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Capacidades Motoras

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Universidade Católica do Salvador – Treinamento Desportivo – Prof. Marcelo Affonso 
QUALIDADES FÍSICAS OU CAPACIDADES MOTORAS? 
O papel de qualquer Comissão Técnica competente e responsável, é verificar quais os métodos 
de treinamento que deverão ser utilizados no processo de treino. Estes objetivos devem ser 
fundamentados numa lógica científica, com base nos conhecimentos téoricos do Treinamento 
Desportivo, da Fisiologia do Exercício e da Biomecânica. Convém ressaltar que na literatura disponível, 
infelizmente ou felizmente, ainda divergem nas classificações, definições, cada uma seguindo um 
critério organizacional, apesar de que, na maioria das vezes esbarram no final em um mesmo raciocínio 
metodológico. No Brasil, a mais conhecida e usada, foi apresentada por Gomes Tubino (1979) a partir de 
uma concepção da Escola de Educação Física do Exército, que foi adaptada por Dantas (2003), onde 
existe uma apreciação das Qualidades Físicas ou tambem chamadas de Capacidades Físicas ou mesmo 
Valências Físicas, sendo divididas em: 
- Qualidades de Forma Física: Prepoderantemente desenvolvidas e obtidas por meio de treinamento. 
- Qualidades de Habilidades Motoras: Qualidades Inatas, normalmente derivadas da combinação de 
mais de uma qualidade de forma física. 
 A tabela abaixo apresenta os parâmetros da forma física e das habilidades motoras, sugerida 
por Dantas (2003): 
QUALIDADES DE FORMA FÍSICA QUALIDADES DE HABILIDADE MOTORA 
Força Dinâmica Coordenação 
Força Estática Descontração Total 
Força Explosiva Descontração Diferencial 
Resistência Aeróbia Agilidade 
Resistência Anaeróbia Velocidade de Reação 
Resistência Muscular Localizada Velocidade de Movimento 
Flexibilidade Estática Equilíbrio Estático 
Flexibilidade Dinâmica Equilíbrio Dinâmico 
 Equilíbrio Recuperado 
 Para se poder identificar as qualidades físicas intervenientes em um desporto, necessita-se 
saber o que significa, exatamente, cada uma delas. A definição de cada valência é a seguinte: 
Força Dinâmica: Tipo de qualidade na qual a força muscular se diferencia da resistência produzindo 
movimento. 
Força Estática: Ocorre quando a força muscular se igulaa à resistência não havendo, portanto, 
moviemento. 
Força Explosiva (ou Potência): É a conjugação da força com a velocidade; pode-se apresentar com 
predominância de força (exemplo: levantamentos olímpicos) ou com preponderância de velocidade 
(exemplo: arremesso de dardo). Não é classificada como qualidade física derivada, por apresentar 
especificidade na metodologia de treinamento. Tem uma participação tão importante nos desportos 
que a habilita a ser considerada dentre as qualidades da forma física. 
Resistência Aeróbia: É aquela cuja principal caracterísitica é apresentar uma intensidade pequena e um 
volume grande, ou seja, um longo tempo de execução da atividade. É de manifestação global do 
organismo. 
Universidade Católica do Salvador – Treinamento Desportivo – Prof. Marcelo Affonso 
Resistência Anaeróbia: É aquela observada na realização de exercícios de alta intensidade e por 
consequência, de pequena duração. Ocorre também de forma sistêmica. 
Resistência Muscular Localizada (RML): Observa-se ao nível muscular ou de grupo muscular e refere-se 
à capacidade deste grupo ou músculo de suportar repetidas contrações. 
Flexibilidade: Qualidade Física expressa pela maior amplitude possível do movimento voluntário de uma 
articulação ou combinações de articulações num determinado sentido, dentro dos limites morfológicos 
e sem provocar lesão. 
Coordenação: Capacidade de realizar movimentos de forma ótima, com o máximo de eficácia e de 
economia de esforços. Mente e corpo propiciando a combinação motora que permitirá a realização de 
uma série de movimentos com o máximo de eficiência e economia. 
Descontração Total: Quando o relaxamento da musculatura esquelética acontece em nível global. 
Descontração Diferencial: Quando o relaxamento da musculatura ocorre durante o movimento. Nesta 
situação pode-se observar o músculo agonista realizando um trabalho, ao passo que o antagônico se 
encontra descontraído. Essa qualidade física é, basicamente, fruto de uma conscientização motórica. 
Agilidade: Valência Física que possibilita mudar a posição do corpo ou a direção do movimento no 
menor tempo possível. 
Velocidade de Reação: Observada entre um estímulo e uma respota correspondente (exemplo: tiro e 
partida). 
Velocidade de Movimento: Expressa pela rapidez de execução de uma contração muscular. 
Equilíbrio Dinâmico: É aquele mantido durante o movimento. 
Equilíbrio Estático: É o observado em repouso. 
Equilíbrio Recuperado: É o que se situa no ponto em que ocorre a transição entre o repouso e 
movimento, ou o movimento e o repouso. 
Obs.: Pode-se denominar de qualidades físicas derivadas, oriundas da combinação de mais de uma 
qualidade, como por exemplo: 
a) VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO= Velocidade de Movimento + Flexibilidade Dinâmica 
(Amplitude de Passada) 
b) RESISTÊNCIA DE VELOCIDADE= Velocidade de Movimento + Resistência Anaeróbia 
c) RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA (R.M.L)= Força Dinâmica + Resistência Anaeróbia 
 Oriundo de uma literatura mais atual, Barbanti (2010), seguindo o estudo do alemão Gundlach 
(1968), utiliza o termo “Capacidades Motoras”, para substituir a universalmente usada “Qualidades 
Físicas” e para definir didaticamente os conceitos básicos do movimento na Educação Física e no 
Esporte. O mesmo define “Capacidades” como elementos essenciais para o rendimento motor, 
indicando uma medida de potencial, ou seja, qualquer atleta nasce com uma certa quantidade 
determinada geneticamente, que irá influenciar diretamente no desempenho individual, mas ainda um 
valor modelável e treinável. Quando vemos um movimento, como por exemplo o ataque no voleibol, 
observamos mudanças de posição no espaço e no tempo produzidas pela aplicação de forças, mas não 
vemos força nem velocidade; o que observamos é o aspecto exterior do movimento. 
Universidade Católica do Salvador – Treinamento Desportivo – Prof. Marcelo Affonso 
Porém a “Habilidade”, é uma forma de movimento específico, como tocar piano, dançar, sendo 
dependente de experiências anteriores e da automotização com a repetição do gesto, ela precisa ser 
aprendida e desenvolvida. Magill (1989) definiu habilidade motora como um “ato ou tarefa que requer 
movimento e deve ser aprendido a fim de ser executado corretamente”. Uma Técnica Esportiva é uma 
habilidade motora! Singer (1977) definiu habilidade motora como um “ ato específico, um movimento 
preterminado”. Ou seja, a habilidade é desenvolvida por meio da prática e depende de capacidades 
subjacentes. Para que qualquer atividade motora possa ser executada com êxito, necessita-se das 
capacidades motoras, e, no esporte, o desenvolvimento do rendimento está intimamente ligado ao 
desenvolvimento das diferentes capacidades motoras. Em 1968, Gundlach propôs uma classificação que 
as divide em 2 grupos fundamentais: as capacidades condicionais e as capacidades coordenativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPACIDADES MOTORAS 
CAPACIDADES 
CONDICIONAIS 
CAPACIDADES 
COORDENATIVAS 
RESISTÊNCIA: 
- Aeróbia 
- Anaeróbia 
 
 
 
FORÇA: 
- Máxima 
- Rápida 
- Resistência 
 
 
 
 
VELOCIDADE: 
- Reação 
- Locomoção ou Cíclica 
- Execução ou Acíclica 
 
 
 
 
FLEXIBILIDADE: 
- Estática 
- Dinâmica 
 
 
Diferenciação Sensorial 
SCOORDENATIVAS 
 Observação 
 Representação 
 Antecipação 
 Ritmo 
 Coordenação Motora 
 Controle Motor 
 Reação MotoraExpressão Motora 
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CAPACIDADES CONDICIONAIS 
 São fundamentadas na eficiência do metabolismo energético. Elas são determinadas pelos 
processos que conduzem à obtenção e à transformação de energia, isto é, pelos processos metabólicos 
nos músculos e sistemas orgânicos. Elas são basicamente três: a capacidade de força, a capacidade de 
resistência e a capacidade de velocidade. 
 A flexibilidade também foi classificada como uma capacidade motora condicional, apesar de 
não seguir corretamente as regras desta classificação, mas isto ainda é motivo de discussão. O mesmo 
acontece com a capacidade de velocidade, que é classificada como capacidade motora condicional, mas 
que também depende fundamentalmente dos processos do sistema nervoso central, sendo portanto, 
para alguns autores, uma capacidade intermediária entre condicional e coordenativa. 
FORÇA MOTORA 
 Quando se usa o conceito de força na educação física e no esporte, precisa-se distinguir a força 
como grandeza física e a força como capacidade de executar movimentos. 
Como Grandeza Física: 
Segundo a lei de Newton (F=m.a), tendo como unidade de medida da força, o Newton(N), que 
equivale a uma força constante que produz a aceleração de 1kg de massa em 1 segundo, desde o estado 
de repouso até a velocidade de 1m/s. 
Como Capacidade Motora: 
 Se o conceito de força se referir ao movimento, pode-se distinguir a Força Interna, produzida 
pelos músculos e tendões, e a Força Externa, que age externamente ao corpo humano, por exemplo, a 
gravidade, o atrito, a resistência do ar, a oposição exercida por adversário ou um peso que se queira 
levantar. 
“Força é a característica humana com a qual se move uma massa (o próprio corpo, ou um implemento 
esportivo), sua capacidade de dominar ou reagir a uma resistência (oposição) pela ação muscular” 
(Meusel,1969). 
 Existem vários conceitos, definições para a força motora, porém, há pelo menos o consenso de que ela 
é conseqüência de uma interação complicada entre elementos neuromusculares, Enoka,1988 
caracterizou estes elementos como Fatores Neurais, Musculares e Mecânicos. 
Fatores Neurais: Ativação Seletiva de Unidades Motoras, Sincronização, Ativação Seletivas dos 
Músculos, Freqüência aumentada de descarga dos impulsos nervosos, aumento do reflexo potencial, 
recrutamento aumentado de unidades motoras e aumento da co-contração dos antagonistas. 
Fatores Musculares: Tamanho dos músculos, representado pela área transversal e pelo comprimento 
do músculo. 
Fatores Mecânicos: A força exercida sobre uma sobrecarga depende do torque que atua no sistema, 
especialmente o torque muscular, os fatores mecânicos incluem os momentos e as alavancas associadas 
com as diferentes forças. 
 Universidade Católica do Salvador – Treinamento Desportivo – Prof.Marcelo Affonso 
FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DA FORÇA 
 A literatura recomenda a subdivisão da força motora em Força Máxima, Força Rápida e Força 
Resistente (ou Resistência de Força). Todas elas dependem, em grande medida, do potencial de força 
disponível, ou seja, da Força Máxima. Por exemplo, as pessoas “normais” (não submetidas a 
treinamento) só são capazes de ativar voluntariamente cerca de 70% do potencial de força disponível, 
que é chamada de Força Absoluta. A força que não é ativada voluntariamente chama-se reserva 
autônoma, e o limite de força alcançável voluntariamente denomina-se limiar de mobilização. Estas 
reservas de força podem ser ativadas mediante fatores emocionais (medo, hipnose) ou por 
eletroestimulação. Assim a Força Absoluta é a força que desenvolve um músculo submetido à máxima 
estimulação elétrica e m condições isométricas. 
FORÇA MÁXIMA 
 A teoria do treinamento estabelece distinções dentro da Força Máxima de acordo com os tipos 
de trabalho (o de superar, manter ou ceder a uma oposição) e com os tipos de ações musculares que 
acompanham esses trabalhos (concêntrica, isométrica e excêntrica). 
 Os valores de Força Máxima Concêntrica (Dinâmica) situam-se entre 5 e 20% abaixo dos 
valores de Força Máxima Isométrica (Estática). Quanto maior o estado de treinamento e do nível de 
força, menor a diferença entre a Força Máxima Concêntrica e a Isométrica. 
 Em resumo, pode-se afirmar que, mediante uma ação voluntária, só é possível mobilizar uma 
parte do total de força disponível, e, com isso, a Força Máxima está condicionada pela parte 
voluntariamente ativável da Força Absoluta. 
A Força Máxima depende da quantidade de massa muscular, da capacidade de ativação da 
vontade e, possivelmente, da qualidade da musculatura. 
 
 
 
Sabe-se que a máxima força que um músculo pode desempenhar é diretamente relacionada à 
sua área transversal, porém há uma correlação muito baixa entre a melhora da força e o tamanho 
muscular. Esta dissociação entre a melhora da força e o tamanho ocorre porque a força não é somente 
uma propriedade do músculo; ao contrário, ela é considerada uma propriedade do sistema motor. 
“A força pode ser aumentada sem nenhuma mudança no tamanho do músculo”...Embora já 
exista uma síntese de proteína após só uma sessão de treinamento de musculação, as mudanças visíveis 
da hipertrofia muscular não são observáveis até a 8ª semana de treinamento (Staron et al., 1994). 
 
 
 
 
CAPACIDADE DE FORÇA MÁXIMA 
 
MASSA MUSCULAR CAPACIDADE DE ATIVAÇÃO DA VONTADE QUALIDADE MUSCULAR 
Universidade Católica do Salvador – Treinamento Desportivo – Prof.Marcelo Affonso 
FORÇA RÁPIDA 
É importante lembrar que as adaptações do treinamento são específicas ao exercício aplicado. 
Um treinamento de força com cargas elevadas, como utilizado pelos fisioculturistas para conseguir 
hipertrofia muscular, resulta na melhora da força máxima, mas sem nenhuma mudança na produção de 
POTÊNCIA MUSCULAR. 
A Força Rápida é a capacidade de produzir força com velocidade ótima. Matin et AL (2001) 
equiparam a Força Rápida com a velocidade de produção de força e sugerem que os rendimentos de 
Força Rápida nos esportes objetivam, acima de tudo, alcançar uma velocidade final máxima sobre uma 
trajetória dada de aceleração. 
Assim, aquisição de Força Máxima com o objetivo de aplicá-la nos esportes não pode ser como 
no treinamento dos fisioculturistas, mas sim da maneira como treinam os levantadores de peso ou os 
praticantes do levantamento básico. 
DIFERENTES MANIFESTAÇÕES DA FORÇA...DIFERENTES TIPOS DE TREINOS... 
 
Como POTÊNCIA MUSCULAR é produto da força pela velocidade e o treinamento causa 
melhora da força (pelo aumento da área transversal das fibras musculares), então este treinamento 
deve resultar numa diminuição da velocidade máxima quando o músculo se encurta. Essa redução da 
velocidade pode ser explicada pela diminuição no comprimento efetivo das fibras musculares. 
A maioria dos esportistas não depende tanto de altas expressões da força, mas de força que 
seja produzida com elevada rapidez. Em que pese sua importância, a Força Rápida apresenta muitas 
discrepâncias e isso, em parte, é devido aos diferentes modelos de explicação que lhe servem de base. 
Inúmeros autores consideram a Força Rápida como capacidade de desenvolver valores elevados de 
força por unidade de tempo, pela qual ela é definida como o quociente obtido pelo valor da força 
máxima e o tempo necessário para atingir esse valor. Esta capacidade também foi chamada de FORÇA 
EXPLOSIVA por Verkhoshanski(1996), Buhrle(1989) e outros que a consideram um componente da força 
rápida. A terminologia americana chama de TAXA DE PRODUÇÃO DE FORÇA, o que significa taxa, 
proporção de desenvolvimento ou produção de força em relação ao tempo. Enquanto a ForçaMáxima 
aumenta com o aumento da sobrecarga (tensão), a Força Rápida é o produto da força pela velocidade, 
portanto, certa combinação dessas variáveis traz seu melhor rendimento. 
No Treinamento Desportivo, fala-se em força rápida quando se trata de acelerar em grande 
medida o próprio corpo, parte dele ou os aparelhos esportivos. A intensidade da aceleração é 
determinada tanto pela força desenvolvida como pela massa do corpo ou do aparelho submetido a tal 
aceleração. Assim, a aceleração (a) equivale a o quociente da força (F) pela massa (m): a=F/m. Então, o 
comportamento da aceleração frente a pesos leves também é determinado pela Força Máxima, com a 
condição de que a Força (f) depende sempre do potencial da Força Máxima. De fato, a força pode ser 
tanto maior quanto maior for a massa. 
 
Universidade Católica do Salvador – Treinamento Desportivo – Prof.Marcelo Affonso 
Durante uma atividade motora, a energia bioquímica obtida pelos sistemas corpóreos, é 
transformada através dos músculos em energia mec ânica e conseqüentemente em energia térmica 
(calor...). A quantidade de trabalho produzido na unidade de tempo somada à quantidade de calor 
desenvolvida corresponde ao RENDIMENTO MUSCULAR FISIOLÓGICO (Martin et al., 2001). Do ponto de 
vista mecânico, TRABALHO é igual ao produto da força aplicada a um corpo pela distância que percorre 
na direção de sua aplicação. 
O trabalho é medido em Newton x metros (N.M) ou em Joules (J). 
W= F x D W= Trabalho; F= Força; D= Distância 
Para o Treinamento Desportivo, é essencial o conceito de POTÊNCIA (Rendimento Mecânico), 
que é o trabalho por unidade de tempo, ou seja, a força multiplicada pela distância dividida pelo tempo. 
P= F x (d/t) P= Potência; D= Distância; T= Tempo 
Como distância(espaço) sobre tempo (d/t) equivale a velocidade, então o rendimento mecânico 
(POTÊNCIA) pode ser definido também como produto da força pela velocidade. A potência se expressa 
em Watts ou Joules/segundo. 
P= F x V P= Potência; F= Força; V= Velocidade 
 O produto da força pelo tempo (F x t) denomina-se impulso e mede-se em Newton/segundo 
(N/s). Graficamente o impulso é representado como uma superfície abaixo da linha da função força-
tempo. 
 GRÁFICO DA RELAÇÃO FORÇA-VELOCIDADE e FORÇA RÁPIDA-VELOCIDADE 
 
 Força 
1 1 – Curva Força-Velocidade 
2 – Curva Força Rápida-Velocidade 
 
 
 
 2 
 Velocidade 
Fonte: Retirado de Barbanti,2010, Treinamento Desportivo - Ed.Manole 
 Buhrle (1989) denomina Índice de Força Rápida o coeficiente ente o valor máximo da força e o 
tempo máximo necessário para o valor da Força Máxima ser atingido (IFR=Fmáx/tmáx). 
 A Força Máxima exige muito tempo para ser atingida (mais de 700 milésimos de segundo), 
então ela quase nunca é atingida na maioria das ações esportivas, nas quais o tempo disponível, em 
geral, é por volta de 250 milésimos de segundo. É neste período muito curto que se manifestam as 
maiores expressões da Força Explosiva. Aqui, a Força Explosiva (ou taxa de produção de força) é máxima 
(FE=∆F/∆t). 
Universidade Católica do Salvador – Treinamento Desportivo – Prof.Marcelo Affonso 
Schmidtbleicher (1992) descreve outra manifestação da força com base no critério de tempo, 
chamada Força Inicial. Ela é definida pela capacidade de desenvolver a mais alta expressão da força nos 
momentos iniciais (30 ms) da tensão muscular. A Força Inicial é avaliada pelo maior valor da força que é 
alcançada nos primeiros 30 milissegundos. 
Quando a resistência externa a ser vencida é muito pequena (inferior a 25% da força) e o 
movimento a ser realizado é balístico, o fator predominante é a Força Inicial. Ela é importante para os 
esportes em que as ações motoras são de grande velocidade inicial, como esgrima, boxe ou karatê, em 
que o sistema neuromuscular tem de acelerar o mais rapidamente possível, a partir de zero (FI=F30). 
 O termo “Balístico” refere-se à técnica na qual a sobrecarga (p.ex, um peso ou o próprio corpo) 
é projetada ou solta no final da fase concêntrica. “Balístico implica aceleração em alta velocidade com 
projeção no espaço livre.” A palavra é pertinente ao movimento de projéteis, que é acelerado e depois 
atua somente por forças gravitacionais e pelas forças do meio ambiente por meio do qual eles passam. 
Exercícios balísticos parecem um estímulo ideal para o desenvolvimento da Força Rápida. 
 CURVA FORÇA-TEMPO DA CAPACIDADE DE FORÇA RÁPIDA., RETIRADO DE BARBANTI, 2010, ADAPTADO DE BUHRLE,1989 
 Força 
 
 
 ∆F FORÇA EXPLOSIVA (FE) = ∆F/∆t 
 ∆t Fmáx ÍNDICE DE FORÇA RÁPIDA (IFR) = Fmáx/tmáx 
 
 F30 
 tmáx 
 30 ms 
 
 
 
 
FORÇA RESISTENTE 
 Quase todos os conceitos de força resistente ou resistência de força baseiam-se na proposição 
de Harre (1970): “a capacidade do organismo para resistir à fadiga em rendimentos de força 
prolongados”. Outros autores apenas agregaram certos significados, como “a capacidade de manter os 
rendimentos de força por um período que determina a duração da competição” (Letzelter, 1978). Para o 
rendimento da força resistente, a primeira característica é a superação de uma carga, e isto depende da 
força máxima. A duração da superação da carga depende dos rendimentos metabólicos dos músculos. 
Isso a torna diferente de outras manifestações da força motora. Aqui, o decisivo é repetir uma 
determinada quantidade de rendimento muscular em uma tarefa motora específica (como no boxe, no 
remo, na canoagem ou nas provas do programa “Homens mais fortes do mundo”). 
 
CAPACIDADE DE FORÇA MÁXIMA 
FATORES DETERMINANTES DA CAPACIDADE DE FORÇA RÁPIDA 
CAPACIDADE DE CONTRAÇÃO MÁXIMA 
Universidade Católica do Salvador – Treinamento Desportivo – Prof. Marcelo Affonso 
 
 
 
 
GRÁFICO DA RELAÇÃO FORÇA-RESISTÊNCIA 
 Força 
 
 
 A FORÇA 
 
 C RESISTÊNCIA DE FORÇA 
 B RESISTÊNCIA 
 Resistência 
Fonte: Retirado de Barbanti,2010, Treinamento Desportivo - Ed.Manole 
 
FORÇA ATIVA ≠ FORÇA REATIVA 
FORÇA ATIVA 
A força ativa é o efeito da força produzida por um ciclo simples de trabalho muscular, ou seja, 
aquele do encurtamento da parte contrátil. O encurtamento é realizado com o músculo em perfeito 
estado de inércia (parado). Por exemplo, ao segurar um peso com uma mão e arremessá-lo de uma 
posição parada por uma ação de encurtamento do tríceps braquial e músculos sinergistas. O 
encurtamento do tríceps braquial provoca a extensão do cotovelo. Também uma extensão dos joelhos 
(como num salto), saindo de uma posição imóvel de semiagachamento, a cargos dos músculos 
extensores. A força ativa se expressa por: 
1. Força Máxima Dinâmica; 
2. Força Explosiva; 
Por Força Máxima Dinâmica, entende-se a força que supera, sem limite de tempo, a maior 
sobrecarga possível, com só um movimento. Ela é dinâmica não porque o movimento é veloz, mas por 
se contrapor à força estática (Isométrica), na qual não há movimento. Por exemplo, quando se realiza 
uma repetição máxima (1RM) no exercício de supino. 
 A Força Explosiva é aquela que se expressa com uma ação de contração o mais potente 
possível, como se fosse uma “explosão”, para produzir a maior velocidade possível, partindo de uma 
situação de imobilidade do segmento propulsivo. Essa força se evidencia na saída do bloco dos 
velocistas. 
 
 
 
 
CAPACIDADE DE FORÇA MÁXIMA RENDIMENTOMETABÓLICO DO MÚSCULO 
FATORES DETERMINANTES DA FORÇA RESISTENTE 
Universidade Católica do Salvador – Treinamento Desportivo – Prof. Marcelo Affonso 
FORÇA REATIVA 
 Buhrle (1989) define a Força Reativa como a capacidade de desenvolver um impulso elevado 
dentro do ciclo muscular alongamento-encurtamento (CMAE) de uma cadeia muscular. O CMAE 
compreende a combinação de uma ação excêntrica e uma concêntrica. A capacidade de força reativa 
depende da força máxima e da capacidade de contração rápida (velocidade de produção da força) dos 
músculos envolvidos no movimento, além da capacidade de tensão reativa, que é a capacidade de 
manter a tensão muscular frente a sobrecargas de alongamento no ciclo de alongamento-
encurtamento. 
 A utilização do CMAE é muito importante para o desenvolvimento da força reativa. Dado que o 
pré-alongamento é um aspecto inerente a muitas atividades esportivas que usam corridas, saltos e 
lançamentos, o uso de exercícios que incluem o CMAE é fundamental para a melhora do rendimento. 
Primeiro, porque o uso do CMAE permite obter maiores valores de força rápida e, segundo, a velocidade 
e a aceleração dos movimentos do CMAE simulam de forma mais próxima os movimentos que ocorrem 
durante as ações esportivas (longos períodos de aceleração e altas velocidades) e também em muitas 
atividades do dia a dia. Toda vez que a força rápida precisa se desenvolver de modo explosivo (como é 
obrigada nas formas de movimentos reativos), a força reativa é uma “capacidade motora autônoma” 
com importância numa perspectiva metodológica do treinamento, ou seja, que precisa ser treinada 
separadamente. 
 A Força Reativa é um produto de um “Ciclo Duplo” de trabalho muscular: o de alongamento-
encurtamento (CMAE). Exemplo deste ciclo é quando efetuamos um salto para o alto (vertical) partindo 
da posição ereta, que é realizado em conseqüência de uma rápida flexão dos joelhos 
(contramovimento), portanto uma ação de descer, contrária ao salto, e em seguida se realiza uma 
inversão rápida no sentido do movimento por ação da extensão dos joelhos. Na fase final do 
contramovimento (ação de descida), evidencia-se uma tensão muscular (alongamento ativo) que opõe à 
ação de descida completa dos joelhos causada pela energia cinética desenvolvida na descida rápida 
(primeiro ciclo do trabalho muscular). A inversão do movimento e, portanto, o encurtamento (segundo 
ciclo do trabalho muscular) do músculo são conseqüências da tensão produzida na fase precedente do 
trabalho muscular. A força reativa se expressa por: 
3. Força Explosiva Elástica; 
4. Força Explosiva Elástica Reflexa; 
Por Força Explosiva Elástica entende-se aquela força do tipo reativa para a musculatura, que 
primeiro se alonga ativamente antes de se encurtar. O movimento tem certo “molejo”, já que há um 
contramovimento mais ou menos rápido. Em conseqüência do alongamento, os elementos elásticos em 
série do músculo, em função da energia cinética e da força de tração que o componente contrátil 
desenvolve, acumulam certa quantidade de energia, que se reconstitui imediatamente na contração 
sucessiva, engrandecendo o efeito. Essa expressão da força se evidencia quando um velocista do 
atletismo sai do bloco, especialmente nos primeiros passos. 
Por Força Explosiva Elástica Reflexa entende-se aquela força que se manifesta como a Força 
Explosiva Elástica, em conseqüência de um alongamento ativo (trabalho muscular cedente ou de 
contração excêntrica) dos músculos propulsivos, mas, neste caso, o mais rápido possível e de amplitude 
limitada. A rapidez e a pouquíssima duração do apoio ao solo, quando se corre à máxima velocidade, 
produz, por “via reflexa”, uma posterior estimulação nervosa que se concretiza na excitação de uma 
cota maior de unidades motoras, na fase sucessiva de contração, gerando, assim, um adicional de força. 
Daí a expressão mais rápida da força e, por isso, permite ao velocista correr velozmente, apesar do 
brevíssimo tempo de que ele dispõe para aplicar força: 9 a 10 centésimos de segundo. 
 
Universidade Católica do Salvador – Treinamento Desportivo – Prof. Marcelo Affonso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORÇA MÁXIMA DINÂMICA 
 Treinos com exercícios contra resistidos dinâmicos concêntricos e excêntricos 
com cargas normalmente superiores a 85% da Força Máxima Concêntrica Volitiva (1 RM) com 
repetições abaixo de 6RM e intervalos neurais superiores a 3 minutos. 
FORÇA EXPLOSIVA 
 Treinos de ação explosiva de contrações potentes, partindo de uma situação 
de imobilidade do segmento propulsivo. 
FORÇA EXPLOSIVA ELÁSTICA 
 Treinos onde a aplicação da força é do tipo reativa para a musculatura, que 
primeiro se alonga ativamente antes de se encurtar. 
FORÇA EXPLOSIVA ELÁSTICA REFLEXA 
 Treinos onde a aplicação da força em conseqüência de um alongamento 
ativo frenador, dos músculos propulsivos , o mais rápido possível (pliometria). 
FORÇA ATIVA FORÇA REATIVA 
FORMAS DE EXPRESSÃO DA FORÇA MUSCULAR 
NO TREINAMENTO DE VELOCIDADE 
FORÇA 
MÁXIMA 
DINÂMICA 
FORÇA 
EXPLOSIVA 
FORÇA 
EXPLOSIVA 
ELÁSTICA 
FORÇA 
EXPLOSIVA 
ELÁSTICA 
REFLEXA 
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VELOCIDADE MOTORA 
A capacidade de velocidade é requisito para um grande número de modalidades esportivas, 
como os jogos coletivos e as lutas, incluindo as disciplinas de resistência, em que o sucesso pode 
frequentemente depender dela. A maior parte dos autores da Teoria do Treinamento classifica a 
velocidade como uma capacidade motora condicional, embora várias pesquisas, sobretudo nas corridas 
de velocidade de atletismo, demonstrem uma estreita relação entre a velocidade e as capacidades 
coordenativas. Essa relação é devida ao fato de que a capacidade de velocidade é determinada pelos 
processos de controle e regulação da execução motora. 
 O conceito de velocidade é bastante difícil por causa das várias fontes, tanto esportivas como 
científicas, utilizarem conceitos diversos com um mesmo conteúdo ou um mesmo conceito com 
conteúdos diversos. 
 Velocidade é uma capacidade complexa que possui componentes nervoso e muscular. O 
primeiro envolve a transmissão de impulsos nervosos e da atividade do córtex cerebral, enquanto o 
segundo se preocupa com a velocidade de contração dos músculos. A limitação determinada pelo 
componente muscular diz respeito ao tipo de fibra muscular e à ressintese dos substratos no grupo 
fosfagênios, que é um acumulador real da energia nos músculos atuantes. Ambos os componentes têm 
limites que governam a intensidade do desempenho. Quando o movimento é breve e a intensidade 
elevada (como nas provas de atletismo ou de ciclismo), é o componente nervoso que determina o 
rendimento porque ele afeta a eficiência, a consistência e a economia dos movimentos. E essa limitação 
imposta torna-se evidente pela progressiva perda da coordenação, deterioração da técnica ou pela 
diminuição da velocidade de movimento. As limitações determinadas pelo componente muscular estão 
relacionadas à ressíntese dos substratos (fosfagênios) acumuladores de energia nos músculos atuantes. 
 Fatores genéticos, como a estrutura anatômica, a dominância do tipo de fibra muscular, as 
vantagens biomecânicas e a estrutura do sistema sensóriomotor, podem determinar certas limitações 
fisiológicas, neurológicas e mecânicas para o desenvolvimento da velocidade. Contudo, isso não significa 
que a melhora da velocidade seja impossível. A treinabilidade da velocidade é pequena (cerca de 20 a 
30%) e o quanto dessa melhora é dependente do treinamento ou da genética ainda não tem uma 
explicação científica. É possível, dentro dos limites colocadospelas características hereditárias, melhorar 
a ação dos componentes nervoso e muscular da velocidade por meio do treinamento específico ou com 
a influência de outros fatores ambientais. 
 Para Zatsiorsky (1972), velocidade é a capacidade “capacidade de efetuar uma ação motora no 
tempo mínimo e em determinadas condições”. Esta premissa subentende que a realização dure pouco 
tempo e que não se produza fadiga. 
 Para Gundlach (1968), “a velocidade só se apresenta no movimento cíclico e vem definida 
como a capacidade de deslocamento na máxima velocidade. Compreende a capacidade de imprimir 
uma grande aceleração no início do deslocamento e de mantê-la a mais longa possível, para atingir uma 
elevada velocidade máxima”. 
 Há autores que afirmam que a capacidade de velocidade não existe e nem pode ser treinada 
isoladamente, mas que ela forma uma “liga” com outras capacidades motoras. Outros dizem que ela é 
uma capacidade complexa e uma expressão rápida da força ou, quando máxima, é um caso limite da 
contração muscular. 
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 Grosser (1991) diz que a velocidade no esporte “é a capacidade de atingir a maior RAPIDEZ de 
reação e de movimento de acordo com os movimentos específicos, baseados no processo cognitivo, na 
força máxima da vontade e no bom funcionamento do sistema neuromuscular”. Ele distingue “formas 
puras de velocidade” (velocidade de reação, velocidade de ação e velocidade de frequência) e “formas 
complexas de velocidade” (força-velocidade, resistência à força explosiva e resistência máxima de 
velocidade). 
 Hollmann e Hettinger (2005) entendem por velocidade “a máxima velocidade de movimento 
que pode ser alcançada”, cujo grau de aperfeiçoamento depende dos fatores: força dinâmica da 
musculatura solicitada, coordenação, velocidade de contração da musculatura, viscosidade das fibras 
musculares, características antropométricas e flexibilidade. Enquanto as características 
antropométricas, a viscosidade das fibras musculares e a velocidade de contração da musculatura são 
constitucionais e não podem ser influenciadas pelo treinamento, sobram para serem mudadas e 
melhoradas pelo treinamento apenas a força dinâmica da musculatura e a coordenação. 
 Uma velocidade motora elevada e uma frequência máxima de movimentos só podem ser 
alcançadas se houver mudanças rápidas da excitação para a inibição (e vice-versa) nas regulações 
correspondentes do sistema neuromuscular (Harre,1975). Quanto mais coordenado for o movimento, 
mais rapidamente a inibição e a excitação serão alternadas no sistema nervoso e mais rápido poderá ser 
executado o movimento. 
 Verkhoshansky (1996) faz distinção entre rapidez de movimento e velocidade de movimento. 
Ele diz que essa situação se justifica pela ausência de correlação entre a característica da forma simples 
de manifestação da rapidez e a velocidade de movimento na locomoção esportiva cíclica. No primeiro 
caso, o gesto é simples e excutado de forma rápida de acordo com o programa de movimento formado 
na zona motora do sistema nervoso central. Isso é possível quanto o gesto não precisa de um grande 
emprego de força, de uma coordenação difícil ou de um grande dispêndio de energia. Exemplo: tentar 
pegar uma mosca em pleno ar.... No esporte, pode-se ver num golpe (soco) de um pugilista, numa 
estocada na esgrima ou num golpe de karatê, que são movimentos simples, isolados, sem sobrecarga, 
mas que exigem uma elevada manifestação da velocidade. “Um tipo de tensão muscular rápida” que é 
próprio dos movimentos nos quais a força é utilizada para vencer a inércia, contra sobrecargas 
insignificantes (como uma espada, um florete, uma raquete, etc.). Nestes tipos de movimentos, não 
acontece o desenvolvimento de um máximo de força muscular (não superem 15% da força máximo), 
mas é necessária a rapidez de tensão. 
 Já nos movimentos complexos, a diminuição do tempo de realização do movimento depende 
de uma coordenação intramuscular racional. A ação do sistema nervoso, o tempo de reação e a 
velocidade de execução são tantos menores quanto maior for a automatização dos movimentos, isto é, 
quanto mais o movimento for simples para o esportista. A rapidez é uma qualidade geral do sistema 
nervoso central e se manifesta plenamente na reação motora e nos movimentos mais simples sem 
sobrecarga. Ela é condicionada geneticamente e sua possibilidade de desenvolvimento é limitada. 
 O segundo tipo, velocidade de movimento, exige, quase sempre, um grande dispêndio de 
energia e um esforço muscular notável. A diferença entre os dois tipos de movimentos depende de suas 
características biomecânicas. A velocidade dos movimentos ou de deslocamento no espaço é uma 
função da rapidez da força e da resistência, mas também da capacidade de coordenar racionalmente os 
movimentos segundo as condições externas em que se desenvolvem as ações motoras. 
 Para o autor, a velocidade de movimento e da locomoção depende da mobilidade de um inteiro 
complexo dos sistemas fisiológicos (mecanismos neurofisiológicos e processos metabólicos). 
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Como exemplo, o resultado de um velocista do atletismo depende de um complexo inteiro das 
capacidades motoras entre as quais se evidencia a força explosiva dos músculos, a capacidade de 
aceleração, a capacidade de manter a velocidade máxima e a capacidade de resistência na última parte 
da distância. 
 A velocidade de locomoção acíclica (com mudança de direção) depende da capacidade 
muscular de superar de forma consistente oposições externas. A velocidade de locomoção é uma 
capacidade específica, que pode ser desenvolvida por meio de um treinamento específico, e as 
possibildiades de melhoras são ilimitadas. 
 A utilização da capacidade elástica da musculatura é uma condição muito importante tanto na 
locomoção cíclica como na acíclica com velocidade elevada para a realização com eficácia e economia. 
Tal fato se expressa na capacidade de acumular energia elástica na fase preparatória e na sua utilização 
na fase de trabalho, produzindo um aumento do impulso motor da força (Verkhoshansky,1996). 
 A elasticidade muscular é importante para a velocidade de contração. Na musculatura de 
atividade antagônica, uma elasticidade limitada (musculatura encurtada) refreia fortemente as ações 
motoras na sua fase final, reduzindo a velocidade de movimento. Ainda, para uma elevedade velocidade 
de contração, é necessário um ótimo relaxamento da musculatura não atuante no movimento, o que só 
pode ser conseguido com uma elasticidade ideal dos músculos. 
 A velocidade da contração muscular depende também da estrutura da fibra muscular. A 
velocidade de contração das fibras musculares do tipo I, ou lentas, é inferior à das fibras do tipo II, ou 
rápidas. Estas são dotadas de maior cota de fosfato de creatina (CP) e realizam uma atividade 
enzimática fosfolítica maior. 
 Numa ação motora cíclica rápida, é importante até o relaxamento muscular (ou velocidade de 
relaxamento). Músculos que se relaxam de modo rápido e completo são mais preparados para a 
contração sucessiva. A velocidade de relaxamento é determinada pelo sistema nervoso central. 
 A aceleração é uma forma específica de locomoção em velocidade elevada. Ela é caracterizada 
sobretudo pelo crescimento rápido da velocidade, desde a imobilidade inicial até o alcance da 
velocidade máxima, como na na saída das corridas de velocidade, na saída de bloco da natação, na saída 
do remo, da canoagem, na patinação de gelo, na corrida para alcançar uma “deixadinha” (drop shot) no 
tênis, etc. 
 Do ponto de vista biomecânico, a magnitude da velocidade final do movimento dependede 
dois fatores: “tamanho” e duração da aceleração. 
Velocidade Final = Velocidade Inicial + (Aceleração x Tempo) 
 Frequentemente, mas não sempre, a possibilidade de aumentar o tempo é limitada e leva a 
diminuição do rendiemento. Então, a capacidade de acelerar é crítica. 
 A aceleração é diretamente proporcional à magnitude da força empregada e inversamente 
proporcional à massa do corpo a ser acelerado. 
Força=massa x aceleração ou aceleração=Força/massa 
 
 
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 Consequentemente, a massa do corpo e seus segmentos devem ser considerados. Isto se torna 
mais evidente quando considera-se que os músculos, que são geradores de força, atuam sobre as 
articulações produzindo torque e momento de força. 
Momento (Mo) = Força x Distância 
 Assim, o tamanho do braço de força e a distância do centro de gravidade ao eixo de rotação 
também se tornam críticos. A velocidade angular de um segmento pode ser alterada, mudando 
voluntariamente o momento de inércia. Quanto mais perto as partes do corpo estiverem do centro de 
rotação, maior a velocidade de rotação. Por exemplo, correr com os braços estendidos e com os braços 
flexionados... 
 Por outro lado, a velocidade linear é proporcional ao raio em qualquer ponto do movimento de 
rotação. Consequentemente, para se obter uma velocidade linear elevada para qualquer velocidade de 
rotação, o raio deve ser o maior possível, por exemplo, no saque do tênis, no lançamento do disco ou no 
saque do voleibol. 
 Quando a aceleração de vários segmentos contribui para a velocidade final, o tempo 
apropriado das acelerações dos segmentos (coordenação) torna-se importante. Por isso, a técnica 
ótima, isto é, uma utilização correta dos princípios biomecânicos e das forças passivas, é crítica para a 
velocidade final. 
 Do ponto de vista bioquímico, a capacidade de velocidade dependo do teor de ATP no músculo 
e da rapidez de sua decomposição sob influência do impulso nervoso, bem como do tempo de 
ressíntese do ATP (Zatsiorsky,1971). Como os movimentos são muito muito rápidos, a ressíntese do ATP 
se dá quase que exclusivamente por mecanismos anaeróbios, ou seja, pelo fosfato de creatina (CP) e 
pelo mecanismo glicolítico (Yakovlev, 1979). 
 O desenvolvimento da velocidade é importante para todos os esportes, pois determina: 
 - um ritmo mais elevado nos eventos de velocidade; 
 - um rendimento mais rápido nos movimentos simples, e junto com boa precisão, mais 
 eficiência nos eventos de lutas e maior velocidade de ações nos jogos coletivos; 
- maior facilidade para as dificuldades de execução de movimentos de grande 
velocidade de rotação em esportes como ginástica olímpica, ginástica rítmica 
desportiva e patinação artística; 
- velocidade média mais elevada nos esportes de resistência. 
 No esporte, são importantes a velocidade instântanea, como acontece na impulsão de um 
salto, na soltura de um objeto de lançamento (peso,dardo, disco, martelo,boal,etc.) no ataque do 
voleibol, no saque do tênis,etc., e a velocidade média, como nos 100m rasos do atletismo, nos 50m da 
natação,etc. Velocistas do atletismo, tenistas, caratecas, pugilistas,esgrimistas, patinadores, entre 
outros, exibem uma grande velocidade em seus movimentos, mas são velocidades específicas e 
diferentes. 
 
 
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TIPOS DE VELOCIDADES 
VELOCIDADE DE REAÇÃO 
 A velocidade de reação é expressa pelo tempo de reação, que é “o tempo entre um sinal até 
um movimento muscular solicitado” (Steinbach,1966). O indicador para o nível da velocidade de reação 
é o tempo de reação, ou seja, o tempo necessário para os músculos responderem a um estímulo. Com 
relação ao tipo de informação e seus analisadores apropriados, podem ser feitas as seguintes distinções: 
1. Velocidade de reação à informação visual, por exemplo, nos jogos esportivos, na esgrima 
no boxe, no tênis, etc.; 
2. Velocidade de reação à informação auditiva, como nas saídas do atletismo, da 
natação,etc.; 
3. Velocidade de reação à informação tátil, como no judô, nas lutas, etc.; 
4. Velocidade de reação à informação cinestésica, por exemplo, na ginástica olímpica. 
 
VELOCIDADE DE REAÇÃO SIMPLES 
 É a resposta a um movimento anteriormente conhecido, por um sinal conhecido, isto é, o 
estímulo é conhecido e a ele corresponde uma resposta também conhecida. Como exemplo, a saída do 
bloco nas corridas e na natação de velocidade. Com tempos de reação abaixo de 0,130 segundos para 
homens e 0,135 segundos para as mulheres. 
VELOCIDADE DE REAÇÃO COMPLEXA 
 A grande maioria das reações nos esportes coletivos é o tipo complexa, isto é, reações a um 
objeto em movimento. Na reação complexa, para cada estímulo provocado por uma situação que se 
apresenta ao esportista, este tem que escolher uma resposta, dentre várias possíveis, que ao seu 
entender, mais se ajusta à resolução conveniente da situação. Se analisarmos as ações de um goleiro de 
futebol durante um chute a gol do adversário, ele precisa, inicialmente, ver a bola, calcular a direção e a 
velocidade do voo, escolher a ação e realizar o plano de interceptação. Outro tipo de reação complexa é 
a reação por escolha, que está ligada à escolha de uma reação de movimento necessária a possíveis 
ações que resultam do comportamento dos adversários, dos parceiros ou da situação. A dificuldade 
desse tipo de reação reside no fato das numerosas mudanças de situação do jogo e no comportamento 
dos adversários. 
VELOCIDADE DE LOCOMOÇÃO 
 Também chamada velocidade máxima cíclica ou Velocidade de Sprint. É a máxima velocidade 
que pode ser alcançada a qualquer movimento cíclico. Depende do domínio da técnica do movimento, 
do nível da força dinâmica, da elasticidade muscular, da frequência do movimento e da coordenação 
(Grosser,1972). 
 A velocidade máxima cíclica é definida pelo produto entre amplitude e frequência do 
movimento, exigindo contrações ótimas. A velocidade de deslocamento é caracterizada por um ritmo 
harmonioso do movimento, conseguido pela alternância rítmica de tensão e relaxamento (soltura), o 
que exige uma elevada coordenação intermuscular. 
 
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A velocidade máxima é alcançada após a fase de aceleração (próximo dos 3” após a Velocidade 
de Reação...), nos 100m rasos essa etapa inicia apartir dos 30 metros, chegando até os 60m a 70m, onde 
inicia uma fase de desaceleração (aceleração negativa), ocorrendo uma perda próxima de 0,9 a 7% 
Moravec et al., 1988). 
Vê-se claramente que a velocidade máxima só é atingida após os 50m de corrida, algo próximo 
de 11,6 a 11,9 m/s e que essa velocidade é impossível de ser mantida até o final da corrida. Depois desta 
etapa a frequencia das passadas diminui, mas amplitude das passadas aumenta levemente, tanto o 
tempo de contato (apoio) como o tempo de voo aumentam no final da corrida, assim como aumenta a 
distância do amortecimento (breque), contribuindo para a perda da velocidade. Surgindo então a 
necessidade da Resistência de Sprint, definida como a capacidade de manter a mais alta porcentagem 
possível da velocidade máxima até a linha de chegada, altamente relacionada com ótima técnica de 
corrida, assim como, do ponto de vista fisiológico, a uma capacidade anaeróbia alática (100m) e à 
capacidade anaeróbia lática (200 e 400m), representando 10% no tempo final dos 100m rasos 
(Ballreich,1965), apesar de que no primeiro trecho dos 100m ser mais lento que o segundo trecho da 
prova. 
 
Na prova de 200m rasos, a tendência é a mesma, ou seja, a segunda parte da prova (100m)é 
mais rápida que a primeira. Tanto nos 100m como nos 200m rasos, a segunda parte é “lançada”, ou 
seja, o atleta já está em velocidade, daí resultar em um tempo menor. 
Podemos classificá-las da seguinte forma: 
1) Velocidade de Reação (largada da prova) 
2) Velocidade de Aceleração ( de 0 a 3” de prova ) 
3) Velocidade Máxima ou Pura ( 3” a 6” de prova) 
4) Resistência de Velocidade (6” a 10” de prova) 
5) Velocidade Prolongada ( mais de 10” de prova) 
VELOCIDADE DE MOVIMENTOS ACÍCLICOS 
 
 Também chamada de velocidade de execução, é a rapidez de movimentos com mudanças de 
direção. A velocidade de movimentos acíclicos era conhecida como AGILIDADE e pode ser 
exemplificada num drible do futebol, num arremesso do handebol, numa jogada do tênis, nas lutas, 
num ataque do voleibol ou nos saltos e lançamentos do atletismo. 
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A velocidade de execução é caracterizada pela máxima rapidez de contração da musculatura 
que participa do movimento, o que requer uma excelente coordenação intermuscular, dependente do 
aperfeiçoamento do processo nervoso. 
VELOCIDADE DE FORÇA 
 É capacidade de executar movimentos rápidos contra determinadas resistências (sobrecargas). 
Nos movimentos cíclicos do corpo todo, por exemplo, é a capacidade de acelerar o próprio corpo como 
ocorre no trecho inicial de uma prova de velocidade no atletismo, nas corridas para os saltos (distância, 
triplo, com vara) ou nas corridas de velocidade em subidas. 
 Capacidade de aceleração é a mudança da velocidade durante certo tempo. Se houver 
aumento da velocidade, a aceleração é positiva; se houver diminuição da velocidade, a aceleração é ne 
ou, como também se diz, ocorre uma desaceleração. 
 
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A aceleração é uma medida das mudanças de velocidade nos movimentos. É definida como 
variação da velocidade na unidade de tempo. Sua unidade de medida é o metro por segundo (m/s). 
Aceleração = Velocidade / Tempo 
 
 A segunda lei de Newton (força = massa x aceleração) indica que existe uma correlação entre 
força e aceleração. A aceleração é diretamente proporcional à magnitude da força empregada e 
inversamente proporcional à massa (inércia) do corpo a ser acelerado. Consequentemente, a massa do 
corpo e seus segmentos devem ser levados em conta. Isso é mais evidente, quando se considera que os 
músculos, que são os geradores da força, atuam sobre as articulações produzindo torques, ou 
momentos de força. 
Momento = Força x Distância 
 
 Quando o esportista precisam ser mais rápido para alcançar uma bola a certa distância, além da 
reação ele precisa “ganhar momento” e colocar o corpo numa posição que favoreça a aceleração, a mais 
rápida possível. 
 A força necessária para a aceleração é regulada pelo músculo e pela coordenação intra e 
intermuscular. A coordenação intramuscular é responsável pela ativação simultânea do número máximo 
possível de unidades motoras com o objetivo de contrair a maior quantidade de fibras musculares 
disponíveis. Isto significa uma melhora da coesão nervosa e muscular. 
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RESISTÊNCIA MOTORA 
 Tal qual a força, a resistência motora dispõe de ampla fundamentação científica pelo grande 
volume de investigações efetuadas tanto pela fisiologia do exercício como pela bioquímica do exercício. 
 
Resistência de Base: 
Tem como objetivo prioritário adquirir as condições necessárias para realizar adiante 
os treinamentos mais intensos e por conseguinte, a obtenção do rendimento e para as 
competições mais importantes. 
BASE 1: 
 É aquela que não se relaciona com o gesto desportivo e a técnica, podendo se 
realizar qualquer tipo de exercício, com baixa ou média intensidade, com o objetivo de 
melhorar a resistência de forma inespecífica. 
BASE 2: 
 É aquela baseada em exercícios relacionados com a especificidade, com o objetivo de 
melhorar a resistência que permita posteriormente realizar treinamentos que melhorem 
diretamente o rendimento desportivo. 
Resistência Específica: 
ESPECÍFICA 1: 
Semelhantes a seqüência de movimento da competição, dentro da técnica gestual específica. 
ESPECÍFICO 2: 
Envolve movimentos parciais de toda a seqüência de movimento; somente um ou mais 
músculos são ativados de forma semelhante (direção de movimento, ou relação Força-
Tempo), como exige o movimento competitivo. 
 
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 A RESISTÊNCIA MOTORA no esporte apresenta uma classificação bastante interessante quando 
são levadas em consideração a duração e a intensidade do esforço. Cada uma delas apresenta poucas 
diferenças quando são comparadas com as que são próximas, mas à medida que a duração do esforço 
se torna mais prolongada, as diferenças vão sendo maiores quanto aos perfis funcional e metabólico. 
Essa resistência foi classificada em: 
1. Resistência de Curta Duração; 
2. Resistência de Média Duração; 
3. Resistência de Longa Duração. 
Estas diferenciações existem tanto em relação à resitência aeróbia quanto à resitência 
anaeróbia. A resistência anaeróbia, na qual as reações metabólicas transcorrem como predominância 
anaeróbia, é diferenciada de acordo com os diversos mecanismos de liberação de energia anaeróbia. 
 
A RESISTÊNCIA MOTORA no esporte apresenta uma classificação bastante interessante quando são 
levadas em consideração a duração e a intensidade do esforço. Cada uma delas apresenta poucas 
diferenças quando são comparadas com as que são próximas, mas à medida que a duração do esforço 
se torna mais prolongada, as diferenças vão sendo maiores quanto aos perfis funcional e metabólico. 
Essa resistência foi classificada em cura 
Nenhuma classificação é completa, e todas apresentam visões fragmentadas e/ou incompletas 
do fenômeno. É o caso da classificação de resistência aeróbia e anaeróbia. Na atividade esportiva ou nos 
movimentos do dia a dia, não ocorre a produção de energia puramente aeróbia nem anaeróbia, mas a 
produção mista de vias energéticas, que dependem da intensidade e da duração do esforço. 
Portanto, uma forma pura de resistência não existe, mas sim formas mistas e específicas da 
modalidades esportivas e/ou de situações de esforço físico e mental. 
Os critérios que mais aparecem nas conceituações são: capacidade de executar trabalho físico 
de longa duração e capacidade de suportar fadiga. A palavra resistência vem de resistir à fadiga. 
A fadiga deve ser vista como um fenômeno de proteção que previne uma crise metabólica e 
preserva a integridade das fibras musculares. Em outras palavras, a fadiga deve ser considerada como o 
resultado da manifestação de um ou de vários mecanismos de segurança no organismo, que solicita 
uma moderação antes que um dano ocorra. 
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A fadiga é a incapacidade de um processo fisiológico continuar funcionando em um nível 
estipulado e/ou incapacidade do organismo de manter uma intensidade de exercício pré-determinada. 
Ou, ainda, qualquer redução induzida por um esforço físico na capacidade máxima de gerar ou manter 
força ou potência. 
A fadiga, ou seja, a diminuição da resistência, evidencia-se por tornar cada vez mais difícil, e 
finalmente impraticável, continuar a atividade com a mesma intensidade. Na primeira etapa, a fadiga 
pode ser igualada por um elevado esforço da vontade, e a atividade pode ser executada com a mesma 
intensidade (fadiga compensada); numa segunda etapa, a intensidade é diminuída,embora a força de 
vontade seja elevada (fadiga não compensada). 
No esporte entende-se por RESISTÊNCIA MOTORA a capacidade de executar o movimento 
durante um longo tempo, sem perda aparente da sua efetividade. Ela é uma capacidade necessária para 
um esportista continuar seu esforço apesar do aumento da fadiga. Além da física, ela é uma capacidade 
mental que exige que os esportistas conquistem novos limites. Pode, ainda, ser definida como a 
capacidade de sustentar uma dada velocidade ou uma produção de força durante o maior tempo 
possível. 
Martin et al. (2001) sugerem que ela é a capacidade de manter um determinado rendimento 
durante o maior tempo possível. 
A capacidade de resistência do organismo contra o cansaço entra diferentemente nas diversas 
modalidades esportivas, conforme a intensidade, a duração e as ações realizadas. Baseado nesses 
fatores, foram elaboradas diversas categorias de resistência na teoria do treinamento esportivo. 
A resistência, exigida em qualquer esporte, representa uma capacidade multifatorial, vinculada 
de forma bastante estreita a outras capacidades dos esportistas. De forma simplificada, ela possui 4 
grupos de fatores: 
1. Fatores Psiclógicos: que estão relacionados com a motivação do esportista, com sua 
constância, perseverança, motivação, firmeza e outras capacidades da vontade; 
2. Fatores Energéticos: ou seja, os recursos energéticos do organismo e a potência funcional 
dos sistemas que asseguram as trocas e transformação de energia. 
3. Fatores de Estabilidade Funcional: que permitem conservar o nível necessário de atividade 
funcional do organismo à medida que o esgotamento vai surgindo; 
4. Fatores de Economia Funcional: que se manifestam na diminuição do gasto de energia na 
unidade de tempo, do aperfeiçoamento da coordenação e da distribuição racional das 
forças na competição. 
A possibildade de desenvolver a RESISTÊNCIA MOTORA em qualquer esporte, para que este 
seja uma atividade eficaz, determina-se por todo o conjunto de fatores mencionados, embora sua 
magnitude e seu caráter de interação nas diversas modalidades esportivas tenham suas peculiaridades e 
estejam condicionados pela especialização das modalidades. 
 
 
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O treinamento da RESISTÊNCIA MOTORA resulta em numerosas adaptações para os sistemas 
metabólico, neuromuscular, cardiovascular, respiratório e endócrino. Estas adaptações se refletem em 
melhorias nos fatores básicos da aptidão aeróbia, ou seja: 
1. Consumo Máximo de Oxigênio (VO2máx); 
2. A economia do movimento também conhecido por (iVO2máx); 
3. Os limiares anaeróbio, de lactato e/ou ventilatório (VLan); 
4. A fração de utilização do VO2máx (% do VO2máx); 
5. O suprimento energético. 
No mecanismo central do corpo, um sistema de transporte de oxigênio eficiente, caracterizado 
por um coração e um sistema vascular bem desenvolvidos, parece vital para o sucesso. No mecanismo 
periférico, uma taxa relativamente alta de fibras musculares do tipo I (oxidativa, contração lenta), 
quantidades elevadas de lactato desidrogenase (LDH) nos músculos esqueléticos e uma densidade 
capilar alta nos músculos parecem ser da maior importância. A relação da entre a resistência e a 
velocidade se torna mais perceptível, quando ocorre uma redução dos parâmetros de rapidez, onde um 
grau maior de tolerância ao esforço por um tempo mais prolongado, irá influenciar diretamente no 
potencial de geração de energia e consequentemente na capacidade de realizá-lo, reduzindo assim a 
velocidade de execução em um espaço de tempo. 
GRÁFICO DA RELAÇÃO VELOCIDADE-RESISTÊNCIA 
 Velocidade 
 
 
 A VELOCIDADE 
 
 C RESISTÊNCIA DE VELOCIDADE 
 B RESISTÊNCIA 
 Resistência 
Fonte: Retirado de Barbanti,2010, Treinamento Desportivo - Ed.Manole 
 No treinamento esportivo, há dois tipos de resistência: GERAL E ESPECÍFICA. Autores russos e 
também alemães denominam a segunda de RESISTÊNCIA ESPECIAL. O termo “especial” em português 
significa fora do comum, distinta, excelente, e, portanto, qualquer coisa ou pessoa pode ser especial, a 
té a resistência geral. No caso da resistência própria de uma modalidade esportiva, ela é exclusiva, 
própria daquela modalidade esportiva, então a palavra específica parece a mais apropriada. 
 
 
 RESISTÊNCIA RESISTÊNCIA 
GERAL ESPECIAL 
 
 
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O termo RESISTÊNCIA GERAL designa o conjunto de propriedades funcionais do organismo, que 
constitui a base não-específica das manifestações de resistência nos distintos aspectos da atividade 
(Matveév,1983). 
Matveév (1983) denominava RESISTÊNCIA ESPECÍFICA a capacidade de se opor ao esgotamento 
em condições de sobrecargas específicas, especialmente na máxima mobilização das possibilidades 
funcionais do organismo para conseguir resultados elevados na modalidade esportiva escolhida. 
Um planejamento de treinamento bem elaborado dependerá do equilíbrio entre a quantidade 
de carga de resistência geral e quantidade de carga de resistência especial, se não houver uma dosagem 
apropriada das duas partes, o atleta certamente sentirá a diferença durante a competição. 
 MODELO TRIDIMENSIONAL DAS CAPACIDADES MOTORAS 
 Força 
 
 
 
 
 
 
 
 FORÇA RÁPIDA RESISTÊNCIA DE FORÇA 
 
 
 
 
 
 
 Velocidade Resistência 
 RESISTÊNCIA DE VELOCIDADE 
Fonte: Retirado de Barbanti,2010, Treinamento Desportivo - Ed.Manole 
CAPACIDADES COORDENATIVAS 
 Embora as capacidades coordenativas possam ser desenvolvidas ao longo de toda a vida, existe 
um período ótimo no qual se verifica o seu maior desenvolvimento. Hirtz e Schielke (1986) consideram o 
período entre 7 e os 10 anos de idade como uma fase em que as possibilidades de desenvolvimento das 
capacidades coordenativas fundamentais se mostram mais favoráveis. É com base na motricidade 
adquirida nesta fase que se processa a execução das ações motoras mais maduras ao longo da vida. Isso 
acentua a importância de se adquirir e estabilizar grande variedade de experiências motoras, sobretudo 
durante a idade escolar, particularmente nas quatro primeiras séries do ensino fundamental. Durante 
este período, verifica-se rápida maturação do sistema nervoso central, facilitando a aprendizagem de 
habilidades motoras cada vez mais complexas. Há um consenso entre a maioria dos autores de que a 
faixa etária dos 10 aos 12 anos é o período de melhor capacidade de aprendizagem da técnica esportiva, 
mas isso pressupõe que, nos anos anteriores, tenha sido fornecida às crianças uma grande variedade de 
experiências motoras. A aprendizagem e o aperfeiçoamento das técnicas esportivas são tanto mais 
rápidos e mais eficientes quanto mais desenvolvidas estiverem as diferentes capacidades coordenativas. 
O treino das capacidades coordenativas não deve ser executado no final do treino, em condição de 
fadiga, uma vez que, neste estado, os processos de condução do sistema nervoso central não são feitos 
de forma ótima. 
 
Universidade Católica do Salvador- Treinamento Desportivo – Prof.Marcelo Affonso 
CAPACIDADE DE DIFERENCIAÇÃO SENSORIAL 
 É a capacidade de diferenciar as sensações extraídas dos movimentos, dos objetos e dos 
processos por meio dos nossosórgãos dos sentidos, em face à necessidade específica de uma atividade. 
Quanto mais específico for o rendimento de um esportista, mais diferenciadas devem ser as 
informações recolhidas pelos receptores. A qualidade da informação sensorial determina a qualidade da 
execução do movimento porque colabora com o controle e a regulação da ação motora. Sua importância 
está na relação sensoriomotora que existe entre a informação e o comportamento, entre a atividade 
sensorial e a atividade motora. Quanto mais elevado o nível do esportista, mais diferenciadas são as 
informações recebidas pelos receptores específicos. A qualidade da atividade motora nos esportes 
depende da rapidez e do nível deste processo de diferenciação. A qualidade da informação sensorial 
determina a qualidade da execução técnica, porque ela colabora e realiza a função de controle da ação. 
CAPACIDADE DE OBSERVAÇÃO 
Capacidade de perceber o desenvolvimento de seu próprio movimento ou dos outros, assim 
como os objetos imóveis, com base em critérios selecionados. Por causa do papel dominante das 
informações visuais na maioria dos esportes de equipe, esta capacidade é de grande importância. Ela é 
ainda decisiva na fase de aquisição no processo de aprendizagem do movimento, na qual predominam 
as informações. Com as observações visuais têm papel dominante nos esportes coletivos, de lutas, etc., 
sua importância não é evidente. Além disso, tem grande função no processo de aprendizagem (fase de 
aquisição) e na aprendizagem por imitação. 
 CAPACIDADE DE REPRESENTAÇÃO 
É a capacidade de mentalizar situações bem determinadas, seqüencias de movimentos, 
objetos,etc., com base nas informações disponíveis. Uma ação motora consciente e com um objetivo 
determinado pressupõe sempre uma imagem do que se quer e de como se quer fazer o movimento. É 
uma espécie de “projeto motor da ação”, tentando reproduzir os valores ideais do movimento. É 
baseada no confronto necessário entre valores ideais e valores reais na regulação da ação motora. É a 
relação entre os processos verbais e os processos mentais de representação. 
CAPACIDADE DE ANTECIPAÇÃO 
 É a capacidade de prever o desenvolvimento e o resultado de uma ação motora ou de uma 
situação, e a partir disso, preparar a próxima ação. Ela garante segurança e assistência na solução de 
problemas motores. Porém, deve ser ressaltado que nem sempre uma capacidade de antecipação 
conduz a um comportamento motor adequado. Uma antecipação precipitada ou um retardo na 
antecipação podem conduzir a erros, como acontece, por exemplo, quando um jogador recebe um 
drible. A capacidade de antecipação é particularmente importante quando existe a realização de 
movimentos velozes, e as habilidades são do tipo “abertas”, ou seja, imprevisíveis, como acontece nos 
esportes coletivos ou nos esportes de luta (judô, karatê, tae kwon-do,etc.). 
CAPACIDADE DE RITMO 
 Capacidade de articular o desenvolvimento de um movimento e de agrupar o desenvolvimento 
temporal e dinâmico que caracteriza o movimento. É também a capacidade de dar sustentação rítmica 
a ações motoras, isto é, organizar compromissos musculares de contração e descontração. Ainda faz 
parte desta capacidade saber adaptar-se a um ritmo estabelecido ou previamente mudado. O ritmo tem 
influência na emoção e na motivação. “Dar o ritmo” ou “marcar o tempo” serve como uma espécie de 
Universidade Católica do Salvador- Treinamento Desportivo – Prof.Marcelo Affonso 
guia para o desenrolar do movimento. Em alguns esportes o ritmo é fundamental, e aprender com um 
ritmo é vantajoso não só na aquisição, mas também na automatização dos movimentos. 
CAPACIDADE DE COORDENAÇÃO MOTORA 
 Capacidade de assegurar uma combinação adequada de movimentos que se desenvolvem ao 
mesmo tempo ou em sucessão. Ela permite ligar habilidades motoras, como corrida e salto, impulso e 
lançamento, e movimentos de membros superiores e inferiores, como na natação, nos saltos, nos 
lançamentos. Em todos os esportes, e até nas atividades diárias, é importante que os estímulos e as 
ações que se sucedem sejam sincronizados e ajustados entre eles. Esta capacidade influencia os 
movimentos de forma especial, permitindo maior velocidade, relaxamento muscular, graduação do 
esforço e correta entrada de forças, sobretudo quando são solicitados ao mesmo tempo os membros 
superiores e inferiores. 
CAPACIDADE DE CONTROLE MOTOR 
 Capacidade de responder às exigências elevadas de precisão dos movimentos do ponto de vista 
espacial, temporal e dinâmico. Ela é necessária para aprender ou realizar habilidades que requerem 
elevadas exigências de precisão motora. A capacidade de controle motor está fortemente ligada à 
capacidade de equilíbrio. Depende muito do feedback interno e da informação sensorial diferenciada. 
Nos regulamentos de competição de muitos esportes estão previstas exigências de precisão espacial, 
temporal e dinâmica. 
CAPACIDADE DE REAÇÃO MOTORA 
 Capacidade de reagir rápida e corretamente a determinados estímulos. Pode-se distinguir a 
reação simples, a reação complexa e a reação de escolha. A reação simples é importante nos esportes 
em que o tempo entre o estímulo e a resposta motora deve ser o menor possível, como no tiro de 
partida. A reação motora complexa refere-se à situação exigida em toda a sua complexidade. Além de 
uma reação rápida, é ainda necessária uma resposta relativamente exata. Nas reações de escolha, é 
importante o componente cognitivo da decisão. A reação rápida está associada a uma escolha 
apropriada entre várias alternativas. 
CAPACIDADE DE EXPRESSÃO MOTORA 
 É a capacidade de criar os próprios movimentos segundo as leis da estética, do belo, criando 
uma expressão artística e provocando uma impressão estética. Em esportes como ginástica olímpica, 
ginástica rítmica desportiva, nado sincronizado, patinação artística e aeróbia de competição, o resultado 
do rendimento é, em parte, diretamente avaliado pelo caráter de novidade de seus exercícios ou 
segundo os aspectos da harmonia de seu ritmo. É muito importante na dança, em que existem os 
elementos motores de comunicação. 
 
 
 
 
 
Universidade Católica do Salvador- Treinamento Desportivo – Prof.Marcelo Affonso 
 
TABELA PARA IDENTIFICAÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS INTERVENIENTES 
CAPACIDADES MOTORAS IM IP S NP 
C
A
P
A
C
ID
A
D
ES
 C
O
N
D
IC
IO
N
A
IS
 
Preparação 
Neuromuscular 
Força Estática 
Força Máxima 
Força de Resistência 
Força Rápida 
Flexibilidade Estática 
Flexibilidade Dinâmica 
Preparação 
Cardiopulmonar 
Resistência Aeróbia 
Capacidade Aeróbia 
Resistência Anaeróbia 
Capacidade Anaeróbia 
Preparação 
Neuromuscular 
Velocidade de Reação Simples 
Velocidade de Reação Complexa 
Velocidade Aceleração 
Velocidade Prolongada 
Resistência de Velocidade 
Velocidade de Movimentos Acíclicos 
Velocidade de Força 
C
A
P
A
C
ID
A
D
ES
 
C
O
O
R
D
EN
A
TI
V
A
S 
 
Diferenciação Sensorial 
Observação 
Representação 
Antecipação 
Ritmo 
Coordenação Motora 
Controle Motor 
Reação Motora 
Expressão Motora 
Descontração Total 
Descontração Diferencial 
Equilíbrio Estático 
Equilíbrio Dinâmico 
Equilíbrio Recuperado 
Agilidade 
 
IM – IMPRESINDÍVEL IP- IMPORTANTE S- SECUNDÁRIA NP- NÃO PARTICIPA 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: 
1. Dantas, Estélio H.M. – A prática da preparação física – 5ª Ed. – RJ, Shape, 2003 
2. Barbanti, Valdir J. – Treinamento desportivo: as capacidades motoras – SP, Manole, 2010

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