Buscar

Relatório Terapia Ocupacional em Saúde Mental

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RELATÓRIO DA PRÁTICA
INTRODUÇÃO
A tendência central da assistência aos loucos, no Brasil, desde seus primórdios, foi de excluí-los, num primeiro momento, junto com os desocupados, os inadaptados e perturbadores da ordem social nas santas casas, onde eles recebiam um tratamento diferente dos demais, amontoados nos porões, sem assistência médica, tendo seus sintomas reprimidos por espancamentos ou contenção em troncos, condenados à morte por maus tratos físicos, desnutrição e doenças infecciosas. (Resende, 1987).
Na Renascença, a segregação dos loucos se dava pelo seu banimento dos muros das cidades européias e o seu confinamento era um confinamento errante: eram condenados a andar de cidade em cidade ou colocados em navios que, na inquietude do mar, vagavam sem destino, chegando, ocasionalmente, a algum porto. (AMSTALDEN, PASSOS, 2002)
No entanto, desde a Idade Média, os loucos são confinados em grandes asilos e hospitais destinados a toda sorte de indesejáveis – inválidos, portadores de doenças venéreas, mendigos e libertinos. Nessas instituições, os mais violentos eram acorrentados; a alguns era permitido sair para mendigar. No século XVIII, Phillippe Pinel, considerado o pai da psiquiatria, propõe uma nova forma de tratamento aos loucos, libertando-os das correntes e transferindo-os aos manicômios, destinados somente aos doentes mentais. (AMSTALDEN, PASSOS, 2002)
Esses tratamentos defendido por Pinel, baseia-se na reeducação dos alienados, no respeito às normas e no desencorajamento das condutas inconvenientes. Com o passar do tempo, o tratamento moral de Pinel vai se modificando e esvazia-se das idéias originais do método. (AMSTALDEN, PASSOS, 2002)
Aos poucos, o que era considerado como doença moral passa a ser compreendido também como uma doença orgânica. No entanto, as técnicas de tratamento empregadas pelos organicistas eram as mesmas empregadas pelos adeptos do tratamento moral, o que significa que, mesmo com uma outra compreensão sobre a loucura, decorrente de descobertas experimentais da neurofisiologia e da neuroanatomia, a submissão do louco permanece e adentra o século XX. (AMSTALDEN, PASSOS, 2002)
Na segunda metade do século XX, inicia o movimento da Luta Antimanicomial marcado pela ideia de defesa dos direitos humanos e de resgate da cidadania dos que carregam transtornos mentais. Aliado a essa luta, nasce o movimento da Reforma Psiquiátrica que denuncia os manicômios como instituições de violências, propõe a construção de uma rede de serviços e estratégias territoriais e comunitárias, profundamente solidárias, inclusivas e libertárias. (AMSTALDEN, PASSOS, 2002). 
A Reforma Psiquiátrica Brasileira começou no final da década de 70 e foi cunhada pelo processo de redemocratização e constituição dos direitos sociais no país. (COSTA, ALMEIDA, ASSIS 2015). Em 1990, o Brasil torna-se signatário da Declaração de Caracas a qual propõe a reestruturação da assistência psiquiátrica, e, em 2001, é aprovada a Lei Federal 10.216 que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Dessa lei origina-se a Política de Saúde Mental a qual, visa garantir o cuidado ao paciente com transtorno mental em serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos, superando assim a lógica das internações de longa permanência que tratam o paciente isolando-o do convívio com a família e com a sociedade como um todo. (AMSTALDEN, PASSOS, 2002)
 Para AMARANTE (2003), a reforma psiquiátrica configura-se como um processo social complexo, que engloba mudanças significativas nas formas de cuidado em saúde mental e no tecido sociocultural, bem como transformações jurídicas no que tange à conquista de direitos de pessoas portadores de transtornos mentais. 
De acordo com a Portaria do Ministério da Saúde n°3.088, de 23 de dezembro de 2011, que institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental (BRASIL, 2011). Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca de autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico. (BRASIL,2004)
O primeiro CAPS do Brasil foi inaugurado em março de 1986, na cidade de São Paulo, a criação desse CAPS e de tantos outros fez parte seu intenso movimento social, inicialmente de trabalhadores de saúde mental, que buscavam a melhoria da assistência no Brasil e denunciavam a situação precária dos hospitais psiquiátricos, que ainda eram o único recurso destinado aos usuários portadores de transtornos mentais. (BRASIL,2004).
Os terapeutas ocupacionais estiveram presentes na atenção a pacientes psiquiátricos graves desde os primórdios da criação da profissão no Brasil. Foram coadjuvantes da luta-antimanicomial e dos novos serviços que decorreram desse movimento, que passou a nortear as atuais políticas públicas de atenção em saúde mental. (JUNS, LANCMAN, 2011)
Ribeiro (2008) afirma que no contexto da Terapia Ocupacional aplicada aos sujeitos com a experiência do sofrimento psíquico, a primeira grande alteração deu-se com a mudança do perfil de seu cliente hospitalizado, quando o Estado passou a subsidiar a iniciativa privada na assistência psiquiátrica, ampliando seus serviços para a classe trabalhadora, estruturando uma atenção marcada pela alta rotatividade, o que passa a inviabilizar a laborterapia clássica, fazendo surgir outras orientações que caracterizaram o panorama da terapia ocupacional psiquiátrica brasileira contemporânea, onde o terapeuta ocupacional leva a ampliação do cuidado e a possibilidade do resgate dos direitos da cidadania, promovendo o protagonismo social dos sujeitos.
CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL
O Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil (CAPSi), localizada na rua José Marcelino – Ananindeua, é um serviço de atenção diária destinado ao atendimento de crianças e adolescentes comprometidos psiquicamente. Estão incluídos nessa categoria os portadores de autismo, psicoses, neuroses e todos aqueles que, por sua condição psíquica, estão impossibilitados de manter ou estabelecer laços sociais. Os serviços oferecidos são: atendimento individual, atendimento grupal, atendimento familiar, visitas domiciliares, atividades de inserção social, oficinas terapêuticas, atividades esportivas. As equipes que compõem o CAPSi são: médico psiquiatra, fonoaudiólogo (a), psicólogo (a), terapeuta ocupacional, psicopedagogo (a), enfermeiro (a), tec. Enfermagem, farmacêutico (a), fisioterapeuta, educador físico e os administrativos. O local funciona das 08:00 até as 18:00 horas. O período da prática foi do dia 10/09/2018 até 01/10/2018.
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
A princípio foi feito o conhecimento do local junto com a preceptora responsável, onde a mesma explicou sobre o funcionamento do ambiente. No primeiro atendimento foi realizada atividade psicomotora com objetivo de estimular a socialização, aprimorar agilidade, atenção, estratégia, raciocínio lógico, coordenação motora ampla, visuo-motora, aceitação de regras e orientação espacial. Após o término da mesma foi realizada um feedback da atividade com os adolescentes. No segundo atendimento foi realizada a atividade escravo de Jó com o intuito de estimular a interação social do grupo, atenção, agilidade, coordenação motora fina e visuo motora, cooperação. Foi possível observar o bom entendimento do grupo em relação as regras do jogo, apesar de algumas dificuldades na hora da execução da mesma.
 
ESTUDO DE CASO
G.W, 16 anos, sexo masculino, reside no bairro icui – Guajará, mora com os pais, é portador da CID F 79.1 e F 92, faz uso do medicamento epilenil, a mãe traz como queixa principal do filho a agressividade, alucinações e timidez excessiva, a mesma relata que o G.W tem um bom relacionamento com a família apesar da agressividade, faz atendimentos no CAPSi desde 2010. O mesmo participa do projeto “caminhar” na UFPA, onde é atendido pelo pediatra.Durante os atendimentos foram utilizados modelos lúdicos, cognitivos e perceptomotores.
 
 
 REFERÊNCIAS
AMSTALDEN, Ana; PASSOS, Eduardo. A reforma psiquiátrica brasileira e a política de saúde mental. 2002. Disponível em: http://www.ccs.saude.gov.br/vpc/reforma.html. Acesso em: 25/09/2018.
AMARANTE, P. (Org). Saúde mental, políticas e instituições: programa de educação à distância. In: CARDOSO, Márcia; OLIVEIRA, Paulo; PIANI, Pedro. Práticas de cuidado em saúde mental na voz dos usuários de um centro de atenção psicossocial do estado do Pará. Saúde debate, Rio de janeiro, v. 40, n. 109, p. 86-99, abr./jun. 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 3.088, de 23 de dezembro de 2011. In: CARDOSO, Márcia; OLIVEIRA, Paulo; PIANI, Pedro. Práticas de cuidado em saúde mental na voz dos usuários de um centro de atenção psicossocial do estado do Pará. Saúde debate, Rio de janeiro, v. 40, n. 109, p. 86-99, abr./jun. 2016.
BRASIL. Ministério Da Saúde. Secretária de Atenção à Saúde Saúde mental no SUS: Os Centros de Atenção Psicossocial. Série F. Brasília, 2004. p. 85.
COSTA, Luciana; ALMEIDA, Simone; ASSIS, Marcella. Reflexões epistêmicas sobre a Terapia Ocupacional no campo da Saúde Mental. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v.23, n.1, p. 189-196, 2015.
RESENDE, H. Política de saúde mental no Brasil: uma visão histórica. In: RIBEIRO, Marli; OLIVEIRA, Luiz. Terapia Ocupacional e saúde mental: construindo lugares de inclusão social. Comunic, Saúde, Educ, São Paulo, v.9, n.17, p.425-31, mar./ago. 2005.
RIBEIRO MC. A reabilitação psicossocial num CAPS: concepção dos profissionais. In: SILVA, Monique; ARAÚJO, Morgana. Terapia Ocupacional em saúde mental: Evidências baseadas nas portarias do SUS. Revista Baiana de Terapia Ocupacional, Bahia, v.2, n.1, p. 41-52, 2013. 
JUNS, Angélica; LANCMAN, Selma. O trabalho interdisciplinar no CAPS e a especificidade do trabalho de terapeuta ocupacional. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, SP, v. 22, n.1, p. 27-35, jan./abr. 2011.

Continue navegando