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Sobre o Dolo

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Professora: Keilla Borges
Faculdade: Anchieta/Anhanguera
Aula VII – Direito Civil
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
DOLO
 direito penal: crime
Dolo
 direito civil: ato ilícito (art. 186) 
Conceito
O dolo consiste no artifício, artimanha, engodo, encenação, astúcia, desejo maligno tendente a viciar a vontade do destinatário, a desviá-la de sua correta direção. O dolo induz o declaratário, isto é, o destinatário da manifestação de vontade a erro.
Requisitos:
Intenção de induzir o declarante a praticar o ato jurídico;
Utilização de recursos fraudulentos graves;
Que esses artifícios sejam a causa determinante da declaração de vontade;
Que procedam do outro contratante ou sejam por estes conhecidos como procedentes de terceiros.
Prazo para anulação do negócio jurídico praticado com dolo: Art. 178, II. DECADENCIAL de 4 anos, contados do dia em que se realizou o negócio jurídico.
Espécies:
Dolo Essencial X Dolo Acidental
Essencial: o dolo é a razão precípua do negócio jurídico, por isso torna o negócio jurídico anulável.
Acidental: o negócio jurídico surge ou é concluído da forma mais onerosa para a vítima, mas não é o dolo sua razão essencial, por isso só obriga a satisfação por perdas e danos daquele que o gerou, mas não anula o negócio jurídico. (art. 146).
Observação: há propósito de enganar em ambos os casos, por isso a diferença entre ambos é sutil e deve ser examinada pelo magistrado no sopesamento e avaliação das provas.
Dolo Bonus X Dolo Malus
Bonus: é o dolo bom, segundo os romanos, ou seja aquele menos intenso, tolerável. Exemplo: o dolo usualmente presente nas práticas comerciais, em frases como: “o melhor produto”, “o mais eficiente”, “o mais barato”. Tal dolo é irrelevante no campo do direito, portanto não pode anular o negócio jurídico. Entretanto, deve-se tomar cuidado com as relações de direito do consumidor.
Malus: é o dolo mais grave que enseja a anulação do negócio jurídico.
Dolo Positivo X Dolo Negativo
Positivo: se caracteriza por uma ação, por isso também denominado comissivo, enganatória, verbal ou não. Exemplo: falsa cotação em bolsa de valores para induzir à compra de ações.
Negativo: ausência maliciosa de ação, por isso também denominado omissivo, para incutir falsa ideia no declaratário. Se aplica aquele que tinha o dever de informar. Exemplo: o devedor não deve se calar frente a erro do comprador sobre a coisa, isso porque melhor a conhece.
Requisitos do dolo negativo:
Intenção de levar o outro contratante a se desviar de sua real vontade, de induzi-lo a erro;
Silêncio sobre circunstância desconhecida pela outra parte;
Relação de essencialidade entre a omissão dolosa intencional e a declaração de vontade;
Ser a omissão do próprio contraente e não de terceiro.
Dolo de Terceiro
Previsão Legal: Art. 148
Se refere ao terceiro que nada tem a ver com o negócio jurídico, mas que dá a sua opinião sobre ele. Para que se configure há necessidade de conhecimento de uma das partes contratantes. Só assim, anula o negócio jurídico.
Exemplo: agente que pretende adquirir uma joia acreditando ser ela de ouro, o vendedor sabendo que não é de ouro nada diz a respeito, se cala e um terceiro que nada tem a ver com a relação jurídica, emite opinião sobre a coisa, encarecendo que ela é de ouro.
Dolo do Representante
Previsão Legal: Art. 149
O tutor, o curador, pai ou mãe no exercício do poder familiar, são representantes impostos pela lei. Se esses representantes atuam com malícia na vida jurídica, é injusto que a lei sobrecarregue os representados pelas consequências de atitude que não é sua e para a qual não concorreram.
O mesmo não se pode dizer da representação convencional, em que existe a vontade do representante na escolha do seu representado. O representado, ao assim agir, cria risco para si.
Dolo de ambas as partes:
Previsão legal: Art. 150.
A lei pune a ambas as partes, não permitindo a anulação do negócio jurídico.

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