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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CAMPUS POÇOS DE CALDAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL FÍSICA 1 Movimento Uniformemente Variado EXPERIMENTO 4 Professor: João Sérgio Fossa Turma: 2° PERÍODO (noturno) Aluno(s): Gelson Edgar de Figueredo Robson de Paula Prado Camila Sanches Gabriel Balasco Poços de Caldas, 19 de setembro de 2014 1. OBJETIVO O experimento tem como objetivo o estudo do movimento uniformemente variado (M.U.V.), por meio do trajeto de um carrinho que desliza sobre um trilho de ar inclinado com aceleração constante. O trilho de ar é usado para minimizar a força de atrito. 2. INTRODUÇÃO O Movimento Uniformemente Variado, também conhecido como movimento acelerado, consiste em um movimento onde há variação de velocidade, ou seja, o móvel sofre aceleração à medida que o tempo passa. Mas se essa variação de velocidade for sempre igual em intervalos de tempos iguais, então dizemos que este é um Movimento Uniformemente Variado, ou seja, que tem aceleração constante e diferente de zero. O conceito físico de aceleração difere um pouco do conceito que se tem no cotidiano. Na física, acelerar significa basicamente mudar de velocidade, tanto a tornando maior, como também menor. Já no cotidiano, quando pensamos em acelerar algo, estamos nos referindo a um aumento na velocidade. O conceito formal de aceleração é: a taxa de variação de velocidade numa unidade de tempo, então como unidade teremos: Aceleração Assim como para a velocidade, podemos definir uma aceleração média se considerarmos a variação de velocidade ∆v em um intervalo de tempo ∆t, e esta média será dada pela razão: (1) Velocidade em função do tempo No entanto, quando este intervalo de tempo for infinitamente pequeno, ou seja, , tende-se a aceleração instantânea do móvel descrita por: (2) Velocidade escalar instantânea A velocidade escalar instantânea é totalmente derivada do espaço, em relação ao tempo. Essa “derivação” pode ser representada pela equação: (3) Entretanto, se considerarmos , teremos a função horária da velocidade do movimento uniformemente variado, que descreve a velocidade em função do tempo: (4) A Função horária do espaço em função do tempo no movimento uniformemente variado é descrito pela seguinte equação: (5) Onde (S) é o espaço percorrido, (S0) é a posição inicial, (V0) é a velocidade inicial do móvel, (t) é tempo que o móvel leva para percorrer um determinado espaço e (a) é a aceleração. Calculo do Ângulo do trilho Para calcularmos o ângulo do trilho, temos que decompor as forças e existentes no carrinho e chegamos à seguinte equação: Θ=arc sen (6) Onde (θ) é o ângulo formado entre o trilho e a superfície, (arco seno) é a função inversa do seno, (a) é aceleração do carrinho e o (g) é a gravidade. 3. MATERIAIS Trilho de ar com carrinho acoplado; Cronômetro digital acionado por foto sensores; Microcomputador com programa Origin®; Paquímetro. 4. PROCEDIMENTO Para demonstração do movimento uniformemente variado, montou-se o trilho de ar deixando-o com um pequeno desnível para possibilitar o deslocamento do carrinho sobre o trilho conforme figura 1 abaixo. Figura 1 – Esquema ilustrativo do aparato experimental Ajustou-se a posição dos fotos sensores, mantendo um deles sempre fixo (sensor 1). Ajustou-se o cronômetro no modo sensor a fim de medir o tempo percorrido pelo carrinho. Liberou-se o carrinho no trilho de ar e registrou-se o instante de tempo (t) na função 1 do cronômetro digital em que este passa pelo sensor mais distante (sensor 2), considerando a posição do sensor mais próximo como sendo a posição inicial (para o instante to igual a 0) e em seguida mudou-se para função 2 do cronômetro digital e liberou-se o carrinho no trilho de ar e registrou-se o instante de tempo (dt). Repetiu-se esse procedimento por seis vezes alterando a posição do sensor mais distante a fim de elaborar um gráfico da posição x tempo com os dados coletados durante o experimento e posteriormente gerar o gráfico da velocidade em função do tempo. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 - Espaço em função do tempo Os valores coletados durante o experimento dos espaços (S) em metros, e em função 1 do tempo (t) em segundos e na função 2 do tempo (dt) em segundos, são apresentados na tabela 1 a seguir: S (m) 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 t (s) 0,0 0,348 0,684 0,943 1,211 1,454 1,684 dt (s) 0,031 0,028 0,026 0,023 0,022 0,021 0,020 Tabela 1 – Valores dos espaços S (m) em função dos tempos t (s) e dos tempos dt (s). A figura 2 apresenta o gráfico do espaço (S) em metros em função do tempo (t) em segundos a partir dos valores obtidos e expressos na tabela 1. Figura 2 - Gráfico do Espaço (m) em função do tempo (s) com coeficiente de correlação igual a 99,985 %. O erro estatístico cometido no ajuste dos parâmetros A e B juntamente com o coeficiente de correlação dos pontos experimentais são apresentados na figura 3 abaixo: 19/09/2014 21:38 Polynomial Regression for Data1_B: Y = A + B1*X + B2*X^2 Parameter Value Error A 1,45141E-4 0,00299 B1 0,26108 0,00799 B2 0,05673 0,00453 R-Square(COD) SD N P 0,99985 0,00329 7 <0.0001 Figura 3 – Dados dos ajustes realizados pelo programa Origin® Na figura 3 estão os resultados dos valores das constantes A e B de uma curva polinomial do tipo Y= A + B1.X + B2.X² com seus respectivos desvios, além do coeficiente de correlação que é expresso na figura pela letra R. Dessa forma a equação que descreve a curva ajustada na figura 3 será descrita por: Assim, utilizando o método de arredondamento, podemos expressar a equação horária do movimento uniformemente variado do espaço (S) em metros em função do tempo (t) em segundos para o movimento do carrinho da seguinte maneira, utilizando a equação (5): Substituindo-se os valores, temos: O valor do parâmetro A é representado pela posição inicial (S0) que foi de 0,0 metros. O parâmetro B1 é representado pelo valor da velocidade inicial do carrinho (V0) no instante t=0, dada em metros por segundo (0,261 m/s). E finalmente o parâmetro B2 que é representado pelo valor da aceleração dividido por 2, ou seja: Logo, O valor da aceleração é duas vezes o valor do parâmetro B2, neste caso, a aceleração foi de 0,114 m/s². 5.2 - Velocidade em função do tempo Para determinar a função horária da velocidade do movimento uniformemente variado, que descreve a velocidade em metros por segundos em função do tempo (dt) em segundos utilizamos a equação (3) citada anteriormente na introdução, que ficaria: Mediu-se a parte de cima do carinho que passa pelo sensor, igual a 9,90 mm, transformando o valor para metros obtivemos 0,0099m e substituindo na equação, temos:(6) Na tabela 2 abaixo apresenta os valor da velocidade para cada instante de tempo (dt) em segundos, obtidos através da equação (6): dt(s) 0,031 0,028 0,026 0,023 0,022 0,021 0,020 V(m/s) Tabela 2 – Velocidade instantânea do carrinho no instante (dt) s. A tabela 3 abaixo apresenta os valores da velocidade (v) dada em metros por segundo, em função do tempo (t) em segundos, obtidos através da equação (6): V (m/s) 0,319 0,354 0,381 0,430 0,45 0,471 0,495 t(s) 0,0 0,348 0,684 0,943 1,211 1,454 1,684 Tabela 3 – Valores da velocidade (m/s) em função do tempo (s). A figura 4 apresenta o gráfico da velocidade (v) dada em metros por segundo, em função do tempo (t) em segundos, a partir dos valores apresentados na tabela 2. Figura 4 – Gráfico da velocidade (m/s) em função do tempo (s) com coeficiente de correlação igual a 98,924 %. O erro estatístico cometido no ajuste dos parâmetros A e B juntamente com o coeficiente de correlação dos pontos experimentais são apresentados na figura 5 abaixo: 19/09/2014 21:56 Polynomial Regression for Data1_B: Y = A + B1 * X Parameter Value Error A 0,31652 0,00534 B1 0,1076 0,00502 R-Square(COD) SD N P 0,98924 0,00734 7 <0.0001 Figura 5 – Dados dos ajustes realizados pelo programa Origin® Na figura 5 estão os resultados dos valores das constantes A e B de uma reta do tipo Y= A + B.X com seus respectivos desvios, além do coeficiente de correlação que é expresso na figura pela letra R. Dessa forma a equação que descreve a reta ajustada na figura 5 será descrita por: (7) Utilizando o método de arredondamento, podemos expressar a equação horária do movimento uniformemente variado da velocidade (v) em função do tempo (t) para o movimento do carrinho da seguinte maneira, utilizando a equação (4): Substituindo-se os valores dos parâmetros, temos: (8) O valor do parâmetro A é representado pela velocidade inicial (v0) que foi de 0,317 m/s, ou seja, a velocidade em que o carrinho passava pelo sensor 1 no instante t=0. O parâmetro B é representado pelo valor da aceleração que se manteve constante durante todos os lançamentos. Partindo da análise dos dois gráficos, o que melhor descreve este movimento é o gráfico da posição (m) em função do tempo (s) apresentado na figura 2, que foi ajustado por uma equação do segundo grau e se obteve uma parábola de concavidade para cima e que teve seu coeficiente de correlação igual a 99,985 % e sua aceleração igual a 0,114 (m/s²), no qual, o mesmo aproxima-se de um Movimento Uniformemente Variado. Pode-se notar que os pontos só não estão perfeitamente justificados, devido a pequenos erros experimentais. Depois de ter descrevido qual gráfico representa melhor este movimento, agora podemos calcular o ângulo de inclinação do trilho, utilizando a equação (6): Logo temos, aceleração do carrinho igual a 0,114 (m/s²) e a gravidade igual a 9,81 (m/s²). Substituindo na equação: 6. CONCLUSÃO De acordo com o experimento realizado, concluiu-se que através dos resultados obtidos podemos afirmar que o movimento do carrinho, ao deslizar-se sobre o trilho inclinado, é classificado como movimento uniformemente variado, pois apresentou uma aceleração constante em qualquer é instante ou intervalo de tempo. O movimento também é acelerado porque o valor absoluto da velocidade aumenta no decorrer do tempo. Pequenos e insignificativos erros em seus parâmetros podem ter sido cometidos pela manipulação durante o lançamento do carrinho ou pelo atrito existente quando o carro toca lateralmente na pista, além disso, podemos considerar possíveis falhas no mecanismo do carro podendo ocasionar maior ou menor aceleração escalar. 7. REFERÊNCIAS 1 – Site: http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/fisica/fundamentos-da-cinematica-escalar/conceito-de-velocidade-escalar-instantanea.html#ixzz3EM9BSADy> acesso em 25/09/2014. 2 – GUALTER, José Biscuola; NEWTON, Vilas Bôas; HELOU, Ricardo. Tópicos de Física. São Paulo: Saraiva,2001. 3 – Movimento Uniformemente Variado. Disponível em: <http://www.sofisica.com.br/conteudos /Mecanica /Cinematica/ muv.php> acesso em 25/09/2014. .
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