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Resumo Direitos Humanos-editado

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DIREITOS HUMANOS
Características dos DH:
- Historicidade		- Relatividade*		- Imprescritibilidade -Essencialidade
- Universalidade		- Irrenunciabilidade		- Inalienabilidade
- Unidade 			- Indivisibilidade		- Interdependência
* Relatividade = DH podem sofrer limitações, podem ser relativizados, não são absolutos. É necessário adequá-los a outros valores coexistentes na ordem jurídica, principalmente quando eles se chocam, é preciso harmonizar os bens jurídicos em colisão. 
=> Inovações da CF/88 relativas a DH:
- Art. 1º, III – Dignidade da pessoa humana como fundamento do Estado
- Art. 3º - Proteção da pessoa humana como objetivo do Estado
- Art. 4º, II – Prevalência dos DH como princípio regente das relações internacionais
- Título II – Positivação dos direitos e garantias fundamentais logo no início do texto constitucional
- Art. 5º, §1º - Consagração da aplicação imediata das normas definidoras de direitos e garantias fundamentais
- Art. 5º, §2º - Abertura do catálogo de direitos e garantias fundamentais e reconhecimento dos tratados internacionais de DH
- Capít. II do Tít. II – Afirmação dos direitos sociais como verdadeiros direitos fundamentais
- Art. 60, §4º - Qualificação dos direitos das pessoas com cláusula pétrea.
- Art.7º, ADCT – criação de um tribunal internacional dos DH
Inovações da EC 45
- Art. 5º, §3º - TIDH aprovados com quórum de emenda se equivalem à EC
-Art. 5º, §4º - submissão ao Tribunal Penal Internacional
- CARTA DA ONU – 3 instrumentos:
1. DUDH – não é tratado
2. Tratado Internacional Dir. Civis e Polít.				Pactos de NY
3. Pacto Internacional Dir. Econôm., Sociais e Culturais
- Tratado Internacional Dir. Civis e Polít.: cria Comitê Dir. Humanos
- Pacto Internacional Dir. Econôm., Sociais e Culturais: Não cria Comitê. Quem criou um Comitê sobre DESC foi o Conselho Econômico e Social, e não o próprio PIDESC.
Corte Internacional de Justiça – julga ESTADOS que violam Dir. Internacional
- Sist. Interamericano DH
Pacto São José Costa Rica: Direitos 1ª geração
Pacto São Salvador: Direitos 2ª geração
TRATADOS INTERNACIONAIS:
- Assinatura: P. Executivo (Chefe do Estado – representante originário, ou Ministro das Relações Exteriores – representante intermediário, ou Plenipotenciário – representante derivado, ou Delegação Nacional – representante derivado)
- Aprovação: P. Legislativo
- Ratificação (e depósito): P. Executivo (decreto executivo do Pres. Rep.)
* Promulgação: P. Executivo – STF: tratados só aplicados na ordem jurídica BR após promulg. na ordem interna. Mas a incorporação já se dá com a ratificação (e depósito?) pelo PRFB,
MODELOS:
1) UNICIDADE de vontades: basta a manifestação de vontade do Chefe do Estado para que o Est. Se obrigue internacionalmente.
2) DUPLICIDADE de vontades: é preciso também haver manifest. de vontade do P. Legislativo – a validade da assinatura feita pelo Chefe P. Exec. fica condicionada à aprovação do Parlamento.
Esse é o modelo adotado pelo BR – Pres. Rep. celebra Tratado e CN aprova ou não.
- Nem todos os atos internacionais precisam ser submetidos à apreciação do CN, só os que acarretam encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional – art. 49, I, CF. E esse é o caso dos tratados internacionais de direitos humanos, pois geram encargos ao Estado BR.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
- Havendo aprovação legislativa (2ª etapa, após assinatura), o Est. é autorizado a se obrigar internacionalmente, mas é só a partir da ratificação e depósito que o BR se obriga internacionalmente, fica vinculado perante o cenário internacional.
* Ratificado e depositado o tratado, o Estado se obriga na ordem jurídica internacional, mas isso não significa necessariamente que o instrumento internacional já tenha aplicação na ordem interna do Estado, que vai depender do modelo adotado pelo Estado no que tange ao relacionamento entre o direito interno e o internacional – monismo ou dualismo. 
(DES)NECESSIDADE DE PROMULGAÇÃO
=> Se for adotado o MONISMO, o tratado valerá na ordem interna a partir do depósito na ordem internacional. 
- A aplicação do tratado na ordem interna e na internacional se dará no mesmo momento.
- A ordem jurídica é uma só – normas internas e internacionais se aplicam ao plano interno indistintamente.
=> Se for adotado o DUALISMO, só com a promulgação na ordem interna é que o tratado passa a valer internamente. 
- Aplicação do tratado na ordem internacional: com o depósito
- Aplicação do tratado na ordem interna: com a promulgação.
- Direito interno e internacional integram ordens jurídicas diferentes.
* Segundo o prof. Rafael Barreto, prevalece que o BR não adota o sist. Dualista nem o Monista, pois os tratados precisam ser promulgados na ordem interna – o que afasta o Monismo – mas não são transformados em lei interna – o que afasta o Dualismo, sendo aplicados como normas internacionais.
- NO BR o que ocorre é a promulgação de um decreto executivo do Pres. Rep. autorizando a execução do tratado, que não é transformado em lei interna brasileira, sendo aplicado enquanto tratado, enquanto norma internacional, cuja execução no plano interno foi autorizada por decreto executivo. (A isso, Flavia Piovesan diz que é dualismo, e que a doutrina majoritária defende que o BR adota o Dualismo – “moderado”). 
STF: Tratados de DH precisam ser promulgados na ordem interna.
(P/ Flavia Piovesan, eles teriam aplicação interna a partir da ratificação e depósito, não dependendo de promulgação – Art. 5º, §1º).
* Precedentes de DH:
- Direito Humanitário – 1863...
- Liga das Nações – pós 1ª Guerra
- OIT – pós 1ª Guerra
Direito Humanitário:
Conjunto de normas e medidas que disciplinam a proteção de DH em situações de graves violações de direitos, especialmente em períodos de guerra, havendo atenção especial quanto à situação dos prisioneiros de guerra, dos combatentes feridos em batalha e dos civis não evolvidos em conflitos armados. Ideia de assegurar situações mínimas de proteção às pessoas durante os períodos de guerra.
- Movimento da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho= voltado à prestação de assistência humanitária, proteção das vidas e saúde das pessoas, sobretudo durante conflitos armados e outras emergências.
Princípios: Independência, Voluntariedade, Humanidade, Neutralidade, Imparcialidade, Unidade, Universalidade. 
Estrutura:
- Comitê Internacional: 1ª entidade privada admitida a participar das assembleias e encontros 	de órgãos da ONU.
- Sociedades Nacionais: sociedades de ajuda humanitária criadas no âmbito dos países.
- Federação Internacional: congrega todas as sociedades nacionais. Atualmente, trabalha com os seguintes objetivos: salvar vidas, proteger os meios de subsistência, reforçar a recuperação de desastres e crises, permitir vida saudável e segura e promover a inclusão social e cultura de não-violência e paz.
O DIH e o Direito Internacional dos Direitos Humanos têm por finalidade a proteção da vida, da saúde e a dignidade dos seres humanos. Enquanto o DIH se aplica somente durante os conflitos armados, o Direito Internacional dos Direitos Humanos rege em todas as circunstâncias, tanto em tempo de guerra como de paz.
Os Estados têm a obrigação de tomar medidas para assegurar o respeito e a aplicação de ambos os sistemas jurídicos. Em determinadas circunstâncias, se um Estado enfrenta uma ameaça pública grave, está habilitado para suspender alguns direitos humanos. No entanto, nenhum Estado pode suspender o denominado núcleo irredutível dos direitos humanos considerados fundamentais.
O DIH, por sua vez, não contempla nenhuma suspensão de suas normas por parte dos Estados. O DIH deve ser respeitado em todas as circunstâncias.
O Direito Internacional dos Refugiados oferece proteção e assistência às pessoas que atravessaram uma fronteira internacional, impedindo que elassejam perseguidas e sofram qualquer tipo de violação aos seus direitos humanos. Complementa o Direito Internacional dos Direitos Humanos e, se os refugiados se encontram em uma zona onde se desenvolve um conflito armado, também o DIH.
O DIH está contido nas Convenções de Genebra, de 1949, e seus Protocolos Adicionais, as Convenções de Haia e um conjunto de tratados que regulamentam os métodos e os meios de guerra, em particular, as armas. O mandato do CICV, em seu caráter de guardião do DIH em virtude das Convenções de Genebra, é promover o respeito e a aplicação desse direito.
O Direito Internacional dos Direitos Humanos foi desenvolvido através de diversos instrumentos internacionais, entre eles a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966, e o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, de 1966. Para sua aplicação, foram estabelecidos mecanismos a nível regional e internacional.
O Direito dos Refugiados se originou na Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados, de 1951. A supervisão internacional das disposições relativas à proteção dos refugiados incumbe ao Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Liga das Nações:
1920 – Pós 1ª guerra
Finalidade: promover paz, segurança internacional, cooperação...
Não obteve mt êxito em seus objetivos, pois logo depois houve a 2ª G, mas teve importância histórica, sendo apontada como embrião da ONU.
OIT:
Busca pela afirmação dos Dir. Trabalho é deslocada do plano interno de cada país para o plano internacional, comum a todos. Iniciativa bem sucedida. (Direitos humanos passam a ter destinatário determinado)
BR aderiu.
* Pós-2ª Guerra: o grande marco histórico internacional dos DH.
- ONU – preservação da paz e segurança internacional, desenvolvimento das nações, promoção dos DH. (Órgãos: Assembleia Geral, Conselho de Segurança, Conselho Econômico e Social, Conselho de Tutela, Corte Internacional de Justiça)
- TPI
- Trib. Nuremberg (1945) = criado pela Carta de Londres
Críticas:
1. Tribunal ad hoc: viola Princ. Juiz natural (tribunal criado posteriormente aos fatos submetidos à sua apreciação).
2. Só julgou alemães (e não os aliados, vencedores da Guerra – será que eles tb não cometeram crimes?). Põe em xeque a imparcialidade.
3. Violação da legalidade e irretroatividade penal
(o que eram os crimes contra a humanidade, contra a paz, de conspiração e de guerra pelos quais os nazistas eram acusados? Não havia documento internacional tipificando tais condutas). Não havia tipificação, então criaram, a partir de princípios gerais de direito internacional e de costumes internacionais, a noção de crime contra a humanidade e fixaram a compet. do tribunal a partir disso.
4. Penas de morte (inclusive por enforcamento) e prisão perpétua – para uma instituição que prezava por tutelar DH, isso soava contraditório.
 
Justificativa (dentre outras): os indivíduos tem deveres internacionais a cumprir, acima dos deveres nacionais que um Estado particular possa impor, e a comunidade internacional tem valores cogentes superiores a outros que um Estado possa expressar individualmente.
- O Trib. Nuremberg inaugurou jurisd. penal internacional em matéria de crimes mais graves contra a humanidade.
* Mecanismos Convencionais: só aplicáveis aos Estados que aderiram à convenção – ex.: tratado, convenção, acordo...
Mecanismos Não convencionais: aplicam-se a qualquer Estado, mesmo que não tenha aderido.
Os mecanismos não-convencionais para a proteção dos Direitos Humanos são decorrentes das resoluções elaboradas pelos órgãos criados pela Carta das Nações Unidas, como exemplo, a Assembléia Geral, o Conselho Econômico e Social e a Comissão de Direitos Humanos. Normalmente a escolha pela utilização do mecanismo não-convencional ocorre pela inexistência de tratados a respeito do direito violado, na ausência de ratificação pelo Estado-violador de uma determinada convenção ou pela forte opinião publica favorável à adoção de medidas de combate à violência. 
A criação de novos mecanismos para a proteção dos Direitos Humanos visa facilitar a solução dos casos que envolvam a violação dos mesmos, assim sendo, envolve medidas de caráter urgente de proteção normalmente preventiva, mas a crescente criação resulta em recursos financeiros e humanos inadequados, em insuficiência da coordenação e em diluição da pressão sobre os governos.
A Comissão de Direitos Humanos atua nas questões relativas aos abusos contra os direitos humanos. A comissão vem influenciando no estabelecimento de parâmetros internacionais para os direitos humanos e trabalhando para o reforço e a efetivação desses direitos. 
A comissão e a subcomissão de Promoção e Proteção dos Direitos Humanos utilizam-se de alguns procedimentos especiais para avaliar determinada área dos direitos humanos dentre eles, vale ressaltar, o Procedimento 1503 e o Procedimento 1235. O Procedimento 1503 é um procedimento confidencial e deve seu nome à Resolução 1503 da ECOSOC a qual o estabeleceu. É utilizado quando a Comissão recebe alguma comunicação sobre graves e sistemáticas violações dos direitos humanos. Dentre as violações consideradas por esse procedimento incluem-se o genocídio, o apartheid, a discriminação étnica e racial, a tortura, a migração em massa forçada, a prisão em massa sem julgamento. O relato de graves e recorrentes violações dos direitos humanos, endereçado à Comissão, não poderá ser anônimo, embora não requeira a anuência do Estado onde a investigação terá lugar. Esse regulamento dá ampla margem à Comissão para decidir qual a melhor maneira de se lidar com a situação. Prosseguida a investigação, a Comissão deverá, então, decidir qual ação irá tomar. Quando o Procedimento 1503 não consegue por fim à violação dos direitos humanos que investiga, a Comissão de Direitos Humanos pode invocar a aplicação do Procedimento 1235 por meio do qual pode-se realizar um debate público anual sobre as graves violações aos direitos em questão. Se isso também não consegue resolver adequadamente a situação, a Comissão pode solicitar á ECOSOC a aprovação de alguma resolução condenando os infratores. Esta condenação pública mancha a reputação dos líderes do Estado em questão e desacredita suas legitimidades enquanto elites políticas.. O caso dos “Meninos Emasculados do Maranhão” cabe neste momento como exemplo, pois se refere a uma violação sistemática dos direitos humanos. Esse caso foi levado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. 
No momento em que um caso é levado à ONU, cabe à mesma analisar as violações com base na persistência, sistematicidade, gravidade e prevenção para assim decidir se vai intervir tomando providencias concretas através de seus órgãos. 
Os mecanismos não-convencionais, por sua vez, são aqueles decorrentes de resoluções elaboradas por órgãos das Nações Unidas, como a Assembléia Geral e o Conselho Econômico e Social. Focar-se-á no Conselho de Direitos Humanos (CDH), mecanismo não-convencional criado pela Assembléia Geral, uma vez que possui posição central no sistema não-convencional de proteção. 
O CDH é um órgão intergovernamental que foi criado em 15 de março de 2006, tendo substituído a Comissão de Direitos Humanos (estabelecida pelo Conselho Econômico e Social) efetivamente a partir de 16 de junho de 2006, data de sua extinção. A resolução foi aprovada por 170 votos a favor e 4 contras – EUA, Israel, Ilhas Marshall e Palau. Dentre os avanços trazidos com o estabelecimento do Conselho de Direitos Humanos, destaquem-se: (i) gozo de maior status, já que será um órgão subordinado à Assembléia Geral (enquanto que a Comissão era subordinada ao Conselho Econômico e Social); (ii) um maior número de reuniões ao longo do ano; (iii) constituição por representação geográfica igual; (iv) o direito de votar estará associado com membership. Ressalta-se, ainda, que o Conselho será composto por 47 membros, os quais serão escolhidos por maioria absoluta da Assembléia Geral.Nesse contexto, cabe salientar a adoção, pelo CDH, do Institution-building package em 2007, o qual estabelece os elementos que deverão nortear o trabalho do conselho. Dentre tais elementos, destaque-se o Universal Periodic Review (avaliação universal periódica), responsável pela avaliação da situação dos direitos humanos nos 192 Estados-membros. Outros dois elementos são: o Advisory Committee (Comitê consultivo), que funciona como o think tank do CDH e fornece conhecimento especializado em diversas temáticas de direitos humanos, e o Complaints Procedure (Procedimento de reclamações) que permite que pessoas ou organizações submetam casos de violações de direitos humanos ao conselho.
O CDH continua a trabalhar diretamente com os Procedimentos Especiais (Special Procedures) da ONU estabelecidos pela extinta Comissão de Direitos Humanos. Procedimentos especiais é o nome dado aos mecanismos de monitoramento de violações de direitos humanos em determinado país ou que analisa questões globais de direitos humanos. Este monitoramento pode ser feito por especialistas (denominados Special Rapporteur ou Independent Expert) em uma área específica de direitos humanos ou por grupos de trabalho que são compostos por cinco membros. Há, atualmente, 31 relatores temáticos e 8 relatores com mandato específico para determinado país, conforme lista de mandatos.
* Convenções Gerais:
- Abstração
- Universalidade 
* Convenções Especiais: 
- Concretude
- Especificidade (grupos vulneráveis, ações afirmativas).
* Órgãos Executivos – Comitês ou Comissões – competência para atuar em relação aos mecanismos fiscalizatórios instituídos.
CORTES DA ONU:
- criminal – julga PESSOAS: TPI (Estatuto de Roma)
- não penal – julga ESTADOS: Corte Internacional de Justiça, Corte Europeia de DH, Trib. Africano de Justiça e DH...
CORTES: em regra não podem ser acionadas por indivíduos.
Exceção: Corte Europeia DH
- A competência das Cortes costuma ser facultativa 
RELATÓRIOS:
- Obrigação imposta aos Estados de submeter, periodicamente, e sempre que solicitado pelo órgão executivo, relatórios informando acerca das medidas adotadas quanto ao cumprimento das obrigações assumidas em virtude da Convenção.
- Sistema previsto em TODAS as convenções e possui caráter obrigatório (a todos os Estados que fazem parte da Convenção).
- Eficiência discutível, pois difícil imaginar um Estado apresentando relatório informando que está descumprindo as obrigações assumidas...
COMUNUNICAÇÕES INTERESTATAIS:
- Não previsto em todas as convenções.
- São comunicações feitas por um Estado alegando que o outro Estado está descumprindo as obrigações assumidas em razão da Convenção. (um Estado encaminha para o outro comunicação escrita, informando haver violação de DH, em detrimento das obrigações assumidas em razão da Convenção – o Estado receptor da msg deve encaminhar explicações ao Estado emissor e, caso a questão não seja dirimida entre eles, o órgão executivo poderá atuar).
- É facultativo – só atua se os Estados envolvidos tiverem declarado que reconhecem a competência do órgão para receber e examinar as comunicações na qual um Estado alegue que outro Estado está violando DH. (ou seja: um Estado não pode denunciar outro que não tenha aceitado a vigência dessas comunicações; e nem o Estado que não as aceitou pode denunciar outro Estado que tenha aceitado...).
Requisitos de procedibilidade:
- É preciso que tenham se esgotado os recursos internos de solução dos conflitos, o que pode ser excepcionado se houver demora injustificada na via interna ou se esta não se mostrar apta a solucionar o caso.
- O caso não pode estar sendo apreciado por outra instância internacional – “impossibilidade de litispendência internacional”.
* A eficiência de tal mecanismo tb é discutível, pois se um Estado ficar apontando o outro como descumpridor de obrigações, tb vai ser alvo de acusações.. E ainda, pode sofrer sanções dissimuladas daquele que denunciou, tais como embargos econômicos, boicotes, etc...
PETIÇÕES INDIVIDUAIS:
- Pessoas devem denunciar ao órgão executivo, alegando serem vítimas de violação de seus direitos.
- Petições não podem ser anônimas
- “impossibilidade de litispendência internacional”.
- É preciso esgotar os recursos internos para solução dos conflitos
- É facultativo
INVESTIGAÇÃO MOTU PRÓPRIO (de iniciativa própria)
- órgão executivo atua mesmo quando não for provocado.
Ex.: TPI pode instaurar investigação de ofício.
ONU = Coordena o Sistema Global de DH (Órgãos: Assembleia Geral, Conselho de Segurança, Conselho Econômico e Social, Conselho de Tutela, Corte Internacional de Justiça)
Carta da ONU – 1945. 
DUDH – 1948
- Principal instrumento do Sistema Global de DH.
- Caracaterísticas: Universalidade, interdependência (entre os direitos) e Indivisibilidade. Universalizou a proteção do ser humano. Traz como fundamento axiológico dos DH a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Alguns autores dizem que a liberdade e a igualdade já haviam sido indicadas em documentos anteriores e que a fraternidade(solidariedade) foi uma inovação da DUDH.
– Proteção aos seres humanos deve ser compreendida a partir da mera condição humana, sem qq condicionante ou discriminação, pelo simples fato de possuírem dignidade humana, que é o fundamento maior dos DH e da própria Declaração. 
- Conta com 30 artigos. Art. I ao XXI (direitos de primeira geração). Art. XXII a XXX (direitos de segunda geração) Previu direitos de 1ª e 2ª geração (não os de 3ª geração pq nessa época ainda não eram reconhecidos) – quanto aos de 2ª geração houve polêmica se seriam inseridos ou não na Declaração, tendo em vista o período de Guerra Fria, em que americanos e soviéticos tinham concepções distintas do nível de efetivação e comprometimento do Estado quanto a esses direitos...
-Não há previsão de órgão de fiscalização específico para fazer valer a DUDH. Não tem um sistema próprio de fiscalização. Mas não quer dizer que não haja fiscalização, já que temos os órgãos componentes da ONU. Há instrumento de fiscalização, mas a DUDH não cria organismo próprio de fiscalização e monitoramento.
DUDH foi assinada pelo BR no mesmo dia, mês e ano: 10.12.1948.
=> Natureza jurídica: prevaleceu ser mera resolução, não um Tratado, o que implicou reconhecer que, do ponto de vista formal, ela não é juridicamente obrigatória. A Resolução tem natureza de recomendação, e não de pacto, tratado, acordo. [1: Foi aprovada pela Res. 217 da ONU.]
MAS, foi sendo sedimentado entendimento de reconhecer valor jurídico material à Declaração e ser ela fonte interpretativa de todo o Dir. Internac. de DH. Não se pode afirmar que ela é desprovida de força jurídica, é recusada a ideia de que é meramente declarativa. 
“A DUDH não é formalmente vinculante, mas é indicativo de amplo consenso internacional, integrando o soft law”.
Mas vale ressaltar que para os garantistas em nenhum momento a DUDH deixou de ser vinculante (jus cogens).
- O fato de a DUDH ter sido aprovada sob a forma de Resolução desencadeou movimento para criar Tratado reafirmando os direitos nela previstos. Com o impasse no que tange a direitos civil X sociais, em período de mundo bipolarizado, em 1966 deu-se a solução: adotar, em vez de 1, 2 tratados, um de direitos civis e políticos (direitos liberais – com aplicação imediata) e outro, de direitos sociais, culturais e econômicos (aplicação progressiva, na medida das possibilidades de cada Estado). 
* Declaração Internacional de Direitos (bill of rights) – 3 instrumentos:
- DUDH
- Pacto Internacional Dir. Civis e Polít. 
- Pacto Internacional Dir. Econ., Sociais e Culturais.
Pacto Internacional Direitos Civis e Políticos: (PIDCP) 
ONU – 1966
BR incorpora em 1992. Dec. 591/92.
=> Direitos que não podem ser suspensos (mesmo quando circunstâncias excepcionais ameacem a existência da nação e sejam proclamados oficialmente):
- vida
- proibição tortura, penas cruéis, desumanas
- proibição escravidão e servidão
- não prisão por dívidade obrigação contratual
- tipicidade penal
- personalidade jurídica
- liberdade pensamento, consciência e religião.
=> Criou o Comitê de Direitos do Homem (fiscalizatório). Ele é composto por 18 membros.
Sistemas fiscalização: 
- relatório
- comunicações interestatais (facultativo*)
- pet. Individual (facultativo*) – criado com o 1º Protocolo Facultativo (BR não adotou!!! ??)
* facultativo – o Comitê só poderá atuar em relação a Estados que tenham declarado que reconhecem a competência dele para esses mecanismos (comunic. Interestatais e pet. Individ.).
O Pacto tem aplicação imediata.
=> O Pacto, inicialmente, não aboliu a pena de morte, mas com o 2º Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos com vista à Abolição da Pena de Morte, 1989, esta foi proibida, admitindo-se a ressalva de sua aplicação em tempo de guerra, por causa de condenação por crime militar de gravidade extrema... (o BR aderiu a esse protoc. Facultativo em 2009 com essa reserva).
=> No que tange ao trabalho forçado, temos a proibição de escravidão e servidão, sendo que ninguém pode ser obrigado a prestar trabalhos forçados ou obrigatórios. MAS ressalvou, em relação aos países que punem certos crimes com prisão e trabalhos forçados, a possibilidade do órgão jurisdicional competente condenar a esse tipo de trabalho.
=> Os Estados podem diante de situações excepcionais que ameacem a existência da nação e sejam proclamadas oficialmente, adotar medidas que suspendam as obrigações decorrentes do Pacto, desde que as medidas não acarretem discriminação por motivo de cor, raça, sexo, língua, religião, origem social e não sejam incompatíveis com as demais obrigações do Dir. Internacional.
Pacto Internacional Direitos Econômicos, Sociais e Culturais: (PIDESC) 
ONU – 1966
BR incorpora em 1992. Dec. 592/92.
Direitos: saúde, segurança, educação, defesa da família, proteção especial às mães em período razoável antes e após o parto, proteção à criança e adolescente, alimentação (proteção contra a fome) e moradia.
- Não constitui Comitê de fiscalização
OBS.: O conselho econômico e social estabeleceu um comitê sobre Dir. Econôm., Sociais e Culturais, com a competência de examinar os relatórios dos Estados. (o PIDCP instituiu Comitê de DH como órgão principal de monitoramento, mas o PIDESC não criou um comitê próprio, que só foi criado depois, pelo Conselho...).
Sistemas fiscalização: (Ver obs. Abaixo)
- relatório ( é encaminhado ao Secretário Geral da ONU que encaminha para análise pelo Conselho Econômico e Social da ONU). É o art. 16. 
- Aplicação de maneira progressiva – natureza programática
- Cada um dos Estados signatários se compromete a adotar medidas até o máximo dos recursos de que disponha, para progressivamente obter a plena efetividade dos direitos no Pacto reconhecidos.
(A Const. BR de 1988 se mostra mais avançada do que tal Pacto, pois prevê a aplicação imediata de todos os direitos e garantias fundamentais).
(a não previsão de mecanismos fiscalizatórios que não sejam o relatório tem a ver com o aspecto programático do Pacto, pq se os direitos previstos não podem ser exigidos de imediato, não pode haver denúncia de um Estado por não aplicar tal direito...).
- NO Pacto de Dir. Civis, é seu Comitê que examina os relatórios, mas aqui, como não foi criado Comitê, vai ser o Conselho Econômico e Social da ONU que vai analisar.
OBS.: Ficar atento ao Protocolo Facultativo ao PIDESC 
- Ainda não está em vigor, pois, como consta de seu art. 18, entrará em vigor 3 meses a contar da data do depósito do 10º instrumento de ratificação junto ao Secretário-Geral da ONU (em janeiro de 2013 Portugal foi o 9º país a ratificar, faltando apenas um). 
O Brasil ainda não assinou!!!!!!!!
=> O Protocolo Facultativo previu:
- petições individuais
- comunicações interestatais
- requisição ao Estado-parte de medidas de urgência para evitar danos irreparáveis às vítimas de violação
- investigações in loco
- Importante iniciativa para romper com desequilíbrio existente entre a proteção conferida aos dir. civis e políticos e aos dir. econ., sociais e cultur., endossando a visão integral dos DH, a indivisibilidade e a interdependência de direitos.
¨O Protocolo Facultativo vai permitir, pela primeira vez, que as vítimas procurem justiça internacional por violações aos seus direitos econômicos, sociais e culturais, enviando comunicações individuais ao Comitê dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (DESC). Assim, representa um verdadeiro marco histórico no sistema internacional de direitos humanos”. – Mensagem da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, durante a cerimônia de abertura da assinatura do Protocolo Facultativo. Nova York, 24 de setembro de 2009.
O Protocolo Facultativo do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PF-PIDESC) foi adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 10 de dezembro de 2008, 60 anos após a adoção da DUDH. Foi aberto a assinatura em 24 de setembro de 2009. Em agosto de 2010, 33 Estados tinham assinado esse instrumento internacionalmente vinculante, e dois já o ratificaram. A Convenção entrará em vigor quando for ratificada por dez países. Na América do Sul, a Convenção já foi assinada por Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. O Equador já a ratificou. (ou seja, ainda não está em vigor, e o BR ainda não assinou).
Convenção sobre Eliminação de Discriminação RACIAL:
ONU –1965, Vigor em 27.03.69
BR incorpora em 1968 sem qualquer reserva.
Criou Comitê para Eliminação de Discriminação RACIAL (CERD)
O Comité para a Eliminação da Discriminação Racial (CERD) foi o primeiro organismo criado pelas Nações Unidas para fiscalizar e rever ações de Estados no cumprimento das suas obrigações no quadro de um instrumento internacional específico de direitos humanos[2: http://www.gddc.pt/direitos-humanos/onu-proteccao-dh/orgaos-onu-elim-disc-racial.html ]
O Comité teve que precisar, desde o início, um certo número de princípios quanto à natureza e ao objecto destes relatórios. 
Fez notar, por exemplo, que mesmo os Estados que entendiam não existir discriminação racial no seu território deviam, se fossem partes na Convenção, apresentar relatórios detalhados e outros relatórios periódicos. 
Por outro lado, um Estado que entenda que não existe discriminação racial no seu território continua a estar adstrito a adoptar medidas dando efeito às disposições da Convenção. 
O Comité disse, a este propósito, que a Convenção não tende apenas a remediar as práticas existentes, mas também a prevenir os problemas que se possam colocar no futuro e que, ao ratificarem a Convenção, todos os Estados Parte se vincularam a dar execução às suas disposições na sua legislação nacional.  O facto de se incorporar na Constituição a proibição da discriminação racial, não é, segundo o CERD, suficiente.  É necessário, designadamente, a adopção de legislação que torne puníveis, por exemplo, determinados actos discriminatórios. 
Mecanismos do Sistemas fiscalização do Comitê: 
- Relatório – art. 9° - Não é uma faculdade, é dever de todos que adiram ou ratificam Convenção.
- Comunicações interestatais –art. 11° (faculdade)
- Petição Individual (faculdade) – art. 14, no BR desde 2002
qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência fundada na raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por fim ou efeito anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em igualdade de condições, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais nos domínios político, social, cultural, ou em qualquer outro domínio da vida pública.[3: Muito embora, de acordo com o artigo 1º da Convenção, a proibição da discriminação racial refira-se aos campos “da vida pública”, o Comitê sobre a Eliminação da Discriminação Racial explicou que “na medida que as instituições privadas influenciem o exercício de direitos ou a disponibilidade de oportunidades, oEstado parte deve assegurar que nem o objetivo nem o efeito do resultado criem ou perpetuem a discriminação racial”]
Essa definição é ampla; são aceitas somente 1) distinções entre nacionais e estrangeiros, bem como medidas de 2) discriminação positivas para superar discriminação prévia.
Art. 1°
2. Esta Convenção não se aplicará às distinções, exclusões, restrições e preferências feitas por um Estado-parte entre cidadãos e não cidadãos.
3. Nada nesta Convenção poderá ser interpretado como afetando as disposições legais dos Estados-partes, relativas à nacionalidade, cidadania e naturalização, desde que tais disposições não discriminem contra qualquer nacionalidade particular.
Da ordem de declarar como delitos puníveis
Artigo 4º - Os Estados-partes condenam toda propaganda e todas as organizações que se inspirem em idéias ou teorias baseadas na superioridade de uma raça ou de um grupo de pessoas de uma certa cor ou de uma certa origem étnica ou que pretendam justificar ou encorajar qualquer forma de ódio e de discriminação raciais, e comprometem-se a adotar imediatamente medidas positivas destinadas a eliminar qualquer incitação a uma tal discriminação, ou quaisquer atos de discriminação com este objetivo, tendo em vista os princípios formulados na Declaração Universal dos Direitos do Homem e os direitos expressamente enunciados no artigo V da presente Convenção, inter alia:
a) a declarar como delitos puníveis por lei, qualquer difusão de idéias baseadas na superioridade ou ódio raciais, qualquer incitamento à discriminação racial, assim como quaisquer atos de violência ou provocação a tais atos, dirigidos contra qualquer raça ou qualquer grupo de pessoas de outra cor ou de outra origem étnica, como também qualquer assistência prestada a atividades racistas, inclusive seu financiamento;
Lei federal: 7.717/89, alterada pela lei federal 9.455/97; nova redação ao art. 140 CP em 1997, dando-se mais eficácia à legislação, eis que as condutas atentatórias à honra subjetiva(difamação) escapavam às revisões na lei de 1989, concernentes aos direitos civis e politicos, o que foi corrigo em 1997.
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem: HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9459.htm" \l "art140%C2%A73" (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
Dicriminação positiva: Da possibilidade de edição de medidas especiais para assegurar o “progresso adequado – Ressalva da suspensão após o alcance dos fins pretendidos:
Obs.: a discriminação positiva não deve ser confundida com o “sistema de quotas”, que é apenas um dos mecanismos inventados para alcançar a desejada superação dos preconceitos raciais e da consequente posição de marginal de grupos étnicos e raciais em certas sociedades.
Art. 1° (...)
4. Não serão consideradas discriminação racial as medidas especiais tomadas com o único objetivo de assegurar o progresso adequado de certos grupos raciais ou étnicos ou de indivíduos que necessitem da proteção que possa ser necessária para proporcionar a tais grupos ou indivíduos igual gozo ou exercício de direitos humanos e liberdades fundamentais, contanto que tais medidas não conduzam, em consequência, à manutenção de direitos separados para diferentes grupos raciais e não prossigam após terem sido alcançados os seus objetivos.
Artigo 2º - Os Estados-partes condenam a discriminação racial e comprometem-se a adotar, por todos os meios apropriados e sem dilações, uma política destinada a eliminar a discriminação racial em todas as suas formas e a encorajar a promoção de entendimento entre todas as raças, e para este fim:
2. Os Estados-partes tomarão, se as circunstâncias o exigirem, nos campos social, econômico, cultural e outros, medidas especiais e concretas para assegurar, como convier, o desenvolvimento ou a proteção de certos grupos raciais ou de indivíduos pertencentes a esses grupos, com o objetivo de garantir-lhes, em condições de igualdade, o pleno exercício dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. Essas medidas não deverão, em caso algum, ter a finalidade de manter direitos desiguais ou distintos para os diversos grupos raciais, depois de alcançados os objetivos, em razão dos quais foram tomadas.
Obs.: pendem de entrada em vigor novos parágrafos ao art. 8° da Convenção, aprovados pela Resolução 47/111 da AG da ONU, de 16.12.1992, segundos os quais o financiamento do Comitê proviria do orçamento geral das Nações Unidas.
Obs.2: a Convenção garante direitos de primeira e segunda dimensão (ex. habitação, saúde, educação – possui cláusula geral – “direitos econômicos, sociais e culturais”).
Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra MULHER: (CEDAW)
ONU – 1979
http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/discrimulher.htm (Texto do Tratado)
BR incorpora em 2002
É um tratado que adota um número enorme de reservas.
(BR adotou a seguinte reserva: qualquer Estado, ao aderir à Convenção, pode declarar que não se considera obrigado a se submeter à arbitragem nos casos de discussões acerca da interpretação e aplicação do instrumento internacional).
É um sistema específico de proteção à maioria da população do planeta.
- Criou Comitê para Eliminação de Discriminação contra Mulher.
Sistemas fiscalização: 
- Procedimento de Relatório
- Sistema de Comunicações Individuais (Petição Individual) (facultativo) e investigação(?) – com Protocolo Facultativo – 1999 
Protocolo Facultativo:
O Protocolo Facultativo estabelece procedimentos tanto para as comunicações como para as investigações. O procedimento para as comunicações autoriza o Comitê para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (“o Comitê”) a receber petições relacionadas com as violações dos direitos consagrados na Convenção e a emitir pareceres na forma de "opiniões e recomendações". O outro procedimento permite ao Comitê iniciar investigações sobre violações graves ou sistemáticas cometidas por um Estado-parte. 
“Para os fins da presente Convenção, a expressão "discriminação contra as mulheres" significa toda distinção, exclusão ou restrição fundada no sexo e que tenha por objetivo ou consequência prejudicar ou destruir o reconhecimento, gozo ou exercício pelas mulheres, independentemente do seu estado civil, com base na igualdade dos homens e das mulheres, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer
outro campo.”
A CEDAW não trata especificamente da violência contra a mulher. Tal instrumento foi omisso no que concerne a esse problema, pois não voltou sua atenção para a esfera da vida privada. Isso impulsionou o Comitê CEDAW a decidir pela Recomendação Geral n° 19, de janeiro de 1992 para sanar o problema. Essa recomendação passou a considerar o ato de violência, cometido tanto na esfera pública quanto na privada, uma maneira de discriminação contra a mulher, prevista no artigo 1° da Convenção tratada. (TRINDADE, 2003b). Ademais, em 1993, foi adotada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) a Declaração sobre a Eliminação da Violência contra a Mulher, que define a expressão “violência contra a mulher”.
A Convenção para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher foi adotada em 6 de junho de 1994, pela Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos - OEA, tendo sido ratificada pelo Estado brasileiro em 27 de novembro de 1995. Conhecida como Convenção de Belém do Pará, esse instrumento se constitui em um avanço na proteção internacional às mulheres, na medida em que é o
primeirotratado internacional a reconhecer a existência de violência contra a mulher de maneira explícita e que atinge um grande número de mulheres. A Convenção de Belém do Pará define a expressão “violência contra a mulher” como “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública, como na privada”. A respeito, ver Recomendação Geral n° 19 do Comitê sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher, que entende a violência contra a mulher como uma forma de discriminação.
A CEDAW é um tratado com grande número de reservas dos seus dispositivos, o que implica dificuldades para a satisfatória aplicação do referido instrumento, na medida em que os Estados Partes não se obrigam à garantia dos direitos das mulheres no âmbito de seus territórios (Artigo 17). Dessa maneira, a cultura da discriminação contra as mulheres continua, como no Irã, na Somália, entre outros. O Comitê CEDAW mantém o posicionamento de encorajar os Estados Partes a retirarem as reservas para evitar desnaturalizar ou diminuir a força do documento16. Assim, faz-se necessário um esforço do Comitê CEDAW no sentido de proceder à revisão do número de reservas aos dispositivos da CEDAW; é o que consta no documento final produzido na Conferência de Direitos Humanos, de 1993.
Artigo 4º - 1. A adoção pelos Estados-partes de medidas especiais de caráter temporário destinadas a acelerar a igualdade de fato entre o homem e a mulher não se considerará discriminação na forma definida nesta Convenção, mas de nenhuma maneira implicará, como consequência, a manutenção de normas desiguais ou separadas; essas medidas cessarão quando os objetivos de igualdade de oportunidade e tratamento houverem sido alcançados.
2. A adoção pelos Estados-partes de medidas especiais, inclusive as contidas na presente Convenção, destinadas a proteger a maternidade, não se considerará discriminatória.
Convenção contra TORTURA e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes:
ONU – 1984
BR incorpora em 1991
- Criou Comitê contra tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes
Sistemas fiscalização: 
- relatório
- comunicações interestatais (facultativo)
- pet. Individual (facultativo) 
=> Protocolo Facultativo – 2002: criou Subcomitê que efetiva o sistema de visitas regulares aos locais onde há pessoas privadas de liberdade – BR aderiu em 2007 (promulg.).
Obs.: TORTURA: para a Convenção, é crime PRÓPRIO = só praticado por funcionário público ou outra pessoa no exercício de função pública ou por sua instigação, ou com seu consentimento ou aquiescência. (Na lei BR de tortura – lei 9455/97 – o crime de tortura é comum - Não exige qualidade ou condição especial do agente).
=> Em nenhum caso poderão ser invocadas circunstâncias excepcionais, como ameaça, estado de guerra, instabilidade política interna ou qq outra emergência pública para justificar tortura. 
“Para os fins da presente Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimento são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos conseqüência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.”
Obs.: para a convenção, a tortura (bem como a tentativa e a participação) deve ser considerada extraditável pelos Estados-membros em sua legislação interna, podendo ser usada a convenção como base legal para a extradição.
Convenção sobre Direitos das Crianças:
ONU – 1989
BR incorpora em 1990
- Criou Comitê para os Direitos das Crianças
Sistemas fiscalização: 
- relatório
- possui dois Protocolos Facultativos, ambos ratificados pelo Brasil em 2004, sendo que o primeiro cuida da proibição da venda de crianças, prostituição e pornografia infantil, trazendo definições que podem ser empregadas no direito interno e tratando detalhadamente da extradição de pessoas acusadas de tais práticas, podendo inclusive fazer as vezes de acordo de extradição caso os países envolvidos não tenham celebrado documento internacional nesse sentido. O segundo Protocolo Opcional cuida do envolvimento de crianças em conflitos armados, estabelecendo que menores de 18 anos não podem tomar parte em tais conflitos nem ser recrutados compulsoriamente, embora, de acordo com a legislação interna de cada país, possam integrar as Forças Armadas de maneira voluntária, especificando as regras para tal recrutamento, notadamente exigindo o consentimento dos pais ou responsáveis e prova confiável da idade do recruta.
“Para efeitos da presente convenção considera-se como criança todo ser humano com menos de 18 anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes.”
Convenção sobre Direitos das Pessoas com deficiência:
ONU – 2007
BR incorpora em 2008 (aprovado pelo CN como EC); 2009: promulgação.
- Criou Comitê sobre Direitos das pessoas com deficiência
Sistemas fiscalização: 
- relatório
- pet. Individual (facultativo) – com o Protocolo Facultativo
“O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar o exercício pleno e eqüitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente.  
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.”
Obs.: Prevê ações afirmativas!
Declaração das Nações Unidas sobre Direitos dos povos indígenas
ONU – 2007
- Não instituiu Comitês nem mecanismos fiscalizatórios.
Declaração de Princípios de Tolerância
UNESCO – 1995 – Declaração de Paris
Não é tratado, mas declaração de princípios, espécie de carta das intenções.
Não há mecanismos fiscalizatórios.
“1.1 A tolerância é o respeito, a aceitação e a apreço da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas maneiras de exprimir nossa qualidade de seres humanos. É fomentada pelo conhecimento, a abertura de espírito, a comunicação e a liberdade de pensamento, de consciência e de crença. A tolerância é a harmonia na diferença. Não só é um dever de ordem ética; é igualmente uma necessidade política e jurídica. A tolerância é uma virtude que torna a paz possível e contribui para substituir uma cultura de guerra por uma cultura de paz.
1.2 A tolerância não é concessão, condescendência, indulgência. A tolerância é, antes de tudo, uma atitude ativa fundada no reconhecimento dos direitos universais da pessoa humana e das liberdades fundamentais do outro. Em nenhum caso a tolerância poderia ser invocada para justificar lesões a esses valores fundamentais. A tolerância deve ser praticada pelos indivíduos, pelos grupos e pelo Estado.”
___//___
 
Corte Internacional de Justiça:
- Principal órgão judiciário das Nações Unidas
- Não é só para DH
- Tribunal de natureza não penal 
- julga ESTADOS, não pessoas
- competência contenciosa e consultiva
- competência facultativa – só pode atuar em relação ao Estado que tenha declarado reconhecer sua compet. 
- Pessoa física não pode acionar, nem outras PJ, como organizações protetivas de DH (só podem os Estados).
TPI – Tribunal Penal Internacional 
1998 – Estatuto de Roma	
- sede: Haia
Entrou em vigor em 2002*
BR promulgou em 2002.
- julgaPESSOAS (maiores de 18 anos)
* O Est. Roma foi assinado em 1998, mas só entraria em vigor alguns dias após 60 países aderirem a ele, o que ocorreu em 2002.
- Julga crimes:
Genocídio
Guerra			 Tais crimes sob a jurisd. do TPI são IMPRESCRITÍVEIS
Contra humanidade
Agressão	
Definições:
- genocídio: é o ataque destinado à destruição total ou parcial de determinado grupo com o mesmo elo de identidade. Mesmo elo de identidade pode ser: elo cultural, racial, étnico, religioso, nacional. Ex.: ataque contra judeus. Esse ataque pode ser de várias maneiras: imediata, mediata (ex.: ataque para o extermínio da vida; processo de esterilização em massa; escravidão sexual ou física; deslocamento forçado para determinadas áreas contrárias ao grupo; infanticídio em massa).
- crime contra a humanidade: é o ataque generalizado contra uma população civil com o conhecimento deste ataque. Diferente do genocídio, vc ataca neste caso, uma população civil da localidade, independente da raça, etnia, religião, etc. Esse ataque pode ser de diferentes formas. A única diferença é a destinação: se o ataque é destinado a um grupo que tem identidade é genocídio.
- crimes de guerra: são as violações às convenções de Genebra, de 1949. São 4 as convenções de Genebra que estabelecem o direito humanitário internacional. Essas convenções tratam da proteção das pessoas em período de conflito armado. Então, há estabelecimento de regras mínimas (ex.: há certas bombas que não podem ser utilizados; há minas que não tem finalidade matar, mas sim mutilar). “entre atacar para matar e atacar para criar debilidade física permanente, é melhor matar”- não escrever isso na prova, é só para entender. Não pode haver a utilização de escudo humano, porque é um crime contra a humanidade.
- crimes de agressão: no Estatuto de Roma não foi tipificado originalmente. Foi previsto sem tipificação, ou seja, não se estabeleceu a conduta que caracteriza o crime. A tipificação só veio ocorrer em 2010, crime de agressão é o ataque de um Estado contra a soberania de outro Estado.
- Só julga crimes cometidos após a entrada em vigor do Est. de Roma (2002)
- Não reconhece função oficial do réu, podendo julgar qq pessoa, ainda que Chefe de Estado (ignora imunidade jurisdicional).
Penas previstas:
- reclusão (não mais que 30 anos)		- prisão perpétua
- multa			- sequestro de bens e haveres procedentes direta ou indiretamente do crime.
# SISTEMA INTERAMERICANO DE DH
OEA – representa para o Sistema americano o que a ONU representa para o Sistema Global.
OEA – Carta da OEA de 1948 – Bogotá
(atualmente participam da OEA todos os Estados das Américas)
=> Declaração Americana de Direitos e Deveres Humanos
- Direitos civis e políticos, e tb econôm., sociais e culturais.
- Dentre os deveres: dever de adquirir, ao menos, instrução primária.
COMPARAÇÃO – Declaração Universal de Direitos Humanos e a Declaração Americana de Direitos do Homem e do Cidadão:
i. Omissão no documento regional da proscrição (por fora de uso) da pena de morte, da tortura, escravidão e servidão;
ii. A DA destaca o caráter privado da propriedade ao passo que a DU também a admite “em sociedade com outros”;
 iii. Os direitos sociais da DA estão mais detalhados que na DU. Crítica: Consta à preocupação em vinculá-los aos recursos do Estado, o que colide com a própria concepção de direitos humanos, logicamente superiores e anteriores ao Estado, não podendo ser por ele condicionados.
iv. O valor jurídico da DA difere do conferido à DU. Ao documento regional foi conferida, indiretamente, força obrigatória, por força do artigo 150 da Carta da OEA, segundo entendimento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Art. 150 -> “Ainda que não entre em vigor a Convenção Interamericana sobre Direitos Humanos a que se refere o Capítulo XVIII, a atual Comissão Interamericana de Direitos Humanos velará pela observância de tais direitos”.
=> Convenção Americana de DH (Pacto de São José da Costa Rica) – 1969
Principal documento do Sist. Interamericano. Sofre grande influencia do PIDCP. 
BR ratificou e promulgou em 1992
BR fez RESERVA: a possibilidade de a Comissão realizar visitas e inspeções in loco, dependendo de anuência expressa do BR.
- Enunciou, basicamente, apenas direitos liberais, não tendo se dedicado aos dir. sociais, econôm. e culturais, aos quais fez apenas menção – estabelecendo que os Estados devem adotar providências no sentido de conseguir progressivamente a efetividade de tais direitos. 
(os direitos enunciados nesta Convenção são praticamente os mesmos do Pacto Intern. Dir. Civis e POlít., daí afirma-se que ela é o equivalente desse no âmbito regional americano).
OBS.: Os direitos sociais, econôm. e culturais integram o Protocolo de São Salvador.
Do art. 3° ao art. 25: direitos de primeira geração ( Nacionalidade, direitos políticos, direito ao nome, direito ao duplo grau de jurisdição obrigatório)[4: Sem previsão na CR88.][5: Sem previsão na CR88.]
No art. 26: encontramos os direitos sociais e a refra do desenvolvimento progressivo.
- Não vedou pena de morte, mas proibiu seu reestabelecimento nos Estados que a tenham abolido.
Mas com o Protocolo Facultativo referente à abolição da pena de morte (1990), aboliu a pena de morte, permitindo ressalva em tempo de guerra por delitos militares – BR aderiu a tal reserva.
=> No que tange ao trabalho forçado, temos a proibição de escravidão e servidão, sendo que ninguém pode ser obrigado a prestar trabalhos forçados ou obrigatórios. MAS ressalvou, em relação aos países que punem certos crimes com prisão e trabalhos forçados, a possibilidade do órgão jurisdicional competente condenar a esse tipo de trabalho. (mesma previsão do Pacto Dir. Civis e Polít.).
(os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em cumprimento de sentença pela autoridade judic. Competente não são considerados trabalhos forçados, mas os indivíduos que os executam não devem ser postos à disposição de particulares, companhias ou PJ de caráter privado). 
- Art. 27: admite que os Est. adotem medidas que suspendam a aplic. de obrigações contraídas em razão do Pacto em caso de guerra, perigo público, outra emergência que ameace a independência ou segurança do Estado – mas tal suspensão deve ser por tempo limitado às exigências da situação e não pode haver discriminação quanto à raça, cor, sexo, idioma, religião, origem social...
- Art. 32: deveres da pessoa.
=> Não é autorizada a suspensão de:
- personalid. jurídica; vida; integridade pessoal; proibição escravidão e servidão; princípio da legalidade e irretroatividade; liberdade de consciência e religião; proteção da família; direito ao nome; direitos da criança; direito à nacionalidade; dir. políticos.
(o Est. que fizer uso do direito de suspensão deve informar aos demais Est. partes da Conv. quais as disposições está suspendendo, quais os motivos, qual a data em que terminará a suspensão). 
- ÓRGÃOS:
=> Comissão Interamericana de DH – órgão político (executório) – qq um pode peticionar.
A Comissão pode fazer recomendações, mas não pode dar sentença. Pode acompanhar se as recomendações por ela realizadas estão sendo cumpridas. Pode emitir opiniões consultivas relacionadas ao sistema interamericano. Nem a Comissão nem a Corte podem se autoprovocar para realizar uma opinião consultiva. Uma vez pleiteada a Opinião consultiva, a Comissão e a Corte podem denegar, pois não há obrigatoriedade de responder às opiniões consultivas.
=> Corte Interamericana de DH – órgão jurídico – só Estado peticiona diretamente, SALVO no caso de medida preventiva (gravidade e urgência) em caso que já está na Corte, para evitar danos irreparáveis às pessoas.
	- compet. Contenciosa e consultiva
- compet. Facultativa (BR aderiu – 1998 – por prazo indeterminado e para todos os casos, mas com reserva de reciprocidade e só para fatos posteriores a 1998 – 10/12/98).
- 7 juízes, nacionais de qq dos Estados-membros da OEA, não podendo haver 2juízes da mesma nacionalidade. Eleitos em Assembleia geral do OEA; voto maioria absoluta dos Estados-membros; juristas de alta autoridade moral e reconhecida competência em matéria de DH.
- mandato: 6 anos + 1 recondução (em geral, exercem seu mandato até o fim deste, exceto quando estão julgando algum caso, quando o exercício das funções é prorrogado). 
* Função consultiva da Corte: exercida por provocação pela Comissão ou por Estado, que solicitam que a Corte opine sobre compatibilidade de uma norma com o Pacto de São José. A opinião consultiva não tem a mesma força de sentença da função contenciosa. A opinião consultiva pleiteia interpretação do PSJCR e dos tratados relativos ao Sistema OEA, não tendo caráter vinculante como uma sentença da Corte num caso contencioso. A opinião consultiva pode ser feita tanto à Comissão quanto à Corte. Vale lembrar que Comissão não condena o Estado. 
Obs.: Opinião Consultiva 1/82: Concluiu assim a Corte que a competência consultiva pode ser exercida como regra geral sobre toda a disposição concernente a proteção de Direitos Humanos, de qualquer tratado internacional aplicável aos Estados americanos, independentemente se ser bilateral ou multilateral. Determina ainda, que frente a um caso concreto a Corte pode abster-se de manifestar-se se entender que se trata de questão que excede os limites de sua função consultiva, devendo o fazer motivadamente.
* Função contenciosa da Corte: se verifica no conflito entre Estado e vítima (ou sua família). A Corte poderá condenar o Estado.
- Sentenças da Corte: definitiva e irrecorrível (inapelável – cabem ED’s – 90 dias).
- Prevalece não ser preciso homologar sentença da Corte, por ser sentença internacional (proferida por órgão supra-estatal a cuja jurisd. o país se submete voluntariamente) e não estrangeira (proferida por órgão estranho ao país, integrante de jurisd. interna de outro Est.).
* Cláusula facultativa de jurisdição obrigatória – CLAUSULA RAUL FERNANDES (facultativa tem a ver com a adesão: a adesão do país à Corte é facultativa, assim, um país pode ser signatário do pacto, podendo a Comissão interamericana atuar nesse país, mas não aderir a Corte). A adesão ao pacto são Jose implica automaticamente a aceitação da adesão da Comissão, mas em relação à Corte, deve ser expresso. O Brasil aderiu o pacto São Jose em 1992, mas somente aderiu à Corte em 1998. O país pode aderir a Corte facultativamente, mas uma vez que adira, se submete a sua jurisdição obrigatoriamente.
Sistemas fiscalização: 
- relatório
- comunicações interestatais (facultativo)
- pet. Individual (OBRIGATÓRIA!!!!) – para que a Comissão admita uma pet. Individual não é preciso uma declaração expressa do Estado no sentido de reconhecer a compet. da Convenção no tocante a esse meio de fiscalização.
 
=> Protocolo de São Salvador - 1988
BR: 1999 (promulg.)
- Dir. Econ., Sociais e Culturais – de aplicação progressiva (da mesma forma que o Pacto de Dir. Econ., Sociais e Culturais).
Sistemas fiscalização: 
- relatório (enviado ao Conselho Interamer. para desenvolvimento integral) – não é enviado à Comissão Interamer.).
- pet. Individual – só para casos de violação de direitos de liberdade sindical e educação – enviada à Comissão Interameric. **é possível também enviar casos de violação diretamente à direitos previstos na convenção que indiretamente atinjam direitos do protocolo)
- “Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre DH em matéria de Dir. Econ., Sociais e Cultur.” – consagrou os direitos de dimensão ambiental no seu rol. Tb inovou ao estabelecer preocupação com família, crianças e idosos.
Faltou falar dos deficientes:
 
* Sistemas da ONU de proteção dos DH:
- Conselho DH
- Relatores especiais (São os relatores especiais, representantes, peritos independentes e grupos de trabalho que vigiam, aconselham, examinam e informam publicamente sobre uma questão temática (mandatos temáticos) ou sobre a situação em matéria de direitos humanos num determinado país (mandatos por países). Os relatores especiais realizam, com freqüência, missões de investigação em países, para apurar supostas violações de direitos humanos. Também recebem, avaliam e verificam as queixas de possíveis vítimas de violações dos direitos humanos e asseguram o prosseguimento do caso com o governo interessado.)
- Altos comissários (Trata-se de uma unidade do Secretariado das Nações Unidas, criada em 1993 (pela resolução 48/141 da Assembleia Geral) na sequência da Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, realizada em Viena. É dirigido pelo Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Sub-Secretário Geral), principal funcionário da organização responsável por questões de direitos humanos. O Alto Comissariado procura integrar os direitos humanos no sistema da ONU, desenvolve parcerias e programas de cooperação técnica com governos, agentes da sociedade civil e outras entidades nacionais e internacionais, oferece bolsas de estudo e desenvolve um extenso programa de publicações e formação em matéria de direitos humanos. Compete-lhe prestar apoio especializado e secretariar os organismos de direitos humanos da ONU (como o Conselho de Direitos Humanos e seus mecanismos subsidiários e os comités dos tratados). Promove também um vasto conjunto de actividades de implementação dos direitos humanos no terreno, nomeadamente através dos seus gabinetes locais e regionais, da colocação de conselheiros de direitos humanos nas equipas da ONU, da integração de componentes de direitos humanos nas operações de manutenção da paz e da sua Unidade de Resposta Rápida (que coloca pessoal no terreno com urgência para antecipar e responder a deteriorações da situação de direitos humanos, como sucedeu em Timor Leste). O Alto Comissariado administra ainda vários fundos voluntários aos quais se pode recorrer em busca de apoio para a realização de actividades de protecção e promoção dos direitos humanos.
- Comitês criados pelos Tratados Internacionais
- TPI
SISTEMAS DE FISCALIZAÇÃO:
	Convenção
	Relatório
	Comun. Interestatais
	Pet. Individual
	PIDCP (civis e polít..)
	
	
	
(facult. – adotado pelo 1º Protocolo facult.)
	PIDESC (econ., sociais e cultur.)
	
	X*
	X*
	... sobre eliminação discr. RACIAL
	
	
	
(no BR desde 2003)
	... discrim. MULHER
	
	X
	
(c/protoc. facult. 1999)
	... contra TORTURA
	
	
	
(+ protoc. facult. Sist. Visitas – criou subcom. – BR aderiu 2007)
	... Dir. CRIANÇA
	
	X
	X
	... Dir. pessoas c/ DEFICIÊNCIA
	
	X
	
(c/protoc. facultat.)
	Pacto São José – convenção americ. DH
	
	
	
(OBRIGATÓRIA!!!)
	Protoc. São Salvador
	
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(só p/viol. Liberdade sindical e educação)
* OBS.: Em 2008 foi adotado pela ONU o Protocolo Facultativo ao PIDESC que previu sistema de petições individuais e comunicações interestatais. Mas ainda não entrou em vigor, pois não obteve o número de ratificações suficientes (10). O BR ainda nem assinou.
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Alguns CASOS envolvendo o BR:
1) Caso Ximenes Lopes – sentença: julho 2006
- Damião Ximenes Lopes, portador de deficiência mental, supostamente submetido a condições desumanas e degradantes durante sua hospitalização para tratamento psiquiátrico. Discutiu-se a responsabilidade do BR por sua morte.
- Caso levado à Comissão por irmã da vítima. 
- Corte decidiu que houve violação à integridade física da vítima e seus familiares, e ainda, que o BR estava omisso na investigação dos fatos (mais de 6 anos após fato, não havia sentença de 1º grau). Foi reconhecida a letargia na conduta das autoridade judiciais.
Resultados:
- indenização aos familiares
- investigação dos fatos e sanção dos responsáveis, por meio de processo judicial eficaz 
- public. Sentença no D.O. e em jornal de circulação nacional
- continuar desenvolvendo programa de capacitação e formação p/ pessoas vinculadas ao atendimento de saúde mental.
FGV: Em um breve resumo, em sentença de 04 de julho de 2006, a Corte decidiu admitir o reconhecimento parcialde responsabilidade internacional efetuado pelo Estado brasileiro pela violação dos direitos à vida e à integridade pessoal de Damião Ximenes Lopes (artigos 4.1, 5.1 e 5.2) da Convenção Americana. Declarou ainda que o Estado violou em detrimento dos familiares de Damião Ximenes o direito à integridade pessoal, às garantias judiciais e à proteção judicial consagrados nos artigos 5º, 8.1 e 25.1 da Convenção; bem como que a sentença constitui uma forma de reparação per se. Nesse sentido, o Tribunal dispôs que o Estado: 1) deve garantir, em um prazo razoável, que o processo interno destinado a investigar e sancionar os responsáveis surta efeito; 2) deve reparar os danos e pagar uma justa indenização às vítimas sobrevivente e aos familiares dos falecidos; 3) deve publicar no Diário Oficial e em outro jornal de circulação nacional o capítulo relativo aos fatos provados desta sentença; e 4) desenvolva um programa de formação e capacitação para o pessoal médico, de psiquiatria e psicologia, de enfermagem e para todas as pessoas vinculadas ao atendimento de saúde mental .
2) Caso Nogueira de Carvalho – sentença: novembro 2006
Discute-se falta de providências de investigação e responsabilização de culpados pela morte de advogado defensor dos DH em 1996, que denunciava crimes cometidos por grupo de extermínio compostos de policiais civis e outros funcionários estatais (os “meninos de ouro”).
- Caso apresentado pela Comissão, provocada por Centro de DH e Memória Popular.
Resultados:
- A Corte entendeu que não ficou demonstrado que o BR violou direitos da Convenção Americana sobre DH (o julgamento dos acusados teria demorado porque foi obedecido o devido processo legal, com vários recursos, tanto da defesa como do MP), tendo arquivado o caso.
3) Caso Escher – sentença: julho 2009 
- Interceptação telefônica ilegal – violação de direito de privacidade.
Narrativa do caso: Em maio de 1999, o então major Waldir Copetti Neves, oficial da Polícia Militar do Paraná, solicitou à juíza Elisabeth Khater, da comarca de Loanda, no noroeste do estado, autorização para grampear linhas telefônicas de cooperativas de trabalhadores ligadas ao MST. A juíza autorizou a escuta imediatamente, mas deixou de cumprir a constituição e a lei brasileiras, seja porque não fundamentou sua decisão, seja porque não notificou o Ministério Público, seja porque ignorou o fato de não competir à PM fazer investigação criminal contra civis. Durante 49 dias os telefonemas foram gravados.A falta absoluta de embasamento legal, disse a ONG Justiça Global, demonstra a clara intenção de criminalizar os trabalhadores rurais grampeados.
 - A Corte entendeu que houve violação ao Pacto de São José.
Condenações do BR:
- pagar indenização às vítimas; DECRETO Nº 7.158, DE 20 DE ABRIL DE 2010 Autoriza a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República a dar cumprimento a sentença exarada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. 22 mil doláres para cada (Arley José Escher e outros 4)
- publicação de parte da sentença no D.O. e em jornais de ampla circulação nacional e no PR (local do fato)
- investigar os fatos que ensejaram o caso.
4) Caso Garibaldi – sentença: setembro 2009
- Falta de investigação de homicídio de trabalhador sem-terra no PR.
Condenações do BR:
- indenização dos familiares da vítima
- public. de parte da sentença no D.O. e em jornais de ampla circulação nacional e no PR
- conduzir eficazmente inquérito e processo para identificar, julgar e sancionar os responsáveis
5) Caso Gomes Lund (Guerrilha do Araguaia) – sentença: novembro 2010
- Discutiu-se a responsabilidade do BR pela violação de direitos decorrentes de detenção arbitrária, tortura e desaparecimento forçado de 70 pessoas resultantes de operação do Exército BR entre 1972 e 75 com objetivo de erradicar a Guerrilha do Araguaia (região Amazônica).
- Discutiu-se tb a validade da lei da anistia (6683/79), que serviu de base para o BR não investigar, julgar e punir os responsáveis pelas condutas denunciadas.
- A Corte decidiu pela responsabilização do BR pelo desaparecimento das pessoas e pela invalidade da lei da anistia (6683/79).
Resumo da sentença:
- As disposições da lei da anistia que impedem a investigação e sanção de graves violações de DH são incompatíveis com a Conv. Americana, carecem de efeito jurídico e não podem continuar representando obstáculo para a investigação e punição dos responsáveis desse e de outros casos.
- BR descumpriu o compromisso de adequar seu direito interno à Convenção Americana sobre DH, como conseq. de interpretação e aplicação que foi dada à Lei da anistia a respeito de graves violações dos DH.
- BR responsável pela violação do direito de liberdade de pensamento e expressão, do direito às garantias judiciais (excesso de prazo para uma ação..)
- BR deve conduzir à investigação penal dos fatos, responsabilização e sanção dos culpados
- BR deve realizar todos os esforços para descobrir paradeiro de vítimas desaparecidas, e, se for o caso, identificar e entregar os restos mortais à família
- BR deve oferecer tratamento médico e psicológico aos familiares das vítimas, caso requeiram
- publicar sentença no D.O. e jornal de ampla circulação nacional
- realizar ato público de reconhecimento de responsabilidade internacional, mediante cerimônia pública com a presença de altas autoridades nacionais e das vítimas, a ser realizada em 1 ano, contada a partir da notificação da sentença. 
- continuar com ações de capacitação e implementar, em prazo razoável, programa ou curso permanente e obrigatório sobre DH para o pessoal das Forças Armadas
- adotar, em prazo razoável, medidas para tipificar o crime de desaparecimento forçado de pessoas conforme padrões interamericanos. 
- indenizar as pessoas mencionadas na sentença
- convocar os familiares das vítimas para que, em um período de 24 meses, contados a partir da notificação da sentença, seus familiares aportem provas suficientes que permita ao Estado identifica-los e, conforme o caso, considerá-los vítimas.
- permitir que, em 6 meses da notificação da sentença, os familiares das vítimas possam apresentar, se assim desejarem, suas solicitações de indenização.
* Este é o caso de maior repercussão envolvendo o BR, sobretudo por causa da decisão da Corte sobre a validade da lei de anistia ser contrária à decisão do STF na ADPF 153.
OBS.: ADPF 153 – STF decide pela validade da lei de anistia
Anistia: esquecer determinado crime, acarretando a extinção da punibilidade.
É fenômeno objetivo (incide sobre fatos e não sobre pessoas) – extingue a punibilidade em relação a determinados fatos, e não sobre determinadas pessoas.
Graça e indulto: fenômenos subjetivos, pois incidem sobre pessoas.
(graça: perdão individual, indulto: perdão coletivo)
1979 – período de transição entre regime militar e democrático
- Lei 6683/79: concedeu ampla e objetivamente, anistia política a todos os que cometeram crimes políticos e conexos no BR no período de 2 set. 1961 a 15 ago. 1979.
O BR não investigou, processou ou sancionou penalmente os responsáveis pelas violações de DH cometidas durante o regime militar.
- A anistia tem como vantagem pacificar os grupos em oposição. A desvantagem da anistia é que isso termina não promovendo a responsabilização dos culpados. A anistia sepulta o passado e evita a responsabilização dos perpetradores da violação dos direitos humanos. Mas a anistia pode ser um instrumento necessário para permitir a mudança do governo.
- Min. Eros Grau: a lei da anistia foi um acordo bilateral, com a participação da sociedade e da OAB, que se manifestou favoravelmente sobre o tema. A lei foi aprovada, houve a transição de regimes, mas o Conselho Federal da OAB ajuizou a ADPF questionando a validade da lei frente à CF/88.
(a análise se restringiu à seara penal, sem entrar em questões afetas à indenizações, acesso a documentos do período, dever de o BR investigar os fatos...)
- STF julgou improcedente a ADPF, entendendo que a lei da anistia é válida,sendo fruto de uma decisão política da sociedade em momento de transição, que não poderia ser revista posteriormente por decisão judicial. (prevaleceu a segurança jurídica)
(Apesar de a CF/88 qualificar a tortura como crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, a lei da anistia foi feita em 1979, não podendo ser invalidada por tal fundamento. A partir da CF/88 qq lei que tenda a anistiar a tortura será inconstitucional, mas esse caso é anterior à CF/88...
- Corte Interamericana tem jurispr. firme no sentido de invalidade das leis de anistia. 
6) Caso dos índios Yanomamis
1980 – Violações dos DH das populações Yanomamis pelo Governo BR. Déc. de 1960 o BR aprovou plano de exploração das riquezas naturais e de desenvolvimento da região da Amazônia, construção de estradas, que compeliu os índios a abandonar seu habitat (A Constituição vigente à época, era garantido direito ao território, de modo permanente e inalienável, como tb direito ao uso exclusivo das riquezas minerais existentes). 
- Em 1982 o BR procedeu à interdição de parte do território dos Estados do AM e RR para os índios (“Parque dos Índios Yanomamis”), mas a proposta nunca foi implementada. 
Resultados:
- BR foi condenado por violação dos direito à vida, liberdade, segurança, residência, movimento, preservação da saúde e bem-estar.
- BR deveria adotar medidas de proteção à vida e à saúde dos yanomamis
- proceder à demarcação do Parque Yanomami
- conduzir programas de educação, proteção médica e integração social dos yanomamis
7) Caso Parque São Lucas
- 50 detentos foram encarcerados em cela pequena e lançado gás lacrimogêneo, resultando na morte por asfixia de 18 deles.
- BR declarado responsável pela violação dos direitos à vida, integridade pessoal, proteção judicial.
Resultados:
- BR deveria transferir para a Justiça comum o julgamento de crimes cometidos por policiais militares
- punição dos policiais envolvidos
- pagamento de indenização aos familiares das vítimas
(O BR efetuou o pg às famílias e aprovou a lei 9299/96, que transfere à Just. comum a competênc. Para julgar crimes dolosos contra a vida cometidos por policiais militares).
8) Caso José Pereira - 2003
José Pereira fora atraída por falsas promessas de trabalho, mas quando chegou ao local, foi obrigado a trabalhar sem liberdade de sair, em condições desumanas (junto com outros trabalhadores).
- Constatado desleixo do BR na proteção de DH, pois não investigou e puniu os fatos denunciados de forma adequada.
- Foi considerado um marco dos DH – foi celebrado (2003) um acordo de solução amistosa – o 1º acordo celebrado entre o BR e os Sistemas de Proteção dos DH. Tudo isso ocorreu perante a Comissão. Mas não é um acordo e pronto, já que a Comissão fica obrigada a monitorar o cumprimento do referido acordo.[6: A República Federativa do Brasil celeboru, em 2003, o primeiro acordo de solução amistosa com vítima de violação de direitos humanos.Trata-se de petição apresentada pelo CEJIL e pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em face da República Federativa do Brasil, no ano de 1994. Pode-se afirmar que o "Caso José Pereira" foi um marco para a defesa dos direitos humanos no Brasil, haja vista que, pela primeira vez, o Estado brasileiro assumiu, perante o sistema interamericano de proteção aos direitos humanos, ser responsável por atos praticados por particulares. O fato se reporta ao ano de 1989, e se relaciona com a tentativa de fuga, de José Pereira, na época com 17 anos, da Fazenda Espírito Santo, no Estado do Pará, oportunidade em que foi gravemente ferido, sofrendo lesões permanentes na mão e no olho direito. Segundo se apurou a vítima fora atraída por falsas promessas de trabalho, mas quando chegou ao local, restou por trabalhar forçadamente, sem liberdade para sair e sob condições totalmente desumanas e ilegais, situação esta que também atingia mais outros 60 trabalhadores rurais da fazenda. Segundo afirmaram os peticionários, tal realidade se evidenciava como mais um exemplo da inércia do Estado brasileiro na proteção e garantia de direitos humanos, já que não se conduziu de forma adequada em relação às denúncias recebidas sobre tais práticas, comumentes naquela região. Alegaram, ainda, o grande desinteresse das autoridades locais nas investigações e na punição dos responsáveis pela exploração de trabalhadores. O que parecia apenas mais um caso de violação aos direitos humanos se tornou um marco: no mês de setembro de 2003 as partes celebraram um acordo de solução amistosa, o primeiro desta natureza celebrado pela República Federativa do Brasil no sistema interamericano de proteção dos direitos humanos. Nesse acordo, o Estado brasileiro reconheceu, efetivamente, a sua responsabilidade internacional pelo desrespeito aos direitos humanos protegidos pela normativa Interamericana. O Estado se comprometeu com a investigação dos fatos, julgamento e punição dos responsáveis e em arcar com as medidas indenizatórias e de reparação das vítimas. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) homologou o aludido acordo em outubro do mesmo ano e atualmente( 2008) supervisiona o seu cumprimento. ]
- BR reconheceu sua responsabilidade 
- Se comprometeu a investigar os fatos
- Se comprometeu a julgar brevemente o caso
- Se comprometeu a arcar com as indenizações às vítimas. LEI No 10.706, DE 30 DE JULHO DE 2003. Autoriza a União a conceder indenização a José Pereira Ferreira.
SOLUÇÃO AMISTOSA ALCANÇADA http://www.cidh.oas.org/annualrep/2003port/Brasil.11289.htm 
 
            24.       O acordo de solução amistosa assinado entre ambas partes em 18 de setembro de 2003 contempla o seguinte: 
 
1.                  O Estado brasileiro representado pela  Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República e os peticionários representados pelo “Centro pela Justiça e o Direito Internacional/Brasil, e pela  Comissão Pastoral da Terra celebram o presente Acordo de Solução Amistosa no  contexto do caso 11.289.
 
2.                  O caso 11.289 refere-se ao cidadão brasileiro José Pereira, ferido no  ano 1989 por disparos de arma de fogo efetuados por pistoleiros que tentavam impedir a fuga de trabalhadores mantidos em condições análogas à de escravos na  fazenda Espírito Santo, no  Estado do Pará. José Pereira tinha 17 anos nessa época e foi gravemente ferido, sofrendo  lesões permanentes no  olho e mãos direitos.
 
3.                  O presente acordo de solução amistosa tem por objeto reparar os danos causados a José Pereira pelas violações sofridas, considerando-se concluído o caso 11.289 com o cumprimento dos termos acordados.
 
I.          Reconhecimento de Responsabilidade
 
4.                  O Estado brasileiro reconheceu sua responsabilidade internacional em relação ao caso 11.289, embora a autoria das violações não sejam atribuídas a agentes estatais, visto  que os órgãos estatais não foram capazes de prevenir a ocorrência da grave prática de trabalho escravo, nem de punir os atores individuais das violações denunciadas.
 
5.                  O  reconhecimento público da responsabilidade do Estado brasileiro com relação à violação de direitos humanos terá lugar durante a solenidade de criação da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo-CONATRAE (criada pelo  Decreto Presidencial de 31 de julho de 2003), que será realizada no dia 18 de setembro de 2003.
 
6.                  As partes assumem o compromisso de manter sigilo sobre a identidade da vítima no momento da solenidade de reconhecimento de responsabilidade do Estado e em declarações públicas sobre o caso.
  
II.          Julgamento e punição dos responsáveis individuais
 
7.                  O Estado brasileiro assume o compromisso de continuar com os esforços para o cumprimento dos mandados judiciais de prisão contra os acusados pelos  crimes cometidos contra José Pereira.  Para isto, o Acordo de Solução Amistosa será encaminhado ao Diretor Geral do Departamento

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