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Ciência Política

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Há diversos modos de nomear a palavra “política”, onde no uso trivial classifica-se como a compreensão de ações, comportamentos, intuitos, manobras, entendimentos e desentendimentos dos homens (políticos) para conquistar o poder. 
Política para Machiavelli, em O Príncipe foi denominada por “A arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo.” 
Política também poderia ser classificado como orientação em certos assuntos de interesse público; 
Mas para muitos pensadores Política é basicamente a ciência da moral normativa do governo civil (Alceu Amoroso Lima – Política, 4ª ed., pág. 136); 
Outros definem como conhecimento ou estudo “das relações de regularidade e concordância dos fatos com os motivos que inspiram as lutas em torno do poder do Estado e entre os Estados”; 
Política também pode ser classificado como ciência. “Ciência é o conjunto de conhecimentos e pesquisas com suficiente unidade e generalidade, capaz de levar a conclusões concordantes que não resultem de convenções arbitrárias, nem de gostos e interesses individuais comuns, são ações objetivas[...] (Lavande-Voc de la Phil., 5 ed.). Logo, a ciência que concerne ao Estado.
            
A Filosofia Política está ligada diretamente com a política, é o saber teórico, os seus conceitos e causas. É a reflexão sobre os fundamentos da política, ocupa-se da questão “Por que fazer política?”. É a construção de um modelo ideal de Estado e busca do fundamento último do poder. É compreendida como um caráter fortemente valorativo, como descrição da ótima república.
A filosofia política pode ser definida, de acordo com Norberto Bobbio (Escritor de Thomas Hobbes e a tradição do direito natural), de quatro maneiras:
O modo mais tradicional de entender filosofia política é entendê-la como descrição, projeção, teorização da ótima república ou, se quisermos, como a construção de um modelo ideal de Estado.
 Filosofia política como determinação do Estado perfeito: quando a filosofia busca construir modelos ideais de Estado ou convivência política fundamentada em valores;
O segundo modo de se compreender filosofia política é considera-la como a busca do fundamento último do poder que permite responder à pergunta: “A quem devo obedecer? E por quê?”. Nessa acepção, filosofia política consiste na solução do problema da justificação do poder último, na determinação de um ou mais critérios de legitimidade do poder.
Filosofia política como determinação da categoria “política”: quando a filosofia busca esclarecer os significados e o alcance do conceito e da atividade política;
Por filosofia política pode-se entender também a determinação do conceito geral de “política”, como atividade autônoma, modo ou forma do Espírito. Diz-se que a tarefa da filosofia do direito é a determinação do conceito de Direito
Filosofia política como procura do critério de legitimidade do poder: quando a filosofia procura responder à questão dos fundamentos da necessidade da obediência ao poder político;
A filosofia política como discurso crítico, voltado para os pressupostos, para as condições de verdade, para a pretensa objetividade, ou não-valoração da ciência política. A projeção em direção ao futuro da filosofia como teoria da ótima república é a utopia; a mesma projeção em direção ao futuro da ciência política assume o aspecto de “futurível”. O desenho utópico é o projeto de um Estado que deve ser, no sentido moral de “deve”. Estado utópico desejável, mas não se pode realizar.
Filosofia política como metodologia da ciência política: quando a filosofia busca esclarecer os pressupostos epistemológicos que tornam possível a Ciência Política.
 
Análise dos prismas da ciência política
Prisma filosófico – conduz a Ciência Política a discussão de posições respeitantes à origem, à essência, à justificação e aos fins do Estado, como nas demais instituições sociais geradoras do fenômeno poder. 
Prisma sociológico – leva em consideração os aspectos sociais, dando ênfase ao estudo de alguns estudiosos como Max Weber e Carl Marx. (burocracia) (Economia)
Prisma jurídico – “Ser e dever ser” (sein/ Sollen), Estado pertence ao mundo do dever ser. Se explica pela unidade das normas jurídicas. Os elementos materiais do Estado se convertem em âmbito espacial e pessoal do ordenamento jurídico. Tira do Estado toda sua substância (Ordem moral, ética histórica, social), Estado como puro conceito.
Análise tridimensional
A orientação que toma na Ciência Política a Filosofia, a Sociologia e o Direito com predominância ou exclusividade vem cedendo lugar ao emprego da análise tridimensional, que abrange a teoria social jurídica e a teoria filosófica dos fatos, das instituições e das ideias, de modo a dar inteira e unificada visão daquilo que é objeto.
A Teoria Tridimensional parte do pressuposto de que o fenômeno jurídico deva ser analisado e compreendido sob uma visão que englobe os três aspectos epistemológicos mais utilizados pelos juristas e filósofos ao longo da História: o fato jurídico (a experiência), o valor e a norma propriamente dita. O problema crucial, segundo Reale (2003), é a questão de que o Direito sempre foi visto ou analisado sob enfoque unilateral, ou seja, priorizando-se apenas um dos aspectos supracitados. Critica que no decorrer da Era Contemporânea o Direito ora era restringido às normas outorgadas pelo Estado como pensavam os positivistas na linha de Kelsen ou como fenômeno social, na corrente historicista e sociológica, na qual o fenômeno jurídico era fruto das relações sociais ou do espírito cultural de determinada época.
É contra esses enfoques unilaterais que a Teoria Tridimensional vem rebater. O Direito não é apenas a norma ou a letra da lei, pois é muito mais do que a mera vontade do Estado ou do povo, é o reflexo de um ambiente cultural de determinado lugar e época, em que os três aspectos – fático, axiológico e normativo – se entrelaçam e se influenciam mutuamente numa relação dialética na estrutura histórica.
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Ciência Política como um todo é um conjunto de mecanismos técnicos e empíricos que tem a sua finalidade comum, o estudo dos sistemas políticos, das organizações e dos processos civis, com o estudo dos processos de governo, tendo em vista estudar o seu comportamento. A Política, parte fundamental da Ciência Política é arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados que se atrela a filosofia política, que é auxiliar indispensável no campo da investigação filosófica que se ocupa da política e das relações humanas consideradas em seu sentido coletivo. Os prismas da ciência política são classificados como Prisma Filosófico, Sociológico e Jurídico, ambos com as suas particularidades e semelhanças, já que o prisma filosófico visa a discussão de posições, as origens e justificação, o sociológico remete as relações sociais e o Jurídico a norma vigente, são 3 (três) categorias que precisam umas das outras, já que não se faz justiça, sem o estudo filosófico e sem o aspecto social. Junto a todos esses conceitos temos a Teoria Tridimensional, que é contra enfoques unilaterais. O Direito não é apenas a norma ou a letra da lei, pois é muito mais do que a mera vontade do Estado ou do povo, é o reflexo de um ambiente cultural de determinado lugar e época, no qual seus aspectos se entrelaçam e se influenciam mutuamente numa relação dialética na estrutura do Direito. O Direito é um campo complexo e abrangente onde é necessário a discussão e posicionamentos de várias ciências para a construção de uma sociedade justa e que objetiva o bem comum.

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