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TCC ADOÇÃO PRECONCEITO

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE TRABALHO DE CURSO
ARTIGO CIENTÍFICO
PROCESSO DE ADOÇÃO NO BRASIL 
PRECONCEITO RACIAL E ENTRAVES LEGISLATIVOS.
ORIENTANDA: RAYANY STTEFANY PINHEIRO RODRIGUES
ORIENTADORA: MARIA CRISTINA VIDOTTE B TARREGA
GOIÂNIA 
 2018
RAYANY STTEFANY PINHEIRO RODRIGUES 
PROCESSO DE ADOÇÃO NO BRASIL
DO PRECONCEITO AOS ENTRAVES LEGISLATIVOS
Artigo Científico apresentado à disciplina Trabalho de Curso II, da Escola de Direito e Relações Internacionais, Curso de Direito, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC GOIÁS). Prof.ª Orientadora: Maria Cristina Vidotte B Tarrega.
GOIÂNIA
2018
RAYANY STTEFANY PINHEIRO RODRIGUES
PROCESSO DE ADOÇÃO NO BRASIL
DO PRECONCEITO AOS ENTRAVES LEGISLATIVOS
Data da Defesa: ____ de __________ de _______
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Orientador: Prof. Titulação e Nome Completo Nota
_________________________________________________________
Examinador Convidado: Prof. Titulação e Nome Completo Nota
AGRADECIMENTOS
Difícil é escolher a quem agradecer, quando a única palavra que resume todo o trajeto desta graduação e confecção deste trabalho é gratidão. Começo então,agradecendo a Deus por saber que antes que eu pudesse sonhar em concluir este curso, ele me escolheu e sonhou primeiro. Ressalto a importância do apoio da minha família para a conclusão deste trabalho, em especial á minha mãe Silene que desde sempre abriu mão de tantas vontades para remar ao meu lado no barco da vida, e quando eu pensei em desistir, remou por nós na iminência de que eu recomeçasse sempre a cada novo dia.
 Agradeço também aos meus avos e a minha avó Anilta que por vezes, acreditou mais em mim que eu mesma. Respectivamente esboço gratidão a minha tia Ercileide que além de colega acadêmica, foi a “carona” diária e permitiu que eu concluísse esse trabalho com êxito, sendo uma honra tê-la como colega de curso e de profissão. Ademais, grata sou a Andréia Abreu, minha chefe pelos conselhos e correções pertinentes a este trabalho de conclusão de curso, bem como ao Tio João, Rozana e meu padrinho e madrinha, por serem aquelas pessoas que nos fazem acreditar que o mundo ainda vale a pena. Também a Thais Cristina Costa por fazer por mim bem mais que imaginava (suspeito que ela seja de outro mundo) .
 Na oportunidade,agradeço a aquele que foi mais que foi mais que amigo, e estudou comigo e que reúne as características de pai e incentivador na mesma pessoa Camilo Malaquias. E as minhas amigas Ester, Carla, Stefania, Fran e Thaís o meu muito obrigada, e ainda a doutora Raniele (psicóloga). 
Por fim e de maneira especial agradeço ainda,a PUC- GO pela oportunidade de realizar este curso e apresentar este trabalho, e também a minha orientadora, professora Maria Cristina Vidotte, que estimou o tema deste artigo e permitiu que eu atingisse a segurança suficiente para explanar sobre o assunto, da mesma maneira, deixo o meu obrigado aos professores Rogério Araújo da Silva, Djalma Tavares e Márcia Rosana que me explicaram sobre o instituto da adoção de forma com que eu me apaixonasse pelo tema. 
PROCESSO DE ADOÇÃO NO BRASIL
DO PRECONCEITO AOS ENTRAVES LEGISLATIVOS
Rayany Sttefany Pinheiro Rodrigues [2: 1 Rayany Sttefany Acadêmica do Curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.]
RESUMO
O artigo versou sobre o instituto da adoção sob a ótica da Constituição Federal, do Estatuto da Criança e do Adolescente e também do Código Civil, e se baseou no Principio do Melhor Interesse do Menor e também na idéia de proteção integral aos direitos da criança e do adolescente, dentre eles a convivência familiar. O principal objetivo do artigo é discorrer acerca de tal instituto através de uma fundamentação teórica sobre os entraves que permeiam o processo de adoção no Brasil, dentre eles a legislação e o preconceito. Tem-se, a abordagem dos benefícios do instituto, sendo uma espécie de colocação em família substituta que respeita a Constituição Federal e também a ECA, quando permite que crianças e adolescentes abandonados possam ter uma família, e permite que a criança possa gozar do direito a um desenvolvimento saudável acompanhado da convivência familiar. Ressalte-se que apesar da problemática trazida pelo preconceito e pela necessidade de alteração de termos na legislação, o artigo sugere o rompimento do preconceito uma forma de minimizar tais problemas. A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica e a análise das legislações que abarcam o instituto bem como de dados do Conselho Nacional de Justiça sobre os cadastros de adoção.
Palavras-chave: Adoção, Menor, Preconceito, legislação.
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por objetivo discorrer sobre o instituto adoção, apresentando os aspectos jurídicos mais relevantes bem como os avanços legislativos acerca do assunto.
O tema em comento será apresentando sobre a ótica da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente e está embasado no principio do melhor interesse do menor, vez que o menor carece de total atenção e tem direito de que as garantias inerentes a sua pessoa sejam respeitadas e protegidas, dentre tais garantias se insere o direito a convivência familiar, que é um dos benefícios proporcionados pela adoção.
O artigo busca analisar e discorrer acerca do processo de adoção como um todo, em razão do elevado numero de pessoas tanto á serem adotadas tanto quanto as que almejam adotar, sendo que no Brasil, o número de pretendentes à adoção supera em muito o número de crianças à espera de adoção, se fazendo necessário um estudo que permita entender o motivo de tamanha discrepância.
O tema, que é objeto deste estudo será abordado trazendo a opinião de importantes doutrinadores e juristas, a fim de elucidar de forma prática o assunto exposto.
Assim, será feita a exposição do conceito do instituto, informado os dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente que abarcam o tema, e com a mesma importância será feita a descrição de alguns pontos importantes, como por exemplo, a evolução histórica e regulamentação. Apresenta-se ainda, e uma analise do instituto sob a luz do principio do “melhor interesse do menor”, com o entendimento do que é tal principio. 
O artigo se baseia no levantamento bibliográfico, foi dividido em três capítulos, que abordam tópicos importantes a fim de apresentar-se o contexto histórico, as características, o conceito, os avanços do instituto, as dificuldades e peculiaridades do processo de adoção no Brasil, enfatizando a questão do preconceito e também a morosidade processual frente a legislação que carece de alterações, como definição, avanços legislativos e a questão do preconceito. Espera-se que o tema seja desenvolvido de forma clara e objetiva.
1 ADOÇÃO NO BRASIL 
O instituto da adoção tem tamanha relevância no mundo jurídico, por se tratar de um dos institutos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, e também no Código Civil, sendo uma maneira de permitir com que um ser humano que carece de uma família, passe a integrar uma relação familiar, ainda que não tenha laços biológicos. Ressalte-se que a família tem tamanha importância no tocante social, ora, oportuniza que o ser humano tenha uma base afetiva que lhe possibilite construir sua personalidade.
A adoção, no âmbito Jurídico Brasileiro e entendida como uma espécie artificial de filiação na qual aceita-se como filho, de forma voluntária e legal, um individuo antes desconhecido ao seio familiar, pelo vínculo sócio-afetivo e não o biológico. 
Ademais, a Constituição Federal Brasileira, em seu artigo 226 dispõe que “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”, aqui se percebe a importância que legislaçãobrasileira atribui a família ainda que seja a adotiva.
1.1 DEFINIÇÃO
Em termos gerais, pode-se definir a adoção como o ato jurídico pelo qual se estabelece uma relação de filiação legalmente. Todavia, se faz necessário entender o que dispõem alguns doutrinadores brasileiros a cerca de tal conceito. Como por exemplo a menção de Maria Helena Diniz, que estipula o seguinte conceito para Adoção : 
A adoção vem a ser o ato jurídico solene, pelo qual,observados os requisitos legais, alguém estabelece, independentemente de qualquer relação de parentesco consangüíneo ou afim, um vinculo fictício de filiação, trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que, geralmente lhe é estranha. (DINIZ, 2012, p.483).
Cabe mencionar que Eunice Ferreira Rodrigues Granato (2010,p.29), entende quea adoção não deve ser vista como uma forma de resolver problemas de casais em conflito, tampouco solução para esterilidade, pois o objetivo da adoção é “atender as reais necessidades da criança, dando-lhe uma família, onde ela se sinta acolhida, protegida e amada” o que em tese atenderia ao principio do melhor interesse do menor.
Por sua vez Maria Berenice Dias (2013, p. 498) dispõe que “a adoção constitui um parentesco eletivo, pois decorre exclusivamente de um ato de vontade [..] Trata-se de modalidade de filiação construída no amor”. 
Em relação ao termo adoção, quando estuda-se a etimologia e formação do termo, tem-se que origina-se da palavra “adopção”, vem do latim onde a escrita éadoptatĭōnis, que de maneira geral significa perfilhamento. 
Ressalte-se que o conceito de adoção também está interligado com a evolução de cada sociedade e a referencia de família. Todavia, tal palavra sugere bem mais que um conceito ou definição, o termo adoção além de ser um vocábulo também pode ser entendido como um sentimento: o de aceitação. Respectivamente, o termo adoção também sugere escolha e na prática tal sugestão é reafirmada quando se percebe que tal escolha pode mudar a historia de um ser humano. 
E com a devida licença ao que se entende por clichê, o conceito de adoção não se distancia muito do conceito de amor, ora, para que a inclusão familiar proporcionada pela adoção se dê por completo, o amor é o primeiro conceito que dá sentido a tal instituto. Ademais, de acordo com a mudança do referencial da família dentro da sociedade brasileira, o termo adoção tende a se ajustar. Por fim, importante também, mencionar o entendimento de João Seabra Diniz sobre o instituto da adoção (2010, p.67) que por sua vez assim afirma:
Podemos definir a adoção como inserção num ambiente familiar, de forma definitiva e com aquisição de vínculo jurídico próprio da filiação, segundo as normas legais em vigor, de uma criança cujo os pais morreram ou são desconhecidos, ou, não sendo esse o caso, não podem ou não querem assumir o desempenho das suas funções parentais, ou são pela autoridade competente, considerados indignos para tal.
Conforme demonstra as doutrinas ora aduzidas, a definição de adoção para os juristas brasileiros é bem acertada. Vale dispor que o Dicionário Aurélio, abarca como sinônimo de adoção os termos “tomar por filho”, “escolher e seguir”, “perfilhar”. Na lei, encontramos o conceito de adoção disposto no ECA, em seu artigo 41: “A adoção atribui a condição de filho ao adotando, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.”
1.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADOÇÃO 
O instituto da adoção sofreu algumas alterações a medida em que a sociedade e o legislador perceberam a importância e necessidade de incentivar a filiação não biológica. Sendo assim, no tocante a evolução histórica de tal instituto, necessário se faz mencionar algumas alterações que foram marcantes em relação a adoção e que permitiram seu aprimoramento.
O código Civil de 1916 (Lei 3071/1916) trazia em sua parte especial, menção a adoção, em seu artigo 368, onde dispunha que “Só os maiores de cinqüenta anos, sem prole legítima ou legitimada, podem adotar”. Respectivamente, o artigo 369 do mesmo código, falava que deveria existir uma diferença de idade de 18 anos entre adotante e adotado.				
 O mesmo código permitiu que passasse a existir uma relação jurídica de parentesco, unicamente civil entre adotante e adotado, que objetivava permitir filiação a quem não tivesse de seu sangue. O requisito era a ausência de filhos, legítimos ou legitimados, o que fora dispensado pela lei 3.313/57. 
Ressalte-se que na vigência do Código de 1916 o termo adoção sugeria ato de vontade, e era necessário que houvesse o consentimento das duas partes : adotante e adotado. Assim, no ato da adoção, se o adotado fosse menor ou incapaz, requeria-se apenas a representação, e caso maior e capaz bastava comparecer. Porém, a Constituição Federal de 1988 passou a exigir sentença judicial. 
Por sua vez, a Lei 3.133 de 1957 trouxe significativas alterações para o código civil que estava vigente, eliminando um pouco a burocracia referente a idade, permitindo que casais jovens também pudessem adotar, e extinguiu a questão de ser exigido que o adotante não tivesse prole legitima ou legitimada.
A Lei n. 3.133, 1957, modificou ainda vários dispositivos do Código Civil de 1916 que dispunham a cerca da adoção. Segundo Gonçalves (2013, p. 382), o objetivo da lei não era apenas discorrer sobre à questão de dar filhos a casais impossibilitados de os conceberem, além disso, conceder um lar aos menores desamparados, permitindo a adoção por pessoas de 30 anos, com ou sem prole legítima ou ilegítima.
Pode-se notar que de acordo com o que menciona a antiga Lei nº 4655/1965 , o instituto da adoção era chamado de “legitimação adotiva”, sendo que somente em 1979, por meio da Lei 6.697 e que houve a substituição da expressão “legitimação adotiva” pela nomenclatura “adoção”. 
Assim, o entendimento de “adoção” foi se aperfeiçoando até que chegou ao atual Código Civil vigente, que e o de 2002. 
1.3 REGULAMENTAÇÃO (CONSTITUIÇÃO FEDERAL,CÓD.CIVIL, ECA)
Dada a importância da adoção e sua conceituação, importante é dispor a cera da regulamentação e dos dispositivos legais que abarcam o assunto, a começar pela Constituição Federal Brasileira, que apesar de não conceituar expressamente a adoção, menciona em seu art. 227 o direito a convivência familiar que tem a criança e o adolescente.
Ressalte-se que o § 6 do mesmo artigo assim dispõe: “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias”. Através de tal citação, fica perceptível a tentativa de igualar os direitos dos filhos adotivos dos demais filhos e resguardá-lo de qualquer discriminação. 
Em virtude de o artigo 227 da Constituição igualar em questão de direitos os filhos naturais e adotivos, houve a necessidade de o Código Civil se adequar a tais alterações, deixando de distinguir os filhos.Outro tópico importante e o que dispôs a Constituição Federal em seu § 5º, ainda do artigo 227 da Constituição Federal “ A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei ...”.
Por sua vez, O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.06/1990) menciona no artigo 42 que “Podem adotar os maiores de 18 anos, independentemente do estado civil.”
Vale mencionar que, O ECA, de maneira geral trás dispositivos rigorosos a cerca da adoção de menores de 18 anos, e tais dispositivos foram recepcionados, em grande parte, pela Lei Civil de 2002. 
O código Civil de 2002 ( artigo 1.616) concorda com o ECA ( § 3º do artigo 42, eca) no sentido de se exigir que haja uma diferença de idade de 16 anos entre adotante e adotado, o que permitiria certa autoridade por parte dos possíveis pais além da maturidade.
Ademais, no caso de destituição do poder familiar, devem ser seguidos procedimentos previstos nos artigos 155 a 166 do ECA, Cumuladas e atendidas as normas mencionadas no art.1638 do Código Civil. 
1.4 PROCEDIMENTOS DO PROCESSO DE ADOÇÃOEm relação aos procedimentos para que seja iniciado o processo de adoção, o CNJ ( Conselho Nacional de Justiça) tem representado papel importante, visto que em sua página no meio virtual explica em linguagem fácil e acessível como se dá o processo de adoção, permitindo com que todo cidadão possa compreender de maneira clara e entender os tramites de um processo de adoção, vencendo assim a barreira que existia por parte da população em desconhecer e julgar extremamente burocrático o processo de adoção e até mesmo o desconhecimento a cerca de termos jurídicos em relação ao instituto. 
Para que se inicie um processo de adoção e necessário que os adotantes (aqueles que almejam adotar),procurem a Vara de Infância e Juventude do seu município e levem a documentação necessária. A idade mínima para se habilitar a ser um adotante em um processo de adoção é 18 anos, independentemente do estado civil, desde que seja respeitada a diferença de 16 anos entre quem deseja adotar e a criança a ser acolhida. 
Respectivamente, será preciso fazer uma petição – preparada por um defensor público ou advogado particular – para dar início ao processo de inscrição para adoção (no cartório da Vara de Infância). Só depois de aprovado, seu nome será habilitado a constar dos cadastros local e nacional de pretendentes à adoção.
Posteriormente, aceita a petição os adotantes devem passar por um curso de preparação psicossocial e jurídica para adoção, que é obrigatório. Assim,comprovada a participação no curso, o candidato é submetido à avaliação psicossocial com entrevistas e visita domiciliar feitas pela equipe técnica interprofissional. Algumas comarcas avaliam a situação socioeconômica e psico emocional dos futuros pais adotivos apenas com as entrevistas e visitas. O resultado dessa avaliação é encaminhado ao Ministério Público e ao juiz da Vara de Infância.						
Na devida ordem, há uma entrevista técnica, onde o pretendente descreverá o perfil da criança desejada. É possível escolher o sexo, a faixa etária, o estado de saúde, os irmãos etc. Quando a criança tem irmãos, a lei prevê que o grupo não seja separado.							Após a entrevista técnica, com base ao laudo da equipe técnica da Vara e do parecer emitido pelo Ministério Público, o juiz dará sua sentença. E caso entenda terem os adotantes agido legalmente para com o intuito de adotar, o nome passa a ser inserido nos cadastros de adoção, e permanece válido por dois anos em território nacional.							
Passadas as fases mencionadas anteriormente, é o momento em que os adotantes se encontram automaticamente na fila de adoção do seu estado e devem aguardar até aparecer uma criança com o perfil compatível com o perfil fixado pelo pretendente durante a entrevista técnica, observada a cronologia da habilitação.	Caso seu nome dos adotantes não seja aprovado, o aconselhável é buscar saber os motivos, pontos importantes são: se o estilo de vida e compatível com criação de uma criança ou se há a existência de uma motivação equivocada (para aplacar a solidão; para superar a perda de um ente querido; superar crise conjugal etc.) pontos esses que podem inviabilizar uma adoção. 			No momento oportuno, a vara de Infância avisa aos adotantes que existe uma criança com o perfil compatível ao indicado. Momento em que o histórico de vida da criança é apresentado ao adotante; se houver interesse, ambos são apresentados. A criança também será entrevistada após o encontro e dirá se quer ou não continuar com o processo. Durante esse estágio de convivência monitorado pela Justiça e pela equipe técnica, é permitido visitar o abrigo onde ela mora; dar pequenos passeios para que vocês se aproximem e se conheçam melhor. 		Se o relacionamento correr bem, a criança é liberada e o pretendente ajuizará a ação de adoção. Ao entrar com o processo, o pretendente receberá a guarda provisória, que terá validade até a conclusão do processo. Nesse momento, a criança passa a morar com a família. A equipe técnica continua fazendo visitas periódicas e apresentará uma avaliação conclusiva. O juiz profere a sentença de adoção e determina a lavratura do novo registro de nascimento, já com o sobrenome da nova família. Existe a possibilidade também de trocar o primeiro nome da criança. Nesse momento, a criança passa a ter todos os direitos de um filho biológico.Cabe dispor que as regras para a adoção devem respeitar o Código Civil constantes nos artigos 1.618 a 1.629 e o Estatuto da Criança e do Adolescente nos artigos 39 a 52.	Outro ponto importante a ser mencionado e que também há a previsão da Adoção internacional que é quando Famílias estrangeiras, isso inclui tanto brasileiros morando no exterior quanto pessoas de outra nacionalidade que habitem no exterior, que queiram adotar uma criança ou adolescente no Brasil.
2 PRINCIPAIS ENTRAVES DO PROCESSO DE ADOÇÃO
O instituto da adoção, além de ser uma experiência complexa da existência humana, é também uma das formas que aquele que carece de uma família tem de estar reinserido no âmbito familiar, e permite que após o abando ou na falta de quem tinha o dever de guardar e cuidar, o indivíduo possa ter perspectiva de novo acolhimento, que pode em tese, alterar toda a história de vida de um ser humano. 
Assim, discorrer acerca dos principais óbices ao processo de adoção no Brasil, sugere entender que o tema precisa ser abordado pela sociedade como um todo e principalmente pelos operadores de direito, afim de que dogmas e tabus sejam superados.
Nessa perspectiva, cumpre mencionar que tanto a legislação vigente, como o preconceito em suas várias espécies podem figurar como os principais entraves ao processo de adoção, e caso superados e reanalisados, pode-se permitir que a adoção no Brasil se torne mais célere, e que o instituto se dê de maneira efetiva, reduzindo os números de menores em abrigos e evitando que mais pessoas cheguem a fase adulta com desvios de conduta devido à falta de convívio familiar na fase da construção da personalidade (infância) e não se adequem a vida em sociedade.
Com relação à legislação vigente, aqui apresentada como um dos entraves do processo de adoção no Brasil,é necessário dispor que o próprio texto do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pode dar ensejo a certa discriminação em relação ao instituto da adoção, quando dispõe que a adoção é uma medida excepcional, ou seja incomum, devendo ser invocada em último caso. O artigo 39 do ECA, é claro quanto a essa excepcionalidade, tanto que assim dispõe: 
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
§ 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência.
Assim, extrai-se do artigo que por ser medida excepcional, a adoção será a derradeira opção a ser levada em consideração, para que o menor tenha o direito a convivência familiar efetivado, pois deverá haver a insistência de tentativas para que a criança seja reinserida na família biológica ou extensa, o que por muitas vezes é inviável, como por exemplos em casos onde os genitores tem dependências químicas onde a possibilidade de recuperação é improvável.
É cediça a importância da convivência junto a família biológica, e é inegável que os laços sanguíneos devem ser preservados, todavia, deve-se primar a realidade, em detrimento da utopia, quando em questão direitos de crianças e adolescentes que se encontram em estado de abandono. Não é vantajoso para os menores abandonados, que a adoção seja vista como medida excepcional, ora, em muitos casos a família substituta pode atender melhor os princípios que asseguram os direitos de crianças e adolescentes, se tratando de medida necessária, e não excepcional, respeitando-se é claro as peculiaridades de cada caso. 
Dar prioridade ao instituto da adoção e não Intitular a adoção como "excepcional" em um texto legislativo,que chega ao acesso de milhões de Brasileiros, contribui para a morosidade e descrédito do instituto da adoção, além do mais a necessidade de priorizar a adoção no Brasil se justifica pela importância já demonstrada na conceituação de adoção. Ressalte-se que há casos onde é visívela impossibilidade de reinserção e convivência com os parentes biológicos e nesses casos é inviável a primazia da família natural.
Ademais, alterar na legislação conotações que menosprezam ou subestimam a adoção ou que sugerem que apenas a família biológica deva ser priorizada (como se só esta pudesse garantir os atributos e deveres da família) pode permitir celeridade aos processos de adoção, e reduzir o tempo que o menor tem de esperar para que possa ser integrado a um convívio familiar, superando-se a desnecessidade de enfrentar a frustração de ter que insistir com aqueles que deveriam cumprir com o papel de família, sem insistência ou solicitações e não o fazem.
 Nesse sentido, importante menção fez a autora Lídia Natalia Dobrianskyj Weber (1998, p.14) que em seu livro intitulado Laços de Ternura pesquisas e histórias de adoção, diz "[...] é como se os laços de sangue trouxessem junto um certificado de garantia", com referência ao pensamento da autora pode-se dizer que há preconceito ao achar que somente a família biológica merece preferência ou destaque, tratando como derradeira opção a possibilidade da formação de família por meio da adoção. 
Outro entrave do processo de adoção do Brasil, além do mencionado anteriormente quanto a legislação é a questão do preconceito, não só racial más também relacionado a idade, origens, gênero e etc. 
A temática inerente ao preconceito na adoção será adiante aprofundada, todavia, aqui cabe ressaltar que dados do Conselho Nacional de Justiça de 2016 apontam que há tamanha discrepância em relação ao numero de adotados ( crianças a espera de família substituta) e adotantes ( pessoas que querem adotar) cadastrados, sendo que o numero de adotantes e significativamente maior do que o numero de crianças a espera por uma família adotiva, sendo que conforme apontam os dados, na hora da escolha os adotantes requisitam certas características dos menores que serão adotados, o que pode sugerir certo preconceito para com a realidade das crianças que residem nas instituições de acolhimento do Brasil.
2.1 LEGISLAÇÃO VIGENTE VERSUS PRINCIPIO DO MELHOR INTERESSE DO MENOR 
Para entender o que pode ser modificado na legislação vigente, a fim de permitir a efetivação dos direitos dos menores é necessário abordar o que se entende por princípio do melhor interesse do menor, princípio esse recepcionado pela constituição federal e base do ECA ( Estatuto da Criança e do Adolescente. A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 227 assim dispõe: 
 Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
Conforme o que dispõe o artigo, extrai se que a criança e o adolescente devem ser tratados com prioridade, ora, a menoridade é uma fase em que a criança e o adolescente se encontram em situação de fragilidade, visto que trata-se de uma fase de formação da personalidade, sendo que deve ser preservada. Por sua vez o artigo 4º do ECA preconiza que : 
4º do ECA: Art. 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público, assegurar com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
Parágrafo único - A garantia de prioridade compreende: 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
b) precedência do atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; 
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
Com base ao mencionado artigo do ECA, fica reafirmada a existência e necessidade de princípio que dê primazia e precedência aos direitos dos menores, em detrimento dos demais. 
Todavia, o principio do melhor interesse do menor, é ofendido quando há morosidade no processo de adoção, pois questões inerentes as crianças e adolescentes devem ser tratadas com prioridade, além disso, conforme mencionado anteriormente algumas nomenclaturas presentes na legislação brasileira podem ser alteradas para permitir que o processo de adoção em si tenha prioridade, e não seja visto como ultimo escape, respeitando-se assim a primazia do interesse do menor. 
Ademais, o fato de que a legislação vigente impõe que deva-se exaurir todas as possibilidades de reinserção na família biológica pode ocasionar em uma demora desnecessária para o processo de adoção, levando-se em consideração os casos em que não há possibilidade de reinserção e as crianças continuam abandonadas nos abrigos, o que fere o principio do melhor interesse do menor, ora, o melhor interesse também sugere que as ações sejam pautadas naquilo que melhor poderá atender as necessidades das crianças e adolescentes, e quando há a demora em virtude da demasiada primazia da família natural, o processo de adoção tende a durar por um tempo desnecessário, ferindo os princípios ora mencionados, e por muitas das vezes a demora pode fazer com que a criança saia da faixa etária esperada pelos adotantes, reduzindo suas possibilidades de ser adotada. Nessa ótica, Lídia Natalia Dobrianskyj (1998, p. 28) menciona: 
 	
Supõem-se que se não foi possível um retorno a sua família de origem, se elas estão abandonadas, então podem ser colocadas para adoção, certo ? Errado. Apesar de estarem esquecidas nas instituições, de não receberem visitas de sua família e do seu maior desejo configurar-se na adoção, somente 8% dos pais dessas crianças foram destituídos do pátrio poder e somente elas estão legalmente disponíveis para adoção. As outras crianças que nunca sequer receberam uma visita de suas famílias, pois seus pais ainda detém o pátrio poder. Poderiam ser classificadas como “esquecidas” [...] ou outra expressão que define a falta de compreensão sobre o desenvolvimento infantil, e lentidão burocrática. (WEBER 1998, p.28) 
Nesse sentido e com base ao mencionado pela autora e já discorrido no presente artigo, conclui-se que A legislação vigente enxerga a adoção como derradeira saída, somente válida quando se esgotarem todas as chances de reinserção da criança na família biológica, o que na maioria das vezes acaba por tardar o processo de adoção, fazendo com que as crianças permaneçam por mais tempo nos abrigos se afastando da faixa etária que geralmente é esperada pelos adotantes. Para que o processo de adoção se torne mais célere e necessário uma alteração no que diz respeito a enxergar a adoção como ultimo escape, visto que há casos em que é inviável a reinserção da criança na família biológica, e por muita das vezes a família substituta pode proporcionar a criança condições melhores de vida. 
2.2 PRECONCEITO NA ADOÇÃO 
Em relação ao preconceito existente na adoção, que também figura como entrave ao instituto em tela, cumpre mencionar que a morosidade do processo de adoção pode estar relacionada ao fato de que as crianças que estão disponíveis para a adoção não se encaixam no perfil desejado pelos pretendentes, considere-se que o próprio estado permite que os adotantes especifiquem características desejadas nas crianças a serem adotadas, como por exemplo, serem brancas, do sexo feminino e não terem irmãos. Características essas distantes da sociedade e realidadeBrasileira, o que pode ser um dos motivos da morosidade dos processos de adoção, explicando a discrepância entre os números de adotantes e crianças a espera. Nesse sentido, importante trazer o disposto no artigo 5º do ECA que deixa claro a vedação a discrimição e preconceito, segue : 
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Todavia, mesmo com a proibição da discriminação, pode haver certa forma de preconceito por parte dos adotantes em relação aos adotados, visto que os índices do Conselho Nacional de Justiça de 2016 apontam que as pessoas que se cadastram na busca por um filho adotivo, ignoram a realidade dos centros de atendimento, quando esperam determinadas características dos menores, o que sugere que enxergam os abrigos como uma “fábrica” ou um “comercio” de crianças que deve atender características por eles desejadas, quando ditam características a serem preenchidas pelas crianças, esquecendo-se do real sentido da palavra filiação, usando-se muita das vezes de interesses pessoais para preencherem lista de requisitos que esperam das crianças a serem adotadas. 
Vale ressaltar que a adoção e ato que pode transformar a vida de um ser humano e sob hipótese alguma pode ser vista como forma de atender interesses particulares o que pode causar conseqüências desastrosas tanto para os adotantes quanto para os adotados.
Sob essa perspectiva, interessante é o dizer de Silvana da Silva Rufino (2003, p. 40):
A análise do processo de colocação em família adotiva põe na pauta de discussão, a discriminação às crianças e aos adolescentes, que são marcados pela pobreza e pelas diferenças étnicas. A busca pelos assemelhados e a dificuldade de aceitar crianças que não se encaixem nos padrões da estética vigente no imaginário da sociedade brasileira, são aspectos que têm sido incorporados no interior das práticas judiciárias, e revelam a intolerância às diferenças raciais, e a negação à diversidade étnico-cultural.
Destarte, com base ao histórico de colonização do Brasil e sua relação com a etnia africana, é de se esperar que no tocante a questão racial, a realidade dos abrigos seja de crianças com características diferentes das esperadas pelos adotantes, salvo exceções. 
2.2.1 Conceito de Preconceito
De acordo com o Mini Dicionário Aurélio da língua portuguesa (2013, p.437) preconceito significa idéia preconcebida, intolerância a outras raças, credos, religiões e etc. Vale ressaltar que o preconceito, ora mencionado afeta várias esferas da sociedade, não eximindo desse contexto crianças e adolescentes, sendo que o preconceito e discriminação podem afetar o instituto da adoção, quando os adotantes ignoram as condições e características das crianças existentes nos abrigos como por exemplo o fato de a criança ter deficiência, a cor de pele, etnia e ter irmãos, de idade , e requerem adotar crianças do sexo feminino e em faixa etária cuja a personalidade ainda não tenha sido construída ( geralmente até 2 anos de idade). 
Ademais, além do preconceito étnico, crianças colocadas a adoção já vinham sofrendo discriminação até mesmo legislativa sendo que o Código Civil de 1916 anterior ao vigente de 2002 fazia diferenciação para com filhos legítimos e os adotivos, conforme se pode extrair do seguinte artigo do referido diploma “Art. 377.  Quando o adotante tiver filhos legítimos, legitimados ou reconhecidos, a relação de adoção não envolve a de sucessão hereditária. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957)”.
Todavia, a Constituição Federal de 1988 igualou a diferenciação existente entre filhos adotivos e legítimos,e através do princípio da igualdade, preconiza que não pode haver para com os adotados preconceito ou discriminação. 
Nesse sentido importante mencionar o posicionamento da autora Lidia Natalia Dobrianskyj Weber (1998, p.107) quanto ao preconceito, segue: 
	
Preconceitos são como amarras existenciais. Cadeados subjetivos. Fechaduras ideológicas e culturais que impedem o conhecimento incondicional do mundo. Uma pessoa que toma a decisão de adotar uma criança cujas características raciais, ou de cor da pele, sejam diferentes da sua têm grande probabilidade de enfrentar preconceito em dobro no Brasil – pela adoção e pelo preconceito racial [...] , essa pressão social ainda preconceituosa é um forte determinante para que muitos pais adotivos ainda tenham receio de revelar a adoção de seus filhos, tentando diminuir a probabilidade de eles serem discriminados.
Conforme se extrai da autora, o preconceito é bastante presente na sociedade, e impede o conhecimento de mundo. Ao contrário do que diz o senso comum, em relação a não existência do preconceito ou superação total deste no século XXl, dados e casos apontam que ainda há muito a ser feito, é que mais do que se pensa há casos de preconceito para com filhos adotivos com características diferentes. Pose-se se citar o acontecido com a filha dos atores brasileiros Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, que foi alvo de preconceito na internet por meio de comentários racistas nas redes sociais inerentes a origem africana da menor, diferente da origem de seus pais, notícia presente e bastante divulgada no meio digital e em jornais de grande circulação.
O caso em tela alerta ao fato de que menores tem sofrido preconceito, e que este precisa ser sanado, ora, fere princípios e dificulta a adoção de crianças que se encontram em condições de abandono, minimizando em virtude de características como pele e etc as chances de que um ser humano vislumbre a possibilidade de conhecer o amor, através da convivência familiar. 
	
2.2.2 Princípios Constitucionais infringidos pelo preconceito
O preconceito em suas diversas formas,infringe princípios como o da dignidade da pessoa humana, princípio esse que é base da Constituição Federal, que prevê : 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
Conforme dispõe o artigo não pode haver distinção de qualquer natureza, sendo que o direito a igualdade é inviolável, assim, distinção para com os menores, ainda que referentes a escolhas de adotantes sugerem discriminação, devendo ser evitadas e superadas. Nessa mesma idéia, o ECA assim propõe: 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
§ 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Assim, nota-se que tanto a Constituição Federal que prima pelo princípio da dignidade da pessoa humana bem como o ECA, que dá prioridade ao menor estipulam acerca da vedação a descriminação. 	
3 ANÁLISE DO PROCESSO DE ADOÇÃO FRENTE A PESQUISA A DADOS DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
Tendo em vista ao apresentado no decorrer deste, para melhor elucidação e confiabilidade ao mencionado, necessário é analisar o que sugerem institutos de pesquisa frente aos dados sobe a adoção, de acordo com os cadastros em órgãos oficiais.
De acordo com dados do site do conselho nacional de justiça, a porcentagem de adotantes que aceitariam adotar crianças da raça negra é de 46, 1 %, enquanto a aceitação de crianças da raça branca e 97,07%. Ainda de acordo com o CNJ, outro dado que chama atenção e o fato de a aceitação decrianças com mais de 11 ano de idade é de apenas 0, 72 % enquanto a aceitação para crianças de até 3 anos de idade é de 19, 27% (CNJ, 2018). Nesse sentido, propôs Silvana Da Silva Rufino : 
A análise do processo de colocação em família adotiva põe na pauta de discussão, a discriminação às crianças e aos adolescentes, que são marcados pela pobreza e pelas diferenças étnicas. A busca pelos assemelhados e a dificuldade de aceitar crianças que não se encaixem nos padrões da estética vigente no imaginário da sociedade brasileira, são aspectos que têm sido incorporados no interior das práticas judiciárias, e revelam a intolerância às diferenças raciais, e a negação à diversidade étnico-cultural.
3.1 PERFIL DESEJADO PELOS ADOTANTES VERSUS REALIDADE DOS ABRIGOS
Conforme mencionado, muitas vezes, os adotantes desejam certas características dos adotados, não havendo aceitação para com crianças que frustrem essas características, o que ficou ressaltado após a demonstração dos dados do conselho nacional de justiça. Nessa ótica, é importante entender que salvo exceções, o perfil de crianças desejado pelos adotantes é diferente da realidade das características das crianças que se encontram nos abrigos.
As exigências dos adotantes, figura como uma consequência á discrepância existente entre o numero de pessoas que querem adotar e o numero de crianças sendo que o numero de crianças disponíveis a adoção é significativamente menor do que o numero de pretendentes a adoção.
Ademais, a maior parte de crianças que estão nas instituições de acolhimento no Brasil tem idade superior a esperada (três anos de idade), é negra ou parda, é portadora de deficiência ou tem necessidades especiais ou irmãos. (DOMICIANO; HATAMOTO; PILOTTO, 2013, p.)
O Estatuto da Criança e do Adolescente, conforme já abordado dá prioridade aos menores, e garante que tenham acesso a convivência familiar, em contrapartida têm-se as pessoas que podem oferecer e garantir essa convivência familiar quando não for possível a restauração da convivência com parentes consanguíneos, entretanto muitas pessoas que desejam adotar, auferem as crianças a responsabilidade de responder a características que seus filhos biológicos teriam, muitas vezes porque por não puderam conceber através da consangüinidade, esquecendo-se que o objetivo maior da adoção não é esse, e que a criança que vai ser adotada não é uma mercadoria para preencher expectativas e ser devolvida caso essas sejam frustradas. (RUFINO, 2003,p.40).
Destarte, quando em analise dados que fazem referencia as crianças que vivem atualmente nas instituições de acolhimento (abrigos) percebe-se à necessidade de superar a idéia de que o instituto da adoção é passível de se fazer exigências, ora, a adoção está cada dia mais atrelada a uma necessidade pública do que á uma fábrica de seres humanos mirins que devem corresponder a expectativas daqueles que ainda não conseguiram ter filhos através dos meios biológicos. Não se trata de características da pele de quem vai integrar a nova família, muito menos do que a sociedade vai pensar, ou se quer de uma garantia de que os requisitos exigidos vão fazer com que a adoção tenha sucesso, trata-se de uma questão humana,ora, a cor de pele dos adotantes de das crianças não deve ser fator determinante para o sucesso ou fracasso da adoção ( WEBER, 1998, p.110) 
3.2 ADOÇÃO NO NOVO CÓDIGO CIVIL (2002)
	
	O instituto da adoção passou por modificações, sendo que a promulgação da C.F de 88 permitiu que a diferenciação entre os adotados e os demais, foi alterada sobre isto, Maria Berenice Dias assim mencionou 
A partir do momento em que foi adotado o principio da proteção integra, a filiação não pode ser alvo de designações discriminatórias. A palavra filho não admite qualquer adjetivação. [...], aquela criança – normalmente carente – que passa a conviver no seio de uma família, ainda que sabendo da existência de vínculo biológico, merece desfrutar de todos os direitos atinentes a filiação. 
 
Além do avanço acima mencionado referente a diferenciação, o instituto da adoção tem previsão nos artigos 1.618 a 1.629 do Código Civil de 2002, que alterou significativamente disposições do Código de 1916.
Com a vigência do Código Civil de 2002,, algumas alterações na lei acabaram por refletir no ECA em vários dispositivos legais, o código civil de 2002 foi alterado pela Lei 12.01/09 chamada de Lei Nacional da Adoção sendo que passou-se a exigir que para a decretação da adoção exista sentença judicial que determine.
3.3 LEI 13.509/2017
Respectivamente, fazendo referencia ao todo apresentado importante dispor que o instituto da evolução tem evoluído ainda que de forma lenta, há uma consciência de que os dispositivos legais instituídos anteriormente, não foram suficientes para resolver o problema do abandono de menores, e não apresentaram soluções satisfatórias, assim, em vigor desde o dia 23 de novembro de 2017, a lei 13.509/2017 vem contribuir de maneira significativa para com a adoção.
Com o advento da Lei nº 13.509/2017, o principio da celeridade processual tem sido atendido, ao passo que o dispositivo legal alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8.069/90) e bem como a Consolidação das Leis do Trabalho (decreto-lei 5.452/43).
A lei 13.509/17, prevê ainda o instituto do apadrinhamento que permite que os menores limitados aos muros dos abrigos possam ter contato com o mundo exterior, quando pessoas físicas ou jurídicas denominadas de padrinhos, promovem ações com as crianças, como por exemplo passeio, e inteterimento em épocas natalinas, páscoa entre outras, e têm preferência as crianças com remota possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva.
CONCLUSÃO
O presente artigo revelou pontos mais importantes acerca da adoção, tais como os aspectos jurídicos, conceituação, princípios pertinentes a criança e ao adolescente, e também os principais entraves que dificultam o processo de adoção no Brasil.
Tendo em vista todo o exposto no decorrer do artigo, percebe-se que a adoção tem sido morosa devido a termos utilizados na legislação vigente, e também por preconceitos inerentes as características das crianças das instituições de acolhimento.
O artigo demonstrou que há tamanha discrepância entre o numero de crianças disponíveis a adoção e o numero de pretendentes a adotas, sendo que o numero de adotantes é significativamente maior de acordo com dados do conselho nacional de justiça, sendo que há uma maior receptividade por crianças brancas em detrimento das negras e também por crianças com a faixa etária de 0 a 3 anos. 
Saliente-se que o artigo tratou de um direito constitucional, ter uma família, e a Constituição Federal em seu artigo 226 dispõe que “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”, aqui se percebe que a legislação adotou a família como um todo, ainda que seja a substituta, que como sugere o nome, substitui a família natural. 
Diante do exposto, restou evidente que os termos constantes na legislação e o preconceito por parte dos adotantes fere princípios constitucionais. Por fim, outro ponto importante que foi abordado é o principio do melhor interesse do menor, e por tal princípio pode-se deduzir que em relação adoção, a família substituta pode garantir os direitos e deveres familiares, sendo que o instituto não deve ser visto como medida excepcional. 
As hipóteses levantadas no projeto de pesquisa visto que conforme demonstrado O instituto mencionado contribui para com o fim das divergências sobre a regulamentação das visitas ao menor e também evita a ausência do pai ou mãe que não tem a guarda, permitindo que se tornem flexíveis os horários de visita e os períodos de férias, evitando a instabilidade emocional e psíquica do menor.
Dado o exposto, espera-se que com base as referencias jurídicas e teóricos apresentadas e com base ao que conforme demonstrado anteriormente através do dizer de renomados doutrinadores no âmbito jurídico, hajaa possibilidade de um estudo que abarque as peculiaridades a cerca da adoção, levando-se em consideração os dados do Conselho Nacional de Justiça que permitiram analisar os óbices e entraves do processo de adoção no Brasil. 
	Finalmente, pode-se concluir que não há uma formula mágica para a solução dos problemas e entraves do processo de adoção, ora, a questão carece além de políticas publicas, da conscientização e discussão da sociedade como um todo, e tem tamanha importância por ser a oportunidade de que muitos menores que se encontram em situação de abandono possam ter mais que um lar, uma família.
O tema tem sua importância pois somente o estudo do instituto da adoção, permite que dogmas e preconceitos sejam eles raciais ou étnicos, em relação ao adotado sejam superados, partindo da premissa de que deve-se priorizar o interesse do menor, e não somente os interesses pessoais de quem quer adotar.
Nesse sentido, espera-se que os operadores de direito possam aplicar e discutir com afinco os princípios que protegem e tornam célere o instituto da adoção, permitindo que crianças e adolescentes possam receber um de afeto em um seio familiar, requisito importante para o seu desenvolvimento psíquico-social, visto que a família e a primeira comunidade da qual faz parte um ser humano.
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BRASIL. Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Dispõe sobre: O Novo Código Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em 10 abr. 2015.> Acesso em: 03 Fev. 2018
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Filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso é vítima de racismo. O globo. Disponível em: < https://oglobo.globo.com/rio/filha-de-giovanna-ewbank-bruno-gagliasso-vitima-de-racismo-22117146#ixzz5BzvLBCqm > Acesso em:
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