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Crimes Contra o Respeito aos Mortos

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PROTEÇÃO PENAL AOS INTERESSES SOCIAIS
2 Recortes objetivos da doutrina recomendada. Confronte com o conteúdo aplicado e as análises efetuadas em sala de aula, questões de concurso, e a bibliografia indicada no plano de estudos. Examine a legislação e consulte a jurisprudência. Pesquise, atualize, questione e discorra sobre a matéria. 
CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS 
 
Art. 209. Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária.
Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), sem prejuízo da correspondente à violência. 
1. Núcleo do tipo. Impedir significa interromper ou obstar o prosseguimento, enquanto perturbar é apenas estorvar ou atrapalhar. O objeto, neste caso, é enterro ou cerimônia funerária.
2. Sujeitos ativo: qualquer pessoa.
3. Sujeito passivo: a coletividade. Secundariamente, as pessoas presentes no enterro ou na cerimônia. É o chamado crime vago (cujo sujeito passivo é indeterminado)
 
4. Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Não existe a forma culposa. Exige-se elemento subjetivo do tipo específico consistente na especial vontade de ultrajar a memória do morto. Há muitas pessoas que, em velórios, especialmente, descontroladas que estão, podem tomar atitudes que perturbam nitidamente a cerimônia, mas não o fazem com a intenção de menoscabar a memória de quem morreu, embora saibam que estão perturbando (dolo).
5. Objetos material e jurídico: o objeto material é o enterro (ato de sepultar um cadáver) ou a cerimônia funerária (reunião fúnebre de caráter solene, como o velório). O objeto jurídico é o respeito à memória dos mortos.
6. Classificação: trata-se de crime comum (aquele que não demanda sujeito ativo qualificado ou especial); formal (delito que não exige resultado naturalístico, consistente na efetiva lesão ao bem jurídico tutelado); de forma livre (podendo ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, ou seja, é a aplicação do art. 13, § 2º, do CP) Exemplo de Caio, agente funerário, com o objetivo de perturbar o funeral de seu devedor Tício, deixa de fornecer o esquife para o seu enterramento ou a viatura para o transporte do cadáver; instantâneo (cujo resultado se dá de maneira instantânea, não se prolongando no tempo); unissubjetivo (que pode ser praticado por um só agente); unissubsistente (um único ato é capaz de realizar a conduta) ou plurissubsistente (via de regra vários atos integram a conduta), conforme o caso; admite tentativa na forma plurissubsistente.
7. Causa de aumento de pena. Caso o agente empregue qualquer forma de violência (coação física), é punido com uma pena agravada em um terço. 
8. Tipo cumulativo: pune-se, além da figura típica do art. 209, o crime decorrente da violência empregada. Não tendo sido especificada, cabe violência contra pessoa ou coisa.
Violação de sepultura. 
Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
1. Exame do núcleo do tipo: violar significa devassar ou invadir e profanar quer dizer tratar com irreverência ou macular. O objeto é a sepultura ou a urna funerária. Reserva-se a primeira figura para quem abre a sepultura ou invade o sepulcro, enquanto a segunda serve para quem infama o mesmo objeto.
2. Sujeito ativo: qualquer pessoa.
3. Sujeito passivo: a coletividade; em segundo plano a família do morto.
4. Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Não existe forma culposa. Não se exige elemento subjetivo do tipo específico para a violação, embora no tocante à profanação – que se liga a ultraje, desonra – é preciso haver elemento subjetivo do tipo específico, isto é, a particular vontade de macular a memória do morto ou seu sepulcro.
5. Objetos material e jurídico: o objeto material é a sepultura (a cova onde se coloca o morto e seus acessórios, como o jazigo, a lápide que compõe o túmulo etc..) ou a urna funerária (caixa utilizada para guardar cinzas ou ossos). O objeto jurídico é o respeito aos mortos.
6. Classificação: crime comum (aquele que não requer sujeito ativo qualificado ou especial); formal (delito que não exige resultado naturalístico, consistente em efetiva lesão ao bem jurídico tutelado); de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio escolhido pelo agente); comissivo (os verbos implicam ações) e, excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, ou seja, é a aplicação do art. 13, § 2º do CP – a quem incumbe dever de agir); instantâneo (cujo resultado se dá de maneira instantânea, não se prolongando no tempo); unissubjetivo (pode ser praticado por um só agente); plurissubsistente (via de regra, vários atos integram a conduta; admite tentativa.
7. Sepulcro ou urna vazia: crime impossível – absoluta impropriedade do objeto (art. 17 do CP). 
8. Violação com a finalidade de furtar: não havendo subtração, mas apenas violação da sepultura, responde o agente pelo crime especial, que é o do art. 210, e não por tentativa de furto. Se houver a subtração de algo colocado no túmulo, sem que exista a violação, responde o agente por furto. Se o furto se voltar ao cadáver configura-se o delito do art. 211 (destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele. Reclusão de 1 a 3 anos, e multa.

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