 2.710.000,00 340.000,00 38.182,00 3.050.000,00 150.000,00 16.980,00 3.200.000,00 200.000,00 22.840,00 3.400.000,00 200.000,00 23.020,00 3.600.000,00 230.000,00 26.703,00 1.9.2. Base de Cálculo a ser aplicada a partir de 01/01/2018 A LC nº 155/06 em seu artigo 1º, alterou a forma do cálculo do SIMPLES NACIONAL, determinando que a partir de janeiro de 2018, o valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional será determinado mediante aplicação das alíquotas efetivas, calculadas a partir das alíquotas nominais constantes das tabelas dos Anexos I a V desta Lei Complementar, sobre a base de cálculo de que trata o § 3º do artigo 18. E como ficou o cálculo? Vejamos o exemplo abaixo: Utilizando o mesmo exemplo da atividade de comércio, conforme colocamos acima, o que teremos para 2018? Alíquota Valor a Deduzir (em R$) 1a Faixa Até 180.000,00 4,00% - 2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00 3a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00 4a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00 5a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00 6a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00 Receita Bruta em 12 Meses (em R$) IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS 1a Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00% 2a Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 41,50% 34,00% 3a Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50% 4a Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50%5a Faixa 5,50% 3,50% 12,74% 2,76% 42,00% 33,50% 6a Faixa 13,50% 10,00% 28,27% 6,13% 42,10% - Percentual de Repartição dos Tributos Faixas 28 Para 2018 o contribuinte deverá calcular o Simples Nacional da seguinte forma: Onde cada sigla significa: ❖ RBT12: receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração; ❖ Aliq: alíquota nominal constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar; ❖ PD: parcela a deduzir constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar; Receita Bruta em 12 meses (em R$) Receita Mensal Faixa Alíquota Nominal Parcela a deduzir Alíquota Efetiva Valor a pagar 100.000,00 220.000,00 1º Faixa 4% - 4% 8.800,00 320.000,00 210.000,00 2ª Faixa 7,30% 5.940,00 5% 11.431,88 530.000,00 120.000,00 3º Faixa 9,50% 13.860,00 7% 8.261,89 650.000,00 170.000,00 3º Faixa 9,50% 13.860,00 7% 12.525,08 820.000,00 160.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 8% 12.729,76 980.000,00 150.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 8% 12.606,12 1.130.000,00 210.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 9% 18.288,58 1.340.000,00 180.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 9% 16.237,61 1.520.000,00 170.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 9% 15.673,55 1.690.000,00 240.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 9% 22.484,73 1.930.000,00 200.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 10% 19.553,37 2.130.000,00 90.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 10% 9.181,27 2.220.000,00 210.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 10% 21.771,89 2.430.000,00 220.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 11% 23.556,30 2.650.000,00 60.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 11% 6.603,40 2.710.000,00 340.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 11% 37.667,23 3.050.000,00 150.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 11% 17.156,56 3.200.000,00 200.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 12% 23.143,75 3.400.000,00 200.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 12% 23.464,71 3.600.000,00 230.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 12% 27.312,50 4.800.000,00 320.000,00 6ª Faixa 19% 378.000,00 11% 35.600,00 29 Comparativo 2017 x 2018 Vejamos mais alguns exemplos de como era e como ficará o cálculo para o Simples Nacional em 2018: Anexo I - Comércio Cálculo em 2017 Cálculo em 2018 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Faixa 10 - Alíquota - 9,12% Faixa 4 - Alíquota Nominal - 10,70% Parcela a Deduzir: 22.500,00 Cálculo Valor a pagar: RB(mensal) x Alíquota Alíquota Efetiva: RBT12 x Aliq – PD / RBT12 Valor a pagar = 350.000,00 x 9,12% Alíquota Efetiva: (1.700.000,00x10,70%- 22.500,00)/1.700.000,00 Alíquota Efetiva: 9,38% Valor a pagar = 31.920,00 Valor a pagar: 32.817,65 Diferença do Valor em 2017 para 2018 897,65 Receita Bruta em 12 meses (em R$) Receita Mensal Faixa Alíquota Nominal Parcela a Deduzir Alíquota Efetiva Valor a Pagar ALÍQUOTA Valor a pagar Alíquota Pagamento 100.000,00 220.000,00 1º Faixa 4% - 4,00% 8.800,00 4,00% 8.800,00 0,00% - 320.000,00 210.000,00 2ª Faixa 7,30% 5.940,00 5,44% 11.431,88 5,47% 11.487,00 -0,03% 55,13- 530.000,00 120.000,00 3º Faixa 9,50% 13.860,00 6,88% 8.261,89 6,84% 8.208,00 0,04% 53,89 650.000,00 170.000,00 3º Faixa 9,50% 13.860,00 7,37% 12.525,08 7,54% 12.818,00 -0,17% 292,92- 820.000,00 160.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 7,96% 12.729,76 7,60% 12.160,00 0,36% 569,76 980.000,00 150.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 8,40% 12.606,12 8,28% 12.420,00 0,12% 186,12 1.130.000,00 210.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 8,71% 18.288,58 8,36% 17.556,00 0,35% 732,58 1.340.000,00 180.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 9,02% 16.237,61 8,45% 15.210,00 0,57% 1.027,61 1.520.000,00 170.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 9,22% 15.673,55 9,03% 15.351,00 0,19% 322,55 1.690.000,00 240.000,00 4º Faixa 10,70% 22.500,00 9,37% 22.484,73 9,12% 21.888,00 0,25% 596,73 1.930.000,00 200.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 9,78% 19.553,37 9,95% 19.900,00 -0,17% 346,63- 2.130.000,00 90.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 10,20% 9.181,27 10,04% 9.036,00 0,16% 145,27 2.220.000,00 210.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 10,37% 21.771,89 10,13% 21.273,00 0,24% 498,89 2.430.000,00 220.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 10,71% 23.556,30 10,23% 22.506,00 0,48% 1.050,30 2.650.000,00 60.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 11,01% 6.603,40 10,32% 6.192,00 0,69% 411,40 2.710.000,00 340.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 11,08% 37.667,23 11,23% 38.182,00 -0,15% 514,77- 3.050.000,00 150.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 11,44% 17.156,56 11,32% 16.980,00 0,12% 176,56 3.200.000,00 200.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 11,57% 23.143,75 11,42% 22.840,00 0,15% 303,75 3.400.000,00 200.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 11,73% 23.464,71 11,51% 23.020,00 0,22% 444,71 3.600.000,00 230.000,00 5º Faixa 14,30% 87.300,00 11,88% 27.312,50 11,61% 26.703,00 0,26% 609,50 4.800.000,00 320.000,00 6ª Faixa 19% 378.000,00 11,13% 35.600,00 2018 2017 Diferença 30 Anexo II - Indústria Cálculo em 2017 Cálculo em 2018 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Faixa 10 - Alíquota - 9,62% Faixa 4 - Alíquota Nominal - 11,20% Parcela a Deduzir: 22.500,00 Cálculo Valor a pagar: RB(mensal) x Alíquota Alíquota Efetiva: RBT12 x Aliq – PD / RBT12 Valor a pagar = 350.000,00 x 9,62% Alíquota Efetiva:1.700.000,00x11,20%- 22.500,00/1.700.000,00 Alíquota Efetiva: 9,88% Valor a pagar: 33.670,00 Valor a pagar: 34.567,65 Diferença do Valor em 2017 para 2018 897,65 Anexo III - Serviço Cálculo em 2017 Cálculo em 2018 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Acumulada: 1.700.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Receita Bruta Mensal: 350.000,00 Faixa 10 - Alíquota - 13,68%Faixa 4 - Alíquota Nominal - 16% Parcela a Deduzir: 35.640,00 Cálculo Valor a pagar: RB(mensal) x Alíquota Alíquota Efetiva: RBT12 x Aliq – PD / RBT12 Valor a pagar = 350.000,00 x 13,68% Alíquota Efetiva:1.700.000,00x16%/1.700.000,00 Alíquota Efetiva: 13,90% Valor a pagar: 47.880,00 Valor a pagar: 48.662,35 Diferença do Valor em 2017 para 2018 782,35 1.10. Retenção ISS O artigo 21 da LC 123/06, já com as alterações da LC 155/16, determina em seu §4º, inciso I, que a alíquota aplicável na retenção do ISS corresponderá a alíquota efetiva do ISS estiver sujeita no mês anterior ao da prestação. In Verbis: Art. 21. Os tributos devidos, apurados na forma dos arts. 18 a 20 desta Lei Complementar, deverão ser pagos: § 4º A retenção na fonte de ISS das microempresas ou das empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional somente será permitida se observado o 31 disposto no art. 3o da Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003, e deverá observar as seguintes normas: I - a alíquota aplicável na retenção na fonte deverá ser informada no documento fiscal e corresponderá à alíquota efetiva de ISS a que a microempresa ou a empresa de pequeno porte estiver sujeita no mês anterior ao da prestação; Por fim, o artigo 1º da LC 155/16, que altera o artigo 18 da LC nº 123/06, inclui o §1ºB, o qual determina que os percentuais efetivos de cada tributo serão calculados a partir da alíquota efetiva, multiplicada pelo percentual de repartição constante dos anexos I a V. Vejamos: § 1o-B. Os percentuais efetivos de cada tributo serão calculados a partir da alíquota efetiva, multiplicada pelo percentual de repartição constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar, observando-se que: I - o percentual efetivo máximo destinado ao ISS será de 5% (cinco por cento), transferindo-se eventual diferença, de forma proporcional, aos tributos federais da mesma faixa de receita bruta anual; II - eventual diferença centesimal entre o total dos percentuais e a alíquota efetiva será transferida para o tributo com maior percentual de repartição na respectiva faixa de receita bruta. Diante disto, pode-se ter uma alteração nas alíquotas aplicadas. Vejamos um exemplo abaixo do cálculo da alíquota do ISS. ❖ Pessoa jurídica Atividade: Prestação de Serviços de advocatícios (Art. 18, §5ºC, inciso IV) ❖ Receita Bruta Acumulada 12 meses: R$ 1.350.000,00 ❖ Receita auferida no mês: R$ 650.000,00 ❖ Qual a faixa do Anexo IV – Faixa 4 – Alíquota de 14% De acordo com os dados do exercício a alíquota efetiva é calculada da seguinte forma: R$ 1.350.000 x 14% – R$ 39.780,00 / R$ 1.350.000 = 11% 32 Passaremos agora a calcular a alíquota de retenção do ISS: Alíquota Efetiva: 11% Percentual de repartição constante no anexo IV: 40% 11% x 40% = 4,40% De acordo com a regra antiga, seria utilizada uma alíquota de 10,76% sobre a RB mensal e a alíquota do ISS a destacar na NF seria 4,31%. Para este exemplo temos uma mudança desfavorável nas alíquotas, mas tudo vai da análise do caso em concreto. E as empresas em início de atividade qual o percentual a ser aplicado?? De acordo com a Resolução CGSN nº 94/2011, em seu artigo 27, inciso III, na hipótese de o serviço sujeito à retenção ser prestado no mês de início de atividade da ME ou EPP deverá ser aplicada pelo tomador a alíquota de 2% (dois por cento).; E ainda nesta hipótese, caso seja constatada diferença entre a alíquota utilizada e a efetivamente apurada, caberá à ME ou à EPP prestadora dos serviços efetuar o recolhimento dessa diferença no mês subsequente ao do início de atividade em guia própria do Município. Como ficam as empresas que pagam o ISS de forma fixa – de acordo com a legislação de cada Munícipio?? 33 Na hipótese de a ME ou EPP estar sujeita à tributação do ISS no Simples Nacional por valores fixos mensais, não caberá a retenção a que se refere o caput, salvo quando o ISS for devido a outro Município. (Artigo 27, inciso V, da resolução CGSN nº 94/11). E se o PRESTADOR do serviço não informar na nota fiscal o valor da retenção??? Na hipótese de a ME ou EPP não informar no documento fiscal a alíquota de retenção do ISS, aplicar-se-á a alíquota de 5% (cinco por cento). (Artigo 27, inciso VI, da resolução CGSN nº 94/11). 1.11. Dos Créditos As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional não farão jus à apropriação nem transferirão créditos relativos a impostos ou contribuições abrangidos pelo Simples Nacional. VEDADO O APROVEITAMENTO DE CRÉDITO BEM COMO SUA TRANSFERÊNCIA. Contudo, as pessoas jurídicas e aquelas a elas equiparadas pela legislação tributária não optantes pelo Simples Nacional terão direito a crédito correspondente ao ICMS incidente sobre as suas aquisições de mercadorias de microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional, desde que destinadas à comercialização ou industrialização e observado, como limite, o ICMS efetivamente devido pelas optantes pelo Simples Nacional em relação a essas aquisições. Para isso, A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional que emitir nota fiscal com direito ao crédito estabelecido no § 1º do art. 23 da Lei Complementar nº 123, de 2006, consignará no campo destinado às informações complementares ou, em sua falta, no corpo da nota fiscal, a expressão: "PERMITE O APROVEITAMENTO DO CRÉDITO DE ICMS NO VALOR DE R$...; CORRESPONDENTE À ALÍQUOTA DE ...%, NOS TERMOS DO ART. 23 DA LEI COMPLEMENTAR Nº 123, DE 2006". Qual é o percentual de acordo com as novas regras do Simples? 34 A alíquota aplicável ao cálculo do crédito corresponderá ao percentual efetivo calculado com base na faixa de receita bruta no mercado interno a que a ME ou EPP estiver sujeita no mês anterior ao da operação, a partir das alíquotas nominais constantes dos Anexos I ou II desta Resolução, da seguinte forma: {[(RBT12 x alíquota nominal) - Parcela a Deduzir]/RBT12} x Percentual de Distribuição do ICMS. E as empresas em início de atividade? O percentual de crédito de ICMS corresponderá a 1,36% (um inteiro e trinta e seis centésimos) para revenda de mercadorias e 1,44% (um inteiro e quarenta e quatro centésimos) para venda de produtos industrializados pelo contribuinte, na hipótese de a operação ocorrer nos 2 (dois) primeiros meses de início de atividade da ME ou EPP optante pelo Simples Nacional. 1.12. Folha de Pagamento – Empresas prestadoras de serviço Para as empresas prestadoras de serviço, quanto maior for a folha de pagamento da empresa, menor a alíquota. Isso quer dizer que mesmo as atividades que em teoria pagam mais impostos podem ser enquadradas ainda no anexo III. Para isso, a razão entre o valor da folha salarial e a receita bruta deve ser igual ou maior que 28%. Se o contrário ocorrer e empresas que em um primeiro momento figuram nos anexos III e IV tiverem uma relação entre folha e receita menor que 28%, serão tributadas de acordo com as alíquotas do anexo V, que são maiores. Segue abaixo a legislação comentada a respeito do tema: LC nº 123/06 – “Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional será determinado mediante aplicação das alíquotas efetivas, calculadas a partir das alíquotas nominais constantes das tabelas dos Anexos I a V desta Lei Complementar, sobre a base de cálculo de que trata o § 3o deste artigo, observado o dispostono § 15 do art. 3o. (...) § 5º-J. As atividades de prestação de serviços a que se refere o § 5o-I - (medicina, inclusive laboratorial e enfermagem, medicina veterinária, odontologia, psicologia, 35 psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite, serviços de comissária, de despachantes, de tradução e de interpretação, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, Geodésia, testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e agronomia, representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros, perícia, leilão e avaliação, auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração, jornalismo e publicidade, agenciamento, exceto de mão de obra) - serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar caso a razão entre a folha de salários e a receita bruta da pessoa jurídica seja igual ou superior a 28% (vinte e oito por cento). § 5o-M. Quando a relação entre a folha de salários e a receita bruta da microempresa ou da empresa de pequeno porte for inferior a 28% (vinte e oito por cento), serão tributadas na forma do Anexo V desta Lei Complementar as atividades previstas: I - nos incisos XVI (fisioterapia), XVIII (arquitetura e urbanismo), XIX (medicina, inclusive laboratorial, e enfermagem), XX (odontologia e prótese dentária) e XXI (psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite) do § 5o-B deste artigo; II - no § 5o-D deste artigo – (administração e locação de imóveis de terceiros, academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais, academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes, elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante, licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação, planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante, empresas montadoras de estandes para feiras, laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica, serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética, serviços de prótese em geral). § 5o-K. Para o cálculo da razão a que se referem os §§ 5o-J e 5o-M, serão considerados, respectivamente, os montantes pagos e auferidos nos doze meses anteriores ao período de apuração para fins de enquadramento no regime tributário do Simples Nacional. (Destacamos e incluímos as atividades mencionadas em cada artigo) Como calcular o fator “r”, para se chegar nestes percentuais definidos pela legislação? De acordo com o artigo 26 da Resolução CGSN nº 94/2011, o fator ‘r’ deve ser calculado observando-se os seguintes dados: ❖ folha de salários, incluídos encargos, nos 12 (doze) meses anteriores ao período de apuração; e 36 ❖ receita bruta total acumulada auferida nos mercados interno e externo nos 12 (doze) meses anteriores ao período de apuração. Para o cálculo da folha de salários, a empresa do Simples deve incluir no cálculo: ❖ o montante pago nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração, a título de salários, retiradas de pró-labore, acrescidos do montante efetivamente recolhido a título de contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social e para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (Artigo 26, §1º da Resolução CGSN 94/11) Ainda neste sentido, o salário a ser considerado neste cálculo é aquele informado na GFIP, conforme determina o inciso I, do §2º da Resolução CGSN 94/2011. Por fim a resolução ainda esclarece que, consideram-se salários o valor da base de cálculo da contribuição prevista nos incisos I e III do art. 22 da Lei nº 8.212/91 (Cota Patronal e RAT), agregando-se o valor do décimo-terceiro salário na competência da incidência da referida contribuição, na forma do caput e dos §§ 1º e 2º do art. 7º da Lei nº 8.620/93. Para fins deste cálculo não serão considerados valores pagos a título de aluguéis e de distribuição de lucros. (§3º, artigo 26, Resolução CGSN nº 94/11) E as empresas em início de atividade??? Como fazer este cálculo De acordo com o §4º, do artigo 26 da Resolução CGSN nº 94/11, na hipótese de a ME ou EPP ter menos de 13 (treze) meses de atividade, adotar-se-ão, para a determinação da folha de salários anualizada, incluídos encargos, os mesmos critérios para a determinação da receita bruta total acumulada, estabelecidos no art. 21 da referida resolução, conforme veremos a seguir: 37 Art. 21. O valor devido mensalmente pela ME ou EPP optante pelo Simples Nacional será determinado mediante a aplicação das alíquotas efetivas calculadas na forma prevista no art. 20, sobre a receita bruta total mensal, observado o disposto nos arts. 16 a 19, 24 a 26, 33 a 35 e 133. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 3º, § 15, art. 18, caput e §§ 1º e 4º a 5º-I) § 2º No caso de início de atividade no próprio ano-calendário da opção pelo Simples Nacional, para efeito de determinação da alíquota no 1º (primeiro) mês de atividade, o sujeito passivo utilizará, como receita bruta total acumulada, a receita auferida no próprio mês de apuração multiplicada por 12 (doze). § 3º Na hipótese prevista no § 2º, nos 11 (onze) meses posteriores ao do início de atividade, para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a média aritmética da receita bruta total auferida nos meses anteriores ao do período de apuração, multiplicada por 12 (doze). (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 18, § 2º) 1.13. Do Micro Empresário Individual – MEI - Novas regras para o MEI Com o objetivo de tornar possível o fim da informalidade e a legalização daquele que trabalha por conta própria, o Governo Federal instituiu a figura do microempreendor individual (MEI), por meio de alterações na LC nº 123/06 através da LC nº 128/08. De acordo com a legislação para se enquadrar na condição de MEI, é necessário se encaixar nas condições do artigo 18A, §1º, já com as alterações da LC nº 155/2016, o qual determina que considera-se MEI o empresário individual, ou o empreendedor que exerça as atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 81.000,00 (oitenta e um mil reais), que seja optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo. Para as empresas em início de atividade o limite será de R$ 6.750,00 (seis mil, setecentos e cinquenta reais) multiplicados pelo número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. 38 Segue abaixo um quadro resumo com as principais alterações advindas com a LC nº 155/2016: Antes da LC nº 155 Validade até 31/12/2017 Após a LC nº 155 Empresário individual conforme art. 966 do código civil Empresário individual conforme art. 966 do código civil ou empreendedor que exerça atividades de industrialização, comercialização e prestação de serviços no âmbito rural. (Art. 18-A, §1º) Receita Bruta no ano-calendário de R$ 60.000 (sessenta mil) Receita Bruta no ano-calendário de R$ 81.000 (oitenta e um mil). (Art. 18-A, §1º) Baixa no Portal eletrônico, informação na Junta Comercial, baixa naReceita Estadual e na Prefeitura (alvará) e outros cadastros com a administração pública. Baixa exclusivamente no Portal eletrônico, com dispensa de comunicação a demais orgãos. (Art. 18- A, §16A) Obrigatório a inscrição e pagamento de anuidade em orgão de Conselho de classe profissional. Dispensa do cadastro e recolhimento em órgãos de conselho profissional quando já o for na qualidade de pessoa física. (Art. 18-A, §19A) Contribuinte Individual do INSS Empresário individual - contribuinte individual Trabalhador rural - contribuinte especial. (Art. 18-A, §18C) Pode contratar até um (01) funcionário por no máximo um salário mínimo ou piso da categoria. Não mudou, ainda pode contratar até um (01) funcionário por no máximo um salário mínimo ou piso da categoria. (Art. 39 18-E, §4º) 1.14. Do Investidor Anjo A LC nº 155/16, criou a figura do investidor anjo, que traz para pequenas empresas em geral, mas principalmente para as “Startups”, o benefício de receberem investimentos de pessoas físicas ou jurídicas em troca de participação das mesmas nos lucros auferidos sem a necessidade do ingresso no contrato social como sócias administradoras isentando as mesmas dos riscos em relação a dívidas do empreendimento que caberá somente aos sócios. – Artigo 61 A da LC 155/16. Produção de efeitos a partir de janeiro de 2017 Obrigatoriedade de entrega de ECD A microempresa (ME) ou a empresa de pequeno porte (EPP) que receber aporte de capital de investidor-anjo está obrigada a manter a Escrituração Contábil Digital (ECD)? A microempresa (ME) ou a empresa de pequeno porte (EPP) que receber aporte de capital de investidor-anjo, na forma prevista nos artigos 61-A a 61-D da Lei Complementar nº 123/2006, deverá manter a Escrituração Contábil Digital (ECD) e ficará desobrigada da escrituração do Livro Caixa. Registra-se que a falta de entrega da ECD, pela ME ou EPP, acarretará a exclusão de ofício do Simples Nacional. (Artigo 61, §§ 3º e 3º-A da Resolução CGSN nº 94/2011) Principais pontos de atenção para o Investidor Anjo: ❖ O aporte de capital não integrará o capital social da empresa; Base Legal: “Art. 61-A. Para incentivar as atividades de inovação e os investimentos produtivos, a sociedade enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos desta Lei Complementar, poderá admitir o aporte de capital, que não integrará o capital social da empresa”. 40 ❖ O aporte pode ser feito por pessoa física ou jurídica (fundos de investimento, por exemplo); Base Legal: “§ 2o O aporte de capital poderá ser realizado por pessoa física ou por pessoa jurídica, denominadas investidor-anjo”. ❖ As atividades da empresa serão exercidas unicamente pelos sócios regulares (quotistas) - ou seja: investidor não pode sair trabalhando em nome da empresa investida; Base Legal: “§ 3º. A atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente por sócios regulares, em seu nome individual e sob sua exclusiva responsabilidade”. ❖ Não será considerado sócio nem terá qualquer direito a gerência ou voto na administração da empresa; Base Legal: “§ 4o O investidor-anjo: I - não será considerado sócio nem terá qualquer direito a gerência ou voto na administração da empresa”; ❖ Não responderá por qualquer dívida da empresa (mesmo em caso de falência) - a dívida é dos sócios quotistas e administradores; Base Legal:” § 4o O investidor-anjo: II - não responderá por qualquer dívida da empresa, inclusive em recuperação judicial, não se aplicando a ele o art. 50 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil”; ❖ Será remunerado por seus aportes, nos termos do Contrato de Participação, pelo prazo máximo de cinco (05) anos; Base Legal: “§ 4o O investidor-anjo: III - será remunerado por seus aportes, nos termos do contrato de participação, pelo prazo máximo de cinco anos”. 41 ❖ Os valores de capital aportados não são considerados receita da sociedade e não desenquadram a empresa do Simples Nacional; Base Legal: “§ 5o Para fins de enquadramento da sociedade como microempresa ou empresa de pequeno porte, os valores de capital aportado não são considerados receitas da sociedade”. ❖ Ao final de cada período (ano fiscal) o investidor anjo terá direito a distribuição de lucros, conforme Contrato de Participação, não superior a 50% dos lucros da empresa; Base Legal: “§ 6o Ao final de cada período, o investidor-anjo fará jus à remuneração correspondente aos resultados distribuídos, conforme contrato de participação, não superior a 50% (cinquenta por cento) dos lucros da sociedade enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte”. ❖ O direito ao resgate do valor investido só existirá após dois (02) anos do aporte de capital, não podendo ultrapassar o valor de investimento mais correção (conforme o Contrato de Participação); Base Legal: “§ 7º. O investidor-anjo somente poderá exercer o direito de resgate depois de decorridos, no mínimo, dois anos do aporte de capital, ou prazo superior estabelecido no contrato de participação, e seus haveres serão pagos na forma do art. 1.031 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, não podendo ultrapassar o valor investido devidamente corrigido”. Perguntas Frequentes a respeito do Tema: 1) Existe limite de valor para ser investidor anjo? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 42 ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________ 2) O Investidor Anjo pode entrar como sócio (alteração contratual) no decorrer do ano? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ________________________________________________________ 3) Uma empresa do Simples Nacional pode optar por investir como investidor anjo? Ela pode correr o risco de ser desenquadrada? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________
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