Buscar

desenvolvimento psicomotor

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DE CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS DE 
ESCOLA PARTICULAR EM LIMA CAMPOS – MA. 
 
 
Flávia dos Santos Leite
1
 
RESUMO 
O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil psicomotor da criança de 4-6 anos no ensino 
infantil em escola particular. Foi abordada uma pesquisa de campo de abordagem quantitativa e 
análise comparativa, a amostra foi composta de 13 crianças do 1º, 2º período e 1º ano do ensino 
infantil, de ambos os gêneros. Para a análise do desenvolvimento motor das crianças, foi elaborada 
uma ficha de avaliação de cada habilidade motora a partir da Sequência de Desenvolvimento das 
Habilidades Fundamentais proposta por Gallahue e Ozmun (2005). Cada movimento fundamental foi 
avaliado e classificado em estágio inicial, elementar ou maduro. O Tratamento estatístico foi feito 
através do programa SPSS versão 18.0, para calcular frequências e valores percentuais. Com os testes 
realizados antes da prática de Educação Física verificou-se que a maioria das crianças encontrou-se 
no estágio inicial das habilidades motoras fundamentais, uma vez que, nas habilidades giro corporal, 
salto em distância, rolamento de bola, arremesso por cima e chute foi encontrado um percentual 
acima de 50% de crianças no estágio inicial. Com testes realizados após a prática de Educação Física, 
durante dois meses, constatou-se que com a prática de atividade física, a maioria subiu do nível 
inicial para o nível elementar, sendo que, nas habilidades giro corporal, equilíbrio em um só pé, salto 
em distância, rolamento de bola, arremesso por cima e chute foi encontrado um percentual acima de 
50% de crianças no estágio elementar. Comprovou-se que dentre as habilidades avaliadas, os 
participantes do presente estudo obtiveram avanço das habilidades motoras estabilizadoras, 
locomotoras e manipulativas. 
 
Palavras-chave: habilidades motoras, educação física, infância. 
 
 
ABSTRACT 
The present study had objective to evaluate the psychomotor profile of children 4-6 years in 
kindergarten in a private school. A field survey of aspect quantitative and comparative analysis, the 
sample consisted of 13 children of the 1st, 2nd period and 1
st
 grade of kindergarten, of both genders. 
For the analysis of motor development of children, so an evaluation form for each motor skill from 
the Sequence central Skills Development proposed by Gallahue and Ozmun (2005). Each 
fundamental movement was assessed and rated in initial, elementary or mature stage. The Statistical 
analysis was done using SPSS version 18.0 to calculate frequencies and percentages. The tests 
performed before practice Physical Education it was found that most children found in the early stage 
of fundamental motor skills , since the body whorl skills , long jump , bowling ball , shot from above 
and kick found a percentage above 50 % of children in the early stages. With tests conducted after the 
practice of Physical Education, for two months, it was found that the practice of physical activity, 
most of the initial level rose for the elementary level, and in the body whorl skills, balance on one 
foot, long jump, ball roll, pitch shot went over and found a percentage above 50 % of children at the 
elementary stage. It was proved that among the skills assessed, the participants of this study had 
advancement of stabilizing, locomotors and manipulative motors skills. 
 
Keywords: motor skills, physical education, childhood. 
 
 
 
 
 
 
1
 Licenciada em Educação Física e Pós- graduada em Esporte, Fitnes e Saúde pela Faculdade de Educação São Francisco 
- FAESF 
 
43 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacional (1997), torna-se fundamental mudar a ênfase 
na aptidão física e no rendimento padronizado, tendo a educação física que ser mais abrangente, 
contemplando as dimensões de cada prática corporal, podendo sistematizar situações de ensino e 
aprendizagem, garantindo aos alunos acesso ao conhecimento prático e conceitual, mostrando um 
trabalho que incorpore a afetividade, o cognitivo e dimensões socioculturais dos alunos. 
 
Uns dos termos trabalhados na educação física e de grande importância para o meio de 
ensino da educação física é a psicomotricidade, que para Vítor da Fonseca (1999, p. 9), é a evolução 
das relações recíprocas, incessantes e permanentes dos fatores neurofisiológicos, psicológicos e 
sociais que intervêm na integração, elaboração e realização do movimento humano. 
 
Nesse contexto, a infância é entendida como um período de grande importância para o 
desenvolvimento motor, sobretudo porque é nessa fase que ocorre o desenvolvimento das habilidades 
motoras fundamentais, as quais servem de base para o desenvolvimento das habilidades motoras 
especializadas que o indivíduo utilizará nas suas atividades cotidianas, de lazer ou esportivas 
(Gallahue e Ozmun 2005). 
Gallahue e Ozmun (2005) destacam que a fase das habilidades motoras fundamentais se 
estende dos dois aos sete anos de idade e é composta por três estágios de desenvolvimento das 
habilidades motoras: estágio inicial, caracterizado pelas primeiras tentativas da criança de realizar 
uma habilidade motora fundamental, no qual os movimentos são realizados com o uso exagerado do 
corpo; estágio elementar, no qual os movimentos fundamentais envolvem maior controle e 
coordenação rítmica, mas ainda são restritos e exagerados; e estágio maduro, caracterizado por 
movimentos eficientes, coordenados e controlados. 
 
É importante destacar que nem todos os indivíduos atingem o estágio maduro em todas as 
habilidades motoras fundamentais, pois “a aquisição de novas habilidades está diretamente 
relacionada não apenas à faixa etária da criança, mas também às interações vividas com os outros 
seres humanos do seu grupo social” (SOARES; ALMEIDA, 2006, p. 1). 
Dessa forma, faz-se necessário trabalhar a psicomotricidade desde os primeiros anos na vida 
escolar, possibilitando as crianças de arriscar, errar, criar e experimentar atividades para adquirir 
conhecimentos que complementarão suas aprendizagens e habilidades. 
 
 
 
 
51 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
Diante da premissa o presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil psicomotor da 
criança de 4-6 anos no ensino infantil em escola particular. 
 
 
METODOLOGIA 
 
No trabalho foi abordada uma pesquisa de campo de abordagem quantitativa e análise 
comparativa. Segundo Richardson (1989), o método quantitativo caracteriza-se pelo emprego da 
quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através 
de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas. 
 
A análise comparativa é o que “estabelece procedimentos de comparação entre elementos, para 
evidenciar lhes as semelhanças e/ou diferenças.” (OLIVEIRA NETTO, 2006, p.17). 
A pesquisa aconteceu na Escola Evangélica Presbiteriana, sendo esta, da rede particular de 
ensino, localizada no Município de Lima Campos, Maranhão. Foi realizada do dia 15 de Agosto a 15 
de Outubro, utilizando um dia semanal, sexta- feira, sendo 45min o tempo para a aplicação dos testes 
para cada faixa etária nos horário de 09h30min às 11h00. A avaliação ocorreu em dois momentos, à 
primeira em agosto com a amostra selecionada e a segunda no final do mês de outubro, para assim 
estabelecer a comparação dos indivíduos sorteados. 
 
A amostra foi composta de 13 crianças do 1º, 2º período e 1º ano do Ensino Infantil, de 
ambos os gêneros, comidade entre 4-6 anos, que foram selecionadas a partir da ordem alfabética 
da chamada. Após a coleta e revisões dos dados, eles foram organizados, classificados e 
armazenados em banco construído no programa MICROSOFT OFFICE EXCEL 2007, para 
análise descritiva e estatística dos dados, distribuídos em tabelas e gráficos. O Tratamento 
estatístico foi feito através do programa SPSS versão 18.0, para calcular frequências e valores 
percentuais. 
Os critérios de inclusão foram: 
 
* Crianças com idade de 4 a 6 anos de idade; 
 
* Crianças que estudem no 1º, 2º período e 1º ano do ensino infantil da Escola Evangélica 
Presbiteriana, em Lima Campos – MA; 
* Crianças que os pais ou responsáveis concordem com a participação da mesma na pesquisa; 
 
* Crianças que não tenham alterações patológicas que contra-indique a realização dos testes 
propostos. 
 
Como critérios de exclusão foram estabelecidos: 
 
* Crianças que não tenham idade entre 4 a 6 anos de idade; 
 
* Crianças que não façam parte do 1º, 2º período e 1º ano do ensino infantil; 
 
 
52 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
* Crianças que os pais ou responsáveis não concordem com a participação da mesma na pesquisa; 
 
* Crianças que tenham alterações patológicas que contra-indique a realização dos testes. 
 
 
Protocolo de Pesquisa 
 
O primeiro foi à assinatura do Termo de Consentimento pelos pais ou responsável da 
criança 
 
Na segunda fase, ocorreu a aplicação de um questionário para traçar o perfil do 
 
educador, em seguida à observação do comportamento motor e emocional através do exame de 
atividade espontânea, onde a criança pôde se expressar espontaneamente, sendo assim verdadeira 
em seus atos e atitudes. E por fim aplicação de testes para Habilidades Motoras Fundamentais - 
Desenvolvimento Motor de Gallahue (2005). Os testes aplicados foram: 
 
 
Movimentos Estabilizadores Fundamentais: 
 
Giro Corporal 
 
Os movimentos de giro corporal podem envolver rolar para frente, para os lados ou para trás. 
Em cada um desses movimentos, o corpo é momentaneamente invertido e deve manter o 
controle da posição à medida que, “viaja” através do espaço. 
 
Equilíbrio em um só pé 
 
Os movimentos para o equilíbrio em um só pé podem envolver o equilíbrio com os 
participantes com os olhos abertos ou fechados e com os braços ao lado do corpo, flexionados 
ou nos quadris. 
 
Caminhada Direcionada 
 
Na caminha direcionada será realizada utilizando barras para caminhada, variando em 
comprimentos, largura e alturas acima da superfície de apoio. 
 
 
Movimentos Locomotores Fundamentais: 
 
Galope e deslizamento 
 
O galope e o deslizamento envolvem a combinação de dois elementos fundamentais, a 
passada e o salto, com o mesmo pé sempre na frente, na direção do movimento. Quando a 
pessoa se move para frente ou para trás, o movimentos é chamado de galope; quando ele se 
move para a lateral, é chamado de deslizamento. 
Salto em distância 
 
O salto à distância trata-se de um movimento padrão complexo. O impulso e o pouso deverão 
ser feito com os dois pés em salto horizontal. 
 
Corrida 
 
53 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
A corrida é uma forma exagerada de caminhada e deverá ser trabalhada em diferentes 
velocidades. 
 
Movimentos Manipulativos Fundamentais: 
 
Rolamento de Bola 
 
A habilidade de rolar bola será avaliada pela precisão em derrubar pinos de boliche. 
 
Arremesso por cima 
O arremesso por cima deverá ser realizado com atenção centralizada na forma, precisão e 
distância. Os componentes do arremesso variam conforme os três fatores enfatizados pelo 
indivíduo e também conforme a posição inicial assumida. 
 
Chute 
 
Chutar é uma forma de bater, na qual o pé é usado para fornecer força a um objeto. As 
variações precisas da ação de chutar serão realizadas por meio de ajustes com a perna que 
chuta e com a inclusão de braço e tronco no desempenho. 
 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A tabela 1 de testes realizados antes da prática de Educação Física demonstra a frequência 
de crianças em cada estágio de desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais. 
 
Verificou-se que a maioria das crianças encontrou-se no estágio inicial das habilidades 
motoras fundamentais, uma vez que, nas habilidades giro corporal, salto em distância, rolamento de 
bola, arremesso por cima e chute foi encontrado um percentual acima de 50% de crianças no estágio 
inicial. 
 
Verificou-se também que poucas crianças encontraram-se no estágio maduro das habilidades 
motoras fundamentais. Segundo Gallahue e Ozmun (2005), por volta dos sete anos de idade, é 
possível que a criança encontre-se no estágio maduro de desenvolvimento motor na maioria das 
habilidades motoras, no entanto, percebeu-se que algumas restrições do ambiente e/ou inibição na 
maioria dos participantes durante a realização das tarefas, por esses motivos os resultados de acordo 
com a faixa etária não foram obtidos. 
Os mesmos autores afirmam para que uma criança obtenha bons resultados nas realizações 
das habilidades especializadas necessita-se que ela tenha as habilidades fundamentais desenvolvidas, 
assim pode-se afirmar que, essas crianças encontraram maiores dificuldades para obter sucesso no 
processo de habilidades motoras especializadas. 
 
 
54 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
Notou-se que dentre as habilidades avaliadas, os participantes do presente estudo 
apresentaram um bom resultado das habilidades motoras estabilizadoras e locomotores, na qual a 
maioria estava no estágio elementar ou maduro. 
Com relação às habilidades motoras de manipulação verificou-se que os avaliados se 
encontraram com grande prevalência no estágio inicial. 
 
 TESTES 
INICIAL 
(%) 
ELEMENTAR 
(%) MADURO (%) Não Realizou (%) 
 Giro Corporal 76,9 7,6 0 15,4 
 
 Equilíbrio em um 46,4 53,6 0 0 
 só pé 
 Caminhada 30,8 53,7 15,5 0 
 Direcionada 
 Galope e 38,5 61,5 0 0 
 Deslizamento 
 Salto em Distância 69,2 30,8 0 0 
 
 Corrida 0 53,6 46,4 0 
 
 Rolamento de 53,6 38,7 7,7 0 
 Bola 
 
 Arremesso por 69,2 30,8 0 0 
 cima 
 
 Chute 69,2 30,8 0 0 
 
Tabela 1: Testes realizados antes da prática de educação física 
 
A tabela 2, de testes realizados após a prática de Educação Física, durante dois meses, 
aponta o desenvolvimento de crianças em cada estágio de desenvolvimento das habilidades motoras 
fundamentais. 
Verificou-se que a maioria das crianças progrediu do estágio inicial para o estágio 
elementar ou estágio maduro, das habilidades motoras fundamentais, uma vez que, nas habilidades 
estabilizadoras Equilíbrio em um pé só; Rolamento do corpo; Caminhada direcionada, os resultados 
apontam que mais de 60% evoluíram do estágio inicial, para o estágio elementar e/ou maduro, pode-
se afirmar que os participantes obtiveram resultados positivos nos testes acima apontados. 
Quanto às habilidades manipulativas, Rolamento da bola; Arremesso por cima; e Chute, é 
notório a evolução das crianças do nível inicial para o elementar. 
 
 
55 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
Nos estágios elementar e maduro os resultados apontam mais de 70% de resultados 
significativos, dentre eles as habilidades locomotoras, Galope e deslizamento; Salto em distância; e 
Corrida, onde os resultados mostram avanços, tanto do estágio inicial para o estágio elementar, 
quanto do estágio elementar para o estágio maduro. 
Gallahuee Ozmun (2005), afirmam que por volta dos quatro a cinco anos é possível que a 
criança se encontre no estágio elementar, e por volta dos seis anos de idade, a criança encontre-se no 
estágio maduro de desenvolvimento motor na maioria das habilidades motoras, assim pode-se 
observar que as aulas de educação física proporcionaram resultados positivos nessas habilidades. 
 
De acordo com o que foi avaliado e observado no presente estudo, foi possível observar 
que na tabela 1 de testes, a maioria dos participantes se encontrou no estágio inicial. Durante as 
aulas de educação física aplicadas na escola, foi possível perceber que o resultado inicial deu-se por 
conta da falta de aulas de educação física na escola, e a inibição dos participantes no primeiro 
contato com a experiência, ao decorrer das aulas de educação física, com aulas aplicadas de acordo 
com as habilidades sugeridas, foram notórios os desenvolvimentos dessas habilidades. Esses 
resultados vêm ao encontro da maioria dos estudos brasileiros feitos com crianças nessa faixa etária 
 
 TESTES 
INICIAL 
(%) 
ELEMENTAR 
(%) 
MADURO 
(%) 
Não Realizou 
(%) 
 Giro Corporal 30,8 61,5 7,7 0 
 
 
Equilíbrio em 
um 0 53,6 46,4 0 
 só pé 
 Caminhada 0 23,1 76,9 0 
 Direcionada 
 Galope e 0 38,5 61,5 0 
 Deslizamento 
 
Salto em 
Distância 30,8 69,2 0 0 
 
 Corrida 0 23,1 76,9 0 
 
 Rolamento de 0 84,6 15,4 0 
 Bola 
 
 Arremesso por 0 69,2 30,8 0 
 cima 
 
 Chute 0 69,2 30,8 0 
 
Tabela 2: Testes realizados após a prática de educação física 
 
 
 
56 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
(JUNIOR et al, 2010, p. 01) realizaram um estudo sobre as habilidades motoras 
fundamentais, equilíbrio, salto horizontal, corrida, chute e arremesso com 24 crianças escolares com 
idade entre oito e nove anos e verificaram que a maioria das crianças não se encontravam no estágio 
maduro de desenvolvimento motor de algumas habilidades motoras fundamentais. 
 
O estudo mostra que dentro das habilidades avaliadas, os participantes de forma geral, 
apresentaram características do estágio elementar ou maduro em quase todas as habilidades motoras, 
como rolamento da bola com a mão dominante e não dominante arremesso com a mão dominante, 
chute com pé dominante, equilíbrio, corrida e salto horizontal, com exceção das habilidades 
rolamento do corpo, salto vertical, arremesso com a mão não dominante e chute com o pé não 
dominante, nas quais mais da metade dos avaliados apresentaram características do estágio inicial. 
Assim, pode-se dizer que as avaliadas não se encontravam em sua maioria no estágio de 
desenvolvimento motor proposto para sua idade. 
 
 
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR 
 
O desenvolvimento motor é um processo continuo e demorado e, pelo fato das mudanças 
mais acentuadas ocorrem nos primeiros anos de vida, existe a tendência em se considerar o estudo do 
desenvolvimento motor como sendo apenas o estudo da criança. 
 
É necessário enfocar a criança, pois, enquanto são necessárias cerca de vinte anos para que o 
organismo se torne maduro, autoridade em desenvolvimento da criança concordam que os primeiros 
anos de vida, do nascimento até os seis anos, são anos cruciais para o individuo. As experiências que 
a criança tem durante esse período determinarão, em grande extensão, que tipo de adulto a pessoa se 
tornará (TANI, 2011, p. 65). 
 
Entretanto, a capacidade de movimentar-se das crianças é muito importante para que ela 
possa interagir melhor com o meio em que vive, e é sobre o desenvolvimento motor na infância que a 
maioria dos estudos está concentrada. Como se pode observar que no inicio do século passado, 
muitos estudos sobre a sequencia do desenvolvimento motor dos bebes foram realizados cujo 
evidencias e observações são consideradas até nos dias atuais. Posteriormente, alguns estudos foram 
conduzidos com o propósito de analisar e descrever padrões fundamentais de movimentos de pré-
escolas e escolares. 
Fase motora reflexa 
 
Segundo Gallahue e Ozmun (2005, p. 57) os reflexos são as primeiras formas de movimento 
humano. Os reflexos são movimentos involuntário, controlados subcorticalmente, que formam a base 
 
 
57 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
para as fases do desenvolvimento motor a partir da atividade reflexa, o bebê obtém 
informações sobre o ambiente imediato. As reações do bebê ao toque, à luz, a sons e a alterações na 
pressão provocam atividade motora involuntária. Esses movimentos involuntários e a crescente 
sofisticação cortical nos primeiros meses de vida pós-natal desempenham importante papel para 
auxiliar a criança a aprender mais sobre seu corpo e o mundo exterior. 
Os reflexos primitivos podem ser classificados como agrupamentos de informações, à 
medida que auxiliam a estimular a atividade cortical e o desenvolvimento. São caçadores de 
alimentação e protetores porque há consideráveis evidências de que sejam filogenéticos por natureza. 
Os reflexos primitivos, como os reflexos de sugar e de procurar pelo olfato, são considerados 
mecanismos de sobrevivência primitivos. Sem eles, o recém-nascido seria incapaz de obter alimento. 
 
Os reflexos posturais compõem a segunda forma de movimento involuntário e são 
notavelmente similares, na aparência, a comportamentos voluntários posteriores, mas são 
inteiramente involuntários. Esses reflexos parecem servir como equipamentos de teste neuromotor 
para mecanismos estabilizadores, locomotores e manipulativos. 
Fase de movimentos rudimentares 
As primeiras formas de movimentos voluntários são os movimentos rudimentares, 
observados no bebê desde o nascimento até, aproximadamente, a idade de 2 anos. Os movimentos 
rudimentares são determinados pela maturação e caracterizam-se por uma sequência de aparecimento 
altamente previsível. Esta sequência é resistente a alterações em condições normais. O ritmo em que 
essas habilidades aparecem, porém varia de criança a criança e depende de fatores biológicos, 
ambientais e da tarefa. 
As habilidades motoras rudimentares do bebê representam as formas básicas de movimento 
voluntário que são necessárias para a sobrevivência. Elas envolvem movimentos estabilizadores, 
como obter o controle da cabeça, do pescoço, e dos músculos do tronco; as tarefas manipulativas de 
alcançar, agarrar e soltar; e os movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e caminhar. A fase 
de movimentos rudimentares do desenvolvimento pode ser dividida em dois estágios que representa 
progressivamente ordens superiores de controle motor. 
Estágio de inibição de reflexos: o estágio de inibição de reflexos da fase de movimentos 
rudimentares inicia-se no nascimento. No nascimento, os reflexos dominam repertório de 
movimentos do bebê. Dali em diante, entretanto, os movimentos do bebê são crescentemente 
influenciados pelo córtex em desenvolvimento. 
 
 
58 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
O desenvolvimento do córtex e a diminuição de certas restrições ambientais fazem com que 
vários reflexos sejam inibidos e gradualmente desapareçam. Os reflexos primitivos e posturais são 
substituídos por comportamentos motores voluntários. 
 
No nível da inibição de reflexos, o movimento voluntário é precariamente diferenciado e 
integrado porque o aparato neuromotor do bebê está ainda em estágio rudimentar de 
desenvolvimento. Os movimentos, embora intencionais, parecem descontrolados e grosseiros. Se o 
bebê deseja entrar em contato com um objeto, haverá atividadeglobal da mão inteira, pulso, ombro e 
até do tronco. O processo de movimentar a mão para o contato com o objeto, apesar de voluntário, 
apresenta alta de controle. 
Estágio de pré-controle: por volta de um ano de idade, as crianças começam a ter precisão e 
controle maiores sobre seus movimentos. O processo de diferenciação entre os sistemas sensorial e 
motor e a integração de informações motoras e perceptivas, em um todo mais significativo e 
coerente, acontecem. O rápido desenvolvimento dos processos cognitivos superiores e dos processos 
motores encoraja rápidos ganhos nas habilidades motoras rudimentares nesse estágio. No estágio de 
pré-controle, as crianças aprendem a obter e a manter seu equilíbrio, a manipular objetos e a 
locomover-se pelo ambiente com notável grau de proficiência e controle, considerando-se o curto 
período que tiveram para desenvolver essas habilidades. 
 
Fase de movimentos fundamentais 
 
As habilidades motoras fundamentais da primeira infância são consequências da fase de 
movimentos rudimentares do período neonatal. Esta fase do desenvolvimento motor representa um 
período no qual as crianças pequenas estão ativamente envolvidas na exploração e na experimentação 
das capacidades motoras de seus corpos. É um período para descobrir como desempenhar uma 
variedade de movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos, primeiro isoladamente e, 
então, de modo combinado. As crianças que estão desenvolvendo padrões fundamentais de 
movimento estão aprendendo a reagir com controle motor e competência motora a vários estímulos, 
obtendo crescente controle para desempenhar movimentos discretos, em série e contínuo como fica 
evidenciado por sua habilidade em aceitar alterações nas exigências das tarefas. 
Uma das principais concepções erradas sobre o conceito desenvolvimentista d fase de 
desenvolvimentos fundamentais é a noção de que essas habilidades são determinadas 
maturacionalmente e são pouco influenciadas pela tarefa e por fatores ambientais. 
 
 
59 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
Embora a maturação realmente desempenhe papel básico no desenvolvimento de padrões de 
movimentos fundamentais, não deve ser considerada como a única influência. As condições do 
ambiente – a saber, oportunidades para a prática, encorajamento, instrução e ecologia (cenário) do 
ambiente em si – desempenham papel importante no grau máximo de desenvolvimento que os 
padrões de movimentos fundamentais atingem. 
 
 Estágio inicial: o estágio inicial de uma fase de movimentos fundamentais representa as 
primeiras tentativas da criança orientadas para o objetivo de desempenhar uma habilidade 
fundamental. O movimento é caracterizado por elementos que faltam ou que se apresentam em uma 
sequência imprópria, marcadamente uso limitado ou exagerado do corpo e fluxo rítmico e 
coordenação deficientes. Tipicamente, os movimentos locomotores, manipulativos e estabilizadores 
da criança de 2 anos de idade estão no nível inicial. Algumas crianças podem estar além desse nível 
no desempenho de alguns padrões de movimento, porém a maioria está no estágio inicial. 
Estágio elementar: o estágio elementar envolve maior controle e melhor coordenação rítmica 
dos movimentos fundamentais. Aprimora-se a sincronização dos elementos temporais e espaciais do 
movimento, mas os padrões de movimento neste estágio são ainda geralmente restritos ou 
exagerados, embora mais bem coordenados. Crianças de inteligência e funcionamento físico normais 
tendem a avançar para o estagio elementar principalmente por meio de processo de maturação a 
observação de crianças de 3 ou 4 anos de idade revela inúmeros movimentos fundamentais no estagio 
elementar. Muitos indivíduos, tanto adultos como crianças, vão além do estagio elementar em muitos 
padrões de movimento. 
Estágio maduro: o estágio maduro na fase de movimentos fundamentais é caracterizado por 
desempenhos mecanicamente eficientes, ordenados e controlados. A maioria dos dados disponíveis 
sobre a aquisição de habilidades motoras fundamentais sugere que as crianças podem e devem atingir 
o estágio maduro aos 5 ou 6 ano de idade. 
 
As habilidades manipulativas que requerem acompanhamento e intercepção de objetos em 
movimento (apanhar, derrubar, rebater) desenvolvem-se um pouco mais tarde, em função das 
exigências visuais e motoras sofisticadas dessas tarefas. Até mesmo a observação casual movimentos 
de crianças e de adultos revela que muitos deles não desenvolveram suas habilidades motoras 
fundamentais até o nível maduro. Embora algumas crianças possam atingir esses estágios 
basicamente pela maturação e com um mínimo de influências ambientais, a grande maioria precisa de 
oportunidades para a prática, o encorajamento e a instrução em um ambiente que promova o 
aprendizado. 
 
 
 
60 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
Sem essas oportunidades, torna-se virtualmente impossível um individuo atingir o estagio 
maduro de certa habilidade nesta fase, o que vai inibir a aplicação e o desenvolvimento na fase 
posterior. 
Fase de movimentos especializados 
 
As habilidades motoras especializadas são resultado da fase de movimentos fundamentais. 
Na fase especializada, o movimento torna-se uma ferramenta que se aplica a muitas atividades 
motoras complexas presentes na vida diária, na recreação e nos objetivos esportivos. Este é um 
período em que ad habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são 
progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso em situações crescentemente 
exigentes. Os movimentos fundamentais de saltar em um pé só e pular, por exemplo, podem agora 
ser aplicados a atividades de pular corda, as desempenho de danças folclóricas e ao desempenho de 
salto triplo no atletismo. 
O aparecimento e a extensão do desenvolvimento de habilidade na fase de movimento 
especializado dependem de muitos fatores da tarefa, individuais e ambientais. O tempo de reação e a 
velocidade do movimento, a coordenação, o tipo de corpo, a altura e o peso, os hábitos, a pressão do 
grupo social a que se pertence e a estrutura emocional são apenas alguns desses fatores. A fase de 
movimentos especializados tem três estágios. 
Estágio transitório: em algum período, nos seus 7 ou 8 anos de idade, as crianças geralmente 
entram em um estágio de habilidade motoras transitório (Haubenstricker e Seefeldt, 1986 apud 
Gallahue e Ozmun 2005, p.62). No período transitório, o indivíduo começa a combinar e a aplicar 
habilidades motoras fundamentais ao desempenho de habilidades especializadas no esporte e em 
ambientes recreacionais. Caminhar numa ponte de cordas, pular corda e jogar bola são exemplos de 
habilidades transitórias comuns. As habilidades motoras transitórias comuns. As habilidades motoras 
transitórias contêm os mesmos elementos que os movimentos fundamentais, mas com forma, 
precisão e controle maiores. As habilidades motoras fundamentais, que foram desenvolvidas e 
refinadas no estágio anterior, são aplicadas em brincadeiras, jogos e em situações da vida diária. As 
habilidades transitórias são simplesmente aplicações de padrões de movimentos fundamentais em 
formas mais específicas e mais complexas. 
O estágio transitório é um período agitado para os pais e para os professores, bem como para 
as crianças. Elas se encontram ativamente envolvidas na descoberta e na combinação de numerosos 
padrões motores e, frequentemente, ficam exultantes com a rápida expansão de suas habilidades 
motoras. 
 
 
 
61 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017Estágio de aplicação: aproximadamente aos 11 aos 13 anos, mudanças interessantes 
acontecem no desenvolvimento das habilidades do indivíduo. No estágio anterior, as habilidades 
cognitivas limitadas da criança, as habilidades afetivas a as experiências, combinadas com a avidez 
natural desse ser ativo, fizeram que o foco normal (sem interferência adulta) sobre o movimento fosse 
amplo e generalizado a “todas” as atividades. No estágio de aplicação, a sofisticação cognitiva 
crescente e certa base ampliada de experiências tornam o indivíduo capa de tomar numerosas 
decisões de aprendizado e de participação baseadas em muitos fatores da tarefa, individuais e 
ambientais. 
 
No estágio de aplicação, os indivíduos começam a buscar ou a evitar a participação em 
atividades específicas. Há ênfase crescente na forma, habilidade, precisão e nos aspectos 
quantitativos do desempenho motor. Esta é a época para refinar e usar habilidades mais complexas 
em jogos avançados, atividades de liderança e em esportes escolhidos. 
Estágio de utilização permanente: o estágio de utilização permanente da fase especializada 
de desenvolvimento motor começa por volta dos 14 anos de idade e continua por toda a vida adulta. 
O estágio de utilização permanente representa o auge de processo de desenvolvimento motor e é 
caracterizado pelo uso do repertório de movimento adquiridos pelo indivíduo por toda a vida. 
Interesses, competências e escolhas feitas durante a fases anterior são adquiridos e, mais tarde, 
refinados e aplicados a atividades cotidianas, recreativas e esportivas ao longo da vida. Fatores como 
tempo, dinheiro, equipamentos e instalações disponíveis, e limitações físicas e mentais afetam este 
estágio. Entre outros pontos, o nível de participação de um indivíduo em certas atividades dependerá 
de talento, oportunidades, condições físicas e motivação pessoal. O nível de desempenho permanente 
de um indivíduo pode variar desde o status profissional e olímpico até competições universitárias e 
escolares, passando pela participação em atividades esportivas organizadas ou não organizadas, 
competitivas, cooperativas ou recreativas, até tarefas simples da vida diária. 
Em essência, o estágio de utilização permanente representa o auge de todos os estágios e 
fases precedentes. Ele deve, entretanto, ser considerada uma continuação de um processo 
permanente. 
FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO MOTOR 
O desenvolvimento e refinamento de padrões motores e de habilidades motoras são 
influenciados de maneira complexas. Tanto os processos como o produto do movimento de um 
indivíduo estão enraizados em um ambiente experimental e genérico peculiar, conectados as 
exigências específicas da tarefa motora. Qualquer estudo estaria incompleto sem a discursão de 
vários desses fatores influenciadores. (Gallahue e Ozmun, 2005, p.30). 
 
62 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
O desenvolvimento motor representa um aspecto do processo desenvolvimentista total e está 
intricadamente inter-relacionada às áreas cognitiva e a afetiva do comportamento humano, sendo 
influenciado por muitos fatores. 
 
 
Fatores intrínsecos ao indivíduo 
 
Inúmeros fatores biológicos que afetam o desenvolvimento motor parecem surgir desse 
padrão previsível que é responsável pela individualidade também pode ser responsável pela 
similaridade de muitas maneiras ordenada e previsível. 
 
Este comprometimento pode ocorrer tanto no período pré quanto pós-natal e são oriundos de 
fatores internos e externos. Entre os fatores internos estão às influências genéticas e as condições 
maternais do ambiente pré-natal. Já entre os fatores externos, a alimentação, o álcool, o tabagismo e 
as drogas ganham destaque, pois se sabe que, embora o feto esteja protegido pela placenta, certas 
substâncias podem penetrá-la e causar reações negativas como deformidades físicas e disfunções 
comportamentais. Afirma: GALLAHUE e OZMUN, 2005, p. 74. 
O processo de crescimento auto-regulador compensará os desvios mínimos no padrão de 
crescimento, mas é frequentemente incapaz de compensar os desvios maiores, especialmente 
no período neonatal e na infância. Por exemplo, bebês de baixo peso ao nascer, abaixo de 1,5 
kg, e crianças que experimentam deficiências nutricionais severas e prolongadas 
frequentemente sofrem de defict permanente na altura e no peso, bem como em seu 
desenvolvimento cognitivo e motor. 
 
 
Um agente causador de deformidades físicas ou, até mesmo, a morte de um feto é 
denominado teratógeno. Para GALLAHUE & OZMUN (2001, p. 641), teratógenos são quaisquer 
substâncias que possam fazer o bebê desenvolver-se de maneira anormal. Entre os fatores 
teratogênicos estão, as drogas e medicações, as doenças maternas e a nutrição. Os maiores riscos para 
o desenvolvimento pré-natal ocorrem entre a terceira e a oitava semana de gestação, uma vez que este 
período é considerado como o momento em que o embrião está mais suscetível a possíveis danos 
causados por fatores teratogênicos. 
Com relação aos fatores externos, consideram que as infecções e doenças bem como as 
drogas e as substâncias químicas como os fatores mais prejudiciais ao desenvolvimento. Entre as 
infecções e doenças estão a citomegalovírus (que pode causar o nascimento de um feto morto, aborto, 
baixo peso e irregularidade no sistema nervoso), microencefalia (cabeça excessivamente pequeno, e 
baço e fígado maiores que o normal), diabetes (que aumentam em 50% a probabilidade de morte do 
feto), sífilis (que ataca o sistema nervoso do feto). 
 
 
 
 
63 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
 
Fatores ambientais 
 
Ao longo de vários anos passados, consideráveis questionamentos e pesquisas tem se 
concentrado no período pré-natal e no início da infância. Na medida em que estes influenciam o 
funcionamento subsequente das crianças em função da grande dependência dos bebês humanos de 
seus protetores e por ser um período longo de inúmeros cuidados paternos e maternos influenciam o 
desenvolvimento posterior da criança. 
Portanto, o ambiente em que o a criança vive pode dar diferentes formatos ou moldar 
aspectos do seu comportamento motor. O ambiente positivo age como facilitador do 
desenvolvimento normal, pois possibilita a exploração e interação com o meio. 
 
Graminha (1997, p. 10) a influência do ambiente na aquisição de habilidades motoras em 
crianças pré-escolares, foi observada que o desenvolvimento de crianças saudáveis sofreu influências 
negativas dos fatores de risco ambientais, tais como a utilização de brinquedos inadequados para a 
faixa etária e a falta de orientação pedagógica em creches públicas. Gallahue, (2005, p. 81); afirma 
que: 
Uma pesquisa feita por Dennis (1960) examinou bebês criados em três instituições separadas 
no Irã. Descobriu-se que os bebês em duas instituições estavam gradativamente atrasados em 
seu desenvolvimento motor. Na terceira instituição havia pouco retardo motor. A 
discrepância levou Dennis a pesquisar os estilos de vida das crianças em cada instituição. Os 
resultados a quietude ambiental e a ausência geral de oportunidade motora ou de experiência 
foram as causa do retardo motor nas duas primeiras instituição. 
 
 
Entretanto, quando se procurou verificar que outros fatores de risco, além do biológico, 
apareceram na vida das crianças, o que se encontrou foi que 36% haviam sido expostas a fatores do 
contexto ambiental tais como bebê não desejado, dificuldades financeiras da família, gestação na 
adolescência, criança adotada, insegurança e/ou inconsistência dos pais, superproteção, 
indiferença/rejeição, agressividade e depreciação.Fatores de tarefa física 
 
O desenvolvimento motor não é um processo estatístico, não é somente o produto de fatores 
biológicos, mas também é influenciado por condições ambientais e leis físicas. 
 
Alguns fatores adicionais afetam o desenvolvimento motor. A influência da classe social, do 
gênero e da bagagem cultural e étnica, todos esses fatores tem um impacto no crescimento e 
desenvolvimento motores da criança. 
 
64 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
A interação dos fatores ambientais como biológicos modifica o curso do desenvolvimento 
motor no período neonatal, na infância, na adolescência e na idade adulta. 
Os fatores das tarefas pertinentes à área psicomotora são denominados fatores “físicos” e 
“mecânicos”. Esses fatores tem impacto profundo sobre a aquisição, manutenção e a diminuição de 
nossas habilidades motoras no decorrer da vida. (Gallahue e Ozmun, 2005. p.92). 
 
Nosso nível de aptidão física e as exigências mecânicas de uma tarefa influencia 
grandemente a habilidade de nos movimentarmos com controle, habilidade e segurança. 
 
A aptidão motora de um indivíduo tem efeito decisivo no desempenho de qualquer 
habilidade motora que requeira reações rápidas, velocidade de movimento, agilidade e coordenação 
de movimentos, força explosiva e equilíbrio. 
 
Além disso, o corpo humano é capaz de se mover de inúmeras maneiras. Aprender todas as 
habilidades envolvidas na realização de uma brincadeira de criança, de um esporte ou de uma dança, 
mas para algumas crianças essas tarefas podem parecer impossíveis. 
 
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO DESENVOLVIMENTO DA 
 
PSICOMOTRICIDADE 
 
Estudos relacionados ao desenvolvimento motor não apresentavam grande expressão na área 
da Educação Física até a década de 1970, no entanto o aumento do volume e da qualidade das 
pesquisas durante as décadas de 1980 e 1990 fez do desenvolvimento motor uma área legítima de 
pesquisa científica, com grande destaque internacional nos dias atuais (GALLAHUE; OZMUN, 
2005). 
 
Segundo Haywood apud Marques (1995) o ser humano adquire habilidades motoras 
progredindo de movimentos simples e desorganizados, para execuções altamente organizadas e 
complexas. 
Keogh apud Marques (1995) comentou que este processo sequencial é caracterizado por um 
conjunto de mudanças no padrão fundamental de movimento, ocasionando uma maior capacidade de 
controlar os movimentos. Neto (1984) enfatiza que toda criança possui uma enorme necessidade de 
se movimentar, e é da qualidade do seu comportamento motor que depende o seu processo de 
desenvolvimento. Jersild apud Tani, Manoel, Kokunbun et al. (1988) comenta que é principalmente 
por meio do desenvolvimento motor que a criança deixa de ser uma criatura frágil de primeira 
infância, para se tornar uma pessoa livre e independente do auxílio alheio. 
 
 
 
 
65 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
Para Gallahue (1989) e Gallahue e Ozmum (2003) o processo do desenvolvimento motor 
revela-se primeiramente através de mudanças no comportamento motor, onde todos nós estamos 
envolvidos no processo de aprendizagem em um mundo em constante mudança. As diferenças de 
desenvolvimento no comportamento motor podem ser causadas por fatores inerentes ao indivíduo 
(biologia), ao ambiente (experiência) e a natureza da tarefa (física/mecânica). 
 
É necessário conciliar experiências motoras apropriadas para cada nível de desenvolvimento 
particular. Dessa forma, na fase de movimentos fundamentais (3 a 6 anos), segundo Gallahue (2003), 
a criança percebe que o seu corpo é dotado de capacidades motoras e começa a explorar e 
experimentar tais capacidades. É um período para descobrir uma variedade de movimentos 
estabilizadores, locomotores e manipulativos. No estágio elementar (crianças de 3 ou 4 anos) ocorre 
um maior controle e melhora nos padrões de movimento, contudo ainda são restritos, embora mais 
bem coordenados.E no estágio maduro (crianças de 5 a 6 anos) os movimentos caracterizam-se por 
desempenhos mecanicamente eficientes. 
Deve ser trabalhadas nessa faixa etária atividades de manipulação (arremessar e apanhar), 
estabilizadoras (andar com firmeza e o equilíbrio em um pé só) e locomotoras (correr e pular). 
 
A estabilidade é o aspecto mais fundamental do aprendizado de movimentar-se. Por ela, as 
crianças obtêm e mantêm um ponto de partida para as explorações que fazem no espaço. A 
estabilidade envolve a habilidade de manter em equilíbrio a relação indivíduo/força de gravidade. 
 
A locomoção é um aspecto fundamental no aprendizado do movimentar-se, efetiva e 
eficientemente, pelo ambiente. Envolve a projeção do corpo no espaço externo, alterando sua 
localização relativamente a pontos fixos da superfície. 
A manipulação motora rudimentar envolve o relacionamento de um indivíduo com objetos e 
é caracterizada pela aplicação de força nos objetos e a recepção de força deles. 
 
Assim, a vivência e a exploração de movimentos locomotores, manipulativos e 
estabilizadores influenciarão bastante o desenvolvimento das habilidades motoras das crianças. 
Quando o assunto é o desenvolvimento de uma criança e adolescente, torna-se pertinente 
aos professores de Educação Física e Desporto conhecerem as suas fases constitutivas, para lhes 
fornecer corretos estímulos. As crianças são quanto ao seu desenvolvimento, imaturas e, por isso, é 
necessário estruturar experiências motoras significativas apropriadas para seus níveis de 
desenvolvimento particulares (GALLAHUE, 2003, p. 63). 
Nos dias de hoje, reconhece-se a importância das brincadeiras com fins de auxiliar no 
desenvolvimento infantil e na aprendizagem da criança. 
 
66 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
 Ao jogar e brincar, a criança estará sendo estimulada a trabalhar o raciocínio lógico, a 
aprender lidar com símbolos, a equilibrar-se, desenvolvendo os aspectos psicomotores, afetivos e 
cognitivos. Para as crianças, as brincadeiras possuem um sentindo funcional, isto é, possibilitam 
compreensão, geram satisfação e hábitos que se estruturam num sistema. Por isso a importância de 
um profissional de educação física, afirma Ladan: 
 
 
A responsabilidade dos profissionais da área de Educação Física que intervêm direta ou 
indiretamente no desenvolvimento da criança não é só o de assegurar o crescimento físico 
saudável, mas o de orientar os pais no sentido de que crescimento e desenvolvimento 
envolvem independência e esta gera sentimentos de capacidade e segurança, levando-a a ter 
iniciativas, a ser capaz de tomar decisões, participando ativamente do seu meio sociocultural, 
aprendendo a utilizar-se de todas as suas capacidades. Para Piaget, “a criança estabelece 
relação com o exterior através da circulação entre as percepções (assimilação) e os 
movimentos (acomodação) e é o conjunto de adaptações que (na sua circulação materializada 
pela motricidade) irá transformar a inteligência prática (sensório-motora) em inteligência 
reflexiva (gnósica)”. (1978, p. 09) 
 
 
O objetivo é alertar sobre a necessidade de garantir à criança o direito a um desenvolvimento 
harmônico, trabalhando corpo e mente, dando-lhe espaço para que se desenvolva na área motora e 
consequentemente na cognitiva, social e emocional. Assim, para que o trabalho do profissional de 
Educação Física possa contribuir com a efetivação do processo de ensino e aprendizagem, devem-se 
ampliar as dimensões do comportamento da criança, levando em conta seus interesses e necessidades 
para que então haja o desenvolvimento psicomotor. 
 
Diferenças entre os DesenvolvimentosQuando se observa as habilidades motoras fundamentais de crianças, é possível observar os 
vários estágios de desenvolvimentos que uma criança passa dentro de cada padrão de movimento, 
observa-se que existem maneiras diferentes de habilidades dentro de cada padrão, entre uma criança e 
outra. O fato de uma criança atingir ou não o estágio na sua faixa etária, depende basicamente do 
ensino e das oportunidades da prática. 
A falta de oportunidade de prática sistematizada e estruturada com objetivos de proporcionar 
experiências motoras diversificadas, e a falta de instruções apropriadas têm sido indicadas como 
razões para que crianças não alcancem níveis mais elevados de desempenho motor nas habilidades 
motoras fundamentais (Cotrim et al., 2011; Lemos et al., 2012; Pang & Fong, 2009), ficando aquém 
do nível esperado para as respectivas idades (e.g., Braga et al., 2009; Ferraz, 1992; Valentini, 2002). 
 
 
 
 
 
67 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
 Para Gallahue; Ozmun (2005) as diferenças entre crianças, fazem lembrar o princípio 
da individualidade de todo aprendizado. A sequência de progressão o longo dos estágios inicial, 
elementar e maduro é a mesma para a maioria das crianças. O ritmo, entretanto variará, dependendo 
tanto dos fatores ambientais, como dos fatores hereditários. 
 
O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
Pode-se afirmar que a educação física pode ser definida como uma disciplina que trabalha e 
cuida do indivíduo ao todo, não somente corpo e mente (físico, psíquico e emocional), mas se 
trabalha também o lado social e cultural, buscando trabalhar a realidade através da corporeidade. 
 
O processo metodológico, das aulas de educação física não se restringe apenas, em exercitar 
o lado técnico e esportivo ou tais habilidades e destrezas, e sim de capacitar o indivíduo a 
desenvolver sua autonomia dentro das suas possibilidades corporais, para que se possa exercer de 
maneira social e cultural de forma adequada. 
 
Na educação, o papel do professor de educação física é familiarizar as crianças ao processo 
de ensino-aprendizagem, pois ela terá contato com diferentes pessoas, costumes, a um diferente 
espaço físico no qual elas não estão acostumadas. Professor deve saber quais as mudanças que 
ocorrem nessa fase, tanto no intelectual, quanto no físico, como também no comportamento. Assim 
será possível oferecer à criança atividades que desenvolvam o desenvolvimento total de suas 
habilidades fundamentais, podendo assim ser trabalhado o lúdico, o movimento e a corporeidade. 
(Flinchum 1982, Harrow 1983, Tani 1988, Gallahue 1989 e Eckert 1993). Para que estas 
habilidades sejam desenvolvidas é necessário que se dê à criança oportunidades de desempenha-las. 
O movimentar-se é de grande importância biológica, psicológica, social e cultural, pois, é através da 
execução dos movimentos que as pessoas interagem com o meio ambiente, relacionando-se com os 
outros, apreendendo sobre si, seus limites, capacidades e solucionando problemas. Os professores de 
educação física devem se preocupar em adaptar como foco principal na educação física pré-escolar e 
series iniciais os trabalhos que desenvolva as habilidades fundamentais. Vale ressaltar que o não 
desenvolvimento dessas habilidades básicas, inicial, elementar e maduro, não se terá um bom 
desenvolvimento nas habilidades especializadas. 
Entretanto, em um processo educacional, a relação entre professores e alunos deve ser uma 
relação dinâmica, como toda e qualquer relação entre seres humanos. Na sala de aula, os alunos não 
deixam de serem pessoas para transformar-se em coisas, em objetos, que o professor pode manipular 
jogar e de lado para outro. Afirma Piletti que: 
 
 
 
68 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
O aluno não é um deposito de conhecimentos memorizados que não entendem, como um 
fichário ou uma gaveta. O aluno é capaz de pensar, refletir, discutir, ter opiniões, participar, 
decidir o que quer e o que não quer. O aluno é gente, é ser humano, assim como o professor. 
Na realidade, o que acontece numa relação não autoritária entre pessoas? Todas podem 
crescer a partir desse tipo de relação (1995, p. 80). 
 
 
Com esse tipo de relação em sala de aula, em quanto o professor ensina também aprende, e 
enquanto aprende também ensina. O professor ouve os alunos, respeita seu ponto de vista; desta 
forma, o professor deixará de ser mero instrutor ou treinador para transformar-se em educador. 
 
A aprendizagem é um processo continuou, que dura toda a vida. Só crescemos e nos 
desenvolvemos na medida em que estivermos dispostos a modificar nossas crenças, nossas 
convicções. Se nos apegarmos as nossas ideias, sem disposição para discuti-las e para modifica-las, 
permaneceremos parados no tempo, ou melhor, caminharemos para trás. (PILETTI, 1995, p. 80). 
 
Um aluno se aproxima do professor quando se sente seguro e sente que essa aproximação é 
agradável, e o professor se aproxima dos alunos juntos aos quais se sente bem. Professor não é 
neutro, sem sentimentos, frio e distantes. É uma pessoa e, como tal, tem sentimentos, simpatias, 
antipatias, amor, ódio, medo, timidez, etc. 
 
Sabe-se que o professor desempenha um papel muito importante na vida escolar de seus 
discentes, mas, que é preciso e necessário haver uma mudança em relação a forma de transmitir os 
conhecimentos. O professor deve procurar melhorar e adequar o seu método de ensino-aprendizagem. 
Um professor de educação física precisa motivar seus alunos a participar ativamente das 
atividades propostas, no entanto, é necessário primeiramente “quebrar o gelo”, pois muitos, por 
timidez ou falta de ambiente, ficam de lado e não participam. Utilizar joguinhos, brincadeiras, cantos 
que tenham a função de criar um clima de descontração e alegria é uma ótima maneira de estimular a 
socialização, afirma (Ferreira, 2003). 
Cabe também ao professor avaliar as atitudes dos alunos, assessorado de informação com 
base cientificas e completas, de como agem e se comportam na faixa etária trabalhada, de acordo 
com suas características pessoais, biológicas e psicomotoras. 
 
O aluno é reflexo de sua experiência no lar. Pode ser independente ou não, rítmico ou 
arrítmico; e o professor deve estar preparado para atender a todos e a cada um, proporcionando-lhe 
“crescer”. 
O professor bem informado equilibrará as atividades de modo que, ao mesmo tempo, 
despertem alegria e interesse, que contenham qualidades educativas para que, ao final da ação, o 
aluno tenha adquirido experiência e habilidades, conscientização de possibilidade e valorização da 
vitória nas atividades encontradas. (Ferreira, 2003). 
 
 
69 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
A verbalização do professor deve incidir sobre a valorização de características e 
possibilidade dos brinquedos e possíveis estratégias de exploração. Enfim, o professor deve oferecer, 
informações sobre diferentes formas de utilização de brinquedos, contribuindo para a ampliação do 
referencial infantil. 
 
A dimensão corporal não pode estar ausente. Na relação com objetos, solicitam-se o corpo e 
os sentidos. O educador deve, também, brincar e participar das brincadeiras, demonstrando não só o 
prazer de fazê-lo, mas estimulando as crianças para tais ações. 
 
Ao propor uma brincadeira é importante que o professor brinque também. Assim, ele poderá 
observar crianças e acompanha-las de perto de forma prazerosa. 
 
CONCLUSÃO 
 
Dentre os resultados obtidos, constatou-se que, em relação às habilidades motoras 
fundamentais, maior partedas crianças, de forma geral, apresentou sucesso no processo de 
desenvolvimento nas características do estágio elementar ou maduro em grande parte das habilidades 
motoras, como rolamento da bola, equilíbrio, corrida, galope e deslizamento e caminhada 
direcionada. 
Nas habilidades rolamento do corpo, salto em distância, arremesso por cima e chute, nas 
quais mais da metade dos avaliados apresentaram características no estágio inicial nos testes 
aplicados antes das aulas de educação física. Foi notório o desenvolvimento satisfatório mostrado 
entre as tabelas. Assim, pode-se dizer que as crianças avaliadas no primeiro teste não se encontravam 
em sua maioria no estágio de desenvolvimento motor proposto para sua idade, uma vez que crianças 
a partir dos 4 e 5 anos tem condições de apresentar características do estágio elementar e crianças a 
partir dos 6 anos tem condições de apresentar características do estágio maduro na maioria das 
habilidades motoras fundamentais. 
Vale ressaltar a importância de se trabalhar essas fase de desenvolvimento motor infantil, 
pois esse atraso na aprendizagem das habilidades motoras fundamentais pode dificultar o aprendizado 
das habilidades especializadas, além de dificultar a realização das atividades da vida diária. É de 
grande importância ressaltar que o desenvolvimento motor da criança também pode sofrer influência 
da maturação, da condição socioeconômica, além das experiências realizadas fora do ambiente 
escolar, como as brincadeiras com os amigos na rua ou em casa. 
Os fatores que se enquadra fora do âmbito escolar não foram investigados neste estudo por 
uma questão de limitação do tema da pesquisa, pois se resumem as aulas de educação física na 
escola. 
 
 
70 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
Nos resultados obtidos após o período da aula de educação física na escola, verificou-se que 
as aulas no ensino infantil contribuíram para um desenvolvimento satisfatório, no tempo que condiz 
com cada faixa etária, onde consequentemente irá reduzir os níveis de dificuldades de aprendizado 
nas habilidades especializadas. 
 
São poucos os estudos no cenário científico brasileiro que relacionam as aulas de educação 
física no ensino infantil como fator importante para o desenvolvimento motor infantil. 
Desse modo, mostra-se necessário que sejam desenvolvidos mais estudos sobre esse tema 
para que se estabeleçam mais parâmetros sobre a contribuição da iniciação das aulas de educação 
física na educação inicial para o desenvolvimento motor infantil. Espera-se também que o presente 
estudo contribua com os profissionais de Licenciatura em Educação Física, mostrando que a aula de 
educação física na educação infantil é importante para o desenvolvimento motor, contribuindo para 
que as habilidades motoras especializadas sejam desenvolvidas com sucesso, desde que os mesmo 
sejam respeitados o nível de desenvolvimento, a faixa etária, os interesses e as necessidades de cada 
criança. 
 
REFERÊNCIAS 
 
Braga, R.K., Krebs, R.J., Valentini, N.C., & Tkac, C.M. (2009). A influência de um programa de 
intervenção motora no desempenho das habilidades locomotoras de crianças com idade entre 6 
e 7 anos. Revista da Educação Física/UEM, 20(2), 171-181 
 
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física/ Secretaria de Educação 
Fundamental-Brasília: MEC/sef, 1997. 
 
Cotrim, J.R., Lemos, A.G., Néri Jr., J.E., & Barela, J.A. (2011). Desenvolvimento de habilidades 
motoras fundamentais em crianças com diferentes contextos escolares. Revista de Educação 
Física/UEM, 22(4), 523-533. 
FONSECA, V. Manual de Observação psicomotora: Significação psiconeurológica dos fatores 
psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas. 1999. 
 
Ferraz, O.L. (1992). Desenvolvimento do padrão fundamental de movimento correr em 
crianças: um estudo semi-longitudinal. Revista Paulista de Educação Física, 6(1), 26-34. 
 
 
FERREIRA, Vanja. Educação Física: Educação, Jogos e Desporto. São Paulo: Sprint, 2003. 
 
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, 
adolescentes e adultos. Tradução de Maria Aparecida da Silva Pereira Araújo, Juliana Medeiros 
Ribeiro, Juliana Pinheiro Souza e Silva. 3° Ed. São Paulo: Phorte, 2005. 
_________, D.L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebes, crianças, 
adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2003. 
 
 
71 
REVISTA BRASILEIRA DE ASSUNTOS 
INTERDISCIPLINARES – REBAI 
V. 1, n.1, Jan/Jul, 2017 
 
_________, D.L. Understanding Motor Development: infants, children, adolescents. 2º ed. 
Indianapolis: Benchmarck Press, 1989. 
 
_________ D.L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, 
adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2001. 
 
GRAMINHA SSV & MARTINS MA de O. Condições adversas na vida de crianças com atraso 
no desenvolvimento. Medicina, Ribeirão Preto, 30: 259-267 abr./jun. 1997. 
 
JUNIOR, José Roberto Andrade do Nascimento, et al. Avaliação do Estágio de 
Desenvolvimento de Habilidades Motoras Fundamentais de Crianças Praticantes de Futebol. 
Vol.9, n.2, 2010. 
LABAN, R. Domínio do Movimento. São Paulo, Summus, 1978. 
 
Lemos, A.G., Avigo, E.L., & Barela, J.A. (2012). Physical Education in kindergarten promotes 
fundamental motor skill development. Advances in Physical Education, 2(1), 17-21 
 
OLIVEIRA NETTO, A. A. Metodologia da Pesquisa Científica: Guia Prático para Apresentação 
de Trabalhos Acadêmicos. 2. ed. Florianópolis: Visual Brooks, 2006. 
 
Pang, A.W.-Y., & Fong, D. T.-P. (2009). Fundamental motor skill proficiency of Hong Kong 
children aged 6-9 years. Research in Sports Medicine, 17, 125-144 
 
PILETTI, NELSON; Psicologia da educação, Ed. ática, 13 ed. São Paulo: 1995. 
 
MARQUES, I. Padrão Fundamental de Movimento: Uma Análise Universal ou Contextual. 
Dissertação de Mestrado. Campinas, SP. 1995. 
 
NETO, C. Motricidade Infantil e Contexto Social: Implicações na Organização do Ensino. São 
Paulo: horizonte, 1984. 
 
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1989. 
 
SOARES, A. S.; ALMEIDA, M. C. R. Nível maturacional dos padrões motores básicos do chutar e 
impulsão vertical em crianças de 7/8 anos. Momentum – Revista Digital de Educação Física. 
Ipatinga: Unileste/MG, V. 1, N. 1, ago/dez 2006. 
 
TANI, G.; MANOEL, E.; KOKUBUN, E. PROENÇA, J. E. Educação Física Escolar: 
Fundamentos de uma abordagem Desenvolvimentista. São Paulo: 1988. 
 
____, G.; MANOEL, E.; KOKUBUN, E. PROENÇA, J. E. Educação Física Escolar: Fundamentos 
de uma abordagem Desenvolvimentista. São Paulo: 2011. 
 
Valentini, N.C. (2002). Percepções de competência e desenvolvimento motor de meninos e 
meninas: um estudo transversal. Movimento, 8(2), 51-62.

Continue navegando