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Crimes Contra o Sentimento Religioso

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PROTEÇÃO PENAL AOS INTERESSES SOCIAIS
1 Recortes objetivos da doutrina recomendada. Confronte com o conteúdo aplicado e as análises efetuadas em sala de aula, questões de concurso, e a bibliografia indicada no plano de estudos. Examine a legislação e consulte a jurisprudência. Pesquise, atualize, questione e discorra sobre a matéria. 
CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO 1 
 
1. Proteção constitucional: assegura a Constituição Federal a liberdade de consciência e de crença, possibilitando o livre exercício dos cultos religiosos, bem como garantindo a proteção aos locais de culto e a suas liturgias, na forma da lei, ou seja, desde que não haja excessos ou abusos de modo a prejudicar outros direitos e garantias individuais (art. 5º, VI).
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo 2
Art. 208, CP. Escarnecer 3 de alguém 4-5 publicamente 6, por motivo de crença ou função religiosa 7-9; impedir ou perturbar 10-12 cerimônia ou prática de culto religioso 13-15; vilipendiar 16-18 publicamente 19 ato ou objeto de culto religioso 20-21:
Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência 22, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), sem prejuízo da correspondente à violência 23.
Relembrando que a pena de Detenção não admite regime inicial fechado. Pode ter regime fechado, mas não é possível o início do cumprimento em regime fechado. O regime fechado é possível em Regressão. Regime inicial semi-aberto: pena aplicada superior a 4 anos. Regime inicial aberto: pena igual ou inferior a 4 anos. Réu reincidente: semi-aberto. Circunstâncias judiciais desfavoráveis: juiz pode impor regime inicial semi-aberto (discricionariedade). REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PENA São eles: Fechado, Semi-aberto e Aberto. Fechado: cumprimento da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média (penitenciária). O condenado permanece dentro da cela, com vigilância ostensiva; sai para trabalhar dentro da penitenciária (regra) e volta para dormir em uma cela com tamanho mínimo de 6m², individual, com assento sanitário. Semi-aberto: cumprimento em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. O preso trabalha dentro do estabelecimento, mas sem vigilância ostensiva durante o dia, e dorme à noite em cela que pode ser coletiva (ampla, onde os presos repousem dignamente, ainda que em conjunto). A ideia do semi-aberto é diminuir o rigor do cerceamento da liberdade para facilitar sua readaptação à sociedade. Dada a escassez de vagas no sistema prisional, a LEP permite que o preso trabalhe fora do estabelecimento prisional, retornando à noite, finais de semana e feriados. Aberto: o condenado trabalha durante o dia em liberdade e no período noturno se recolhe à Casa do Albergado, local onde terá acesso a cursos, palestras, orientação psicológica, saúde, orientação educacional... a instrumentos que fomentem sua reinserção social. Prisão-albergue-domiciliar (regime aberto domiciliar): Prevista na LEP para condenados em regime aberto, quando preenchidas determinados requisitos previstos no Art. 117 da lei de execuções penal. Benefíciários: o maior de 70 anos, o gravemente enfermo, a gestante, a mulher com filhos pequenos ou com necessidades especiais. Em lugar de ter que voltar para a Casa do Albergado ficam em seu próprio domicílio à noite, finais de semana e feriados.
2. Tipo misto cumulativo: trata-se de tipo penal que contém três figuras criminosas autônomas, de modo que a prática de mais de uma implica na punição por mais de um crime. Assim, é possível que o agente responda, em concurso material, por escarnecer de alguém, por perturbar culto e por vilipendiar objeto religioso. 
3. Análise do núcleo do tipo: escarnecer significa zombar ou fazer troça de alguém. O objetivo da figura típica é garantir a liberdade de crença e de função religiosa, impedindo que terceiros possam obstruir a sua prática através de manifestações ostensivas irônicas ou maldosas.
 
4. Sujeitos ativo e passivo: podem ser quaisquer pessoas. Note-se que, no caso do sujeito passivo, há de existir alguma pessoa determinada que preencha o elemento descritivo “alguém”, não sendo possível tratar-se de um grupo de pessoas indeterminado.
5. Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Não existe a forma culposa. 
6. Circunstância especial da conduta: o tipo penal exige que a zombaria seja feita em local público ou de acesso público (como o escárnio feito pelos meios de comunicação), não configurando o delito quando o deboche é realizado em lugar privado, sem divulgação. O objetivo é impedir que várias pessoas tomem conhecimento das manifestações desairosas a respeito de determinada crença ou função religiosa, justamente o que pode perturbar o seu livre exercício.
7. Crença ou função religiosa: crença é fé religiosa e função religiosa é o ministério ou a incumbência de alguém de divulgar a religião (ex.: pastor, padre, bispo, rabino etc.).
8. Objetos material e jurídico: o objeto material é a pessoa que sofre o deboche; o objeto jurídico é a liberdade de culto e crença.
9. Classificação: trata-se de crime comum (aquele que não demanda sujeito ativo qualificado ou especial); formal (delito que não exige resultado naturalístico, consistente na efetiva perturbação da liberdade de culto e crença); de forma livre (podendo ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); comissivo (“escarnecer” implica em ação) e, excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, ou seja, é a aplicação do art. 13, § 2º, do CP); instantâneo (cujo resultado se dá de maneira instantânea, não se prolongando no tempo); unissubjetivo (que pode ser praticado por um só agente); unissubsistente (um único ato é capaz de realizar a conduta) ou plurissubsistente (vários atos integram a conduta), conforme o caso; admite tentativa na forma plurissubsistente.
10. Análise do núcleo do tipo: impedir significa interromper ou obstar o prosseguimento, enquanto perturbar é apenas estorvar ou atrapalhar. O objeto é o culto ou a cerimônia que se desenvolve. 
11. Sujeitos ativo e passivo: o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, enquanto o passivo é a coletividade e também os que forem diretamente atingidos pela conduta criminosa. É o denominado crime vago (cujo sujeito passivo é indeterminado).
12. Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Não existe a forma culposa, mas se exige elemento subjetivo do tipo específico, consistente na vontade de desonrar alguém por motivo de crença ou função religiosa.
13. Cerimônia ou prática de culto: cerimônia é a exteriorização de um culto (ritual, adoração, reverência) através de uma reunião solene; prática de culto é algo mais singelo, consistente no simples exercício do ritual que a religião solicita. 
14. Objetos material e jurídico: o objeto material é a cerimônia ou o culto que sofre a conduta criminosa: o objeto jurídico é a liberdade de culto e crença.
15. Classificação: trata-se de crime comum (aquele que não demanda sujeito ativo qualificado ou especial); formal (delito que não exige resultado naturalístico, consistente em efetiva lesão ao bem jurídico tutelado); de forma livre (podendo ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, ou seja, é a aplicação do art. 13, § 2º, do Código Penal... tinha o dever de agir); instantâneo (cujo resultado se dá de maneira instantânea, não se prolongando no tempo); unissubjetivo (que pode ser praticado por um só agente); unissubsistente (um único ato integra a conduta), conforme o caso concreto; admite tentativa na forma plurissubsistente.
16. Análise do núcleo do tipo: vilipendiar quer dizer humilhar, menoscabar ou desonrar, tendo por objeto algum ato ou coisa de utilização religiosa. 
17. Sujeitos ativo e passivo: o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa; o sujeito passivo é a coletividade, bem como as pessoas que, em face da conduta, sentiram-se diretamente atingidas. É o denominadocrime vago (cujo sujeito passivo é indeterminado).
18. Elemento subjetivo do tipo: é o dolo. Não existe forma culposa. Na esteira dos delitos contra a honra, exige-se, além do dolo, o elemento subjetivo do tipo específico, que é a intenção de desonrar determinada religião através do vilipêndio a atos ou objetos do seu culto. O animus narrandi ou jocandi pode excluir a tipicidade.
19. Circunstância especial da conduta: o tipo penal exige que o ultraje seja feito em local público ou de acesso público (como o realizado através dos meios de comunicação), não se configurando o delito quando o vilipêndio é realizado em lugar privado, sem divulgação. O objetivo é impedir que várias pessoas tomem conhecimento das manifestações desairosas a respeito de determinado ato ou objeto de culto religioso, o que pode ferir a liberdade de culto e crença. 
20. Objetos material e jurídico: o objeto material é o ato (ação, cerimônia, solenidade) que faz parte de um culto ou o objeto (alguma coisa perceptível pelos sentidos) utilizado para a prática de determinada religião (ex.: imagens de santos, cruz, vestes solenes, etc.).
21. Classificação: trata-se de crime comum (aquele que não demanda sujeito ativo qualificado ou especial); formal (delito que não exige resultado naturalístico, consistente na desonra de determinada religião ou culto); de forma livre (podendo ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); comissivo (“vilipendiar” implica em ação) e, excepcionalmente, comissivo por omissão (omissivo impróprio, ou seja, é a aplicação do art. 13, § 2º, do Código Penal); instantâneo (cujo resultado se dá de maneira instantânea, não se prolongando no tempo); unissubjetivo (que pode ser praticado por um só agente); unissubsistente (pratica-se o delito através de um único ato) ou plurisubsistente (via de regra, vários atos integram a conduta), conforme o caso; admite tentativa na forma plurisubsistente.
22. Causa de aumento: válida para as três figuras típicas – caso o agente empregue qualquer forma de violência (coação física), é punido com uma pena agravada em um terço. 
23. Tipo cumulativo. Pune-se, além das figuras típicas do art. 208, o crime decorrente da violência empregada contra pessoa ou coisa. Ex.: o agente, escarnecendo de alguém, dá-lhe um empurrão, causando-lhe lesões corporais com a queda. Responde pelos delitos dos arts. 208 e 129 em concurso.

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