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APOSTILA DE DIREITO PENAL IV CONTINUAÇÃO

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Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
 _______________________________________________ 
 
CONTINUAÇÃO – MATERIAL DE RESUMO 
 
CRIME DE RESISTÊNCIA – ART. 329 CP 
É a oposição do particular revestido de violência ou grave ameaça, contra o funcionário 
público que está cumprindo um ato legal ou quem lhe preste auxílio para submetê-lo a 
autoridade do Estado. 
 
ESPÉCIES DE RESISTÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÉCIES DE 
RESISTÊNCIA 
1- Resistência ativa: é 
a que o agente usa 
violência ou ameaça 
contra o FP ou o 
particular que lhe 
presta auxílio - art. 
329, caput 
2- Resistência passiva: é a que o 
agente não usa violência ou 
ameaça c/ o FP ou quem lhe 
presta auxílio. Neste caso, não 
ocorre o crime de resistência, 
mas existe o crime de 
desobediência - art. 330. É 
chamada de RESISTÊNCIA 
GHÂNDICA , usada na satyagraha 
ESTRUTURA DO 
CRIME DE 
RESISTÊNCIA 
1- Objetividade jurídica: 
tutela a administração 
pública no que diz respeito 
a sua autoridade e prestígio. 
Protege também a 
integridade física e moral 
do FP ou do particular que 
lhe preste auxílio (tut. 
bifacial) 
2- Núcleo do tipo: é o verbo 
“opor-se” no sentido de 
impedir ou obstruir a 
execução de ato legal. O 
crime é praticado 
comissivamente, pois o 
agente se utiliza de violência 
física ou moral contra o FP 
ou em quem lhe auxilia. 
Pode ser cometido de forma 
omissiva imprópria – art. 13, 
§2º - quando o FP tem o 
dever de agir para impedir 
que o resultado ocorra, e ele 
nada faz. 
3- Exemplo: Um oficial de 
justiça vai cumprir um 
mandado de busca e 
apreensão, acompanhado 
de um policial. O dono do 
imóvel, em certo momento, 
reage, e passa a agredir o 
oficial de justiça, momento 
em que o policial vendo a 
cena fica inerte. 
 
 Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
 _______________________________________________ 
 
 
Se o FP não aceita o auxílio do particular, e ele vem a sofrer violência ou ameaça, 
neste caso não se caracteriza o crime de resistência em relação a este. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIME DE 
RESISTÊNCIA - 
ESTRUTURA 
4-Momento do emprego da violência ou ameaça: a violência ou 
ameaça contra o FP ou quem lhe preste auxílio devem ser usadas 
durante o impedimento do cumprimento do ato legal. Se a 
violência ou ameaça forem empregadas antes ou depois do 
cumprimento do ato legal, não há que falar no crime de 
resistência, mas subsistem outros crimes contra o funcionário 
público ou quem lhe preste ajuda, tais como lesão corporal ou 
ameaça ou constrangimento ilegal. 
 
 
5- Sujeito ativo: pode ser cometido por qualquer pessoa, inclusive 
por FP, que não use a prerrogativa da função pública naquele 
momento. Também é possível seja a resistência praticada por 
terceira pessoa. Exemplo: Pedro, ao perceber que sendo preso 
em flagrante delito pela prática de lesão corporal, passa a 
agredir com socos o policial que está cumprindo o ato legal. 
 
 
CRIME DE 
RESISTÊNCIA - 
ESTRUTURA 
6- Sujeito passivo: o estado, e secundariamente, o FP ou pessoa que 
esteja ajudando o FP na execução do ato. Particular que presta 
auxílio ao FP: este, ao ajudar o FP, passa a figurar como assistente ou 
longa manus do Estado, razão pela qual merece proteção. 
A assistência do particular pode ser requisitada pelo FP, ou o 
particular adere espontaneamente ao ato, e neste caso, há que ter o 
consentimento do FP. 
 
7- Elemento subjetivo: Dolo, acompanhado de um especial fim de 
agir, que é a vontade de impedir a execução de um ato legal. Se 
houver dúvida a respeito da legalidade do ato ou da competência do 
FP para cumprir o ato, não haverá crime de resistência. 
Não se admite a forma culposa desse crime. 
 
CRIME DE 
RESISTÊNCIA -
ESTRUTURA 
8- Consumação: o crime se aperfeiçoa com a prática de violência ou 
ameaça ao FP competente ou a quem lhe preste auxílio, não 
importando se a conduta do agente impediu ou não a execução do 
ato legal, pois se trata de crime formal. 
9- Tentativa: é admissível quando o agente usa violência, pois se trata 
de crime plurissubsistente, que pode fracionar o iter criminis. Se 
porém, o agente empregar ameaça verbal, não se pode admitr o 
conatus, em face de ser um crime unissubsistente. 
Mas, quando a ameaça for por escrito, o conatus é admissível, pois o 
caminho do crime pode ser dividido. 
 Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
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RESISTÊNCIA QUALIFICADA - § 1º 
 
 
 
 
 
 
CRIMES DE RESISTÊNCIA, DESOBEDIÊNCIA E DESACATO 
 
 
 
 
Há discussão na doutrina se o crime de resistência absorve ou não a desobediência e o 
desacato. 
CRIMES DE RESISTÊNCIA E DESOBEDIÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMES DE RESISTÊNCIA E DESACATO 
Se se pratica os delitos de resistência e desacato num mesmo contexto fático, deve o 
agente responder por um único crime ou responder por ambos em concurso? 
Sobre o tema há 3 vertentes: 
 
 
 
 
 
CRIME DE DESOBEDIÊNCIA – ART. 330 CP 
É a ordem legal dada por FP para que alguém faça algo ou deixar de fazer algo. 
Aqui o agente resiste à ordem dada passivamente, não usa violência ou ameaça c/ o FP ou 
quem lhe presta auxílio (resistência ghândica). 
 
Resistência e 
desacato - 
mesmo fato: 
3 vertentes 
1- a resistência absorve o desacato – pois a ofensa física 
ou verbal ao FP destina-se a impedir a execução do ato 
legal. É a posição majoritária da doutrina. 
2- o desacato absorve a resistência – pois a pena 
do desacato é mais elevada. 
3- há concurso material entre resistência e desacato 
(art. 69 caput) – pois o desacato não é meio 
imprescindível para a execução da resistência. 
Se em razão da resistência o ato legal não se executa, 
tal fato justifica a elevação da pena, sob dois 
fundamentos: 1- a lei foi efetivamente descumprida; 2- 
a autoridade estatal foi redicularizada, fato que 
incentiva a atuação de rebeldia por outras pessoas. 
Neste caso, o crime de resistência qualificada passa a 
O crime de desobediência – art. 330 CP – se cometido no mesmo contexto 
fático do crime de resistência, fica por este absorvido. Tal fato ocorre por que 
não se pode falar no crime de resistência sem haver desobediência, pois esta 
funciona como meio de execução do crime de resistência. Aplica-se o 
princípio da consunção para solucionar o conflito de normas. 
 
 Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
 _______________________________________________ 
ESTRUTURA DO CRIME DE DESOBEDIÊNCIA 
 
1- Objeto material: é a ordem legal emanada do FP dirigida a alguém para fazer ou deixar 
de fazer algo. Não é um pedido, mas uma ordem legal. Se for uma solicitação ou pedido 
emanado de FP, não caracteriza o crime de desobediência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não se pode obrigar alguém a cumprir uma ordem formal ou materialmente ilegal, em 
razão do princípio da legalidade – Art. 5º, II da CF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2- Núcleo do tipo: é o verbo “desobedecer” no sentido de não atender ou recusar a ordem 
legal de um FP competente para emiti-la. Não há emprego de violência ou ameaça ao FP. 
O agente passivamente recusa-se a cumprir a ordem do FP. 
A conduta de desobedecer pode ser cometidapor ação, quando a ordem do FP impõe a 
abstenção de um ato ao destinatário, mas ele age. 
 
 
 
 
 
 
Também pode ser praticado o crime de desobediência de forma omissiva, quando o FP 
ordena uma conduta positiva ao agente, e este, por vontade própria, se omite. 
 
 
 
 
 
Essa legalidade da ordem deve ser apreciada nos aspectos formal 
e material: 1- No sentido formal: analisa-se de quem emanou a 
ordem (autoridade competente ou não) e de quem a executa 
(quem está fazendo cumprir a ordem, possui atribuição para tal); 
2- No sentido material: perquire-se sobre o conteúdo do ato 
legal, o foi colocado para ser cumprido. 
 
Exemplo 1: João se recusa a permitir que um oficial 
de justiça proceda a uma busca e apreensão em sua 
casa no período noturno. 
Exemplo 2: Tereza, mãe do menor Pablo, não atende 
à ordem judicial de permitir que seu ex-marido 
fique com a criança nos finais de semana, ao tomar 
conhecimento de que a ordem partiu de um juiz 
incompetente para expedir tal ordem. 
 
Exemplo: Durante uma blitz, um policial determina que todos fiquem 
imóveis para serem revistados, mas um deles sai correndo. 
 
 
 
Exemplo: Paulo, ao entrar em um tribunal e passar pelo 
detector de metais, que sinalizou que Paulo estava de 
posse de um objeto de metal, ao ser ordenado para que 
abrisse a sua pasta, recusou-se. 
 
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A ordem há de ser endereçada diretamente à pessoa que possui o dever de cumpri-la. 
 
3- Sujeito ativo: pode ser cometido por qualquer pessoa, desde juridicamente vinculada à 
ordem legal. Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIME DE DESACATO – ART. 331 CP 
O STJ decidiu que o desacato não pode ser considerado crime porque contraria leis 
internacionais de direitos humanos (Tratado de San José da Costa Rica). Na decisão o 
ministro relator justifica: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTU
RA DO 
CRIME DE 
DESOBEDI
ÊNCIA 
 
4- Sujeito passivo: é o estado, e secundariamente, o FP que faz a 
execução do ato legal. 
 
5- Elemento subjetivo: é o dolo, acompanhado de um especial fim de agir, 
que é o conhecimento da legalidade da ordem e da competência da 
autoridade que a emitiu. Não se admite a forma culposa desse crime. 
6- Consumação: Se o FP ordena que o particular se abstenha de fazer algo, 
e ele faz, o crime se consuma neste momento (conduta comissiva). Se o FP 
determina que alguém faça algo para cumprir ordem legal, e o particular não 
faz, o crime de desobediênca se consuma neste momento (conduta 
omissiva). 
 
7- Tentativa: só é admissível na modalidade comissiva, pois se trata de 
crime plurissubsistente. 
 
Um FP pode praticar um crime de desobediência, desde naquele momento ele esteja 
atuando como um particular, isto é, a ordem legal descumprida não esteja entre seus 
deveres funcionais. 
 
"A existência de tal normativo em nosso 
ordenamento jurídico é anacrônica, pois traduz 
desigualdade entre funcionários e particulares, o 
que é inaceitável no Estado Democrático de Direito 
preconizado pela Constituição Federal de 88 e pela 
Convenção Americana de Direitos Humanos. Não há 
dúvida de que a criminalização do desacato está na 
contramão do humanismo porque ressalta a 
preponderância do Estado - personificado em seus 
agentes - sobre o indivíduo". 
 
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No final da sua decisão, o ministro-relator ressalta que: 
 
 
 
 
 
 
 
CRIME DE DESACATO 
No exercício legítimo do cargo público, o agente deve estar protegido contra as investidas 
violentas, sendo esta a função do crime de desacato. 
Qualquer FP pode ser desacatado em sua função, não importando o cargo, se de baixo ou 
alto escalão. 
ESTRUTURA DO DESACATO 
1- Objeto material: É o FP contra quem se dirige a conduta de desacatar. 
 
2- Núcleo do tipo: é o verbo “desacatar” no sentido de menosprezar, de humilhar a 
dignidade e o prestígio da atividade administrativa do Estado. 
O crime pode ser praticado por diversas condutas, como palavras, gestos, ameaças, 
violência física, e outros meios capazes de ridicularizar o FP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMA DE PRATICAR O DESACATO 
Só se configura o crime se a conduta de desacatar se deu na presença física do FP, pois 
assim se evidencia o objetivo de inferiorizar a função pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos: 1- dizer a um juiz de direito que ele é um 
incentivador da criminalidade em razão de uma 
sentença proferida (palavras); 
2- Pedro deu um soco no rosto de um policial no 
momento em que cumpria a ordem de prisão 
preventiva (violência física). 
3- Ameaçar um promotor de justiça por este ter 
oferecido denúncia por um crime cometido pelo 
agente (violência moral). 
 
Por conseqüência, não se admite o desacato praticado por meio 
de cartas, e-mails, telefonemas, recados, bilhetes, dentre outros 
meios. 
A ofensa praticada contra FP no exercício da função pública ou 
em razão dela, na sua ausência, configura o crime de injúria – 
art. 140, caput c/c o art. 141, II do CP. 
 
"O afastamento da tipificação criminal do desacato não impede a 
responsabilidade ulterior, civil ou até mesmo de outra figura típica penal 
(calúnia, injúria, difamação etc.), pela ocorrência de abuso na expressão 
verbal ou gestual ofensiva, utilizada perante o funcionário público". 
 
 Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
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3- Sujeito ativo: pode ser cometido por qualquer pessoa. 
O desacato pode ser praticado por outro funcionário público? 
Sobre o tema, temos 3 vertentes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desacato praticado em razão da função pública: aqui o FP não está no 
desempenhando ato de ofício da função no momento da ofensa, mas tal ofensa se vincula 
à sua função pública. 
Exemplo: Um fiscal de tributos, está de férias em Salinas, quando uma pessoa, que 
já o conhece, o chama de corrupto. 
 
1ª corrente: o FP não pode ser responsabilizado por 
desacato. 
Alega que, o fato do crime de desacato está inserido no 
capítulo “crimes contra a administração em geral”, o FP 
não pode ser sujeito ativo. Entende a corrente que a ofensa 
de um FP contra outro FP configura o crime de injúria 
qualificada – art. 141, II do CP. 
 
2ª corrente: firma posição no sentido de que um FP só pode 
praticar o crime de desacato quando a ofensa for contra seu 
superior hierárquico. Mas a recíproca não é verdade. Além dos 
motivos justificadores serem preconceituosos e autoritários, é 
também inconstitucional, pois fere de morte o princípio da 
isonomia. O art. 331 não tutela somente a autoridade, mas tutela 
a função pública, não importando quem a esteja exercendo. O 
preceito fala em “desacatar funcionário público”, e não desacatar 
autoridade pública”. 
 
3ª corrente: o FP pode praticar o crime de desacato. 
Se um FP ofende física ou moralmente outro FP no exercício de sua função, 
o primeiro se despe desua condição funcional e se equipara ao particular. 
Não importa se o ofensor seja da mesma categoria ou categoria diversa do FP 
ofendido, pois dentre as suas atribuições não se insere a de agressão de 
qualquer natureza contra FP. 
Assim, um FP, mesmo no exercício da sua função, ofende outro FP também 
no exercício da função, será responsabilizado pelo crime de desacato, pois o 
bem jurídico protegido é o prestígio da função pública. 
É a posição consolidada na doutrina e na jurisprudência dos tribunais 
superiores. 
 Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
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CRIME DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA – ART. 332 CP 
 
O crime consiste na conduta do FP que, alardeando prestígio e influência junto à 
Administração, ilude e ludibria aquele que deseja ter uma providência (vantagem ou 
promessa de vantagem, de qualquer natureza) da Administração Pública. 
ESTRUTURA DO CRIME 
 Objeto material: é a vantagem ou promessa de vantagem, de qualquer natureza. 
 
 Núcleos do tipo: Há 4 núcleos: solicitar no sentido de requerer, pleitear; exigir no 
sentido de determinar, ordenar; cobrar no sentido de reclamar pagamento ou cumprir algo; 
obter no sentido de conseguir. Estas condutas se conjugam com a conduta de influir no 
conduta do FP para a prática do ato (vantagem ou promessa de vantagem).Mas ele não 
influi na conduta do FP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Já o STJ, em reiteradas decisões, sobre este crime tem decidido: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTUR
A DO 
CRIME DE 
DESACATO 
 
4- Sujeito passivo: é o estado, e secundariamente, o FP que faz a 
execução do ato legal. 
 
 
5- Elemento subjetivo: é o dolo, vontade livre e consciente de 
desprestigiar a função pública. No dolo já se inclui o conhecimento da 
qualidade de FP, bem como a condição de estar bo exercício da função ou 
a ofensa ter sido emitida em razão dela. Não se admite a forma culposa. 
 
 
6- Consumação: consuma-se o crime no momento em que o agente 
comete os atos ofensivos ou dirige palavras ultrajantes ao FP, com o fim de 
menosprezar a função pública. Por ser um crime formal, não importa se o 
FP sentiu-se ofendido ou não, pois a lei tutela a dignidade da função 
pública, e não a honra de quem ocupa o cargo. 
 
 
7- Tentativa:não é admissível, pois se trata de crime unissubsistente. 
Exemplo: Marta, alegando que é amiga de uma juíza, sem 
realmente sê-lo, solicita de João certa quantia em dinheiro, 
para supostamente convencer a juíza a sentenciar seu caso 
justificado na absolvição. 
 
“É despiciendo para a caracterização, em tese, do delito de 
tráfico de influência, que o agente de fato venha a influenciar 
no ato a ser praticado por funcionário público. 
Basta que por mera pabulagem alegue ter condições para tanto, 
pois nesse caso já terá sido ofendido o bem jurídico tutelado: a 
moralidade da administração pública”. 
 
 Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
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 Sujeito ativo: pode ser cometido por qualquer pessoa, inclusive outro FP. 
 
 Sujeito ativo: é o estado, e secundariamente, o comprador da influência, aquele que 
paga vantagem ou promete vantagem com o fim de obter algum benefício junto ao FP. 
Esse benefício pode ser lícito ou ilícito, pois mesmo que seja ilícito, ainda assim o 
comprador da influência ser vítima. 
 
 Elemento subjetivo: é o dolo, acompanhado de um especial fim de agir, que é o obter 
vantagem para si ou para outrem. 
Não se admite a modalidade culposa. 
 
 Consumação: nos núcleos solicitar, exigir e cobrar, o tráfico de influência é crime 
formal, pois se consuma com as condutas descritas, não dependendo da efetiva obtenção 
de vantagem. 
Porém, na modalidade obter, o crime é material, consumando-se no momento em que o 
agente alcança a vantagem desejada. 
 
 Tentativa: é admissível nas modalidades comissivas, pois se trata de crime 
plurissubsistente. 
 
 
 
 
 
 
 
 Não será admissível a tentativa, nos casos de crime unissubsistente, quando não há 
o fracionamento do iter criminis. 
Neste casos, trata-se de solicitação, exigência ou cobrança efetuadas de forma verbal, em 
que a realização da conduta já consuma o crime, não sendo possível a tentativa. 
 
 
 
 
 
Exemplo: Chico remete para Beto uma carta solicitando a entrega de vantagem 
para influir na conduta de um FP responsável pela apreciação de um recurso 
administrativo por ele impetrado visando anular diversas multas de trânsito, mas 
a carta é extraviada nos correios. 
 
Se o agente realmente possuir influência junto ao FP, e vier a corrompê-lo, 
deverá responder pelo crime de corrupção ativa – art. 333 CP. 
 
Se no caso concreto o agente individualiza o FP e posteriormente se provar 
que essa pessoa não tem a qualidade de FP, a pessoa que solicitou 
vantagem responderá pelo crime de estelionato 
 Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
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 CORRUPÇÃO ATIVA – ART. 333 CP 
 
Este tipo penal tem por fim impedir que os particulares atuem ilicitamente na atividade 
administrativa, oferecendo ou prometendo vantagem indevida ao FP para fazer com que 
ele pratique, omita ou retarde ato de ofício. 
 
EXCEÇÃO À TEORIA MONISTA 
 O legislador pátrio ao tratar do crime de corrupção rompeu com a Teoria Monista no 
concurso de pessoas (art. 29), acolhendo a como exceção à regra. Nesta linha, quando um 
particular oferece vantagem a um FP objetivando que ele pratique ou omita ou retarde o 
ato de ofício, há dois crimes distintos, com autores diferentes: 
 
 
 
 Objeto material: é a vantagem ou promessa de vantagem, de qualquer natureza. 
 
 Núcleos do tipo: Há 2 núcleos: oferecer no sentido de propor vantagem indevida; 
Prometer significa obrigar-se a, no futuro, entregar vantagem indevida, exigindo uma 
contrapartida do FP. É um tipo misto alternativo. 
 
 Ato de ofício: significa aquele que está nas suas atribuições legais definidas em lei. 
Nesta linha, se um particular oferece ou promete vantagem indevida a FP que não tenha 
poderes legítimos para a prática de certo ato, neste caso não há falar no crime de corrupção 
ativa, pois o fato é atípico penalmente. Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste caso, a conduta do indiciado é atípica, pois o FP do MP não tem atribuição de 
denunciar pessoas. 
 
 Sujeito ativo: o crime pode ser cometido por qualquer pessoa, inclusive outro FP, 
desde que realize a conduta sem aproveitar-se das facilidades inerentes à sua função 
pública. 
O agente pode praticar o crime diretamente, sem intervenção de outras pessoas, ou 
indiretamente, ocasião em que usará interposta pessoa para a prática do delito. 
 
 
EXCEÇÃO 
À TEORIA 
MONISTA 
1- O FP, que 
solicita ou recebe 
a vantagem 
indevida, 
responderá por 
corrupção passiva 
– art. 317 CP; 
2- O particular, que 
oferece ou promote 
vantagem indevida ao 
FP, responderá por 
corrupção ativa – art. 
333 CP 
Um indiciado em inquérito policial oferece ou promete 
vantagem indevida a um agente auxiliar do Ministério 
Público para que não seja denunciado pelo citado 
crime. 
 
Exemplo de conduta direta: Antônio oferece certaquantia em dinheiro a 
Pedro, escrevente de uma vara, para que este retarde o andamento do 
processo. 
 
 Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
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 Sujeito passivo: é o estado, e secundariamente, a pessoa lesada. Assim, como o 
sujeito passivo principal é o Estado, a não identificação do FP corrompido não 
descaracteriza o crime, se existirem provas da oferta da vantagem indevida, pois se trata 
de crime formal. 
 
 Elemento subjetivo: é o dolo, acompanhado de um especial fim de agir, que é 
determinar que o FP pratique, omita ou retarde o ato de ofício. 
Não se admite a modalidade culposa. 
 
 Consumação: consuma-se o crime com a oferta ou promessa de vantagem indevida 
ao FP, independente de sua aceitação. 
Também se prescinde para a consumação do crime, se o ato foi praticado, omitido ou 
retardado. 
 
 Tentativa: é admissível, pois se trata de crime plurissubsistente. 
Já na forma verbal, não se admite o conatus, pois se trata de crime unissubsistente, onde 
não há fracionamento do iter criminis. 
 
 CAUSA DE AUMENTO DE PENA - § UNICO 
Se em razão da promessa ou vantagem, o agente atrasa ou não pratica o ato que deveria 
praticar ou o pratica, violando dever funcional, neste caso a pena é aumentada em um 
terço. Aqui o crime é material, pois exige um resultado. 
 
 CORRUPÇÃO ATIVA E O “JEITINHO BRASILEIRO” 
 
Quando um particular se limita a pedir ao FP para “dar um jeitino” em alguma situação de 
seu interesse, não há falar no crime de corrupção ativa, pois não houve oferecimento ou 
promessa de vantagem indevida. Nesse sentido há 2 soluções: 
 
 
 
 
 
SITUAÇÃO DE "DAR 
UM JEITINHO 
BRASILEIRO" 
1- Se o FP pratica o ato pedido, viola seu dever funcional, sendo-
lhe imputado o crime de corrupção passiva privilegiada – art. 
317, § 2º CP, e ao particular que solicitou o jeitinho, será 
enquadrado como partícipe daquele crime. 
 
2- Se o FP não pratica o ato, o fato será atípico 
penalmente para ambos. 
 
Exemplo de conduta indireta: Edilson, a pedido de Elizabete, ré em certa ação 
penal, oferece uma jóia para um oficial de justiça para que este não proceda à 
citação. 
Neste caso, Edilson será coautor do crime de corrupção ativa praticado por Elizabete. 
 
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 _______________________________________________ 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
Este capítulo objetiva a prevenção e punição das condutas lesivas a uma das finalidades 
precípuas do Estado, isto é, a distribuição e administração da justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIME DE DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – art. 339 CP 
 
Este crime é formado pelo crime de calúnia – art. 138, com a conduta de noticiar à 
autoridade pública competente a prática de crime ou contravenção penal e sua autoria, 
mas sabendo que a pessoa é inocente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A 
comunic
ação 
gera 
1- 
instauraçã
o de IP ou 
TCO 
2- 
process
o 
judicial 
3- 
processo 
administra
tivo 
4- 
inquéri
to civil 
5- ação de 
improbidad
e 
administrati
va 
Justiça aqui significa tutelar não somente os atos do 
Poder Judiciário, mas também todas as atividades e 
funções vinculadas à prestação da justiça em geral, 
atingindo-a no prestígio e na eficácia dos seus atos, 
para evitar que a sociedade desacredite nas instituições 
do Estado. Assim, este capítulo abrange atos da justiça, 
polícia, sistema penitenciário, Ministério Público, 
Defensoria Pública, dentre outros órgãos. 
 
Se a pessoa leva ao conhecimento da autoridade pública 
notícia de que outra pessoa praticou um crime ou 
contravenção penal, mas não desconfia que ela é 
inocente, essa pessoa agiu dentro da lei, pois assim 
permite o art. 5º, § 3º CPP. 
 
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ESTRUTURA DO CRIME 
Objetividade jurídica: o tipo penal tutela a Administração da Justiça, mas também 
protege a honra, o patrimônio e a liberdade da pessoa física ou jurídica. 
 
Núcleo do tipo: é a expressão “dar causa” no sentido de provocar a instauração daqueles 
procedimentos legais pela administração pública tendo ciência de que a pessoa é inocente. 
O crime pode ser praticado por escrito, verbalmente, por gestos e até mesmo o silêncio. 
 
Por escrito: comunicação de um suposto crime atribuído a alguém via e-mail encaminhado 
à autoridade policial. Se o delegado instaurar o IP e houver indiciamento, o crime se 
consuma; 
Forma verbal: por meio de telefonema Pedro comunica à Corregedoria de uma Instituição 
Pública que determinado FP praticou o crime de peculato. Posteriormente, a autoridade 
instaurou o PAD para investigar o fato; 
Por meio de gestos: em certa situação em que um crime acaba de ser cometido, João 
aponta em direção a Délio, indicando ao policial que fora ele o autor do crime, embora 
tivesse certeza que não fora ele o autor; 
Por meio do silêncio: Maria e Tonha foram a uma delegacia e perante o delegado Maria 
acusou Expedito da prática de furto e que tal fato foi testemunhado por Tonha. O delegado 
indaga a Tonha se o fato é verdade e Tonha fica em silêncio. Maria e Tonha sabem que 
Expedido não tem vinculações com este crime. Dias depois, a autoridade instaurou IP e 
indiciou Expedito pelo crime de furto. 
 
 
CRIME DE FRAUDE PROCESSUAL – ART. 347 
 
 Objetividade jurídica: tutela a administração da Justiça no que diz respeito ao 
falseamento da prova. 
 Objeto material: é a coisa, o lugar ou pessoa que suporta a inovação artificiosa. A 
fraude processual é crime subsidiário, pois só pode ser aplicado quando o fato não 
constituir crime mais grave, isto é, com pena mais elevada. Se existir, ele fica absorvido. 
 
 
 Núcleos do tipo: é verbo inovar, no sentido de alterar, introduzindo alguma novidade. 
Esta inovação artificiosa precisa relacionar-se com estado do lugar, da coisa ou da pessoa, 
sendo efetuada de forma fraudulenta. 
 
Exemplos 
de 
inovação 
artificios
a 
 
2- No tramitar de um 
processo judicial 
envolvendo animais 
entre dois 
fazendeiros, um 
deles altera sinal 
indicativo de 
propriedade. 
 
1- Antônio durante 
o tramitar de um 
processo, falsifica 
um documento 
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Inovar artificiosamente significa alterar ou modificar algo no processo com emprego de 
fraude ou ardil para enganar o juiz ou a perícia. 
 
 
 
 Sujeito ativo: o crime pode ser praticado por qualquer pessoa, tenha ou não interesse 
no processo. Pode ser agente do crime: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXEMPLOS 
Lugar: após a prática de homicídio, o agente 
limpa manchas de sangue das paredes. 
Coisa: colocar uma pistola na mão do cadáver 
depois do homicídio para simular suicídio. 
Pessoa: para não ser reconhecida por testemunhas 
como autor de um crime, a pessoa faz uma cirurgia 
plástica . 
a inovação 
artificiosa 
pode 
ocorrer: 
1- depois de 
iniciado ou durante 
o processocivil 
2- depois de 
iniciado ou 
durante o 
processo 
administrativo 
3- durante o IP 
ou durante o 
processo penal 
Podem figurar como autor do crime 
de fraude processual 
1- as partes: autor; réu; 
assistente litisconsorcial 
2- seus procuradores, parentes 
e amigos 
Um FP pode praticar o crime de fraude processual. Mas se ele 
solicitar, receber ou aceitar promessa de vantagem indevida 
para inovar artificiosamente no curso do processo ou do IP, 
responderá pelo crime de CORRUPÇÃO PASSIVA. 
 
Se perito inovar artificiosamente o lugar de um crime, responde pelo crime de 
fraude processual? 
Não, responderá pelo crime de falsa perícia – art. 342, em razão do princípio da 
especialidade, pois a norma especial afasta a norma genérica. 
 
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 Sujeito passivo: é o Estado. Mediatamente, a pessoa física ou jurídica prejudicada. 
 
 Elemento subjetivo: é dolo, acrescido de um especial fim para induzir em erro o juiz 
ou perito. Não se admite a modalidade culposa. 
 
 Consumação: é crime formal ou de consumação antecipada, pois concretiza-se no 
instante em que o agente pratica a inovação no estado da coisa, do lugar da pessoa, mesmo 
que não haja o induzimento em erro do juiz ou perito. 
Mas se a fraude for grosseira, perceptível a olho nu, não há crime, pois caracteriza o crime 
impossível, pela ineficácia absoluta do meio de execução. 
 
 Tentativa: é possível ocorrer a fraude processual um crime plurissubsistente 
(fracionamento do iter criminis). 
 
NO CÓDIGO DE TRÂNSITO 
Fazer referência a acidente de trânsito com vítima, caso em que o CTB admite o crime de 
fraude processual no art. 312. 
 
FRAUDE PROCESSUAL E O DIREITO DE NÃO PRODUZIR PROVAS CONTRA 
SI MESMO 
O Pacto de San José da Costa Rica, em seu art. 8º, incorporado do direito pátrio por 
meio do Decreto 678/92, não permite ao investigado ou acusado ou alguém em seu 
nome, proceder a inovação artificiosa no curso do processo civil, penal ou 
administrativo. 
Sobre o assunto, o STJ no caso dos Nardoni assim decidiu: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Logo, a não autoincriminação é um direito do ser humano, o qual não pode ser 
confundido com condutas atentatórias ao exercício da prestação jurisdicional 
prestada pelo Estado. 
 
 
 
CRIME DE FAVORECIMENTO PESSOAL – ART. 348 CP 
 
“O direito à não autoincriminação não abrange a 
possibilidade dos acusados alterarem a cena do 
crime, inovando o estado de lugar, de coisa ou de 
pessoa, para, criando artificiosamente outra 
realidade, levar peritos ou o próprio juiz a erro de 
avaliação relevante”. 
 
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Também conhecido como homizio (homiziar), ele consiste em prestar auxílio para que o 
autor de crime não seja alcançado pela autoridade pública, mediante dissimulação do 
criminoso ou facilitação de sua fuga. 
ESTURUTRA DO CRIME 
 Objetividade jurídica: busca-se impedir a criação de obstáculos no combate ao 
crime, pois as pessoas não têm obrigação legal de colaborar com a justiça, mas de outro 
lado, também não podem dificultar suas ações. 
 
 Objeto material: é a autoridade pública prejudicada no desempenho de suas funções 
em razão do favorecimento ao autor do crime. 
 
 Núcleos do tipo: é o verbo “auxiliar” conjugado à expressão “a subtrair-se” no 
sentido de punir quem idoneamente ajuda o autor do crime a fugir ou de qualquer modo 
evita a ação da autoridade pública. 
 
CASO DE ADVOGADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas, é possível a participação tanto por induzimento ou instigação ao auxílio prestado ao 
criminoso. Exemplo: 
 
 
 
 
 
O crime do art. 348 do CP só pode ser praticado por ação, não admitindo a forma 
omissiva. Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este fato não constitui crime de favorecimento pessoal, pois o art. 348 CP só pode ser 
cometido por ação. 
 
 Sujeito ativo: pode ser cometido por qualquer pessoa, pois é crime comum. 
No caso autofavorecimento não se caracteriza o crime do art. 348 CP, quando o agente 
pratica um crime em concurso de pessoas, no qual um dos agentes, para se proteger contra 
Não se amolda ao tipo penal a conduta de induzir ou instigar o autor do crime a 
furtar-se da ação da autoridade no caso de advogado que está patrocinando a 
defesa do acusado. 
Exemplo: Advogado que orienta seu cliente a fugir para outro Estado até que 
ocorra a extinção da punibilidade do crime cometido por ele. 
 
João convence Beto a esconder Carlos em sua casa, 
procurado pela Polícia em razão de um homicídio. 
 
Pedro, amigo de Beto, que praticou um crime furto, foi 
intimado a prestar depoimento no IP que investiga o fato, 
pois a autoridade policial tomou conhecimento que ele 
sabia onde estava escondido o acusado Beto. Pedro, 
mesmo sabendo o paradeiro de Beto, não fornece 
informações. 
 
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a ação da autoridade pública, auxilia um ou mais coautores a fugir da ação da autoridade 
pública. Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sujeito passivo: é o estado. 
 
 Elemento subjetivo: é o dolo, consistente na vontade livre de auxiliar o autor do 
crime a subtrair-se da ação da autoridade pública. Exige-se que o sujeito ativo tenha 
conhecimento de que o favorecido está sendo procurado ou venha a ser procurado pela 
autoridade pública em razão de crime anterior. 
Dolo eventual 
A ignorância quanto à situação da pessoa procurada ou perseguida exclui o dolo direto, já 
que ele não sabia da verdadeira situação da pessoa. Na dúvida se a pessoa sabia ou não da 
situação da pessoa procurada, aplica-se o dolo eventual. 
Não se admite a modalidade culposa. 
 
 Consumação: sendo um crime material, consuma-se com o efetivo auxílio, quando o 
sujeito ativo ajuda a pessoa procurada pela autoridade a furtar-se a ação do estado, mesmo 
que por breve período. 
 
 Tentativa: é admissível em razão de ser um crime plurissubsistente, que permite o 
fracionamento do iter criminis. 
 
 ESCUSA ABSOLUTÓRIA – § 2º 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O fundamento da exclusão da pena são os laços de afeto entre parentes ou entre 
cônjuges (solidariedade no círculo familiar), pois não há como obrigar uma pessoa a negar 
auxílio a parente ou cônjuge. Assim, se o agente auxilia um parente a esconder-se da ação 
da justiça, o crime de favorecimento pessoal subsiste, mas não poderá o juiz aplicar a 
pena. 
 
 
 
Antônio e Bento, em coautoria, praticam um homicídio 
contra Carlos. Em seguida, Antônio compra uma passagem 
de avião e a entrega a Bento, que empreende fuga para outro 
país. 
Nesta linha, Antônio visava impedir a prisão de Bento e sua 
confissão prejudicaria ele. Esse fato é atípico penalmente para 
Antônio. 
 
Se o agente presta auxílio a ascendente, descendente, 
cônjuge ou irmão do criminoso para ele livrar-se da ação 
da autoridade pública, neste caso o agente está isento de 
pena. É a chamada imunidade penal absoluta ou material, 
que é causa pessoal de exclusão da pena. 
 
Em casode crime de favorecimento pessoal em havendo escusa absolutória, o 
delegado de polícia não poderá instaurar o TCO, pois não há interesse do Estado 
a justificar a persecução penal em crime em que o Estado não pode punir. 
 
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DISTENÇÃO ENTRE O FAVORECIMENTO PESSOAL E CRIME DE PESSOA 
PRESA OU SUBMETIDA A MEDIDA DE SEGURANÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FAVORECIMENTO REAL – ART. 349 CP 
Configura-se o crime quando o agente presta auxílio a criminoso destinado a tornar 
seguro o proveito do crime, excluídos os casos de coautoria e receptação. 
 
 
 
 
 Objetividade jurídica: tutela a administração da justiça no que diz respeito à 
proibição de incorporação de patrimônio obtido ilicitamente pelo criminoso. Também 
protege o patrimônio da vítima do crime anterior. 
 Objeto material: é o proveito do crime, que é toda e qualquer vantagem ou utilidade 
material ou moral obtida em decorrência do crime anterior. 
 
 
 
 
 Núcleo do tipo: é o verbo “prestar” no sentido de dar assistência ao criminoso 
visando tornar seguro o proveito do crime. 
O favorecimento real só pode ser praticado por ação (crime comissivo). Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
Conceito de 
proveito do 
crime 
1- é toda e qualquer vantagem ou utilidade material ou moral 
obtida em decorrência do crime. O proveito de crime engloba: 
a) Preço do crime: "A" recebeu o valor de C$ 3.000,00 pelo crime 
que praticou. 
b) Produto do crime: é o próprio objeto material do crime> Exemplo: 
"B" furtou um relógio. Mesmo que o produto sofra alteração ou seja 
substituido por bem de outra natureza. Exemplos: Barras de ouro 
obtidas com o derretimento do relógio de outro furtado; Dinheiro 
recebido pela venda de obra de arte roubada. 
Crime de favorecimento 
pessoal 
Crime de pessoa presa ou 
submetida à medida de seg. 
Aqui a fuga deve ser 
prestada a criminoso em 
liberdade 
Se a pessoa acha-se presa ou 
submetida à medida de 
segurança e o agente promove 
ou facilita a sua fuga, comete o 
crime do art.351 CP 
1- Pedro praticou um peculato e Nélio, por amizade, 
em seu nome, aplicou o dinheiro na poupança; 
2-João cometeu um estelionato e por gentileza, Chico 
comprou um carro com esse dinheiro. 
1- 
É um crime acessório ou parasitário, pois a sua consumação depende da prática 
anterior de um outro crime. 
 
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Não se pode prestar auxilio a criminoso de forma omissiva. Assim, se alguém não 
comunicar à autoridade o local em que se encontra o proveito do crime, mesmo sabendo 
desta circunstância, tal conduta não constitui crime de favorecimento real. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sujeito ativo: pode ser cometido por qualquer pessoa, pois é crime comum, salvo o 
coautor ou partícipe do crime antecedente. 
Assim, se antes da prática do crime anterior o agente se dispuser a auxiliar o autor a 
tornar seguro o seu proveito do crime, o agente será partícipe deste crime, e não autor do 
crime de favorecimento real. Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 Sujeito passivo: é o estado, e mediatamente, a vítima do crime anterior, isto é, do 
crime que se originou o proveito. 
 
 Elemento subjetivo: é o dolo, acrescido de um fim especial, que é tornar seguro o 
proveito do crime anterior. 
Não admite a modalidade culposa. 
Se o sujeito ativo age com a intenção de lucro, caracteriza-se o crime de receptação – art. 
180, caput na modalidade “ocultar”. Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Consumação: sendo um crime formal, consuma-se no momento em que o agente 
presta auxilio ao criminoso, com o fim de tornar seguro o proveito do crime, mesmo que 
essa finalidade não seja alcançada. 
 
 Tentativa: é admissível em razão de ser um crime plurissubsistente, que permite o 
fracionamento do iter criminis. 
 
Se um FP sabendo onde está o proveito do crime, e mesmo assim não comunica 
tal fato à autoridade pública, ele não pratica o crime de favorecimento real, 
mas sim, o crime de prevaricação ou corrupção passiva. 
 
João planeja furtar uma loja, contando tal fato para Pedro, que se 
compromete com João a esconder o dinheiro futado. Realizado o furto, Pedro 
escondeu o dinheiro em sua oficina. 
Neste caso, será participe do crime de furto, na modalidade auxiliar. 
 
Nelson roubou um carro e combinou com Zélio para que 
este guardasse o carro em sua casa até que a polícia não 
tivesse mais investigando, momento em que venderiam as 
peças. 
Neste caso, Nelson é beneficiado financeira, sendo 
considerado receptador. 
 
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 Para a caracterização do crime do art. 349 exige-se condenação definitiva com 
trânsito em julgado ou basta a prova da existência do crime (inquérito ou processo 
judicial)? Há duas posições: 
 
Assim, o princípio da presunção de inocência impede a aplicação do crime de 
favorecimento real, quando por exemplo, uma pessoa ainda está indiciada em inquérito 
policial ou na fase de processo, mas ainda não houve condenação definitiva no crime 
anterior, não se pode imputar a ela o crime de favorecimento real. 
 
 
FUGA DE PESSOA PRESA OU SUBMETIDA À MEDIDA DE 
SEGURANÇA – art. 351 CP 
 
Visa incriminar a conduta daquele que promove ou facilita a fuga de pessoa presa 
legalmente ou submetida à medida de segurança detentiva. A prisão pode ser a natureza 
civil ou penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Núcleos do tipo: promover é executar a fuga, sendo a iniciativa do agente, e não se exige 
que o preso ou internado que tenha conhecimento. 
Ex: O agente penitenciário deixa a porta da cárcere aberta para que o preso perceba e fuja. 
 
O outro núcleo – facilitar significa diminuir os obstáculos para a fuga do preso ou do 
internado. Aqui, a iniciativa de pedir a facilitação é do preso ou internado e o terceiro lhe 
presta auxilia. Pode ocorrer na forma comissiva - Ex: o agente penitenciário informa ao 
preso o horário em que não haverá ronda para facilitar a fuga. 
DUAS POSIÇÕES: 
 
1- é suficiente a prova da existência do crime anterior: esta corrente afirma que 
para caracterizar o crime de favorecimento real, é suficiente que haja a prova do 
crime anterior (inquérito ou ação penal em tramitação), não necessitando de 
condenação penal; 
 
2- É indispensável que haja condenação com trânsito em julgado pelo crime 
anterior: Esta corrente entende que, como o legislador usou a palavra “criminoso” 
e não a expressão “acusado de crime”. 
Se prisão penal pode decorrer de provisória (prisão em flagrante, prisão preventiva, 
prisão temporária) ou decorrer de prisão definitiva. 
 
Se alguém promove ou facilita a fuga de pessoa 
internada em hospital psiquiátrico por decisão judicial 
ou de seus familiares não pratica o crime do art. 351 
CP, pois o tipo penal fala em medida de segurança 
detentiva 
 
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Pode ocorrer também na forma omissiva imprópria –ex: o carcereiro percebe a fuga do 
preso, mas fica inerte, nada fazendo para evita-la. 
Quando o agente promove e facilita a fuga da mesma pessoa, ele não responderá por um só 
crime. 
Quem promove ou facilita a fuga do preso quando ele está sendo levado para audiência, 
para outra prisão ou para o hospital também se enquadra nesse crime. 
 
Também pratica o crime aquele que promove ou facilita a fuga logo após a prisão em 
flagrante delito pela polícia. 
 
LEGALIDADE DA PRISÃO OU DA INTERNAÇÃO 
 
Não há o crime do art. 351 quando se promove ou facilita a fuga de preso ilegalmente ou 
pessoa submetida à medida de segurança detentiva pela razão de que não há crime, pois o 
ato ilegal. Ex: Um policial priva a liberdade de uma pessoa sem ela está em flagrante delito 
ou sem mandado de prisão. 
 
FUGA DO PRESO E CRIME DE FAVORECIMENTO PESSOAL 
Já vimos que é possível ocorrer o crime do art. 351 logo após ser preso em flagrante delito 
e alguém promove ou facilita a sua fuga. Porém, se o preso ou internado consegue fugir 
sem a ajuda de ninguém, por conta própria, e posteriormente outra pessoa lhe auxilia para 
não ser preso, está configurado o crime de favorecimento pessoal – art. 348 CP. 
 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, exceto o próprio preso ou internado, pois o legislador 
não incriminou a conduta de fugir sem cometer violência ou ameça à pessoa ou danos. 
SUJEITO PASSIVO: sempre o estado. 
Admite a forma culposa do prática desse crime. 
CONSUMAÇÃO: por tratar-se de crime material, consuma-se o crime com a efetiva fuga 
do preso ou do internado, exigindo a transposição da guarda ou vigilância do Estado, ainda 
que por curto espaço de tempo. 
TENTATIVA: é possível em razão de ser crime plurissubsistente. 
 
Por ser um crime de menor potencial ofensivo, o art. 351, caput CP não admite prisão em 
flagrante delito. A pessoa que promoveu ou facilitou a fuga será levada à delegacia para 
que o delegado de polícia proceder ao TCO e posterior remessa do JECRIM. 
 
FUGA DE PRESO OU PESSOA INTERNADA QUALIFICADA - § 1º 
Dá-se a forma qualificada quando o crime ocorre nas seguintes situações: 
 
1- crime praticado a mão armada: pode ser arma própria (pistola, punhal, escopeta, etc) 
ou arma imprópria ( tesoura, caco de vidro, machado, estilete, etc). Pune-se o simples ato 
de ameaçar. 
2- Mais de uma pessoa: a lei exige para qualificar esse crime 2 ou mais pessoas. 
3- Mediante arrombamento: violência sobre a coisa para facilitar a fuga, por exemplo, 
quebrar o muro ou serrar as grades da cela. 
 
Qualificadora do crime se a fuga ocorre sob a guarda ou custódia de FP que deveria 
zelar pela prisão ou internação 
Ser um FP que viola o dever funcional, justifica a pena maior, qualificada. 
 
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Lembrete: se um particular prende em flagrante delito uma pessoa e depois a deixa fugir, 
não pratica o crime do art. 351, pois para ele o flagrante delito é uma faculdade e não um 
dever legal, nos termos do art. 301 do CPP. 
 
 
EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA CONTRA PESSOA – art. 352 CP 
 
Neste crime pune-se a fuga de pessoa presa legalmente ou submetida à medida de 
segurança detentiva, com uso de violência física contra pessoa (policiais, agentes 
penitenciários, carcereiros ou outra pessoa). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Objetividade jurídica: o bem juridicamente protegido é a administração da Justiça, 
e mediatamente também protege a integridade física da pessoa atingida. 
 Núcleo do tipo: é o verbo evadir-se no sentido de escapar por conta própria da prisão 
ou da medida de segurança detentiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A doutrina tem se firmado no sentido de que o crime do art. 352 não se dá somente 
nas penitenciárias ou casas penais, mas também pode ocorrer a fuga ou tentativa de fuga 
com violência durante o transporte de presos ou durante uma audiência com o juiz ou 
delegado. 
 
 SUJEITO ATIVO: só quem pode praticar este crime é o preso ou aquele que cumpre 
medida de segurança que foge ou tenta fugir com uso de violência (crime próprio). 
 SUJEITO PASSIVO: É o estado, e secundariamente, a pessoa que sofre a violência. 
 
 ELEMENTO SUBJETIVO: é o dolo, vontade livre de fugir c/ uso de violência. Não 
se admite a modalidade culposa. 
 Na evasão consumada ou tentada não há interferência de terceiros na fuga. 
 
O legislador não incriminou o ato de fugir, pois este é direito inerente ao ser 
humano em razão do direito natural de liberdade. O que se incrimina é o uso de 
violência física contra a pessoa (policiais, agentes penitenciários ou qualquer 
outra pessoa). 
Se o preso ou o internado que cumpre medida de segurança consegue fugir sem 
causa violência física em alguém, esta conduta não é criminosa, é atípica. 
 
Configura-se o crime quando a pessoa está legalmente presa ou cumprindo 
medida de segurança e foge (consumado) ou tenta fugir (tentado) com uso de 
violência física. 
Se o preso foge ou tenta fugir violentamente no momento da prisão em 
flagrante delito caracteriza-se o crime de resistência qualificada – art. 329, § 
1º CP. 
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 CONSUMAÇÃO: ocorre no momento em que o preso ou pessoa que cumpre med. de 
segurança emprega violência física contra alguma pessoa, ainda que não obtenha êxito na 
fuga, pois se trata de crime de atentado ou crime de empreendimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TENTATIVA: como se trata de crime de atentado ou de empreendimento, não se 
admite a tentativa, pois o legislador preceituou que a consumação e a tentativa são iguais, 
neste caso. 
 
EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO – ART. 357 CP 
 
Neste crime pune-se a conduta do agente que recebe vantagem a pretexto de influenciar 
juiz, jurado, promotor, perito, tradutor, interprete, testemunha ou func. da Justiça. Trata-se 
de crime especializado que exclui o crime de tráfico de influência – art. 332 CP. 
 
 Objetividade jurídica: tutela a administração da justiça no que diz respeito ao seu 
prestígio. 
 
 Objeto material: é o dinheiro ou utilidade material ou moral recebida ou solicitada 
a pretexto de influenciar em juiz, jurado, promotor, perito, tradutor, interprete, testemunha 
ou func. da Justiça 
 Núcleos do tipo: são os verbos solicitar e receber, que são conjugados com a conduta 
de influir. Na verdade, o agente não influi na atuação dessas pessoas por que essa relação 
de proximidade não existe. O que o agente faz é iludir (frauda) aquele que está querendo 
obter uma vantagem ou utilidade. Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste caso, Pedro responderá pelo crime de exploração de prestígio- art. 357 CP; a 
conduta de Beta é atípica penalmente (vítima) e o juiz Carlos por nada responde, pois 
agiu nos parâmetros da lei. 
 
Mas, se o agente realmente ostenta prestígio junto ao FP, ou mesmo não possuindo 
esse prestígio, mas conseguir influir no ato do FP, neste caso o agente responderá pelo 
crime de corrupção ativa – art. 333 CP e o FP por corrupção passiva – art. 317 CP. 
Crime de atentado ou de empreendimento: é aquele que a 
lei pune igualmente tanto o crime consumado ou tentado, 
pois após cometer a violência contra a pessoa, não importa 
se evadiu-se ou não. Nos dois casos a pena será a mesma. 
 
Pedro alegando ser amigodo juiz Carlos, solicita de 
Beta a quantia de C$ 5.000,00 para supostamente 
convencer Carlos a absolver o seu filho em 
determinada ação penal que corre perante aquele 
juízo. Mas na verdade Pedro não influi na decisão 
de Carlos. 
 
 Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
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Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste caso, Tereza responderá pelo crime de corrupção ativa – art. 333 CP; Xisto 
responderá pelo crime de corrupção passiva – art. 317 CP; João por nada 
responderá, pois sua conduta é atípica (vítima do crime de exploração de prestígio). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sujeito ativo: pode ser cometido por qualquer pessoa, pois é crime comum, mas na 
prática é corriqueiro ser cometido por advogados sem escrúpulos. 
 
 Sujeito passivo: é o estado, e mediatamente, o comprador do suposto prestígio. 
 
 
 
 
 
 Elemento subjetivo: é o dolo, acrescido de um fim especial, que é a expressão “a 
pretexto de influenciar”. 
Não admite a modalidade culposa. 
 
 Consumação: no verbo solicitar o crime é formal, pois consuma-se no momento em 
que o agente solicita o dinheiro ou qualquer outra utilidade, independente da aceitação ou 
não. 
No verbo receber o crime é material, pois ocorre a consumação ocorre no momento em 
que o agente ingressa na posse do dinheiro ou outra utilidade 
 
 Tentativa: é admissível em razão de ser um crime plurissubsistente, que permite o 
fracionamento do iter criminis. 
 
 
 
João foi indiciado em inquérito policial por estelionato, sendo que o IP se 
acha nas mãos do promotor de justiça Xisto para o oferecimento da 
denúncia. João lembrou que Tereza, uma vizinha, trabalha no Tribunal de 
Justiça e conversou com ela sobre o assunto. Tereza, então, diz que 
realmente é amigo de Xisto e que vai convencê-lo a não denunciar João. 
Mas, para isso solicita de João certa quantia. Meses depois Tereza 
convenceu Xisto a não denunciar João. 
 
Mas, se o agente entregar dinheiro ou qualquer utilidade a testemunha, 
perito, contador, tradutor ou intérprete para fazer afirmação falsa, calar ou 
negar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução e interpretação, 
esse conduta caracteriza o crime de corrupção de testemunha – art. 343 CP. 
 
Se o comprador do prestígio objetiva um benefício ilícito (torpeza bilateral), mesmo 
assim ele continua sendo vítima do crime de exploração de prestígio, pois teve o seu 
patrimônio desfalcado. 
 
 Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
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CRIME DE DESOBEDIÊNCIA A DECISÃO JUDICIAL SOBRE 
PERDA OU SUSPENSÃO DE DIREITO – ART. 359 
 
Neste crime o agente não só desobedece ordem legal de FP, mas vai além, exercendo 
função, atividade, direito, autoridade ou múnus de que estava suspenso ou privado por 
decisão judicial. Exemplo: 
 
 
 
 
 
DECISÃO JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Não se pode aplicar o art. 359 CP ao condenado que violou pena alternativa de 
interdição de direitos – art. 47 CP, para esse caso há possibilidade da conversão, isto é, 
transforma a pena alternativa em privativa da liberdade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 No caso de suspensão ou proibição de dirigir veículo automotor não constitui o 
crime do art. 359 CP, pois o CTB tem um tipo penal que incrimina tal conduta – art. 
307 CTB. 
 Objetividade jurídica: tutela a autoridade da justiça, quando despreza o mandamento 
judicial. 
 
 Objeto material: é a função atividade, direito, autoridade ou múnus indevidamente 
exercido pelo agente. 
 
 Núcleos do tipo: é o verbo “exercer” no sentido de desempenhar função, atividade, 
direito, autoridade ou múnus quando o agente estava suspenso ou privado de exercê-los por 
decisão judicial. 
 
Decisão judicial de cunho civil, embasada na lei de improbidade 
administrativa, determina o afastamento de FP em razão de atos. 
 
Se a decisão for de cunho penal, volta-se para os 
efeitos da condenação – art.92 I a III CP, e exige que a 
sentença já tenha transitado em julgado. 
Se a decisão for de cunho civil, provisória ou no 
exercício do poder de cautela, não há necessidade do 
trânsito em julgado. 
 
No caso de medidas restritivas previstas na Lei Maria da Penha e impostas 
pelo juiz competente, em caso de descumprimento de tal decisão, constitui o 
crime de desobediência – art. 330 CP e não o crime do art. 359 CP, pois a 
situação de marido e mulher ou companheiro, não constitui função, 
atividade, direito, autoridade ou múnus. 
 
 Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL IV – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
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 Sujeito ativo: só pode ser cometido por pessoa que descumpriu decisão judicial 
suspensa ou privada relativa ao exercicio de função, atividade, direito, autoridade ou 
múnus. 
 
 Sujeito passivo: é sempre o estado. 
 
 Elemento subjetivo: é o dolo, não se admitindo a forma culposa. 
 
 Consumação: sendo um crime , consuma-se no momento em que o agente exerce a 
função, atividade, direito, autoridade ou múnus, estando suspenso ou privado de praticá-lo 
por decisão judicial. 
 
 Tentativa: é admissível em razão de ser um crime plurissubsistente, que permite o 
fracionamento do iter criminis.

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