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Destruição, Subtração ou Ocultação de Cadáver

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PROTEÇÃO PENAL AOS INTERESSES SOCIAIS
3 Recortes objetivos da doutrina recomendada. Confronte com o conteúdo aplicado e as análises efetuadas em sala de aula, questões de concurso, e a bibliografia indicada no plano de estudos. Examine a legislação e consulte a jurisprudência. Pesquise, atualize, questione e discorra sobre a matéria. 
 Destruição, Subtração ou Ocultação de Cadáver
Art. 211. Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
 
1. Objeto jurídico: Sentimento de respeito aos mortos. 
2. Sujeito ativo: qualquer pessoa.
 
3. Sujeito passivo: a coletividade (crime vago, que não possui sujeito passivo determinado). 
4. Condutas típicas: destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele.
5. Ocultação: somente acontece antes do sepultamento do cadáver, isto é, quando este ainda não estiver enterrado, após o que o crime previsto só pode ser cometido por destruição ou subtração
6. Atropelar a vítima, matando-a, e abandonar o cadáver em lugar ermo: configura a ocultação.
7. Cadáver: o conceito exclui o esqueleto, as cinzas humanas ou restos em decomposição.
8. Natimorto e feto: o natimorto está abrangido pelo conceito legal de cadáver, por inspirar o mesmo sentimento de respeito devido aos mortos, ao contrário do que acontece em relação ao feto que ainda não tenha atingido a maturidade necessária para sua expulsão. Orientações de jurisprudência: 1ª) somente se considera cadáver aquele que possui vida extrauterina; 2ª) é considerado cadáver o natimorto que foi expulso no termo da gravidez; 3ª) o feto de mais de 6 meses é considerado cadáver; por ser viável. Feto de três meses de concepção: inexistência de crime.
9. Enterrar a vítima viva: não há crime de ocultação de cadáver e sim homicídio qualificado por asfixia (soterramento).
10. Múmia: não é considerada cadáver, por não inspirar o sentimento de respeito aos mortos.
11. Subtração de cadáver: o cadáver não pode, em regra, ser objeto material do crime de furto, pois não possui valor patrimonial, salvo na hipótese de sua utilização para fins científicos, quando passa a integrar o patrimônio da entidade que o possui.
12. Rompimento de urna funerária para subtração de prótese dentária, incrustações e pinos de ouro de cadáver: não há furto e sim o delito do art. 211 do Código.
13. Partes do cadáver: são protegidas pela lei penal. É necessário, todavia, que sejam partes de um corpo sem vida, não se configurando o crime se a ação recair sobre partes retiradas de um corpo vivo (partes amputadas de uma pessoa).
14. Elemento subjetivo do tipo: é o dolo, que consiste na vontade livre e consciente de destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele. Não se exige qualquer finalidade especial (fim de lucro, vingança, ocultação de vestígios de crime, etc). Tratando-se de mero sepultamento com infração das disposições legais, ausente o elemento subjetivo, a hipótese será de infração do art. 67 da Lei das Contravenções Penais, inumação (enterrar) ou exumação de cadáver.
15. Momento consumativo: acontece com a destruição, total ou parcial, do cadáver, com a subtração (retirada do corpo de sua esfera de vigilância ou proteção) ou com o seu desaparecimento, ainda que temporário, na hipótese de ocultação.
16. Tentativa: é possível. 
17. Retirada e transplante de partes do cadáver para fins terapêuticos e científicos: segundo a Lei n. 8.489, de 18 de novembro de 1992, mediante manifestação expressa de vontade do disponente (quando ainda em vida), poderão ser retiradas partes do corpo sem vida, para fins terapêuticos, desde que a doação seja gratuita (art. 3º, I). Na ausência de documento de anuência do disponente, a retirada de órgãos pode ser realizada desde que não haja manifestação em contrário por parte do cônjuge, ascendente ou descendente (art. 3º, II). Retirada a parte destinada a transplante, o cadáver será recomposto e entregue aos responsáveis para sepultamento (art. 4º). A não observância do art. 4º constitui crime do art. 211 do CP (art. 4º, parágrafo único, da lei especial).
Vilipêndio a cadáver
Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
 
Objeto jurídico: sentimento de respeito aos mortos.
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum).
Conduta típica: consiste em vilipendiar cadáver ou suas cinzas.
Partes do cadáver: também estão protegidas.
Finalidade científica: também estão protegidos os esqueletos e o cadáver expostos para fins de estudos científicos.
Elemento subjetivo do tipo: dolo, exigindo-se especial finalidade do agente que é o propósito de ultrajar ou profanar o cadáver ou suas cinzas.
Consumação e tentativa: consuma-se o crime com o efetivo vilipêndio. A tentativa é possível, à exceção do delito cometido mediante ofensa verbal. 
Finalidade didática: conduz à atipicidade do fato.

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