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4 EFEITOS DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE EM PACIENTES

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C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 41 
EFEITOS DA MOBILIZAÇÃO PRECOCE 
EM PACIENTES CRÍTICOS INTERNADOS 
EM UTI 
 
 
Isnanda Tarciara Silva* 
Alinne Alves Oliveira** 
 
 
RESUMO 
O repouso prolongado no leito deixou de ser há 
algumas décadas uma estratégia adotada pelos 
fisioterapeutas na Unidade de Terapia Intensiva. Os 
avanços tecnológicos e o progresso do conhecimento 
científico na área possibilitou a compreensão de que a 
mobilização precoce deve ser adotada por esses 
profissionais. Sendo assim, este estudo tem o intuito de 
investigar os efeitos da mobilização precoce em 
pacientes críticos internados em UTI, identificando 
quais as técnicas de mobilização precoce mais 
utilizadas pelos fisioterapeutas neste setor. Consiste 
em uma revisão de estudos publicados em bases de 
dados nos idiomas português e inglês entre os anos de 
2011 e 2015. Foram encontrados 39 artigos 
inicialmente, sendo que somente 4 ensaios clínicos 
contemplaram os critérios exigidos por este estudo. 
Conclui-se que as técnicas executadas pelos 
fisioterapeutas trouxeram muitos benefícios aos 
participantes dos ensaios, como aumento de força 
muscular periférica, menor número de dias de 
internação e melhor funcionalidade pós-alta.Entretanto, 
por ser uma área relativamente nova, são escassos os 
estudos e ensaios clínicos que busquem legitimar a 
eficácia dessas técnicas. 
 
Palavras-chave: Mobilização Precoce. Fisioterapia. 
Unidade de Terapia Intensiva. 
ar
ti
g
o
 d
e 
re
vi
sã
o
 
 
 
 
 
 
 
 
*Fisioterapeuta. Discente do 
Programa de Pós-Graduação em 
Enfermagem e Saúde, da 
Universidade Estadual do Sudoeste 
da Bahia. Email: isnanda.fisio@ 
yahoo.com.br. Endereço para 
correpondências: Universidade 
Estadual do Sudoeste da Bahia – 
UESB, Programa de Pós-Graduação 
em Enfermagem e Saúde (PPGES). 
Rua José Moreira Sobrinho, s/n. 
CEP: 45.206-190, Jequié – BA. E-
mail:isnanda.fisio@yahoo.com.br 
**Especialista em Fisioterapia em 
Terapia Intensiva Adulto. Professora 
Auxiliar da Universidade Estadual do 
Sudoeste da Bahia. Email: 
alinnealvesoliveira@gmail.com. 
Endereço para correspondências: 
Universidade Estadual do Sudoeste 
da Bahia – UESB, Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem e 
Saúde (PPGES). Rua José Moreira 
Sobrinho, s/n. CEP: 45.206-190, 
Jequié – BA. E-mail: alinnealvesoliv 
eira@gmail.com 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Durante muito tempo preconizou-se 
o repouso absoluto no leito como sendo 
imprescindível no tratamento de pacientes 
internados. Entretanto, nas últimas 
décadas, os avanços tecnológicos, 
avanço das pesquisas e o incremento do 
 
 
conhecimento científico acerca do tema 
permitiram a constatação de que a 
imobilidade no leito é um fator colaborador 
para o retardo na recuperação desses 
pacientes (MUSSALEM et al., 2014). 
Isnanda Tarciara Silva, Alinne Alves Oliveira 
 
42 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 
Diversas condições clínicas 
submetem o paciente ao decúbito 
prolongado no leito. Mas, independente 
de qual seja essa condição, sabe-se que 
o tempo imóvel no leito é diretamente 
proporcional às graves complicações que 
o paciente pode apresentar nos mais 
diversos sistemas do organismo 
(FRANÇA et al., 2012). 
Os efeitos adversos causados pelo 
repouso prolongado no leito vêm sendo 
bem delimitados e perpassam pelas 
úlceras de pressão, perda de força 
muscular e consequentes disfunções do 
aparelho locomotor e da funcionalidade 
do paciente, déficit na mecânica 
respiratória, aparecimento de pneumonias 
e atelectasias, atraso na recuperação de 
doenças críticas, complicações 
hemodinâmicas, cardíacas e 
neurológicas, aumento do tempo de 
internação e redução da qualidade de 
vida do paciente após a alta hospitalar. 
Essas complicações associadas à 
restrição podem ainda ser agravadas pelo 
uso constante de sedativos e 
medicamentos, assim como pela 
utilização de contenções mecânicas do 
paciente ao leito (SILVA, MAYNARD, 
CRUZ, 2010; ARAÚJO, BORGES, 2010). 
Partindo da descoberta dos efeitos 
deletérios da imobilização no leito, surge a 
mobilização precoce, com o intuito de 
prevenir ou amenizar esse quadro, 
respeitando a individualidade e as 
condições clínicas apresentadas por cada 
paciente. 
O termo “precoce” se refere às 
atividades de mobilização que têm seu 
início logo após a estabilização do 
paciente. Um dos principais objetivos 
dessa intervenção é atuar diretamente no 
tempo de imobilização no leito, que, 
quando prolongada e associada a outros 
fatores, pode acarretar em polineuropatia 
do paciente crítico (PNPC) e síndrome do 
imobilismo, que são patologias 
relativamente comuns nas Unidades de 
Terapia Intensiva (UTI) e configuram 
grandes desafios para essas unidades 
(GLAESER et al., 2012; COSTA et al., 
2014). 
A mobilização precoce é uma área 
relativamente nova e necessita de mais 
evidências que possam subsidiar estudos 
acerca da sua aplicabilidade, e assim 
contribuir para o incremento do 
conhecimento científico sobre o tema, 
respaldando as ações fisioterapêuticas 
nas UTIs. Sendo assim, traçou-se como 
objetivo para este artigo investigar os 
efeitos da mobilização precoce em 
pacientes críticos internados em UTI, 
identificando quais as técnicas de 
Efeitos da mobilização precoce em pacientes críticos internados em UTI 
 
C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 43 
mobilização precoce mais utilizadas pelos 
fisioterapeutas neste setor. 
 
2 METODOLOGIA 
 
Esta revisão de literatura foi 
realizada em bases de dados eletrônicas, 
tendo a busca sido conduzida nas bases 
CHEST, LILACS e MEDLINE. Foram 
utilizados os seguintes descritores: 
“mobilização precoce”; “mobilização UTI”; 
“deambulação precoce”; “mobilization” e 
“early mobilization”. 
Foram incluídos artigos de estudo 
clínico com texto completo disponível, em 
português ou inglês, publicados entre 
2011 e 2015, com exceção de 
documentos importantes e clássicos sobre 
o tema, que datam de antes do período 
determinado. Os artigos cujos títulos e/ou 
palavras-chave continham tais descritores 
foram selecionados para a segunda etapa 
da pesquisa que consistiu da leitura dos 
resumos. Aqueles que abordavam as 
técnicas utilizadas e/ou os efeitos 
mobilização precoce foram lidos na 
íntegra e acrescentados a este trabalho. 
Foram excluídos deste artigo 
relatos de caso, cartas, revisão de 
literatura, estudos de coorte e trabalhos 
de conclusão de curso, bem como 
estudos realizados com crianças e 
modelos animais. Os estudos que 
testavam simultaneamente substâncias 
medicamentosas e mobilização precoce e 
que não descreviam protocolos de 
mobilização e os resultados da mesma 
foram excluídos. 
A busca foi realizada no período de 
22 de fevereiro a 22 de março de 2015. 
 
3 RESULTADOS 
 
 Foram encontrados 39 artigos 
potencialmente relevantes na primeira 
etapa, dos quais, 1 foi excluído por 
apresentar duplicidade na base de dados. 
38 artigos foram encaminhados para 
análise metodológica, sendo que destes, 
34 artigos foram excluídos por não 
atenderem aos critérios deste estudo. 
Conforme consta na Figura 1, foram 
incluídos 4 ensaios clínicos que 
contemplaram o rigor metodológico 
exigido para análise do desfecho 
proposto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Isnanda Tarciara Silva, Alinne Alves Oliveira 
 
44 C&D-Revista Eletrônicada Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 
Figura 1 - Fluxograma de seleção dos artigos 
 
Fonte: Dados da Pesquisa 
 
 As informações sobre os artigos 
selecionados na última etapa encontram-
se no Quadro 1, com suas características 
descritas. 
 
Quadro 1 - Características dos ensaios clínicos 
sobre fisioterapia motora precoce em pacientes na 
Unidade de Terapia Intensiva selecionados para 
este estudo, publicados entre 2011 e 2015. 
GC: Grupo controle; GE: Grupo estudo. 
AUTOR AMOSTR
A (N) 
CARACTERÍS-
TICAS DA 
AMOSTRA 
INTERVENÇÃO DESFECHOS 
SIGNIFICA-
TIVOS 
 G
C 
G
E 
 
Dantas 
et al., 
2012 
14 14 Pacientes em 
VM, com 
adequadas 
reservas 
cardiovascular, 
respiratória. 
GC: um 
atendimento 
diário, cinco 
vezes por 
semana, de 
mobilização 
passiva nos 
quatro membros, 
sendo otimizado 
para exercícios 
ativo-assistidos 
de acordo com a 
melhora e a 
colaboração do 
paciente. 
 
 
 
Aumento 
significativo de 
PIMáx e de 
força muscular 
periférica no 
GE; Quanto ao 
tempo total de 
VM, de 
internamento 
na UTI e de 
internamento 
hospitalar, não 
houve diferença 
significativa. 
 
 
 
 
Continua... 
AUTOR AMOSTR
A (N) 
CARACTERÍS-
TICAS DA 
AMOSTRA 
INTERVENÇÃO DESFECHOS 
SIGNIFICA-
TIVOS 
 G
C 
G
E 
 
Dantas 
et al., 
2012 
14 14 GE: protocolo de 
mobilização 
precoce 
sistematizado, 
duas vezes ao 
dia, todos os dias 
da semana, que 
variava quanto 
ao nível de 
consciência do 
paciente e 
envolvia 
alongamento 
passivo, 
mobilização 
passiva, 
posicionamento 
articular, 
exercícios 
ativoassistido e 
ativorresistido, 
transferências, 
cicloergometria 
para membros 
inferiores e 
postura 
ortostática. 
 
 
 
 
Carva-
lho et 
al., 
2013 
 
4 
 
5 
 
Pacientes com 
adequadas 
reservas 
cardiovascular, 
respiratória. 
 
GC: Fisioterapia 
convencional 
(FC) 2 ou 3 
vezes ao dia por 
30 a 45 minutos. 
FC composta de 
mudança de 
decúbito, 
posicionamento, 
mobilização 
passiva, ativo-
assistidas e 
resistidas de 
membros 
superiores e 
membros 
inferiores, 
segundo método 
de facilitação 
neuromuscular 
proprioceptiva e 
alongamento 
estático de 
peitorais e 
isquiostibiais. 
GE: FC + 
condutas de 
mobilização 
precoce, que 
incluíram 
transferências, 
marcha com 
auxílio evoluindo 
para marcha sem 
auxílio de acordo 
com tolerância 
do paciente. 
 
 
 
Grupo estudo 
apresentou 
menor perda de 
funcionalidade 
pós alta da UTI, 
assim como 
maior 
recuperação 
dessa 
funcionalidade 
após alta 
hospitalar. O 
GE também 
apresentou 
menor tempo 
de internação 
na UTI e no 
ambiente 
hospitalar. A 
funcionalidade 
foi medida por 
meio do 
instrumento 
Functional 
Independence 
Measure (FIM). 
 
Almeid
a et al., 
2014 
 
10 
 
20 
 
Pacientes 
idosos, em pós-
operatório de 
cirurgia de 
revascularização 
do miocárdio; 
com estabilidade 
hemodinâmica; 
sem sequelas 
neurológicas e 
com condições 
osteomioarticular
es e 
cardiopulmonare
s. 
 
GC: não realizou 
qualquer 
atividade motora, 
e utilizou 
ventilação não 
invasiva (VNI). 
GE: foi dividido 
em dois grupos: 
o grupo A 
realizou 
atividades no 
cicloergômetro e 
o grupo B 
realizou 
procedimentos 
de fisioterapia 
sem o uso do 
cicloergômetro. 
 
 
 
Aumento do 
pico de fluxo 
em todos os 
grupos; No 
grupo A houve 
diminuição da 
Pressão Arterial 
Sistólica. Não 
houve alteração 
significativa na 
saturação 
periférica de 
oxigênio em 
nenhum dos 
grupos. 
 
 
 
 
Continua... 
Efeitos da mobilização precoce em pacientes críticos internados em UTI 
 
C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 45 
AUTOR AMOSTR
A (N) 
CARACTERÍS-
TICAS DA 
AMOSTRA 
INTERVENÇÃO DESFECHOS 
SIGNIFICA-
TIVOS 
 G
C 
G
E 
 
Engel 
et al., 
2013 
17
9 
29
4 
Pacientes com 
48h de admissão 
na UTI, 
hemodinamicam
ente estáveis, 
em estado de 
alerta suficiente 
para participar, 
com quadro 
álgico 
controlado. 
GC: pacientes 
submetidos à 
passiva e ativa 
de acordo com 
sedação. 
GE: pacientes 
submetidos à um 
protocolo 
específico de 
mobilização 
passiva, ativa e 
ativo-resistida, 
transferências, 
ortostase, 
atividades à 
beira do leito, de 
acordo com 
critérios de 
exclusão, 
sedação e 
condições físicas 
do paciente. 
Os pacientes 
do grupo 
estudo 
apresentaram 
menor número 
de dias de 
internação na 
Unidade de 
Terapia 
Intensiva e no 
ambiente 
hospitalar e 
deambularam 
maior distância 
na unidade 
durante a 
internação. 
Apresentaram 
também maior 
funcionalidade 
pós alta. A 
funcionalidade 
foi medida por 
meio do 
instrumento 
International 
Classification of 
Functioning, 
Disability and 
Health. 
Fonte: Dados da Pesquisa 
 
4 DISCUSSÃO 
 
A mobilização precoce é um tema 
de bastante relevância na área da terapia 
intensiva e nos últimos anos tem sido 
bastante explorado e abordado em 
discussões que explanam os efeitos do 
repouso prolongado no leito. Sendo 
assim, este estudo objetivou investigar os 
efeitos da mobilização precoce em 
pacientes críticos internados em UTI e, de 
acordo com os resultados descritos 
anteriormente, pode-se observar uma 
resposta benéfica procedente desta 
abordagem. 
Nos estudos selecionados foram 
utilizadas técnicas de cinesioterapia 
motora e exercícios com cicloergômetro. 
Essas e outras técnicas executadas pelos 
fisioterapeutas serão abordadas a seguir 
de acordo com documentos importantes 
elaborados com o intuito de oferecer 
recomendações aos fisioterapeutas no 
tratamento de pacientes em situação de 
internação em Unidades de Terapia 
Intensiva. 
 
4.1 Cinesioterapia 
 
Gosselink et al. (2008) afirmam que 
mobilização é uma atividade física que 
seja suficiente para produzir efeitos 
fisiológicos no paciente, como melhora da 
ventilação e perfusão, metabolismo 
muscular, estado de alerta, entre outros. 
O efeito mais perceptível da 
cinesioterapia na Unidade de Terapia 
Intensiva é prevenir complicações como a 
fraqueza muscular, hipotrofia e a 
síndrome do imobilismo, que consiste em 
um conjunto de alterações que acometem 
o indivíduo que se encontra acamado por 
um longo período de tempo, 
comprometendo o sistema osteomuscular 
e, consequentemente, levando a 
alterações funcionais. Esta síndrome pode 
evoluir para outros problemas, como os 
circulatórios, dermatológicos e 
respiratórios. De acordo com o estado 
geral do paciente como estabilidade 
Isnanda Tarciara Silva, Alinne Alves Oliveira 
 
46 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 
hemodinâmica, grau de consciência e 
força muscular, o fisioterapeuta abordará 
a cinesioterapia de forma passiva ou 
ativa, cabendo ao fisioterapeuta a 
implantação e gerenciamento do plano 
terapêutico de mobilização (CINTRA et 
al., 2013; GOSSELINK et al., 2008). 
Embora não existam evidências 
científicas suficientes que atestem a 
eficácia da cinesioterapia passiva em 
pacientes internados, esta deve ser 
iniciada de forma precoce no tratamento 
desses indivíduos, com o objetivo de 
manter a amplitude de movimento das 
articulações, prevenir encurtamento 
muscular e úlceras de decúbito (FRANÇA 
et al., 2012). 
Por sua vez, a eleição para a 
utilização de técnicas de cinesioterapia 
ativa parte do estado hemodinâmico do 
paciente e do grau de força muscular 
periférica que ele apresenta. Esta, em 
muitos estudos,é averiguada por meio do 
Medical Research Council (MRC). 
Segundo o III Consenso Brasileiro de 
Ventilação Mecânica (2007) a 
cinesioterapia ativa tem por objetivos 
diminuir sensação de dispneia, aumentar 
a tolerância ao exercício, com alguns 
indícios de diminuição do tempo de 
internação hospitalar e desmame. 
Segundo França et al. (2012), pode 
ser estabelecido um protocolo de 
progressão da mobilização do paciente 
crítico, tendo início com a mobilização 
passiva, avançando de acordo com a 
evolução do paciente para mobilização 
ativa, em seguida para transferências e, 
então, deambulação. 
 
4.2 Exercícios com cicloergômetro 
 
O ciclo ergômetro é um instrumento 
estacionário, que permite rotações cíclicas 
e pode ser utilizado na execução de 
exercícios passivos, ativos e ativo 
assistidos tanto em membros superiores 
quanto em membros inferiores. A 
estratégia de exercício utilizando este 
aparelho tem sido bastante recomendada 
nos documentos que abordam o tema de 
mobilização precoce de pacientes críticos 
(PIRES-NETO, 2013). 
Esta é uma técnica que 
proporciona ao paciente a execução de 
movimentos repetitivos de baixa 
resistência com o intuito de promover um 
treinamento muscular, podendo assim 
aumentar massa e força muscular, 
melhorando a eficiência do músculo. Além 
disso, melhora potencialmente o estado 
funcional do paciente (GOSSELINK et al., 
2008; DANTAS et al., 2012). 
Efeitos da mobilização precoce em pacientes críticos internados em UTI 
 
C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 47 
4.3 Posicionamento funcional 
 
As recomendações do 
Departamento de Fisioterapia da 
Associação de Medicina Intensiva 
Brasileira (2012) afirma ser o 
posicionamento funcional uma “técnica de 
primeira escolha”, devendo esta se fazer 
presente durante todo o período de 
tratamento do paciente, estando ele no 
nível passivo ou ativo de mobilização. 
Esta técnica é também 
recomendada pelas European Respiratory 
Society and European Society of Intensive 
Care Medicine (2008), que afirmam que o 
posicionamento pode ser utilizado para 
aumentar o estresse gravitacional, 
favorecendo a dinâmica das trocas 
alveolares, estimulando a atividade 
autonômica, entre outras vantagens. 
Apesar de ser recomendada por 
instituições nacionais e internacionais, 
nenhum dos estudos selecionados como 
resultados da busca para este artigo 
utilizaram esta técnica no tratamento. 
 
4.4 Estimulação elétrica neuromuscular 
(EENM) 
 
A EENM tem sido bastante 
recomendada na prevenção de atrofia 
muscular por desuso em pacientes que 
não fazem contração da musculatura 
esquelética voluntariamente e em alto 
risco de apresentarem difunções 
musculoesqueléticas. É uma estimulação 
de baixa voltagem que possibilita a 
contração muscular de forma passiva 
(FRANÇA et al., 2012; GOSSELINK et al., 
2008). 
Tendo em vista que é um método 
de treinamento físico mais suave, de 
execução rápida e segura e que 
apresenta bons resultados, esta deveria 
ser uma técnica mais amplamente 
utilizada pelos profissionais. Dos ensaios 
selecionados para este estudo, nenhum 
empregou a técnica da EENM. Tal fato 
pode ser devido à ausência da descrição 
de parâmetros para que haja uma 
aplicabilidade com rigor científico. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com base nos ensaios 
selecionados para este estudo, conclui-se 
que as técnicas executadas pelos 
fisioterapeutas estão respaldadas por 
recomendações de instituições nacionais 
e internacionais, sendo estas de fácil 
aplicabilidade, baixo custo e baixo risco 
ao paciente e ao profissional. Os 
resultados obtidos mostraram que a 
mobilização precoce de pacientes críticos 
Isnanda Tarciara Silva, Alinne Alves Oliveira 
 
48 C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 
internados em Unidades de Terapia 
Intensiva trouxeram inúmeros benefícios 
aos participantes dos ensaios, como 
aumento de força muscular periférica e da 
Pressão Inspiratória Máxima, menor 
número de dias de internação tanto na 
UTI quanto na unidade hospitalar, além 
de terem proporcionado uma melhor 
funcionalidade pós-alta. 
Tendo conhecimento de todos os 
efeitos deletérios provenientes do 
decúbito prolongado no leito e dos 
benefícios provenientes de tais técnicas, 
percebe-se a imensa importância da 
mobilização precoce no ambiente da 
Unidade de Terapia Intensiva e da 
capacitação e empenho dos 
fisioterapeutas para executá-las. 
Entretanto, apesar de ser notória a 
relevância do tema, é uma área 
relativamente nova, sendo escassos os 
estudos e ensaios clínicos que busquem 
comprovar a eficácia dessas técnicas e 
que descrevam minunciosamente os 
protocolos executados, afim de aumentar 
o nível de evidência sobre o impacto da 
mobilização precoce em pacientes críticos 
internados em UTI. 
 
 
 
EFFECTS OF EARLY MOBILIZATION IN CRITICAL PATIENTS HOSPITALIZED IN ICU 
 
 
ABSTRACT 
Prolonged bed rest ceased to be a few decades ago a strategy 
adopted by physiotherapists in the Intensive Care Unit. 
Technological advances and the progress of scientific knowledge in 
the area allowed us to understand that early mobilization should be 
adopted by these professionals. Thus, this study aims to investigate 
the effects of early mobilization in critically ill patients in the ICU, 
identifying the early mobilization techniques commonly used by 
physiotherapists in this sector. It consists of a review of studies 
published in databases in Portuguese and English between 2011 
and 2015. Was found 39 articles initially, and only 4 clinical trials 
contemplated the criteria for this study. We conclude that the 
techniques performed by physiotherapists brought many benefits to 
the participants of the tests, such as increased peripheral muscle 
strength, fewer days of hospitalization and better post-discharge 
functionality. However, being a relatively new area, there are few 
studies and clinical trials that seek to legitimize the effectiveness of 
these techniques. 
 
 
Keywords: Early mobilization. Physiotherapy. Intensive Care Unit. 
Efeitos da mobilização precoce em pacientes críticos internados em UTI 
 
 
 
C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.8, n.2, p.41-50, jul./dez. 2015 49 
 
 
Artigo recebido em 28/08/2015 e aceito para publicação em 08/09/2015 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, K. S. et al. Análise das 
Variáveis Hemodinâmicas em Idosos 
Revascularizados após Mobilização 
Precoce no Leito. Revista Brasileira de 
Cardiologia, v. 27, n. 3, p. 165-171, 2014. 
 
ARAÚJO, A. E. T.; BORGES, F. S. 
Atuação da fisioterapia motora no 
sistema musculoesquelético e na 
independência funcional dos pacientes 
em UTI. 2010. 87 f. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Fisioterapia em 
Terapia Intensiva) - Universidade Católica 
de Brasília, Brasília, 2010. 
 
CARVALHO, T. G. et al. Relação entre 
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