Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 57 OBS: Dispersão produzida por monocromador prismático • dispersão não linear dos λ - para dada abertura da fenda → varia a largura da faixa espectral ex: fenda = 1 mm λ = 250 nm → faixa = 1,5 nm λ = 700 nm → faixa = 50 nm Solução: • estreitar a abertura da fenda de saída a medida que aumenta o comprimento de onda a ser selecionado problema → possível perda de sensibilidade Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 58 3.4.2.2.1 - Monocromadores reticulares ���� Elemento de dispersão da radiação: • Rede de Transmissão • Rede de Reflexão → placa de vidro ou metálica polida com ranhuras muito finas, paralelas e eqüidistantes traçadas sobre a superfície da placa ∗ UV/VIS ⇒ 1000-2000 ranhuras/mm ⇒ 1400 / mm ∗ IV ⇒ 10 – 200 ranhuras/mm ⇒ 100/mm ∗ Rede “matriz” → moldes em resina → redes “réplicas” ∗Cada ranhura atua como fenda da rede de transmissão → cada λ componente da radiação incidente → difratado num ângulo θ diferente (fenômenos de interferência construtiva entre feixes difratados em ranhuras vizinhas) dispersão da radiação ���� Rede ECHELLETTE ∗ Condição de interferência construtiva ⇒⇒⇒⇒ cada λ difratado num ângulo θ diferente → diferença entre os percursos de feixes difratados em ranhuras vizinhas ⇒⇒⇒⇒ mλλλλ Figura 3.6 - Incidência e reflexão na rede Echellete Equação da rede (31) mλλλλ = X(sen i ±±±± sen θθθθ) sendo: m=ordem de interferência X=distância entre ranhuras i= ângulo de incidência θ= ângulo de difração λ = comprimento de onda Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 59 OBS: i, θ ⇒⇒⇒⇒ mesmo lado da normal ⇒⇒⇒⇒ + i, θ ⇒⇒⇒⇒ lados opostos da normal ⇒⇒⇒⇒ - Como m pode variar, serão vários espectros dispersos sobrepostos m = 1 → maior concentração de energia → eliminar os espectros de ordem superior por meio de filtros óticos OBS: •••• Rede Côncava Permite que o monocromador seja construído sem as lentes ou espelhos de colimação e focalização •••• Rede Holográfica Obtida com uso de laser. Neste tipo de rede conseguem-se linhas com dimensões e formas perfeitas, espectros livres de radiações espúrias e fantasmas (dupla imagem) •••• Rede Echelle (± 80 sulcos/mm) Utilizada em instrumentos para análise multielementar por emissão Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 60 ���� Características dos monocromadores reticulares •••• Pureza espectral - feixe de saída →→→→ radiações estranhas com λ diferente do λ selecionado ∗ reflexões do feixe nos componentes óticos ∗ espalhamento por partículas de poeira reduzidas por: ∗ superfície interna negra ∗ fendas seladas por “janelas” Ex: Efeito da radiação espalhada (espúria) nos limites da região espectral � Radiação espalhada →→→→ desvios da Lei de Beer (desvio instrumental) medidas nos limites do espectro →→→→ aparecimento de picos falsos Figura 3.7 - Espectro do Ce (IV) em espectrofotômetro com sistema ótico de vidro (A) ou de quartzo (B) Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 61 Caso A: - λ < 380 nm →→→→ vidro →→→→ absorve radiação →→→→ desaparece o sinal do λ nominal (λ selecionado) - radiação espalhada não sofre estes efeitos →→→→ torna-se significativa frente ao sinal de interesse →→→→ detetor responde à radiação espalhada Caso B: - resposta normal •••• Dispersão do monocromador Dispersão → habilidade em separar λ diferentes ���� Dispersão angular = λλλλ θθθθ d d (32) Diferenciando-se a equação da rede (i = constante) m.dλλλλ = d ( X.sen i) – d (X.sen θθθθ) (33) m dλλλλ = X cos θθθθ .dθθθθ (34) θθθθλλλλ θθθθ cosX m d d ==== (35) ���� Dispersão Linear (D) →→→→ variação de λ em função da distância y ao longo do plano focal λλλλ θθθθ ==== λλλλ ==== d dF d dyD (36) ���� Dispersão Linear Recíproca (D-1) [nm/mm ou Å/mm] θθθθ λλλλ ==== λλλλ ==== −−−− d d F 1 dy dD 1 (37) Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 62 m cos.X F 1D 1 θθθθ====−−−− (38) Como os ângulos θ são pequenos (< 20o) ⇒⇒⇒⇒ cos θ ≈ 1, então: mF XD 1 ====−−−− = constante ⇒⇒⇒⇒ monocromador ⇒⇒⇒⇒ construção mais simples •••• Poder de Resolução Capacidade de separar imagens adjacentes com uma pequena diferença de comprimentos de onda mNR ==== λλλλ∆∆∆∆ λλλλ ==== (39) sendo N = número de sulcos ou linhas da rede λ = comprimento de onda médio de duas imagens ∆λ = diferença entre os comprimentos de onda R ↑↑↑↑ m ↑↑↑↑ N ↑↑↑↑ Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 63 3.4.2.2.2 - Fendas do Monocromador Papel importante na performance do monocromador Construção das fendas -duas peças perfeitamente alinhadas -bordas paralelas e no mesmo plano Fenda de entrada →→→→ atua como “fonte” de radiação ↓↓↓↓ sua imagem deve ser focada no plano focal que contem a fenda de saída Se fonte comprimentos de onda discretos → série de imagens retangulares no plano focal ↓↓↓↓ girando o elemento de dispersão ↓↓↓↓ focar uma das linhas na fenda de saída Se fenda entrada = fenda de saída ↓↓↓↓ Imagem da fenda de entrada será projetada sobre a de saída quando a posição do monocromador corresponder ao λ da radiação Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 64 ���� Efeito da largura da fenda na resolução do monocromador Figura 3.8 - Iluminação da fenda de saída por uma radiação monocromática (λλλλ2) para diferentes ajustes de comprimento de onda do monocromador ���� Largura da banda Quantidade de unidades de ajuste do monocromador (nm) que tem que ser percorridas para mover a imagem da fenda de entrada através da fenda de saída ⇒ (λ3-λ1) ���� Largura efetiva da banda (∆λef) 2 bandada largura eff ====λλλλ∆∆∆∆ (fenda entrada = fenda de saída) ∆∆∆∆λλλλeff ⇒⇒⇒⇒ faixa de comprimentos de onda que alcançam o detetor para um dado λ ajustado Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 65 ∆∆∆∆λλλλeff depende de D-1 e F.m XD 1 ====−−−− = constante Sendo y D 1 ∆∆∆∆ λλλλ∆∆∆∆ ==== −−−− (32) Se ∆∆∆∆y = w (largura da fenda) ⇒⇒⇒⇒ ∆∆∆∆λλλλ = λλλλeff ∆∆∆∆λλλλeff = wD-1 (40) Figura 3.9 - Efeito da largura da fenda na resolução do espectro. ∆λeff = λ3 - λ2 = λ2 - λ1 resolução parcial 2eff λλλλ∆∆∆∆ ====λλλλ∆∆∆∆ resolução completa Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 66 ���� Escolha da largura da fenda ∆λeff ⇒⇒⇒⇒ f (D-1, w) w ↓↓↓↓ resolução do espectro ↑↑↑↑ P ↓↓↓↓ ⇓⇓⇓⇓ • análises qualitativas ⇒⇒⇒⇒ fenda estreita (detalhes espectrais) • análises quantitativas ⇒⇒⇒⇒ fenda mais larga (sensibilidade) Figura 3.10 – Efeito da largura efetiva de banda sobre os detalhes espectrais. Espectro do benzeno em fase gasosa. Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 67 Figura 3.11 - Efeito da largura da fenda sobre os espectros queapresentam picos estreitos. w ↓↓↓↓ A ↑↑↑↑ - área sob os picos não se altera - picos ficam mais estreitos w < 0,14 mm ⇒⇒⇒⇒ A independe de w Na prática: Espectrofotômetros com fendas ajustáveis → obter os espectros com fendas gradativamente mais estreitas até as absorbâncias ficarem constantes 3.4.3 - CUBETAS ���� Medidas de transmitância/absorbância → substância em estudo é colocada em células ou cubetas com dimensão, forma e características de transparência adequadas Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 68 • material de construção → transparente à radiação na região em estudo - UV → quartzo - VIS → vidro • espessura → 0,1 a 10 cm • formato → preferencialmente retangular: - diminuir as perdas por reflexão - garantir percurso ótico constante 3.4.4 - DETETORES DE RADIAÇÃO ���� Converter a energia radiante em sinal elétrico mensurável ���� Características gerais: � sensíveis à energia radiante em ampla faixa espectral � sensíveis a baixos índices de radiação � resposta rápida � sinal produzido facilmente amplificado � sinal elétrico produzido → diretamente proporcional `a potência do feixe que incide no detetor R= k P + k’ sendo: R = resposta do detetor k = constante de proporcionalidade k’= “corrente escura” Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 69 ����Tipos de detetores • Fotodetetores (detetores fotoelétricos ou quânticos) superfície ativa capaz de absorver radiação ↓↓↓↓ energia absorvida emissão de elétrons ↓↓↓↓ geração de fotocorrente promoção de elétrons para bandas de condução ↓↓↓↓ aumento da condutividade (fotocondução) ∗ Tipos de fotodetetores - Célula fotovoltaica ⇒ VIS - Fototubo ⇒ UV/VIS - Tubo fotomultiplicador ⇒ UV/VIS - Fotocondutor ⇒ NIR / IR / FAR IR - Diodos de Si ⇒ UV/VIS - Detetor por transferência de carga ⇒ UV/VIS • Detetores térmicos - resposta constante em toda a faixa de λ - baixa sensibilidade Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 70 3.4.4.1 - Célula fotovoltaica • Detecção e medida da energia radiante na região visível • Baseia-se na geração de corrente elétrica quando a radiação eletromagnética atinge placa metálica recoberta por semi-condutor (Se ou Cu2O) Figura 3.12 – esquema de uma célula fotovoltáica • Características - fotocorrente: 10-100 µA - intensidade da fotocorrente é proporcional à potência da radiação incidente (R circuito externo pequena ( < 100 Ω)) - não requer fonte externa de energia - dificuldades de amplificação da fotocorrente → só pode ser usado em sistemas cujo nível de iluminação seja alto - resposta espectral → região visível - apresenta efeitos de fadiga 3.4.4.2 - Fototubo • Opera nas regiões VIS e UV • Baseia-se no efeito fotoelétrico Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 71 Figura 3.13 – representação esquemática de um fototubo. • Características: - energia radiante → atravessa o invólucro → catodo → emissão de elétrons → atraídos pelo anodo →circuito externo → amplificação → leitura no de elétrons emitidos é proporcional à potência da radiação incidente - existe um potencial mínimo entre o catodo e o anodo para que a corrente gerada independa do potencial, dependendo apenas da potência da radiação incidente (90V) - fotocorrente baixa ⇒ necessidade de amplificação - resposta espectral depende de λ - sensibilidade espectral depende do material que reveste o catodo - detetor mais sensível que a célula fotovoltaica → operar com menores índices de iluminação Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 72 3.4.4.3 - Tubo fotomultiplicador • Opera na região UV / VIS • Baseia-se na combinação do efeito fotoelétrico e da amplificação eletrônica de corrente Figura 3.14 – representação esquemática de um tubo fotomultiplicador. • Características - radiação eletromagnética → catodo →emissão de elétrons → atraídos pelo 1o dinodo (com potencial mais alto que o catodo) → choque com o dinodo → cada elétron arranca de 2 a 5 elétrons → acelerados para o 2o dinodo e assim sucessivamente até atingir o anodo → fotocorrente → amplificação → medida (cada estágio → fator de multiplicação: 4,5 → fator final = 105) Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 73 - opera a níveis de iluminação bastante baixos (200 X menores que fototubo comum) - requer fonte externa de alta voltagem muito estável e controle rigoroso do potencial aplicado aos dinodos sucessivos - presença de corrente escura emissão térmica de elétrons - performance melhorada com resfriamento 3.4.4.4 - Diodos de silício Figura 3.15 – Fotodiodos de Si Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 74 • Diodo ligado de maneira reversa →→→→ radiação incide na junção →→→→ criação de vazios e elétrons na camada de separação →→→→ geração de corrente proporcional à potencia da radiação • Sensibilidade ⇒ > fototubo e < tubo fotomultiplicador • Resposta espectral ⇒ 190 – 1190 nm 3.5.4.5 - Rede de diodos • Análise simultânea de todo o espectro Figura 3.16 – Rede de diodos de Si Capítulo 3 – Espectroscopia de absorção molecular no UV-VIS 75 Figura 3.17 – Circuito eletrônico da rede de diodos. • Características: - cada diodo ⇒ interruptor + capacitor -sistema controlado por computador →→→→ fecha automaticamente momenta-neamente cada interruptor →→→→ capacitor carregado →→→→ - 5 V →→→→ separação de cargas na junção - radiação incide no diodo →→→→ descarrega o capacitor →→→→ geração de corrente proporcional à potência da radiação →→→→ amplificação →→→→ digitalização e armazenamento na memória do computador - cada diodo vai sendo varrido seqüencialmente num intervalo de tempo muito curto →→→→ análise simultânea de todo o espectro - largura da fenda do monocromador →→→→ imagem da fenda →→→→ superfície do diodo →→→→ associar cada diodo a um λ Figura 3.18 – Redes de diodos
Compartilhar