Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 1 GMG3201 – Fundamentos de Geologia e Mineralogia Prof. Lucelene Martins P1 (Aulas 1 a 4) Aula 1 – 09/03/2018 Importância do estudo da Geologia para a Engenharia: • Substrato: toda obra de Engenharia Civil se apoia sobre (fundação), ou é escavada em (túneis) materiais geológicos (rochas, solos), cujo conhecimento é essencial para a estabilidade da obra; • Materiais de construção: são materiais geológicos com diferentes graus de processamento, utilizados tanto na forma inalterada (britas, areias, pedras de revestimento) como industrializada (cimento, ferro, vidro); sua composição mineralógica e características físicas definem seus parâmetros de qualidade; • Meio-Ambiente: obras de Engenharia devem levar em conta o meio físico em que se situará uma construção, incluindo os processos geológicos (erosão, deslizamentos, terremotos, tsunamis, sedimentação = assoreamento etc.) ativos no local, além dos impactos no meio-ambiente; Exemplo: “Colapso de uma dolina” – - Rochas solúveis: terrenos cársticos (calcários, mármores) que se dissolvem facilmente com a água, formando sistemas de cavernas e dolinas Noções de Geologia Geral: - Origem do Universo: • 14 – 15 bilhões de anos atrás; • Constante expansão, formando galáxias, estrelas e planetas; o Universo Primordial (muito quente e denso) -> Big-Bang -> Universo Atual (composto por H2 e He; expansão e resfriamento) • O gás e a poeira resultantes das explosões que ocorrem nas estrelas formam grãos que colidem e se agregam, formando os planetesimais (D ~ 1 km); Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 2 • Planetas interiores (terrestres): se formam a partir da colisão e acréscimo de planetesimais por meio de atração gravitacional; • Planetas exteriores (gasosos): aumentam por acréscimo de gás; - Terra Primitiva: • 4,56 bilhões de anos atrás; • Fatores que levaram ao aquecimento e fusão nos estágios iniciais da Terra: o Acréscimo de corpos métricos; o Colisões (-> transferência de energia cinética em calor); o Compressão; o Decaimento radioativo (K, U e Th); • Diferenciação química: separação dos elementos químicos por densidade e afinidade química. o Antes: núcleo de ferro líquido e entorno composto por outros materiais mais leves; o ~ 200 – 100 milhões de anos depois: (de fora para dentro) § Crosta (0 – 40 km); § Manto (40 – 2890 km); § Núcleo externo de ferro líquido (2890 – 5150 km); § Núcleo interno de ferro sólido (5150 – 6370 km); o O núcleo representa 1/6 do volume da Terra e 1/3 de sua massa (extremamente denso). o Energia gravitacional gera calor, por isso quanto mais adentra-se na Terra, mais quente vai ficando. • Crosta Primitiva: a fusão primitiva promoveu a formação da crosta terrestre e, consequentemente, a formação dos continentes. • Ondas sísmicas: são movimentos vibratórios das partículas das rochas que se propagam segundo superfícies concêntricas por toda a Terra, geralmente como consequência de uma liberação súbita de energia (como um sismo ou uma explosão). • Sismologia: estudo do comportamento das ondas sísmicas; fornece informações sobre a forma e a composição do interior da Terra. - Estrutura da Terra: • Como se determinou a estrutura interna da Terra? o Métodos geofísicos (sismologia, gravimetria etc. -> “tomografia” sísmica); o Estimativas da densidade global da Terra e de suas porções acessíveis (densidade média muito superior à dos componentes líticos da crosta e manto); o Estudo de meteoritos – componentes planetesimais não diferenciados (condritos) e diferenciados (acondritos, sideritos); o Nódulos mantélicos em magmas provenientes do manto (kimberlitos, basaltos); Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 3 • Continentes: magma solidificado que “flutua” acima do manto. • Oceanos e Atmosfera: camada externa de fluidos derivados de gases voláteis a partir do interior (e talvez de cometas). • Composição química da Terra: o Terra total: Fe + O + Si + Mg = 93% o Crosta: Si + O + Al = 82% - Sistema Terra: • Ocorre transferência de massa e energia, tanto dentro dos como entre os sistemas. o Clima: Atmosfera, Hidrosfera e Biosfera; o Tectônica: Litosfera, Astenosfera, Mesosfera e Manto profundo; o Geodínamo: Núcleo externo e núcleo interno; Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 4 • As transformações na Terra ocorrem pelos processos: o Endógenos (interior): modificam a composição e a estrutura da crosta. § formação de magma (vulcanismo e plutonismo); § tectonismo; § dobramentos e falhamentos; § metamorfismo; § terremotos, § soerguimentos e abatimentos da crosta. § Utilizam a energia proveniente do interior da Terra (energia térmica). § dissipação do calor original (fluxo atual é maior); § calor do sol (dissipado); § calor proveniente de reações químicas que se processam nas rochas (desprezível), § decaimento radioativo (maior contribuição ao calor atual). o Exógenos (exterior): modificam a superfície da Terra. § intemperismo das rochas; § erosão e transporte de sedimentos, § denudação de cadeira de montanhas. § Envolvem a atmosfera, a hidrosfera e a superfície terrestre com forte atuação da energia solar e ação da gravidade. - Placas Tectônicas: • Convecção no Manto Terrestre: movimentos dos fluidos internos que se realizam no manto, abaixo da crosta terrestre. Esses movimentos ocorrem pelo fato de o magma não possuir uma temperatura homogênea. o A região mais próxima ao núcleo é mais aquecida e a região mais próxima à crosta é mais “fria”. Assim, o magma que se encontra mais “elevado” e que possui temperaturas inferiores “desce” em direção ao núcleo e o magma mais aquecido, por ser mais leve, sobe em direção à crosta. • Litosfera: Camada de caráter rígido, de alta viscosidade, de fluxo difícil e que ocorre da superfície até entre 100 e 150 km de profundidade. o Fragmentada em placas tectônicas. Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 5 • Astenosfera: Parte do mando superior de caráter dúctil (plástica; ~ 250 km de espessura) e que flui em virtude da baixa viscosidade. • Tipos de limites de placas tectônicas: • Conservativo: causa falhas -> Falha de San Andreas; • Divergente: causa dorsais -> Dorsal Meso-Oceânica; • Convergente: causa orogênese (processo de formação de montanhas) e zonas de subducção -> Cordilheira dos Andes; • Zonas sísmicas e vulcânicas estão sempre localizadas nos limites das placas tectônicas. - Princípios geológicos: • Tempo geológico: Escala de tempo geológico representa a linha do tempo desde o presente até a formação da Terra, dividida em éons, eras, períodos, épocas e idades, que se baseiam nos grandes eventos geológicos da história do planeta. • Princípio do Uniformitarismo: defende que: “O presente é a chave do passado”, ou seja, os agentes que construíram e modelaram o relevo no passado são os mesmos que agem no presente e com idêntica ação. o Portanto, os agentes endógenos (vulcanismos, terremotos, tectonismos) e os exógenos (clima, gravidade) agiram no passado com idêntica intensidade que agem no presente. • Princípio do Atualismo: defende que: as formas do relevo terrestre têm sua gênese e sua modelagem diferenciadas, ou seja, não se constata igualdade entre os agentes endógenos e exógenos que trabalharam no passado e os que agem no presente, eles foram diferentes ao longo do tempo. Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 6 Prática 1 – 09/03/2018 Materiais Geológicos: - Mineral:• Os minerais são os constituintes das rochas, os “tijolos” que constituem os materiais rochosos da Terra e de corpos sólidos do Universo; • Um mineral puro e homogêneo é fisicamente indivisível em outros constituintes; • ~ 5000 espécies conhecidas; ~ 50 são comuns na superfície da Terra; - Rocha: • Rocha é um agregado coeso de minerais; • Pode ser formada por um só tipo de mineral ou por vários tipos distintos de minerais; • Não precisa ser homogênea; • Pode ser dividida fisicamente em seus minerais constituintes; • Os diversos tipos (ígneas, sedimentares, metamórficas) são formados pelos processos da dinâmica terrestre. - Outras definições: • Cristal: o forma regular limitada por faces planas; o possui arranjo atômico semelhante ao mineral, o não importa se é natural, artificial, inorgânico, orgânico. • Mineralóide: o substância natural que não se encaixa na definição de mineral, o em geral, são substâncias amorfas (não possui estrutura cristalina). • Minério: o mineral ou rocha que apresenta importância econômica. • “Minerais” energéticos: O petróleo e o carvão, comumente referidos como “minerais energéticos”, são excluídos da definição de mineral, pois não apresentam a composição química definida ou estrutura atômica ordenada. • Solo: o agregado natural não consolidado de minerais, água, ar e matéria orgânica; o resultante de processos intempéricos, o forma uma capa delgada sobre as rochas da crosta na interface com a atmosfera. • Sedimento: o agregado natural não consolidado de minerais. o resultante de processos de erosão, transporte e deposição dos componentes das rochas na superfície da crosta. Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 7 Aula 2 – 16/03/2018 Definição, propriedades físicas e classificação dos Minerais: • O conhecimento das rochas e minerais que compõem a superfície da Terra é necessário para compreender os diversos processos geológicos que são dependentes das propriedades dos materiais terrestres. • Composição química da Terra: o Terra total: Fe + O + Si + Mg = 93% o Crosta: Si + O + Al = 82% • Crosta terrestre: empacotamento de ânions O2-, com os cátions presentes nos interstícios. - Mineral: • Os minerais são os constituintes das rochas, os “tijolos” que constituem os materiais rochosos da Terra e de corpos sólidos do Universo; • Um mineral puro e homogêneo é fisicamente indivisível em outros constituintes; • ~ 5000 espécies conhecidas; ~ 50 são comuns na superfície da Terra; • Definição de mineral: o qualquer sólido natural; o formado por processos inorgânicos; o com uma composição química definida (mas geralmente não é fixa); o possui um arranjo atômico altamente ordenado (estrutura cristalina definida); • Formação dos minerais: o Cristalização a partir de um magma; § diminuição da temperatura do magma; § diminuição do conteúdo de voláteis (água); o Precipitação a partir de uma solução (líquida ou gasosa); § redução da solubilidade dos sólidos (ex.: redução da temperatura); § aumento da concentração (ex.: evaporação); o Cristalização a partir de vapor (ex.: ar); § diminuição da temperatura (ex.: enxofre e cristais de neve); o Crescimento do cristal no estado sólido (recristalização); § metamorfismo; • Composição química dos minerais: o Formados por um único elemento químico: § diamante – C; § enxofre – S; § ouro – Au; o Formados pela combinação de diferentes elementos químicos (grande maioria dos minerais): § quartzo – SiO2; § calcita – CaCO3; § olivina – (Mg,Fe)2SiO4; Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 8 • Estrutura cristalina: modo que os átomos dos elementos químicos são “empacotados”; padrão geométrico que os átomos assumem num sólido. o A estrutura do mineral é determinada pela forma como os ânions são arranjados e como os cátions se colocam entre eles. § Os ânions são geralmente bem maiores que os cátions. o Ligações químicas: § Iônicas: transferência de elétrons gerando atração eletrostática entre íons (ex.: Na+ e Cl- -> NaCl, halita); § Covalente: compartilhamento de elétrons de mesma valência entre átomos vizinhos (ex.: átomos de C, diamante); § Metálica: elétrons com movimentação livre entre núcleos (Au, Ag, Pt); § Van der Waals: ligações fracas que ocorrem por assimetria na distribuição de cargas em moléculas (ligações nos planos de clivagem da grafita e das micas); o Polimorfos: são materiais com a mesma composição química, mas estruturas cristalinas diferentes. § diamante e grafita -> C § calcita e aragonita -> CaCO3 o Isomorfos: são minerais com estrutura cristalina semelhantes e composição química diferente ou variável dentro de certos limites. § silvita -> KCl e Halita -> NaCl § calcita -> CaCO3, magnesita -> MgCO3 e siderita -> FeCO3 • Classificação química: Minerais que possuem um mesmo radical aniônico, em geral, se formam por processos semelhantes e tendem a ocorrer juntos na natureza. o A divisão em classes de acordo com o grupo aniônico ocorre devido a semelhanças físicas e morfológicas dos materiais. - Silicatos: • Os silicatos são os mais abundantes na crosta e no manto (mais de 90% da composição da crosta terrestre). o silicatos: feldspatos (51%); piroxênios e anfibólios (16%); quartzo (12%); micas, cloritas, argilominerais (10%); olivina e outros (3%); o não silicatos: carbonatos, óxidos, sulfetos, haloides (8%); • Componente comum a todos os silicatos é o tetraedro [SiO4]4-. o essa unidade é capaz de polimerização; o as diferentes combinações dos tetraedros de SiO4 formam os diferentes grupos de silicatos; Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 9 Prática 2 – 16/03/2018 Identificação dos minerais: • As propriedades físicas dos minerais são resultado direto da sua composição química e estrutura cristalina. • Os minerais apresentam propriedades físicas distintas que na maioria dos casos podem ser utilizadas para determinar a identidade do mineral. o Diferentes amostras do mesmo mineral devem apresentar propriedades similares. • Propriedades físicas: o Hábito § Forma(s) com a(s) qual(is) o mineral aparece frequentemente na natureza, sua aparência externa geral; § Reflete sua estrutura cristalina; è Os cristais podem se formar somente quando grãos minerais podem crescer livremente num espaço aberto -> leva MUITO tempo (tempo geológico); o Clivagem § Tendência de um mineral quebrar em direções preferenciais; è Uma superfície de clivagem é uma superfície de quebra, enquanto que uma face cristalina é uma superfície de crescimento; o Fratura § É a superfície irregular e curva de quebra dos minerais; § A fratura pode ser: • plana • irregular • conchoidal è Partição: plano de menor resistência estrutural (não apresenta continuidade); o Brilho § Qualidade e intensidade de luz refletida de um mineral: • metálico • vítreo • resinoso • adamantino • perláceo • sedoso è Minerais não-metálicos são, em geral, transparentes ou translúcidos, têm cores claras e cor de traço incolor ou levemente coloridos; o Cor § Resulta tanto da absorção quanto da transmissão seletiva de certas frequências da luz; § É determinada por vários fatores; o principal fator é a composição química (-> elementos químicos de transição: Fe, Cu, Ni, Cr, V...); o Cor do traço § É a cor do pó mineral; § Varia menos dentro das espécies que a cor do mineral em si; § Útil para identificação de minerais opacos de cor de traço colorido e forte, pois nesses a luz incidente é fortemente absorvida, o que dificulta a visualização de cara; Maria Cecília S. BenniniEng. Ambiental – Poli USP 10 o Transparência § Minerais transparentes: não absorvem ou absorvem pouco a luz (-> quartzo, calcita, mica); § Minerais translúcidos: se deixam atravessar parcialmente pela luz, mas os objetos não são claramente visíveis através deles (-> feldspato, mica); § Minerais opacos: absorvem toda a luz; elementos nativos metálicos, óxidos e sulfetos (-> pirita, galena, metais em geral); o Dureza § Resistência ao risco; o Densidade relativa § Indica quantas vezes certo volume do mineral é mais pesado que o mesmo volume de água; § Minerais formadores de rocha oscilam entre 2,5 a 3,3; o Propriedade magnética § As propriedades magnéticas dos materiais resultam dos campos magnéticos produzidos pelo movimento dos elétrons em torno do núcleo e pelo movimento de rotação dos elétrons em torno de si próprios; è A magnetita (Fe3O4) e a pirrotita (Fe2S) são minerais ferrimagnéticos e são facilmente atraídas por um imã de mão; o Propriedades organolépticas § Exemplo: Teste com HCl – Calcita (CaCO3) e Aragonita (CaCO3) efervescem em HCl diluído (a frio); • Principais materiais utilizados nos testes das propriedades físicas: o Canivete (dureza) o HCl (propriedades organolépticas) o Imã (propriedades magnéticas) o Placa de porcelana (dureza, cor do traço) o Lupa (hábito, fratura, brilho) Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 11 Aula 3 – 23/03/2018 Rochas Ígneas – Conceitos, Classificação, Caracterização e Reconhecimento: - Rochas: • Rocha é um agregado natural consolidado formado por um ou mais minerais o Exemplo: Granito – quartzo + ortoclásio + plagioclásio + biotita • Tipos de rochas: o Ígnea: Fusão de rochas na crosta quente e profunda e no manto superior. § Formação: Cristalização (solidificação de magma ou lava); § Exemplo: Granito com cristalização grossa; o Sedimentar: Intemperismo e erosão das rochas expostas na superfície. § Formação: Deposição, soterramento e litificação; § Exemplo: Arenito acamado; o Metamórfica: Rochas sob altas pressões nas profundezas da crosta e no manto superior. § Formação: Recristalização em estado sólido de novos minerais; § Exemplo: Gnaisse; • Ciclo das rochas: - Magma: Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 12 • Magma: material fundido gerado no interior da Terra (fusão parcial de outras rochas). o ROCHA (sólido) – fusão parcial –> MAGMA (líquido + sólido e gás) § parte líquida – representada pela rocha fundida; § parte sólida – correspondente a materiais já cristalizados e a fragmentos de rocha transportados em meio à fração líquida; § parte gasosa – voláteis dissolvidos na parte líquida (predominantemente H2O e CO2); • Lava: magma que aflora na superfície. • Composição do magma: o Granítico (ou Riolítico) § SiO2 : > 66%; § 600 – 900˚C; § viscosidade: > 108 o Andesítico § SiO2 : 52 – 66%; § 800 – 1000˚C; § viscosidade: 105 – 107 o Basáltico § SiO2 : 45 – 52%; § 1000 – 1200˚C; § viscosidade: 103 – 105 • Geração dos magmas: o A maioria dos magmas se origina dentro do manto superior ou na crosta inferior, e se posiciona ao longo dos limites das placas tectônicas (divergentes e convergentes); o Fatores que influenciam: § aumento da temperatura; § descompressão; § presença de voláteis (H2O, CO2 etc.) • Vulcanismo: A distribuição dos vulcões coincide com algumas bordas de placas tectônicas; outros são associados a “hot-spots” (pontos quentes intra-placas). - Rochas Ígneas (ou magmáticas): • Geralmente resistentes (duras); • Constituintes firmemente imbricados; • Grãos irregulares e geométricos; • Distribuição homogênea dos constituintes (em geral); • Estrutura geralmente maciça; • Minerais de Rochas Ígneas: o Predomínio de minerais da classe dos Silicatos. § minerais félsicos (ou claros): sem Mg e Fe -> quartzo e feldspato (feldspato alcalino e plagioclásio); Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 13 § minerais máficos (ou escutos): com Mg e Fe -> olivina, piroxênio, anfibólio e biotita (mica); o Minerais mais raros: § óxidos -> magnetita; § fosfato -> apatita; § sulfetos -> pirita; • Tipos de Rochas Ígneas: o Extrusivas (ou vulcânicas): quando extravasam na superfície, formando vulcões; o Intrusivas (ou plutônicas): quando cristalizam no interior da crosta; - Evolução magmática: • A composição do magma se modifica à medida que diferentes minerais se cristalizam, gerando diferentes tipos de rochas ígneas. • Os diferentes minerais cristalizam seguindo uma sequência (série de Bowen), modificando continuamente o magma restante. Prática 3 – 23/03/2018 Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 14 Caracterização das Rochas Ígneas: • Estrutura: é a feição geral da rocha. o maciça; o bandada; o vítrea; o vesicular; • Textura: baseia-se no tamanho, forma e arranjo espacial dos minerais constituintes de uma rocha. o afanítica: não é possível identificar os minerais a olho nu; o fanerítica (fina, média e grossa): grãos visíveis; o porfirítica: um determinado material muito maior que os demais; Classificação das Rochas Ígneas: • As rochas ígneas são classificadas de acordo com a sua forma de ocorrência (intrusiva ou extrusiva) e sua mineralogia (ou, na sua ausência, pela composição química). • Existem várias desenas de rochas ígneas distintas. o Principais tipos são: sienito, granito, gabro, basalto, andesito e riólito. Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 15 Aula 4 – 06/04/2018 Intemperismo: • Intemperismo: conjunto de modificações de ordem física (desagregação), química (decomposição) e biológica que as rochas sofrem ao aflorar na superfície da Terra. • Erosão: remoção física dos materiais pelos agentes de transporte, tais como água, vento, gelo ou gravidade. • Tipos de intemperismo: o Intemperismo BIOLÓGICO o Intemperismo FÍSICO: Desagregação e fragmentação da rocha. Exemplos: § Desertos: variações de temperatura ao longo de dias e noites causam expansão e contração térmica nos materiais rochosos; § Congelamento de água nas fissuras das rochas; § Cristalização de sais dissolvidos nas águas de infiltração; § Quando partes mais profundas ascendem a níveis crustais mais superficiais, com o alívio da pressão, os corpos se expandem, causando juntas de alívio; § Crescimento de raízes em fissuras das rochas; o Intemperismo QUÍMICO: Modifica os componentes e a estrutura interna dos minerais. § decomposição de minerais instáveis; § geração ou permanência de materiais que são estáveis; § mudanças físicas, tais como arredondamento de vértices e arestas; Exemplos: § Condições superficiais diferentes das condições em que os minerais se formaram; § Quando afloram, os minerais mais instáveis entram em desequilíbrio; § Principal agente: água da chuva, infiltra e percola as rochas; § Constituintes mais solúveis são transportados. Permanecem: • minerais primários residuais -> quartzo; • minerais secundários que se formaram no perfil -> oxi-hidróxidos de Fe e Al; • Todas as reações do intemperismo químico acontecem nas descontinuidades das rochas, podendo, junto com o intemperismo físico, resultar no fenômeno denominado Esfoliação Esferoidal. o As arestas e os vértices dos blocos são mais expostos ao ataque do intemperismo químico que as faces. • Reações do intemperismo: o Hidratação; o Dissolução; o Hidrólise (total ou parcial); o Acidólise; o Oxidação;Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 16 • Fatores que controlam a alteração intempérica: o Material parental o Clima: § Isoladamente é o fator mais influente; § Precipitação: • quanto maior a disponibilidade de água e mais frequente for sua renovação, mais completas serão as reações químicas do intemperismo; § Temperatura: • acelera as reações químicas; • aumenta a evaporação, diminuindo a quantidade de água disponível para a lixiviação dos produtos solúveis; § clima tropical: minerais primários estão ausentes, com exceção dos mais resistentes -> quartzo e moscovita; § climas mais frios: afetam os minerais primários menos resistentes -> minerais ferromagnesianos; o Topografia: § Regula a velocidade de escoamento superficial das águas pluviais (que também depende da cobertura vegetal), controlando a quantidade de água que se infiltra no perfil; o Biosfera: § Matéria Orgânica morta no solo decompõe-se, liberando CO2, diminuindo o pH das águas de infiltração; § Em torno das raízes das plantas, o pH é ainda menor (2<pH<4); o Tempo: § Em condições de intemperismo pouco agressivas, é necessário um tempo mais longo de exposição às intempéries para haver o desenvolvimento de um perfil de alteração; Formação dos Solos: - Solos: • Diferentes visões, dependendo da área de atuação: o Geologia: material não consolidado resultante de processos intempéricos; o Engenharia: material friável que pode ser escavado com picareta; material que serve de base ou fundação de obras civis; o Hidrologia: meio poroso que abriga reservatório de água subterrânea; • Aluvião: Materiais erodidos, retrabalhados e transportados pelos cursos d’água e depositados nos seus leitos e margens. • Colúvio: Uma massa de materiais derivados do intemperismo das rochas que capeiam as elevações e que desce para cotas mais baixas, depositado por cima de um perfil de solo residual. É um solo transportado por gravidade. Maria Cecília S. Bennini Eng. Ambiental – Poli USP 17 • Solo: Produto do intemperismo, do remanejamento e da organização das camadas superficiais da crosta terrestre, sob ação da atmosfera, da hidrosfera, da biofesra e das trocas de energia envolvidas. • Solo residual: Desintegração e decomposição do material ocorre in situ, com formação de horizontes. • Solo transportado: Movidos da rocha original e redepositados em outro local. o Agentes de transporte: § Vento: solos eólicos; § Água: solos aluviais; § Gelo: solos glaciais; § Força da gravidade: solos coluviais ou tálus; • Lateritas: Formações superficiais constituídas por oxi-hidróxidos de Al e Fe e por caulinita. Ao conjunto de processos responsáveis por essas associações minerais, dá- se o nome de LATERIZAÇÃO. • Propriedades mais importantes dos solos: o Adensamento; o Permeabilidade; o Resistência ao cisalhamento; o Resistência à erosão (erodibilidade); o Colapsividade; o Expansão/contração; o Compactação; o Capacidade de suporte;
Compartilhar