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Fundamentos de Geologia e Mineralogia - Resumo das Aulas 1 a 4 - POLI-USP - Eng. Ambiental

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Maria Cecília S. Bennini 
Eng. Ambiental – Poli USP 
 
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GMG3201 – Fundamentos de Geologia e Mineralogia 
Prof. Lucelene Martins 
P1 (Aulas 1 a 4) 
 
Aula 1 – 09/03/2018 
 
Importância do estudo da Geologia para a Engenharia: 
• Substrato: toda obra de Engenharia Civil se apoia sobre (fundação), ou é escavada em 
(túneis) materiais geológicos (rochas, solos), cujo conhecimento é essencial para a 
estabilidade da obra; 
 
• Materiais de construção: são materiais geológicos com diferentes graus de 
processamento, utilizados tanto na forma inalterada (britas, areias, pedras de revestimento) 
como industrializada (cimento, ferro, vidro); sua composição mineralógica e 
características físicas definem seus parâmetros de qualidade; 
 
• Meio-Ambiente: obras de Engenharia devem levar em conta o meio físico em que se 
situará uma construção, incluindo os processos geológicos (erosão, deslizamentos, 
terremotos, tsunamis, sedimentação = assoreamento etc.) ativos no local, além dos impactos no 
meio-ambiente; 
 
Exemplo: “Colapso de uma dolina” – 
- Rochas solúveis: terrenos cársticos (calcários, mármores) que se dissolvem facilmente com a água, 
formando sistemas de cavernas e dolinas 
 
 
 
 
Noções de Geologia Geral: 
- Origem do Universo: 
• 14 – 15 bilhões de anos atrás; 
• Constante expansão, formando galáxias, estrelas e planetas; 
o Universo Primordial (muito quente e denso) -> Big-Bang -> Universo Atual (composto por H2 e 
He; expansão e resfriamento) 
• O gás e a poeira resultantes das explosões que ocorrem nas estrelas formam grãos que 
colidem e se agregam, formando os planetesimais (D ~ 1 km); 
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• Planetas interiores (terrestres): se formam a partir da colisão e acréscimo de 
planetesimais por meio de atração gravitacional; 
• Planetas exteriores (gasosos): aumentam por acréscimo de gás; 
 
- Terra Primitiva: 
• 4,56 bilhões de anos atrás; 
• Fatores que levaram ao aquecimento e fusão nos estágios iniciais da Terra: 
o Acréscimo de corpos métricos; 
o Colisões (-> transferência de energia cinética em calor); 
o Compressão; 
o Decaimento radioativo (K, U e Th); 
 
• Diferenciação química: separação dos elementos químicos por densidade e afinidade 
química. 
o Antes: núcleo de ferro líquido e entorno composto por outros materiais mais leves; 
o ~ 200 – 100 milhões de anos depois: (de fora para dentro) 
§ Crosta (0 – 40 km); 
§ Manto (40 – 2890 km); 
§ Núcleo externo de ferro líquido (2890 – 5150 km); 
§ Núcleo interno de ferro sólido (5150 – 6370 km); 
 
o O núcleo representa 1/6 do volume da Terra e 1/3 de sua massa (extremamente denso). 
o Energia gravitacional gera calor, por isso quanto mais adentra-se na Terra, mais quente 
vai ficando. 
 
• Crosta Primitiva: a fusão primitiva promoveu a formação da crosta terrestre e, 
consequentemente, a formação dos continentes. 
 
• Ondas sísmicas: são movimentos vibratórios das partículas das rochas que se 
propagam segundo superfícies concêntricas por toda a Terra, geralmente como 
consequência de uma liberação súbita de energia (como um sismo ou uma explosão). 
• Sismologia: estudo do comportamento das ondas sísmicas; fornece informações sobre 
a forma e a composição do interior da Terra. 
 
- Estrutura da Terra: 
• Como se determinou a estrutura interna da Terra? 
o Métodos geofísicos (sismologia, gravimetria etc. -> “tomografia” sísmica); 
o Estimativas da densidade global da Terra e de suas porções acessíveis 
(densidade média muito superior à dos componentes líticos da crosta e manto); 
o Estudo de meteoritos – componentes planetesimais não diferenciados 
(condritos) e diferenciados (acondritos, sideritos); 
o Nódulos mantélicos em magmas provenientes do manto (kimberlitos, basaltos); 
 
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• Continentes: magma solidificado que “flutua” acima do manto. 
• Oceanos e Atmosfera: camada externa de fluidos derivados de gases voláteis a partir 
do interior (e talvez de cometas). 
 
• Composição química da Terra: 
o Terra total: Fe + O + Si + Mg = 93% 
o Crosta: Si + O + Al = 82% 
 
- Sistema Terra: 
 
 
• Ocorre transferência de massa e energia, tanto dentro dos como entre os sistemas. 
o Clima: Atmosfera, Hidrosfera e Biosfera; 
o Tectônica: Litosfera, Astenosfera, Mesosfera e Manto profundo; 
o Geodínamo: Núcleo externo e núcleo interno; 
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• As transformações na Terra ocorrem pelos processos: 
o Endógenos (interior): modificam a composição e a estrutura da crosta. 
§ formação de magma (vulcanismo e plutonismo); 
§ tectonismo; 
§ dobramentos e falhamentos; 
§ metamorfismo; 
§ terremotos, 
§ soerguimentos e abatimentos da crosta. 
 
§ Utilizam a energia proveniente do interior da Terra (energia térmica). 
§ dissipação do calor original (fluxo atual é maior); 
§ calor do sol (dissipado); 
§ calor proveniente de reações químicas que se processam nas rochas 
(desprezível), 
§ decaimento radioativo (maior contribuição ao calor atual). 
 
o Exógenos (exterior): modificam a superfície da Terra. 
§ intemperismo das rochas; 
§ erosão e transporte de sedimentos, 
§ denudação de cadeira de montanhas. 
 
§ Envolvem a atmosfera, a hidrosfera e a superfície terrestre com forte atuação 
da energia solar e ação da gravidade. 
 
- Placas Tectônicas: 
• Convecção no Manto Terrestre: movimentos dos fluidos internos que se realizam no 
manto, abaixo da crosta terrestre. Esses movimentos ocorrem pelo fato de o magma 
não possuir uma temperatura homogênea. 
o A região mais próxima ao núcleo é mais aquecida e a região mais próxima à crosta é mais “fria”. 
Assim, o magma que se encontra mais “elevado” e que possui temperaturas inferiores “desce” 
em direção ao núcleo e o magma mais aquecido, por ser mais leve, sobe em direção à crosta. 
 
 
• Litosfera: Camada de caráter rígido, de alta viscosidade, de fluxo difícil e que ocorre da 
superfície até entre 100 e 150 km de profundidade. 
o Fragmentada em placas tectônicas. 
 
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• Astenosfera: Parte do mando superior de caráter dúctil (plástica; ~ 250 km de 
espessura) e que flui em virtude da baixa viscosidade. 
 
• Tipos de limites de placas tectônicas: 
 
 
 
• Conservativo: causa falhas -> Falha de San Andreas; 
• Divergente: causa dorsais -> Dorsal Meso-Oceânica; 
• Convergente: causa orogênese (processo de formação de montanhas) e zonas de 
subducção -> Cordilheira dos Andes; 
 
• Zonas sísmicas e vulcânicas estão sempre localizadas nos limites das placas 
tectônicas. 
 
- Princípios geológicos: 
• Tempo geológico: Escala de tempo geológico representa a linha do tempo desde o 
presente até a formação da Terra, dividida em éons, eras, períodos, épocas e idades, 
que se baseiam nos grandes eventos geológicos da história do planeta. 
 
• Princípio do Uniformitarismo: defende que: “O presente é a chave do passado”, ou 
seja, os agentes que construíram e modelaram o relevo no passado são os mesmos 
que agem no presente e com idêntica ação. 
o Portanto, os agentes endógenos (vulcanismos, terremotos, tectonismos) e os exógenos (clima, 
gravidade) agiram no passado com idêntica intensidade que agem no presente. 
 
• Princípio do Atualismo: defende que: as formas do relevo terrestre têm sua gênese e 
sua modelagem diferenciadas, ou seja, não se constata igualdade entre os agentes 
endógenos e exógenos que trabalharam no passado e os que agem no presente, eles 
foram diferentes ao longo do tempo. 
 
 
 
 
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Prática 1 – 09/03/2018 
 
Materiais Geológicos: 
- Mineral:• Os minerais são os constituintes das rochas, os “tijolos” que constituem os materiais 
rochosos da Terra e de corpos sólidos do Universo; 
• Um mineral puro e homogêneo é fisicamente indivisível em outros constituintes; 
• ~ 5000 espécies conhecidas; ~ 50 são comuns na superfície da Terra; 
 
- Rocha: 
• Rocha é um agregado coeso de minerais; 
• Pode ser formada por um só tipo de mineral ou por vários tipos distintos de minerais; 
• Não precisa ser homogênea; 
• Pode ser dividida fisicamente em seus minerais constituintes; 
• Os diversos tipos (ígneas, sedimentares, metamórficas) são formados pelos processos da 
dinâmica terrestre. 
 
- Outras definições: 
• Cristal: 
o forma regular limitada por faces planas; 
o possui arranjo atômico semelhante ao mineral, 
o não importa se é natural, artificial, inorgânico, orgânico. 
• Mineralóide: 
o substância natural que não se encaixa na definição de mineral, 
o em geral, são substâncias amorfas (não possui estrutura cristalina). 
• Minério: 
o mineral ou rocha que apresenta importância econômica. 
 
• “Minerais” energéticos: O petróleo e o carvão, comumente referidos como “minerais 
energéticos”, são excluídos da definição de mineral, pois não apresentam a 
composição química definida ou estrutura atômica ordenada. 
 
• Solo: 
o agregado natural não consolidado de minerais, água, ar e matéria orgânica; 
o resultante de processos intempéricos, 
o forma uma capa delgada sobre as rochas da crosta na interface com a 
atmosfera. 
• Sedimento: 
o agregado natural não consolidado de minerais. 
o resultante de processos de erosão, transporte e deposição dos componentes 
das rochas na superfície da crosta. 
 
 
 
 
 
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Aula 2 – 16/03/2018 
 
Definição, propriedades físicas e classificação dos Minerais: 
• O conhecimento das rochas e minerais que compõem a superfície da Terra é 
necessário para compreender os diversos processos geológicos que são dependentes 
das propriedades dos materiais terrestres. 
 
• Composição química da Terra: 
o Terra total: Fe + O + Si + Mg = 93% 
o Crosta: Si + O + Al = 82% 
 
• Crosta terrestre: empacotamento de ânions O2-, com os cátions presentes nos 
interstícios. 
 
- Mineral: 
• Os minerais são os constituintes das rochas, os “tijolos” que constituem os materiais 
rochosos da Terra e de corpos sólidos do Universo; 
• Um mineral puro e homogêneo é fisicamente indivisível em outros constituintes; 
• ~ 5000 espécies conhecidas; ~ 50 são comuns na superfície da Terra; 
 
• Definição de mineral: 
o qualquer sólido natural; 
o formado por processos inorgânicos; 
o com uma composição química definida (mas geralmente não é fixa); 
o possui um arranjo atômico altamente ordenado (estrutura cristalina definida); 
 
• Formação dos minerais: 
o Cristalização a partir de um magma; 
§ diminuição da temperatura do magma; 
§ diminuição do conteúdo de voláteis (água); 
o Precipitação a partir de uma solução (líquida ou gasosa); 
§ redução da solubilidade dos sólidos (ex.: redução da temperatura); 
§ aumento da concentração (ex.: evaporação); 
o Cristalização a partir de vapor (ex.: ar); 
§ diminuição da temperatura (ex.: enxofre e cristais de neve); 
o Crescimento do cristal no estado sólido (recristalização); 
§ metamorfismo; 
 
• Composição química dos minerais: 
o Formados por um único elemento químico: 
§ diamante – C; 
§ enxofre – S; 
§ ouro – Au; 
o Formados pela combinação de diferentes elementos químicos (grande maioria dos 
minerais): 
§ quartzo – SiO2; 
§ calcita – CaCO3; 
§ olivina – (Mg,Fe)2SiO4; 
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• Estrutura cristalina: modo que os átomos dos elementos químicos são “empacotados”; 
padrão geométrico que os átomos assumem num sólido. 
o A estrutura do mineral é determinada pela forma como os ânions são arranjados e 
como os cátions se colocam entre eles. 
§ Os ânions são geralmente bem maiores que os cátions. 
 
o Ligações químicas: 
§ Iônicas: transferência de elétrons gerando atração eletrostática entre 
íons (ex.: Na+ e Cl- -> NaCl, halita); 
§ Covalente: compartilhamento de elétrons de mesma valência entre 
átomos vizinhos (ex.: átomos de C, diamante); 
§ Metálica: elétrons com movimentação livre entre núcleos (Au, Ag, Pt); 
§ Van der Waals: ligações fracas que ocorrem por assimetria na 
distribuição de cargas em moléculas (ligações nos planos de clivagem da grafita 
e das micas); 
 
o Polimorfos: são materiais com a mesma composição química, mas estruturas 
cristalinas diferentes. 
§ diamante e grafita -> C 
§ calcita e aragonita -> CaCO3 
o Isomorfos: são minerais com estrutura cristalina semelhantes e composição 
química diferente ou variável dentro de certos limites. 
§ silvita -> KCl e Halita -> NaCl 
§ calcita -> CaCO3, magnesita -> MgCO3 e siderita -> FeCO3 
 
• Classificação química: Minerais que possuem um mesmo radical aniônico, em geral, 
se formam por processos semelhantes e tendem a ocorrer juntos na natureza. 
o A divisão em classes de 
acordo com o grupo aniônico 
ocorre devido a semelhanças 
físicas e morfológicas dos 
materiais. 
 
 
 
 
 
 
 
- Silicatos: 
• Os silicatos são os mais abundantes na crosta e no manto (mais de 90% da composição 
da crosta terrestre). 
o silicatos: feldspatos (51%); piroxênios e anfibólios (16%); quartzo (12%); micas, 
cloritas, argilominerais (10%); olivina e outros (3%); 
o não silicatos: carbonatos, óxidos, sulfetos, haloides (8%); 
• Componente comum a todos os silicatos é o tetraedro [SiO4]4-. 
o essa unidade é capaz de polimerização; 
o as diferentes combinações dos tetraedros de SiO4 formam os diferentes grupos 
de silicatos; 
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Prática 2 – 16/03/2018 
 
Identificação dos minerais: 
• As propriedades físicas dos minerais são resultado direto da sua composição química 
e estrutura cristalina. 
 
• Os minerais apresentam propriedades físicas distintas que na maioria dos casos 
podem ser utilizadas para determinar a identidade do mineral. 
o Diferentes amostras do mesmo mineral devem apresentar propriedades similares. 
 
• Propriedades físicas: 
o Hábito 
§ Forma(s) com a(s) qual(is) o mineral aparece frequentemente na natureza, sua 
aparência externa geral; 
§ Reflete sua estrutura cristalina; 
è Os cristais podem se formar somente quando grãos minerais podem crescer 
livremente num espaço aberto -> leva MUITO tempo (tempo geológico); 
o Clivagem 
§ Tendência de um mineral quebrar em direções preferenciais; 
è Uma superfície de clivagem é uma superfície de quebra, enquanto que uma face 
cristalina é uma superfície de crescimento; 
o Fratura 
§ É a superfície irregular e curva de quebra dos minerais; 
§ A fratura pode ser: 
• plana 
• irregular 
• conchoidal 
è Partição: plano de menor resistência estrutural (não apresenta continuidade); 
o Brilho 
§ Qualidade e intensidade de luz refletida de um mineral: 
• metálico 
• vítreo 
• resinoso 
• adamantino 
• perláceo 
• sedoso 
è Minerais não-metálicos são, em geral, transparentes ou translúcidos, têm cores claras 
e cor de traço incolor ou levemente coloridos; 
o Cor 
§ Resulta tanto da absorção quanto da transmissão seletiva de certas 
frequências da luz; 
§ É determinada por vários fatores; o principal fator é a composição química (-> 
elementos químicos de transição: Fe, Cu, Ni, Cr, V...); 
o Cor do traço 
§ É a cor do pó mineral; 
§ Varia menos dentro das espécies que a cor do mineral em si; 
§ Útil para identificação de minerais opacos de cor de traço colorido e 
forte, pois nesses a luz incidente é fortemente absorvida, o que dificulta 
a visualização de cara; 
 
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o Transparência 
§ Minerais transparentes: não absorvem ou absorvem pouco a luz (-> quartzo, 
calcita, mica); 
 
§ Minerais translúcidos: se deixam atravessar parcialmente pela luz, mas os 
objetos não são claramente visíveis através deles (-> feldspato, mica); 
 
§ Minerais opacos: absorvem toda a luz; elementos nativos metálicos, óxidos e 
sulfetos (-> pirita, galena, metais em geral); 
o Dureza 
§ Resistência ao risco; 
 
 
o Densidade relativa 
§ Indica quantas vezes certo volume do mineral é mais pesado que o mesmo 
volume de água; 
§ Minerais formadores de rocha oscilam entre 2,5 a 3,3; 
o Propriedade magnética 
§ As propriedades magnéticas dos materiais resultam dos campos magnéticos 
produzidos pelo movimento dos elétrons em torno do núcleo e pelo 
movimento de rotação dos elétrons em torno de si próprios; 
è A magnetita (Fe3O4) e a pirrotita (Fe2S) são minerais ferrimagnéticos e são 
facilmente atraídas por um imã de mão; 
o Propriedades organolépticas 
§ Exemplo: Teste com HCl – Calcita (CaCO3) e Aragonita (CaCO3) efervescem em 
HCl diluído (a frio); 
 
• Principais materiais utilizados nos testes das propriedades físicas: 
o Canivete (dureza) 
o HCl (propriedades organolépticas) 
o Imã (propriedades magnéticas) 
o Placa de porcelana (dureza, cor do traço) 
o Lupa (hábito, fratura, brilho) 
 
 
 
 
 
 
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Aula 3 – 23/03/2018 
 
Rochas Ígneas – Conceitos, Classificação, Caracterização e Reconhecimento: 
- Rochas: 
• Rocha é um agregado natural consolidado formado por um ou mais minerais 
o Exemplo: Granito – quartzo + ortoclásio + plagioclásio + biotita 
 
• Tipos de rochas: 
o Ígnea: Fusão de rochas na crosta quente e profunda e no manto superior. 
§ Formação: Cristalização (solidificação de magma ou lava); 
§ Exemplo: Granito com cristalização grossa; 
 
o Sedimentar: Intemperismo e erosão das rochas expostas na superfície. 
§ Formação: Deposição, soterramento e litificação; 
§ Exemplo: Arenito acamado; 
 
o Metamórfica: Rochas sob altas pressões nas profundezas da crosta e no manto 
superior. 
§ Formação: Recristalização em estado sólido de novos minerais; 
§ Exemplo: Gnaisse; 
 
• Ciclo das rochas: 
 
 
- Magma: 
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• Magma: material fundido gerado no interior da Terra (fusão parcial de outras rochas). 
o ROCHA (sólido) – fusão parcial –> MAGMA (líquido + sólido e gás) 
 
§ parte líquida – representada pela rocha fundida; 
§ parte sólida – correspondente a materiais já cristalizados e a 
fragmentos de rocha transportados em meio à fração líquida; 
§ parte gasosa – voláteis dissolvidos na parte líquida 
(predominantemente H2O e CO2); 
• Lava: magma que aflora na superfície. 
 
• Composição do magma: 
o Granítico (ou Riolítico) 
§ SiO2 : > 66%; 
§ 600 – 900˚C; 
§ viscosidade: > 108 
o Andesítico 
§ SiO2 : 52 – 66%; 
§ 800 – 1000˚C; 
§ viscosidade: 105 – 107 
o Basáltico 
§ SiO2 : 45 – 52%; 
§ 1000 – 1200˚C; 
§ viscosidade: 103 – 105 
 
• Geração dos magmas: 
o A maioria dos magmas se origina dentro do manto superior ou na crosta 
inferior, e se posiciona ao longo dos limites das placas tectônicas (divergentes 
e convergentes); 
o Fatores que influenciam: 
§ aumento da temperatura; 
§ descompressão; 
§ presença de voláteis (H2O, CO2 etc.) 
 
• Vulcanismo: A distribuição dos vulcões coincide com algumas bordas de placas 
tectônicas; outros são associados a “hot-spots” (pontos quentes intra-placas). 
 
- Rochas Ígneas (ou magmáticas): 
• Geralmente resistentes (duras); 
• Constituintes firmemente imbricados; 
• Grãos irregulares e geométricos; 
• Distribuição homogênea dos constituintes (em geral); 
• Estrutura geralmente maciça; 
• Minerais de Rochas Ígneas: 
o Predomínio de minerais da classe dos Silicatos. 
§ minerais félsicos (ou claros): sem Mg e Fe -> quartzo e feldspato (feldspato 
alcalino e plagioclásio); 
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§ minerais máficos (ou escutos): com Mg e Fe -> olivina, piroxênio, anfibólio 
e biotita (mica); 
 
 
 
o Minerais mais raros: 
§ óxidos -> magnetita; 
§ fosfato -> apatita; 
§ sulfetos -> pirita; 
 
• Tipos de Rochas Ígneas: 
o Extrusivas (ou vulcânicas): quando extravasam na superfície, formando 
vulcões; 
o Intrusivas (ou plutônicas): quando cristalizam no interior da crosta; 
 
- Evolução magmática: 
• A composição do magma se modifica à medida que diferentes minerais se cristalizam, 
gerando diferentes tipos de rochas ígneas. 
• Os diferentes minerais 
cristalizam seguindo uma 
sequência (série de 
Bowen), modificando 
continuamente o magma 
restante. 
 
 
 
 
 
Prática 3 – 
23/03/2018 
 
 
 
 
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Caracterização das Rochas Ígneas: 
• Estrutura: é a feição geral da rocha. 
o maciça; 
o bandada; 
o vítrea; 
o vesicular; 
 
• Textura: baseia-se no tamanho, forma e arranjo espacial dos minerais constituintes de 
uma rocha. 
o afanítica: não é possível identificar os minerais a olho nu; 
o fanerítica (fina, média e grossa): grãos visíveis; 
o porfirítica: um determinado material muito maior que os demais; 
 
Classificação das Rochas Ígneas: 
• As rochas ígneas são classificadas de acordo com a sua forma de ocorrência (intrusiva 
ou extrusiva) e sua mineralogia (ou, na sua ausência, pela composição química). 
 
• Existem várias desenas de rochas ígneas distintas. 
o Principais tipos são: sienito, granito, gabro, basalto, andesito e riólito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 4 – 06/04/2018 
 
Intemperismo: 
• Intemperismo: conjunto de modificações de ordem física (desagregação), química 
(decomposição) e biológica que as rochas sofrem ao aflorar na superfície da Terra. 
• Erosão: remoção física dos materiais pelos agentes de transporte, tais como água, 
vento, gelo ou gravidade. 
 
• Tipos de intemperismo: 
o Intemperismo BIOLÓGICO 
 
o Intemperismo FÍSICO: Desagregação e fragmentação da rocha. 
Exemplos: 
§ Desertos: variações de temperatura ao longo de dias e noites causam 
expansão e contração térmica nos materiais rochosos; 
§ Congelamento de água nas fissuras das rochas; 
§ Cristalização de sais dissolvidos nas águas de infiltração; 
§ Quando partes mais profundas ascendem a níveis crustais mais superficiais, 
com o alívio da pressão, os corpos se expandem, causando juntas de alívio; 
§ Crescimento de raízes em fissuras das rochas; 
 
o Intemperismo QUÍMICO: Modifica os componentes e a estrutura interna dos 
minerais. 
§ decomposição de minerais instáveis; 
§ geração ou permanência de materiais que são estáveis; 
§ mudanças físicas, tais como arredondamento de vértices e arestas; 
 
Exemplos: 
§ Condições superficiais diferentes das condições em que os minerais se 
formaram; 
§ Quando afloram, os minerais mais instáveis entram em desequilíbrio; 
§ Principal agente: água da chuva, infiltra e percola as rochas; 
§ Constituintes mais solúveis são transportados. Permanecem: 
• minerais primários residuais -> quartzo; 
• minerais secundários que se formaram no perfil -> oxi-hidróxidos de 
Fe e Al; 
 
• Todas as reações do intemperismo químico acontecem nas descontinuidades das 
rochas, podendo, junto com o intemperismo físico, resultar no fenômeno denominado 
Esfoliação Esferoidal. 
o As arestas e os vértices dos blocos são mais expostos ao ataque do intemperismo químico que 
as faces. 
 
• Reações do intemperismo: 
o Hidratação; 
o Dissolução; 
o Hidrólise (total ou parcial); 
o Acidólise; 
o Oxidação;Maria Cecília S. Bennini 
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• Fatores que controlam a alteração intempérica: 
o Material parental 
 
o Clima: 
§ Isoladamente é o fator mais influente; 
§ Precipitação: 
• quanto maior a disponibilidade de água e mais frequente for sua 
renovação, mais completas serão as reações químicas do 
intemperismo; 
§ Temperatura: 
• acelera as reações químicas; 
• aumenta a evaporação, diminuindo a quantidade de água 
disponível para a lixiviação dos produtos solúveis; 
 
§ clima tropical: minerais primários estão ausentes, com exceção dos 
mais resistentes -> quartzo e moscovita; 
§ climas mais frios: afetam os minerais primários menos resistentes -> 
minerais ferromagnesianos; 
 
o Topografia: 
§ Regula a velocidade de escoamento superficial das águas pluviais (que 
também depende da cobertura vegetal), controlando a quantidade de 
água que se infiltra no perfil; 
 
o Biosfera: 
§ Matéria Orgânica morta no solo decompõe-se, liberando CO2, 
diminuindo o pH das águas de infiltração; 
§ Em torno das raízes das plantas, o pH é ainda menor (2<pH<4); 
 
o Tempo: 
§ Em condições de intemperismo pouco agressivas, é necessário um 
tempo mais longo de exposição às intempéries para haver o 
desenvolvimento de um perfil de alteração; 
 
Formação dos Solos: 
- Solos: 
• Diferentes visões, dependendo da área de atuação: 
o Geologia: material não consolidado resultante de processos intempéricos; 
o Engenharia: material friável que pode ser escavado com picareta; material que 
serve de base ou fundação de obras civis; 
o Hidrologia: meio poroso que abriga reservatório de água subterrânea; 
 
• Aluvião: Materiais erodidos, retrabalhados e transportados pelos cursos d’água e 
depositados nos seus leitos e margens. 
• Colúvio: Uma massa de materiais derivados do intemperismo das rochas que capeiam 
as elevações e que desce para cotas mais baixas, depositado por cima de um perfil de 
solo residual. É um solo transportado por gravidade. 
Maria Cecília S. Bennini 
Eng. Ambiental – Poli USP 
 
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• Solo: Produto do intemperismo, do remanejamento e da organização das camadas 
superficiais da crosta terrestre, sob ação da atmosfera, da hidrosfera, da biofesra e das 
trocas de energia envolvidas. 
• Solo residual: Desintegração e decomposição do material ocorre in situ, com formação 
de horizontes. 
• Solo transportado: Movidos da rocha original e redepositados em outro local. 
o Agentes de transporte: 
§ Vento: solos eólicos; 
§ Água: solos aluviais; 
§ Gelo: solos glaciais; 
§ Força da gravidade: solos coluviais ou tálus; 
 
 
• Lateritas: Formações superficiais constituídas por oxi-hidróxidos de Al e Fe e por 
caulinita. Ao conjunto de processos responsáveis por essas associações minerais, dá-
se o nome de LATERIZAÇÃO. 
 
• Propriedades mais importantes dos solos: 
o Adensamento; 
o Permeabilidade;
 
o Resistência ao cisalhamento; 
o Resistência à erosão (erodibilidade); 
o Colapsividade; 
o Expansão/contração; 
o Compactação; 
o Capacidade de suporte;

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