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Nutrição Animal 3

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Nutrição Animal 3 
 
1. Bromatologia Aplicada à Nutrição Animal 
Bromatologia é a ciência que estuda os alimentos. Esta ciência tem como função analisar os 
alimentos de forma detalhada, ou seja, sua composição química, seu valor nutricional, seu 
valor energético, suas propriedades físicas e químicas, quais são seus efeitos no organismo, 
verificar se estes alimentos estão contaminados com elementos tóxicos (arsênio, 
mercúrio, chumbo, etc.), se contém aditivos, e qualquer outra substância que pode alterar a 
qualidade do alimento. 
Não existem alimentos completos, portanto sempre haverá a necessidade de analisá-los e 
suprir a deficiência de um ou outro nutriente requerido pelo animal. Alimento é a substância 
que, quando consumida, garante o ciclo regular da vida de um indivíduo e a sobrevivência da 
espécie à qual pertence. Nutriente é o grupo de constituintes dos alimentos de igual 
composição química que ajuda a manter a vida do animal (ANDRIGUETO et al., 1986). 
O objetivo principal da análise é conhecer a composição química dos alimentos, sua ação no 
organismo, seu valor alimentício e calórico, suas propriedades físicas, químicas, toxicológicas e 
também adulterantes, contaminantes, fraudes, etc. 
A quantidade de nutrientes presentes no alimento (matéria-prima, pastagem, ração, etc.) é 
determinada pela análise bromatológica. 
O resultado de uma análise bromatológica é importante ferramenta para o balanceamento 
correto da dieta dos animais, com maiores respostas em produção de leite, carne, lã ou ovos. 
Conhecer o valor nutricional dos ingredientes possibilita a formulação de dietas que atendam 
“exatamente” as necessidades da espécie, minimizando gastos excessivos. 
 
� Classificação da análise de alimentos 
Controle de qualidade 
• Verificar a matéria-prima que chega como o produto acabado que sai de uma 
indústria, além de controlar os diversos estágios do processamento. 
• Utilização de métodos instrumentais. 
 
Fiscalização 
• É utilizada para verificar o cumprimento da legislação, através de métodos analíticos 
que sejam precisos e exatos e, de preferência, oficiais. 
 
 
Pesquisa 
• É utilizada para desenvolver ou adaptar métodos analíticos exatos, precisos, sensíveis, 
rápidos, eficientes, simples e de baixo custo na determinação de um dado 
componente do alimento. 
 
Os alimentos são compostos por água e matéria seca. Quando submetidos à ação do calor por 
um determinado período de tempo a água evapora, restando a matéria seca. Nesta, estão 
contidos os compostos nitrogenados (proteínas), lipídeos, carboidratos e minerais. 
Podemos classificar os alimentos como volumosos e concentrados. São considerados 
volumosos aqueles cujo teor de fibra encontra-se acima de 18%, além de apresentarem baixo 
conteúdo energético. Os alimentos concentrados dividem-se em dois grupos: os concentrados 
energéticos, que têm teores de fibra e proteína bruta menores que 18%, e os concentrados 
proteicos são aqueles cujo teor de proteína bruta excede 18%. Os concentrados apresentam 
alto valor energético (LANA, 2005). 
O conjunto de propriedades apresentadas por um alimento relaciona-se diretamente com a 
qualidade e quantidade dos constituintes químicos presentes no mesmo. Nos alimentos de um 
modo geral, os constituintes químicos podem ser agrupados em duas categorias: 
a) Constituintes básicos ou nutritivos: 
• Água 
• Carboidratos 
• Gorduras 
• Proteínas 
• Minerais 
• Vitaminas 
 
b) Constituintes secundários 
• Enzimas 
• Ácidos orgânicos 
• Compostos voláteis 
• Pigmentos 
• Pectinas 
• Substâncias aromáticas, etc. 
 
Essas substâncias são responsáveis pelas características nutritivas e/ou sensoriais dos 
alimentos, atuando de modo diverso, como pode ser visualizado no quadro abaixo. 
 
 
 
Algumas substâncias são chamadas “acessórios” e são importantes na organização dos 
sistemas biológicos, tais como: 
• Enzimas 
• Vitaminas 
• Sais minerais 
• Hormônios 
 
� Métodos de Análise dos alimentos 
As análises clássicas comumente feitas visam obter as seguintes informações sobre os 
alimentos: Matéria Seca (MS), Proteína Bruta (PB), Fibra em Detergente Neutro (FDN), Fibra 
em Detergente Ácido (FDA), Extrato Etéreo (EE), Cinza ou Matéria Mineral (MM), 
Digestibilidade in vitro da MS (DIVMS). Tais componentes, na realidade, não são compostos 
quimicamente definidos, mas sim, grupos de compostos químicos, como, por exemplo, o 
termo PB, que realmente inclui vários compostos químicos, sendo os mais comuns os 
aminoácidos. Da mesma forma, o termo EE inclui não apenas triglicerídeos, mas também 
outros compostos solúveis em éter. Existem três métodos: Método de Weende, Esquema de 
Van Soest e Nirs. 
 
• Método de Weende 
Por esse método é que se tem a análise proximal dos alimentos, desde 1864. O Sistema de 
Weende, também chamado Sistema de Análise Proximal, foi criado por Henneberg em 1860, 
na Weende Experimental Station, na Alemanha. As técnicas ainda são quase as mesmas com 
exceção do nitrogênio, que é feito segundo o método de Kjeldahl (AOAC, 1984). 
As análises laboratoriais visam separar os componentes dos alimentos em frações de 
digestibilidade e metabolização previsíveis, a um custo analítico baixo e utilizando métodos 
rápidos. 
Análises laboratoriais devem ser utilizadas para dar uma ideia aproximada do valor nutricional 
de determinada dieta, que é a mistura de todos os ingredientes oferecidos a um animal. 
Este método de avaliação consiste em fracionar o alimento em água, matéria seca (MS), cinzas 
(MM), proteína bruta (PB), fibra bruta (FB), extrato etéreo (EE) e extrativos não nitrogenados 
(ENN). 
 
 
I. Água – Separação da umidade e determinação da matéria seca: secagem dos 
alimentos em estufa (100°C), durante 24h. 
O conteúdo em água da amostra é determinado por diferença entre o peso da amostra 
antes e após a secagem. 
 
II. Matéria Mineral (cinzas) e Matéria Orgânica – extraída da matéria seca: submetendo 
a matéria seca a 550°C, durante 4h, parte do alimento se queima e se volatiliza, 
restando um resíduo que é chamado de matéria mineral ou cinzas. A parte que entra 
em combustão é a matéria orgânica do alimento. 
O conteúdo em matéria orgânica da amostra é determinado por diferença entre o peso da 
amostra antes e pós-secagem. 
 
III. Extrato etéreo (Gordura bruta) – extraída da matéria orgânica: extração a quente com 
éter-soxlet. 
A gordura bruta representa a porção lipídica de alta densidade energética dos alimentos. 
 
IV. Fibra Bruta – extraída do resíduo proveniente da gordura bruta: primeiro lava-se em 
solução ácida, em seguida em solução alcalina, a matéria orgânica que permanece no 
resíduo é a fibra bruta. 
A fibra bruta representa a parte menos digestível do alimento. Inclui: 
� Hemicelulose 
� Celulose 
� Pectina 
� Lignina 
 
V. Proteína Bruta – é calculada a partir do conteúdo em Nitrogênio total: método de 
Kjeldahl. 
Proteína Bruta = NKjeldahl x 6,25. Inclui: 
� Proteína verdadeira 
� Aminas 
� Aminoácidos 
� Peptídeos 
� Purinas 
� Ácidos Nucleicos 
 
***Cada 100g de proteína tem 16g de Nitrogênio 
 
Carboidratos: as informações sobre os carboidratos (extrativo não nitrogenado - ENN), é 
calculada por diferença, onde se subtrai de 100 os valores encontrados nos demais 
componentes analisados, ou seja: 
ENN = 100 - UM% - MM% - EE% - FB% - PB% = CHO% 
 
A determinação da Matéria Seca (MS) é o ponto de partida da análise dos alimentos. Ë de 
grande importância, uma vez que a preservação do alimento pode depender do teor de 
umidade presente no material e, além disso, quando se compara o valor nutritivo dedois ou 
mais alimentos, temos que levar em consideração os respectivos teores de matéria seca. 
 
• Esquema de Van Soest 
Levando-se em consideração a solubilização de certos componentes da fibra nos reagentes 
utilizados, o sistema de Weende foi considerado insatisfatório do ponto de vista nutricional 
por não oferecer segurança sobre os carboidratos, daí a importância da criação de um novo 
método de análise criado por Van Soest e Wine, em 1967, para a determinação da fibra em 
sistema onde são utilizados os detergentes neutro e ácido para a solubilização da parede 
celular das forrageiras. 
No método de Van Soest, os referidos autores fracionaram a fibra bruta em fibra em 
detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA), e estabeleceram que a planta é 
dividida em duas porções: conteúdo celular e parede celular. Compreende as frações solúveis 
em detergente neutro e detergente ácido: 
 
 
 
I. Lavagem da matéria seca em solução neutra = FDN 
II. Lavagem em solução ácida = FDA 
 
Após as lavagens classificou as frações forrageiras de acordo com as características 
nutricionais: 
• Conteúdo Celular = FDN – parte solúvel em detergente neutro, formado 
principalmente por proteínas, gorduras, carboidratos solúveis, pectina, e outros 
constituintes solúveis em água. Quanto menor o FDN, maior será o consumo de 
matéria seca. 
� Açúcares; 
� Proteínas; 
� Lipídeos; 
� Carboidratos; 
� Pectina. 
 
• Conteúdo de Parede Celular = FDA – parte insolúvel em detergente neutro, constituída 
basicamente de celulose, hemicelulose, lignina, proteína danificada pelo calor, 
proteína da parede celular e minerais. Quanto maior o FDA, menor a digestibilidade da 
fibra. 
� Hemicelulose; 
� Celulose; 
� Lignina. 
 
• Nirs 
Interação entre o método de Weende e o esquema de Van Soest através do Espectroscópio de 
Reflectância no Infravermelho Próximo. 
O espectroscópio de refletância no infravermelho próximo (NIRS) é constituído de uma câmara 
de leitura ótica e de um software para tratamentos matemáticos que, por meio de curvas 
espectrais dentro da faixa do infravermelho (700-2.500 nanômetros), gera equações para 
estimar valores de qualidade. Aliado a um software estatístico, permite a identificação, 
qualificação e quantificação de compostos orgânicos nos alimentos. 
Para se obter sucesso na utilização desta tecnologia é necessário seguir alguns passos como: 
seleção das amostras, aquisição dos dados, leitura espectral, tratamento matemático, 
determinação das equações, validação e, finalmente, rotina analítica (Shenk & Westerhaus, 
1994). 
O Que É NIRS? 
Espectroscopia de refletância no infravermelho próximo (NIRS) é uma técnica analítica que usa 
uma fonte de luz produtora de comprimento de onda conhecido (normalmente 700–2500 nm), 
o que permite a obtenção de um quadro completo da composição orgânica de uma substância 
ou material analisado (Van Kempen, 2001). A técnica baseia-se no princípio de que diferentes 
ligações químicas na matéria orgânica absorvem ou emitem luz de comprimentos de onda 
diferentes quando a amostra é irradiada. Hoje em dia, o NIRS é amplamente e prosperamente 
usado em muitos campos diferentes como na medicina, no controle de qualidade e também 
nas análises de alimentos e rações. 
 
 
 
Vantagens: análise rápida; isento de reagentes. 
Desvantagens: calibração (dados). 
 
� Granulometria da dieta 
A determinação da granulometria de moagem dos alimentos, principalmente das sementes de 
milho e soja, é bastante importante na fabricação de rações balanceadas. Sabe-se que a 
digestibilidade da ração é bastante influenciada pelo tamanho das partículas dos alimentos 
que a constitui. 
 
- Tamanho da partícula dos ingredientes (DGM – diâmetro geométrico médio); 
- Quanto menor a partícula, maior a facilidade digestória que está ligada a homogeneização da 
dieta. 
2. Agrostologia Aplicada 
Agrostologia é a ciência que estuda as plantas forrageiras. A grande maioria das forrageiras 
está incluída em duas famílias botânicas que são: Gramíneas e leguminosas. 
 
� Gramíneas 
As gramíneas pertencem ao Reino vegetal, divisão angiospermae, classe monocotiledoneae e 
ordem gramínelas. As mesmas estão agrupadas em 600 gêneros e 5000 espécies; 75% das 
forrageiras são desta família, que constitui no verdadeiro sustentáculo da sobrevivência 
universal, onde são incluídas as ervas designadas pelos nomes de capins e gramas. O porte é 
muito variável, indo desde as rasteiras (gramas), passando pelas de porte médios (capins), até 
as de porte alto (milho, sorgo etc.). São utilizadas na forma de pastagens, fenos ou silagens. 
As características morfológicas de seus órgãos são: 
� Raiz: fasciculada; 
� Caule: nós; 
� Folha: invaginante; 
� Inflorescência: panícula; 
� Fruto: preso no pericarpo (envolve a semente); 
� Crescimento: cespitoso (vertical) e/ou estolonífero (horizontal). 
 
Campos de gramíneas são mais difíceis de serem trabalhados. Toda fórmula de ração contém 
gramíneas. Ex: milho. 
Principais Gramíneas: 
� Panicum maximum (Capim colonião); 
� Digitaria decumbens (Capim pangola); 
� Melinis minutiflora (Capim gordura); 
� Pennisetum purpureum (Capim elefante); 
� Chloris gayana (Capim rhodes); 
� Cynodon dactilon (Coast-cross); 
� Cynodon nlemflüensis x C. dactilon (Tifton); 
� Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha; 
� Lolium multiflorum (Azevém); 
� Avena sativa (Aveia); 
� Secale cereale (Centeio); 
� Hordeum vulgare (Cevada); 
� Zea mays (Milho); 
� Sorgum vulgare (Sorgo); 
� Saccharum officinarum (Cana-de-açúcar). 
As gramíneas tem menor exigência para se desenvolver, maior produtividade de matéria seca 
e menor valor nutricional. 
� Leguminosas 
Reino vegetal, divisão angiospermae, classe dicotiledonea e ordem rosales. Porte variável, 
onde as utilizadas como forrageiras são herbáceas, muito ricas em proteína. As características 
morfológicas de seus órgãos são: 
� Raiz: pivotante; 
� Caule: com e/ou sem tecido lenhoso (madeira); 
� Folha: composta (gemas caulinares); 
� Inflorescência: panícula; 
� Fruto: vagem; 
� Crescimento: cespitoso (vertical). 
 
 
 
Morfologia externa do caule quanto ao desenvolvimento: 
� Ervas: caule com pouco ou nenhum tecido lenhoso – Herbáceo. 
 
 
 
� Arbustos: caule ramificado desde a base – Arbustivo. 
 
 
� Árvores: caules lenhosos, porte avantajado (tronco) – Arbóreo. 
 
 
 
Principais Leguminosas: 
� Glycine max (Soja); 
� Leucaena leucocephala (Leucena); 
� Medicago sativa (Alfafa); 
� Lotus corniculatus (Cornichão); 
� Trifolium repens (Trevo branco); 
� Arachis pintoi (Amendoim forrageiro). 
 
As leguminosas tem maior exigência para se desenvolver, menor produtividade de matéria 
seca e maior valor nutricional. 
 
� Lavouras 
O ciclo diz respeito ao tempo de vida das plantas numa pastagem. Divide-se em anuais, são as 
que duram menos de um ano, e perenes, as que duram vários anos. Esta classificação é 
regional, uma mesma espécie pode ser selecionada como anual numa localidade, e perene em 
outra. 
Anuais: são plantas que germinam, desenvolvem e reproduzem em menos de um ano, e 
priorizam a produção de sementes para atravessam períodos desfavoráveis. Ocorrem, 
normalmente, em áreas de campo alteradas por distúrbios naturais (seca, geada, erosão) ou 
causados pelos homens (lavração, fogo, superpastejo, uso de herbicidas). 
Ex: milho, aveia, azevém, soja, etc. 
Perenes: são plantas que sobrevivem por vários anos, em geral apresentam um crescimento 
inicial mais lento, priorizando a acumulação de reservas. Geralmente produzem menos 
sementesque as espécies anuais, e estas são indispensáveis para a renovação da pastagem em 
períodos extremamente desfavoráveis como secas prolongadas. 
Ex: cana, colonião, alfafa, cornichão, etc. 
 
� Pastejo 
A pastagem é a fração mais econômica da alimentação dos herbívoros, pois, além de ser 
produzida na própria fazenda, não precisa ser colhida, sendo consumida diretamente pelos 
animais. 
As pastagens tropicais, devido a maior quantidade de energia luminosa, a sua distribuição e a 
própria fisiologia (capacidade fotossintética, etc. das espécies forrageiras são, praticamente, 
duas vezes mais produtivas que as pastagens de clima temperado (Cooper,1970). 
Pastos bem formados, em solos férteis, fornecem proteína, energia, minerais e vitaminas em 
proporções adequadas à nutrição dos herbívoros. 
Por definição, pastagens são áreas cobertas por vegetação nativa ou plantas introduzidas e 
adaptadas, que são utilizadas para pastoreio dos animais. Se “naturais”, não houve alteração 
da vegetação original e, se “artificiais” ou cultivadas, são de espécies adaptadas e bom 
rendimento, introduzidas pelo homem. 
Nas áreas onde as pastagens são cultivadas, alguns procedimentos para sua formação e 
manutenção se faz necessários. Entre estes procedimentos temos o preparo do terreno, o 
manejo e o melhoramento das pastagens. 
A escolha de boas forrageira, adaptadas à região, é fundamentalmente para o êxito da 
implantação de pastagens artificiais. Os critérios relacionados às características agronômicas 
das forrageiras ( potencial produtivo, persistência e adaptação a fatores bióticos, climáticos e 
edáficos, hábitos de crescimento, etc...), somados às de qualidade, infraestrutura da 
propriedade e às condições do fazendeiro, poderão orientar os técnicos e proprietários na 
escolha das forrageiras ( Corsi, 1976). 
 
 
 
• Sistemas de pastejo 
Com a evolução da pecuária, a forma de manejar as pastagens tomando grande impulso 
tecnológico, originando diferentes sistemas de pastejo, cujos objetivos principais almejados 
eram: 
� Proporcionar ao gado alimentação mais regular e nutritiva durante o ano todo; 
� Aumentar o rendimento forrageiro por unidade de área; 
� Reduzir a degradação; 
� Conservar a fertilidade do solo. 
O ambiente, caracterizado por solo e clima, tem grande influência sobre o crescimento, 
desenvolvimento e, consequentemente, sobre a produção de plantas forrageiras (McKenzie et 
al., 2002). 
Pastejo Contínuo: ainda muito utilizado entre nós, principalmente nas grandes criações 
extensivas. Caracteriza-se, pela existência de apenas uma pastagem, que é utilizada de forma 
contínua durante o ano todo e os anos consecutivos. A lotação é fixa e os animais não saem 
para que haja um descanso (recuperação) da mesma. Possui muitas desvantagens, dentre as 
quais se destacam: 
� Possibilita um pastejo seletivo (as plantas palatáveis desaparecem) e irregular; 
� Provoca o desaparecimento de várias espécies forrageiras, talvez as melhores ou 
então as mais palatáveis, por não conseguirem elas se desenvolver e reproduzir; 
� Favorece a entrada de plantas invasoras; 
� Há enfraquecimento da pastagem pela degradação ou degeneração de certas espécies 
forrageiras; 
� Há aumento de pragas vegetais devido ao mau pastoreio e acúmulo de esterco em 
certos locais; 
� Favorece o desenvolvimento de ectoparasitas, como bernes e carrapatos; 
� Diminui a capacidade de lotação por unidade de área 
 
Pastejo Rotacionado: caracteriza-se pela utilização mais intensiva das pastagens. Nela a área 
de pastagem e dividida em parcelas, sendo cada parcela pastoreada periodicamente. O 
número de parcelas é bem superior e o gado passa sucessivamente em cada uma até retornar 
a primeira, já suficientemente descansada, portanto apta a receber novamente os animais. O 
tempo de pastoreio e a carga de cada parcela são regulados pelo próprio crescimento das 
forrageiras. 
É um sistema de pastoreio aplicado quase que exclusivamente para pastagens cultivadas, em 
condições climáticas favorável, impondo um máximo de aproveitamento. 
Trata-se, com este método, de aumentar a capacidade produtiva das forrageiras, pela 
restauração da fertilidade do solo, pelos cuidados constantes dispensados à pastagem e pelos 
métodos racionais de aproveitamento das forrageiras, no pastoreio ou no corte. A vantagem 
deste processo de pastoreio reside na utilização total da produção forrageira da cada parcela, 
sempre em estado vegetativo novo, época as plantas são muito mais nutritivas e palatáveis, 
além disso, a rotação de piquetes quebra os ciclos de ectoparasitas. 
 
 
 
Pastejo rotativo racional (Voisin): Uma forma aperfeiçoada desse tipo de pastoreio é o 
pastoreio racional de A. Voisin, médico veterinário que, após estudos experimentais em sua 
fazenda na Normandia, passou a ser recomendado no mundo inteiro. Esse sistema caracteriza-
se por uma intensa rotação das parcelas, obedecendo às exigências do animal e da planta. 
O número de parcelas é variável e o gado deve estar separado em categorias, como: vacas com 
cria e em gestação, animais em crescimento e gado solteiro, que ocupam sucessivamente cada 
parcela, na ordem mencionada acima, por tempo limitado, até que toda a forragem seja 
consumida sem prejuízo da rebrota. As parcelas deverão Ter dimensões e rendimento 
forrageiro iguais e o equilíbrio da produção durante o ano é conseguido através de adubação 
nitrogenadas para apressar o crescimento do capim (Voisin). 
 
3. Conservação de Forragens na Nutrição Animal 
A conservação de forragens é um componente chave em muitos sistemas de produção animal 
naquelas regiões em que alguma época do ano o crescimento do pasto é muito lento ou quase 
nulo. 
A conservação de forragens na forma de feno e, ou, silagem, como estratégia de manejo das 
pastagens, tem se destacado como técnica capaz de possibilitar a exploração da elevada 
produtividade das forrageiras nas regiões de clima tropical. 
Ensilagem e fenação são processos usuais de conservação de forragem nas diferentes regiões 
do mundo. Ambos os processos proporcionam nutrientes para os animais, quando ocorre 
inadequado suprimento de forragem nas pastagens, e são importantes fontes de suplemento 
alimentar para sistemas de alimentação em confinamento, tanto de rebanhos leiteiros como 
de corte e, em menor proporção, para animais em pastejo. 
A maior parte das perdas de matéria seca, em sistemas que usam silagem, ocorre na fase de 
armazenamento, enquanto que, naqueles sistemas que adotam feno, estas ocorrem 
normalmente durante a colheita. Em regiões com alta precipitação pluvial e pobres condições 
de secagem da planta, a ensilagem é o método de conservação de forragem predominante. O 
feno, devido ao seu baixo conteúdo de água, é mais adequado para transporte a longas 
distâncias, sendo uma importante fonte de renda aos produtores. 
Na escolha do método de conservação, deve-se levar em consideração: 
� Preservação eficiente dos nutrientes da cultura, 
� Espécie forrageira adequada às condições climáticas locais, 
� Instalações, equipamentos e custos de mão-de-obra, associados com cada método, 
� Espécie animal ou comercialização de forragem. 
 
Acrescenta-se, ainda, que algumas culturas são mais adequadas a determinado método de 
colheita/conservação. Por exemplo, o capim-elefante (Pennisetum purpureum, Schum.) é mais 
adequado para ensilagem, dado ao seu colmo grosso, que dificulta sua secagem para produção 
de feno. 
Durante a conservação, duas medidas básicas devem ser tomadas: 
� Evitar a atividade de enzimas das células da forragem. 
� Evitar a ação de agentes externos: bactérias, mofos, leveduras, insetos, roedores, etc. 
 
• CapineiraForragem conservada mantendo as características nutricionais in natura. É uma das 
alternativas frequentemente usadas pelos produtores, para produção de forrageira de corte. A 
produção e o valor nutritivo de forrageiras de corte dependem de vários fatores, entre os 
quais o tipo de forrageira (espécie ou variedade), as condições climáticas e de solo, e o manejo 
de corte, especialmente à idade da rebrota. 
A capineira deve ser plantada às proximidades do local de fornecimento aos animais (estábulo, 
curral, etc.), para facilitar o transporte e as operações de manutenção, diminuindo os custos. 
Os solos mais recomendados são os bem drenados e profundos, evitando-se aqueles 
excessivamente arenosos ou pedregosos. 
A forrageira escolhida deve ser adaptada ao clima e ao solo do local e apresentar uma 
produção forrageira de alta qualidade, inclusive na estação seca. Entre as gramíneas de corte 
mais plantadas na formação de capineira, destacam-se os capins elefante, napier e cameron 
(Pennisetum purpureum). O cameron tem as linhagens verde ou roxo. São plantas de porte 
alto e robusto, com folhas de mais de 1 m de comprimento e 5 cm de largura, em média. O 
cameron é a mais plantada, por sua alta produção de forragem de razoável valor nutritivo, 
quando devidamente manejada (Veiga et al.1988). 
A área da capineira vai depender da forrageira e do número de vacas a serem suplementadas. 
Atenderá 25% do consumo diário das vacas (a pastagem fornecerá os 75% restantes). 
 
• Fenação 
É o processo de produção de feno, através da desidratação parcial da planta forrageira. 
A fenação utiliza-se da desidratação ou secagem da forragem, que aumenta a pressão 
osmótica e diminui a “atividade de água” do material, mantendo um teor de umidade de 12 – 
12,5%. 
Durante o processo de fenação, a forragem verde é cortada e seca tão rapidamente quanto 
possível. A secagem pode fazer-se naturalmente (exposição ao sol, no chão, arejando a 
forragem regularmente, virando-a) ou artificialmente por circulação de ar forçada. A secagem 
ao sol necessita de 2 ou 3 dias sem chuva. O feno deve ser guardado em condições 
apropriadas (área coberta). Se, durante a colheita, a erva amadureceu e já está seca antes do 
corte, não é feno, mas sim palha. 
Vantagens: 
� Versatilidade (técnica); 
� Mecanizável (implementosagrícolas); 
� Comercializável (R$/fardo); 
� Armazenamento (longosperíodos). 
 
Qualidade do Feno: 
� Maior porcentagem de folhas; 
� Coloração verde; 
� Hastes finas e flexíveis; 
� Isento de substâncias indesejáveis; 
� Palatável e digestível; 
� Atender as exigências nutricionais. 
 
O feno é dependente da meteorologia. 
 
• Ensilagem 
Ensilagem é a preservação de forragens em um meio ácido livre de oxigênio. O processo básico 
de ensilagem consiste em abaixar o pH da forragem, de 6,5 para menos de 4,0, através da 
conversão de açúcares a ácidos, principalmente ácido láctico, através do desenvolvimento das 
bactérias lácticas. 
A maior parte dos materiais “biológicos” pode ser conservada pela ensilagem, entre eles, 
plantas forrageiras, subprodutos e resíduos da agroindústria. A qualidade da silagem irá 
depender da qualidade da matéria prima utilizada, principalmente da sua “ensilabilidade”, do 
uso eventual de aditivos e do manejo da ensilagem. 
A composição química e microbiológica das forragens (resíduos e subprodutos) têm grande 
efeito sobre a sua ensilabilidade. Os componentes mais importantes são: 
� Teor de umidade 
� Quantidade e qualidade dos carboidratos 
� Teor de proteínas 
� Poder tampão 
� População de microorganismos epífitos 
 
Vantagens: 
� Independe do clima; 
� Mecanizável; 
� Larga escala; 
� Palatável. 
 
Desvantagens: 
� Limitação (local); 
� Consumo rápido; 
� Chorume. 
 
Evolução cinética do processo fermentativo: 
 
Uma silagem de qualidade pode ser feita em 21 dias. 
 
• Pré-secado 
Forragem embalada com polipropileno. Nos pré-secados a conservação se dá por meio da 
fermentação anaeróbica dos carboidratos solúveis presentes na forragem. Após esse processo 
ocorre a redução do pH, que associado a manutenção da anaerobiose é responsável pela 
conservação da forragem. Na produção de pré-secados, a forragem é enfardada com conteúdo 
de matéria seca próximo a 60%, com posterior revestimento dos rolos com filme plástico 
obtendo-se os bags. Por se tratar de um volumoso fermentado, os pré-secados estão sujeitos á 
deterioração aeróbica após a abertura dos bags.

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