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1- Questão. César promove uma execução em ace de Joaquim, objetivando receber uma nota promissória. Ao despachar a inicial, o juiz determinou que o oficial de justiça cumprisse o mandado de penhora e avaliação. Ato contínuo, foi penhorado o único imóvel do devedor, que se constitui na residência de sua família. No entanto, após ter sido realizada esta penhora, foi editada a Lei nº 8.009/90, estabelecendo que o imóvel residencial passou a ser impenhorável. Indaga-se: a penhora realizada sobre este bem antes da criação da Lei nº 8.009/90 pode permanecer ou a nova lei, de natureza processual, aplica-se imediatamente?
Resposta: : a penhora deve ser desfeita. Como a penhora é um ato de natureza processual, qualquer lei que discipline este tema terá aplicação imediata, nos termos do art. 1.211: ?Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicar-se-ão desde logo aos processos pendentes?. Em consequência, caso seja criada uma lei estabelecendo que um determinando bem passou a ser impenhorável, os seus efeitos serão imediatamente aplicados nos processos (e penhoras) pendentes. O tema é tratado pelo Verbete no 205 da Súmula do STJ: A Lei no 8.009-90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência.
2- Questão. Artur promoveu ação de conhecimento em face de Gabriel para postular a condenação do réu a pagar o valor de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) em razão de descumprimento de contrato e a título de multa compensatória. Citado o réu oferece contestação, no prazo legal, e alega em preliminar a ilegitimidade da parte réu, em conta que com o autor nunca celebrou contrato de qualquer natureza.
Indaga-se:
a) O juiz ao determinar a manifestação do autor, em réplica, sobre a preliminar arguida pelo réu em sua peça de resistência, aplicou qual princípio de direito processual.
Resposta: O juiz aplicou o princípio do contraditório, o que assegura a plenitude de defesa e o devido processo legal, pena de causar nulidade processual (cerceamento de defesa).
3- Sílvio promove ação de conhecimento em face de Francisco postular do réu indenização por dano material no valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais). Citado, o réu oferece contestação e alega a incapacidade do autor, por ser relativamente incapaz, bem como, no mérito que já ocorreu a prescrição, considerando que o prazo previsto na lei civil para cobrança do crédito já esgotou quando da propositura da ação. O juiz, ao examinar os autos constata que o autor já adquiriu a maioridade e, então,  acolhe a defesa do réu, reconhecendo a prescrição, proferindo sentença de improcedência do pedido.
Indaga-se:
Foi correta a decisão do juiz, diante da forma como se deve interpretar a lei processual? Justifique.
Resposta: A decisão judicial está correta, porque  entre as regras gerais de interpretação, que não diferem  das de  natureza processual, o juiz não pode perder de vista que o processo é mero instrumento criado para viabilizar a pretensão de direito material do jurisdicionado. Não pode interpretar as normas processuais de forma isolada e, sim, deforma sistemática. No caso concreto, seria inócua a postura judicial de determinar a regularização da representação, porque o vício desapareceu com a maioridade do autor e se pode decidir do mérito a favor da parte que se beneficiaria da eventual nulidade relativa não suprida, se fosse o caso. No art. 249, § 2º do CPC contem norma no sentido de que o juiz deve desconsiderar a eventual nulidade que se aproveitaria a parte se a decisão de mérito lhe é favorável, como se deu no caso.
4- Gustavo ajuíza demanda em face da União cujo pedido tem conteúdo econômico equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos. A ação foi distribuída perante a 1ª Vara Federal do Rio de Janeiro cujo magistrado, de ofício, proferiu decisão interlocutória declinando da sua competência em prol de um dos Juizados Especiais Federais localizados na mesma cidade. Vale dizer que esta decisão foi objeto de recurso, ocasião em que o impugnante objetou que é amplamente admitida, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, a possibilidade conferida ao demandante de optar entre o juízo comum ou o juizado especial. Indaga-se: a) Assiste razão a Gustavo? B) Eventual conflito de competência entre Vara Cível Federal e Juizado Especial Federal, localizados na mesma cidade, deve ser decidido por qual Tribunal? Justifique as respostas.
Resposta: a) Se por um lado é praticamente pacífica a afirmação que existe a opção entre a Vara Cível e o Juizado Especial Cível Estadual, o mesmo já não pode ser dito em relação ao Juizado Especial Federal. É que a Lei nº 10.259/01, que o disciplina, tem disposição expressa que a competência do Juizado Federal é absoluta, sem oportunidade de opção pelo interessado quando naquela base territorial o mesmo já tiver sido instalado. O mais interessante é que o art. 3º, par. 3º da Lei nº 9.099/95 (Juizado Estadual) preceitua com todas as letras que há opção entre o procedimento previsto nesta Lei e o rito comum do CPC. Só que o mesmo dispositivo, da Lei nº 10.259/01 (Juizado Federal), fala exatamente o oposto, como também ocorre com o art. 2º, par. 4º da Lei nº 12.153/09 (Juizado Fazendário). O recurso indicado é o de apelação e o Tribunal competente para apreciá-lo é o Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
b) O Verbete nº 428, da Súmula do Superior Tribunal de Justiça dispõe que: “Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária”.
5- Fábio instaura processo em face de Carlos, perante um órgão integrante da Justiça Estadual, requerendo a desconstituição de uma obrigação representada em um título de crédito. O demandante, na própria petição inicial, postula ao magistrado a antecipação dos efeitos da tutela para que o seu credor seja impedido de executar em juízo esta dívida enquanto perdurar a presente demanda. Este pleito se afigura possível? Justifique a resposta.
Resposta: A resposta deve ser negativa. Com efeito, o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela, formulado por Fábio, não pode ser acolhido por implicar em vedar o livre acesso de Carlos ao Poder Judiciário, o que violaria a norma insculpida no art. 5º, inciso XXXV da CRFB-88. Além disso, também dispõe o art. 585, par. 1º, CPC, que a propositura de qualquer demanda relativa ao débito não impede o credor de se valer da via executiva.  
Com efeito, o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela, formulado por Fábio, não pode ser acolhido por implicar em vedar o livre acesso de Carlos ao Poder Judiciário, o que violaria a norma insculpida no art. 5º, inciso XXXV da CRFB-88. Além disso, também dispõe o art. 585, par. 1º, CPC, que a propositura de qualquer demanda relativa ao débito não impede o credor de se valer da via executiva.
6- . O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Alan Cunha, em virtude do mesmo ter supostamente praticado o crime previsto no art. 171, parágrafo 3º do CP, já que vinha recebendo benefício previdenciário manifestamente indevido. O processo criminal tramitou perante uma das Varas Federais Criminais da Seção Judiciário do Rio de Janeiro, culminando pela prolação de uma sentença penal condenatória. Neste mesmo ato decisório, o  magistrado determinou que o denunciado deve ressarcir o INSS (autarquia federal) da importância de R$ 122.820,00, que seria o montante indevidamente recebido em virtude da sua conduta criminosa. Indaga-se: pode o magistrado, lotado em juízo especializado em matéria criminal, efetuar a liquidação dos prejuízos cíveis sofridos? Justifique a resposta.
Resposta: A Lei no 11.729/2008 alterou a redação do parágrafo único, do art. 63 do CPP, passando a admitir que o magistrado lotado em juízo criminal já possa, na sua própria sentença penal condenatória, liquidar os prejuízos sofridos pela vítima, o que dispensaria uma nova liquidação perante o juízo de competência cível. No entanto, a constitucionalidade deste dispositivo é extremamenteduvidosa por alargar a pretensão inicial do demandante (violação ao princípio da inércia), conferir legitimidade ao Ministério Público para a defesa de interesses individuais disponíveis (patrimônio), ampliar os limites objetivos da coisa julgada (ao incluir a obrigação de indenizar, ainda que seja por valor mínimo), dentre outros motivos mais. Sobre o assunto, recomenda-se: CÂMARA, Alexandre Freitas. “Efeitos civis e processuais da sentença condenatória criminal. Reflexões sobre a Lei no 11.719/2008”. Revista da EMERJ – Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, v. 12, no 46. 2009, p. 111, que se posiciona pela inconstitucionalidade deste ato normativo.
7- Foi proposta uma determinada demanda decorrente de litígio oriundo da compra e venda de bem móvel. O magistrado, ao analisar os autos, verifica que as partes ajustaram entre si um compromisso arbitral sobre o referido negócio jurídico. Assim, considerando a obrigatoriedade da arbitragem, o juiz imediatamente prolata sentença, extinguindo o processo sem resolução de mérito (art. 267, VII do CPC). 
Indaga-se: Agiu corretamente o magistrado? Justifique a resposta.
Resposta: Não, o magistrado agiu de forma equivocada. Na arbitragem, as partes podem dispor não mais resolver o conflito pela via alternativa. Para tanto podem realizar um distrato, de forma expressa. Mas também podem simplesmente optar por buscar a via do Poder Judiciário. Na questão abordada a extinção do processo sem resolução de mérito só pode ser feita se houver insurreição da parte ré, ou seja, o processo somente pode ser extinto se o réu alegar tal matéria como preliminar de defesa. Tanto assim o é que embora a matéria defensiva esteja regulada no art. 301, IX, do CPC, essa não pode ser conhecida de ofício, conforme prevê o art. 301, §4º do CPC, o que indica que se não houver resistência do réu na contestação não poderá haver extinção do feito, pois implicitamente houve renúncia a via arbitral, cabendo portanto ao Poder Judiciário a solução da questão. Assim também se manifesta a doutrina pátria, ao afirmar o seguinte: “O silêncio do réu deve ser entendido, em quaisquer casos, como um verdadeiro abandono daquele meio alternativo de solução de conflitos. Abandono que começou pelo próprio autor que, não obstante a convenção de arbitragem, ingressou no Judiciário. Depois pelo réu que deixou de argüir, como a lei lhe impõe, a sua existência, única forma de inibir a legítima atuação do Estado-juiz por força do principio agasalhado no inciso XXXV do art. 5º da Constituição Federal. Princípio que, como tal, admite seu temperamento pela lei em busca da realização de outros valores igualmente prestigiados pelo ordenamento jurídico mas que, em face das considerações aqui expostas, não foi concretamente exercido por aq2uele que tem, pela própria lei, o ônus da iniciativa do réu?. (BUENO, Cássio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: procedimento comum : ordinário e sumário, 2: tomo I. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 147/148), ?A defesa processual que opõe à ação a preexistência de compromisso arbitral é peremptória? (THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento. Rio de Janeiro: Forense, 2006. p. 418) e ?É preciso afirmar, porém, que o juiz só poderá conhecer da convenção de arbitragem se a parte interessada alegar (art. 301, §4º, CPC). Assim sendo, proposta a ação, e deixando o réu de, na contestação, alegar a existência de convenção de arbitragem, ter-se-á esta por renunciada, podendo o processo desenvolver-se regularmente? (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil: vol. I. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007 p. 313). 
8- O Ministério Público instaura um processo coletivo em face do Município do Rio de Janeiro, em que se discute um direito indisponível (por exemplo, ofensa ao meio ambiente perpetrada pela Fazenda Pública). O demandado, após ter sido regularmente citado, não apresenta qualquer resposta. O magistrado, por este motivo, decreta a revelia do demandado e em seguida sentencia realizando um julgamento antecipado da lide, nos termos do art. 330, inciso II do CPC, que é considerado como uma “tutela de evidência”. Indaga-se: a Fazenda Pública pode realmente ser considerada revel? Esta revelia uma vez verificada autoriza o julgamento antecipado da lide? Justifique as respostas.
Resposta: Usualmente, a Fazenda Pública se encontra em juízo discutindo interesse indisponível. Quando isso ocorre, como no caso sobredito, o art. 320, inciso II do CPC estabelece que não irão ocorrer os efeitos primários da revelia (art. 319, CPC). Desta maneira, não ocorrendo os efeitos do art. 319 do CPC, não se pode presumir que o demandante tenha razão e, consequentemente, não pode ser realizado o julgamento antecipado da lide. Portanto, como não há evidência do direito alegado ou mesmo da falta dele, não se estará diante de uma “tutela de evidência” e o magistrado então terá que determinar o prosseguimento do processo.
9- Carlos Alberto promove demanda em face de uma empresa jornalística, requerendo a concessão de liminar para que a mesma publique uma retratação de notícia divulgada na semana anterior que lhe envolvia. O magistrado determinou a citação do réu para, somente após, analisar o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela. Em resposta, a empresa aduziu que não seria possível a concessão da liminar, dado ao caráter da irreversibilidade dos seus efeitos. Indaga-se: como o magistrado deverá decidir? Justifique a resposta.
Resposta: O magistrado deve, neste caso, indeferir a liminar pretendida, pois o art. 273 do CPC enumera como um dos seus requisitos justamente a possibilidade de reversibilidade dos seus efeitos, exigência esta que é perfeitamente crível, por se tratar de uma decisão proferida em juízo de cognição sumária. Sobre o tema, recomenda-se a leitura de HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Curso de Direito Processual Civil, vol. I - Teoria Geral do Processo, Niterói: Impetus, 2012.
10- 1ª Questão.
Em demanda promovida por Marcos em face de Associação dos Idosos Brasileiros, o juiz profere o despacho saneador afastando a preliminar de ilegitimidade passiva suscitada pela parte demandada. 
Indaga-se: 
a) Se no curso do procedimento forem produzidas provas que demonstrem a ilegitimidade da parte, poderá o juiz proferir sentença definitiva de improcedência do pedido? Fundamente com a abordagem da Teoria Eclética do Direito de Ação e da Teoria da Asserção; 
b) A decisão do juiz que desacolhe a preliminar de ilegitimidade passiva levantada pelo demandado sofre os efeitos da preclusão se a parte supostamente prejudicada não impugná-la no tempo e modo devidos? Justifique.
Resposta: a) A Teoria Eclética do Direito de Ação, desenvolvida por Liebman, foi responsável por condicionar a existência do direito de ação à presença de determinados requisitos. O autor apenas terá direito ao julgamento de mérito desde que preenchidas as chamadas condições pra o legítimo exercício da ação. Ausentes tais condições, independente do grau de cognição desenvolvido pelo juiz, deverá ser proferida uma sentença terminativa. Para a Teoria da Asserção a presença ou ausência das condições pra o correto exercício da ação deve ser apreciada a partir das alegações trazidas pelo autor ao formular a sua demanda, admitindo-se, para tal finalidade, a veracidade de tais alegações. Qualquer outra apreciação quanto à existência ou inexistência das condições pra o correto exercício da ação fora desta sede conduzirá à apreciação do mérito. A presença das condições da ação implica no exercício regular daquele direito. 
b) Conforme precedentes do STJ, a decisão do magistrado não irá sofrer os efeitos da preclusão, eis que se trata de matéria de ordem pública, que pode ser verificada a qualquer momento. É pelo menos o que constou no julgamento do recurso especial nº 343.750 / MG, proferido pela 4ª Turma do STJ e cuja ementa foi a seguinte: “PROCESSO CIVIL. REQUISITOS DA TUTELA JURISDICIONAL.INOCORRÊNCIA DE PRECLUSÃO. ENUNCIADO N. 424 DA SÚMULA/STF. EXEGESE. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO. I - Tratando-se de matéria indisponível, não há preclusão para o tribunal de segundo grau, mesmo havendo decisão anterior de primeiro grau irrecorrida e ainda que a parte não tenha suscitado a questão. II - Inaplicável o enunciado nº 424 da súmula/STF à matéria que deve ser apreciada de ofício”.
11- Luciano impetra mandado de segurança apontando como autoridade coatora o gerente regional de arrecadação da Receita Federal, que presenta a União. Como teve negada a liminar pretendida pelo magistrado, o seu advogado resolve instaurar um novo processo de conhecimento, mas em rito ordinário, envolvendo as mesmas partes, pedido e causa de pedir. Há litispendência neste caso, mesmo tratando-se de processos que observam procedimento distinto? Justifique a resposta.
Resposta: Resposta afirmativa. Para que seja configurada a litispendência, há a necessidade de que a ação seja exatamente a mesma e isso se extrai da análise dos elementos da ação, que são as partes, pedido e causa de pedir. Assim, é irrelevante que o procedimento adotado pelo demandante seja distinto pois se existem dois processos instaurados versando sobre a mesma ação, fatalmente um deles terá que ser extinto com fundamento no art. 267, inciso V, CPC
12- Paulo promove ação de conhecimento em face de Valdo. Postula na petição inicial o reconhecimento da paternidade e, ainda, pleito de condenação do réu a pagar alimentos, em conta que deles está necessitado, por ser menor impúbere em idade escolar e por ser portador de deficiência física que exige utilização de aparelho mecânico para se movimentar, o que exige gastos constantes de manutenção, sem contar a necessidade de ser suprido para sustento próprio.
Indaga-se:
a) O caso manifesta um concurso de ações ou uma cumulação de ações ou de pedidos? Justifique.
b) Tratando-se de cumulação de pedidos, qual seria a sua espécie? Justifique.
Resposta: O autor promoveu uma cumulação de pedidos, um o de investigação de paternidade e o outro o de alimentos. No concurso de ações, o autor tem a sua escolha dois ou mais ações para fazer valer o seu direito em juízo, como se dá na ação redibitório (rescisão do contrato) ou ação postulando abatimento no preço (quanti minoris).
b) Trata-se de cumulação sucessiva de pedidos, porque estes são dependentes, um é prejudicial do outro, no caso, a investigação de paternidade é a questão prejudicial e o pleito de alimentos a questão prejudicada. Na cumulação sucessiva, só é possível atender o segundo pedido se o primeiro pedido for acolhido pelo juiz.
13- Gustavo promove demanda em face de Fabiano, perante o juízo da 1ª Vara Cível, tendo sido proferida sentença que lhe foi favorável, com a condenação do demandado a lhe pagar a quantia de R$ 100.000,00. Não foram interpostos recursos e a sentença transitou em julgado. Ocorre que o devedor não honrou o pagamento fixado na sentença.
Indaga-se: 
a) Qual medida Gustavo deverá adotar?  Justifique.
b) Haverá necessidade de instauração de um novo processo? Justifique.
c) O que é processo sincrético? Justifique.
Resposta: ) Gustavo deverá, por meio do seu advogado, requerer o início da fase executiva, que irá observar o procedimento previsto a partir do art. 475-J do CPC. 
b) Não haverá a necessidade de instauração de um novo processo, eis que somente ocorrerá o início de uma nova etapa dentro do mesmo processo já instaurado. É o que se denomina de processo sincrético, ou seja, um processo que tem duas etapas, sendo a primeira de caráter cognitivo e a segunda com foco executivo. Segundo ao doutrina: “O processo de execução era mais um ao lado do processo de conhecimento e do cautelar, tendo a sua própria finalidade. No seu caso específico, o desiderato era obter o cumprimento de uma obrigação estampada em um título executivo, que fosse certa, líquida e exigível. Era um processo como qualquer outro, que contava com uma petição inicial, citação, contraditório por parte do executado e até mesmo com prolação de sentença. Eventualmente, o mesmo apresentava algumas peculiaridades próprias como, por exemplo, a desnecessidade de se produzir qualquer prova, já que o magistrado oficiante no processo não estava ali para ser convencido e julgar, mas sim para determinar as medidas necessárias para a satisfação da obrigação. Recentemente, com o advento da Lei no 10.444/02 e Lei no 11.232/05, é que muito se falou em uma pretensa mitigação da autonomia do processo executivo, uma vez que tais leis teriam criado o denominado “processo sincrético”, que seria nada mais do que um amálgama entre os diversos processos existentes. Com efeito, a Lei no 10.444/02, ao alterar a redação do art. 644, fez constar que: “A sentença relativa à obrigação de fazer ou não fazer cumpre-se de acordo com o art. 461, observando-se, subsidiariamente, o disposto neste capítulo”, o que é indicativo de que o processo continuará mesmo após a prolação da sentença, com a adoção dos meios executivos necessários para a satisfação da pretensão. E, com o advento da Lei no 11.232/05, essa postura também foi aplicada às sentenças que condenam a obrigação pecuniária, pelo menos na maioria dos casos, em virtude do que consta a partir do art. 475-I. Contudo, não é correto concluir que foram essas leis as responsáveis pela criação do processo sincrético, uma vez que este já existia desde o momento da criação do atual CPC como se pode depreender, por exemplo, na ação de depósito, cujo cumprimento da sentença, até hoje, independe de processo executivo autônomo. Só que tais situações eram restritas a bem poucos procedimentos especiais. Com a criação das já citadas leis, ocorreu uma mitigação da autonomia do processo executivo, embora não a sua total abolição, uma vez que, na maioria das vezes, o título executivo judicial não mais precisará ser executado em processo autônomo. Com efeito, após a prolação da sentença, encerrando a etapa cognitiva, será iniciada a segunda fase dentro do mesmo processo, agora com a atuação jurisdicional, focando o cumprimento da obrigação reconhecida no título. Mas, muito embora o processo permaneça uno, ainda assim é possível sustentar a permanência da dualidade de ações” (HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. A execução civil. Niterói: Impetus, 2010, pp. 2-3). 
c) Sincrético é o processo em que o itinerário processual contém duas fases, a primeira de cognição, que se encerra com a sentença e a segunda a de cumprimento da sentença, eliminando-se o processo autônomo de execução, pra atender o princípio da duração razoável do processo ou da celeridade (art. 5º, inciso LXXVIII da CRFB).
14- Humberto promoveu ação de conhecimento em face de Jurandir. No curso do processo, o advogado do demandante renuncia o seu mandato e o autor, intimado para regularizar a capacidade postulatória não constituir outro procurador judicial.
Indaga-se:
Qual será a conseqüência processual? A resposta seria a mesma caso esta situação envolvesse o demandado? Justifique as respostas.
Resposta: Se o demandante não constituir novo advogado no prazo assinalado pelo juiz, o processo será extinto sem resolução do mérito na forma do art. 267, inciso IV, CPC, eis que ausente um pressuposto processual de desenvolvimento (capacidade das partes – capacidade postulatória). Caso esta situação estivesse envolvendo o demandado, a resposta seria distinta, pois o juiz apenas se limitaria a decretar a revelia, tal como exposto no art. 265, parágrafo 2º, CPC.
15- Geisa promove demanda com o objetivo de obter a revogação da doação de um bem avaliado em R$ 500.000,00, valor este que, por sinal, foi atribuído a causa. A petição inicial foi distribuída perante um dos juízos integrantes da Justiça Estadual do Rio de Janeiro, observando o procedimento ordinário. Só que, ao analisar a petição inicial, o magistrado determina que a autora promova a sua emenda, de modo a adequá-la ao procedimento correto.
Indaga-se: 
Foi correta a postura do magistrado? Justifique.
Resposta: Sim, o magistrado agiucorretamente. É que, nesta hipótese, o procedimento a ser observado é o sumário. A Lei nº 12.122/2009 alterou o art. 275 e passou a incluir, em seu inciso II, alínea “g”, que na hipótese de revogação da doação este é que será o procedimento a ser adotado, independentemente do valor atribuído a causa.
16- Bruno promove uma demanda de cobrança em face de Flávio para reclamar o cumprimento de prestação que afirma estar vencida. O magistrado considera presentes as condições da ação e os pressupostos processuais, e determina a citação do réu. Citado, o réu apresenta sua resposta, sob a modalidade de contestação, e argui, em sede preliminar, a falta de interesse de agir de Bruno por se tratar, até a presente data, de dívida não vencida, conforme os documentos acostados à inicial pelo próprio autor. Após a abertura de prazo para o autor se manifestar sobre a preliminar arguida, este permaneceu inerte, e os autos foram então conclusos ao magistrado. Considerando que quando da propositura da demanda a dívida ainda não se encontrava vencida, mas entre o oferecimento da contestação e a data da conclusão ela venceu, como deverá proceder o magistrado? Resposta fundamentada, em especial quanto à presença ou ausência das condições para o regular exercício do direito de ação.
Resposta: Mesmo que a petição inicial seja recebida, contudo, isto não significa que as condições da ação e, conseqüentemente, a regularidade no exercício da própria ação não precise se manifestar ao longo de todo o processo. Por força do art. 462, qualquer alteração relevante no plano do direito material influencia a apreciação a ser feita pelo Estado-juiz. Assim, se, por qualquer razão, uma das condições da ação deixar de se fazer presente, o caso é de extinção do processo sem resolução do mérito (art. 267, VI). A recíproca é verdadeira: se, por qualquer razão, o exame da petição inicial em busca de regularidade da constituição do processo e da concorrência das condições da ação não foi bem realizado e, por isto, deferida mas, não obstante, o autor não reunia as condições da ação (por exemplo, a dívida reclamada em juízo não havia, ainda, vencido), o novo fato consistente no vencimento da dívida ao longo do processo faz com que o óbice anterior acabe sendo sistematicamente afastado. A falta de "interesse de agir" fica, por assim dizer, convalidado pela sucessão dos eventos ocorridos no plano do direito material." (Curso Sistematizado de Direito Processual Civil: teoria geral do direito processual civil - Cássio Scarpinella Bueno).

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