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Direito Processual Civil III

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Direito Processual Civil III
1º Unidade
Recursos 
Conceito de Recurso:
Segundo José Carlos Barbosa Moreira: “o remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se impugna”.
Recursos são os remédios processuais de que se podem valer as partes, o Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados para submeter uma decisão judicial a nova apreciação, em regra por um órgão diferente daquele que a proferiu, e que têm por finalidade modificar, invalidar, esclarecer ou complementar a decisão.
Recursos e outros meios impugnativos utilizáveis contra decisões judiciais
Não é o recurso o único instrumento utilizável para atacar a decisão judicial. Além do recurso existem ações autônomas de impugnação. 
Recurso: o que caracteriza o recurso é a sua inserção na própria relação jurídica processual onde o direito de ação está sendo exercido.
EX: A hipótese mais frequente é a do recurso que busca a reforma da decisão impugnada, tentando obter em novo pronunciamento, do mesmo órgão judicial, ou de um tribunal superior, uma solução concreta diversa daquela contida no julgado primitivo.
Ações de impugnação: enquanto as ações de impugnação, como a rescisória, o mandado de segurança, os embargos de terceiro etc., representam a instauração de uma nova relação jurídica processual.
Obs: Os recursos não têm natureza jurídica de ação, nem criam um novo processo. Eles são interpostos na mesma relação processual e têm o condão de prolongá-la. Essa característica pode servir para distingui-los de outros remédios, que têm natureza de ação e implicam a formação de um novo processo, como a ação rescisória, a reclamação, o mandado de segurança e o habeas corpus.
Obs: Entre os recursos e as ações de impugnação, costuma-se reconhecer a existência de alguns sucedâneos recursais, que não se enquadrando na categoria de recursos nem na de ação autônoma, permitem, assim mesmo, alguma forma de impugnação a decisões judiciais. Exemplos dessa categoria processual seriam encontrados no pedido de reconsideração, no pedido de suspensão da segurança (Lei nº 12.016/2009, art. 15), na remessa necessária (NCPC, art. 496) e na correição parcial (regimentos internos dos tribunais)
Os recursos podem ter como objetivos:
1) A reforma, quando se busca uma modificação na solução contida no decisório impugnado, de maneira a alcançar, no julgamento recursal, um pronunciamento mais favorável ao recorrente.
2) A invalidação, quando não se busca um novo julgamento, dentro do recurso, para a matéria decidida no ato impugnado, mas, sim, a sua cassação pura e simples, ensejando, posteriormente, volte a mesma matéria a ser julgada em novo decisório que não contenha os vícios que provocaram a anulação do primeiro julgamento. Ocorre esse tipo de recurso, geralmente, nas hipóteses de inobservância de requisitos de validade do julgamento, como a incompetência, o cerceamento de defesa, as decisões citra, extra e ultra petita, e, enfim, a ausência de qualquer pressuposto processual ou condição da ação;
3) O esclarecimento ou a integração: são os embargos de declaração, onde o objetivo recursal específico não é o rejulgamento da matéria decidida nem tampouco a invalidação do ato impugnado, mas, sim e tão somente, o seu aperfeiçoamento, o que se alcança eliminando a falta de clareza ou a contradição nele verificada, ou suprindo-lhe alguma omissão no tratamento das questões suscitadas no processo.
A aptidão para retardar ou impedir a preclusão ou a coisa julgada
Enquanto há recurso pendente, a decisão impugnada não se terá tornado definitiva. Quando se tratar de decisão interlocutória, não haverá preclusão; quando se tratar de sentença, inexistirá a coisa julgada. As decisões judiciais não se tornam definitivas, enquanto houver a possibilidade de interposição de recurso, ou enquanto os recursos pendentes não tiverem sido examinados.
Isso não significa que a decisão impugnada não possa desde logo produzir efeitos: há recursos que são dotados de efeito suspensivo, e outros que não são. Somente no primeiro caso, a interposição do recurso implicará suspensão da eficácia da decisão.
Não havendo recurso com efeito suspensivo, a decisão produzirá efeitos desde logo, mas eles não serão definitivos, porque ela ainda pode ser modificada.
Obs: interposição de agravo de instrumento, nas hipóteses do art. 1.015 do CPC.
Como eles não têm, ao menos em regra, efeito suspensivo, o processo prosseguirá, embora a decisão agravada não tenha se tornado definitiva. Disso resultará importante questão: o que ocorrerá com os atos processuais posteriores à decisão agravada, se o agravo for provido. Tal questão torna-se ainda mais relevante porque, se o agravo tiver demorado algum tempo para ser julgado, pode ter havido até mesmo sentença.
Provido o agravo, todos os atos processuais supervenientes, incompatíveis com a nova decisão, ficarão prejudicados, até mesmo a sentença.
Por exemplo: se o autor requereu a redistribuição do ônus da prova, nos termos do art. 373, § 1º, do CPC, e o juiz a deferiu, tendo sido interposto agravo de instrumento pelo réu, o provimento do recurso fará com que o processo retroaja à fase em que foi proferida a decisão, ficando prejudicados todos os atos supervenientes, incluindo a sentença.
Como o agravo de instrumento impede a preclusão, a eficácia dos atos processuais subsequentes à decisão agravada, e que dela dependam, fica condicionada a que ela seja mantida, porque, se vier a ser reformada, o processo retorna ao status quo ante. Isso faz com que alguns juízes, cientes da existência de agravo de instrumento pendente, suspendam o julgamento, aguardando o resultado do agravo. Mas tal conduta não é admissível, já que ele não tem efeito suspensivo, a menos que o relator o conceda.
Classificação dos recursos no processo civil
Total: quando o recurso ataca a decisão como um todo, requerendo sua reforma integral;
 Parcial: o recurso que impugna a decisão apenas em parte do conteúdo
impugnável da decisão.	
Momento da interposição
Independente: Será independente quando interposto por uma parte independente da conduta da outra parte integrante da relação processual.
Adesivo: o recurso adesivo é o recurso contraposto ao da parte adversa, por aquela que se dispunha a não impugnar a decisão, e só veio a impugná-la porque o fizera o outro litigante.
EX: Imagine um processo em que temos as partes A e B. E na decisão judicial, ocorre sucumbência recíproca. No momento legalmente previsto, a parte A interpôs apelação, por exemplo, mas a parte B, não. A parte B ainda pode interpor apelação. Contudo, não como recurso independente, mas adesivo. Ele acaba sendo, então, uma segunda oportunidade quando, por algum motivo, acontece a perda do prazo processual.
Fundamentação 
Livre: são aqueles nos quais a lei deixa a parte livre para, em seu recurso, deduzir qualquer tipo de crítica em relação à decisão, sem que isto tenha qualquer influência na admissibilidade do mesmo. Como exemplo, a apelação, o agravo, o recurso ordinário.
Vinculada: Não permite que o recorrente deduza toda e qualquer matéria de defesa. Os casos de fundamentação vinculada, quem determina os limites do inconformismo, quais são as matérias que podem constar no recurso é a Lei. Ou seja, a Lei estabelece quais são os motivos do inconformismo que o recorrente pode apresentar nos recursos. Ex: embargos de declaração
Objeto tutelado
Ordinário: são aqueles interponíveis perante a Justiça ordinária, ou seja, perante os juízos de primeiro e segundo graus de jurisdição. Não são apenas interpostos perante as instâncias ordinárias, mas também são julgados por ela. Assim, são recursos ordinários a apelação, o agravo e os embargos de declaração, por exemplo.
Extraordinário: são aqueles cuja competência para o seu julgamento é atribuída a um órgão especial, diverso dos juízos de primeiro e segundo graus.
Princípios Fundamentais
 
Princípiodo duplo grau de jurisdição: O princípio do duplo grau consiste no direito concedido à parte de exigira revisão do julgamento que lhe fora contrário por uma instância jurisdicional superior.
Princípio da taxatividade: O rol legal de recursos é taxativo. Só existem os previstos em lei, não sendo dado às partes formular meios de impugnação das decisões judiciais além daqueles indicados pelo legislador. 
Princípio da singularidade (unirrecorribilidade): não é possível a utilização simultânea de dois recursos contra a mesma decisão. Por conseguinte, há no sistema processual apenas um recurso adequado para cada decisão em determinado momento processual.
Princípio da fungibilidade: consiste na possibilidade de que, existindo dúvida objetiva a respeito de qual o recurso cabível, o juiz competente receba, processe e conheça o recurso equivocadamente interposto pela parte, tal como se o recurso correto tivesse sido interposto.
Princípio da dialeticidade (colegialidade): exige-se, portanto, que todo recurso seja formulado por meio de petição na qual a parte, não apenas manifeste sua inconformidade com ato judicial impugnado, mas, também e necessariamente, indique os motivos de fato e de direito pelos quais requer o novo julgamento da questão nele cogitada, sujeitando-os ao debate com a parte contrária.
Princípio da voluntariedade: O direito de recorrer participa do caráter dispositivo do próprio direito de ação. O Poder Judiciário não toma, na matéria, a iniciativa. Sem a provocação da parte, não há prestação jurisdicional. Quer isto dizer que, sem a formulação do recurso pela parte, não é possível que o tribunal o aprecie. O juiz não tem o poder de, ex officio, recorrer pela parte, ainda que se trate de incapaz.
Princípio da consumação e as exceções legais no novo CPC: O princípio da consumação contrapõe-se ao princípio da variabilidade do recurso dentro do prazo de sua interposição, ou seja, enquanto corre o prazo de impugnação, a parte pode desistir do recurso interposto para substituí-lo por outro. 
Uma exceção à regra da preclusão consumativa ocorre na sucumbência recíproca, porque a lei permite à parte, que não recorreu no prazo normal, valer-se do prazo de contrarrazões para manifestar recurso adesivo ao do adversário. (NCPC, art. 997, §§ 1º e 2º)
Princípio da complementariedade: No processo penal admite-se a interposição de recurso relegando a apresentação dos motivos para fase ulterior. A isto se chama princípio da complementariedade, o qual, todavia, não vigora em nosso regime de processo civil.
Na sistemática do CPC, o recurso necessariamente terá de ser produzido em petição na qual figurem seus fundamentos de fato e de direito. “O protesto por oportuna apresentação de razões não é admissível nos recursos cíveis, segundo a sistemática processual vigente”.
No entanto, o STJ já teve oportunidade de abrandar o rigor do princípio, tolerando que o recorrente suprisse a falta de fundamentação, desde que, ainda, dentro do prazo de interposição do recurso.
Princípio da proibição da reformatio in pejus: ocorre a reformatio in pejus quando “o órgão ad quem, no julgamento de um recurso, profere decisão mais desfavorável ao recorrente sob o ponto de vista prático, do que aquela contra a qual se interpôs o recurso.
Nosso sistema processual repele tal prática, visto que, quando uma só parte recorre, entende-se que tudo que a beneficia no decisório e, consequentemente, prejudica a parte não recorrente, tenha transitado em julgado. O tribunal ad quem, portanto, somente poderá alterar a decisão impugnada dentro do que lhe pede o recurso. O recurso funciona, assim, como causa e limite de qualquer inovação que o tribunal entenda de fazer no decisório. Não se admite em outras palavras, que o julgamento recursal venha a piorar a situação do recorrente.
Pressupostos processuais e efeitos
Conceito de sucumbência: É um princípio que estabelece que a parte que perdeu a ação efetue o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios da parte vencedora. Desta forma, ela decorre do ato ou efeito de sucumbir, ou seja, de ser vencido.
No código de Buzaid: mérito corresponde ao conceito de lide processual
Elementos constitutivos da causa segundo o art. 337, § 2º do CPC/15
Partes: As partes de um processo é autor e réu. São eles que participam na relação jurídica processual. A relação processual é triangular. Nessa relação as partes levam ao juiz as petições e esse toma as decisões.
Causa de pedir: A causa de pedir é constituída dos fatos que deram origem a lide, juntamente com os fundamentos jurídicos que demostram a violação do direito, justificando a pretensão do autor perante o juiz. 
Pedido: O pedido é o objeto da ação, consiste na pretensão do autor, que é levada ao Estado-Juiz e esse presta uma tutela jurisdicional sobre essa pretensão.
Defesa direta: quando o réu nega o fato constitutivo ou as consequências jurídicas objetivadas pelo autor.
Defesa indireta: quando o réu não nega os fatos trazidos pelo autor, mas apresenta um fato novo impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Mérito da causa: o mérito da causa é constituído pela causa de pedir, por eventual defesa indireta alegada pelo demandado e pelo pedido. Julgar o mérito, portanto, significa apreciar as alegações fático-jurídicas formuladas pelas partes na causa de pedir e na defesa e a partir daí julgar procedente ou improcedente, no todo ou em parte, o pedido formulado. 
Diferenciação de juízo de admissibilidade e juízo de mérito 
Juízo de Admissibilidade: juízo preliminar a respeito da existência do direito de recorrer (pressupostos intrínsecos) e da regularidade do exercício (pressupostos extrínsecos). 
Pressupostos intrínsecos: são os concernentes à própria existência do poder de recorrer.
Cabimento: Os recursos são apenas aqueles criados por lei. O rol legal é taxativo. Recurso cabível é aquele previsto no ordenamento jurídico e, nos termos da lei, adequado contra a decisão. O art. 994 do CPC enumera os recursos: apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário e embargos de divergência. Nada impede que lei especial crie outros, como os embargos infringentes na Lei de Execução Fiscal, ou o recurso inominado contra a sentença no Juizado Especial Cível.
Interesse para recorrer (interesse recursal): Para que haja interesse é preciso que, por meio do recurso, se possa conseguir uma situação mais favorável do que a obtida com a decisão ou a sentença. Ela não existirá, se a parte ou interessado tiver já obtido o melhor resultado possível, de sorte que nada haja a melhorar. O interesse está condicionado à sucumbência do interessado.
Legitimidade recursal: A lei confere legitimidade para interpor recurso à parte do processo em que a decisão foi proferida, ao representante do Ministério Público, quando atua no feito (ou nele pode atuar) e ao terceiro prejudicado, por efeito reflexo do decisório (NCPC, art. 996, caput).
Inexistência de fato extintivo do direito de recorrer:
Renúncia: O art. 999 trata da renúncia ao direito de recorrer. Nesse caso, a manifestação de vontade é no sentido de não interpor o recurso que, com o proferimento da decisão, faz nascer ao interessado o direito respectivo. Também aqui, de acordo com o dispositivo, o exercício do direito não depende da concordância da parte contrária e da homologação judicial. 
Aceitação: Outro fator a inibir o direito de recorrer (e inviabilizar que seu juízo de admissibilidade seja superado) está no art. 1.000. Se o recorrente aceitar expressa ou tacitamente a decisão, não pode exercer o seu direito ao recurso. O parágrafo único, em complemento, esclarece que a aceitação tácita é a prática, sem reservas, de ato incompatível com a vontade de recorrer.
Pressupostos extrínsecos: são exteriores, relacionam-se a fatores externos, que não guardam relação com a decisão.
Regularidade formal: Os recursos são,em regra, apresentados por escrito. No entanto, a lei autoriza interposição oral, em casos excepcionais. É o caso dos embargos de declaração no Juizado Especial. Conquanto a interposição seja oral, há necessidade de que o recurso seja reduzido a termo, para que o órgão julgador possa conhecer-lhe o teor.
Tempestividade: Todo recurso deve ser interposto dentro do prazo estabelecido em lei. Será intempestivo, e, portanto, inadmissível, o recurso que for apresentado fora do prazo, devendo ser observado quanto à contagem e à possibilidade de prorrogação o disposto no CPC, arts. 219 e 224. Quanto ao início da contagem do prazo devem ainda observar-se as regras do art. 1.003 do CPC, que estabelecem como dia a data da intimação dos advogados ou sociedade de advogados, da Advocacia Pública, da Defensoria Pública ou do Ministério Público.
OBS: Todos os recursos do CPC, salvo os embargos de declaração, devem ser interpostos no prazo de 15 dias. Os embargos de declaração serão opostos no prazo de cinco dias.
O Ministério Público, a Fazenda Pública, a Advocacia Pública e a Defensoria Pública têm os prazos recursais e de contrarrazões em dobro. O prazo será dobrado também para a interposição de recurso adesivo. Os litisconsortes com advogados diferentes, de escritórios distintos, desde que o processo não seja eletrônico, têm em dobro o prazo para recorrer — sob a forma comum ou adesiva — e também para contrarrazoar.
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta for proferida a decisão.
§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação.
§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial.
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data de interposição a data de postagem.
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.
Preparo: Aquele que recorre deve pagar as despesas com o processamento do recurso, que constituem o preparo. A beneficiária é a Fazenda Pública, por isso os valores devem ser recolhidos em guia própria e pagos na instituição financeira incumbida do recolhimento. Além do preparo, também haverá o recolhimento do porte de remessa e retorno, quando o recurso tiver de ser examinado por órgão diferente daquele que proferiu a decisão, salvo quando se tratar de processo eletrônico. Cabe à legislação pertinente estabelecer quais são os recursos que exigem o recolhimento do preparo. Ficam ressalvados os embargos de declaração, que não o exigirão, porque julgados pelo mesmo juízo ou órgão que prolatou a decisão, visando apenas integrá-la ou aclará-la.
OBS: Há, porém, recorrentes que, dada a sua condição, estão isentos (art. 1.007, § 1º). São eles: o Ministério Público; a Fazenda Pública; os beneficiários da justiça gratuita.
Inexistência de fato impeditivo de recorrer: São os pressupostos negativos de admissibilidade, isto é, circunstâncias que não podem estar presentes para que o recurso seja admitido. Os fatos extintivos são a renúncia e a aquiescência; o fato impeditivo é a desistência do recurso.
São sempre prévias à interposição, ao contrário da desistência, que pressupõe recurso já apresentado.
Renúncia: é manifestação unilateral de vontade, pela qual o titular do direito de recorrer declara a sua intenção de não o fazer. Sua finalidade, em regra, é antecipar a preclusão ou a coisa julgada. Caracteriza-se por ser irrevogável, prévia e unilateral, o que dispensa a anuência da parte contrária.
Aquiescência: é a manifestação, expressa ou tácita, de concordância do titular do direito de recorrer, com a decisão judicial. Impede que haja recurso, por força de preclusão lógica. Pode ser expressa quando o interessado comunica ao juízo a sua concordância com o que ficou decidido; e tácita, quando pratica algum ato incompatível com o desejo de recorrer. Por exemplo, cumprindo aquilo que foi determinado na decisão ou sentença.
Obs: Não se admite renúncia prévia, formulada antes da decisão ou sentença, salvo nos casos em que já seja possível conhecer de antemão o seu teor. É o que ocorre, por exemplo, quando as partes fazem acordo e pedem que o juiz o homologue, renunciando ao direito de recorrer.
Obs: havendo renúncia ou aquiescência, ficará vedada a admissibilidade do recurso, seja sob a forma comum ou adesiva, uma vez que a decisão ou sentença precluirá ou transitará em julgado.
Desistência do recurso: É causa impeditiva, tratada no art. 998 do CPC: “O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso”. 
O que distingue a desistência da renúncia é que ela é sempre posterior à interposição: só se desiste de recurso já apresentado, e só se renuncia ao direito de recorrer antes da interposição.
O recorrente tem sempre o direito de desistir do recurso, independentemente de qualquer anuência, ainda que o adversário tenha oferecido já as contrarrazões, diferentemente da desistência da ação que, após o oferecimento de resposta, exige o consentimento do réu.
A desistência pode ser manifestada até o início do julgamento do recurso e ser expressa ou tácita. Será expressa quando o recorrente manifestar o seu desejo de que ele não tenha seguimento; e será tácita quando, após a interposição, o recorrente praticar ato incompatível com o desejo de recorrer.
Não pode haver retratação da desistência, porque, desde que manifestada — e ainda que não tenha havido homologação judicial —, haverá preclusão ou coisa julgada.
Juízo de mérito: somente quando ultrapassado aquele outro juízo, a ele prévio, analisará se o pedido do recorrente deve, ou não, ser acolhido.
Efeitos dos recursos 
São as consequências que o processo sofre com a sua interposição. Não decorrem da vontade das partes ou do juiz, mas de determinação legal. É a lei que estabelece quais os efeitos de que um recurso é dotado.
Constituem matéria de ordem pública, não sujeita a preclusão. O julgador que tenha, por equívoco, atribuído a determinado recurso efeitos de que ele seja desprovido deverá voltar atrás, afastando-os.
Devolutivo: Consiste na aptidão que todo recurso tem de devolver ao conhecimento do órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada. Todos os recursos são dotados de efeito devolutivo, uma vez que é de sua essência que o Judiciário possa reapreciar aquilo que foi impugnado, seja para modificar ou desconstituir a decisão, seja para complementá-la ou torná-la mais clara. O órgão ad quem deverá observar os limites do recurso, conhecendo apenas aquilo que foi contestado. Se o recurso é parcial, o tribunal não pode, por força do efeito devolutivo,ir além daquilo que é objeto da pretensão recursal.
Translativo: É a aptidão que os recursos em geral têm de permitir ao órgão ad quem examinar de ofício matérias de ordem pública, conhecendo-as ainda que não integrem o objeto do recurso. É decorrência natural de elas poderem ser conhecidas pelo juízo independentemente de arguição. Questões como prescrição, decadência, falta de condições da ação ou de pressupostos processuais poderão ser examinadas pelo órgão ad quem ainda que não suscitadas.
Difere do efeito devolutivo, que consiste na devolução ao tribunal do reexame daquilo que foi suscitado; o translativo o autoriza a examinar o que não o foi, mas é de ordem pública.
Todos os recursos ordinários são dotados de efeito translativo, incluindo os embargos de declaração e os agravos.
Suspensivo: É a qualidade — que tem, como regra, o recurso de apelação — de impedir que a sentença proferida se torne eficaz até que ele seja examinado. O comando contido na sentença não será cumprido, até a decisão do recurso. A apelação é o único recurso dotado, como regra, desse efeito, embora a lei permita que o relator, preenchidos determinados requisitos, atribua efeito suspensivo a outros recursos, que normalmente não são dele dotados.
Expansivo: Chama-se efeito expansivo a aptidão de alguns recursos cuja eficácia pode ultrapassar os limites objetivos ou subjetivos previamente estabelecidos pelo recorrente. Ele possibilita que o resultado do recurso estenda-se a litigantes que não tenham recorrido; ou a pretensões que não o integrem. Daí falar-se em efeito expansivo subjetivo ou objetivo.
Substitutivo: Pela interpretação do artigo 1.008, do CPC, depreende-se o efeito substitutivo, que é a substituição da decisão recorrida pela decisão do julgamento do recurso nos limites da impugnação. Contudo, são necessários dois requisitos para a existência do efeito substitutivo: i) O recurso deve ser conhecido e julgado pelo mérito; ii) A decisão deve compreender toda a matéria impugnada, no caso de impugnação parcial, o efeito substitutivo irá operar nos limites do efeito devolutivo.
Obstativo: a interposição do recurso obsta o trânsito em julgado, isto é: o recurso impede que a decisão recorrida transite em julgado. Então, conclui-se que, durante o processamento até o julgamento definitivo do recurso, não há que se falar em preclusão temporal, sendo por consequência afastado o trânsito em julgado e a coisa julgada material, extraindo assim o chamado efeito obstativo do recurso.
Recursos em espécies
Embargo De Declaração
Introdução 
Os embargos de declaração são o recurso (art. 994 do CPC) que tem por finalidade aclarar ou integrar qualquer tipo de decisão judicial que padeça dos vícios de omissão, obscuridade ou contradição. Servem ainda para corrigir-lhe eventuais erros materiais.
Sua função precípua é sanar esses vícios da decisão. Não se trata de recurso que tenha por fim reformá-la ou anulá-la (embora o acolhimento dos embargos possa eventualmente resultar na sua modificação), mas aclará-la e sanar as suas contradições, omissões ou erros materiais.
Cabimento
Cabem embargos de declaração contra todo tipo de decisão judicial: interlocutórias, sentenças e acórdãos, proferidos em qualquer grau de jurisdição. Cabem ainda em todo tipo de processo, de conhecimento ou de execução, de jurisdição contenciosa ou voluntária.
O art. 494, I, do CPC indica situações em que o juiz pode alterar a sentença, sem a necessidade dos embargos: “para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais, ou lhe retificar erros de cálculo”. Mas, mesmo nessas situações, não há óbice a que a parte interessada possa valer-se dos embargos de declaração para que se façam as correções necessárias.
O cabimento dos embargos está condicionado a que decisão padeça de um ou mais dos vícios previstos no art. 1.022 do CPC: obscuridade, contradição, omissão ou erro material. 
Art. 1.022.  Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único.  Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o.
Ao apresentar o recurso, o embargante deverá apontar em que consiste o vício que ele queira ver corrigido. Mas não haverá problema se ele errar na classificação, chamando, por exemplo, de obscuridade o que é contradição, até porque inexistem lindes precisos entre um vício e outro.
Requisitos de admissibilidade
Os embargos de declaração serão opostos no prazo de cinco dias, por qualquer dos legitimados previstos no art. 996 do CPC, a contar da data em que as partes são intimadas da decisão. Não há recolhimento de preparo.
A sua apresentação interrompe o prazo para apresentação de outros recursos, tanto para quem os interpôs como para os demais litigantes, ainda que o recurso não seja admitido. Mas, se forem interpostos de má-fé, o embargante ficará sujeito à multa, que será de até 2% do valor atualizado da causa. Em caso de reiteração, a multa pode elevar-se a até 10%, e a interposição de qualquer outro recurso fica condicionada ao recolhimento da multa, à exceção da Fazenda Pública e dos beneficiários da justiça gratuita, que a recolherão ao final.
Não serão admitidos novos embargos de declaração se os dois anteriores houverem sido considerados protelatórios (art. 1.026, § 4º, do CPC).
Processamento dos embargos
São apresentados por petição, perante o juízo ou tribunal que prolatou a decisão. No Juizado Especial, poderão ser opostos oralmente ou por escrito (art. 49, da Lei n. 9.099/95).
O embargante deverá fundamentá-los, indicando qual o vício de que a decisão padece.
O julgador fará um juízo de admissibilidade; se não preenchidos os requisitos, não conhecerá do recurso. Se o conhecer, passará a julgar o mérito, dando-lhe ou negando-lhe provimento, conforme constate ou não a existência dos vícios apontados. Ao dar provimento aos embargos de declaração, o juiz deve afastar os vícios de que a decisão padece: se há contradição ou obscuridade, prestará os esclarecimentos necessários; se há omissão, deve saná-la, examinando o que não fora apreciado antes; se há erro material, deve corrigi-lo.
Não há óbice a que, contra a decisão prolatada nos embargos, sejam opostos novos embargos de declaração, para apontar qualquer dos vícios mencionados pela lei. O único limite é o do art. 1.026, § 4º.
Embargos de declaração com efeito modificativo
A finalidade dos embargos de declaração é sanar obscuridades, contradições ou omissões e corrigir erros materiais de que a decisão padeça. Ao acolhê-los, o juiz afastará os vícios, sanando-os.
Pode ocorrer que haja alteração do conteúdo da sentença, como consequência natural da solução do vício.
Imagine-se, por exemplo, que o dispositivo da sentença está em descompasso com a sua fundamentação. Ao sanar a contradição, pode o juiz alterar o dispositivo originário, do que resultará alteração daquilo que ficou decidido. Ou pode ocorrer que o juiz tenha sido omisso ao examinar uma das causas de pedir ou dos fundamentos de defesa e que, ao apreciá-los, nos embargos, decorra alteração no que ficou decidido. O mesmo pode se dar em relação à obscuridade.
Obs: O que gera controvérsia é a possibilidade de o juiz valer-se dos embargos de declaração para alterar a decisão, sem que ela padeça da contradição, omissão, obscuridade ou erro. Isto é, de valer-se deles para modificar a sua convicção, seja reexaminando a prova, seja aplicando normas jurídicas diferentes daqueles utilizadas originariamente.
Prevalece amplamente o entendimento de que os embargos de declaração não têm essa função. Eles não podem ser utilizados para que o juiz reconsidereou reforme a sua decisão. Podem, se acolhidos, implicar a alteração do julgado, desde que isso advenha do afastamento dos vícios apontados, mas não por mudança de convicção.
	Embargos de declaração
	Cabimento
	Requisitos
	Efeitos
	Cabem contra sentença, acórdão ou decisão interlocutória que padeça dos vícios de omissão, contradição, obscuridade ou que contenha erro material. Sua finalidade é permitir ao juiz que os sane. Haverá omissão quando ele deixar de se pronunciar sobre ponto relevante para o desfecho
do processo; contradição, quando partes da decisão forem logicamente inconciliáveis; obscuridade, quando não for possível compreender, no todo ou em parte, o conteúdo da decisão; e erro material, quando contiver equívoco na descrição do conteúdo do processo ou erro de fato constatável de plano.
	Publicado o ato judicial, a
parte terá o prazo de cinco
dias para opor os embargos. Não há preparo. Eles serão opostos por escrito (no JEC poderão ser orais). O
embargante deve indicar em que consiste o vício na
decisão. Como os embargos interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, verificando o juiz que foram interpostos de má-fé, aplicará multa ao embargante de até 2% do
valor da causa, que se elevará a 10% em caso de
reiteração.
	Os embargos de declaração devolvem ao prolator da decisão o conhecimento das questões suscitadas. O juiz, ao suprir a omissão, sanar a obscuridade ou contradição e corrigir o erro material, pode alterar o que havia decidido anteriormente, o que é consequência natural do
Acolhimento dos embargos. Mas eles não terão efeito meramente infringente: não havendo nenhum vício, o juiz não poderá se valer deles apenas para modificar o seu convencimento. Os embargos não terão efeito suspensivo, a menos que o juiz ou o relator o conceda, presentes as hipóteses do art. 1.026, § 1º, do CPC. E terão sempre efeito translativo.
Prazos 
Para ele, o prazo, estabelecido pelo caput e pelo § 2º do art. 1.023, para ambas as atividades, é de cinco dias, ainda que contados somente os úteis.
O § 1º do art. 1.023 é expresso sobre a duplicação do prazo quando houver procuradores diversos de diferentes escritórios de advocacia para os litisconsortes. A expressa remissão ao art. 229 deve ser compreendida também no sentido de que, em se tratando de autos eletrônicos, a dobra de prazo não tem incidência nos exatos termos do § 2º daquele dispositivo.
	
Apelação
Conceito:
A apelação é o recurso que cabe contra sentença, definida como o pronunciamento que, proferido com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. É dos utilizados com mais frequência entre nós.
Cabe contra qualquer tipo de sentença: que julga processo de conhecimento (condenatório, constitutivo ou declaratório; de jurisdição contenciosa ou voluntária) e que extingue as execuções. Serve tanto para as sentenças definitivas, em que há resolução de mérito, quanto para as extintivas.
Há algumas poucas exceções. Na Lei de Execução Fiscal, contra a sentença que julga os embargos de pequeno valor, o recurso cabível é o de embargos infringentes. Da sentença que decreta a falência, cabe agravo de instrumento, e não apelação.
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
§ 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.
§ 3o O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.
Requisitos de admissibilidade
O conhecimento da apelação está condicionado ao preenchimento dos requisitos gerais de admissibilidade.
O prazo para a interposição é de quinze dias, observado o disposto nos arts. 180, 183, 186 e 229 do CPC. Pode ser feita por fax, nos termos da Lei n. 9.800, de 26 de maio de 1999. Em cinco dias, deverá ser apresentado o original.
O apelante deve recolher o preparo, observadas as disposições da Lei Estadual de Custas.
Sob o aspecto formal, deverão ser observadas as exigências do art. 1.010: ser interposta no juízo a quo por petição, acompanhada das respectivas razões. A petição é endereçada ao juiz da causa, e não ao Tribunal. As razões, no entanto, são dirigidas ao Tribunal, pois competirá a ele examiná-las.
O recurso deverá conter os nomes e a qualificação das partes. Na verdade, a qualificação só será necessária em caso de recurso de terceiro prejudicado, pois, nos demais, já deverá constar dos autos, sendo desnecessário repeti-la. Deverá ainda apresentar a exposição do fato e do direito e as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade, com o pedido de nova decisão.
As razões devem acompanhar o recurso no ato de interposição, não podendo ser apresentadas posteriormente.
Não há necessidade de indicação do Tribunal para o qual o recurso é dirigido, pois cabe ao juízo encaminhá-la.
Efeitos da apelação
Devolutivo 
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
Suspensivo:
Em regra, a apelação é dotada de efeito suspensivo. Mas há casos, enumerados no art. 1.012, § 1º, do CPC, em que a lei lhe retira esse efeito: 
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição
Regressivo
A apelação só será dotada de efeito regressivo quando interposta contra a sentença de extinção sem resolução de mérito (art. 485, § 7º, do CPC) ou de improcedência liminar (art. 332, § 3º).
Translativo
A apelação é dotada de efeito translativo, o que permite ao tribunal conhecer de ofício das matérias de ordem pública, ainda que não suscitadas.
Efeito expansivo
A apelação terá efeito expansivo, nas condições examinadas no item relativo a esse efeito. 
	APELAÇÃO
	Cabimento
	Processamento
	Casos especiais
	É o recurso que cabe contra sentença, proferida em qualquer tipo de processo, seja definitiva ou extintiva. Exceções: sentença que julga embargos à execução fiscal de pequeno valor, contra a qual cabem embargos infringentes; que decreta a falência, contra a qual cabe agravo de instrumento. Também permite que as partes postulem, como preliminar, ou nas contrarrazões, o reexame das decisões interlocutórias não preclusas.
	A apelação é apresentada perante o juízo a quo, que não fará prévio juízo de admissibilidade. O apelado será intimado para as contrarrazões, em
quinze dias. No Tribunal, haverá um relator, que tomará as providências estabelecidas no art. 932 do CPC.
	Contra a sentença de indeferimento da inicial, cabe apelação, que permite ao juiz exercerdireito de retratação. Se ele mantiver a sentença, determinará a citação do réu para as contrarrazões e a remessa dos autos à instância superior. Nos demais casos de extinção sem resolução de mérito (art. 485), também haverá
direito de retratação. Contra a sentença de improcedência de plano (art. 332, do CPC), a apelação permitirá a retratação do juiz, e, se a
sentença for mantida, o réu será citado, para apresentar contrarrazões.

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