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AULA 4,5, 7, 8, 9 , 10 DE POLITICAS PUBLICAS

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AULA 4 DE POLITICAS PUBLICAS 
Esta foi a sexta Carta Constitucional do Brasil. Nela, os direitos dos cidadãos são restringidos, o Executivo Federal concentrava poderes, além de ser eleito de forma indireta pelo Congresso Nacional. 
In verbis...
No capítulo sobre educação, o direito de todos a ela é reafirmado, apesar de também ficar expresso que o ensino é livre à ação da iniciativa privada, que continua a ter acesso a incentivos e facilidades financeiras dos cofres públicos, como disposto na Constituição anterior. Conforme escrito na Carta:
Art. 168. A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola; assegurada a igualdade de oportunidade, deve inspirar-se no princípio da unidade nacional e nos ideais de liberdade e de solidariedade humana.
§1º. O ensino será ministrado nos diferentes graus pelos poderes públicos.
§2º. Respeitadas as disposições legais, o ensino é livre à iniciativa particular, a qual merecerá o amparo técnico e financeiro dos poderes públicos, inclusive bolsas de estudo.
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Esse momento histórico exigiu alterações na legislação educacional.
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Não foi elaborada nova Lei de Diretrizes e Bases, mas sim duas leis que reformaram alguns aspectos da LDB vigente. Uma tratou de modificar os ensinos primário e secundário enquanto outra abordou o superior. As diretrizes básicas, estabelecidas pela lei 4024/61 (os 5 primeiros títulos), não são alteradas, demonstrando a continuidade da ordem socioeconômica mantida pelo golpe.
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A lei 5540/68
A reforma do ensino superior tinha por finalidade a desmobilização dos estudantes universitários. Para tanto, instituiu o sistema de créditos que obrigava os alunos a realizarem a matrícula por disciplinas, o que impedia a formação de grupos nas mesmas turmas, como no tradicional curso seriado, dificultando a organização de grupos de pressão.
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Saiba mais
A lei 5540/68 também determinou que as disciplinas passassem a ser agrupadas por departamentos, deixando de se organizar por cursos, reforçando o caráter da fragmentação. Por fim, estabeleceu o vestibular unificado, desarmando as crescentes demandas, sobretudo dos estudantes secundaristas, por mais vagas nas universidades públicas.
-
A lei 5692/71
Esta legislação é frequentemente chamada de lei de diretrizes e bases de forma errônea.
Contudo, ela não pode ser confundida, pois se refere exclusivamente a dois segmentos da educação, que correspondem ao que nos dias atuais chamamos de educação básica.
 *General Emílio Garrastazu Médici, que ficou no poder entre 30 de outubro de 1969 e 15 de março de 1974. 
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A lei 5692 não tratava, também, dos objetivos gerais e finalidades da educação para o país. Ela era específica para dois segmentos do ensino específica para dois segmentos do ensino.
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Em linhas gerais, a lei criou a estrutura de ensino que se organizava em 1º e 2º graus. O primeiro grau passou a abranger os antigos ensino primário e ginásio, atendendo às crianças dos 7 aos 14 anos. Ampliou, então, a obrigatoriedade escolar de quatro para oito anos.
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Artigo primeiro - Art. 1° (...) - Para efeito do que dispõe os artigos 176 e 178 da Constituição, entende-se por ensino primário a educação correspondente ao ensino de primeiro grau e por ensino médio, o de segundo grau.
Secundário x 2° Grau - Em seguida, a lei transformou o antigo curso secundário (que se apresentava como clássico, científico ou normal) em ensino de 2° grau, nivelando todos os cursos, e possibilitando que qualquer concluinte pudesse prestar vestibular para qualquer área universitária.
Ensino profissionalizante - Tornou ainda, o 2° grau em obrigatoriamente profissionalizante. Essa medida se restringiu em grande parte apenas às escolas públicas que submetidas à exigência, procedem às adaptações, no prazo previsto na lei. Entretanto, as escolas particulares que, se aproveitando dos prazos para a adequação, e por não sofrerem rigorosas fiscalizações, mantiveram, em sua maioria, o ensino propedêutico, até a revogação da obrigatoriedade do ensino profissionalizante.
Artigo 72 Implantação - Art. 72. A implantação do regime instituído na presente Lei far-se-á progressivamente, segundo as peculiaridades, possibilidades e legislação de cada sistema de ensino, com observância do Plano Estadual de Implantação que deverá seguir-se a um planejamento prévio elaborado para fixar as linhas gerais daquele, e disciplinar o que deva ter execução imediata.
2º Grau e Vestibular - Com a promulgação da lei, o Segundo grau passava a combinar uma dupla característica: garantia ao mesmo tempo a terminalidade para aqueles que pretendiam a formação em nível técnico, e a continuidade para os que desejavam prestar o vestibular.
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A lei 5692/71: oficialização do ensino supletivo
O ensino profissionalizante tinha o objetivo de atender à formação de mão-de-obra no sentido de garantir o suporte para a ampliação do parque industrial brasileiro, em reposta aos preceitos liberais de divisão internacional do trabalho. Para isso, foi a primeira legislação educacional que criou um capítulo para tratar do ensino supletivo.
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CAPÍTULO IV - Do Ensino Supletivo
Art. 24. O ensino supletivo terá por finalidade: 
a) suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não a tenham seguido ou concluído na idade própria; 
b) proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular no todo ou em parte. 
Parágrafo único. O ensino supletivo abrangerá cursos e exames a serem organizados nos vários sistemas de acordo com as normas baixadas pelos respectivos Conselhos de Educação.
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A Lei 5692/71 também introduziu algumas propostas, que contribuíram para o debate pedagógico, a saber:
Integração Horizontal: Previa também, a Integração horizontal, que buscava eliminar a diferença entre os antigos ramos de ensino: agrícola, comercial, industrial e normal, articulando as várias áreas do conhecimento, no interior de cada série.
Integração Vertical: A lei previa a Integração vertical, entre os dois graus, entre os níveis (o primeiro e o segundo segmento do 1° grau) e entre todas as séries de ensino das atividades, áreas de estudo e disciplinas, com o propósito de garantir um trabalho de continuidade desde a 1ª série do 1° grau até a última série do 2° grau.
Valorização do Magistério: A valorização do magistério é uma outra questão presente na lei. Foi citada especialmente buscando a crescente profissionalização dos professores, o aperfeiçoamento daqueles já formados, e adequando os vencimentos salariais segundo os critérios do nível de formação, ao contrário do nível que ministrava:
Art. 39. Os sistemas de ensino devem fixar a remuneração dos professores e especialistas de ensino de 1º e 2º graus, tendo em vista a maior qualificação em ossos e estágios de formação, aperfeiçoamento ou especialização, sem distinção de graus escolares em que atuem.
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Aula 5 politicas publicas
A politica Educacional Brasileira na transição democrática: A carta de 1988
Apresentação:
O objetivo dessa aula é o de debater o processo de elaboração da atual Constituição, levando em conta a conjuntura político-econômica da época, ao mesmo tempo em que busca identificar os interesses nacionais envolvidos durante o processo. Vamos apresentar o momento histórico em que a Constituição de 1988 foi elaborada e promulgada, e debater os principais aspectos educacionais definidos pelo texto constitucional. No vídeo acima, você vê o momento em que a Constituição foi promulgada, pelas mãos de Ulisses Guimarães. 
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Objetivos:
Identificar as tensões e interesses nacionais e internacionais envolvidos no debate constituinte;
Reconhecer que a promulgação é resultado do embate de diferentes forças, e que vai se expressar também no campo educacional;
Analisar as principais questões estabelecidas para a educação, destacando os avanços e os problemas.
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Visão geral da Constituição de 1988
Dividimos os principais pontos por tópicos:
Estrutura da Carta: O texto, que vigora nos diasde hoje, foi aprovado em 5 de outubro de 1988, e está organizado em nove Títulos, subdivididos em capítulos, que por sua vez se desdobram em seções e subseções, quando se faz necessário. Os artigos têm numeração sequencial.
Contexto histórico: Foi elaborada em um momento político bem característico, pois correspondia a uma grande mobilização popular que, diante do fim de um longo período ditatorial, exigia efetivas transformações na sociedade.
Considerações gerais: Em seu conteúdo, apresentou alguns avanços nas áreas sociais e políticas, como a igualdade de direitos entre homens e mulheres, o voto do analfabeto, o voto aos 16 anos, o racismo tratado como crime, além de pôr fim à censura. O texto constitucional estabeleceu, ainda, alguns dispositivos que defendem o cidadão quando seus direitos são negados, especialmente os dispositivos contra a arbitrariedade do Estado. Vem daí o fato de ela ser conhecida por muitos políticos, e festejada pela imprensa, como a Constituição Cidadã.
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Artigo 6º
No artigo 6º, apresentou a educação como um dos muitos outros direitos sociais, como se pode comprovar abaixo:
Art.6º - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
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Direitos conquistados
1- Habeas-data: Garante ao cidadão o acesso às informações a seu respeito constantes no registro de banco de dados de qualquer entidade governamental.
2- Mandado de injunção: Assegura o exercício de um direito garantido pela Constituição.
3- Ação popular:Tem como objetivo anular ato lesivo ao patrimônio e punir seus responsáveis.
4- Habeas-corpus: Assegura a reparação ou prevenção do direito de ir e vir, constrangido por ilegalidade ou por abuso de poder (as ditaduras assim que instaladas, haviam suspendido esse instrumento com o propósito de realizar prisões ilegais).
5- Mandado de segurança: Protege o cidadão quando seus direitos estão prestes a ser desrespeitados por uma instituição. Agora, existe também o mandado de segurança coletivo, isto é, impetrado por sindicatos e associações da sociedade civil.
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A educação no texto constitucional
O tema educacional na Constituição é apresentado no Título VIII, que trata Da Ordem Social, em seu capítulo III, intitulado Da educação, da Cultura e do Desporto, especificado na Seção I, chamada Da Educação, que se dispõe em dez artigos, entre o 205 e o 214. Abaixo, listamos alguns pontos importantes do texto:
Artigo 205: No primeiro artigo, a Carta Constitucional estabelece a educação como direito de todos e dever do Estado e da família. É interessante notar como o dever do Estado precede o da família, o que realmente demonstra a importância do poder público em garantir ensino para a população como se pode vir abaixo:
“Art. 205: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Declaração da Conferência da Venezuela e o Artigo 205:
O artigo 205 dispõe sobre as finalizações da educação, que estão em consonância com a Declaração da Conferência da Venezuela (1971), na qual fora estabelecido que:
“O conteúdo da educação exige uma revisão profunda orientada para a formação integral que abranja a totalidade do homem, sendo injusto e prejudicial à sociedade que a pessoa se frustre, ou seja, privada das possibilidades de desenvolvimento e afirmação que toda educação deve promover” (apud Santos, 2003, p.33).
Artigo 206: Os princípios do ensino foram especificados no artigo 206, e podemos destacar:
- A garantia de igualdade de acesso e permanência à escola;
- Liberdade de ensinar e aprender;
- Gratuidade nas escolas públicas;
- Gestão democrática nas escolas da rede pública;
- Valorização dos profissionais da educação, que inclui plano de carreira e piso salarial para o magistério.
Artigo 208: No artigo 208, especifica a obrigatoriedade e gratuidade do ensino fundamental como ação complementar ao dever do estado, estendendo a todos aqueles que não tiveram oportunidade de estudar na infância. Percebe-se, aqui, a preocupação do poder público em garantir a escolaridade mínima para a população.
“Art. 208 – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que não tiveram acesso na idade própria”.
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O papel de cada esfera
A União, Estados, Distrito Federal e Municípios devem proporcionar o acesso à cultura, à educação e à ciência, e que todas as esferas têm competência para legislar sobre educação, desde que respeitadas as diretrizes e bases fixadas em seu texto.
Apresenta, ainda, como dos municípios, a prioridade quanto à responsabilidade de manter programas para os níveis pré-escolar e ensino fundamental (cabendo à União complementar recursos, em casos de dificuldades dos municípios).
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Art° 211: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino (...).
§ 2º - Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.
§ 3º - Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.
§ 4º - Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.
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Saiba mais:
A Constituição de 1988 assegura ainda o direito à educação dos povos indígenas, garantindo que o ensino se realize em língua materna e na língua portuguesa. Permite, dessa maneira, a integração dos povos à sociedade brasileira, preservando sua cultura.
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Verbas públicas destinadas à educação
Quanto à aplicação das verbas públicas, a Constituição estabelece que cabe à União aplicar no mínimo 18%, enquanto que os municípios e estados devem investir no mínimo 25% cada. 
Podemos considerar essa vinculação dos recursos como um avanço, pois predetermina uma parcela do orçamento que deve ser aplicada em educação.
Conclusão
Como vimos, a Carta de 1988 consagrou alguns direitos sociais, resultado de intensas lutas que animaram durante muitos anos a sociedade brasileira, algumas iniciadas ainda antes da Ditadura Militar. 
A questão é que: Assim que o texto foi publicado, mobilizações de setores contrários aos direitos aprovados começaram a se fazer notar, e buscavam caminhos para o retrocesso, seguindo premissas neoliberais - tema que iremos abordar com detalhes nas aulas seguintes.
-
Atividade 
1. Um grande debate permeou os momentos da Assembleia Constituinte instalada em 1987. Colocaram-se em lados opostos os privatistas e os defensores da Escola pública. Sobre a aplicação dos recursos públicos, o texto constitucional deliberou que:
 
a) As verbas públicas devem ser destinadas exclusivamente para as escolas públicas.
 b) As verbas públicas devem ser distribuídas igualmente entre os estados que repassarão para todas as escolas.
 Certa c) Os recursos públicos podem ser destinados a escolas que comprovem sua finalidade não lucrativa.
 d) Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas e comunitárias, exclusivamente
2. A Constituição de 1988 estabelece quatro âmbitos de sistemas de ensino: o federal, o do Distrito Federal, os estaduais e os municipais. O nível de ensino considerado obrigatório pelo texto constitucional está sob responsabilidade do governo:
 
a) Federal
 b) Estadual
 certa c) Municipal
 d) Do Distrito Federal
3. O segmento de ensino que a Constituição estabelece como obrigatório é (são): 
 
a) A Educação Infantil
 b) As séries iniciais 
 certa c) O Ensino Fundamental 
 d) A Educação Básica
Aula 7 politicas publicas
A Politica Educacional nos ano 90
 Continuação desta aula 
Política educacional: lógica neoliberal
O Banco, quenesse momento tema tarefa de implementar a política de ajuste econômico nos países periféricos, apresenta para a educação um conjunto de mudanças caracterizadas como Reformas Educacionais da década de 90. 
Mercado segmentado
Sendo assim, não há lugar para o desenvolvimento autônomo de todos os países para a inclusão de todos os indivíduos. É a isso que o Banco chama de equidade; na verdade, uma demonstração desigual.
-
Ótica de prioridade do Banco: desvincular os níveis de ensino.
 Saiba mais:
 Ensino Fundamental: atinge a maioria da população; alimenta o mercado de trabalho tradicional; essa camada não ascenderá ao mercado de trabalho “modernos”.
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Funcionamento da Reforma Educacional
Nesse sentido, as Reformas Educacionais indicadas pelo Banco Mundial apresentaram basicamente dois eixos. O primeiro voltado para uma educação racional e eficiente, capaz de reduzir os custos, o que implica na divisão de responsabilidades entre o Estado e a sociedade. O segundo, centrado na qualidade do ensino em função do diagnóstico apresentado pelo Banco acerca dos principais problemas da educação. 
Tais problemas estão relacionados ao acesso e permanência dos alunos na escola, crescimento acelerado da demanda de educação secundária e superior, alfabetização de adultos e aprofundamento da distância entre países da OCDE (Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e da América Latina e Caribe.
Sendo assim, o documento do Banco Mundial (1995) que apresenta a sua posição e a sua prioridade para esse setor propõe mudanças no financiamento e na gestão do sistema educativo, de maneira a melhorar o acesso, a equidade e a qualidade.
 
Saiba mais:
No Brasil, o Banco Mundial ampliou sua atuação a partir da década de 80, com um maior volume de empréstimos vinculados à interferência na elaboração dos projetos educacionais, como, por exemplo, o Projeto EDURURAL, ou Nordeste I, desenvolvido entre 1980 e 1987.
Mas é na década de 90, com a incorporação das recomendações provenientes das Conferências Internacionais (1990, na Tailândia; 1993, em Nova Delhi) ao Plano Decenal Brasileiro para a Educação que vamos verificar, de fato, a importância que esse Organismo Internacional assume na política educacional brasileira.
-
Política neoliberal para a educação
A concepção neoliberal que passou a orientar essa política educacional tratou a educação não mais como um direito do cidadão, mas sim como uma mercadoria. Não seria por outro motivo que, Paulo Renato Souza, um economista que foi ministro da educação nos dois governos de Fernando Henrique, tenha ocupado uma vice-presidência no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A educação ocupou um papel relevante na reforma do Estado brasileiro. Para tanto, o primeiro governo de Fernando Henrique (1995-1998) sofreu uma profunda reformulação, tomando como base o conceito de equidade social da forma que aparece nos estudos produzidos pelos Organismos Internacionais ligados à ONU e promotores da Conferência de Jomtien.
Por equidade podemos entender a possibilidade de estender certos benefícios obtidos por alguns grupos sociais à totalidade das populações, sem, contudo, ampliar na mesma proporção às despesas públicas para esse fim (cf. Oliveira, 1999:74).
-
Descentralização do ensino ou da responsabilidade?
A “Conferência de Educação para Todos” (Março de 1990, em Jomtien) estabeleceu como orientação priorizar o ensino fundamental em detrimento dos demais níveis de ensino. Ainda, defendeu que a tarefa de assegurar a educação é de todos os setores da sociedade. De acordo com essa postura, o dever do Estado foi relativizado.
 Municipalização da educação primária:
* Desresponsabiliza o Estado com esse nível de ensino 
* Surge-se (induz-se) uma privatização de ensino não contemplado na “cartilha”
A teoria na prática
O eixo descentralização/racionalização tem, na municipalização do ensino e na criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), a principal articulação do governo federal para ampliar o atendimento ao ensino fundamental, sem aumentar os recursos destinados a esse nível de ensino. 
O governo federal repassa aos municípios, muitas vezes as unidades mais pobres da Federação, a responsabilidade com esse nível de ensino, como bem podemos observar no quadro a seguir:
-
Relação Administrativa
	Relação Adiministrativa
	 1996
	 1997
	 1998
	Estadual
	 Nº
	%
	 Nº
	%
	 Nº
	%
	Estadual
	18.468.722
	63
	29.389.809
	100
	17.266.355
	53
	Municipal
	10.921.037
	10.921.037
	12.436.528
	41
	15.113.669
	47
	4 Total
	29.389.809
	100
	30.535.072
	100
	32.380.024
	100
	
	
	
	
	
	
	
A política educacional desse modelo de Estado Capitalista, implantado no Brasil de forma dominante a partir do governo de Fernando Henrique Cardoso, tem na municipalização da educação e no FUNDEF os elementos fundamentais da atual política econômica. 
Com essa descentralização, o Estado repassa a responsabilidade do investimento na educação para outros setores da sociedade. Porém, a formulação e o controle da aplicação dessa política são altamente centralizados, o que não permitiu a participação da sociedade na sua elaboração. 
Atividade
1. Marque a alternativa CORRETA: A educação teve lugar de destaque nas propostas do Banco Mundial para década de 90, na América Latina. Sendo assim, o Banco orientou que:
 
a) A educação deveria ser entendida como um direito social
 CERTA b) A educação deveria ser racional e eficiente
 c) A educação deveria ser de responsabilidade apenas do Estado
 D) A educação não deveria ser de responsabilidade da sociedade
2. Marque a alternativa INCORRETA: No governo de Fernando Henrique:
 a) Foi realizada uma completa reforma educacional;
Certa b) Foi centralizada toda a política educacional;
 c) Foi descentralizada a execução da política educacional;
 d) Foi considerada a educação um direito de todos os cidadãos.
3. Marque a alternativa CORRETA: A Conferência de Educação Para Todos, realizada em 1990, na Tailândia, estabeleceu que:
 a) A educação deve ser de qualidade, para todos e em todos os níveis;
 Certa b) Os países pobres devem priorizar o ensino fundamental;
 c) O ensino superior é o mais importante, pois produz ciência e tecnologia;
 d) Os países pobres devem priorizar a educação infantil e o ensino fundamental.
Aula 8 politicas publicas
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação: elaboraçao, características, avanços e retrocessos
Apresentação:
A partir de agora, vamos começar uma segunda fase nesta disciplina, que corresponde às aulas 6 a 10. Aproveite este novo começo para verificar se restaram dúvidas em relação ao conteúdo visto até a aula 5. Caso você ainda tenha qualquer tipo de problema, não deixe de entrar em contato com seu professor. 
Objetivos:
Reconhecer o contexto do processo de elaboração da LDBN 9394/96; 
Compreender que o texto final da Lei 9394/96 permite a redução de responsabilidade do governo Federal com a educação básica;
Identificar a concepção de sistema na lei aprovada.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN 9394/9
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é considerada a lei maior da educação no país, e está subordinada à Constituição Federal e situa-se logo abaixo dela, definindo de uma maneira geral a nossa educação. Por ter um caráter abrangente, necessita de regulamentação, ou seja, de legislação específica para vários de seus dispositivos. Segundo Demerval Saviani, fixar as diretrizes da educação nacional:
(...) não é outra coisa senão estabelecer os parâmetros, os princípios, os rumos que se deve imprimir à educação no país. E ao se fazer isso estará sendo explicitada a concepção de homem, sociedade e educação através do enunciado, dos primeiros títulos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional relativos aos fins da educação, ao direito, ao dever, à liberdade de educare ao sistema de educação bem como à sua normatização e gestão. 
(Saviani, 1998, p. 189).
-
A Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional (LDB) sancionada sem vetos pelo Presidente da República em 20 de dezembro de 1996, é resultado de oito anos de tramitação no Congresso Nacional e muita mobilização da sociedade. Leia mais a seguir: 
1987/1988: Como resultado da mobilização de educadores organizados que, em 1987 buscaram interferir no Processo Constituinte apresentando propostas para o capítulo da Constituição referido à educação, iniciou-se, nesse mesmo ano, o movimento em torno da elaboração das novas diretrizes e bases da educação nacional. Dessa forma, em 1988, promulgada a Constituição Nacional, o deputado Otávio Elísio (PSDB) apresentou na Câmara Federal um projeto de lei que representava o debate inicial dos educadores.
Origem do texto: Esse projeto, na sua primeira versão, praticamente colocou, em forma de lei, o texto “Contribuição à elaboração da nova LDB: Um início de conversa” de Demerval Saviani, apresentado na Reunião Anual de Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), realizada em Porto Alegre, no período de 25 a 29 de abril de 1988, acrescido de um texto de financiamento do professor Jaques Veloso.
A visão de dentro: A participação de instituições científicas e sindicais reunidas desde o processo da Constituição deu origem ao Fórum em Defesa da Escola Pública, que desempenhou um importante papel ao acompanhar e subsidiar a formulação da nova LDB. Esse Fórum se constituiu em grande articulador junto à Comissão de Cultura, educação e Desporto, contrapondo-se aos interesses empresariais e privatistas.
As discussões: Ao projeto inicial da LDB, do Deputado Otávio Elísio, seguiram-se outros, como o substitutivo Jorge Hage, ao qual deu início a uma série de discussões públicas com os grupos organizados de educadores de várias tendências. Após ser aprovado pelas diversas Comissões da Câmara, o substitutivo foi enviado para apreciação e votação no plenário dessa Casa.
A aprovação: Em maio de 1993, o projeto da LDB foi aprovada na Câmara, depois de muitos embates, 1263 emendas, algumas incorporadas pela nova relatora, deputada Ângela Amin, do PDS, depois do PPR e atualmente do PPB. Seu relatório incorporou várias emendas que correspondiam aos interesses dos grupos privados. “Com isso, o caráter social democrata e progressista do Substitutivo Jorge Hage foi atenuado pela incorporação de aspectos correspondentes a uma concepção conservadora de LDB”.
-
As mudanças no caminho
Entretanto, ainda em 1992, depois do projeto da Câmara já completar três anos de debate e de intensa negociação, repentinamente surge no Senado um novo projeto de autoria do senador Darcy Ribeiro.
-
Saiba mais
Esse projeto, oriundo de um intelectual que historicamente esteve ao lado das forças progressistas da sociedade brasileira, além de desrespeitar todo um processo democrático voltado para a elaboração da LDB, colocou-se a serviço do novo governo eleito, na defesa dos interesses das forças conservadoras.
A Nova LDB: Texto Final
O texto final da atual LDB deve ser compreendido no processo de disputa de projeto político pelo qual passa o país no período final de seu longo trajeto na Câmara e no Senado. 
A vitória do projeto conservador, no final de 1994, liderado por Fernando Henrique Cardoso, significou para o país o avanço da política neoliberal, na qual o mercado se sobrepõe aos interesses da maioria da população. O resultado desse processo poderia ser assim resumido: 
 Clique nos botões para ver as informações. 
Redução do dever do Estado com a universalização da educação básica 
Fragmentação da concepção de Sistema Nacional de Educação 
Descaracterização do profissional da educação 
Recursos financeiros 
Informativo da Adusp nº 252
LDB volta a cena em 25 de fevereiro de 2008: 
Haverá mudanças na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional — LDB ou LDBEN, lei 9.394/96?
O conselho pleno do Conselho Nacional de Educação (CNE), que é composto por duas câmaras — de Educação Superior e de Educação Básica — tomou a iniciativa de criar uma comissão bicameral (Marilena de Souza Chauí e Aldo Vannucchi pela primeira; Regina Vinhaes Gracindo e Antônio Ibañez Ruiz pela segunda, sendo este último conselheiro seu presidente), para avaliar a LDB.
Ruiz solicitou (ofício circular n° 80, de 24/1/08) às entidades nacionais ligadas à educação, caso concordem com a iniciativa, sua opinião “a respeito da atual LDBEN, pensando, inclusive, nas modificações já efetuadas, bem como sugestões para eventuais outras alterações”, com prazo para encaminhamento a ele próprio (antonioruiz@mec.gov.br) até 24/2/08, depois postergada para 24/3/08, por sugestões de algumas dessas entidades nacionais, inclusive do Andes-SN.
 
Saiba mais :
Cabe lembrar que o processo de elaboração e tramitação da LDB foi altamente contaminado pelas perspectivas neoliberais que se impunham com força naquela época.
Adusp e ANDE
O Grupo de Trabalho sobre Políticas Educacionais da Adusp (GT Educação), composto por vários colegas que também participam da Associação Nacional de Educação (ANDE), elaborou um documento preliminar para discussão, tecendo considerações sobre o contexto de elaboração e tramitação, assim como relacionando os principais aspectos questionáveis na LDB em vigor. 
Esse documento foi encaminhado, como subsídio para discussão, para a reunião das entidades do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública (FNDEP, 14/2) e para a reunião do GTPE do Andes-SN (16 e 17/2), ambas ocorridas em Brasília.
Os representantes das entidades nacionais presentes na reunião de 14/2 (ANDE, Andes-SN, Anpae, ANPEd, Cedes e CNTE) deliberaram:
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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
1. Marque a alternativa CORRETA: A atual LDB é resultado de um processo:
 
a) Democrático, que do início ao fim contou com a participação da sociedade interferindo livremente em todo o processo;
certa b) Que iniciou de forma democrática, com a participação da sociedade, mas finalizou de forma autoritária e antidemocrática;
 c) Que ao longo das discussões, não contou com a participação democrática da sociedade;
 d) Que iniciou de forma autoritária, sem a participação da sociedade, mas finalizou de forma democrática.
2. Marque a alternativa CORRETA: A Lei 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabeleceu:
 Certa a) O que pode e o que não pode ser considerado como despesa de manutenção e desenvolvimento do ensino;
b) Que a responsabilidade com o ensino fundamental é da União;
c) Que os recursos públicos fossem destinados apenas para a educação pública;
d) O valor do piso salarial profissional para os profissionais da educação.
3. Marque a alternativa CORRETA: Através da Lei 9394/96 podemos identificar a redução de responsabilidade do governo federal para com a Educação. Isto ocorre quando:
 Certa a) O Art. 4º determina que apenas o ensino fundamental é obrigatório e gratuito;
b) O Art. 11 estabelece que os estados devam oferecer, com prioridade, o ensino fundamental;
c) O Art. 4º determina a obrigatoriedade do ensino médio e da educação infantil;
d) O Art. 11 determina que os municípios devam exercer ação redistributiva em relação às suas escolas.
Aula 9 politcas publicas 
A nova lei de diretrizes e bases da educação (LDB) e o plano nacional da educação
Apresentação:
Qual o melhor formato a ser escolhido para a educação? 
No Brasil, a educação, sobretudo a de escolas públicas, ainda é precária. Os professores são mal pagos, os alunos têm dificuldade de aprender e o sistema educacional é deficiente. O governo, na tentativa de minimizar a precariedade desse cenário, cria medidas de fomento a iniciativas públicas e privadas que visam dar subsídios para melhorar a qualidade de ensino no país. 
Nesta aula, vamos ver o que foi a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e como desta surgiu o Plano Nacional de Educação (PNE).
Objetivos:
Identificar o significado do Plano Nacionalde Educação para a organização da educação nacional;
Compreender como os vetos do poder executivo ao Plano inviabilizaram a sua aplicação. 
A nova lei de diretrizes e bases da educação: da prevenção, dos produtos e dos serviços
A atual LDB (Lei 9394/96) foi sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo então ministro da Educação Paulo Renato em 20 de dezembro de 1996. Baseada no princípio do direito universal à educação para todos, a LDB de 1996 trouxe diversas mudanças em relação às leis anteriores, como inclusão da educação infantil (creche e pré-escolas) como primeira etapa da educação básica.
Principais características:
Formação de docentes para atuar na educação básica em curso de nível superior, sendo aceito para a educação infantil e quatro primeiras séries do fundamental, a formação em curso Normal do ensino médio
Formação dos especialistas da educação em curso superior de pedagogia ou pós-graduação
A União deve gastar no mínimo 18% e os estados e municípios no mínimo 25% de seus respectivos orçamentos na manutenção e desenvolvimento do ensino público
4 - Dinheiro público pode financiar escolas comunitárias, confessionais e filantrópicas
 5 - Prevê a criação do Plano Nacional de educação
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Art. 53 a 59 e Art. 60 a 69 garantem:
Direito à educação 
Direito ao trabalho e à prevenção
 Produtos e serviços
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O Plano Nacional de Educação (PNE)
Diretrizes: O PNE é um plano de governo que estabelece diretrizes, metas e prioridades para o setor educacional brasileiro, como objetivo de melhorar a qualidade de ensino em todo o país. Entre as principais diretrizes estão a universalização do ensino em todo o Brasil e a criação de incentivos para que todos os alunos concluam a educação básica.
Origem: O PNE foi elaborado pelo Ministério da Educação, fundamentado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). O MEC contou com a participação de mais de 60 entidades, entre sindicatos, associações, conselhos e secretarias de Educação. O plano foi enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional em dezembro de 1997. Parlamentares apresentam um projeto substitutivo e, após muitos debates e a criação de emendas, o plano foi aprovado no final de 2000 e sancionado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso em 9 de janeiro de 2001.
Ação: Agora o PNE virou lei e, por isso, suas metas deverão obrigatoriamente ser cumpridas até o final desta década. O coordenador do plano é o Ministério da Educação. Já os governos Federal, estadual e municipal são responsáveis por colocá-lo em prática. A estratégia adotada foi a criação de políticas públicas de educação e de desenvolvimento social. Como recurso financeiro, o governo utilizará 5% do PIB (o equivalente a aproximadamente 52 bilhões de reais).
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O embate que resultou na criação do PNE
O Plano Nacional de Educação (PNE), criado pelo MEC, traça as diretrizes e metas para a Educação Brasileira, que devem ser cumpridas até o final desta década. 
A demora do Governo Federal para elaborar uma proposta de plano não fez com que a sociedade ficasse parada. Liderada pelo Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, a sociedade organizada formulou e aprovou, no 1º e no 2º Congresso Nacional de Educação (Coned), uma proposta de PNE da sociedade brasileira.
A proposta de plano que surgiu dessa mobilização foi apresentada ao Congresso Nacional antes da do governo pelo deputado Ivan Valente, que reuniu assinaturas de “mais de setenta parlamentares e de todos os líderes dos partidos de oposição” (Valente: 2002 97).
 
Comentário: Proposta do Governo X Proposta da Sociedade
O que o projeto da sociedade defendia?
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Entenda as diferenças entre o PNE defendido pela sociedade brasileira e o PNE aprovado
Entre o Plano Nacional de Educação defendido pela sociedade organizada e o PNE aprovado pelo governo existem diferenças substanciais. Veja agora essas diferenças e perceba como o poder do governo influenciou rumo dado às diretrizes da educação no país:
 
- PNE defendidas pela sociedade: Consolidar um Sistema Nacional de Educação;
- Assegurar os recursos públicos necessários à superação do atraso educacional e ao pagamento da dívida social;
- Assegurar a manutenção da dívida social e o desenvolvimento da educação escolar em todos os níveis, modalidade e sistemas de educação;
-Assegurar a autonomia das escolas e universidades na elaboração de projetos político-pedagógicos de acordo com as características e necessidades da comunidade, com o financiamento público e gestão democrática, na perspectiva do Sistema Nacional de Educação;
- Universalizar a educação básica (nos diversos níveis e modalidades) e democratizar o ensino superior, ampliando as redes de instituições educacionais, os recursos humanos devidamente qualificados e o número de vagas e fortalecendo o caráter público, gratuito e de qualidade da educação brasileira, em todos os sistemas da educação;
- Garantir a gestão democrática nos sistemas de educação nas instituições de ensino;
- Definir a erradicação do analfabetismo como política permanente – e não como conjunto de ações pontuais, esporádicas, de caráter compensatório – utilizando, para tanto, todos os recursos disponíveis do poder público, das universidades, das entidades e organizações da sociedade civil;
- Garantir a organização de currículos que assegurem a identidade do povo brasileiro, o desenvolvimento da cidadania, as diversidades regionais, éticas, culturais, articuladas pelo Sistema Nacional de Educação. Incluindo nos currículos, temas específicos da história, da cultura, das manifestações artísticas, científicas, religiosas, e de resistência da raça negra, dos povos indígenas, e dos trabalhadores rurais, e suas influências e contribuições para a sociedade e educação brasileira;
- Instituir mecanismos de avaliação interna e externa, em todos os segmentos do Sistema Nacional de Educação, com a participação de todos os envolvidos no processo educacional, com uma dinâmica democrática, legítima e transparente, que parta das condições básicas para desenvolvimento do trabalho educativo até chegar a resultados socialmente significativos.
Propostas do PNE aprovadas: Não trata deste tema (em verdade opõe-se a esse instrumento);
Redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública;
Garantia de ensino fundamental obrigatório de oito anos a todas as crianças de 7 a 14 anos, assegurando o seu ingresso e permanência na escola e a conclusão desse ensino;
Ampliação do atendimento nos demais níveis de ensino – educação infantil, o ensino médio e a educação superior;
Democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios de participação dos profissionais de educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolares e local em conselhos escolares ou equivalentes;
Garantia de ensino fundamental a todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram. A erradicação do analfabetismo faz parte dessa prioridade, considerando-se a alfabetização de jovens e adultos como ponto de partida e parte intrínseca desse nível de ensino;
Não trata o tema em nível de prioridade;
Desenvolvimento de sistema de informação e de avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino, inclusive educação profissional, contemplando também o aperfeiçoamento dos processos de coleta e difusão dos dados, como instrumentos indispensáveis para a gestão do sistema educacional e melhoria do ensino.
Fonte: VALENTE, I. PNE: FHC sabota o plano. In: Valente, I e Arelaro, L. Educação e Políticas Públicas, Xamã, São Paulo, 2002. 
Atividades
1. Marque a alternativa INCORRETA: A proposta de PNE elaborado pela sociedade brasileira no II Congresso Nacional de Educação (CONED) deveu-se a: 
 
a) Demora do governo para elaborar uma proposta de Plano determinada pela LDB;
b) Tentativa da sociedade de participar, de forma organizada e com propostasconstruídas coletivamente, do plano a ser elaborado;
certa c) Convocação do governo federal para que toda a sociedade participasse da elaboração do Plano;
 d) A falta de interesse político do governo federal em estabelecer metas para a superação do quadro educacional do país.
2. Assinale a alternativa que apresenta um dos objetivos do Plano Nacional de Educação:
 
a) A erradicação do analfabetismo entre os adultos;
 certa b) A universalização do atendimento escolar;
 c) A preparação do indivíduo para o mercado de trabalho;
 d) A obrigatoriedade para todos os níveis escolares.
3. Com relação ao PNE, marque a única alternativa INCORRETA:
 
a) O governo federal não respeitou o debate popular em defesa de uma escola pública de qualidade social para todos;
 b) O governo federal vetou todos os itens que implicassem um aporte adicional de recursos;
certa c) A mobilização popular contribuiu decisivamente para a elaboração do texto final do Plano Nacional de Educação;
 d) As diferenças entre os dois projetos colocaram em oposição duas propostas opostas de política educacional.
Aula 10 politicas publicas
Financiamento da Educação e suas vertentes – Emenda Constitucional nº 14, FUNDEF, FUNDEB
Apresentação:
Esta é a última aula dessa disciplina. Agora que você já possui um conhecimento das políticas educacionais brasileira dos últimos anos, precisa compreender como elas se concretizaram. Para isso, nada melhor que buscar este entendimento na composição, distribuição e fiscalização das verbas alocadas na educação. 
Também é necessário estudar a política de fundos, a nível estadual, utilizada desde 1998, com a implantação do FUNDEF e, posteriormente, do FUNDEB, que mascarou a questão fundamental discutida por estudiosos do financiamento, que apontam a necessidade de ampliar as verbas destinadas à educação, para que o Brasil possa superar os problemas educacionais que se arrastam ao longo da nossa história.
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Objetivos:
Compreender a política de financiamento da educação básica iniciada no governo Fernando Henrique Cardoso;
Identificar o FUNDEF como política de descentralização e municipalização do ensino fundamental; 
Compreender as diferenças existentes entre o FUNDEF e o FUNDEB.
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Emenda Constitucional nº 14
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Em 1995, ano em que Fernando Henrique Cardoso assumiu o governo, quando os movimentos organizados da sociedade civil lutavam junto ao Congresso Nacional para aprovar o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o governo apresenta um Projeto de Emenda Constitucional (PEC 233/95), que resultou na aprovação e promulgação, em 12 de setembro de 1996, da Emenda Constitucional nº 14 (EC 14).
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O texto da emenda era o seguinte: 
Dentre outras disposições, obriga Estados e municípios a aplicarem, até 2006, pelo menos 60% do percentual obrigatório mínimo de 25% (ou seja, 15%) da receita de impostos no ensino fundamental. Davies (1998).
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Essa emenda criou, no âmbito de cada estado, por dez anos, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF), regulamentado logo a seguir pela Lei 9424, de 24 de dezembro de 1996.
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FUNDEF
Entenda melhor o que é o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério):
O Fundo é composto de 15% do Fundo de Participação dos Estados (FPE), do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Produtos Industrializados Exportados (IPI-Exportação), que representam recursos de impostos e transferências destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e são distribuídos para as redes estaduais e municipais segundo suas respectivas matrículas.
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Ao criar o fundo, o Governo Federal determinou que estados e municípios passassem a redistribuir parte de seu orçamento de acordo com o número de alunos matriculados no ensino fundamental regular, o que forçava municípios, que atendiam prioritariamente à educação infantil, a reduzir esse atendimento e abrir vagas no ensino fundamental para não perder o repasse feito ao fundo estadual.
Ao comprarmos os censos de 1997 e 1998, percebemos que o número de matrículas no Ensino Fundamental aumentou em 6%, enquanto foram eliminadas 147.296 vagas na educação infantil. De posse desses dados, podemos demonstrar que o Governo Federal, ao criar a emenda Constitucional nº 14 e o FUNDEF, não pretendia ampliar o investimento do Ensino Fundamental, mas apenas redistribuir as verbas já existentes nos estados e municípios.
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Outro fator que merece destaque é o valor estipulado pelo poder central para o custo-aluno/ano, desde 1998, ao não obedecer à fórmula de cálculo do valor mínimo a ser gasto por aluno, como determina a Lei nº 9.424/96 (FUNDEF), esse valor tem sido, ano após ano, rebaixado para que a complementação da União seja a menor possível. 
Com isso, calcula-se que o ensino fundamental deixou de receber cerca de 10 bilhões de reais de recursos federais desde 98. Pinto (2002).
Por outro lado, as declarações do Ministro da Educação, afirmando que os recursos do FUNDEF destinam-se prioritariamente à melhoria dos níveis de remuneração e de qualificação dos professores, podem ser questionadas a partir do balanço do MEC ao mostrar que, na média nacional, considerando-se todos os níveis de formação e todas as jornadas de trabalho, a remuneração do magistério aumentou 12,9% no período entre dezembro de 1997 e agosto de 1998. O estudo indica que o impacto sobre os salários foi maior nas regiões norte e nordeste, em especial nesta última, onde o aumento médio nas redes municipais alcançou 49,6%.
Aumentar os salários de professores que ganhavam R$ 50,00 por mês para R$300,00 é importante. No entanto, essa não é a realidade de todo o território nacional. Em São Paulo, por exemplo, onde a rede estadual recebeu, no ano de 1998, R$ 410 milhões transferidos pelos municípios, o salário de um professor com formação de magistério (nível médio), no mesmo ano era de R$ 650,00 por trinta horas de trabalho, e um professor com licença plena, com a mesma carga horária, recebia R$ 802,50. Quem afirmaria que esta é uma remuneração digna para um professor?
A Lei 9424/96, diferente do que defendia o movimento organizado dos professores, não estipulou um piso salarial nacional, o que permitiu que muitos governantes, apesar do Artigo 7º da Lei destinar 60% dos recursos do Fundo para remuneração dos profissionais do Magistério em efetivo exercício de suas atividades substituíssem nas folhas de pagamento recursos do tesouro pelos recursos do Fundo.
A sociedade e o FUNDEF
Podemos dizer que o FUNDEF é a resposta do governo FHC ao Acordo Nacional de Valorização do Magistério da Educação Básica - assinado em julho de 1994, no governo de Itamar Franco que, entre outras medidas, estabelecia o compromisso de se fixar um Piso Salarial Nacional de R$ 300,00.
A criação dos conselhos para o acompanhamento e fiscalização dos recursos do fundo pela sociedade poderia ter iniciado uma nova cultura de participação e fiscalização da população no orçamento dos recursos públicos, mas, na prática, esbarrou na relação de poder estabelecida na nossa organização social.
Em muitos estados e municípios, a composição desses conselhos tem sido complementada por lei específica, de forma a reduzir a participação relativa da sociedade civil, o que, aliado à incapacidade técnica da representação social para análise da documentação contábil relativa à receita do Fundo e aplicação dos recursos no ensino fundamental, não possibilitou, ainda, um maior controle por parte da sociedade. 
‘’ Isso contribuiu para o surgimento de uma série de irregularidades na utilização dos recursos do fundo, de forma que o mecanismo de controle social representou muito pouco para o avanço da participação popular na história do financiamento da educação pública.’’
FUNDEB
 
O FUNDEB (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica ede Valorização dos Profissionais da Educação) foi criado em dezembro de 2006, através da Emenda Constitucional nº 53, para atender toda a educação básica (creche, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos). Esse fundo substituiu o FUNDEF, que só previa recursos para o ensino fundamental. 
Ele é um fundo de natureza contábil, regulamentado pela Medida Provisória nº 339, posteriormente convertida na Lei nº 11.494/2007. Sua implantação foi iniciada em 1º de janeiro de 2007, de forma gradual, com previsão de ser concluída em 2009, quando estará funcionando com todo o universo de alunos da educação básica pública presencial e os percentuais de receitas que o compõe terão alcançado o patamar de 20% de contribuição. 
Sua vigência está prevista para o ano de 2020, atendendo, a partir do terceiro ano de funcionamento, 47 milhões de alunos. Para que isto ocorra, o aporte do governo federal ao fundo, de R$ 2 bilhões em 2007, aumentará para R$ 3 bilhões em 2008, R$ 4,5 bilhões em 2009 e 10% do montante resultante da contribuição de estados e municípios a partir de 2010.
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Saiba mais:
A educação e o cinema
Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society). Este é o nome do filme no qual um professor de literatura é contratado para dar aula em um colégio conservador. Sua proposta é revolucionar o método de ensino, fazendo os alunos aprenderem a pensar por si mesmos. No Brasil, infelizmente, nosso sistema de ensino ainda encontra entraves no que concerne à tentativa de mudar as atuais regras que regem a educação. Assista ao filme e pense se sua posição é passiva ou ativa diante do quadro educacional brasileiro atual.
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Atividades
1. Marque a alternativa CORRETA: O FUNDEB é um fundo que destina recursos para:
a) O ensino fundamental, superior, médio e educação de jovens e adultos
 b) Creches, educação infantil, ensino superior, ensino médio e fundamental
 c) O ensino fundamental, creches, educação infantil e ensino superior
 CERTA d) Creche, pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos
2. Marque a alternativa CORRETA: O FUNDEF era um fundo que só destinava verbas para:
 a) A educação superior
 b) A educação infantil
 certa c) O ensino fundamental
d) O ensino médio
3. Marque a alternativa CORRETA: A criação dos conselhos para o acompanhamento e fiscalização dos recursos do FUNDEF pela sociedade pretendia contribuir para:
 a) Arrecadar mais verbas para as escolas públicas estaduais
 b) Evitar o desvio de verbas da educação superior
 certa c) Promover a efetiva fiscalização sobre os recursos públicos
 d) Ampliar os recursos destinados às escolas públicas municipais
4. Correlacione: tendo como base o que você estudou até aqui, leia as dicas abaixo e responda:
FUNDEB 1 FUNDEF 2 
Qual o nome do fundo criado pelo governo federal que determinou que estados e municípios passassem a redistribuir parte de seu orçamento de acordo como o número de alunos matriculados no ensino fundamental? 
1 (2) certo 
Qual o nome do fundo criado para atender a toda a educação básica?
Certo (1) 2

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