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Peça Trabalhista
Sob a alegação de que os empregados estariam subtraindo produtos farmacêuticos de uma de suas fábricas, a diretoria da empresa Delta Indústria Farmacêutica Ltda. determinou a realização de revista íntima diária em todos os empregados, inclusive das mulheres. Maria, empregada na empresa há cinco anos, recusou-se a despir-se diante da supervisora do setor, que era, naquele momento, responsável pela revista íntima das mulheres. Visando a não favorecer movimento generalizado dos trabalhadores contra deliberação patronal, a empresa resolveu, como medida educativa, demitir Maria por justa causa, arguindo ato de indisciplina e de insubordinação. Segundo argumentou a empresa, o procedimento de revista íntima encontraria suporte no poder diretivo e fiscalizador da empresa, além de constituir medida eficaz contra o desvio de medicamentos para consumo sem o devido controle sanitário.
Considerando a situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado constituído por Maria, redija a medida judicial mais apropriada para defender os interesses de sua cliente. 
Fundamente a peça processual com toda argumentação que entenda cabível.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ___VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE...
 MARIA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., cédula de identidade nº..., inscrita CPF sob o nº..., CTPS..., residente e domiciliada na..., vem à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, em desfavor de DELTA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA., CNPJ..., endereço..., com fundamento nos artigos 840 e segs. da CLT, pelas razões de fato e de direito que passa a expor: 
A reclamante, empregada da empresa reclamada há cinco anos, foi surpreendida com a arbitrária ordem patronal de realização de revista íntima, sob o pífio argumento de que “os empregados estariam subtraindo produtos farmacêuticos de uma de suas fábricas”. A reclamante, douto magistrado, recusou-se a despir-se diante da supervisora do setor, responsável, naquele momento, pela revista íntima das mulheres, passando a ser alvo, por este motivo, da ira do reclamado, sendo injustamente demitida, enquadrada, erroneamente, por indisciplina e insubordinação, sob o inaceitável fundamento de que a demissão serviria para “evitar movimento generalizado dos trabalhadores contra deliberação patronal”, como espécie de “medida educativa”. Ora, nada mais falacioso! O poder diretivo patronal, eminente magistrado, encontra limites na dignidade da pessoa humana. O reclamado, in casu, extrapolou os limites do seu poder diretivo, afrontando a honra da reclamante. A revista íntima é um procedimento vedado pelo ordenamento jurídico pátrio, não encontrando suporte legal, tampouco, no poder diretivo e fiscalizador da empresa, constituindo medida afrontosa, arbitrária, inaceitável, passível de reparação, à luz do que rezam os artigos 373-A, VI, da CLT e 5º, X, da CF.
Destarte, a reclamante, diante da nulidade da demissão por justa causa, faz jus, em face da conversão em demissão sem justa causa, a todas as verbas rescisórias pertinentes à despedida arbitrária, assim como à aplicação da multa do artigo 477, § 8º, da CLT. 
A reclamante também requer, por todo o constrangimento infligido pelo reclamado, uma indenização por dano moral, capaz de reparar a injustificável humilhação a que foi submetida, à luz das normas dos artigos 186 e 927 do CC, destacando que a competência é da Justiça do Trabalho, na forma do artigo 114, VI, da CF e Súmula 392 do TST. 
Do Pedido Pelo exposto, vem requerer a nulidade da demissão por justa causa e sua conversão em demissão sem justa causa, sendo o reclamado condenado nas verbas abaixo discriminadas, acrescidas de juros e correção monetária: 
a) Aviso prévio indenizado;
b) Saldo de salário; 
c) Férias proporcionais + 1/3; 
d) 13º salário proporcional;
e) Liberação do FGTS + 40% ou indenização substitutiva;
f) Liberação das guias do seguro-desemprego ou indenização – Súmula 389 do TST; 
g) Multa do artigo 467 da CLT e multa do artigo 477, § 8, da CLT;
h) Indenização pelo dano moral, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência;
i) Honorários advocatícios à razão de 20%.
Requer, por fim, a citação do reclamado, para que o mesmo venha, sob as penas da lei, responder a presente reclamação trabalhista, e, ao final, sejam julgados procedentes os pedidos, protestando provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.
Dá-se à causa o valor de R$ 30.000,00. 
Pede deferimento.
Município..., data...
Advogado..., OAB...

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