Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Julio Nichioka 1º Semestre de 2015 Curso de Engenharia de Produção Disciplina: Planejamento e Controle da Produção I Capítulo 3: Gestão da Demanda Capítulo 3: Gestão da Demanda 3.1. A Função Planejamento e Controle 3.2. Planejamento e Controle 3.3. Natureza do suprimento e da demanda 3.4. P e D para os Diferentes Tipos de Planejamento e Controle 3.5. Planejamento e Controle em Termos de Volume e Tempo 3.6. Efeito volume-variedade no planejamento e controle 3.1. A Função Planejamento e Controle Fornecimento de produtos e serviços Recursos de produção Demanda de produtos e serviços Consumidores da operação produtiva “Planejamento e Controle”: preocupa-se em gerenciar as atividades da operação produtiva, de modo a satisfazer de forma contínua à demanda dos consumidores. Planejamento e Controle As atividades que conciliam fornecimento e demanda de recursos materiais Fonte: Slack (2009) Conciliação de Fornecimento e Demanda PLANEJAMENTO E CONTROLE FORNECIMENTO Recursos de Produção DEMANDA Consumidores “A função de planejamento e controle concilia o fornecimento dos produtos e serviços de uma operação com sua demanda.” 3.2. Planejamento e Controle Planejamento e Controle assegurar que a produção ocorra eficazmente e produza produtos e serviços como desejado dispor de recursos produtivos na quantidade, no momento e no nível de qualidade adequados. PARA REFLEXÃO Para a realização de um Show de Música em uma data desejada, quais são as atividades e seu tempo de antecedência necessário? Limitações Custos Capacidade Tempo Qualidade Diferença entre Planejamento e Controle PLANEJAMENTO é a função administrativa que determina um modelo teórico para a ação futura e os objetivos a serem atingidos CONTROLE: é o processo de lidar com as variáveis é um conjunto de ações que visam o direcionamento do plano inclui o monitoramento do que aconteceu na realidade, a comparação com o que fora planejado e as ações para providenciar as mudanças necessárias de realinhamento do plano. A divisão entre planejamento e controle não é clara, nem na teoria, nem na prática. São quatro as estratégias : Sistemas de planejamento e controle - influencia a filosofia e prática de como a operação organiza suas atividades de planejamento e controle Ajuste de capacidade - influencia como a operação ajusta sua capacidade em resposta a mudanças ou previsão de mudanças da demanda por seus produtos e serviços Estoques - influencia como a operação planeja, monitora e controla o fluxo de materiais Desenvolvimento de fornecedores - influencia na escolha, desenvolvimento e trabalho com seus fornecedores Estratégias que Influenciam o Planejamento e o Controle “Definem sistemas, procedimentos e políticas que determinam a forma como a operação realmente atuará na prática, tais como: alocação de recursos, decisões de programação e como as operações devem ser realizadas.” Equilíbrio entre Planejamento e Controle ao Longo do Tempo LONGO PRAZO - é de planejamento agregado e no encaixe das atividades no orçamento usa previsões de demanda agregada determina recursos de forma agregada objetivos estabelecidos em grande parte em termos financeiros CURTO PRAZO - opera dentro das limitações, fazendo intervenções na operação para corresponder às mudanças usa previsões de demanda desagregada ou real faz intervenções nos recursos para corrigir desvios considera os objetivos operacionais caso a caso Planejamento da Produção Capacidade física Mão-de-obra atual Níveis de estoque Atividades de produção Condições econômicas Capacidade externa Demanda do mercado Comportamento da concorrência Disponibilidade de matéria-prima Planejamento da Produção EXTERNO INTERNO 13-8 3.3. Natureza do Suprimento e da Demanda Incertezas em fornecimento - afetam a complexidade das tarefas de planejamento e controle Operações previsíveis, então controle mínimo Incerteza na demanda – quantos alunos vão se matricular em um curso, então têm-se a dificuldade de prever recursos Saber o que os consumidores vão desejar de uma operação nunca é totalmente certo Assistência técnica de empresas cadastradas possibilita ter uma ordem de grandeza dos serviços frequentemente solicitados Algumas considerações: Demanda Dependente e Independente DEMANDA INDEPENDENTE - é menos previsível, porque depende da casualidade do mercado. Pneus necessários para montagem de um carro Nº de apostilas em função do número de alunos matriculados Costureiro não se antecipa na compra do tecido para fazer um vestido ainda não encomendado Os clientes não avisam o que vão comprar no supermercado DEMANDA DEPENDENTE - é previsível, pois é dependente de fatores conhecidos Tipos de Demanda Demanda Independente A Demanda Dependente B (4) D (2) E (1) C(2) D (3) F(2) Natureza do Suprimento e da Demanda : Resposta à Demanda As operações podem responder à demanda através de: produzir para estoque - produz mesmo que o cliente ainda não tenha adquirido. O D (Tempo de Demanda) é pequeno. Ex. casas padrão pré-projetadas antes de qualquer demanda firme fazer contra pedido – produz após a compra pelo cliente. O D que o consumidor vê é médio, quando comparado com produzir para estoque. Ex. casas com projetos padronizados obter recursos contra pedido - demanda dependente da requisição do cliente e da obtenção dos recursos, portanto o P (Tempo Total de Processo) é longo. Ex. casas sob pedido do cliente 3.4. P e D para os Diferentes Tipos de Planejamento e Controle Comprar Fazer Entregar Pedido D P Comprar Fazer Entregar Pedido D P (a) P e D - tipo produzir-para-estoque Comprar Fazer Entregar Pedido D P (b) P e D - tipo fazer-contra-pedido (c) P e D - tipo obter recursos-contra-pedido P e D - tipo fazer-para-estoque, montar-contra-pedido - Híbrido Pedido D P Comprar Fazer peças Montar Entregar P e D para os Diferentes Tipos de Planejamento e Controle Empresa de manufatura de acoplamentos industriais – ampla faixa de produtos acabados – maioria dos componentes para estoque – monta só “contra pedidos” 3.5. Planejamento e Controle em Termos de Volume e Tempo CARREGAMENTO - determinação do volume com qual uma operação produtiva pode lidar SEQÜÊNCIA - determinação da propriedade de tarefas a serem desempenhadas. O planejamento e controle requer a conciliação do fornecimento e da demanda em termos de volume, tempo e qualidade PROGRAMAÇÃO - decisão do tempo de início e término de cada tarefa, normalmente, mostrado através de um cronograma detalhado CONTROLE – se as atividades estão conforme o plano Carregamento Carregamento Finito - é uma abordagem que somente aloca trabalho a um centro de trabalho, até um limite estabelecido. Ele é relevante para operações em que: é possível limitar a carga – marcação de consulta médica ou em um cabelereiro é necessário limitar a carga – nº de pessoas em um elevador “É a quantidade de trabalho alocado para um centro de trabalho.” Pode ser: Finito e Infinito o custo de limitação não é proibitivo – fila de pedidos em um fabricante de carros esportivos Carregamento Infinito - é uma abordagem de carregamento que não limita a aceitação do trabalho, mas, em vez disso, tenta corresponder a ele. não é possível limitar a carga – setor de emergência de um hospital não é necessário limitar a carga – quiosque de fast-food Carregamento o custo de limitação de carregamento é proibitivo - Banco comercial por excesso de clientes na loja Sequenciamento Prioridade ao consumidor - processados antes que outros Data prometida – serviços de lavanderia LIFO - Last In First Out FIFO - First In First Out Operação mais longa - Tempo total mais longo da tarefa em primeiro Operação mais curta - Tempo total mais curto da tarefa em primeiro Decide a ordem em que o trabalho será executado na operação Sequenciamento: Regra de Jonhson Tempo de processamento de cada pedido (min) Impressão Encadernação A 60 46 5º B 1º 35 65 C 65 58 4º D 57 40 6º E 2º 50 60 F 3º 53 70 Impressão Encadernação 0 50 100 150 200 250 300 350 400 B B E F FE C C D D A A Orientação: Programe o menor tempo de cada centro em função da sequencia de produção: Se for o trabalho inicial (impressão) – então 1º e o elimine da lista; se for do trabalho final (encadernação) – então coloque em último e o elimine da lista. Até finalizar o sequenciamento Programação É a determinação da sequencia que um trabalho será desenvolvido com as operações requeridas em um cronograma detalhado, mostrando em que momento os trabalhos devem começar. Os programas são declarações de volume e horários familiares em muitos ambientes. Programação para frente e para trás Gráfico de Gantt Programando padrões de trabalho Programação empurrada Programação puxada Tipos de Programação: Complexidade da Atividade de Programação Os programadores têm que lidar com diversos tipos diferentes de recursos simultaneamente As máquinas têm diferentes capacidades e capacitação O pessoal tem diversas habilidades O número de softwares tem crescido rapidamente Para n trabalhos, há n! (n fatorial) maneiras diferentes de programação dos trabalhos em um processo simples A tarefa de programação tem que ser repetida frequentemente para permitir respostas às variações de mercado e às mudanças no mix de produtos Semanas 0 1 2 3 4 Compra das travessas e das bases Compra das pernas Compra do tampo Montagem da base Montagem da mesa Programação para Frente (Forward Schedulling) Semanas 0 1 2 3 4 Compra das pernas Compra do tampo Montagem da base Montagem da mesa Programação para Trás (Backward Schedulling) Compra das travessas e das bases Vantagens das Programações para Frente e para Trás Programações para Frente Programações para Trás Alta utilização do pessoal – os trabalhadores sempre começam a trabalhar para manterem-se ocupados Custos mais baixos com materiais – eles não são usados até que tenham que ser, retardando o agregar valor até o último momento Flexível – as folgas de tempo no sistema permitem que seja programado trabalho inesperado Menos exposto à risco no caso de mudança de programação pelo consumidor Tende a focar a operação nas datas prometidas ao consumidor Gráfico de Gantt Indica quando uma tarefa será programada para começar e terminar, assim como seu grau de acabamento e o momento atual. Programando Padrões de Trabalho “ A principal tarefa de programação é garantir que o pessoal esteja trabalhando, para proporcionar uma capacidade adequada para o nível de demanda do momento.” A tarefa de programação é definir os tempos de início e fim para o pessoal de modo: que a capacidade corresponda à demanda que o tamanho de cada turno nunca seja excessivamente longo nem curto minimizar o trabalho nas horas “não sociais” Programação Empurrada X Puxada PUXADA: os materiais são movidos somente quando a próxima etapa os solicita EMPURRADA: Os materiais são movidos para a etapa seguinte logo que são processados Monitoramento e Controle Ao criar um plano para a operação por meio de carregamento, sequenciamento e programação, cada parte da operação precisa ser monitorada para assegurar que as atividades planejadas estão sendo executadas. 3.6. Efeito Volume-Variedade no Planejamento e Controle A prontidão de resposta ao consumidor, o horizonte de planejamento, as principais decisões de planejamento e a robustez do planejamento e controle são especialmente afetados pelo volume e pela variedade. Volume Variedade Resposta ao consumidor Horizonte de Planejamento Grandes Decisões de Planejamento Decisões de Controle Robustez Baixo Alta Lenta Curto Tempo Detalhadas Alta Alto Baixa Rápida Longo Volume Agregadas Baixa Exemplos: a) Arquiteto – alta variedade e baixo volume de produção b) dIstribuidora de energia elétrica – baixa variedade e alto volume de produção Exercícios do Módulo 1. Que é planejamento e controle? 2. Qual é a diferença entre planejamento e controle? 3. Como a natureza da demanda afeta o planejamento e controle? 4. Quais são as quatro atividades necessárias para o planejamento e controle do volume e do tempo de atividades em operações? 5. Diferencie a programação empurrada da programação puxada. 6. Diferencie a programação para frente da programação para trás. Referências Bibliográficas CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. - Administração de produção e operações. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2012 GAITHER, N.; FRAZIER, G. Administração da produção e operações. 8. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2002. KRAJEWSKI, L. , RITZMAN, L. , MALHOTRA, M, Administração de Produção e Operações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. SLACK, N.et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2009. STEVENSON, W. J. Administração das Operações de Produção. Rio de Janeiro: LTC, 2001 TUBINO, D. F. – Manual de Planejamento da Produção – Editora Atlas – São Paulo, 2000
Compartilhar