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Climatério e Menopausa - CLIMATÉRIO: definido pela OMS como uma fase biológica e não um processo patológico, que compreende a transição fisiológica entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher. - MENOPAUSA: é um marco dessa fase, corresponde ao último ciclo menstrual, somente reconhecida depois de passados 12 meses da sua ocorrência; - Data da última menstruação: 48 a 50 anos; - Antes dos 40 anos - precoce - Após 55 anos – tardia FISIOLOGIA - No climatério ocorrem alterações na estrutura e na função ovariana: diminuição da produção estrogênica; aumento das gonadotrofinas hipofisárias, caracterizando um estado de hipogonadismo hipergonadotrófico. PERIMENOPAUSA ↓Folicular ↓ Estradiol ↑FSH ↑..... > Aceleração da Perda folicular – Irregularidade MANIFESTAÇÕES - Os sinais e sintomas clínicos do climatério podem ser divididos; a) transitórios, representados pelas alterações do ciclo menstrual e pela sintomatologia mais agudas; b) não transitórios, representados pelos fenômenos atróficos genitourinários, distúrbios no metabolismo lipídico e ósseo. “os 7 anões da menopausa”: coceira; mau humor; suor; inchaço; sonolência; loucura; esquecimento. Distúrbios neurovegetativos - Os fogachos constituem os sintomas mais comuns nas mulheres ocidentais, podendo ocorrer em qualquer fase do climatério. Manifestam-se como sensação transitória subida e intensa de calor na pele, principalmente no tronco, pescoço e face que pode apresentar hiperemia, acompanhada na maioria das vezes de sudorese. - Pode ocorrer palpitação e, mais raramente, sensação de desfalecimento, gerando desconforto e mal-estar; - A etiologia é controversa, sendo atribuída na maioria dos estudos a alterações no centro termorregulador, provocadas pelo hipoestrogenismo, levando a um aumento na noradrenalina e aumento dos pulsos de GnRH e LH; - Outros sintomas neurovegetativos encontrados frequentemente são os calafrios, a insônia ou sono agitado, vertigens, parestesia, diminuição da memória e fadiga, que muitas vezes são relacionadas a etiologias diversas ao climatério. Sintomas neuropsíquicos - Compreendem a labilidade emocional, ansiedade, nervosismo, irritabilidade, melancolia, baixa-autoestima, dificuldade para tomar decisões, tristeza e depressão. - A diminuição do estrogênio pode influenciar os níveis de serotonina, podendo relacionar-se a um aumento dos casos de depressão durante o climatério, em mulheres predispostas; - Mas esses sintomas têm etiologia multifatorial (ambiental, sociocultural e individual). Disfunções sexuais - A maioria dos problemas relacionados à esfera sexual neste período se referem às alterações anátomo-funcionais, a partir dos fenômenos de hipo ou atrofia no aparelho geniturinário; Inicialmente, no período da transição menopausal, os ovários vão se tornando menos sensíveis aos estímulos gonadotróficos. Os folículos (células da granulosa) diminuem a produção de inibina e estradiol. O FSH se eleva e provoca uma hiperestimulação folicular, podendo ocorrer algumas vezes ovulações precoces e encurtamento da fase folicular, sem alteração da fase lútea. O estradiol sofre flutuações importantes, chegando muitas vezes a elevar-se consideravelmente. Conclui-se, portanto, que o aumento do FSH ocorre mais em função da queda das concentrações séricas da inibina do que em função da diminuição do estradiol, refletindo verdadeiramente a reserva folicular ovariana. Nesta fase o LH pode permanecer inalterado. - Entre as disfunções comportamentais, estão a diminuição da libido, da frequência e da resposta orgástrica, que estão relacionadas a questões psicossexuais e hormonais. Distopias (localização anormal de um órgão) - A insuficiência estrogênica relacionada ao surgimento ou agravamento das distopias, devido à diminuição da elasticidade e hipotrofia músculo ligamentar; - O tratamento clínico das distopias genitais pode ser fisioterápico; - A indicação cirúrgica precisa ser cuidadosa em relação à oferta de resultados, em vista das recidivas frequentes. Fenômenos atróficos genitourinários - A maioria das mulheres apresenta algum grau de adelgaçamento, diminuição da lubrificação e maior fragilidade nas relações sexuais; - Sintomas como disúria, síndrome uretral, urgência miccional, infecções urinárias, dor e ardor ao coito, necessidade da avaliação do grau de atrofia e instituição de tratamento: local ou sistêmico quando houver outras indicações e ausências de contra-indicações; - Devido a diminuição da elasticidade e hipotrofia músculo-ligamentos; - O tratamento clínico das distopias genitais pode ser fisioterápico; - A indicação cirúrgica precisa ser cuidadosa em relação à oferta de resultados em vista das recidivas frequentes; -Incontinência urinária: devido ao enfraquecimento do assoalho pélvico, adelgaçamento do tecido periuretral; - Ou secundário a parto, cirurgias, obesidade, tabagismo, radiação, distúrbios, etc. - A conduta deve ser orientada pela natureza e intensidade da disfunção instalada; - Fenômenos atróficos genitourinários. Alterações no metabolismo - Pode haver também aumento de fatores pró-coagulantes, como o fator VII, o fibrinogênio e o PAI-1 (ativador do inibidor do plasminogênio), levando a um estado de hipercoagulabilidade, aumentando assim o risco de tromboembolismo. Alterações no metabolismo ósseo - A instalação da osteoporose resulta de anos de perda óssea; - Pode ser classificada em primária, quando não apresenta causa bem definida, e secundária, nos casos em que é identificada sua etiologia; - E as condições de hipoestrogenismo após a menopausa (fisiológica, cirúrgica ou iatrogênica) são causas de osteoporose secundária. ATENÇÃO ÀS MULHERES NO CLIMATÉRIO 1- Acolhimento com escuta qualificada: - Identificar os motivos de contato; - Direcionar para o atendimento necessário. 2- Avaliação global da mulher: - DUM; - Uso de métodos anticoncepcionais; - Tabagismo e história familiar de câncer de mama; - Última coleta de preventivo; - Sangramento genital pós-menopausa; - Exame físico geral: de acordo com as queixas; - Exame físico específico. EXAMES LABORATORIAIS - Hemograma; - TSH; - Glicemia; - Colesterol total e frações; - Triglicerídes; - TGO, TGP; - Uréia e creatinina; - Sumário de urina (e urocultura); - Pesquisa de sangue oculto nas fezes. EXAMES COMPLEMENTARES - Mamografia e/ou US mamas; - Coleta de preventivo; - Ultrassonografia, se necessário; - Densiometria óssea, conforme indicação. PLANO DE CUIDADOS - Cuidados não farmacológicos das queixas no climatério; - Práticas integrativas e complementares, em especial a fitoterapia; - Abordagem motivacional quanto ao estilo de vida saudável; - Atenção às redes de apoio social e familiar, relações conflituosas e situações de violência. ABORDAGEM FARMACOLÓGICA - Terapias não hormonais e hormonais – em casos selecionados; - Uso racial de medicamentos; - Acompanhamento clínico periódico das mulheres em uso de terapia farmacológica, sobretudo a hormonal. A medicalização do corpo das mulheres, com o uso sistemático de hormônios durante o climatério tem sido uma prática usual na medicina. As mulheres no climatério não sofrem de uma doença (de carência hormonal) e o tratamento hormonal deve ser encarado como uma opção terapêutica para os casos em que existam indicações específicas. É fundamental que os profissionais de saúde estejam informados e atualizados para procederem a uma abordagem menosagressiva e invasiva possível. CONTRAINDICAÇÃOD A TRH Absolutas - Câncer de mama; - Câncer de endométrio; - Sangramento genital de origem desconhecida; - Antecedentes de doença tromboembólica; - Insuficiência hepática grave em atividade. Relativas - Hipertensão arterial não controlada; - Diabetes mellitus de difícil controle; - Endometriose; - Miomatose uterina. EDUCAÇÃO EM SAÚDE - Ressignificação do climatério; - Ressignificação dessa fase de vida, que pode ser saudável, produtiva e feliz; - Queixas do climatério; - Exercícios da musculatura perineal; - Alimentação saudável; - Manutenção de peso normal; - Política de atividade física; - Saúde Bucal; - IST’s, HIV-AIDS - Transtornos psicóticos; - Prevenção primária da osteoporose e prevenção de quedas.
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