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11. O LÚDICO E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DEFICIENTE INTELECTUAL SÔNIA REGINA CORRÊA MAFRA

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2 
 
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO 
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS 
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Lúdico e o Desenvolvimento da Criança Deficiente Intelectual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sônia Regina Corrêa Mafra 
 
 
 
 
 
 
2008 
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
APRESENTAÇÃO............................................................................................... 4 
1 JOGO, DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM NA CONCEPÇÃO DE 
PIAGET E VYGOTSKY........................................................................................ 
 
5 
2 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS COMO RECURSO 
PEDAGÓGICO..................................................................................................... 
 
11 
3 O LÚDICO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM CRIANÇAS DEFICIENTES 
INTELECTUAIS MODERADAS........................................................................... 
 
15 
4 SUGESTÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS................................................... 18 
4.1 IMAGEM E ESQUEMA CORPORAL............................................................. 18 
4.2 COORDENAÇÃO MOTORA........................................................................... 20 
4.3 ORIENTAÇÃO ESPACIAL.............................................................................. 25 
4.4 ORIENTAÇÃO TEMPORAL............................................................................ 27 
4.5 PERCEPÇÃO VISUAL.................................................................................... 28 
4.6 PERCEPÇÃO AUDITIVA................................................................................ 31 
4.7 PERCEPÇÃO TÁTIL....................................................................................... 33 
4.8 PERCEPÇÃO OLFATIVA................................................................................ 35 
4.9 MEMÓRIA....................................................................................................... 35 
4.10 CLASSIFICAÇÃO.......................................................................................... 37 
4.11 PENSAMENTO LÓGICO............................................................................... 40 
4.12 MATEMÁTICA............................................................................................... 43 
4.13 ALFABETIZAÇÃO......................................................................................... 46 
REFERÊNCIAS..................................................................................................... 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Considerando-se que a criança com deficiência intelectual apresenta 
dificuldades em assimilar conteúdos abstratos, faz-se necessário a utilização de 
material pedagógico concreto, e de estratégias metodológicas práticas para que 
esse aluno desenvolva suas habilidades cognitivas e para facilitar a construção do 
conhecimento. Os jogos e brincadeiras são estratégias metodológicas que 
apresentam as duas características acima citadas. Proporcionam a aprendizagem 
através de materiais concretos e de atividades práticas, onde a criança cria, reflete, 
analisa e interage com seus colegas e com o professor. 
Partindo dessa concepção, este material aborda primeiramente as teorias do 
desenvolvimento e da aprendizagem propostas por Piaget e Vygotsky, destacando a 
contribuição do jogo para esse desenvolvimento, segundo a opinião desses dois 
pesquisadores, traçando um paralelo entre a teoria construtivista de Piaget e o 
sócio-interacionismo de Vygotsky. 
No segundo capítulo trata da importância do uso dos jogos e das 
brincadeiras como recurso pedagógico nas escolas. Faz-se uma abordagem quanto 
à relevância da exploração desses recursos para propiciar uma aprendizagem 
pautada nas experiências vividas pela criança através das atividades lúdicas. 
No terceiro capítulo procura-se ressaltar a grande contribuição e a 
importância de uma prática pedagógica pautada no lúdico, para o trabalho com 
crianças deficientes intelectuais moderadas. Aborda-se a contribuição dos jogos e 
brincadeiras para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, lingüístico e físico-
motor dessas crianças. Bem como a sua utilidade para o desenvolvimento de 
conteúdos curriculares. 
O quarto e último capítulo, traz sugestões de jogos e brincadeiras para uso 
pedagógico, especificando as áreas do desenvolvimento e os objetivos que se pode 
atingir com cada jogo. 
Pretende-se com este material dar subsídios teóricos e práticos aos 
professores que trabalham com crianças com necessidades educacionais especiais 
tanto em classes regulares, salas de recursos, como em classes e escolas 
especiais, contribuindo para a aprendizagem, o desenvolvimento e, 
conseqüentemente, para a inclusão escolar e social dessas crianças. 
5 
 
1 JOGO, DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM NA CONCEPÇÃO DE 
PIAGET E VYGOTSKY 
 
 
Partindo de uma concepção sócio-construtivista-interacionista do jogo, ou 
seja, pensando-o como um meio de garantir a construção de conhecimentos e a 
interação entre os indivíduos; a possibilidade de trazer o jogo para dentro da escola 
é a possibilidade de pensar a educação numa perspectiva criadora, autônoma e 
consciente. 
Nesse sentido, as concepções construtivistas de Piaget vêm de encontro às 
idéias de desenvolvimento e aprendizagem, enquanto as teorias de Vygostsky são 
relevantes para a compreensão da importância do contexto sócio-cultural e das 
interações sociais. 
Na concepção de Piaget, o desenvolvimento do conhecimento é um 
processo espontâneo, ligado ao processo geral da embriogênese, que diz respeito 
ao desenvolvimento do corpo, do sistema nervoso e das funções mentais. 
Já a aprendizagem situa-se do lado oposto do desenvolvimento, pois 
geralmente é provocada por situações criadas pelo educador. Para Piaget, a 
aprendizagem é colocada como aquisição em função do desenvolvimento. 
Segundo o autor, os indivíduos adquirem o conhecimento segundo o seu 
estágio de desenvolvimento, e é a partir das diversas formas de aquisição do 
conhecimento que se dá a aprendizagem. Piaget (LOPES, 1996) classifica os 
estágios de desenvolvimento da criança em quatro períodos, quais sejam: 
Período sensório-motor (do nascimento aos 2 anos): a partir de reflexos 
neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar 
mentalmente o meio. A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo são 
construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação 
ou pensamento. 
Exemplos: O bebê pega o que está em sua mão; “mama” o que é posto em 
sua boca; “vê” o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas é capaz de ver 
um objeto, pegá-lo e levá-lo à boca. 
Período pré-operacional (2 a 7 anos): caracteriza-se , principalmente pela 
interiorização de esquemas de ação construídos no estágio anterior. A criança não 
aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é a fase dos “por quês”). Já 
6 
 
pode agir por simulação e imitação. Possui percepção global, sem discriminar 
detalhes. Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos. 
Exemplos: Mostram-se para a criança duas bolinhas de massa iguais e dá-
se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa 
continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações. 
Estágiodas operações concretas (7 a 12 anos): a criança desenvolve 
noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, já sendo capaz de 
relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade, mas ainda depende do 
mundo concreto para chegar à abstração. Desenvolve a capacidade de representar 
uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada 
(reversibilidade). 
Exemplos: despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos 
diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é 
afirmativa, uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de “refazer” a 
ação. 
Estágio das operações formais, que corresponde ao período da 
adolescência (12 anos em diante): a representação agora permite a abstração 
total. A criança é capaz de pensar logicamente, buscando soluções a partir de 
hipóteses e não apenas pela observação da realidade. 
Exemplos: Se lhe pedem para analisar um provérbio como “de grão em grão 
a galinha enche o papo”, a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não 
com a imagem de uma galinha comendo grãos. 
Cada período define um momento do desenvolvimento. Um novo estágio se 
diferencia dos precedentes, pelas evidências no comportamento. O aparecimento de 
determinadas mudanças qualitativas identifica o início de um outro estágio do 
desenvolvimento intelectual. Cada estágio se desenvolve a partir do que foi 
construído nos estágios anteriores. A ordem em que as crianças atravessam essas 
etapas é sempre a mesma, variando apenas o ritmo com que cada uma adquire as 
novas habilidades, portanto as faixas etárias discriminadas em cada período não 
podem ser tomadas como parâmetros rígidos, em função das diferenças individuais 
e do meio ambiente. 
PIAGET (1975), valoriza a prática lúdica para que o desenvolvimento infantil 
seja harmonioso, pois tal atividade propicia a expressão do imaginário, a aquisição 
de regras e a apropriação do conhecimento. 
7 
 
“Para o autor, ao manifestar a conduta lúdica, a criança demonstra o nível de 
seus estágios cognitivos e constrói conhecimentos” (KISHIMOTO,2008, p.32). 
Piaget analisou e estabeleceu relações entre o jogo e o desenvolvimento 
intelectual. Segundo os estudos do autor, existem três tipos de estruturas que 
caracterizam o jogo infantil e fundamentam a classificação por ele proposta: 
-Jogos de exercício: são as atividades lúdicas da criança no período 
sensório-motor, que vai dos 0 anos até o aparecimento da linguagem. São 
exercícios simples cuja finalidade é o prazer do funcionamento. Caracterizam-se 
pela repetição de gestos e de movimentos simples e têm valor exploratório. Jogos 
sonoros, visuais, olfativos, gustativos, motores e de manipulação. 
-Jogos simbólicos: compreende a idade dos 2 aos 7 anos 
aproximadamente. São jogos de ficção e imitação. Através do faz-de-conta, a 
criança realiza sonhos e fantasias, revela conflitos interiores, medos e angústias, 
aliviando tensões e frustrações. Destacam-se os jogos de papéis, faz-de-conta e 
representação. 
-Jogos de regras: são praticados a partir dos 7 anos de idade. A regra é o 
elemento principal deste tipo de jogo, que surge da organização coletiva das 
atividades lúdicas e são indispensáveis para o desenvolvimento moral, cognitivo, 
social, político e emocional. Há dois tipos de regras nesse jogo: as regras 
transmitidas, mantidas em sucessivas gerações (bolinha de gude, amarelinha), e as 
regras espontâneas: contratual e momentânea, propostas pelas próprias crianças. 
Para Piaget, o jogo oferece uma grande contribuição para o 
desenvolvimento cognitivo, dando acesso a mais informações e tornando mais rico o 
conteúdo do pensamento infantil. O jogo infantil propicia a prática do intelecto, já que 
utiliza a análise, a observação, a atenção, a imaginação, o vocabulário, a linguagem 
e outras dimensões próprias do ser humano. Piaget demonstrou que as atividades 
lúdicas sensibilizam, socializam e conscientizam, destacando a importância de 
aplicá-las nas diferentes fases da aprendizagem escolar. 
Vamos agora conhecer a opinião de Vygotsky sobre o desenvolvimento e a 
aprendizagem da criança e evidenciar a importância do lúdico na sua formação, 
segundo este pesquisador. 
VYGOTSKY (1998) admite que no começo da vida de uma criança, os 
fatores biológicos superam os sociais, só depois, aos poucos, a integração social 
será o fator decisivo para o desenvolvimento do seu pensamento. No entanto, ele se 
8 
 
opõe às teorias onde o desenvolvimento se divide em estágios individuais. Para ele, 
inicialmente, as respostas que as crianças dão ao mundo são determinadas pelos 
processos biológicos. Mas, na constante mediação com adultos ou pessoas mais 
experientes, os processos psicológicos mais complexos, típicos do homem 
começam a tomar forma. Assim, é pela interação social que as funções cognitivas do 
mesmo são elaboradas. 
Na perspectiva Vygotskyana, a constituição das funções complexas do 
pensamento é veiculada principalmente pelas trocas sociais, e nesta interação, o 
fator de maior peso é a linguagem, ou seja, a comunicação entre os homens. 
A linguagem intervém no processo de desenvolvimento da criança desde o 
nascimento. Quando os adultos nomeiam objetos, pessoa ou fenômenos que se 
passam no meio ambiente, estão oferecendo elementos por meio dos quais ela 
organiza sua percepção. 
Por acreditar que as funções psíquicas do individuo são construídas na 
medida em que são utilizadas, defende a idéia de que as interações de um modo 
geral e o ensino em particular, não devem estar atrelados ao processo de 
amadurecimento. Para ele a criança amadurece ao ser ensinada e educada, quer 
dizer, à medida que, sob a orientação dos adultos ou companheiros mais 
experientes, se apropria do conhecimento elaborado pelas gerações precedentes e 
disponível em sua cultura. Desse modo, a maturação se manifesta e se produz no 
processo de educação e ensino. Daí a relevância da interação social, uma vez que 
dela depende o desenvolvimento mental. 
VYGOTSKY (1998) identifica dois níveis de desenvolvimento nas crianças: 
-Nível de desenvolvimento real, que é o desenvolvimento já adquirido, ou 
seja, aquilo que a criança já é capaz de fazer por si própria, sem ajuda do outro. 
-Nível de desenvolvimento potencial, aquilo que ela realiza com o auxilio 
de outra pessoa. 
Para melhor explicar a importância das interações sociais no 
desenvolvimento cognitivo, Vygotsky cria o conceito de zona de desenvolvimento 
proximal, que é a distancia entre o que a criança faz sozinha (nível de 
desenvolvimento real) e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto 
(nível de desenvolvimento potencial). Esta zona de desenvolvimento proximal é a 
potencialidade para aprender, e que não é a mesma para todas as pessoas. 
9 
 
Desta forma o autor afirma que a aprendizagem interage com o 
desenvolvimento, e que ambos estão inter-relacionados. A aprendizagem gera o 
desenvolvimento, assim como o desenvolvimento mental só pode realizar-se por 
intermédio da aprendizagem. 
Sendo assim, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional 
desencadeia o processo de ensino-aprendizagem, através da interferência do 
professor na zona de desenvolvimento proximal do aluno. Ao observar a zona 
proximal, o educador pode orientar o aprendizado no sentido de adiantar o 
desenvolvimento potencial de uma criança, tornando-o real. 
Obviamente, o ensino sistemático não é o único fator capaz de alargar os 
horizontes da zona de desenvolvimento proximal. Ao discutir o papel do brinquedo, 
Vygotsky demonstra, de forma extremamente original, como as interações sociais 
que as crianças estabelecem nestas circunstâncias colaboram para o seu 
desenvolvimento. Enquanto brinca, a criança reproduz regras, vivencia princípios 
que está percebendo na realidade. Logo, asinterações requeridas pelo brinquedo 
possibilitam a internalização do real, promovendo o desenvolvimento cognitivo. 
Para VYGOTSKY (1998), 
 
É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma 
criança. No brinquedo, o pensamento está separado dos objetos e a 
ação surge das idéias e não das coisas: um pedaço de madeira 
torna-se um boneco e um cabo de vassoura torna-se um cavalo. O 
brinquedo é um fator muito importante nas transformações internas 
do desenvolvimento da criança. 
 
Para o autor, a criança se inicia no mundo adulto por meio da brincadeira e 
pode antever os seus papéis e valores futuros. Por meio da brincadeira a criança vai 
se desenvolver socialmente, conhecerá as atitudes e as habilidades necessárias 
para viver em seu grupo social. 
É na brincadeira e no jogo que a criança aprende a lidar com o mundo, 
recriando situações do cotidiano, adquirindo conceitos básicos para formar sua 
personalidade, vivenciando sentimentos das mais variadas espécies. 
VYGOSTKY(1998), propõe um paralelo entre o brinquedo e a instrução 
escolar: ambos criam uma “zona de desenvolvimento proximal”, e em ambos os 
contextos a criança elabora habilidades e conhecimentos socialmente disponíveis 
que passará a internalizar. 
10 
 
Através do brinquedo, a criança estabelece suas relações com a vida real. 
Ela vai experimentar sensações que já conhece e vai desenvolvendo regras de 
comportamento que imagina serem corretas. Um exemplo é quando ela brinca de 
irmã ou de mãe e filha, e se comporta como ela acha que seus irmãos devam se 
comportar, ou como acha que a filha tem de agir com sua mãe. Ela nem percebe 
que na brincadeira se comportou como deveria agir na vida real. Através da 
brincadeira ela incorpora as regras de comportamento. 
Para Vygotsky, a situação imaginária criada pela criança é que define o 
brincar,e assim, devemos considerar que o brincar preenche necessidades que 
variam conforme a idade e que as brincadeiras por meio de jogos estimulam a 
curiosidade e a auto-confiança, proporcionando o desenvolvimento do pensamento, 
da concentração, da atenção e da linguagem. Dessa forma se bem planejados, e 
aplicados com objetivos claros e bem definidos, considerando a idade e as 
limitações do aluno, os jogos favorecem a construção do conhecimento, ou seja, a 
aprendizagem e, por conseqüência, o desenvolvimento da criança. 
De acordo com as concepções de Vygotsky, o jogo e o brinquedo são 
instrumentos que devem ser explorados na escola como um recurso pedagógico de 
grande valia, pois além desenvolver as regras de comportamento, o jogo atua na 
zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a criança consegue, muitas vezes, 
realizações numa situação de jogo, as quais ainda não é capaz de realizar numa 
situação de aprendizagem formal. 
Diante da análise das concepções de Piaget e Vygotsky a respeito da 
aprendizagem e do desenvolvimento da criança, não podemos nos fechar a 
nenhuma das duas teorias, mas sim tentar compreendê-las de forma paralela. 
Apesar da divergência entre as duas teorias, tanto Piaget como Vygotsky 
concordam que a brincadeira e os jogos contribuem para o desenvolvimento da 
criança. Embora cada um deles dê um enfoque diferente para estas atividades. 
Enquanto Piaget analisa de forma minuciosa o processo de desenvolvimento 
do indivíduo, detalhando e explicando a função do jogo no desenvolvimento 
intelectual da criança e sua evolução nos diferentes estágios; Vygotsky destaca as 
interações sociais que o jogo promove. É na brincadeira e no jogo que a criança 
aprende a lidar com o mundo, recriando situações do cotidiano, adquirindo conceitos 
básicos para formar sua personalidade e vivenciando sentimentos das mais variadas 
espécies. 
11 
 
2 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS COMO RECURSO PEDAGÓGICO 
 
 
O brincar faz parte dos primeiros atos da criança. Desde o nascimento a 
criança descobre o mundo brincando, seja através do contato com seu próprio 
corpo, seja pela referência dos seus pais. 
A brincadeira é a oportunidade de desenvolvimento onde a criança 
experimenta, descobre, inventa, exercita e ainda confere suas habilidades. 
O brincar estimula a curiosidade, a iniciativa e a auto-confiança. Também 
proporciona aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da 
concentração e da atenção.Os jogos e brincadeiras são estimuladores da cognição, 
afeição, motivação e criatividade. 
Segundo PIAGET(1975), através da brincadeira, a criança se apropria de 
conhecimentos que possibilitarão sua ação sobre o meio em que se encontra. 
Para VYGOTSKY (1998), as maiores aquisições de uma criança são 
conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de 
ação real e moralidade. 
Tanto Piaget, quanto Vygotsky atribuíram ao brincar da criança um papel 
decisivo na evolução dos processos de desenvolvimento humano, como maturação 
e aprendizagem, embora com enfoques diferentes. 
Ao contrário do que muitos pensam, a brincadeira não é um mero 
passatempo. Ela ajuda no desenvolvimento das crianças, promovendo processos de 
socialização e descoberta do mundo. Brincar desenvolve as habilidades da criança 
de forma natural, pois brincando aprende a socializar-se com outras crianças, 
desenvolve a motricidade, a mente, a criatividade, sem cobrança ou medo, mas sim 
com prazer. 
Partindo da concepção de que a brincadeira e os jogos são atividades 
imprescindíveis para o desenvolvimento global da criança, favorecendo sua auto-
estima e auxiliando na aquisição e aprendizagem de novos conceitos, a escola deve 
valorizar e incentivar o trabalho pedagógico pautado em atividades lúdicas. 
De acordo com KISHIMOTO(2008), ao atender as necessidades infantis, o 
jogo infantil torna-se forma adequada para a aprendizagem dos conteúdos 
escolares. 
12 
 
Os jogos e brincadeiras ao serem utilizados na prática pedagógica, 
transformam conteúdos maçantes em atividades interessantes e prazerosas, pois 
com os mesmos há motivação, disciplina e interesse pelo que está sendo ensinado. 
Porém, o professor deve estar consciente de que os jogos ou brincadeiras 
pedagógicas devem ser desenvolvidos como provocação a uma aprendizagem 
significativa e estímulo à construção de um novo conhecimento com o 
desenvolvimento de novas habilidades. 
Pensar na atividade lúdica enquanto um meio educacional significa pensar 
não apenas no jogo pelo jogo, mas no jogo como instrumento de trabalho, como 
meio para atingir objetivos pré-estabelecidos. O jogo pode ser útil tanto para 
estimular o desenvolvimento integral da criança como para trabalhar conteúdos 
curriculares. 
Os jogos e as brincadeiras podem e devem fazer parte das atividades 
curriculares, sobretudo nos níveis pré-escolares e nas séries iniciais. 
Segundo KISHIMOTO(2008), 
 
O jogo contempla várias formas de representação da criança ou suas 
múltiplas inteligências, contribuindo para a aprendizagem e o 
desenvolvimento infantil. Quando as situações lúdicas são 
intencionalmente criadas pelo adulto com vistas a estimular certos 
tipos de aprendizagem, surge a dimensão educativa. Utilizar o jogo 
na educação infantil significa transportar para o campo do ensino-
aprendizagem condições para maximizar a construção do 
conhecimento. 
 
A prática pedagógica pautada em situações lúdicas traz enorme prazer e 
alegria às crianças, promovendo assim, o desenvolvimento afetivo, cognitivo, social, 
psicomotor e lingüístico do educando. 
No entanto, o professor deve definir, previamente, seus objetivos e o espaço 
de tempo que o jogo irá ocupar em suas atividades. Os objetos, brinquedos ou 
outros materiais a serem utilizados devem também ser providenciados previamente. 
Esses são requisitos práticos fundamentais para começar o trabalho lúdico. 
Ao utilizar o lúdico no processo ensino-aprendizagem, quando o educador 
tem o objetivode desenvolver no aluno: o raciocínio, a formação de conceitos sobre 
os conteúdos, como também o desenvolvimento da linguagem, deve ter o cuidado 
de utilizar jogos adequados e que consigam atingir os objetivos propostos. 
13 
 
Para tanto, os educadores devem ter conhecimento dos diferentes tipos de 
jogos que podem ser utilizados em sala de aula e principalmente dos objetivos que 
com eles poderão ser alcançados. 
O jogo pode ser considerado um recurso pedagógico indispensável, uma vez 
que é a forma primordial de construção dos conhecimentos pela criança. Cabe aos 
educadores conhecer esses recursos e utilizá-los de forma adequada, 
proporcionando jogos criativos ou com regras já estabelecidas. 
A educação lúdica, além de contribuir e influenciar na formação da criança e 
do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento 
permanente; integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática, enquanto 
investe em uma produção séria do conhecimento. A utilização de jogos educativos 
como recurso didático-pedagógico, voltado a estimular e efetivar a aprendizagem, 
desenvolvendo todas as potencialidades e habilidades nos alunos, é um caminho 
para o educador desenvolver aulas mais interessantes, descontraídas e dinâmicas, 
podendo competir em igualdade de condições com inúmeros recursos a que o aluno 
tem acesso fora da escola. 
Porém, o jogo deve ser praticado de uma forma construtiva e não como uma 
série de atividades sem sentido, tendo como objetivos o desenvolvimento de 
capacidades físicas e intelectuais; não esquecendo a importância da socialização 
através da sensibilização para o espírito de grupo, a cooperação, a confiança e a 
interdependência. 
 
Para ANTUNES(1998), 
 
o jogo lúdico inserido no processo ensino-aprendizagem se tornará 
pedagógico e deverá ser usado com rigor e cuidado no 
planejamento, por ser marcado por etapas muito nítidas, e que 
efetivamente acompanhem o progresso dos alunos. O elemento que 
separa um jogo pedagógico de um objeto de caráter apenas lúdico, é 
que os jogos ou brinquedos pedagógicos são desenvolvidos com a 
intenção explícita de provocar uma aprendizagem significativa, 
estimular a construção de um novo conhecimento e principalmente, 
despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória. 
 
O aprendizado que se dá através de jogos e brincadeiras têm vários fatores 
positivos, tornando o desenvolvimento escolar da criança menos monótono e 
desinteressante que a simples exposição de conteúdos, pois na atividade lúdica ela 
14 
 
participa ativamente como parte integrante do processo, fazendo com que a criança 
desenvolva-se de maneira integral, onde todas as suas habilidades e motivações 
são exploradas. 
Os jogos também promovem o crescimento emocional e social. Nos jogos há 
sempre um desafio interessante e vivo, tornando a aprendizagem natural e rápida. 
Enfim, brincar promove uma possibilidade de construção e criação do conhecimento 
no ensino e na aprendizagem da criança. Ao transformarmos esse brincar em 
trabalho pedagógico, poderemos experimentar, como mediadores, o verdadeiro 
significado da aprendizagem com desejo e prazer. 
Faz-se necessário que a escola como uma instituição socializadora, 
responsável pela formação consciente e critica da criança, proporcione pleno 
desenvolvimento do aluno em todas as suas dimensões, empregando um trabalho 
dinâmico e desafiante. 
Pois o lúdico possibilita construir um novo jeito de educar e de trabalhar de 
forma solidária e conjunta. É fundamental que a educação seja capaz de atuar no 
âmbito interpessoal, fazendo com que os indivíduos percebam-se, para então, 
conviverem no mundo com consciência e responsabilidade de suas atitudes. E isso 
é possível por meio de um projeto consistente: tornar a escola um lugar de muito 
mais alegria a partir de atividades prazerosas e significativas, tendo o jogo, a 
brincadeira e o brinquedo como mediadores da aprendizagem. 
Porém, deve-se prestar atenção para não considerar a atividade lúdica como 
único e exclusivo recurso de ação, já que essa seria uma postura ingênua. O jogo é 
uma alternativa significativa e importante, mas sua utilização não exclui a utilização 
de outros caminhos metodológicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
3 O LÚDICO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM CRIANÇAS DEFICIENTES 
INTELECTUAIS MODERADAS 
 
 
Toda criança necessita brincar. Pois brincar é um momento indispensável à 
saúde física, emocional e intelectual da criança. 
O brinquedo e os jogos infantis ocupam uma função importante no 
desenvolvimento, pois são as principais atividades da criança durante a infância. 
Com a criança deficiente intelectual não é diferente. Embora apresente 
atrasos em seu desenvolvimento cognitivo e motor, também necessita de atividades 
lúdicas no seu dia a dia. Talvez até mais do que as outras crianças, por necessitar 
de muito mais estímulos para desenvolver suas habilidades cognitivas, motoras e 
sensoriais. 
Os jogos e brincadeiras para as crianças com deficiência intelectual 
constituem atividades primárias que trazem grandes benefícios do ponto de vista 
físico, intelectual e social. 
De acordo com VYGOTSKY(1998), a arte de brincar pode ajudar a criança 
com necessidades educativas especiais a desenvolver-se, a comunicar-se com os 
que a cercam e consigo mesma. 
Através dos jogos e brincadeiras a criança com deficiência intelectual pode 
desenvolver a imaginação, a confiança, a auto-estima, o auto-controle e a 
cooperação. Os jogos e brincadeiras proporcionam o aprender fazendo, o 
desenvolvimento da linguagem, o senso de companheirismo e a criatividade. 
Considera-se o jogo como exercício e preparação para a vida adulta. A 
criança aprende brincando e assim desenvolve suas potencialidades, pois é um ser 
em desenvolvimento, e cada ato seu, transforma-se em conquistas e motivação. 
Educar através do lúdico contribui e influencia na formação da criança e do 
adolescente com deficiência intelectual, favorecendo um crescimento sadio, pois 
possibilita o exercício da concentração, da atenção e da produção do conhecimento; 
promovendo ainda, a integração e a inclusão social. 
Desse modo a criança deficiente intelectual, com a ajuda do brinquedo, terá 
a possibilidade de relacionar-se melhor com a sociedade na qual ela convive, já que 
o brinquedo busca o desenvolvimento cognitivo e oportunidades de crescimento e 
amadurecimento. Também através do jogo comprova-se a importância dos 
16 
 
intercâmbios afetivos e interpessoais das crianças entre elas mesmas ou com os 
adultos (pais e professores). 
A utilização do jogo como recurso didático pode contribuir para o aumento 
das possibilidades de aprendizagem da criança com deficiência intelectual, pois 
através desse recurso, ela poderá vivenciar corporalmente as situações de ensino-
aprendizagem, exercendo sua criatividade e expressividade, interagindo com outras 
crianças, exercendo a cooperação e aprendendo em grupo. 
Segundo IDE (2008), 
 
O jogo possibilita à criança deficiente mental aprender de acordo 
com seu ritmo e suas capacidades. Há um aprendizado significativo 
associado à satisfação e ao êxito, sendo este a origem da auto-
estima. Quando esta aumenta, a ansiedade diminui, permitindo à 
criança participar das tarefas de aprendizagem com maior motivação. 
O uso do jogo também possibilita melhor interação da criança 
deficiente mental com os seus coetâneos normais e com o mediador. 
 
O professor poderá possibilitar à criança com deficiência intelectual o acesso 
ao conhecimento através da vivência, da troca, da experiência, propiciando uma 
educação mais lúdica e significativa. Aprender pode e deve ser extremamente 
agradável e motivante para a criança. 
A importância do jogo no universo infantil e na vida escolar, tem sido 
evidenciada por váriosestudiosos da aprendizagem e do desenvolvimento infantil, 
como um fato indiscutível, pois o jogo constitui um dos recursos mais eficientes de 
ensino para que a criança adquira conhecimentos sobre a realidade. 
Durante o jogo a criança estimula o pensamento através da ordenação do 
tempo, espaço e movimento, como também o respeito pelas regras. Trabalha com o 
cognitivo, o emocional e o motor, construindo através dessa interação o seu 
conhecimento. 
Os estudos de PIAGET (1975), proporcionam a concepção de que os jogos 
não são apenas uma forma de entretenimento para gastar a energia das crianças, 
mas meios que contribuem para o seu desenvolvimento intelectual. 
Os jogos e brincadeiras são instrumentos metodológicos através dos quais 
os educadores de crianças com necessidades educativas especiais podem estimular 
o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, moral, lingüístico e físico-motor; 
como também propiciar aprendizagens curriculares específicas. 
17 
 
IDE (2008), comenta que 
 
Os jogos educativos ou didáticos estão orientados para estimular o 
desenvolvimento do conhecimento escolar mais elaborado: calcular, 
ler e escrever. São jogos fundamentais para a criança deficiente 
mental por iniciá-la em conhecimentos e favorecer o 
desenvolvimento de funções mentais superiores prejudicadas. 
 
Porém, as atividades lúdicas devem ser orientadas de acordo com os 
objetivos que se quer alcançar. Podendo ser o desenvolvimento das habilidades 
motoras, habilidades perceptivas ou a noção de tempo e espaço. Em outro momento 
pode dar ênfase na formação de noções lógicas, como seriação, conservação e 
classificação. O objetivo também pode ser o trabalho em grupo, como forma de 
desenvolver a cooperação e a socialização. 
O lúdico possibilita que a criança com deficiência intelectual se torne cada 
vez mais autônoma, melhorando a auto-estima e a consciência corporal. Pelo jogo, a 
criança aprende, verbaliza, comunica-se com as pessoas, internaliza novos 
comportamentos e, conseqüentemente, se desenvolve. 
Brincando, a criança desenvolve seu senso de companheirismo. Jogando 
com os amigos, aprende a conviver, a criar e a respeitar as regras. 
Sob o ponto de vista do desenvolvimento da criança com deficiência 
intelectual, a brincadeira traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas. 
Ainda segundo IDE, 
 
A possibilidade de exploração e de manipulação que o jogo oferece, 
colocando a criança deficiente mental em contato com as normais, 
com adultos, com objetos e com o meio ambiente, propiciando o 
estabelecimento de relações e contribuindo para a construção da 
personalidade e do desenvolvimento cognitivo, torna a atividade 
lúdica imprescindível na sua educação. 
 
Ter consciência de que a criança com deficiência intelectual é um todo 
integrado, é condição básica para o êxito do seu desenvolvimento com o brinquedo. 
E o professor que assume uma postura metodológica pautada no lúdico deverá 
organizar o seu trabalho de forma a estimular ao máximo o desenvolvimento das 
habilidades do seu aluno, estando sempre ao seu lado, participando, mediando e 
orientando-o nas atividades realizadas com o brinquedo. 
 
18 
 
4 SUGESTÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS 
 
 
Este capítulo traz algumas sugestões de jogos e brincadeiras que podem ser 
trabalhados com os alunos, de forma lúdica e pedagógica, no sentido de estimular o 
desenvolvimento da criança e facilitar a aprendizagem de conteúdos acadêmicos. 
Procurou-se dividir os jogos por área de desenvolvimento, para facilitar o 
trabalho do professor. No entanto, este material traz apenas algumas poucas 
sugestões, visto que temos uma grande variedade de atividades lúdicas 
disponibilizadas nas referências bibliográficas citadas e em outras bibliografias 
existentes nesta área. Além do que, os professores podem e devem usar de toda a 
sua criatividade para criar outros jogos e até mesmo modificar ou adaptar os jogos 
sugeridos, de acordo com as necessidades dos seus alunos. 
 
 
4.1 IMAGEM E ESQUEMA CORPORAL 
 
 
BONECO ARTICULADO 
 
Estimula: 
Noção do esquema corporal, 
conscientização sobre as partes do corpo e 
suas posições, habilidade manual 
 
Descrição: 
As partes do corpo recortadas em cartolina: cabeça, pescoço, tronco, dois 
braços, dois antebraços, duas mãos, duas coxas, duas pernas e dois pés. Para 
juntar as partes fazendo as articulações, podem ser feitos furos com o furador de 
papel e colocadas tachas, que se abrem depois e perfurar o papel. Outra alternativa 
é furar as articulações com uma agulha grossa e barbante, e depois dar um nó de 
cada lado do barbante. 
 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
19 
 
Possibilidades de exploração: 
-Recortar e montar o boneco articulado. 
-Pedir a uma pessoa que sirva de modelo, assumindo diferentes posições 
que os alunos procurarão reproduzir com seus bonecos. 
-Fazer o exercício contrário, colocar o boneco em posições que as pessoas 
deverão representar. 
-Descobrir quais as posições que podem ser feitas com o boneco mas que 
são impossíveis de serem realizadas pelo ser humano. 
 
 
MÁSCARAS 
 
Estimula: 
Conscientização sobre as partes do 
rosto, criatividade. 
 
Descrição: 
Saco de papel, com furos recortados na altura dos olhos, do nariz e da boca, 
desenhado e decorado de maneira a imitar um rosto. 
 
Possibilidades de exploração: 
-Enfiar o saco de papel na cabeça para descobrir e marcar quais seriam os 
lugares onde devem ser feitos os furos. 
-Desenhar as partes do rosto no saco e colori-las. 
-Colar fios ou tiras de papel para representar o cabelo. 
-Fazer uma dramatização usando as máscaras e cobrindo as cabeças. 
-Misturar as máscaras e distribuí-las aleatoriamente. Pedir às crianças que 
adivinhem qual é o colega que está por trás da máscara. 
 
 
 
 
 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
20 
 
BONECO 
 
Estimula: 
Esquema corporal, noções das posições do corpo, criatividade, 
dramatização. 
 
Descrição: 
Boneco feito com roupas de criança preenchidas com jornal amassado, nos 
pés foram utilizadas meias, nas mãos luvas. Para formar a cabeça foi utilizado um 
pano dobrado e cortada em forma arredondada; o cabelo e franja foram feitos de lã 
costurada na cabeça. As partes do corpo foram costuradas umas nas outras. 
 
Possibilidades de exploração: 
-Despir e vestir o boneco. 
-Colocar o boneco em diferentes posições, comparando sua postura com a 
de outras pessoas. 
-Fazer movimentos corporais para que a criança os imite, usando o boneco. 
-Brincar de faz de conta por meio de dramatizações, nas quais a criança 
represente situações de sua vida diária. 
 
 
4.2 COORDENAÇÃO MOTORA 
 
 
BOLICHE DE LATAS 
 
Estimula: 
Motricidade, coordenação motora 
ampla, coordenação viso-motora, arremesso 
ao alvo, controle de força e direção. 
 
Descrição: 
Bolas de meia feitas com algumas meias juntas, que são enfiadas no fundo 
de uma meia comprida. Para arrematar, torcer e desvirar o cano da perna da meia 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
21 
 
várias vezes, recobrindo a bola para, posteriormente, costura-la. Latas vazias, do 
mesmo tamanho, com números colados. 
 
Possibilidades de exploração: 
-Empilhar as latas fazendo um castelo. 
-Jogar como boliche: cada jogador arremessa três bolas, tentando derrubar 
todas as latas. 
-Contar os pontos de acordo com os números escritos nas latas derrubadas. 
-Vence o jogo quem tiver feito mais pontos. 
 
CONTAS PARA ENFIAR 
 
Estimula: 
Motricidade, coordenação bimanual, 
recorte e enfiagem, atenção e concentração, 
orientação espacial. 
 
Descrição: 
Tiras de papel de capa de revista de 1,5 cm de largura, terminando em 
ponta, que são enroladas uma a uma, em tornode um lápis (ou agulha de tricô), 
começando pela parte mais larga da tira. A ponta do papel é colada. A peça é 
plastificada pela cola. 
 
Possibilidades de exploração: 
-Usar como contas para enfiar. 
-Fazer colares e pulseiras. 
 
PASSA BOLINHA 
 
Estimula: 
Motricidade, concentração da atenção, coordenação viso-motora. 
 
Descrição: 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
22 
 
Três garrafas de plástico transparente; em duas foi retirado o fundo para 
poderem ser encaixadas umas nas outras. Dentro delas foram colocadas três 
bolinhas de gude, e no topo das garrafas encaixadas, foi colocado o fundo de uma 
delas. As garrafas foram fixadas com durex colorido. 
 
Possibilidades de exploração: 
-Sacudir as garrafas de modo que as bolinhas passem pelo gargalo e vão 
para o fundo da última garrafa. Contar quanto tempo leva para conseguir passar as 
três bolinhas. 
 
 
VAIVÉM 
 
Estimula: 
Coordenação viso-motora e noções de 
alternância e distância. 
 
Descrição: 
Garrafas plásticas descartáveis, cordão, argolas e durex colorido. Cortar 
duas garrafas ao meio, juntar as partes cortadas, colar com durex colorido. Passar 
dois fios (+ 3 m) por dentro das garrafas. Amarrar argolas nas quatro extremidades. 
 
Possibilidades de exploração: 
O vaivém é um jogo de duplas, em que a criança segura as extremidades do 
cordão e uma delas dá um impulso abrindo os braços, jogando o objeto para o outro, 
que repete a operação, assim, sucessivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
23 
 
CAI NÃO CAI 
 
Estimula: 
 
Atenção, motricidade, percepção visual, 
noção de cor e quantidade. 
 
Descrição: 
Garrafa plástica descartável, contas ou material de contagem e varetas. 
Fazer vários furos com arame quente de um lado ao outro da garrafa. Colorir varetas 
(palitos de churrasco) em várias cores. Selecionar material de contagem nas 
mesmas cores das varetas. Para montar o jogo colocam-se as varetas nos furos da 
garrafa e, após, o material de contagem. 
 
Possibilidades de exploração: 
-Retirar uma a uma as varetas sem deixar cair as peças. 
-Pode participar uma criança para cada cor de vareta. Cada jogador escolhe 
uma cor e, na sua vez de jogar, só poderá movimentar as suas varetas, tentando 
não deixar cair as suas contas. 
 
 
TOCA DO RATINHO 
 
 
Estimula: 
Motricidade fina, percepção visual 
e noção de quantidade. 
 
Descrição: 
Selecionar uma tampa de caixa grande (+ - 60x40 cm), uma bolinha de gude 
pequena, seis potes de iogurte e pintar três de uma cor e três de outra. Fazer um 
corte em forma de toca, colar as cores alternadas. Colocar os números de um a seis, 
sendo uma cor para os números ímpares e a outra para os pares. 
 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
24 
 
Possibilidades de exploração: 
-Cada criança num determinado tempo tenta colocar a bolinha na toca, 
“chutando-a” com os dedos. Cada vez que conseguir, faz os pontos especificados 
em cada peça. 
 
PEZINHOS 
 
Estimula: 
Coordenação motora ampla, equilibro, postura e noção de direita e 
esquerda. 
 
Descrição: 
Usando papel cartão ou Eva, corte seis pés direitos e seis pés esquerdos. 
Com caneta hidrocor, marque um D nos pés direitos e um E nos esquerdos. 
Disponha os pezinhos de forma a representarem passos ao longo de um caminho e 
fixe-os no lugar. 
 
Possibilidades de exploração: 
-Pedir às crianças que andem sobre as pegadas e tentem ficar dentro das 
marcas. 
-Quando colocarem o pé direito sobre a pegada D, digam “direita” e o 
mesmo para a esquerda. 
-Pular só com o pé direito do primeiro D até o sexto D. 
 
 
PASSEIO SOBRE PÉS E MÃOS 
 
Estimula: 
Coordenação motora ampla, equilibro, noção de direita e esquerda 
 
Descrição: 
Recorte seis pés e seis mãos direitas e esquerdas. Faça os moldes usando 
seus próprios pés e mãos. Disponha as figuras no chão, de forma que seja possível 
25 
 
para os alunos andarem sobre elas como “gatos”, usando os pés e as mãos, e fixe-
as no lugar. 
 
Possibilidades de exploração: 
Pedir às crianças que tentem “andar” sobre as pegadas. Comecem 
colocando um pé em cada marca , depois coloquem as mãos, sem encostar os 
joelhos no chão. Movam primeiro as mãos e depois os pés para as marcas 
seguintes. Tentar manter-se dentro das pegadas até o final. 
 
 
NAVIO PIRATA 
 
Estimula: 
Coordenação motora, atenção e equilibro. 
 
Descrição: 
Uma ripa de madeira de 15cm de largura por 2m de comprimento, ou pode-
se riscar no chão ou marcar com fita crepe. Um livro colocado no meio da ripa. 
 
Exploração: 
Pedir que as crianças andem sobre a prancha, uma de cada vez, e passem 
por cima do livro que está no centro, vão até o final da prancha e virem sem cair. 
Pedir que no caminho de volta, peguem o livro e sigam até o final. 
 
 
4.3 ORIENTAÇÃO ESPACIAL 
 
 
FÓSFOROS 
 
 
Estimula: 
Coordenação viso-motora fina, movimento de pinça, orientação espacial, 
manipulação de quantidades, concentração da atenção. 
26 
 
Descrição: 
Caixa com palitos de fósforo. As laterais foram inutilizadas pela colocação de 
um durex (para evitar que as crianças possam riscar os fósforos). 
 
Exploração: 
-Retirar os fósforos da caixa e pedir à criança que os guarde, com as 
cabeças voltadas para o mesmo lado. 
-Enfileirar os fósforos na mesa, seguindo determinados critérios (ex. três 
voltados para cima e três voltados para baixo) 
-Fazer figuras com os fósforos. 
-Fazer formas geométricas com três, quatro, cinco e seis fósforos. 
-Construir um quadrado dentro do outro. 
-Inventar linhas com desenhos variados e reproduzi-las 
-Fazer seqüência de fósforos 
-Fazer contas com os fósforos. 
 
MODELOS COM FÓSFOROS 
 
Estimula: 
Pensamento, orientação espacial, 
discriminação visual, atenção e concentração, 
reprodução de modelos. 
 
Descrição: 
Papel cartão recortado em cartelas, do tamanho de meia folha de papel 
ofício. Palitos de fósforos colados, formando desenhos, fazendo modelos diferentes 
em cada cartela e deixando sempre espaço livre abaixo, para que a criança possa 
fazer a reprodução. 
Exploração: 
Reproduzir os modelos com palitos, observando a posição da cabeça dos 
palitos dentro da figura. 
 
 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
27 
 
4.4 ORIENTAÇÃO TEMPORAL 
 
 
AMPULHETA 
 
Estimula: 
Noção de tempo. 
 
Descrição: 
Selecionar duas garrafas iguais. Colocar areia em uma delas, colar as duas 
tampas. Fazer um furo nas tampas já coladas. Fechar as duas garrafas com as 
tampas. Medir o tempo (usando o relógio) em que a areia passa de um recipiente 
para o outro. Anotar nas extremidades dos dois recipientes o tempo. 
 
Exploração: 
Como a ampulheta é um instrumento de medida ela pode ser usada 
simplesmente para que a criança observe o tempo que leva para a areia passar de 
um recipiente para o outro, ou pode servir de apoio aos jogos, controlando o tempo 
das tarefas. 
 
CALENDÁRIO DE PANO 
 
Estimula: 
Desenvolve a noção de tempo e a seqüência lógica dos dias do mês, as 
estações do ano e as formas de vestuário adequadas ao clima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
28 
 
Descrição: 
Cortar um tecido liso de 1m x 1,20m. Prender 31 bolsos de 10cm x 10cm. 
Colocar um número em cada bolso de 1 a 31. Fazer uma série de cartões de 8cm x 
8cm com desenho de situações climáticas, vestuárioe acessórios. 
 
Exploração: 
Diariamente as crianças observam as condições climáticas e colocam as 
figuras correspondentes ao clima, ao vestuário e aos acessórios no bolso do 
calendário, identificando o dia da semana e o mês em que se encontram. 
 
 
4.5 PERCEPÇÃO VISUAL 
 
 
DOMINÓ DE RETALHOS 
 
Estimula: 
 
Motricidade, coordenação bimanual, discriminação visual de cores, 
habilidade manual, percepção tátil e visual. 
 
Descrição: 
Pares de quadrados feitos com retalhos de tecidos lisos e estampados, com 
um botão num dos lados e uma casa no outro. 
 
Exploração: 
-Abotoar as peças que têm as mesmas cores ou os mesmos motivos 
estampados. 
-Esconder as peças soltas em uma caixa de papelão. Cada participante, 
sem olhar tira duas peças. Se formarem par serão abotoadas, caso contrário, voltam 
para a caixa. 
-Jogar como dominó: distribuir as peças entre os participantes, quem tiver a 
peça igual, deve abotoa-la à outra. 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
29 
 
COMPLETANDO A CASA 
 
Estimula: 
Motricidade, discriminação visual, 
comparação de formas e de tamanhos, 
habilidade manual. 
 
Descrição: 
Pedaço de cartão coberto com feltro, no qual foi costurado o desenho de 
uma casa, com botões nos lugares onde devem ser abotoadas as partes que estão 
faltando. Essas partes são de feltro também e contêm pequenos cortes que são as 
casas que deverão ser abotoadas nos lugares correspondentes. 
 
Exploração: 
-Desabotoar as partes avulsas da casa. 
-Verificar as formas que estão desenhadas na casa e procurar as peças 
correspondentes para abotoar. 
 
 
ATENÇÃO, ATENÇÃO! 
 
Estimula: 
Atenção, discriminação visual, 
memória visual, vocabulário. 
 
Descrição: 
Uma folha de cartolina (colada em dois pedaços de cartão grosso para 
endurecer e poder dobrar), contendo 60 quadrinhos recortados de revistas em 
quadrinhos e colados em diferentes posições. 60 cartelinhas com as mesmas 
figuras, recortadas de outra revista igual. 
 
Exploração: 
Colocar o tabuleiro sobre a mesa e distribuir as cartelinhas entre os 
participantes. Ao sinal de início, cada jogador deverá colocar sua cartela em cima da 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
30 
 
figura igual no tabuleiro. Quem conseguir colocar primeiro todas as suas figuras 
vence o jogo. 
-Dar cinco fichas, ou marcadores para cada participante (poderão ser 
tampinhas coloridas) e colocar todas as cartelinhas dentro de um saquinho. Uma 
criança sorteia uma cartelinha, mostrando-as aos outros jogadores por 
aproximadamente 5 segundos. Em seguida, esconde-se a cartela, virando-a de face 
para baixo e as crianças deverão, o mais rapidamente possível colocar suas fichas 
no tabuleiro, sobre as figuras correspondentes ao desenho visto na cartelinha. 
Depois, outra criança fará o sorteio. O primeiro que conseguir colocar todas as cinco 
fichas sobre os desenhos vence o jogo. 
-As crianças observam, as figuras durante um minuto; depois, cada criança à 
sua vez pede que os colegas encontrem uma figurinha com determinadas 
características (ex. Magali comendo melancia) para ver quem acha primeiro. 
 
 
DADO DO TEMPO 
 
Estimula: 
Percepção visual, observação e 
associação do desenho com o real. 
 
 
Descrição: 
 
Montar um dado grande com 4 quadrados de 15cm x 15cm de cartão 
grosso, unindo as laterais com fita adesiva. Forrar com papel branco e em cada lado 
desenhar ou colar uma das condições do tempo (ex. chuva, sol, nublado, sol com 
nuvens, nuvens grossas, relâmpagos). Cortar 60 cartelas quadradas (6cm x 6cm) de 
cartolina, e desenhar as condições do tempo em cada uma delas, sendo que para 
cada situação devem ser feitas 10 cartelas. 
 
Exploração: 
-Joga-se o dado e de acordo com a figura que ficar para cima a criança retira 
o cartão correspondente, procedendo-se dessa forma sucessivamente, até ao 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
31 
 
cartões acabarem. Quando terminarem os cartões, as crianças observam o tempo e 
identificam quais os desenhos que correspondem ao real. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO COLORIDA 
 
Estimula: 
Percepção visual, classificação, identificação das cores e das formas 
geométricas. 
 
Descrição: 
Formas geométricas grandes (triângulo, quadrado, círculo) recortadas em 
cartolinas ou Eva de cores diversas. 
 
Exploração: 
-Espalhar as peças no chão e pedir às crianças que encontrem na sala 
objetos com as mesmas cores das peças, ou das mesmas formas, sempre 
sugerindo uma cor ou uma forma de cada vez. 
-As peças podem ser numeradas e pode-se pedir aos alunos que procurem 
o número correspondente de objetos conforme a classificação solicitada. 
 
 
4.6 PERCEPÇÃO AUDITIVA 
 
 
ÁUDIO 
 
Estimula: 
Percepção auditiva, discriminação de sons diferentes, atenção e 
concentração. 
 
Descrição: 
10 embalagens de fermento ( ou caixas de fósforo vazias), forradas com 
papel fantasia e em cada duas embalagens os seguintes materiais: feijões, 
32 
 
sementes secas de abóbora, um pedaço de 3 cm de cabo de vassoura, três tampas 
de refrigerante (de metal) e três pregos. 
 
Exploração: 
-Balançar as embalagens, procurando as que produzem sons iguais e 
agrupa-las duas a duas. 
-Utilização como jogo: cada participante escolhe uma embalagem e tem 
duas ou três chances de achar o som igual. Caso o encontre recebe uma ficha. 
Ganha quem tiver mais fichas. 
 
 
4.7 PERCEPÇÃO TÁTIL 
 
 
SACOLA SURPRESA 
 
Estimula: 
Atenção e concentração, pensamento lógico, vocabulário, percepção tátil, 
discriminação de texturas, forma e tamanho. 
 
Descrição: 
Uma sacola de pano com duas aberturas laterais, fechadas com elástico 
(tipo puxa-saco), dentro da qual existem objetos e tecidos de texturas diferentes: 
-Para discriminação de texturas: 3 retalhos de lã, 3 de seda e 3 de veludo 
(mesmo tamanho), 3 pedaços de lixa, 3 de plástico e 3 de papel. 
-Para discriminação de formas: 4 quadrados (5x5cm), 4 triângulos (5x5cm), 
4 círculos (5cm de diâmetro) e 4 retângulos (7x3cm); formas geométricas de 
cartolina ou de madeira. 
-Para discriminação de tamanho: 2 dados, 2 lápis, 2 tampinhas e 2 colheres; 
objetos cujo tamanho seja um grande e um pequeno 
-Para percepção estereognóstica: 3 grampos, 3 alfinetes de fralda, 3 
colheres de café, 3 dados, 3 bolinhas de gude, 3 lápis, 3 botões e 3 borrachas. 
 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
33 
 
Exploração: 
-Retirar um objeto da sacola, examiná-lo e depois retirar outro igual. 
-Introduzir as duas mãos pelas aberturas laterais da sacola e encontrar dois 
objetos iguais. 
-Encontrar um objeto grande com a mão direita e um pequeno com a mão 
esquerda, ou vice-versa. 
-Segurar um objeto dentro da sacola, examiná-lo pelo tato e, sem olhar, 
dizer qual é, conferir em seguida. 
-Fazer o mesmo com a outra mão. 
-Atender comandos da professora para pegar objetos dentro da sacola. (ex. 
“pegue uma borracha”, ou “pegue um objeto de metal”, etc) 
 
 
QUAL É O PESO? 
 
Estimula: 
Percepção tátil, discriminação de peso, sensibilidade do tato. 
 
Descrição: 
10 caixinhas de filme fotográfico (ou outro potinho com tampa, ou caixas de 
fósforo), preenchidas aos pares com cinco materiais diferentes: algodão, pilhas, 
clipes, feijão e açúcar. No verso de cada par de caixinhas, colocar um pequeno 
círculo colorido para que a criança possa, após a comparação dos pesos, virar as 
caixinhas para conferir se os pares estão corretos. 
 
Exploração 
-Misturar as caixinhas e pedir que as crianças avaliem e formem os pares de 
caixinhas que têm o mesmo peso. 
-Conferir depois, verificando se a cor do circulodo fundo da caixinha é igual 
-Dividir a classe em dois grupos; o elemento de um grupo cita o nome de um 
objeto ou animal e as crianças do outro grupo deverão dizer o nome de um animal 
ou objeto mais leve do que ele ou outro mais pesado. 
 
 
34 
 
CESTA DE PASTÉIS 
 
Estimula: 
Discriminação tátil, estabelecimento do 
conceito de igual e diferente. 
 
Descrição: 
Círculos de tecidos variados, com aproximadamente 10cm de diâmetro, 
dobrados ao meio e costurados em forma de pastéis. Cada par de “pastéis’ do 
mesmo tecido está recheado com os seguintes materiais: flocos de espuma, 
bolinhas de isopor, palha, tampas de creme dental, etc. 
 
Exploração: 
-Com os olhos vendados, só com o uso do tato agrupar os dois pastéis que 
contêm o mesmo recheio. Após a discriminação correta, os pastéis da mesma cor 
deverão estar juntos, permitindo assim que a própria criança veja se acertou, pois, 
se foi feita a associação dos dois pastéis com o mesmo recheio, os dois serão da 
mesma cor. 
 
 
MEMÓRIA TÁTIL 
 
Estimula: 
Percepção tátil, discriminação de 
diferentes texturas. 
 
Descrição: 
Confeccionar pares de cartelas (10x20cm), nas quais deverão ser coladas 
texturas iguais (duas cartelas com lã, duas com palitos de fósforo, duas com 
cordões, duas com feijão, duas com arroz, etc), formando um jogo de pelo menos 
seis pares. 
 
 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
35 
 
Exploração: 
-Após espalhar as peças sobre a mesa, as crianças, que devem estar com 
os olhos vendados, procuram os pares, através do tato. Aquele que fizer mais pares 
ganha o jogo. 
 
 
4.8 PERCEPÇÃO OLFATIVA 
 
 
CHEIRA-CHEIRA 
 
Estimula: 
Sensibilidade para odores, reconhecimento olfativo. 
 
Descrição: 
10 potinhos de Yakult, preenchidos aos pares, com cinco materiais de 
odores diferentes: café, cravo, algodão com perfume, canela, sabão em pó. Após 
serem preenchidos, os potinhos são cobertos com tecido de textura fina, presos com 
barbante ou elástico. 
 
Exploração: 
-Com os olhos vendados e sem mexer nos conteúdos dos potinhos, formar 
pares selecionando os potinhos somente pelo olfato. 
 
 
4.9 MEMÓRIA 
 
 
GAVETINHAS DA MEMÓRIA 
 
Estimula: 
Pensamento, memória espacial, 
atenção, observação. 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
36 
 
Descrição: 
20 caixas de fósforo colocadas em cinco pilhas de quatro caixas e revestidas 
com papel contacto, fita durex colorida ou papel colorido. Dentro das gavetinhas é 
possível colocar pequenas peças, de acordo com a forma como se vai brincar. 
 
Exploração: 
-Colocar uma pequena peça em uma das gavetinhas do armário, roda-lo, 
em seguida algumas vezes e pedir que o aluno diga onde está a peça. 
-Fazer a mesma coisa, mas escondendo duas peças, depois três e assim 
por diante. 
-Colocar dezoito pares de pequenos objetos nas gavetinhas e jogar como o 
jogo da memória, em que cada participante tem de encontrar duas peças iguais. 
 
 
PROCURA-SE UM PAR 
 
Estimula: 
Memória, atenção, observação. 
 
Descrição: 
Em cartões de 8x13cm, desenhe dois quadrados de 2,5cm. Preencha os 
quadrados com material de estímulo (letras, números, palavras, figuras). Faça um 
conjunto de cartelas de 2,5cm com os mesmos desenhos contidos nos cartões. 
 
Exploração: 
Dar a cada um dos alunos um cartão virado para baixo. Pedir que virem 
seus cartões, observem o que há neles e virem novamente para baixo. Em seguida 
pedir que procurem nas cartelas que estarão dispostas sobre a mesa, as gravuras 
iguais às dos seus cartões. 
 
 
 
 
 
37 
 
ASSEMBLÉIA DE OBJETOS 
 
Estimula: 
Memória, atenção, concentração. 
 
Descrição: 
Faça uso de uma variedade de objetos, como clipes, lápis, borracha, 
canetas, etc. 
Procure usar objetos que os alunos costumam geralmente ter em suas 
carteiras, ou distribua entre eles vários objetos. 
 
Exploração: 
-Pedir aos alunos que prestem atenção à ordem que você vai dar: “Quero 
que cada um de vocês peguem um lápis, uma caneta e uma borracha (e assim por 
diante).” 
-Pedir aos alunos que fechem os olhos e se concentrem. Ler para eles uma 
lista de objetos. Pedir para que abram os olhos e disponham sobre a carteira os 
objetos na mesma ordem que foi pedido. 
 
 
4.10 CLASSIFICAÇÃO 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DE CONJUNTOS 
 
Estimula: 
Classificação, contagem, noção de conjunto. 
 
Descrição: 
Encha uma caixa com pequenos objetos, como clipes, parafusos, botões, 
etc. Serão necessárias também caixinhas menores vazias ou potes. 
 
 
 
38 
 
Exploração: 
Pedir que cada uma das crianças procure por um tipo de objeto dentro da 
caixa. Ex. criança A procure os clipes, criança B encontre os botões, etc. 
Quando terminarem de procurar, contem seus objetos e coloquem-nos em 
seu pote vazio. Vamos ver quantos conjuntos de objetos diferentes foram formados. 
 
 
CADA COR NO SEU LUGAR 
 
Estimula: 
Percepção visual, classificação e 
discriminação das cores. 
 
Descrição: 
Unir seis caixas de fósforos vazias com durex colorido ou papel colorido. 
Pintar a frente de cada gavetinha de uma cor diferente. Selecionar tampas de 
canetinhas hidrocor usadas, ou botões, das mesmas cores pintadas nas gavetas. 
Colocar o mesmo número de peças em cada gaveta. 
 
Exploração: 
As peças são colocadas aleatoriamente na mesa e a criança tem que 
classifica-las pela cor e coloca-las na gaveta correspondente. 
 
 
BINGO DE FORMAS GEOMÉTRICAS 
 
Estimula: 
Classificação, percepção visual, 
reconhecimento de formas e cores, atenção e 
concentração. 
 
 
 
 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
39 
 
Descrição: 
6 cartelas (20x20cm) contendo desenhos de círculos, triângulos, quadrados, 
retângulos (em cores diferentes). 36 cartelinhas (4x4cm) das mesmas figuras, para 
serem sorteadas. Tampinhas de refrigerante para marcar a figura sorteada. 
 
Exploração: 
Ao ouvir a descrição da figura “cantada”, a criança coloca uma tampinha em 
cima da figura correspondente. Ganha o jogo quem conseguir completar uma fileira 
horizontal ou vertical. 
 
CAIXA DE CLASSIFICAÇÃO 
 
Estimula: 
Classificação, pensamento, 
discriminação visual, coordenação viso-
motora, reconhecimento de objetos iguais, 
atenção e concentração. 
 
Descrição: 
Uma caixa de sapato virada de cabeça para baixo, com seis orifícios do 
tamanho correspondente ao dos potes de iogurte. Seis tipos diferentes de materiais 
pequenos, como carretéis, botões, toquinho de lápis, etc. A caixa foi forrada com 
papel fantasia. 
 
 
Exploração: 
-Misturar todos os objetos e pedir à criança que classifique, colocando cada 
tipo em um lugar na caixa. 
-Colocar uma peça em cada pote e pedir à criança que deixe todos os potes 
com seis peças. 
-Com os potes com seis peças, retirar objetos para que o primeiro fique com 
uma, o segundo com duas, o terceiro com três, assim por diante. 
-Colocar alguns objetos nos potes e pedir à criança que deixe todos os potes 
com a mesma quantidade. 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
40 
 
-Dar 12 pequenos objetos e pedir que sejam distribuídos igualmente nos 
potes, sem deixar nenhum de fora. 
 
 
 
4.11 PENSAMENTO LÓGICO 
 
 
POR ONDE A BOLINHA VAI SAIR? 
 
Estimula: 
Pensamento antecipatório, noção de direção, destreza. 
 
Descrição: 
Caixa de papelão onde foram feitos furos por onde passam canudos que 
atravessam a caixa de um lado ao outro. Bolinhas de gude para escorregarem pelos 
canudos. 
 
Exploração: 
-Colocar as bolinhase deduzir por onde elas vão sair. 
-Dar uma bolinha para cada criança. Pedir que corram ao redor da caixa e, a 
um sinal dado, coloquem sua bolinha num dos canudos e corram para pega-la na 
saída. 
 
 
HISTÓRIA EM QUADRINHOS 
Estimula: 
 
Pensamento lógico, seqüência 
lógica, atenção e concentração, 
estruturação tempo-espacial, 
discriminação visual, sociabilização. 
 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
41 
 
Descrição: 
Uma tira de cartolina com 7cm de largura, riscada no sentido vertical, de 16 
em 16cm. Figuras selecionadas de revista em quadrinhos são colocadas em 
seqüência na tira de cartolina, para formar uma história, de acordo com o seguinte 
critério: uma figura é colada no meio do espaço de 16 cm, entre os dois riscos 
verticais, e a figura seguinte é colada sobre o risco. Depois serão cortadas nos 
lugares onde foram traçados os riscos, separando a figura ao meio e interrompendo 
a seqüência. 
 
Exploração: 
Montar a seqüência da história juntando as figuras separadas pelo recorte. 
Narrar a história. 
 
 
O QUE SERÁ? 
 
Estimula: 
Pensamento lógico, dedução, reconhecimento do todo através de uma parte, 
atenção, observação, nomeação, discriminação visual. 
 
Descrição: 
Folhas de papel (16x16cm), dobradas ao meio. Na parte interna é colocada 
uma figura recortada de revista. Na parte dobrada externa da folha é feito um outro 
recorte (ou dobra), a fim de eliminar uma parte e deixar aparecer uma parte 
significativa da figura colada dentro. 
 
Exploração: 
-Adivinhar qual a figura, observando apenas uma parte dela. Para facilitar, 
pode-se inicialmente mostrar toda a coleção à criança para que ela possa 
reconhecê-la posteriormente. 
 
 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
42 
 
QUEBRA-CABEÇA 
 
 
Estimula: 
Pensamento lógico, composição e 
decomposição de figuras, discriminação 
visual, atenção e concentração. 
 
Descrição: 
Caixas de fósforo em quantidade suficiente para cobrir as figuras que são 
colocadas uma em cada lado do conjunto de caixas. A figura é cortada com estilete 
no espaço entre as caixas. Ao redor do desenho, um durex colorido forma a moldura 
do quebra-cabeça. A parte lateral das caixinhas foi fechada com durex colorido. 
 
Exploração: 
-Desmontar e montar o jogo, compondo o desenho como um quebra-cabeça. 
-Caso a atividade seja difícil para a criança, faça inicialmente a moldura e 
peça para completar a figura. 
 
 
SEQUÊNCIA DE ATRIBUTOS 
 
Estimula: 
Noção de seqüência lógica, 
percepção visual, atenção, percepção 
de detalhes. 
 
Descrição: 
Tampas, caixinhas, ou qualquer outro material em que possam ser coladas 
figuras e papel colorido. Encapar as caixinhas com papel da mesma cor. Escolher 
uma figura para ser o padrão. Recortar e colar nas caixinhas partes da figura, de 
modo que em cada peça seja acrescido um atributo (parte da figura) até que a 
última peça represente a figura total. 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
43 
 
Exploração: 
Espalham-se as peças na mesa de forma aleatória e o aluno deve coloca-las 
em seqüência lógica. Esta pode ser de um elemento até chegar ao todo, ou iniciar 
pelo todo até chegar a um elemento. 
 
 
4.12 MATEMÁTICA 
 
 
DOMINÓ DE NÚMEROS 
 
Estimula: 
Reconhecimento de numerais, 
noção de adição e de subtração, 
desenvolvimento do pensamento. 
 
Descrição: 
28 cartelinhas de aproximadamente 6x12cm, com dois números em cada 
uma. Números de 0 a 9 (recortados de folhas de calendário) na quantidade de 
quatro de cada, foram colados nas duas partes dos dominós, seguindo as mesmas 
características do jogo de dominó. 
 
Exploração: 
-Jogar como dominó, associando os números iguais. 
-Mudar a regra do jogo e, ao invés de colocar números iguais, criar outra 
opção, por exemplo, somando mais dois ao número da cartela, ou subtraindo dois, 
etc. 
 
 
 
 
 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
44 
 
RODA PIÃO 
 
 
Estimula: 
Relação número/quantidade, 
coordenação motora e identificação. 
 
Descrição: 
Confeccionar uma caixa de papelão com 40x40cm para ser o tabuleiro. Com 
o mesmo tamanho (40cm) fazer um quadrado de papel branco e dividi-lo em 16 
quadrados menores (10x10cm). Colorir alguns quadrados com cores diversas, 
deixando alguns em branco. Os quadrados coloridos são numerados 
alternadamente de 1 a 5. Cola-se esta cartela no fundo da caixa. Para confeccionar 
o pião, recorta-se em papelão, um círculo de 5cm , colorindo com as mesmas cores 
do tabuleiro. Fazer um furo no centro e colocar um pedaço de lápis com ponta, de 
modo que ele fique com o mesmo tamanho nos dois lados do circulo. Com a mesma 
cor dos quadrados numerados, confeccionar o material de contagem e colocar num 
saquinho de pano. 
 
Exploração: 
Roda-se o pião no tabuleiro, e conforme o número e a cor onde o pião 
parou, o jogador retira da mesa as peças do material de contagem. Quando o pião 
parar num quadrado em branco, o jogador perde a vez. Ganha quem conseguir o 
maior número de peças. 
 
JOGO DE ARGOLA 
 
Estimula: 
Percepção viso-motora, 
identificação de cores e a relação 
número/quantidade. 
 
 
 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
45 
 
Descrição: 
10 garrafas descartáveis. Colocar uma porção de areia no fundo da garrafa. 
Cortar papel crepom de cores variadas, em tiras e colocar em cada garrafa uma cor. 
Recortar em papel preto os numerais de 1 a 10 e colar um em cada garrafa. Cortar 
tampas de plástico no tamanho que encaixem nas garrafas, para servir de argolas. 
 
Exploração: 
As garrafas ficam agrupadas, e a uma distância de 4 a 6 metros as crianças 
lançam a argola: quando acertam, verificam o número contido na garrafa e retiram 
no material de contagem a cor e a quantidade correspondentes. Ganha quem 
conseguir o maior número de pontos. 
 
 
JOGO LÓGICO 
 
Estimula: 
Noções de quantidade, cor 
encaixe e raciocínio lógico. 
 
Descrição: 
Uma bandeja grande de ovos (quadrada). Pintar uma das bandejas com tinta 
guache em seis cores diferentes, sendo uma fileira de cada cor. Cortar 84 peças de 
outras bandejas e colorir com as mesmas cores do tabuleiro. Fazer dois dados: um 
deles é pintado nas mesmas cores do tabuleiro, e o outro, com quantidade de 1 a 6. 
 
Exploração: 
 
Cada criança escolhe uma cor. Espalham-se as peças pequenas na mesa. 
Joga-se então o dado da cor e em seguida o da quantidade. Verifica-se o resultado 
(ex. 4 e amarelo) e retiram-se as peças encaixando-as no tabuleiro, na fileira da 
mesma cor. Ganha quem primeiro preencher a sua fileira. 
 
 
 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
46 
 
JOGO DOS NÚMEROS 
 
Estimula: 
Identificação de numerais, ritmo, habilidades motoras, atenção e 
socialização. 
 
Descrição: 
Cartões com números de 0 a 9 espalhados pelo chão da sala num espaço 
delimitado. 
 
Exploração: 
Solicitar que as crianças pulem e saltem ao redor dos cartões ao ritmo de 
uma música. Quando parar a música, o professor indica um determinado número e 
todos deverão parar no respectivo número. 
 
 
4.13 ALFABETIZAÇÃO 
 
 
FIGURAS CORTADAS 
 
Estimula: 
Alfabetização, estruturação 
silábica, vocabulário, atenção e 
concentração, observação, relação 
parte/todo, composição de palavras e 
figuras. 
 
Descrição: 
Retângulos de cartolina com figuras de revistas e o nome do objeto em letra 
de forma, embaixo da figura, de modoque a palavra fique do tamanho da figura. O 
corte é feito sinuosamente no sentido vertical, separando as sílabas. 
 
Exploração: 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
47 
 
 
-Observar a figura, decompô-la e recompor as partes. 
-Observar e misturar as partes, recompor todas as figuras, dizer o que está 
escrito, ler as sílabas separadas e formar novas palavras. 
 
 
ABECEDÁRIO 
 
Estimula: 
Alfabetização, memorização da 
seqüência alfabética, ordenação e seqüência 
de letras, aquisição de conceitos de antes e 
depois, atenção e concentração. 
 
Descrição: 
Lâminas de plástico com 6cm de largura, aproximadamente, tiradas de 
garrafas de água sanitária. O recorte é feito de forma irregular de modo que os 
encaixes fiquem diferentes uns dos outros. Em cada uma das peças está colada 
uma letra na seqüência do alfabeto. 
 
Exploração: 
-Oferecer as peças à criança e deixar que ela descubra que o encaixe das 
peças resulta na composição do alfabeto. 
-Perguntar qual a letra que vem antes do M, depois do H, assim por diante. 
-Variação: substituir as letras por números. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
48 
 
QUEBRA-PALAVRAS 
 
Estimula: 
Interesse por letras e palavras, 
composição de figuras e palavras, 
reconhecimento de letras, ordenação das 
letras na palavra. 
 
Descrição: 
Pedaços de papel cartão com 15cm de altura e comprimento de acordo com 
a extensão da palavra, nas quais são desenhadas (ou coladas) figuras e, abaixo das 
mesmas, a palavra correspondente, em letra de forma. As cartelas são cortadas em 
tiras verticais de forma que a cada letra corresponda um pedaço da figura. 
 
Exploração: 
-Entregar para a criança o conjunto de tiras de cada figura e sugerir que 
descubra qual palavra poderá ser formada. A composição da figura é também a 
composição da palavra. 
 
 
GANHANDO LETRAS 
 
Estimula: 
Alfabetização, reconhecimento de letras, 
formação de palavras, coordenação dos 
movimentos amplos, arremesso. 
 
Descrição: 
Dez garrafas de plástico, em cujas tampas estão pregadas, com durex, 
letras do alfabeto. As garrafas são cortadas a 10cm da base e colocadas dentro de 
uma caixa de papelão com aproximadamente 60x40cm. As argolas são feitas com a 
parte de baixo que sobrou das garrafas e encapadas com tiras de papel. As tampas 
avulsas devem conter letras iguais às que estão nas garrafas, basicamente, três de 
cada. 
Nylse Helena Silva Cunha: Criar para brincar 
Nylse Helena Silva Cunha: 
Criar para brincar 
49 
 
Exploração: 
-Jogar as argolas e, se conseguir encaixá-las, pegar uma letra igual a cada 
letra acertada. 
-Cada jogador tem direito a cinco jogadas na partida e a jogar cinco argolas 
de cada vez. 
-Ao final do jogo ganha quem tiver feito maior número de palavras com as 
letras que ganhou. 
 
 
O NOME É... 
 
Estimula: 
Desenvolvimento da 
alfabetização, discriminação das letras, 
discriminação de sílabas, 
desenvolvimento da leitura, composição 
de palavras. 
 
Descrição: 
Figuras de revistas coladas em fichas de cartolina ou capas de pastas 
reaproveitadas. Embaixo de cada figura, aparece o nome da mesma em letras de 
forma e maiúsculas. Letras do alfabeto, de imprensa e maiúsculas avulsas, coladas 
em quadradinhos de cartolina. 
 
Exploração: 
Ler a palavra, procurar as letras avulsas correspondentes e formar essa 
palavra. 
 
 
 
 
 
 
 
Nylse Helena Silva Cunha: 
Criar para brincar 
50 
 
DESCUBRA A PALAVRA 
 
Estimula: 
Alfabetização, pensamento lógico. 
 
 
Descrição: 
Caixas de fósforo recobertas com papel contacto ou fantasia, onde estão 
guardadas cartelinhas com silabas que compõem uma palavra. Por fora da caixa 
poderá estar escrita a palavra ou colada uma figura correspondente. 
 
Exploração: 
Distribuir as caixinhas para que descubram qual a palavra que pode ser 
formada com aquelas silabas, ou para que formem a palavra escrita na caixa, ou o 
nome da figura correspondente. 
 
 
CAÇA PALAVRAS 
 
Estimula: 
Leitura e escrita de palavras, 
percepção visual, convívio com material 
letrado. 
 
Descrição: 
Selecionam-se figuras de uma mesma família (animais, frutas ou palavras 
com a mesma inicial). Recortar cartelas de forma retangular (3x10cm). Colar a figura 
numa das extremidades, escrever o nome logo após a figura. Com cartelas menores 
(3x3cm) escrever todas as letras do alfabeto duas vezes e mais três vezes as 
vogais. Guardar todo o material em uma caixa encapada. 
 
Exploração: 
Distribuir os cartões para as crianças, cada uma deverá buscar as letra 
iguais às dos nomes escritos nos cartões, para formar a palavra. 
Nylse Helena Silva Cunha: 
Criar para brincar 
Santa Marli P. dos Santos. 
Brinquedoteca: Sucata vira Brinquedo 
51 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
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sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008 
 
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São Paulo: Moderna, 1996. 
 
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MAJOR, Suzanne; WALSH, Mary Ann. Crianças com dificuldade de aprendizado: 
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MARANHÃO, Diva Nereida M. Machado. Ensinar Brincando: a aprendizagem 
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NITZKE, Julio A.; CAMPOS, Márcia de Borba; LIMA, Maria de Fátima do Prado. 
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PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, 
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SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto 
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SILVA, Mônica Soltau da. Clube da matemática: jogos educativos. Campinas, SP: 
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